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INTRODUÇÃO À

ROBÓTICA E PENSAMENTO
COMPUTACIONAL
Para Crianças
Relatos de práticas de Professores
da Rede Municipal de Porto Alegre
INTRODUÇÃO À

ROBÓTICA E PENSAMENTO
COMPUTACIONAL
Para Crianças
Relatos de Práticas de Professores da
Rede Municipal de Porto Alegre

Organizadoras:
Aline Brandalize Schwartzhaupt da Rosa
Letícia Pires D’Andrea
Para realizar o
download do livro
aponte a câmera
do seu celular:
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Prefácio 05
- Pensamento Computacional na Educação
06
infantil e básica.
- Formação Continuada e Troca de Experiências 07
no âmbito da Rede Municipal

O Robô Programável e a Aprendizagem Através da 10


Brincadeira

Interação com os Robôs no Jardim A 12

Interação com os Robôs no Berçário 2 13

Desbravando a Sala de Aula com o Robô! 13

Robôs Programáveis e o Monstro das Cores 14


SUMÁRIO

As Aventuras do Robô Zap na Festa Junina da 15


Escola

Resolução de Problemas com o Pensamento 17


Computacional

Sapinho na Cidade das Chupetas 18

Relato de duas práticas: uma com as crianças e 19


outra com os professores

Protagonismo Discente e Mediação Docente 20

Brincando e Aprendendo com o Robô Programável! 22

“Porto Alfabeto Alegre” 23

O que será que há na caixa?


24

Exercitando o Pensamento Computacional com


26
Festa Junina e Pescaria

Programando o robô com muita diversão! 28

As Aventuras do Robô Zoinho 30

Etapas da Implementação do projeto de robótica na 32


Escola Dolores Alcaraz Caldas
- Introdução 32
- Formações na Escola 33
- Robô programável na Educação Infantil 35
- Planejando o Futuro 36

Um Projeto de Todos e para Todos! 37


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Imaginando e Desenhando o Robô em Sala de Aula 39

Competição de Robôs 40

O Chefe Mandou!
42
Coelhinho ou Joaninha?
42
O Robô e a Copa do Mundo de 2022
43
Caça ao Tesouro do Minecraft
45
A Aplicabilidade dos Kits de Robótica em uma Escola
para Surdos 47

Euforia na Sala de Aula! 51

O Desenvolvimento dos Direitos de Aprender, 52


SUMÁRIO

Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar e


Conhecer-se

Cores e Robôs 53

Conhecendo o Novo Amigo! 54

Colhendo Cenouras com o Robô Programável 54

As Aventuras de Jerry nos Maternais e Jardins da 55


Infância!
56
Música, Michael Jackson e Robótica Educacional!

Yoga, Música, Poesia e Robótica Educacional! 57

Que Bicho é Esse? 58

A Parceria entre a Assessoria Pedagógica e os 59


Professores Articuladores de Inovação
PREFÁCIO
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Letícia Pires D’Andrea, professora e assessora na
secretaria de educação (SMED).
Melissa De Oliveira Machado, diretora adjunta do setor
de Infraestrutura e logística da SMED.
Gabriel da Silva Abreu, coordenador da CGTI/SMED.

O uso das tecnologias se tornou ubíquo em nossa rotina diária e, portanto,


imprescindível que a escola não só faça uso dos equipamentos tecnológicos
no seu dia a dia, permitindo o acesso de seus alunos a esses equipamentos,
mas também que tenha a preocupação em desenvolver em seus alunos as
competências necessárias para usar, manipular e criar através dessas
ferramentas tecnológicas.
Em vista disso, no ano de 2022, a Prefeitura de Porto Alegre fez a aquisição
de kits de robótica para suas escolas a fim de oportunizar espaços e
instrumentos para que os alunos pudessem desenvolver habilidades,
construção do conhecimento e aprendizagem de diferentes linguagens, bem
como competências tecnológicas. Os kits de robótica, adquiridos pela SMED,
têm como objetivo o desenvolvimento do pensamento computacional e a
iniciação à programação, visando a proporcionar experiências lúdicas e
potencializar o uso das tecnologias na aprendizagem. Desse modo, o
equipamento oferece atividades envolvendo a lógica e resolução de
problemas a partir de jogos realizados em grupo em cima de um tapete
didático.
Com esse intuito, o projeto visava a oferecer atividades com o fim de
aproximar os alunos e professores da tecnologia e estimular o pensamento
computacional desde os três anos de idade. O foco estava, portanto, em
fomentar o acesso a tais competências na educação infantil e no 1º e 2° anos
do ensino fundamental.
A fim de cumprir tais objetivos, o projeto como um todo visava não só à
aquisição do equipamento, mas também à formação dos/as educadores/as
a fim de qualificá-los/as para uso do mesmo. Sendo assim, a publicação
deste livro com relatos do uso dos kits de robótica na Rede Municipal de Porto
Alegre se caracteriza como uma culminância do processo de formação
continuada para a utilização de tecnologias entre os professores da rede.

5
Tendo esta partido da formação inicial feita pela própria empresa
fornecedora e fomentada pela troca de ideias entre professores/as e pelo
acompanhamento dos projetos que ocorrem na rede (através de encontros e
seminários), isso resultou no compartilhamento dessas experiências. Este livro,
portanto, traz relatos dos professores que utilizaram os equipamentos com
seus alunos.

Pensamento Computacional na
Educação Infantil e Básica
---------------------------------
Considerando a importância das ferramentas tecnológicas em nosso
cotidiano, o conhecimento acerca da tecnologia da informação e do
pensamento computacional se torna uma competência cada vez mais
necessária a todos. A importância de tratar desses conhecimentos desde a
educação infantil está presente nos documentos oficiais. A BNCC recomenda,
dentro do campo de experiência Traços, Sons, Cores e Formas, que as crianças
convivam com diferentes manifestações artísticas e culturais e que, com base
nessas experiências, expressem-se por várias linguagens, criando suas
próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e
individual), comunicando-se nos mais diversos modos e manipulando
diversos materiais, inclusive através dos recursos tecnológicos.
No que tange ao ensino fundamental, a área de Linguagens deve garantir
aos alunos o desenvolvimento de competências específicas, entre elas:

“Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e


comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética
nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se
comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias,
produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver
projetos autorais e coletivos.”

Segundo Raabe et al, a Sociedade Brasileira de Computação (SBC) elenca


como fundamental e estratégico para o Brasil o ensino de conteúdos de
Computação na Educação Básica. Eles defendem que as mudanças feitas
hoje nos currículos das escolas poderão se refletir no futuro da Sociedade
Brasileira.
Além disso, o pensamento computacional é uma habilidade base para a
educação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) e permite
aos alunos visualizar e solucionar problemas de maneira clara e lógica.
Portanto, acreditamos que a aquisição de equipamentos e formação permite

6
o trabalho dessas competências da tecnologia da informação e pensamento
computacional na educação infantil e anos iniciais, proporcionando aos
alunos da rede municipal de ensino acesso às tecnologias e competências
tão necessárias nos dias de hoje.

Formação Continuada e Troca de


Experiências no Âmbito da Rede
Municipal
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O projeto como um todo proporcionou a aquisição dos kits para nossas
escolas e a formação de professores multiplicadores. Para tanto, foram
oferecidas um total de 90 horas de formação para os/as professores/as da
rede municipal, divididas em 10 turmas de 9 horas. O curso, com duração de 9
horas presenciais ou online síncronas, proporcionou aos professores
aprendizado sobre Pensamento Computacional e iniciação à programação. A
formação também propiciou discussões para dar subsídios para os
professores criarem experiências lúdicas para apoiar e potencializar o uso das
tecnologias na aprendizagem, oferecer atividades envolvendo lógica e
resolução de problemas e incentivar o protagonismo e a criatividade dos
professores. De forma complementar, os professores também foram
convidados a escreverem os relatos que deram origem a esse livro.
Além das ações já realizadas, a secretaria tem o objetivo de dar continuidade
à formação por meio de seminários e encontros que possam viabilizar mais
oportunidades de trocas aos seus/suas professores/as, almejando, também, o
protagonismo deles nessa construção de aprendizados.
Este livro traz os relatos das primeiras experiências de nossos/as
professores/as ao utilizar o equipamento, evidenciando a riqueza das práticas
pedagógicas de nossa rede e a alegria de nossos alunos ao experimentarem
suas aprendizagens com o kit de robótica.
Esperamos que este projeto inspire professores e outras redes municipais a
ensinar as habilidades relacionadas à área da computação desde a
educação infantil.

Referência Bibliográfica:
Raabe, A. L. A., Zorzo, A. F., Frango, I., Ribeiro, L., Granville, L. Z., Salgado, L., da Cruz,
M. J. K., adn Simone André Costa Cavalheiro, N. B., and Fortes, S. (2017).
Computação na educação básica. In de Computação, S. B., editor, Referenciais
de Formação em Computação: Educação Básica, pages 1–9.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC,
2018.

7
Relatos de Professores da
Rede Municipal de Porto Alegre
O Robô Programável e a
Aprendizagem Através da
Brincadeira
----------------------------
Professoras: Maria Lúcia da Rosa Bittencourt e
Cláudia Amaral dos Santos Lamprecht.
Instituição de Ensino: EMEI Mamãe Coruja.

Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: bebês (de zero


a 1 ano e 6 meses), crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses
a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11
meses).

Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: direito à


participação; desenvolvimento da autonomia, das interações,
das regras de convivência, do trabalho em equipe, do raciocínio
lógico, da criatividade e do planejamento das ações; testar
hipóteses; utilizar diferentes linguagens; partilhar experiências.

No final de 2022, a escola recebeu cinco kits de robótica,


que foram objeto de formação de três encontros (entre
novembro de 2022 e junho de 2023) realizados pela
professora Maria Lúcia e pela coordenadora pedagógica
Cláudia. No alinhamento pedagógico de março,
compartilhamos esse conhecimento com as equipes das
turmas da escola (berçários, maternais e jardins) para
iniciarmos as oficinas em abril. Embora as turmas de
Maternal 2, Jardim A e Jardim B realizassem a oficina com
regularidade, todas as turmas, inclusive os berçários,
tiveram momentos para conhecer os robozinhos.
Essas turmas-alvo primeiramente conheceram os robôs
e aprenderam os seus comandos básicos para explorarem
e brincarem livremente. Posterior a isso, alguns desafios
foram propostos às crianças, como, por exemplo, a
brincadeira “Elefante Colorido”, que foi adaptada: o robô
era programado pela professora e, considerando-se a cor
em que ele parava, as crianças deveriam se posicionar
sobre o tatame colorido do ginásio da escola, procurando
a cor correspondente.
Outras brincadeiras propostas foram a “Corrida de
Robôs” e “Estátua”, utilizando o robô como o sinal de
parada das estátuas.

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Fonte: Acervo interno da Escola.

Na sequência, as crianças foram desafiadas a programar o robô para os


colegas. Com o suporte de imã, foi realizado com a turma de Jardim B um
jogo de separação de lixo – tema estudado pela turma no momento – e de
correspondência de peças LEGO de mesma cor. Outra proposta foi a
realização da chamada através do robô, na qual as crianças tinham de
programar o robô para chegar em determinado nome. Utilizando os tapetes
do kit, as crianças também tinham de deslocar o robô pela cidade, planejando
com antecedência o trajeto a ser percorrido.
No primeiro sábado letivo do calendário escolar, foram realizadas nove
oficinas para as crianças junto de suas famílias. Uma delas era a de robótica,
na qual foram expostos os kits, e as crianças vivenciaram, com seus familiares,
o que já aprenderam nas oficinas. Assim, as famílias conheceram o famoso
robô tão falado em casa.
Com relação à escolha de um nome para o robô, ainda não houve
unanimidade, pois cada grupo de crianças tem utilizado uma nomenclatura
diferente. Por exemplo, “fofinho”, “gatinho”, “ratinho”. Aguardamos o segundo
semestre para verificarmos se um desses ou outro nome surge para
identificarmos coletivamente os nossos robôs.

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Interação com os Robôs
no Jardim A
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Professora: Patrícia Pastro Stella.
Instituição de Ensino: EMEI Tio Barnabé.

Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: bebês (de zero a 1 ano e 6 meses),


crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças
pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: conhecer novas ferramentas
tecnológicas, desenvolver o pensamento computacional, proporcionar o aprendizado
através da ludicidade entre outros tantos.

Chamei os robôs de ratinhos, algumas crianças disseram que eu estava


enganada, alegando que eram sapos. Provavelmente os haviam identificado
assim antes, pois um pequeno grupo que fica até o final do dia já havia
explorado esse material.
Com olhares atentos, inicialmente as crianças observaram só um robô
andando. Seguindo a exploração, foi acrescentado ao centro do círculo o
tapete com as letras, e o desafio era conseguir descobrir qual era a letra inicial
de seu nome e encontrá-la no tapete. Nesse momento, foram dispostos três
robôs, um ao lado do outro, como se estivessem em uma corrida. Os três
participantes permaneceram sempre atentos e, aos poucos, fomos trocando
os grupos. Acrescentamos o tapete de números e eles deveriam escolher um
número e tentar chegar até ele. Nesse momento foram colocados os cinco
robôs.
O tapete dos números não chamou muita atenção das crianças, então
trocamos para o da cidade. Este sim fez a alegria de todos! As crianças
começaram a dizer: “esta é a minha casa”, “e esta é a minha”, “aquela é a da
minha avó”. Depois, passaram a criar contextos simbólicos, dizendo: “eu agora
vou à praia”, “eu agora vou à casa da vó”. E assim seguiram animadamente
por mais algum tempo.
Hoje tivemos apenas uma exploração inicial. O grupo ainda não descobriu as
grandes possibilidades de jogos que este material proporciona. Em um
segundo momento, iremos descobrir outras possibilidades de uso e
exploração do material.

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Interação com os Robôs no
Berçário 2
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Professoras: Patrícia Rios Braga, Cláudia Nascimento, Flávia Cardona e Maria Inês
Crusius.
Instituição de Ensino: EMEI Tio Barnabé.
Turma: Berçário 2.

O objetivo da proposta foi apresentar os robôs aos bebês, propiciando


interações com a tecnologia na escola. O primeiro contato da turma do
Berçário 2 foi um sucesso! Enquanto as crianças estavam no refeitório,
preparei o ambiente de modo que ficasse mais escuro, fechando as janelas e
apagando as luzes. Programei os robôs e posicionei um em cada canto da
sala, ligando todos.
Quando os bebês chegaram, ficaram encantados e queriam segurar os
robôs nas mãos, sem deixar que se deslocassem pelo chão. Em uma segunda
experiência, já haviam se familiarizado e foi possível observar melhor os
deslocamentos. As crianças se organizaram, espontaneamente, em grupos
menores, para chegar mais perto, enquanto os robôs andavam pela sala.
Programei um dos robôs para falar os nomes dos bebês, mas a euforia foi
tanta que o som ficou quase imperceptível. Foram momentos de grande
envolvimento e descobertas!

Desbravando a Sala de Aula


com o Robô!
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Professora: Hayde Lorenzi.
Instituição de Ensino: EMEI Vale Verde.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: compreender como a robótica
e as tecnologias nos ajudam; desenvolver a aprendizagem de letras e números de
maneira coletiva, individual e lúdica.

Recebemos o robô depois da leitura de uma carta com o pedido de ajuda


para resolver algumas questões. Antes, as crianças haviam aprendido sobre o
que é um robô, as formas em que podem se apresentar e como ajudam os
seres humanos. As crianças ficaram empolgadas com a visita e logo
aprenderam a mexer no robô, o qual nomearam como “Senhor Alfredo”.
Aprenderam a andar nos tapetes da cidade, das formas e números. Mas a
atividade da qual mais gostam são os desafios livres pela sala de aula.

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Robôs Programáveis e o
Monstro das Cores
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Professoras: Adriana Wink e Bruna Ribas.
Instituição de Ensino: EMEI Tio BARNABÉ.
Turma: Maternal 1

A proposta de interação com os robôs dos kits de robótica se iniciou


recentemente na turma do Maternal 1 e teve como objetivo, primeiramente,
levar as crianças do grupo, na faixa etária de 2/3 anos, a conhecer e explorar
os objetos com apoio do tapete contendo formas geométricas. As crianças
foram convidadas a seguir os comandos e direções do robô, procurando um
objeto na sala correspondente à forma geométrica “escolhida” por ele,
conforme a posição no tapete. A maioria das crianças se demonstrou
entusiasmada com a visita do robô e logo desejaram pegá-lo e tocá-lo,
evitando que ele “fugisse” do espaço determinado.
Posteriormente, as crianças exploraram livremente os “comandos” e botões
dos robôs, seguindo suas direções, e ficaram impressionadas ao ouvi-lo falar
“bom dia, Maternal 1”. Percebemos que demonstraram mais interesse em
tocar no robô e apertar os botões para conhecer e descobrir os movimentos,
sons e cores das luzes. Algumas crianças sentiram receio de tocar no objeto
ao vê-lo pela primeira vez, reagindo com choro ao perceber que o mesmo se
movimentava em sua direção.
Outra proposta consistiu em observar os movimentos do robô em direção
aos bonecos de pano do livro “O Monstro das Cores”, o qual está sendo
trabalhado no projeto da turma sobre as emoções. O objetivo da proposta
consistia na expressão e identificação das emoções dos personagens do livro
com o apoio do robô, que se deslocava para os bonecos coloridos. Dessa
forma, as crianças foram incentivadas a imitar a expressão do boneco
escolhido pelo robô, reproduzindo emoções de alegria, medo, raiva ou tristeza.
Considerando a faixa etária (crianças bem pequenas) e o número de crianças
na turma (19), observamos que as propostas podem ser realizadas em
pequenos grupos para que todos possam interagir e manipular os robôs,
tendo em vista que a quantidade de objetos é limitada.

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As Aventuras do Robô Zap na
Festa Junina da Escola
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Professora: Natália Ubirajara Silva.
Instituição de Ensino: EMEF Professor Anísio Teixeira.
Turma: 1º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: introduzir o pensamento
computacional por meio da produção de algoritmos, apresentar os comandos
básicos de programação, estimular a resolução de problemas, promover a
colaboração e o trabalho em equipe.

A atividade relatada desenvolveu-se em uma turma de primeiro ano do


ensino fundamental no mês de junho de 2023. Foi o segundo encontro dessa
turma com o robô programável, e o nome atribuído ao robô é “Zap”. O
trabalho se desenvolveu em dois períodos de 45 minutos.
Para essa proposta, contou-se com a capacitação prévia de quatro
estudantes do oitavo ano do Ensino Fundamental, membros do Projeto de
Inovação, com a função de atuar como monitores. O auxílio desses estudantes
foi essencial para o bom andamento das atividades. No trabalho que tem sido
realizado com essa e outras turmas da escola, verificou-se a dificuldade de
organizar as dinâmicas envolvendo uma turma inteira (cerca de 25
estudantes) contando apenas com um ou dois professores realizando a
mediação.
Dias antes da data agendada para a atividade, os estudantes do primeiro
ano receberam uma cópia em branco da fantasia de caipira (disponibilizada
na plataforma Escola Maker). Os alunos começaram a colorir a fantasia em
sala de aula e finalizaram o trabalho em casa, trazendo-a na data estipulada
pela professora titular da turma.
No dia do encontro, reservou-se uma sala ampla, cujo espaço foi organizado
em cinco agrupamentos de tatames. Cada monitor e a professora
articuladora de inovação ficaram responsáveis por um grupo de alunos (um
robô por grupo). A professora titular realizou o registro fotográfico. A turma
contou com 23 estudantes presentes nesta atividade.
No primeiro momento, explicou-se que o robô Zap é extremamente
obediente e só faz aquilo que lhe é solicitado. Em seguida, retomou-se a
funcionalidade de cada botão e realizou-se uma dinâmica desplugada, a fim
de demonstrar mais uma vez como o robô se movimenta. Para isso, seguimos
o Passo 04 da Atividade 03 (Kit de Robótica - Livro do Educador, p. 10),
explorando noções como “para frente”, “para atrás”, “direita” e “esquerda”.

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No segundo momento, cada grupo recebeu um tapete pedagógico (Modelo
02). Os alunos exploraram o tapete, percebendo que ele trazia imagens e
letras e que estas estavam em pares (maiúsculas e minúsculas). Após essa
exploração inicial, os robôs foram entregues para os cinco grupos. Cada
componente deveria programar o robô Zap, levando-o até a letra inicial de
seu nome.
Em seguida, apresentou-se na tela interativa uma série de imagens relativas
à festa junina (pinhão, bandeira, fogueira, milho, etc.). A cada imagem, um
estudante deveria indicar a letra inicial do nome da imagem apresentada e
programar o robô para ir até essa letra. Nessa etapa, o aluno deveria vestir o
robô com a fantasia produzida anteriormente. Embora individual, a fim de que
todos tivessem a oportunidade de manipular o robô, nessa etapa o trabalho
foi colaborativo. Os colegas observavam o percurso e sugeriam alternativas e
soluções.
Foi possível observar o engajamento dos alunos no desenvolvimento da
atividade e o deslumbramento, o encanto ao prever os passos do robô Zap e
conduzi-lo até a meta. Toda a turma realizou as etapas propostas,
construindo hipóteses e procurando soluções, interagindo com os monitores e
auxiliando os colegas de turma.

Fonte: Acervo interno da Escola.

16
Resolução de Problemas
com o Pensamento
Computacional
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Autora: Simone Rosanelli Dullius.
Instituição de Ensino: EMEB Liberato.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses), 1º, 5º e 6º anos do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: respeitar regras básicas de
convívio social nas interações e brincadeiras; ampliar as relações interpessoais,
desenvolvendo atitudes de participação e cooperação; comunicar suas ideias e
sentimentos às pessoas e grupos diversos; compreender a funcionalidade do
robozinho; estimular o pensamento computacional.

Eu utilizei o robozinho nas atividades do projeto Maker, que envolveram


alunos dos 5º e 6º anos. Também, como professora articuladora, estou
desenvolvendo um trabalho com alunos da educação infantil e 2º anos.
Sempre comecei realizando aquela técnica da caixa, na qual o robô fica
escondido e os alunos imaginam o que está lá dentro, para, depois, serem
convidados a explorar e tentar entender como funciona o robô. Após isso,
utilizei os tapetes para oportunizar a resolução de desafios por meio do
pensamento computacional.
Também levei esse material para as minhas alunas do Curso Normal que
atuaram com a educação infantil. Realizei a mesma dinâmica com elas:
primeiro a caixa, para criar um clima de curiosidade, depois a exploração em
grupos e, então, os desafios no tapete.

Fonte: Acervo interno da Escola.

17
Sapinho na Cidade das
Chupetas
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Professora: Débora Marques Moreira.
Instituição de Ensino: EMEI DR. Walter Silber.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: envolver-se com componentes
eletrônicos, desenvolvendo novas habilidades e dando iguais subsídios para todos;
trabalhar em equipe, organizando pensamentos coletivos para solucionar
adversidades.

A prática se iniciou no final do ano


passado, com uma turma de Jardim
B. Como sou a professora titular da
turma, as crianças sabiam da
existência do robô por me verem
saindo para as formações e estavam
muito ansiosas para conhecê-lo.
Então, em uma tarde chuvosa,
desligamos as luzes e fechamos as
cortinas, e o robô brincou de
esconde-esconde com as crianças.
Eu o programava para dizer o nome
da criança, dando “voltinhas” em sua
frente após andar até ela. No escuro,
a empolgação ficou ainda maior,
ainda mais com os olhinhos
brilhantes indo em sua direção. Fonte: Acervo interno da Escola.

Em uma roda, fizemos sugestões de nomes para o robô, que passou a se


chamar “Sapinho” e as crianças logo puderam manuseá-lo de maneira mais
livre. As crianças entenderam rapidamente como programar os passos do
robô e começaram a explorar a inicial de seus nomes com o tapete de letras.
Quando já estavam dominando bem a habilidade, utilizamos o acessório para
arrastar objetos e agregar em outra investigação. Estávamos em meio ao
projeto “Adote um Escritor” e um dos livros lidos era “A Cidade das Chupetas”,
no qual uma chupeta precisa voltar para seu lar. Com a ajuda do robô, eles
auxiliaram essa chupeta a voltar para casa, empurrando-a até a maquete
elaborada por eles. Para ficar ainda mais difícil, as crianças brincavam de “o
chão é lava”, para que o robô não andasse pelos outros quadrados,
delimitando um único caminho possível. Eles chegaram a se apresentar com
essa habilidade para a autora do livro.

18
Relato de duas práticas:
uma com as crianças e
outra com os professores
----------------------------
Professor: Marcos César Malfatti.
Instituição de Ensino: EMEI JP Cantinho Amigo.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: Crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida com as crianças: programar o
robô para movimentar-se do ponto A ao ponto B, a partir do sorteio com o dado e,
quando necessário, o auxílio das cartas.
Com os professores: explorar o robô para que ele se deslocasse de um ponto
determinado a outro. O objetivo era alcançado quando a programação estivesse
correta e fosse apresentada para o professor responsável

Crianças de quatro anos: adaptei a atividade 8 do “Livro do Educador”.


Imprimi o dado com os instrumentos para jogar. Preparei o tapete pedagógico
01 e a atividade foi realizada em minigrupos de quatro crianças. Utilizamos as
cartas para auxiliar. Também visualizamos os instrumentos contidos no
tapete. Todas as crianças participaram das ações da seguinte maneira: uma
escolheu o ponto de partida, a outra jogou o dado, outra sugeria o caminho, e
assim por diante. Revezando, todas escolheram as cartas e apertaram os
botões da programação em conjunto. Depois dos testes, fizemos o vídeo. As
crianças escolheram os instrumentos disponíveis, seguindo o critério de que
deveria ser um que estivesse no tapete pedagógico. Durante o percurso do
“Buster” (nome dado ao robô pela turma da manhã) e “Fofinho” (pela turma
da tarde), as crianças tocaram os instrumentos.
Durante o processo de programação, algumas vezes foi preciso corrigir a
programação, pois o sentido e a direção eram interpretados de maneira
equivocada. Mas todos os grupos conseguiram realizar, com mais ou menos
dificuldades.
Professores: foi realizada uma formação com as tecnologias adquiridas pela
escola. Também, houve uma gincana em que uma das tarefas era programar
o robô com o objetivo de recolher dois papéis e levá-los até o destino. Foi
muito divertido e, em duplas, os professores cumpriram o objetivo sem
dificuldade. Alguns precisaram de um pouco de ajuda, pois nunca tinham
visto o robô.

19
Protagonismo Discente e
Mediação Docente
----------------------------
Professora: Jossiane Boyen Bitencourt.
Instituição de Ensino: EMEF Morro da Cruz.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses), 5º e 6º anos do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida:
Prática 1 – alunos JB3: conhecer o funcionamento do robô, exercitar o raciocínio
lógico, praticar noções espaciais (como, por exemplo, a distância de um colega ao
outro, os comandos ir para frente e para trás, etc.) e trabalhar com contagem de
numeração até dez.
Prática 2 – conhecer o funcionamento do robô, exercitar o raciocínio lógico, praticar
noções espaciais (como, por exemplo, a distância de um colega ao outro, os
comandos ir para frente e para trás, etc.) e descrever deslocamentos e localização de
objetos (no caso, o robô) no espaço.

Prática 1 – Alunos JB3

A prática consiste em apresentar o amigo robô para a turma JB3 de forma


lúdica, e os alunos se apropriarem da ferramenta em parceria com a
professora referência da turma.
A atividade começou com um círculo em sala de aula, então o robô passou
de aluno em aluno e eles identificavam com o que ele se parece, o que temos
no robô. Logo, mostrei como desprogramar o robô, além do comando de ir
para frente apertando no botão verde (GO).
A atividade maior consistia em levar o robô do seu ponto até o colega de
sua escolha. Na medida em que os alunos faziam a atividade, mostramos que
os passos do robô eram um pouco maiores do que suas mãos. Eles adoraram
a dica e começaram a contar como chegar até o colega com sua mão,
colocando os passos no robô. Assim, o robô chegava bem pertinho dos
colegas. Alguns alunos também se interessaram pelo comando para trás e
brincaram de levá-lo até o colega de ré.
No final, a turma toda escolheu o nome do amigo: robô “tartaruga ninja”.

20
Prática 2 – Alunos do Projeto de Informática

A prática consistiu em trabalhar com os tapetes das letras e das formas


geométricas com os alunos de 5º e 6º anos do projeto de informática que
tenho na escola. A atividade começou com os alunos que já conheciam o kit
de robótica por causa do projeto do ano passado, mostrando aos novos
alunos como essa solução educacional funciona e propondo desafios.
O primeiro desafio era chegar à letra que o desafiante propunha sem
passar pelos desenhos. Para o segundo desafio, ensinei duas funções que eles
não conheciam: o pause e a gravação de som no robô.
Assim, escolheram desafios mais complexos ao utilizar o tapete de formas
geométricas, como, por exemplo, a atividade cujo objetivo era o de fazer o
robô dar uma pausa e falar a cor azul a cada vez que os alunos chegassem à
cor azul. A atividade, apesar de simples, fazia o aluno pensar na quantidade
de passos, além de ter que parar ao chegar à cor azul, bem como gravar o
som envolvendo a questão da lógica.
O trabalho foi significativo com o envolvimento do aluno como coautor de
sua aprendizagem ao trocar de papel com seu colega e programar o robô. A
interação se dá entre os seus pares, sendo eu mediadora no processo de
construção de conhecimentos dos alunos.

Fonte: Acervo interno da Escola.

21
Brincando e Aprendendo
com o Robô Programável!
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Professora: Evanir Teresinha Aquino Vieira.
Instituição de Ensino: EMEI Paulo Freire.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses)
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: compreender e utilizar os robôs
como forma de desenvolver a aprendizagem de forma crítica e significativa na
escola para produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer o protagonismo.

Diversas propostas foram realizadas logo que a


escola recebeu o robô programável. As crianças
foram apresentadas aos robôs, explorando,
acessando e criando estratégias para os
utilizarem melhor. Por serem crianças pequenas,
foram apresentadas as cartas para que as
utilizassem como recurso de programação,
através do qual as crianças puderam aprender
como fariam o robô seguir pelo local que
planejaram, realizando curvas para direita e
esquerda e trabalhando lateralidade.
As crianças também realizaram corrida dos robôs e estimativas de quantos
passos seriam necessários para adquirirem a chegada, utilizando o raciocínio
lógico. Durante os festejos juninos, utilizaram roupas de caipira e realizaram a
pescaria, indo atrás dos peixes espalhados no tapete. Também, a alimentação
saudável foi reforçada com o jogo da memória e outros jogos, como “que
bicho é esse?”.
O deslumbramento das crianças e o encantamento em ver, por exemplo, o
robô chegar ao local desejado de um tapete ou carregar um objeto no corpo,
movendo-se da forma que havia sido programado, foi gratificante. Logo, as
crianças já queriam explorar mais possibilidades e, então, descobriram como
fariam o robô falar, encontrar-se com outros robôs e suas vestimentas.
Compreenderam, também, como utilizá-lo de forma crítica e significativa na
escola para produzir conhecimentos, resolvendo problemas e exercendo seu
protagonismo.
Os robôs foram apresentados durante uma formação pedagógica, como
uma forma de divulgar mais um recurso didático, e agregados às práticas
pedagógicas das crianças. Com eles, surgiram diversas formas de
desenvolver a aprendizagem, e as crianças desenvolveram mais autonomia,
melhoraram as relações interpessoais, os sentimentos, além de brincarem

22
bastante, divertindo-se muito. Aliaram-se diversos conhecimentos, o que os
alunos aprenderem de forma lúdica e divertida, contemplando todos os eixos
da BNCC, como Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar e Conhecer-se.
O robô programável também foi apresentado às famílias durante um
sábado letivo, sendo que todos adoraram conhecer mais essa novidade
recebida na escola, ainda mais por saber que seus filhos teriam acesso a algo
que não imaginavam ter na escola pública.

“Porto Alfabeto Alegre”


----------------------------
Professora: Janaína Barbosa da Silva.
Instituição de Ensino: EMEF Senador Alberto Pasqualini.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: 2º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: conhecer alguns pontos
importantes da cidade de Porto Alegre.

Iniciamos a atividade com uma roda de conversa, com o objetivo de os


alunos contarem um pouco sobre a interpretação do livro “Porto Alfabeto
Alegre”, da autora Wanda Queiroz e com ilustrações de William Mog, leitura
que foi feita na Turma 24 com a mediação da Professora Kátia Mello. Nas
ilustrações da obra, a cidade de Porto Alegre vai sendo apresentada através
de poesias em ordem alfabética.
No período em que Porto Alegre comemora 251 anos, propomos uma
pequena visita à cidade, através do nosso robô programável “Tinga”, um novo
amigo da turma. Todos queriam tocá-lo. No dia em que o Sport Club
Internacional faz aniversário, vestimos o “Tinga” com as cores do Inter e
fizemos uma visita ao estádio Beira-Rio. E não é que rolou uma rivalidade
Grenal no meio da turma! Logo após chegarmos ao Beira-Rio, também fomos
até a Arena do Grêmio. No final deu tudo certo!

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O que será que há na
caixa?
----------------------------
Professora: Laura Oliva Moraes.
Instituição de Ensino: EMEI Paulo Freire.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: apresentar um recurso de robótica para as
crianças de forma lúdica e significativa. Participar do momento de exploração e conversação
coletiva, tendo papel ativo nas decisões e opiniões do grupo. Demonstrar interesse por novos
brinquedos, objetos, momentos e explorações.

Em um momento de roda, a turma percebeu uma nova caixa. O que será


que há dentro dela? A caixa passou na mão de cada criança, que, por sua vez,
espiava e passava ao colega do lado. Sorrisos começaram a surgir… o que
poderia ser? Após a caixa passar por todos, iniciamos a conversa. O que há
dentro dessa caixa?
– Não sei, mas tem olhos.
– E botões.
– É um carrinho de controle remoto.
– Parece um boneco.
– Acho que tem luz.
Tiramos o robô da caixa e os olhinhos das crianças expressavam a surpresa,
a curiosidade, o interesse pelo novo objeto. A professora explicou que aquilo é
um robô, mas uma criança disse “não parece”, indicando que tinha uma
imaginação diferente sobre o formato de um robô. Em grupo, foi combinado
que, a partir daquele dia, o robô passaria a fazer parte da turma e que viria
para a sala de aula, sempre nas segundas-feiras, para fazer uma visita. As
crianças se empolgaram com a novidade!
A professora então os convidou a dar um nome ao novo amigo. Começaram
muitas opiniões sendo ditas e ouvidas ao mesmo tempo. Então surgiu uma
estratégia para que a escolha fosse justa. Em folhas de ofício, a professora
escreveu os nomes que as crianças haviam sugerido: “Guicho”, “Pipiquinha”,
“Amendoim”, “Cavalo”, “Carro”, “Gato” e “Lulu”. Após a anotação das hipóteses,
cada criança ganhou um palito de picolé que representou seu voto.
Então cada criança teve a oportunidade de ouvir com atenção as sugestões
e escolher qual, na sua visão, era mais adequada. Aconteceu um empate e foi
preciso realizar mais uma votação. Até que, por fim, “Gato” ganhou e esse é o
nome com o qual foi batizado o nosso robô. O corpinho do robô foi
apresentado, enquanto era explicada a funcionalidade dos botões, das luzes e
das rodas. E após essa roda de conversa com surpresas, decisão e
democracia, as crianças foram convidadas a formar duplas para aproveitar
seu tempo com a exploração do robô.

24
E assim aconteceu: a entrega significativa do robô na turma de Jardim A1.
Após a participação na primeira etapa do curso de formação, senti mais
confiança para iniciar a prática com as crianças. Li o caderno do professor e
pensei na forma como esse robô entraria na sala e faria o primeiro contato.
No momento da entrega, priorizei o lúdico, a surpresa e a imaginação. Afinal,
precisava da atenção das crianças, e o suspense e a brincadeira nos
entregaram isso, fazendo-as focar o olhar. Queria ouvir as hipóteses delas,
pois, antes de tudo, é importante conhecer o que as crianças já sabem sobre
aquilo. Inclusive, um aluno que entrou na turma após a entrega significativa já
conhecia o robô da sua outra escola e perguntou: “cadê os tapetes que vêm
com ele?”. Precisamos ouvir as crianças, levar em consideração suas
aprendizagens e vivências anteriores para que as propostas tenham
significado.
Com a escolha do nome, trabalhamos principalmente a democracia, o voto,
o respeito às opiniões e o saber lidar com as divergências em um ambiente
coletivo. Mas os palitos envolvidos, nesse momento, oportunizaram a
articulação de conhecimentos matemáticos. Quantos palitos há aqui? Qual
número é maior? Qual nome teve mais votos?
Até hoje as crianças chamam o robô programável de “Robô Gato”; e, agora,
surgiu o irmão dele, que se chama “Pipoquinha”, e também nos visita
semanalmente.
A partir daquele dia, as crianças passaram a conviver com a robótica mais
de perto, conseguindo ensinar ao robô a desenhar e a falar. Com a turma, ele
brincou de “Cabra-cega”, de “Roda Cantada” e “Chefinho Mandou”, além de
ser explorado com muitos apertões, caminhos e voltas. Aprendemos sobre o
tempo de descanso, pois o robô precisa ir para tomada, e até mesmo sobre as
cores, pois sabemos identificar quando ele está com toda a energia para
voltar à brincadeira.
Essas foram as vivências do Jardim A1 nesse primeiro semestre de 2023, e
esperamos nos aprofundar e experimentar cada vez mais as possibilidades do
mundo robótico.

Fonte: Acervo interno da Escola.

25
Exercitando o Pensamento
Computacional com Festa
Junina e Pescaria
----------------------------
Professora: Lidiane da Silva Machado.
Instituição de Ensino: EMEI Paulo Freire.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: estimular o desenvolvimento
dos conhecimentos lógico-matemáticos e do numeramento através do uso do kit de
robótica.

Realizamos com a turma de Jardim B1 uma proposta envolvendo a temática


de Festa Junina. Conversamos previamente com o grupo, a fim de conhecer
quais eram seus conhecimentos sobre o tema, brincadeiras e comidas típicas.
Mais de uma criança relatou a brincadeira de pescaria, como uma vivência
dessa festa. Com isso, pensamos em realizar uma pescaria tecnológica,
envolvendo o robô programável.

Fonte: Acervo interno da Escola.

26
As crianças foram convidadas a desenhar peixinhos, assim como colorir e
recortar seus próprios desenhos. Em roda, distribuímos os peixinhos (com clips
de papel) em um dos tapetes do kit (o tapete em branco). Cada criança teve
a sua vez de pescar, utilizando o kit de robótica com o acessório de imã. O
grupo ficou bastante empolgado ao verem o robô pescando os peixes. Ao
realizarmos a proposta em roda, foi possível que uma criança auxiliasse a
outra no raciocínio de programar o trajeto do robô. Algumas crianças
tentaram pescar mais de um peixe por vez, além de tentarem pescar os peixes
dos colegas.
Para cada criança, abordamos o conceito de planejar as ações do robô:
primeiro, observar e decidir qual peixe elas gostariam de pescar. Depois,
auxiliávamos as crianças apontando os quadrados e realizando a contagem
de quantos cliques nos botões deveriam ser feitos. Nessa faixa etária, o grupo
está aprendendo as noções de direita/esquerda, de modo que, nos trajetos
envolvendo as setas laterais, era necessário auxiliá-las no raciocínio. Com
essa proposta, foi possível constatar que as crianças passaram a apertar os
botões do robô com mais cautela e planejamento.
Envolvê-las na confecção dos peixes também foi algo bastante positivo. Após
todas participarem, os materiais permaneceram disponíveis e as crianças
brincaram livremente com o robô, podendo criar brincadeiras e novas formas
de interação com os peixinhos e os robôs. Finalizamos este relato expondo que
essa atividade incluiu as crianças com TEA (Transtorno do Espectro do
Autismo), as quais conseguiram participar ativamente em todas as etapas do
processo.

Fonte: Acervo Escola Maker.

27
Programando o Robô com
muita diversão!
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Professora: Thamyres Pacheco Silva.
Instituição de Ensino: EMEF Dolores Alcaraz Caldas.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: com estas práticas, almejo que
as crianças desenvolvam a concentração, a previsibilidade, o controle da ansiedade,
a capacidade de planejar e executar tarefas – de sua escolha ou direcionadas –, a
convivência em grupo, a noção espacial, a lateralidade, a atenção e a memória.
Espero que consigam, ainda, ter contato com tal tecnologia, conhecendo os
princípios da robótica e do pensamento computacional, podendo recuperar esses
conhecimentos e ampliá-los em suas vivências futuras.

Em minha turma de Jardim B, busquei apresentar o robô programável para


as crianças ao mesmo tempo em que eu mesma fui conhecendo melhor suas
funcionalidades e possibilidades. Para isso, utilizei quase fielmente o material
de apoio “Livro do Educador – Educação Infantil”, o qual compõe o kit.
No ato de apresentação do robô para o grupo, utilizei uma caixa preta
redonda para esconder o robô e criei um ar de mistério para instigar a
curiosidade das crianças. Em uma roda, as crianças foram passando a caixa e
espiando seu conteúdo. Depois que todos deram uma espiadinha,
conversamos sobre as características visíveis e as hipóteses levantadas sobre
o objeto misterioso. Inicialmente, houve grande encantamento por parte das
crianças com o brinquedo-robô. Ficaram maravilhadas com seus
movimentos, sua estética, as luzes e as possibilidades de interação com o
mesmo.
Com o passar do tempo e das atividades sugeridas no livro, o
deslumbramento foi se acomodando e, atualmente, participam mais
ativamente aquelas crianças que demonstraram um interesse mais
duradouro pelo robô, pelas programações e diferentes tapetes utilizados.
Estamos, agora, em junho, terminando o primeiro capítulo do material –
fizemos, no último encontro com o robô, a apresentação do acessório de
desenho.
Tenho usado o kit com minha turma, uma vez por semana, desde que
comecei a frequentar as formações da Escola Maker. As crianças já sabem
que terça-feira é dia de robô no grupo JB2. Algumas crianças já conseguem
programá-lo para atingir objetivos simples. Outras crianças estão bastante
iniciais na exploração do robô, apertando quaisquer botões em qualquer
ordem, apenas para observá-lo enquanto executa a programação aleatória.

28
Busquei, ainda, algumas conexões simples e simbólicas com nosso projeto
de estudos – que é tão clichê e, ao mesmo tempo, importante – sobre
alimentação saudável. Em uma das propostas com o robô, utilizamos o tapete
em branco no qual havia uma imagem de um prato balanceado/saudável e
outras imagens de alimentos não saudáveis. Nesta proposta, pedi às crianças
para programarem o robô de modo que ele partisse de um alimento não
saudável e chegasse ao prato saudável, apenas para treinar a programação
com objetivo. Algumas crianças conseguiram sem problemas, outras só
observaram os colegas enquanto faziam, outras tentaram sem sucesso.
As crianças também se divertiram e se envolveram muito na atividade de
experimentar os movimentos do robô com o próprio corpo. Desenhei no chão
do pátio um quadriculado como o do tapete. As crianças se divertiram ao
comandar os colegas e ser comandadas por eles. Uma criança até sugeriu
que imitássemos os sons que o robô faz – um “pi” a cada comando e três “pi”
ao terminar a programação.
Na faixa etária do Jardim B – crianças de 5 a 6 anos –, percebi questões
desafiadoras durante a utilização dos robôs. São poucas as crianças que
dominam a lateralidade e conseguem nomear direita e esquerda. Isso
dificulta um pouco algumas atividades. Outro desafio é a mediação da
professora com os grupos, pois as crianças estão aprendendo a se relacionar
e a proporção entre a quantidade de crianças, de robôs e de professoras não
é a ideal. Isso faz com que o aproveitamento das experiências programadoras
fique muito limitado. Uma das estratégias que utilizei para lidar com este
desafio foi a separação do grupo em subgrupos, de acordo com o nível de
apropriação sobre a ferramenta. Ficaram 3 grupos: um com nível básico –
fazendo programações aleatórias e utilizando o robô mais como um
brinquedo que se move; outro, com um nível intermediário – com crianças
cruzando o limite entre programações aleatórias e programações
organizadas, com objetivo; e um terceiro grupo de nível mais avançado – com
as crianças que compreenderam rapidamente as funções do robô e já são
capazes de comandar programações para atingir objetivos simples, partindo
de um ponto a outro.
Por outro lado, essas relações vão se qualificando a cada dia e as atividades
relacionadas ao robô contribuem para isso. Além disso, a orientação espacial
vai sendo exercitada, a noção de causa e efeito, a concentração, o controle da
ansiedade, a capacidade de planejamento e programação de um percurso a
ser percorrido pelo robô, o vocabulário e tantos outros aprendizados vão
sendo construídos e aprimorados a cada oportunidade de contato com essa
rica ferramenta.

29
As Aventuras do Robô Zoinho
----------------------------
Professora: Marluce Albring Coutinho.
Instituição de Ensino: EMEF Porto Alegre.
Turmas: 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: apresentar o robô à turma
como uma ferramenta de aprendizado; “batizar” o robô com um nome escolhido pela
turma; abordar o raciocínio lógico por meio de desafios iniciais de programação a
serem desenvolvidos pelos estudantes.

A atividade foi desenvolvida com alunos jovens e adultos da escola Porto


Alegre. É importante contextualizar que essa escola trabalha com alunos
jovens e adultos, em situação de vulnerabilidade social, sendo que muitos
deles estão em situação de rua, albergagem (ou seja: não possuem
residência). Com isso, mesmo considerando um público adulto, algumas
habilidades consideradas para um público infantil podem e são desenvolvidas
com esses alunos, em virtude do desenvolvimento cognitivo afetado pelas
intempéries da vida que possuem.
Assim, a atividade consistiu numa apresentação do robozinho para a turma.
Na tarde em que foi desenvolvida, os alunos estavam participando da
disciplina de “projeto temático”, que tinha como assunto jogos e desafios
lógicos. O material do LabKids ficou para o final da aula, após os alunos já
terem tido contato com alguns desafios e com o pensamento lógico para sua
solução.
O robô ficou em uma parte da sala instigando a curiosidade dos alunos
sobre o que era aquele material. Os alunos interessados fizeram um círculo ao
redor do tapete pedagógico geométrico e, inicialmente, reconheceram as
figuras que estavam desenhadas nele. O robozinho foi apresentado e informei
que ele andava, mas que nós tínhamos que “mandar” nele. Então,
primeiramente, solicitei que eles me informassem qual era o trajeto que
deveriam fazer para chegar até o círculo roxo. Eles responderam verbalmente
e utilizaram o corpo para mostrar o trajeto. Após, solicitei que inserissem os
comandos no robô, explicando as setas e seu direcionamento e os fazendo
testar antes de programar, de fato, o trajeto.
Um dos alunos iniciou a programação, fazendo alguns passos e, depois,
inserindo os demais de acordo com o local em que o robô parava. Na hora de
virar à direita ou à esquerda, houve alguns empecilhos por esquecerem do
comando de andar novamente para frente. Solucionado isso, conseguiram
realizar a programação. Depois do contato inicial, inseri um novo desafio: sair
do círculo amarelo e chegar ao círculo vermelho passando pelos objetos sino,
microfone e tambor (nesta ordem).

30
Fonte: Acervo Escola Maker.

Nesse momento, os alunos se sentiram desafiados e iniciaram uma


competição para ver qual deles conseguiria realizar corretamente a
programação. Foi feita uma alternância entre eles: ora um programava, ora
outro. Pelas fotos, é possível perceber que a competição foi acirrada, pois eles
zoavam uns aos outros quando algum movimento direcionava o robô para
outro lado. Após isso, eles começaram a criar desafios uns para os outros,
seguindo a mesma linha: sair de um lugar e chegar a outro passando por
alguns objetos.
Os alunos criaram estratégias sobre como resolver: alguns programavam
até um pedaço do trajeto e, posteriormente, seguiam a programação a partir
de onde estavam; outros movimentavam o robô em cima do tapete e, com
isso, estavam inserindo os comandos.
Um dos objetivos era dar um nome para o nosso mascote. Duas coisas que
chamaram a atenção dos alunos foram a luz no olho do robô e o fato de que
ele piscava em alguns passos. Dessa forma, nosso robô foi batizado de
“Zoinho” e hoje ele compõe as aulas de matemática e a oficina de jogos
lógicos praticada na escola.

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Etapas da Implementação do
Projeto de Robótica na
Escola Dolores Alcaraz
Caldas
----------------------------
Professoras: Aline Vargas Stawinski e Susana França da Costa.
Instituição de Ensino: EMEF Dolores Alcaraz Caldas.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses)
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida:
Objetivos com os alunos: familiarizar os alunos com a lógica de programação dos
robôs; trabalhar noção de espaço e direções; ampliar as relações interpessoais,
desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
Objetivos com os professores: compartilhar as potencialidades de trabalho criativo
com o kit de robótica.

Introdução

No primeiro semestre de 2023, como professoras articuladoras de inovação


da EMEF Dolores Alcaraz Caldas, tivemos o primeiro contato com o percurso
formativo sobre o kit de robótica. Para contextualizar um pouco nosso papel
na escola, vale destacar que nossa função está atrelada ao fomento do
trabalho com novas metodologias e tecnologias em nossa comunidade
escolar. Nesse sentido, nossa participação em formações pressupõe o
compartilhamento de experiências com os docentes de nossa escola, além da
proposta de oficinas e trabalho em conjunto com professoras-referência ou
especialistas de área, visto que a nossa escola atende estudantes da
Educação Infantil ao Ensino Fundamental (ensino regular e EJA).
Levando isso em consideração, dedicamos o primeiro semestre letivo a
compartilhar com os colegas e estudantes os novos equipamentos, materiais
e dispositivos recebidos recentemente pela nossa escola – entre estes
materiais, está o kit de robótica. Como articuladoras de inovação, no primeiro
semestre de 2023 participamos de três formações dedicadas ao kit de
robótica: uma em março, outra em abril e a última em junho. Nas formações,
aprendemos as funcionalidades dos robôs, bem como as possibilidades de
uso dos tapetes pedagógicos; também, exploramos o site da Escola Maker e
compartilhamos experiências entre diferentes escolas.
A partir de cada um desses encontros com a Escola Maker, promovemos,
através do Espaço Inovação e da nossa escola, formações ao longo do

32
Fonte: Acervo Escola Maker.

primeiro semestre letivo. Nosso intuito foi compartilhar aprendizagens e


experiências com o uso dos robôs com os professores de nossa escola,
inicialmente em um movimento de apresentação e familiarização com o
objeto “robô”, além de mostrar as possibilidades de uso dos tapetes
pedagógicos em sala de aula.

Formações na Escola

Tendo em vista que o público-alvo dos kits, por orientação da nossa


Secretaria de Educação, são os estudantes da Educação Infantil e das turmas
de 1º ano, iniciamos nosso compartilhamento com as professoras-referência
dos pequenos. Aproveitando um sábado de formação do calendário escolar,
na manhã do dia 1º de abril de 2023 realizamos um encontro com as
professoras da Educação Infantil para uma apresentação do kit de robótica.
Pensando em já sensibilizar as professoras para a prática em sala de aula, a
articuladora Susana, seguindo o caderno de atividades que acompanha os
kits, realizou uma “entrega significativa” do robozinho para as colegas
presentes. Como estava uma manhã fria, o robô foi enrolado em uma
mantinha e foi dito às professoras que estávamos recebendo uma visita.
Quando o robozinho foi apresentado, as colegas se surpreenderam e se
comoveram: ficaram curiosas com o robô, assim como as próprias crianças
ficam. Foi explicado que essa apresentação é um exemplo de como pode se
dar a entrega significativa do robozinho e que elas poderiam replicar com os
alunos, à maneira de cada uma, esse primeiro contato.

33
Nesse dia, após apresentação de um
vídeo com as funções básicas do robô,
as professoras puderam experimentar
seu manuseio, bem como seu uso nos
diversos tapetes e materiais. Duas
professoras da Educação Infantil
também fizeram o curso para utilizar o kit
de robótica, visando a auxiliar as colegas.
Uma delas, a professora Thamyres, do
JB2, já explora outros espaços da escola,
outras salas e até o pátio, onde ela
constrói com as crianças trajetórias
feitas de blocos de brinquedos, formando
túneis e corredores para estimular os
pequenos a trabalhar o pensamento
Fonte: Acervo Escola Maker. lógico e iniciar a programação com os
robozinhos.
Além dessa formação, no dia 13 de abril realizamos um encontro com a
coordenação pedagógica e com as professoras dos primeiros anos nos
mesmos moldes do que foi apresentado para as colegas da Educação Infantil.
Dessa vez, o robô entrou na sala do Espaço de Inovação a partir de uma
programação prévia e foi apresentado como nosso estagiário. Também
mostramos vídeos e apresentamos todo o material do kit de robótica,
deixando as professoras à vontade para explorar o material. No encontro, as
professoras-referência sugeriram que as volantes poderiam desenvolver com
as suas turmas, semanalmente, um trabalho com os robôs, provavelmente
pela falta de familiaridade com os robôs e pelo receio em levar uma
metodologia tão diferente para a sala de aula. Parte do nosso desafio será, ao
longo do ano, mostrar como o kit pode auxiliar no processo de letramento e
numeramento das crianças de forma cotidiana, além de instigar a
curiosidade das crianças e uma introdução ao pensamento computacional.
Durante o mês de junho, realizamos dois momentos de formação com os
professores do Ensino Fundamental (Anos Iniciais), aproveitando os dias de
alinhamento pedagógico na manhã de 13 de junho e na tarde do dia 27 de
junho. Vale ressaltar que nossa escola tem cerca de cem docentes e
aproximadamente 1.400 alunos, o que torna os momentos de formação ainda
mais desafiadores, pois precisamos lidar com uma grande diversidade de
focos e objetivos. Nesse sentido, optamos por realizar formações com grupos
menores, no intuito de possibilitar conversas mais direcionadas a cada nível
de ensino. No próximo alinhamento a ser realizado em agosto, planejamos
fazer uma formação com os professores do Ensino Fundamental (Anos Finais).
Tais momentos são cruciais para instigar a curiosidade da nossa equipe de
docentes, que poderão protagonizar novos projetos com o kit de robótica.

34
Robô Programável na Educação Infantil

Após essa formação inicial, a professora Silvia, da turma JB4, visitou o Espaço
de Inovação com seus alunos, motivada a iniciar um trabalho diferenciado
com as crianças. A turma foi recebida por nós duas e motivou o agendamento
de uma sequência de encontros com foco no robô programável, que
passaram a ser realizados semanalmente com apoio do nosso setor, tanto
nos encontros com a turma, com a professora Susana, quanto nos
planejamentos, com a professora Aline. Desta forma, iniciamos as entradas
em sala de aula na Educação Infantil.
As crianças se mostraram muito entusiasmadas com os robozinhos. Na
primeira visita, apenas um robozinho foi para a sala de aula, e logo foi
apelidado de “João, o robô-sapo”! A entrega significativa foi importante: o
robozinho veio dentro de um cesto de páscoa, um cesto-coelhinho, que
dissemos ser um presente do coelho de páscoa, o qual foi entregue na
ocasião. Junto a ele, foram colocados alguns biscoitos de páscoa, que os
alunos comeram ao final. As crianças adoraram e criaram um vínculo
imediato com o robozinho, iniciando a exploração sem maiores orientações.
Ao final, fomos dando as orientações quanto a teclas e funções na medida em
que iam perguntando ou quando era necessário.
No segundo encontro com a turma, o objetivo foi usar fantasias – as de festa
junina –, porém ainda chegavam alunos novos, que se mostraram muito
entusiasmados, então fomos repetindo as funções e introduzindo um
robozinho amigo, que recebeu o nome de “Flor”. Nesse dia, também
apresentamos o recurso de voz com o robozinho dizendo “cheguei”. É muito
interessante observar que, a partir dessa experiência, as crianças começam a
pensar sobre direções, ir para frente, ir para atrás, lados etc. Para melhor
locomoção dos robôs, utilizamos um quadro branco que havia sido
descartado, pois o piso das salas da Educação Infantil é frio e suas emendas
trancam o deslocamento. O quadro branco ficou como um tapete criativo.
Eles foram desafiados a fazer os robozinhos atravessarem de um lado para o
outro, e todos puderam experimentar essa tarefa.
Nos próximos encontros com o JB4, planejamos atuar mais especificamente
com as noções de espaço das crianças, trabalhando a partir da distância de
cada passo dado pelos robôs. Para isso, a turma vai utilizar régua ou barbante
para avaliar os passos e distância percorrida pelos amigos “João” e “Flor”.
Após a avaliação e familiarização com os passos e distância percorridos, as
crianças serão desafiadas a fazer uma corrida com os robozinhos, além de
programar, com a tecla “pause”, uma fala para a chegada ao término do
percurso. Por fim, a sequência desses encontros introdutórios pretende
trabalhar também as direções (direita e esquerda) com o auxílio da
professora de educação física. Para isso, a ideia é utilizar músicas para
explorar os movimentos na brincadeira “Dança dos Robôs”.

35
Planejando o Futuro

No segundo semestre, vamos


intensificar as visitas em sala de
aula com o objetivo de oferecer
suporte às professoras que não
participaram dos cursos de
formação para que possam
desenvolver, com as crianças, as
atividades relacionadas ao kit de
robótica. O trabalho com a docência
compartilhada potencializa as
iniciativas com metodologias
inovadoras e, por isso, é importante
reforçarmos tais parcerias.
Além das formações em grupos,
também estamos à disposição para
atendimentos individuais com os
professores, oportunizando o
planejamento em conjunto. Uma
das iniciativas para o próximo
semestre surgiu, por exemplo, de um
atendimento individual a uma
professora de matemática dos anos
finais.
Fonte: Acervo Escola Maker.

A professora Rita, que trabalha com oitavos e nonos anos, pretende introduzir
os robôs aos alunos maiores com nosso apoio, aproveitando os tapetes
pedagógicos e o robô para, além de solucionar problemas matemáticos de
forma mais lúdica e de trabalhar questões da geometria, introduzir o
pensamento computacional no dia a dia da sala de aula. O papel de
professoras articuladoras de inovação, assim como a existência, em nossa
escola, de um espaço físico próprio (que é o Espaço de Inovação e
Tecnologia), possibilita que sejamos uma ponte entre docentes e novas
tecnologias e metodologias.

36
Um Projeto de Todos e para
Todos!
----------------------------
Professora: Amanda Pereira Santos
Instituição de Ensino: EMEF Lauro Rodrigues
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses) e educação especial.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: iniciar a alfabetização
científica de forma lúdica e contextualizada através do projeto com o kit de robótica a
partir da observação e exploração do robô com o grupo; desenvolver noções de
robótica e programação de forma significativa (conceito, comandos e
programação); desenvolver noções de sentido e lateralidade ao identificar direções
(direita e esquerda, em cima e embaixo, etc.); desenvolver a percepção visual e a
imaginação acerca de como poderia ser o nosso robô através do registro
espontâneo; comparar e distinguir semelhanças através da análise do desenho de
como imaginavam ser o nosso robô e como observaram que ele realmente é;
expressar e compartilhar percepções e sentimentos em diferentes espaços e grupos.

O projeto “Investigando e Descobrindo mais sobre a Robótica com o robô


programável” no Jardim B2, com crianças de 5 a 6 anos de idade, teve início
de forma lúdica e convidativa. Primeiramente, as crianças receberam uma
carta endereçada à turma, que continha uma breve apresentação do novo
amigo que chegaria, um enigma a ser desvendado e duas imagens de partes
do nosso robô para que, de forma concreta, desenvolvessem a partir da sua
imaginação e percepções como seria, de fato, esse amigo que iria chegar.
Na sequência, a professora organizou uma roda com as crianças e lhes
entregou uma caixa que deveria passar de mão em mão para que as
crianças tocassem sem visualizar o que tinha dentro, chacoalhassem e
explorassem, aumentando sua curiosidade e trazendo diferentes
possibilidades e hipóteses. Depois, foi proposto um desenho sobre o que eles
achavam que poderia haver dentro da caixa. As crianças, ao final das
produções, apresentaram suas ideias e representações para os colegas e
proporcionaram um significativo momento de troca, comparações, risadas e
análises de semelhanças e diferenças entre suas primeiras impressões.

Fonte: Acervo interno da Escola.

37
E finalmente chegou a hora de conhecermos nosso mais novo amigo! Foi
assim que a professora apresentou o robô para turma, que estava repleta de
curiosidade e entusiasmada com as descobertas que chegariam junto com
ele. Cada um dos alunos pôde explorar, apertar os botões e conhecer seu
novo amigo livremente. Algumas falas significativas apareceram: “Nossa,
profe, ele é muito bonitinho, mas menor do que eu esperava. Nem sabia que
existiam robôs tão pequenos”, “profe, ele parece uma joaninha, olha que
amooooor! Dá até vontade de esmagar e não soltar mais”, “profe, ele anda
mesmo. Nossa, ele pode fazer o que a gente quiser?”, “eu acho que tenho uma
ideia, acho que nosso robô amigo precisa de um nome e estar presente em
todas as aulas. E já seeeei! Ele podia entrar na nossa chamada, né? Como
parte da turma”.
Mas após as explorações, surgiu uma dúvida: “profe, como a gente vai saber
o lado certo que ele tem que ir, se a gente não sabe direita e esquerda
ainda?”. Foi então que eles tiveram uma ideia: “e se a gente construir uma
pista, tipo a dos carros, para testar os comandos? Aí a gente vai ter que
acertar os lados para que ele não saia da pista”, e logo a professora comprou
a ideia das crianças para juntos elaborarem a pista com tintas, pincel e papel
pardo.
Logo depois, virou um espaço de experiência, testagem e trocas em
pequenos grupos, com as crianças fortalecendo noções sobre os comandos
do nosso robô amigo, explorando sentidos, esperando sua vez e aprendendo a
trabalhar em equipe. E assim, semanalmente, nosso querido “Roblox Colorido”
(nome carinhosamente dado pela turma) passou a ser parte significativa da
nossa rotina, proporcionando cada vez mais novos aprendizados e
engajamento das crianças.
A partir desse início divertido, brincante e convidativo, diariamente os
pequenos pediam a presença e propostas do nosso “Roblox Colorido”. Então,
além do nosso momento destinado à aprendizagem de novos conceitos da
linguagem científica e robótica, por meio de experiências planejadas para tal,
abrangendo nossos outros projetos e interesses das crianças, começamos a
inseri-lo em momentos diários da nossa rotina. “Roblox colorido” nos auxiliou
na chamadinha diária (através da gravação de áudio, sendo que as crianças,
uma por vez, gravavam o nome do colega e programavam o robô para ir até
ele, repetindo-se, assim, o processo até todas terem participado), em jogos
pedagógicos (como memória e relações entre figuras e letra inicial, números e
quantidades) e, ainda, foi solicitado como recurso no momento da pracinha,
em que a turma se organizava em grupos para criar contextos e enredos com
nosso robozinho, que fez parte não apenas de construções e descobertas,
como também de brincadeiras, possibilitando um vínculo e maior
familiarização com o objeto e suas funções, favorecendo a criação de novas
possibilidades e ferramentas, também, pelo olhar e criatividade das crianças,
tornando-se um projeto de todos e para todos.

38
Imaginando e Desenhando o
Robô em Sala de Aula
----------------------------
Professora: Renete Schleder dos Santos.
Instituição de Ensino: EMEF Décio Martins Costa.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: 1º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: explorar o robô de forma
compartilhada, para conhecer o programa e compreender a ideia de programação
através desta vivência lúdica; desenvolver a capacidade de movimentar o robô nos
tapetes, explorando a ideia de lateralidade, movimento e organização espacial;
contar e dominar a sequência numérica até 20, deslocando o robô conforme
numerais sorteados.

Num primeiro momento, foi


desenvolvida uma proposta de
motivação para a chegada do
robô na sala de aula. Para isso, a
turma recebeu uma carta do
amiguinho anunciando sua
chegada em breve e solicitando
que as crianças fizessem um
desenho sobre como o
imaginavam, a partir de
características descritas na carta.
Em outro dia, o robô chegou à sala
de aula numa caixa surpresa.
Então foi apresentado pela
professora e as crianças o
desenharam novamente, agora
como ele é realmente,
comparando esta com a primeira
versão imaginada. Nesse dia, todos
exploraram o robô, aprenderam
juntos como manipulá-lo e usaram
Fonte: Acervo Escola Maker. os tapetes de forma lúdica e livre.
Em outra oportunidade, foi proposta uma atividade mais dirigida, utilizando-
se o tapete dos numerais. Como recurso, além do tapete, foram usadas fichas
com os numerais que eram sorteadas pelas crianças. Nessa atividade, elas
deveriam fazer o caminho até o número sorteado, programando o robô e
atentando para desafios propostos pela professora.

39
Competição de Robôs
----------------------------
Professora: Renata Muller dos Santos.
Instituição de Ensino: EMEF Presidente João Belchior Marques Goulart.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses) e alunos do 3º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: desenvolver o pensamento
computacional e programação básica, incentivar o letramento digital e o
pensamento lógico, motivar o aluno protagonista, aprender a trabalhar em grupo e
de forma cooperativa, reconhecer numerais e nomes.

Realizei práticas com turmas do 1º ano também, que exploraram e


desenvolveram muitas habilidades com programação básica.
A prática foi desenvolvida com uma turma de Jardim B. Inicialmente,
apresentamos o robô programável aos estudantes. A maior expectativa foi em
colocar a mão e ouvir os barulhinhos dos botões. Foram apresentados os
botões e suas funções.
Inicialmente, trabalhamos com o JB com apenas um robô para propor o
desafio, sendo a turma composta por 16 crianças. Todas se sentaram em
círculo e as professoras colocaram as fichas dos nomes nesse círculo. Cada
nome de estudante ficou disposto no chão e, então, iniciou-se a chamadinha.
Assim, todos tinham que ajudar o aluno que foi chamado a levar o robô
programável até a ficha do seu nome. Foi uma verdadeira diversão! As
crianças curtiram e aprenderam a pensar coletivamente, usando o
pensamento lógico, organização e muitas estratégias. Claro que, nesse
momento, foi necessária a mediação dos professores.
As crianças do jardim mostraram-se atentas e conectadas ao momento.
Desenvolveram o raciocínio lógico e, ainda, fizeram algo que normalmente
realizam todos os dias, que é o caso da chamadinha, porém de uma maneira
bem diferente e especial.
Outro momento importante com o Jardim B foi o jogo do Robô Junino! As
crianças decoraram os Robôs João e Maria para a Festa Junina! Recortaram
os enfeites levados pelas professoras. Após, as crianças se sentaram em roda
e foram colocados os números de 1 a 5 ao redor da mesa. Foi escolhido um
estudante para iniciar e ele era o programador chefe que atirava o dado
(simples) e deveria pensar como o robô deveria ir até o seu objetivo. Esse
chefe comandava o programador do robô com as cartinhas (que vieram nos
kits). O programador chefe devia mostrar a carta para o programador do
robô, indicando para qual lado ou direção deveria seguir e quantos passos
dar.

40
A segunda prática foi realizada com uma turma do 3º ano do Ensino
Fundamental. Colocamos o nome de “Competição de Robôs”! Criamos uma
grande arena com duas mesas grandes, grudadas uma na outra. Após, cada
estudante se colocou em volta da mesa. Apresentamos então o robô
programável, seus botões e suas funções. Criamos testes fictícios e desafios. E
então havia chegado o momento do desafio real!
Os estudantes se dividiram em duplas ou trios, fechando 7 grupos! Cada
grupo recebeu o seu robô e nele poderiam colar “post-its” com o nome dado
pelo grupo. Começamos com os robôs no início da mesa, local de partida.
Cada grupo jogava um dado que foi preparado pela professora com os
números de 1 a 3 e as setas (para frente, para o lado e para trás). Foi então
dada a largada.
Cada grupo atirava o dado e tinha que programar o robô de acordo com o
comando do dado. Foi uma verdadeira competição, com torcida e muito
raciocínio. Algumas vezes era necessário que o robô voltasse e o grupo
precisava conversar para que a programação fosse acertada.
Crianças criativas, muito trabalho em equipe e grandes pensadores!
Para chegar à escolha e planejamento dessa atividade, foi necessário
observar o perfil da turma. Percebe-se ser uma turma mais agitada, mas
muito potente. Gosta de desafios e topam todas! Vimos que a competição iria
dar uma mexida em todos e motivá-los a ganhar. Claro que foi necessário
muita conversa e conscientização.
Nas duas práticas escolhidas para relatar, foi observado interesse pelo novo,
boas habilidades, senso crítico dos estudantes, que se mostraram
organizados e motivados. O planejamento contou com a participação da
professora regente da turma do Jardim B, Andrea Teixeira Rodrigues, e da
professora da turma 32, Maria de Lourdes Gattiboni.

Fonte: Acervo interno da Escola.

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O Chefe Mandou!
----------------------------
Professora: Bianca Costa da Conceição Vidarte.
Instituição de Ensino: EMEI Jardim de Praça Patinho Feio.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: estimular o pensamento
computacional, proporcionar experiências lúdicas, incentivar e potencializar
propostas envolvendo o raciocínio lógico, apoiar e otimizar o uso das tecnologias na
aprendizagem.

Realizamos a brincadeira “O Chefe Mandou”, na qual as crianças deveriam


lançar dois dados, um com números e outro com letras. Depois encontrar no
tapete onde estava o quadrado com o número e letra sorteados, ver que
imagem continha e, depois, fazer a ação que nela aparecia. Inicialmente o
grupo não pareceu muito interessado, porém, como alguns quiseram
continuar jogando, foram empolgando os demais, que retomaram a
brincadeira.
A partir desse momento, todos passaram a brincar e não queriam mais
parar. Após algumas rodadas, houve crianças que passaram a olhar
diretamente para a linha onde a letra estava e contar os quadrados sem
precisar ir até o número no topo da coluna.

Coelhinho ou Joaninha?
----------------------------
Professora: Priscilla da Silva Souza.
Instituição de Ensino: EMEF Presidente Vargas.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses); 1º, 2º, 3º e 4º anos do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: desenvolver o raciocínio lógico,
trabalhar em equipe, respeitar as regras de utilização (não pisar no tapete, guiar o
robô apenas nos botões), resolução de problemas, entre outros.

Foi incrível apresentar esse kit para as crianças! Cada grupo o explorou de
uma forma diferente: o primeiro grupo a conhecer a “tartaruguinha” foi o JB.
Exploramos os tapetes e transformamos o robô em coelhinho! Foi muito
divertido e especial!
Outro grupo que gostou muito foi a minha turma, a 42. Lá, exploramos muito
os tapetes, utilizamos as cartinhas, fizemos roupinhas e utilizamos os celulares
para movimentar o robozinho. A turma 31, em todos os nossos encontros, pede
muito para utilizar a “Joaninha” (nome dado pelos alunos) e, até mesmo
quando o nosso encontro envolve outra proposta, o amor deles pela Joaninha
é enorme.

42
O Robô e a Copa do Mundo
de 2022
----------------------------
Professora: Daniela Diniz Dahm.
Instituição de Ensino: EMEF Chico Mendes.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: 3º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: valorizar a Copa do Mundo,
vivenciar o trabalho coletivo, identificar as características das bandeiras dos países,
desenvolver a empatia, desenvolver o pensamento computacional, estimular a
inteligência emocional e compreender a cultura dos países.

A apresentação inicial do robô para a turma do terceiro ano foi realizada


através de uma caixa de presente, fato que gerou muita curiosidade e euforia.
Na ocasião a turma, ao conhecê-lo, realizou a escolha do seu nome, o que se
deu por votação registrada em um gráfico. No início, fizeram uma exploração
livre, utilizando os comandos, brincando de corrida de robôs, fazendo e
refazendo os comandos, o que gerou muitos risos.
A turma era composta por vinte e sete alunos e as atividades foram
realizadas em grupos. Anterior à utilização dos robôs, os educandos fizeram
atividades alusivas à Copa do Mundo, explorando a cultura e a localização
dos países. Os educandos conheceram a cultura do país-sede (Catar),
através de pesquisa no Google Earth. Exploramos os países participantes no
mapa-múndi, destacando informações como localização geográfica,
bandeira, idioma e cultura. Foi realizado o jogo da memória com as bandeiras
de alguns países. Finalizamos o trabalho com o jogo no tapete criativo com as
bandeiras de alguns dos países participantes da Copa do Mundo.
Ao explorar as bandeiras dos países, os educandos despertaram a
curiosidade em aprender mais sobre cada um deles e tiveram a oportunidade
de conhecer e compreender um pouco da cultura e tradições de cada nação.
Ao realizar essa atividade de exploração das bandeiras, os educandos
desenvolveram a habilidade de identificar visualmente cada país conhecendo
cada símbolo patriótico. O objetivo era que as crianças programassem o robô
(Fofinho) para que chegasse à bandeira do Brasil. Nessa exploração, eles iam
lendo os nomes dos países durante a trajetória e apontando juntos uma
melhor programação para alcançar o objetivo. Muitas ideias surgiram no
coletivo a respeito de qual caminho deveriam seguir, fazendo com que as
crianças se envolvessem com entusiasmo.

43
Fonte: Acervo interno da Escola.

O pensamento computacional esteve presente em várias situações do jogo,


como na criação de sequências orais para chegar até a bandeira do Brasil,
criando um algoritmo próprio; usando a decomposição quando organizaram
as etapas para seguir o caminho mais curto da rota; utilizaram a abstração
quando traçaram mentalmente, junto com os colegas, o caminho a percorrer;
trabalharam com a resolução de problemas quando se questionaram sobre
qual era a programação que deveriam utilizar. Os “erros”, como eles diziam,
podiam ser apagados, e isso gerou um controle emocional por grande parte
dos educandos, que voltavam à programação algumas vezes até acertar o
caminho.
De início, somente duas crianças não quiseram participar do jogo, alegando
estarem com medo de errar. Mas, aos poucos, foram integrando o grupo com
o apoio dos colegas. As crianças traçaram o caminho apontando-o com os
dedos sobre o tapete e, várias vezes, alertavam os colegas sobre a melhor
programação a fazer. As discussões entre as crianças foram espontâneas e,
com muita criatividade, traçaram suas rotas dividindo suas descobertas com
os colegas. A cooperação no trabalho em grupo também foi desenvolvida
nessa atividade, pois o fato de ter que esperar a vez do colega fez com que
também exercitassem a empatia, principalmente quando viam que um
colega não tinha entendido os comandos e se dispunham a ajudar.
A turma se envolveu bastante no projeto, cooperando entre si e ajudando os
colegas que tiveram maiores dificuldades. O pensamento computacional
mostrou ser uma habilidade importante no mundo atual, pois, além de
promover o raciocínio lógico, estimula a resolução de problemas e desenvolve
o pensamento crítico e a inteligência emocional. Para além de uma atividade
envolvente e divertida, o trabalho com educação Maker desenvolve
habilidades que preparam os educandos para vencer os desafios da
atualidade com leveza, excitando o pensamento nas diferentes áreas do
conhecimento.

44
Caça ao Tesouro do
Minecraft
----------------------------
Professora: Larissa de Lima Silva
Instituição de Ensino: EMEI JP Pica pau Amarelo
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: Crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: deslocar seu corpo no espaço,
orientando-se por noções como para frente, para atrás, no alto, embaixo, dentro, fora
etc., ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.

Neste encontro, a turma foi convidada a participar de uma caça ao tesouro


do Minecraft, em que eles tinham um mapa do jogo com o percurso e a
imagem das pistas que estavam espalhadas pela escola.
O grupo deveria trabalhar junto para encontrar o tesouro guardado pelo
Creeper (robô e cartões do kit da Escola Maker). O tema da entrega
significativa para o primeiro contato dessa turma com o robô do kit de
robótica surgiu do fato de as crianças, em seus momentos de roda e
brincadeiras, falarem muito sobre o universo do jogo Minecraft, sobre seus
personagens e formas de jogar tanto no modo aventura quanto no modo livre.
Desta forma, criei no Canva um mapa do tesouro com personagens do jogo
que estariam também nos cartões das pistas; e, para haver maior
durabilidade, depois de impresso o mapa foi plastificado.
Como a proposta foi realizada com uma turma de Jardim B com crianças de
cinco anos, todas as pistas continham fotos dos lugares da escola onde a
próxima pista estaria. No dia escolhido para a realização da proposta, escondi
todas as pistas em locais bem difíceis na sala da turma e no pátio da escola.
Na roda, fizemos a chamada e, após, retomei com eles seus personagens
favoritos do Minecraft, perguntando se existiam outras maneiras de jogar o
modo aventura além do videogame. Eles responderam que podiam jogar
também no Roblox, mas não poderia ser jogado sem ser em algum aparelho
digital. Questionei quais itens eram necessários no modo aventura e todos
responderam que o mais importante era o mapa, que nele os alunos viam
onde estavam os itens que precisavam achar para passar por cada fase.

45
Neste momento, apresentei o mapa e a turma logo ficou em êxtase porque
identificaram nele a foto da escola e foram nomeando alguns dos
personagens que estavam ali presentes. Expliquei que iríamos fazer uma caça
ao tesouro do Minecraft, que as pistas estavam espalhadas pela escola e
cada uma delas teria a foto do próximo local, além de que, no último lugar,
haveria um tesouro. As duas primeiras pistas estavam na sala, uma presa à
porta de um armário e a próxima, atrás da estante de brinquedos. A primeira
foi fácil de achar. A partir da segunda que o jogo ficou mais difícil. Para ajudá-
los, fui dando pistas, como: “está quente, agora esfriou, está pegando fogo,
etc.”.
Eles estavam muito envolvidos. Uma atitude interessante do grupo foi que, a
cada pista encontrada, eles se reuniam em roda antes de abrir a pista para
que todos vissem ao mesmo tempo. Depois corriam para o próximo local
mostrado na foto. Os próximos locais estavam no pátio, dentro das panelas,
do fogão da casinha, embaixo do brinquedão. Quando uma pista demorava
muito para ser encontrada, eles se reuniam novamente para analisar a foto,
buscando algum detalhe que eles não tinham percebido.
A previsão de tempo da caça era de dez minutos, mas acabou durando
vinte minutos até encontrarem o tesouro: os dois “Creepers” (duas caixas de
cápsulas de café que foram pintadas para ficarem iguais aos personagens do
jogo, sendo que, dentro delas, estavam o robô e as cartas de comando).
Após encontrarem todas as pistas e o tesouro, voltamos para a sala de aula
para revelá-lo. Eles se apaixonaram pelo amiguinho tecnológico e já
começaram a pensar em um nome para ele. Apresentei o robô mostrando
todos os botões e como cada um funciona; depois, as cartas de comando que
servem para pensar e organizar o modo como nosso amiguinho pode passear
e realizar desafios. Após, eles puderam explorar o material na sala de aula e
cada um teve a sua vez.
A turma do Jardim A assistiu a toda a movimentação do Jardim B na
procura das pistas e pediu para fazer a caça ao tesouro também; e,
considerando que as crianças da outra turma não tinham visto os tesouros, foi
possível realizar a mesma proposta de entrega significativa para com elas.

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A A p l i c a b i l i d a d e d o s K i ts d e
Robótica em uma Escola
para Surdos
----------------------------
Professora: Ariadne Leal Wetmann.
Instituição de Ensino: EMEF de Surdos Bilíngue Salomão Watnick.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: Crianças pequenas (de 4 anos a 5
anos e 11 meses) e Ensino Fundamental.

Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida:


(EI02EO06) Respeitar regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras.
(EI03ET05) Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e
diferenças.
(EI03CG05) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus
interesses e necessidades em situações diversas.
(EF02CO03) Identificar que máquinas diferentes executam conjuntos próprios de
instruções e que podem ser usadas para definir algoritmos.
(EF01CO01) Organizar objetos físicos ou digitais considerando diferentes
características para esta organização, explicitando semelhanças (padrões) e
diferenças.
(EF02CO01) Criar e comparar modelos (representações) de objetos, identificando
padrões e atributos essenciais.

O seguinte relato traz um pequeno compilado de algumas práticas iniciais


com o robô programável em diversas turmas de todas as faixas etárias em
uma escola bilíngue para pessoas surdas em Porto Alegre. Estou no setor de
Articulação de Inovação da escola e, portanto, fui encarregada de fazer as
formações, orientar o corpo docente e desenvolver atividades nas turmas
conforme minhas colegas tivessem disponibilidade e aceitassem a parceria.
A EMEF de Surdos Bilíngue Salomão Watnick é uma pequena instituição da
Rede Municipal de Porto Alegre, contando com cerca de 40 alunos. As
particularidades da escola se devem ao público surdo que a frequenta e à
proposta de ensino voltada para esses estudantes, o bilinguismo (instrução
em Libras e escrita em língua portuguesa). Também é preciso mencionar que
boa parte do alunado é composto por pessoas surdas com condições
adicionais (autismo, deficiência intelectual, motora, etc.). Em vista desses
fatos, as turmas são muito pequenas (de 1 a 5 alunos) e a abordagem traz
várias peculiaridades e alguns desafios.

47
Após a chegada do robô durante o ano passado, a primeira proposta foi
apresentá-lo às turmas de adolescentes da escola, pois o setor de inovação
mantinha um horário de robótica no contraturno com as turmas de séries
finais de então – 61 e 81. O grupo era composto por cinco estudantes em uma
etapa muito inicial do aprendizado da robótica, essencialmente desplugada.
Naquele primeiro momento, não julguei necessário elaborar uma entrega
significativa em vista da faixa etária – em retrospecto, minha escolha teria
sido diferente, pois creio que uma oportunidade de enriquecimento desses
primeiros contatos foi perdida.
Desenvolvemos principalmente algumas atividades de desafios, nas quais
um(a) aluno(a) apontava qual objetivo em algum dos tapetes o(a) colega
deveria atingir. Usamos os cartões para orientar a programação em outras
situações, dispondo-os ao longo do caminho pretendido para entender
melhor como deveriam proceder. Outra atividade desenvolvida foi após uma
vitória da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo do Qatar. Escrevi com
caneta de quadro branco ao longo do tapete criativo os principais
acontecimentos da partida: início, gols e final. O desafio era programar o robô
para percorrer todos os pontos e chegar ao encerramento. Neste ano, a
participação no contraturno ficou prejudicada por diferentes motivos,
levando-nos a transferir os encontros para dois períodos do turno de aula, de
forma interdisciplinar. Em uma das atividades, a turma de séries finais da EJA
da manhã estava presente – assistimos vídeos em língua de sinais
contextualizando a robótica no cotidiano, partindo para a experimentação
com o robô e o tapete da cidade. Seguiremos aprofundando as propostas ao
longo do ano.
Ainda no ano passado, surgiu a oportunidade de apresentar o kit de robótica
à turma do Jardim quando precisei substituir a professora regente. Nessa
ocasião já me preparei para fazer uma entrega significativa, porém vários
pontos que seriam importantes na apresentação do robô a uma turma de
crianças pequenas ouvintes precisaram ser adaptados à nossa realidade. A
questão mais óbvia é o uso da fala, que não ocorre com as crianças surdas,
mas é preciso ter em mente que elas, muitas vezes, chegam à escola também
sem ter adquirido a Libras, pois é comum as famílias não saberem e não
fazerem uso dessa forma de comunicação. Dessa forma, a interação é muito
física e mesmo gestual, pois a utilização dos sinais é parcimoniosa,
preferindo-se mostrar do que dizer.

48
Como eu sabia que a sala dispunha de uma poltroninha infantil, percebi que
seria uma boa “cama” para o novo “amigo”. Peguei uma capa de TNT utilizada
no espaço de inovação para tapar a impressora 3D e deixei o robô em cima
do móvel, envolto no tecido. Quando as crianças chegaram (um menino e
uma menina), chamei-as para indicar que havia algo de diferente na sala.
Instiguei-as a mexer na capa e elas encontraram o robô. A noção de que o
“amigo” estava “dormindo”, para ser “acordado” ao ligar o botão na parte
inferior, foi fácil de transmitir e elas entraram na brincadeira. Encantaram-se
com as luzes. Deixei-as explorar os botões de forma bem livre em um dos
tapetes. Naquele dia, a menina veio um pouco irritada de casa e, por vezes, se
recusava a continuar participando, então, após algum tempo, percebi a
necessidade de mudar um pouco de atividade para contornar a situação.
Aproveitei para avisar que o amigo estava cansado e precisava dormir,
tapando-o na poltrona. O menino, que se encantou mais, voltava de tempos
em tempos à poltrona para acordá-lo, às vezes fazia uma pequena
encenação, como se estivesse conversando com uma criança que acabara
de despertar, e ligava o botão. Sucesso total!
Após os “balões de ensaio” acima e no decorrer dos encontros das
formações da Escola Maker, iniciei as articulações para levar um momento de
robótica semanal às turmas da tarde neste ano. A partir da demanda das
professoras, passei a atender três turmas: uma de Jardim; uma de 1° e 2° anos
(na qual o menino atendido no Jardim em 2022 se encontrava); e uma de 3°,
4° e 5° anos.
A turma de 1° e 2° anos foi a primeira na qual entrei. Iniciei com um vídeo
muito simples, editado a partir de GIFs de robôs encontrados na Web – tanto
reais quanto fictícios. Após, convidei as duas meninas e o menino da turma a
caminharem como robôs da sala da projeção até a sala de aula. Utilizei o
mesmo mecanismo de entrega significativa do ano anterior, para deleite do
menino, que se lembrava bem do “amigo”. Ao contrário de turmas de ouvintes,
o foco nesse momento inicial não estava em batizar o brinquedo, nem com
um sinal da Libras e, muito menos, com um nome, pois o domínio das crianças
ainda é incipiente. Concentramo-nos, eu e a professora da turma, em deixá-
los explorar; depois, começamos a lhes mostrar como contar os espaços
necessários para chegar aos objetivos e alternar os turnos de brincadeira,
respeitando os(as) colegas. A atividade da semana seguinte foi de pintura
livre das roupinhas de colorir, sempre encaixando uma pequena narrativa em
cada encontro. Temos avançado muito e explorado diversas possibilidades
oferecidas pelo kit.

49
Com as duas outras turmas, a de 3° a 5° ano e o Jardim, a frequência tem
sido um tanto prejudicada pelas ausências dos alunos e por algumas
atividades e intercorrências. Entretanto, alguns encontros muito ricos já
aconteceram. Na turma de 3° a 5° ano, a entrega significativa ocorreu em dois
momentos, um similar ao proposto no outro espaço e outro a partir de um
jogo de “caça ao tesouro”, em que foram sorteadas as cartas direcionais do
kit. Em outros momentos, foram usados os tapetes de formas e o da cidade,
reforçando o trabalho da professora-referência com formas geométricas e as
narrativas em Libras.
O Jardim conta atualmente com um menino. Após uma entrega significativa
similar à descrita anteriormente, os encontros nessa turma se concentram na
experiência e no lúdico, tendo sido também explorados o imã e o desenho
com canetinhas pelo robô. O menino gosta muito de trazer outros brinquedos
para os tapetes, fazendo uma espécie de gestualidade de conversas entre os
brinquedos e o robô, além de integrar as ações a outras brincadeiras, como
imitar um caixa de supermercado. Ele tem absorvido cada vez mais a
programação, mas ainda não fixou bem alguns procedimentos e se cansa
rapidamente. Entretanto, as experiências e aprendizagens continuam sendo
bastante enriquecedoras.
Além dessas atividades, propus iniciar o trabalho com a turma da manhã
EJA Projeto. Trata-se de uma turma dedicada ao alunado adulto com
deficiências significativas associadas à surdez e/ou aprendizado muito tardio
da Libras. Iniciei com o vídeo mencionado anteriormente e propus uma
interação de expressão corporal, fazendo-os imitar os movimentos que viam,
algo que executaram com muito gosto. Depois disso, comecei a mostrar o
robô com os alunos ao redor de uma mesa redonda, instigando-os a mandar
o robô até algum(a) colega do lado oposto ou para mim. Uma diferença
curiosa em relação às crianças é que a primeira atitude das pessoas mais
velhas é mais receosa: ficam apreensivos com a possibilidade de apertar os
botões errados ou deixar o dispositivo cair, o que logo foi desmistificado pelo
exemplo, mas, ainda assim, é um pequeno desafio inicial. Também usamos o
tapete da cidade.
Por fim, outras professoras e eu também oferecemos um momento
integrado para as turmas da manhã. Após uma sessão do filme “Wall-E”,
propusemos que cada um construísse seu “robô” de sucata. Posicionei o
tapete criativo em frente a uma maquete preexistente e mostrei figuras
impressas a partir dos objetos colecionados por Wall-E. Cada aluno deveria
escolher quais objetos e o itinerário para um(a) colega seguir, posicionando
as impressões ao longo do tapete, sendo o ponto final sempre próximo à
maquete. Utilizando o acessório do robô, cada um conseguia empurrar seu
robô de sucata pelo caminho ao qual foi desafiado. Nossa impressão foi muito
positiva, principalmente em relação à autonomia e à criatividade na
construção com a sucata e à determinação para acertar a programação.

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Euforia na Sala de Aula!
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Professoras: Bárbara Montelli e Jéssica Fonseca do Couto.
Instituição de Ensino: EMEF Aramy Silva.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: 2º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: familiarizar-se com os
comandos do robô programável, perceber a importância da escuta e atenção para
dar contexto aos comandos do robô, entender as coordenadas de linhas e colunas
para o deslocamento espacial através de células.

A prática foi realizada em uma


turma de segundo ano, no dia 19/07.
Inicialmente, os alunos foram
apresentados aos dois robôs e
escolheram os nomes Bob e Jack
para chamar seus novos amigos.
Como estávamos em duas
professoras, dividimos a turma em
dois grupos e, usando o tapete de
cidade, um aluno por vez pôde levar
o robô para passear seguindo os
desafios lançados pela professora.
Funcionou como rodadas, pois o
objetivo era que cada um pudesse
experienciar pelo menos duas vezes
a programação dos comandos
Fonte: Acervo interno da escola.
para familiarização.
Tivemos um pouco de dificuldade com a euforia inicial que esse recurso
causou, pois é algo totalmente novo para a turma, mas, ao longo das rodadas,
os alunos começaram a perceber que era necessário esperar e prestar a
atenção. Começamos falando o “local” que ele precisaria visitar e os alunos se
guiavam apenas pelas imagens. Em seguida, falávamos apenas as
coordenadas da célula.
Avaliamos que já podemos avançar com o uso do kit de robótica no retorno
do recesso para que, aos poucos, ele faça parte do cotidiano das aulas. Além
disso, estamos planejando apresentar esse recurso para outras colegas que
não fizeram a formação.

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O Desenvolvimento dos
Direitos de Aprender,
Conviver, Brincar,
Participar, Explorar,
Expressar e Conhecer-se
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Professora: Mary Lúcia Pedroso Konrath.
Instituição de Ensino: EMEI Maria Marques Fernandes.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: explorar através de
experiências lúdicas a construção dos conhecimentos referentes à programação dos
robôs e seus deslocamentos, utilizando o pensamento computacional e
programação na resolução de problemas com as turmas dos jardins A e B.

As atividades desenvolvidas com os robôs programáveises aconteceram


com as turmas dos jardins da EMEI Maria Marques Fernandes no início do ano
de 2023. De início, as crianças se organizaram em rodinhas para conversar
sobre o que é tecnologia e como ela faz parte de nossa vida. Interessante ver
que elas achavam que a tecnologia estava restrita aos equipamentos
eletrônicos; e, ao se darem conta de que estamos rodeados de tecnologias,
começaram a refletir sobre nosso cotidiano.
Nas primeiras atividades, as crianças descobriram e exploraram os robôs,
iniciando o processo de dar vida a eles, pensando em como poderiam ser
chamados, qual seria o seu nome.
Ainda, no reconhecimento de seu funcionamento, as crianças programavam
e viam o resultado. Por vezes, não conseguiam esperar para ver os
movimentos dos robôs, dando uma empurradinha nele. Assim, fomos
explorando e aprendendo sobre os movimentos dos robôs programados por
nós, crianças e adultos.
Estamos em processo de aprendizagem de exploração dos robôs, seu
funcionamento e deslocamentos nos tapetes. Escolhemos a fantasia que
queríamos colocar neles e o próximo passo. Continuamos a utilizá-los nos
tapetes, observando e registrando seus deslocamentos, aprofundando o
pensamento computacional.

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As crianças, entusiasmadas, então fizeram a corrida dos robôs e a
aprendizagem virou pura diversão. Ainda estamos em processo de outras e
novas construções com a exploração dos robôs.
Nossos direitos de aprender, conviver, brincar, participar, explorar, expressar
e conhecer-se são desenvolvidos na medida em que o trabalho é feito em
pequenos grupos, com os alunos ajudando uns aos outros enquanto os robôs
são observados e exploradas todas as potencialidades das crianças. Foram
muitas as interações efetuadas pelas crianças no uso dos robôs com a
mediação das educadoras.

Cores e Robôs
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Professora: Juliana Francielly Reis Oliveira.
Instituição de Ensino: EMEI Parque dos Maias.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças bem pequenas (de 1 ano e
7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: associar o projeto da turma
com a tecnologia a fim de estreitar conhecimento de uma maneira diferente.

Nossa prática foi relacionada e combinada através dos projetos abordados


em cada turma: M1, M2, JA e JB. Os diferentes assuntos foram contemplados
no tapete ao qual conseguimos incluir imagens que aludiam ao projeto
abordado.
M1 – O robô tinha de levar as partes do corpo para o lugar indicado no tapete.
M2 – Cada criança tinha de programar o robô para ir a uma obra indicada da
Tarsila do Amaral.
JA – Primeiramente, era feita uma pergunta sobre alguma mistura de cor.
Então os alunos tinham de levar o robô ao local onde estava a combinação
certa de ambas as cores.
JB – Na tela interativa da sala, as crianças tinham de identificar o som de
algum elemento da natureza: fogo, ar, água ou terra. E assim que
adivinhassem, tinham de programar o robô até o símbolo que indicava o
fenômeno.

Fonte: Acervo Escola Maker.

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Conhecendo o Novo Amigo!
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Professora: Patricia da Silva Teixeira Riger.
Instituição de Ensino: EMEI da Vila Nova São Carlos.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças bem pequenas (de 1 ano e
7 meses a 3 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: explorar novas tecnologias,
orientando-se por noções espacial como ir para frente e para atrás.

As crianças foram convidadas a explorarem o robô. Manusear, sentir o peso


e o material de que é feito, observar seu formato, enfim conhecê-lo. Após esse
primeiro contato das crianças com o material, convidamo-las a levá-lo para
passear pela sala, indo para frente e para trás, movimentando e
programando o robô.

Colhendo Cenouras com o


Robô programável
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Professor: Leonardo Rocha de Almeida.
Instituição de Ensino: EMEF Sen. Alberto Pasqualini.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: 2º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: identificar o caminho que o
robô deve percorrer para coletar as cenouras.

As atividades com o robô programável são desenvolvidas conforme a


solicitação dos docentes, sempre na perspectiva de que cada docente pode
adicionar a interação com o robô programável em suas práticas. Nesse caso
foram ofertados, via grupo de WhatsApp do turno da manhã, alguns horários
para atividades referentes à Páscoa com os estudantes. Nessas atividades, foi
apresentado o robô com a fantasia de coelho e algumas cenouras que
estavam espalhadas no tapete número 5.
As crianças tiveram que primeiro pensar sobre qual era o melhor caminho
para pegar a primeira cenoura. E depois foram desafiadas a realizar a prática
de identificar caminhos possíveis para pegar todas as cenouras do tapete. Ao
final, elas precisaram registrar onde estavam as cenouras e o passo a passo
da configuração do robô programável para atingir o objetivo. O registro foi
feito na folha disponibilizada na plataforma online. A prática foi feita com
alunos da turma 23 da professora Jaqueline.

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As Aventuras de Jerry nos
Maternais e Jardins da
Infância!
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Professor: Daiane Hanzen Frank.
Instituição de Ensino: EMEI Valneri Antunes.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças bem pequenas (de 1 ano e
7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: respeitar regras básicas de
convívio social nas interações e brincadeiras; ampliar as relações interpessoais,
desenvolvendo atitudes de participação e cooperação; comunicar suas ideias e
sentimentos às pessoas e grupos diversos; criar movimentos, gestos, olhares e
mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como dança, teatro e música;
utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante
brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musicais, festas; dialogar com
crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos e opiniões;
estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades;
observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre
eles, em experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

As práticas vêm sendo desenvolvidas nas turmas de Jardim A e B, assim


como nas turmas de Maternal 1 e Maternal 2. Primeiramente, realizei a
atividade para que as crianças pudessem conhecer o novo amigo “robô”.
Organizei a turma em roda e disse que tinha uma grande surpresa a eles, que
era um novo amigo. As crianças ficaram superempolgadas e curiosas para
descobrir a surpresa.
Eu havia colocado o robô dentro de uma caixa e passei pela roda para que
cada criança “espiasse” dentro da caixa seu novo amigo. Foi incrível ver a
reação de cada criança: uns faziam cara de espanto, outros demonstravam
um grande sorriso e alguns já queriam tirar da caixa. Após todos visualizarem.
Fui lançando questionamentos ao grupo sobre como era esse novo amigo, e
as crianças foram dizendo as características que observaram. Uns diziam que
era cinza e tinha botões; uns diziam que era colorido.
Por fim, tiramos da caixa e todos puderam ver o robô e mexer nele, enquanto
ele ia passando de mão em mão. Em seguida, foi proposto grupos de quatro
crianças para manusearem o robô ligado, descobrindo suas funções por meio
da exploração e troca de experiências. As crianças ficaram encantadas ao ver
o robô se mover pelo chão. E quando descobriram que o robô também podia
falar através da gravação de voz, ficaram muito contentes tentando fazer o
robô repetir seus nomes.

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Após essa primeira dinâmica, muitas outras foram sendo realizada e ainda
serão. As turmas foram convidadas a pensarem e escolherem um nome ao
novo amigo. A turma do JA1 escolheu o nome “Jerry”. A cada proposta, as
crianças demonstram grande interesse pelo robô programável e, a cada dia,
aprendem e se familiarizam com as funções de programação do mesmo.

Música, Michael Jackson e


Robótica Educacional!
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Professora: Daniele Zelanis Paz.
Instituição de Ensino: EMEF Jose Loureiro da Silva.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: 3º ano, 7º ano e 8º ano do Ensino
Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: gerar integração entre as
turmas.

Minha turma é composta por alunos de várias faixas etárias. Para apresentar
o robô e começarmos a “brincar”, conhecendo melhor essa novidade,
escolhemos uma música para que os alunos pudessem coreografar. Nossa
escola é muito musical e temos alguns grafites do Michael Jackson
espalhados pela mesma.
Música escolhida, tempo marcado: era hora de acertar os passos. Fizemos
máscaras para os robôs com o formato do rosto do Michael em diferentes
épocas. Fizemos os treinos com recursos que iam de dois a seis robôs. Foram
duas apresentações. E ainda pretendemos mais.

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Yoga, Música, Poesia e
Robótica Educacional!
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Professora: Tamires Flores Almeida.
Instituição de Ensino: EMEI Vila Nova Restinga.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças bem pequenas (de 1 ano e
7 meses a 3 anos e 11 meses); crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: conhecer, manipular e usufruir
das tecnologias que chegaram até a escola. Estimular habilidades e competências
com o uso das ferramentas, propiciando o pensamento computacional e o raciocínio
lógico. Através de ferramentas tecnológicas, potencializar de modo lúdico práticas
com o corpo e de atenção, concentração e autoconhecimento por meio do yoga.

Através de recursos como a tela interativa e o robô, além de conhecer as


ferramentas, jogos e atividades disponíveis, foi possível fazer uma associação
ao yoga. Foi muito produtivo! Inclusive, crianças que não participavam do
yoga, especialmente inclusões, ficaram interessadas, pois são recursos
interessantes para elas.
O trabalho mistura músicas, cartas com fotos e poemas de posturas
(composição da professora com instrumentos musicais) com os robôs, que
são programados para chegarem às cartinhas de yoga, desenharem
caminhos ou atraírem com metal as cartinhas. Logo, as crianças brincaram de
fazer as posturas, cantaram ou ouviram poemas. Ou, ainda, yoga com
músicas e danças na tela interativa, com gravações e desenhos sobre fotos
em que elas estão praticando as posturas.

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Que Bicho é Esse?
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Professora: Josiane Carletti da Silva.
Instituição de Ensino: EMEI JP Cirandinha.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida:
(EI03CG02) Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e
jogos, escuta e reconto de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.
(EI03ET07) Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes,
o depois e o entre em uma sequência.
(EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de
participação e cooperação.

Fonte: Acervo Escola Maker.

Turma JA
O primeiro contato antes do recesso foi a atividade de apresentação e
reconhecimento do robô, além da utilização dos comandos.
O segundo contato ocorreu depois do recesso e estávamos num momento
do projeto em que conversávamos sobre animais de estimação e outros
animais. Foi utilizada a proposta do WhatsApp “Que bicho é esse?!”. Como a
turma da manhã era pequena, fazíamos uma pergunta para cada aluno e,
depois de identificarmos a resposta, cada criança tinha que programar o robô
para fazê-lo chegar até o bichinho da resposta. Auxiliamos as crianças para
conseguirem cumprir essa atividade.

Turma JB
Houve uma proposta parecida, mas, como a turma era maior, fizemos
perguntas relacionadas aos projetos sobre formigas, borboletas, minhocas,
lagartas, etc. Dividimos a turma em pequenos grupos, os quais escolhiam uma
pergunta e direcionavam o robô para o número escolhido pelo grupo,
respondendo, em seguida, a pergunta.
As duas turmas gostaram bastante de participar. Foi utilizado em ambas o
tapete criativo e pretendo utilizar os outros tapetes com elas também.

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A Parceria entre a Assessoria
Pedagógica e os Professores
Articuladores de Inovação
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Aline Brandalize Schwartzhaupt da Rosa e
Maria Carolina Ribeiro Pedroso

A Assessoria Pedagógica acompanhou o trabalho dos professores


articuladores de inovação no desenvolvimento do trabalho utilizando
kits de robótica para promoção do pensamento computacional. Os
professores articuladores de inovação tiveram a oportunidade de
trabalhar com uma ferramenta inovadora e desafiadora, mas também
precisaram enfrentar alguns obstáculos. Para garantir que os
professores estivessem capacitados para utilizar essa ferramenta, a
Assessoria acompanhou as formações específicas e ofereceu
orientações sobre como integrar os kits ao currículo escolar.
Durante a implementação dos kits de robótica nas aulas, os
professores articuladores puderam experimentar diferentes
abordagens e estratégias. A Assessoria Pedagógica incentivou a
criatividade e a experimentação, permitindo que os educadores
explorassem todo o potencial dos kits de robótica, oferecendo suporte
contínuo e orientando os educadores na superação de desafios.

Fonte: Acervo Escola Maker.

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Fonte: Acervo Escola Maker.

Os resultados alcançados pela parceria entre os professores


articuladores e a Assessoria Pedagógica foram significativos. Os alunos
tiveram a oportunidade de desenvolver habilidades importantes para o
futuro, como pensamento crítico, resolução de problemas e trabalho
em equipe. Além disso, o uso dos kits de robótica tornou as aulas mais
dinâmicas e interessantes, aumentando o engajamento dos alunos.
Os professores articuladores de inovação relataram várias práticas
incríveis durante esse período. Eles implementaram metodologias
inovadoras, como aulas interativas e projetos colaborativos, que
engajaram os alunos de forma surpreendente. Além disso, utilizaram os
recursos para enriquecer o processo de aprendizagem como, por
exemplo, mapear a escola e o bairro. Essas práticas proporcionaram
um ambiente de ensino estimulante e resultaram em um maior
interesse e participação dos estudantes. Foi realmente inspirador ver o
empenho e dedicação dos professores em oferecer uma educação de
qualidade.

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