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ROBÓTICA E PENSAMENTO
COMPUTACIONAL
Para Crianças
Relatos de práticas de Professores
da Rede Municipal de Porto Alegre
INTRODUÇÃO À
ROBÓTICA E PENSAMENTO
COMPUTACIONAL
Para Crianças
Relatos de Práticas de Professores da
Rede Municipal de Porto Alegre
Organizadoras:
Aline Brandalize Schwartzhaupt da Rosa
Letícia Pires D’Andrea
Para realizar o
download do livro
aponte a câmera
do seu celular:
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Prefácio 05
- Pensamento Computacional na Educação
06
infantil e básica.
- Formação Continuada e Troca de Experiências 07
no âmbito da Rede Municipal
Competição de Robôs 40
O Chefe Mandou!
42
Coelhinho ou Joaninha?
42
O Robô e a Copa do Mundo de 2022
43
Caça ao Tesouro do Minecraft
45
A Aplicabilidade dos Kits de Robótica em uma Escola
para Surdos 47
Cores e Robôs 53
5
Tendo esta partido da formação inicial feita pela própria empresa
fornecedora e fomentada pela troca de ideias entre professores/as e pelo
acompanhamento dos projetos que ocorrem na rede (através de encontros e
seminários), isso resultou no compartilhamento dessas experiências. Este livro,
portanto, traz relatos dos professores que utilizaram os equipamentos com
seus alunos.
Pensamento Computacional na
Educação Infantil e Básica
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Considerando a importância das ferramentas tecnológicas em nosso
cotidiano, o conhecimento acerca da tecnologia da informação e do
pensamento computacional se torna uma competência cada vez mais
necessária a todos. A importância de tratar desses conhecimentos desde a
educação infantil está presente nos documentos oficiais. A BNCC recomenda,
dentro do campo de experiência Traços, Sons, Cores e Formas, que as crianças
convivam com diferentes manifestações artísticas e culturais e que, com base
nessas experiências, expressem-se por várias linguagens, criando suas
próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e
individual), comunicando-se nos mais diversos modos e manipulando
diversos materiais, inclusive através dos recursos tecnológicos.
No que tange ao ensino fundamental, a área de Linguagens deve garantir
aos alunos o desenvolvimento de competências específicas, entre elas:
6
o trabalho dessas competências da tecnologia da informação e pensamento
computacional na educação infantil e anos iniciais, proporcionando aos
alunos da rede municipal de ensino acesso às tecnologias e competências
tão necessárias nos dias de hoje.
Referência Bibliográfica:
Raabe, A. L. A., Zorzo, A. F., Frango, I., Ribeiro, L., Granville, L. Z., Salgado, L., da Cruz,
M. J. K., adn Simone André Costa Cavalheiro, N. B., and Fortes, S. (2017).
Computação na educação básica. In de Computação, S. B., editor, Referenciais
de Formação em Computação: Educação Básica, pages 1–9.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC,
2018.
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Relatos de Professores da
Rede Municipal de Porto Alegre
O Robô Programável e a
Aprendizagem Através da
Brincadeira
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Professoras: Maria Lúcia da Rosa Bittencourt e
Cláudia Amaral dos Santos Lamprecht.
Instituição de Ensino: EMEI Mamãe Coruja.
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Fonte: Acervo interno da Escola.
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Interação com os Robôs
no Jardim A
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Professora: Patrícia Pastro Stella.
Instituição de Ensino: EMEI Tio Barnabé.
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Interação com os Robôs no
Berçário 2
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Professoras: Patrícia Rios Braga, Cláudia Nascimento, Flávia Cardona e Maria Inês
Crusius.
Instituição de Ensino: EMEI Tio Barnabé.
Turma: Berçário 2.
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Robôs Programáveis e o
Monstro das Cores
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Professoras: Adriana Wink e Bruna Ribas.
Instituição de Ensino: EMEI Tio BARNABÉ.
Turma: Maternal 1
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As Aventuras do Robô Zap na
Festa Junina da Escola
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Professora: Natália Ubirajara Silva.
Instituição de Ensino: EMEF Professor Anísio Teixeira.
Turma: 1º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: introduzir o pensamento
computacional por meio da produção de algoritmos, apresentar os comandos
básicos de programação, estimular a resolução de problemas, promover a
colaboração e o trabalho em equipe.
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No segundo momento, cada grupo recebeu um tapete pedagógico (Modelo
02). Os alunos exploraram o tapete, percebendo que ele trazia imagens e
letras e que estas estavam em pares (maiúsculas e minúsculas). Após essa
exploração inicial, os robôs foram entregues para os cinco grupos. Cada
componente deveria programar o robô Zap, levando-o até a letra inicial de
seu nome.
Em seguida, apresentou-se na tela interativa uma série de imagens relativas
à festa junina (pinhão, bandeira, fogueira, milho, etc.). A cada imagem, um
estudante deveria indicar a letra inicial do nome da imagem apresentada e
programar o robô para ir até essa letra. Nessa etapa, o aluno deveria vestir o
robô com a fantasia produzida anteriormente. Embora individual, a fim de que
todos tivessem a oportunidade de manipular o robô, nessa etapa o trabalho
foi colaborativo. Os colegas observavam o percurso e sugeriam alternativas e
soluções.
Foi possível observar o engajamento dos alunos no desenvolvimento da
atividade e o deslumbramento, o encanto ao prever os passos do robô Zap e
conduzi-lo até a meta. Toda a turma realizou as etapas propostas,
construindo hipóteses e procurando soluções, interagindo com os monitores e
auxiliando os colegas de turma.
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Resolução de Problemas
com o Pensamento
Computacional
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Autora: Simone Rosanelli Dullius.
Instituição de Ensino: EMEB Liberato.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses), 1º, 5º e 6º anos do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: respeitar regras básicas de
convívio social nas interações e brincadeiras; ampliar as relações interpessoais,
desenvolvendo atitudes de participação e cooperação; comunicar suas ideias e
sentimentos às pessoas e grupos diversos; compreender a funcionalidade do
robozinho; estimular o pensamento computacional.
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Sapinho na Cidade das
Chupetas
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Professora: Débora Marques Moreira.
Instituição de Ensino: EMEI DR. Walter Silber.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: envolver-se com componentes
eletrônicos, desenvolvendo novas habilidades e dando iguais subsídios para todos;
trabalhar em equipe, organizando pensamentos coletivos para solucionar
adversidades.
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Relato de duas práticas:
uma com as crianças e
outra com os professores
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Professor: Marcos César Malfatti.
Instituição de Ensino: EMEI JP Cantinho Amigo.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: Crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida com as crianças: programar o
robô para movimentar-se do ponto A ao ponto B, a partir do sorteio com o dado e,
quando necessário, o auxílio das cartas.
Com os professores: explorar o robô para que ele se deslocasse de um ponto
determinado a outro. O objetivo era alcançado quando a programação estivesse
correta e fosse apresentada para o professor responsável
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Protagonismo Discente e
Mediação Docente
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Professora: Jossiane Boyen Bitencourt.
Instituição de Ensino: EMEF Morro da Cruz.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses), 5º e 6º anos do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida:
Prática 1 – alunos JB3: conhecer o funcionamento do robô, exercitar o raciocínio
lógico, praticar noções espaciais (como, por exemplo, a distância de um colega ao
outro, os comandos ir para frente e para trás, etc.) e trabalhar com contagem de
numeração até dez.
Prática 2 – conhecer o funcionamento do robô, exercitar o raciocínio lógico, praticar
noções espaciais (como, por exemplo, a distância de um colega ao outro, os
comandos ir para frente e para trás, etc.) e descrever deslocamentos e localização de
objetos (no caso, o robô) no espaço.
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Prática 2 – Alunos do Projeto de Informática
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Brincando e Aprendendo
com o Robô Programável!
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Professora: Evanir Teresinha Aquino Vieira.
Instituição de Ensino: EMEI Paulo Freire.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses)
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: compreender e utilizar os robôs
como forma de desenvolver a aprendizagem de forma crítica e significativa na
escola para produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer o protagonismo.
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bastante, divertindo-se muito. Aliaram-se diversos conhecimentos, o que os
alunos aprenderem de forma lúdica e divertida, contemplando todos os eixos
da BNCC, como Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar e Conhecer-se.
O robô programável também foi apresentado às famílias durante um
sábado letivo, sendo que todos adoraram conhecer mais essa novidade
recebida na escola, ainda mais por saber que seus filhos teriam acesso a algo
que não imaginavam ter na escola pública.
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O que será que há na
caixa?
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Professora: Laura Oliva Moraes.
Instituição de Ensino: EMEI Paulo Freire.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: apresentar um recurso de robótica para as
crianças de forma lúdica e significativa. Participar do momento de exploração e conversação
coletiva, tendo papel ativo nas decisões e opiniões do grupo. Demonstrar interesse por novos
brinquedos, objetos, momentos e explorações.
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E assim aconteceu: a entrega significativa do robô na turma de Jardim A1.
Após a participação na primeira etapa do curso de formação, senti mais
confiança para iniciar a prática com as crianças. Li o caderno do professor e
pensei na forma como esse robô entraria na sala e faria o primeiro contato.
No momento da entrega, priorizei o lúdico, a surpresa e a imaginação. Afinal,
precisava da atenção das crianças, e o suspense e a brincadeira nos
entregaram isso, fazendo-as focar o olhar. Queria ouvir as hipóteses delas,
pois, antes de tudo, é importante conhecer o que as crianças já sabem sobre
aquilo. Inclusive, um aluno que entrou na turma após a entrega significativa já
conhecia o robô da sua outra escola e perguntou: “cadê os tapetes que vêm
com ele?”. Precisamos ouvir as crianças, levar em consideração suas
aprendizagens e vivências anteriores para que as propostas tenham
significado.
Com a escolha do nome, trabalhamos principalmente a democracia, o voto,
o respeito às opiniões e o saber lidar com as divergências em um ambiente
coletivo. Mas os palitos envolvidos, nesse momento, oportunizaram a
articulação de conhecimentos matemáticos. Quantos palitos há aqui? Qual
número é maior? Qual nome teve mais votos?
Até hoje as crianças chamam o robô programável de “Robô Gato”; e, agora,
surgiu o irmão dele, que se chama “Pipoquinha”, e também nos visita
semanalmente.
A partir daquele dia, as crianças passaram a conviver com a robótica mais
de perto, conseguindo ensinar ao robô a desenhar e a falar. Com a turma, ele
brincou de “Cabra-cega”, de “Roda Cantada” e “Chefinho Mandou”, além de
ser explorado com muitos apertões, caminhos e voltas. Aprendemos sobre o
tempo de descanso, pois o robô precisa ir para tomada, e até mesmo sobre as
cores, pois sabemos identificar quando ele está com toda a energia para
voltar à brincadeira.
Essas foram as vivências do Jardim A1 nesse primeiro semestre de 2023, e
esperamos nos aprofundar e experimentar cada vez mais as possibilidades do
mundo robótico.
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Exercitando o Pensamento
Computacional com Festa
Junina e Pescaria
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Professora: Lidiane da Silva Machado.
Instituição de Ensino: EMEI Paulo Freire.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: estimular o desenvolvimento
dos conhecimentos lógico-matemáticos e do numeramento através do uso do kit de
robótica.
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As crianças foram convidadas a desenhar peixinhos, assim como colorir e
recortar seus próprios desenhos. Em roda, distribuímos os peixinhos (com clips
de papel) em um dos tapetes do kit (o tapete em branco). Cada criança teve
a sua vez de pescar, utilizando o kit de robótica com o acessório de imã. O
grupo ficou bastante empolgado ao verem o robô pescando os peixes. Ao
realizarmos a proposta em roda, foi possível que uma criança auxiliasse a
outra no raciocínio de programar o trajeto do robô. Algumas crianças
tentaram pescar mais de um peixe por vez, além de tentarem pescar os peixes
dos colegas.
Para cada criança, abordamos o conceito de planejar as ações do robô:
primeiro, observar e decidir qual peixe elas gostariam de pescar. Depois,
auxiliávamos as crianças apontando os quadrados e realizando a contagem
de quantos cliques nos botões deveriam ser feitos. Nessa faixa etária, o grupo
está aprendendo as noções de direita/esquerda, de modo que, nos trajetos
envolvendo as setas laterais, era necessário auxiliá-las no raciocínio. Com
essa proposta, foi possível constatar que as crianças passaram a apertar os
botões do robô com mais cautela e planejamento.
Envolvê-las na confecção dos peixes também foi algo bastante positivo. Após
todas participarem, os materiais permaneceram disponíveis e as crianças
brincaram livremente com o robô, podendo criar brincadeiras e novas formas
de interação com os peixinhos e os robôs. Finalizamos este relato expondo que
essa atividade incluiu as crianças com TEA (Transtorno do Espectro do
Autismo), as quais conseguiram participar ativamente em todas as etapas do
processo.
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Programando o Robô com
muita diversão!
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Professora: Thamyres Pacheco Silva.
Instituição de Ensino: EMEF Dolores Alcaraz Caldas.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: com estas práticas, almejo que
as crianças desenvolvam a concentração, a previsibilidade, o controle da ansiedade,
a capacidade de planejar e executar tarefas – de sua escolha ou direcionadas –, a
convivência em grupo, a noção espacial, a lateralidade, a atenção e a memória.
Espero que consigam, ainda, ter contato com tal tecnologia, conhecendo os
princípios da robótica e do pensamento computacional, podendo recuperar esses
conhecimentos e ampliá-los em suas vivências futuras.
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Busquei, ainda, algumas conexões simples e simbólicas com nosso projeto
de estudos – que é tão clichê e, ao mesmo tempo, importante – sobre
alimentação saudável. Em uma das propostas com o robô, utilizamos o tapete
em branco no qual havia uma imagem de um prato balanceado/saudável e
outras imagens de alimentos não saudáveis. Nesta proposta, pedi às crianças
para programarem o robô de modo que ele partisse de um alimento não
saudável e chegasse ao prato saudável, apenas para treinar a programação
com objetivo. Algumas crianças conseguiram sem problemas, outras só
observaram os colegas enquanto faziam, outras tentaram sem sucesso.
As crianças também se divertiram e se envolveram muito na atividade de
experimentar os movimentos do robô com o próprio corpo. Desenhei no chão
do pátio um quadriculado como o do tapete. As crianças se divertiram ao
comandar os colegas e ser comandadas por eles. Uma criança até sugeriu
que imitássemos os sons que o robô faz – um “pi” a cada comando e três “pi”
ao terminar a programação.
Na faixa etária do Jardim B – crianças de 5 a 6 anos –, percebi questões
desafiadoras durante a utilização dos robôs. São poucas as crianças que
dominam a lateralidade e conseguem nomear direita e esquerda. Isso
dificulta um pouco algumas atividades. Outro desafio é a mediação da
professora com os grupos, pois as crianças estão aprendendo a se relacionar
e a proporção entre a quantidade de crianças, de robôs e de professoras não
é a ideal. Isso faz com que o aproveitamento das experiências programadoras
fique muito limitado. Uma das estratégias que utilizei para lidar com este
desafio foi a separação do grupo em subgrupos, de acordo com o nível de
apropriação sobre a ferramenta. Ficaram 3 grupos: um com nível básico –
fazendo programações aleatórias e utilizando o robô mais como um
brinquedo que se move; outro, com um nível intermediário – com crianças
cruzando o limite entre programações aleatórias e programações
organizadas, com objetivo; e um terceiro grupo de nível mais avançado – com
as crianças que compreenderam rapidamente as funções do robô e já são
capazes de comandar programações para atingir objetivos simples, partindo
de um ponto a outro.
Por outro lado, essas relações vão se qualificando a cada dia e as atividades
relacionadas ao robô contribuem para isso. Além disso, a orientação espacial
vai sendo exercitada, a noção de causa e efeito, a concentração, o controle da
ansiedade, a capacidade de planejamento e programação de um percurso a
ser percorrido pelo robô, o vocabulário e tantos outros aprendizados vão
sendo construídos e aprimorados a cada oportunidade de contato com essa
rica ferramenta.
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As Aventuras do Robô Zoinho
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Professora: Marluce Albring Coutinho.
Instituição de Ensino: EMEF Porto Alegre.
Turmas: 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: apresentar o robô à turma
como uma ferramenta de aprendizado; “batizar” o robô com um nome escolhido pela
turma; abordar o raciocínio lógico por meio de desafios iniciais de programação a
serem desenvolvidos pelos estudantes.
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Fonte: Acervo Escola Maker.
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Etapas da Implementação do
Projeto de Robótica na
Escola Dolores Alcaraz
Caldas
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Professoras: Aline Vargas Stawinski e Susana França da Costa.
Instituição de Ensino: EMEF Dolores Alcaraz Caldas.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses)
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida:
Objetivos com os alunos: familiarizar os alunos com a lógica de programação dos
robôs; trabalhar noção de espaço e direções; ampliar as relações interpessoais,
desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
Objetivos com os professores: compartilhar as potencialidades de trabalho criativo
com o kit de robótica.
Introdução
32
Fonte: Acervo Escola Maker.
Formações na Escola
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Nesse dia, após apresentação de um
vídeo com as funções básicas do robô,
as professoras puderam experimentar
seu manuseio, bem como seu uso nos
diversos tapetes e materiais. Duas
professoras da Educação Infantil
também fizeram o curso para utilizar o kit
de robótica, visando a auxiliar as colegas.
Uma delas, a professora Thamyres, do
JB2, já explora outros espaços da escola,
outras salas e até o pátio, onde ela
constrói com as crianças trajetórias
feitas de blocos de brinquedos, formando
túneis e corredores para estimular os
pequenos a trabalhar o pensamento
Fonte: Acervo Escola Maker. lógico e iniciar a programação com os
robozinhos.
Além dessa formação, no dia 13 de abril realizamos um encontro com a
coordenação pedagógica e com as professoras dos primeiros anos nos
mesmos moldes do que foi apresentado para as colegas da Educação Infantil.
Dessa vez, o robô entrou na sala do Espaço de Inovação a partir de uma
programação prévia e foi apresentado como nosso estagiário. Também
mostramos vídeos e apresentamos todo o material do kit de robótica,
deixando as professoras à vontade para explorar o material. No encontro, as
professoras-referência sugeriram que as volantes poderiam desenvolver com
as suas turmas, semanalmente, um trabalho com os robôs, provavelmente
pela falta de familiaridade com os robôs e pelo receio em levar uma
metodologia tão diferente para a sala de aula. Parte do nosso desafio será, ao
longo do ano, mostrar como o kit pode auxiliar no processo de letramento e
numeramento das crianças de forma cotidiana, além de instigar a
curiosidade das crianças e uma introdução ao pensamento computacional.
Durante o mês de junho, realizamos dois momentos de formação com os
professores do Ensino Fundamental (Anos Iniciais), aproveitando os dias de
alinhamento pedagógico na manhã de 13 de junho e na tarde do dia 27 de
junho. Vale ressaltar que nossa escola tem cerca de cem docentes e
aproximadamente 1.400 alunos, o que torna os momentos de formação ainda
mais desafiadores, pois precisamos lidar com uma grande diversidade de
focos e objetivos. Nesse sentido, optamos por realizar formações com grupos
menores, no intuito de possibilitar conversas mais direcionadas a cada nível
de ensino. No próximo alinhamento a ser realizado em agosto, planejamos
fazer uma formação com os professores do Ensino Fundamental (Anos Finais).
Tais momentos são cruciais para instigar a curiosidade da nossa equipe de
docentes, que poderão protagonizar novos projetos com o kit de robótica.
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Robô Programável na Educação Infantil
Após essa formação inicial, a professora Silvia, da turma JB4, visitou o Espaço
de Inovação com seus alunos, motivada a iniciar um trabalho diferenciado
com as crianças. A turma foi recebida por nós duas e motivou o agendamento
de uma sequência de encontros com foco no robô programável, que
passaram a ser realizados semanalmente com apoio do nosso setor, tanto
nos encontros com a turma, com a professora Susana, quanto nos
planejamentos, com a professora Aline. Desta forma, iniciamos as entradas
em sala de aula na Educação Infantil.
As crianças se mostraram muito entusiasmadas com os robozinhos. Na
primeira visita, apenas um robozinho foi para a sala de aula, e logo foi
apelidado de “João, o robô-sapo”! A entrega significativa foi importante: o
robozinho veio dentro de um cesto de páscoa, um cesto-coelhinho, que
dissemos ser um presente do coelho de páscoa, o qual foi entregue na
ocasião. Junto a ele, foram colocados alguns biscoitos de páscoa, que os
alunos comeram ao final. As crianças adoraram e criaram um vínculo
imediato com o robozinho, iniciando a exploração sem maiores orientações.
Ao final, fomos dando as orientações quanto a teclas e funções na medida em
que iam perguntando ou quando era necessário.
No segundo encontro com a turma, o objetivo foi usar fantasias – as de festa
junina –, porém ainda chegavam alunos novos, que se mostraram muito
entusiasmados, então fomos repetindo as funções e introduzindo um
robozinho amigo, que recebeu o nome de “Flor”. Nesse dia, também
apresentamos o recurso de voz com o robozinho dizendo “cheguei”. É muito
interessante observar que, a partir dessa experiência, as crianças começam a
pensar sobre direções, ir para frente, ir para atrás, lados etc. Para melhor
locomoção dos robôs, utilizamos um quadro branco que havia sido
descartado, pois o piso das salas da Educação Infantil é frio e suas emendas
trancam o deslocamento. O quadro branco ficou como um tapete criativo.
Eles foram desafiados a fazer os robozinhos atravessarem de um lado para o
outro, e todos puderam experimentar essa tarefa.
Nos próximos encontros com o JB4, planejamos atuar mais especificamente
com as noções de espaço das crianças, trabalhando a partir da distância de
cada passo dado pelos robôs. Para isso, a turma vai utilizar régua ou barbante
para avaliar os passos e distância percorrida pelos amigos “João” e “Flor”.
Após a avaliação e familiarização com os passos e distância percorridos, as
crianças serão desafiadas a fazer uma corrida com os robozinhos, além de
programar, com a tecla “pause”, uma fala para a chegada ao término do
percurso. Por fim, a sequência desses encontros introdutórios pretende
trabalhar também as direções (direita e esquerda) com o auxílio da
professora de educação física. Para isso, a ideia é utilizar músicas para
explorar os movimentos na brincadeira “Dança dos Robôs”.
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Planejando o Futuro
A professora Rita, que trabalha com oitavos e nonos anos, pretende introduzir
os robôs aos alunos maiores com nosso apoio, aproveitando os tapetes
pedagógicos e o robô para, além de solucionar problemas matemáticos de
forma mais lúdica e de trabalhar questões da geometria, introduzir o
pensamento computacional no dia a dia da sala de aula. O papel de
professoras articuladoras de inovação, assim como a existência, em nossa
escola, de um espaço físico próprio (que é o Espaço de Inovação e
Tecnologia), possibilita que sejamos uma ponte entre docentes e novas
tecnologias e metodologias.
36
Um Projeto de Todos e para
Todos!
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Professora: Amanda Pereira Santos
Instituição de Ensino: EMEF Lauro Rodrigues
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses) e educação especial.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: iniciar a alfabetização
científica de forma lúdica e contextualizada através do projeto com o kit de robótica a
partir da observação e exploração do robô com o grupo; desenvolver noções de
robótica e programação de forma significativa (conceito, comandos e
programação); desenvolver noções de sentido e lateralidade ao identificar direções
(direita e esquerda, em cima e embaixo, etc.); desenvolver a percepção visual e a
imaginação acerca de como poderia ser o nosso robô através do registro
espontâneo; comparar e distinguir semelhanças através da análise do desenho de
como imaginavam ser o nosso robô e como observaram que ele realmente é;
expressar e compartilhar percepções e sentimentos em diferentes espaços e grupos.
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E finalmente chegou a hora de conhecermos nosso mais novo amigo! Foi
assim que a professora apresentou o robô para turma, que estava repleta de
curiosidade e entusiasmada com as descobertas que chegariam junto com
ele. Cada um dos alunos pôde explorar, apertar os botões e conhecer seu
novo amigo livremente. Algumas falas significativas apareceram: “Nossa,
profe, ele é muito bonitinho, mas menor do que eu esperava. Nem sabia que
existiam robôs tão pequenos”, “profe, ele parece uma joaninha, olha que
amooooor! Dá até vontade de esmagar e não soltar mais”, “profe, ele anda
mesmo. Nossa, ele pode fazer o que a gente quiser?”, “eu acho que tenho uma
ideia, acho que nosso robô amigo precisa de um nome e estar presente em
todas as aulas. E já seeeei! Ele podia entrar na nossa chamada, né? Como
parte da turma”.
Mas após as explorações, surgiu uma dúvida: “profe, como a gente vai saber
o lado certo que ele tem que ir, se a gente não sabe direita e esquerda
ainda?”. Foi então que eles tiveram uma ideia: “e se a gente construir uma
pista, tipo a dos carros, para testar os comandos? Aí a gente vai ter que
acertar os lados para que ele não saia da pista”, e logo a professora comprou
a ideia das crianças para juntos elaborarem a pista com tintas, pincel e papel
pardo.
Logo depois, virou um espaço de experiência, testagem e trocas em
pequenos grupos, com as crianças fortalecendo noções sobre os comandos
do nosso robô amigo, explorando sentidos, esperando sua vez e aprendendo a
trabalhar em equipe. E assim, semanalmente, nosso querido “Roblox Colorido”
(nome carinhosamente dado pela turma) passou a ser parte significativa da
nossa rotina, proporcionando cada vez mais novos aprendizados e
engajamento das crianças.
A partir desse início divertido, brincante e convidativo, diariamente os
pequenos pediam a presença e propostas do nosso “Roblox Colorido”. Então,
além do nosso momento destinado à aprendizagem de novos conceitos da
linguagem científica e robótica, por meio de experiências planejadas para tal,
abrangendo nossos outros projetos e interesses das crianças, começamos a
inseri-lo em momentos diários da nossa rotina. “Roblox colorido” nos auxiliou
na chamadinha diária (através da gravação de áudio, sendo que as crianças,
uma por vez, gravavam o nome do colega e programavam o robô para ir até
ele, repetindo-se, assim, o processo até todas terem participado), em jogos
pedagógicos (como memória e relações entre figuras e letra inicial, números e
quantidades) e, ainda, foi solicitado como recurso no momento da pracinha,
em que a turma se organizava em grupos para criar contextos e enredos com
nosso robozinho, que fez parte não apenas de construções e descobertas,
como também de brincadeiras, possibilitando um vínculo e maior
familiarização com o objeto e suas funções, favorecendo a criação de novas
possibilidades e ferramentas, também, pelo olhar e criatividade das crianças,
tornando-se um projeto de todos e para todos.
38
Imaginando e Desenhando o
Robô em Sala de Aula
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Professora: Renete Schleder dos Santos.
Instituição de Ensino: EMEF Décio Martins Costa.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: 1º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: explorar o robô de forma
compartilhada, para conhecer o programa e compreender a ideia de programação
através desta vivência lúdica; desenvolver a capacidade de movimentar o robô nos
tapetes, explorando a ideia de lateralidade, movimento e organização espacial;
contar e dominar a sequência numérica até 20, deslocando o robô conforme
numerais sorteados.
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Competição de Robôs
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Professora: Renata Muller dos Santos.
Instituição de Ensino: EMEF Presidente João Belchior Marques Goulart.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses) e alunos do 3º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: desenvolver o pensamento
computacional e programação básica, incentivar o letramento digital e o
pensamento lógico, motivar o aluno protagonista, aprender a trabalhar em grupo e
de forma cooperativa, reconhecer numerais e nomes.
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A segunda prática foi realizada com uma turma do 3º ano do Ensino
Fundamental. Colocamos o nome de “Competição de Robôs”! Criamos uma
grande arena com duas mesas grandes, grudadas uma na outra. Após, cada
estudante se colocou em volta da mesa. Apresentamos então o robô
programável, seus botões e suas funções. Criamos testes fictícios e desafios. E
então havia chegado o momento do desafio real!
Os estudantes se dividiram em duplas ou trios, fechando 7 grupos! Cada
grupo recebeu o seu robô e nele poderiam colar “post-its” com o nome dado
pelo grupo. Começamos com os robôs no início da mesa, local de partida.
Cada grupo jogava um dado que foi preparado pela professora com os
números de 1 a 3 e as setas (para frente, para o lado e para trás). Foi então
dada a largada.
Cada grupo atirava o dado e tinha que programar o robô de acordo com o
comando do dado. Foi uma verdadeira competição, com torcida e muito
raciocínio. Algumas vezes era necessário que o robô voltasse e o grupo
precisava conversar para que a programação fosse acertada.
Crianças criativas, muito trabalho em equipe e grandes pensadores!
Para chegar à escolha e planejamento dessa atividade, foi necessário
observar o perfil da turma. Percebe-se ser uma turma mais agitada, mas
muito potente. Gosta de desafios e topam todas! Vimos que a competição iria
dar uma mexida em todos e motivá-los a ganhar. Claro que foi necessário
muita conversa e conscientização.
Nas duas práticas escolhidas para relatar, foi observado interesse pelo novo,
boas habilidades, senso crítico dos estudantes, que se mostraram
organizados e motivados. O planejamento contou com a participação da
professora regente da turma do Jardim B, Andrea Teixeira Rodrigues, e da
professora da turma 32, Maria de Lourdes Gattiboni.
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O Chefe Mandou!
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Professora: Bianca Costa da Conceição Vidarte.
Instituição de Ensino: EMEI Jardim de Praça Patinho Feio.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: estimular o pensamento
computacional, proporcionar experiências lúdicas, incentivar e potencializar
propostas envolvendo o raciocínio lógico, apoiar e otimizar o uso das tecnologias na
aprendizagem.
Coelhinho ou Joaninha?
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Professora: Priscilla da Silva Souza.
Instituição de Ensino: EMEF Presidente Vargas.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses); 1º, 2º, 3º e 4º anos do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: desenvolver o raciocínio lógico,
trabalhar em equipe, respeitar as regras de utilização (não pisar no tapete, guiar o
robô apenas nos botões), resolução de problemas, entre outros.
Foi incrível apresentar esse kit para as crianças! Cada grupo o explorou de
uma forma diferente: o primeiro grupo a conhecer a “tartaruguinha” foi o JB.
Exploramos os tapetes e transformamos o robô em coelhinho! Foi muito
divertido e especial!
Outro grupo que gostou muito foi a minha turma, a 42. Lá, exploramos muito
os tapetes, utilizamos as cartinhas, fizemos roupinhas e utilizamos os celulares
para movimentar o robozinho. A turma 31, em todos os nossos encontros, pede
muito para utilizar a “Joaninha” (nome dado pelos alunos) e, até mesmo
quando o nosso encontro envolve outra proposta, o amor deles pela Joaninha
é enorme.
42
O Robô e a Copa do Mundo
de 2022
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Professora: Daniela Diniz Dahm.
Instituição de Ensino: EMEF Chico Mendes.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: 3º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: valorizar a Copa do Mundo,
vivenciar o trabalho coletivo, identificar as características das bandeiras dos países,
desenvolver a empatia, desenvolver o pensamento computacional, estimular a
inteligência emocional e compreender a cultura dos países.
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Fonte: Acervo interno da Escola.
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Caça ao Tesouro do
Minecraft
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Professora: Larissa de Lima Silva
Instituição de Ensino: EMEI JP Pica pau Amarelo
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: Crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: deslocar seu corpo no espaço,
orientando-se por noções como para frente, para atrás, no alto, embaixo, dentro, fora
etc., ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.
45
Neste momento, apresentei o mapa e a turma logo ficou em êxtase porque
identificaram nele a foto da escola e foram nomeando alguns dos
personagens que estavam ali presentes. Expliquei que iríamos fazer uma caça
ao tesouro do Minecraft, que as pistas estavam espalhadas pela escola e
cada uma delas teria a foto do próximo local, além de que, no último lugar,
haveria um tesouro. As duas primeiras pistas estavam na sala, uma presa à
porta de um armário e a próxima, atrás da estante de brinquedos. A primeira
foi fácil de achar. A partir da segunda que o jogo ficou mais difícil. Para ajudá-
los, fui dando pistas, como: “está quente, agora esfriou, está pegando fogo,
etc.”.
Eles estavam muito envolvidos. Uma atitude interessante do grupo foi que, a
cada pista encontrada, eles se reuniam em roda antes de abrir a pista para
que todos vissem ao mesmo tempo. Depois corriam para o próximo local
mostrado na foto. Os próximos locais estavam no pátio, dentro das panelas,
do fogão da casinha, embaixo do brinquedão. Quando uma pista demorava
muito para ser encontrada, eles se reuniam novamente para analisar a foto,
buscando algum detalhe que eles não tinham percebido.
A previsão de tempo da caça era de dez minutos, mas acabou durando
vinte minutos até encontrarem o tesouro: os dois “Creepers” (duas caixas de
cápsulas de café que foram pintadas para ficarem iguais aos personagens do
jogo, sendo que, dentro delas, estavam o robô e as cartas de comando).
Após encontrarem todas as pistas e o tesouro, voltamos para a sala de aula
para revelá-lo. Eles se apaixonaram pelo amiguinho tecnológico e já
começaram a pensar em um nome para ele. Apresentei o robô mostrando
todos os botões e como cada um funciona; depois, as cartas de comando que
servem para pensar e organizar o modo como nosso amiguinho pode passear
e realizar desafios. Após, eles puderam explorar o material na sala de aula e
cada um teve a sua vez.
A turma do Jardim A assistiu a toda a movimentação do Jardim B na
procura das pistas e pediu para fazer a caça ao tesouro também; e,
considerando que as crianças da outra turma não tinham visto os tesouros, foi
possível realizar a mesma proposta de entrega significativa para com elas.
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A A p l i c a b i l i d a d e d o s K i ts d e
Robótica em uma Escola
para Surdos
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Professora: Ariadne Leal Wetmann.
Instituição de Ensino: EMEF de Surdos Bilíngue Salomão Watnick.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: Crianças pequenas (de 4 anos a 5
anos e 11 meses) e Ensino Fundamental.
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Após a chegada do robô durante o ano passado, a primeira proposta foi
apresentá-lo às turmas de adolescentes da escola, pois o setor de inovação
mantinha um horário de robótica no contraturno com as turmas de séries
finais de então – 61 e 81. O grupo era composto por cinco estudantes em uma
etapa muito inicial do aprendizado da robótica, essencialmente desplugada.
Naquele primeiro momento, não julguei necessário elaborar uma entrega
significativa em vista da faixa etária – em retrospecto, minha escolha teria
sido diferente, pois creio que uma oportunidade de enriquecimento desses
primeiros contatos foi perdida.
Desenvolvemos principalmente algumas atividades de desafios, nas quais
um(a) aluno(a) apontava qual objetivo em algum dos tapetes o(a) colega
deveria atingir. Usamos os cartões para orientar a programação em outras
situações, dispondo-os ao longo do caminho pretendido para entender
melhor como deveriam proceder. Outra atividade desenvolvida foi após uma
vitória da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo do Qatar. Escrevi com
caneta de quadro branco ao longo do tapete criativo os principais
acontecimentos da partida: início, gols e final. O desafio era programar o robô
para percorrer todos os pontos e chegar ao encerramento. Neste ano, a
participação no contraturno ficou prejudicada por diferentes motivos,
levando-nos a transferir os encontros para dois períodos do turno de aula, de
forma interdisciplinar. Em uma das atividades, a turma de séries finais da EJA
da manhã estava presente – assistimos vídeos em língua de sinais
contextualizando a robótica no cotidiano, partindo para a experimentação
com o robô e o tapete da cidade. Seguiremos aprofundando as propostas ao
longo do ano.
Ainda no ano passado, surgiu a oportunidade de apresentar o kit de robótica
à turma do Jardim quando precisei substituir a professora regente. Nessa
ocasião já me preparei para fazer uma entrega significativa, porém vários
pontos que seriam importantes na apresentação do robô a uma turma de
crianças pequenas ouvintes precisaram ser adaptados à nossa realidade. A
questão mais óbvia é o uso da fala, que não ocorre com as crianças surdas,
mas é preciso ter em mente que elas, muitas vezes, chegam à escola também
sem ter adquirido a Libras, pois é comum as famílias não saberem e não
fazerem uso dessa forma de comunicação. Dessa forma, a interação é muito
física e mesmo gestual, pois a utilização dos sinais é parcimoniosa,
preferindo-se mostrar do que dizer.
48
Como eu sabia que a sala dispunha de uma poltroninha infantil, percebi que
seria uma boa “cama” para o novo “amigo”. Peguei uma capa de TNT utilizada
no espaço de inovação para tapar a impressora 3D e deixei o robô em cima
do móvel, envolto no tecido. Quando as crianças chegaram (um menino e
uma menina), chamei-as para indicar que havia algo de diferente na sala.
Instiguei-as a mexer na capa e elas encontraram o robô. A noção de que o
“amigo” estava “dormindo”, para ser “acordado” ao ligar o botão na parte
inferior, foi fácil de transmitir e elas entraram na brincadeira. Encantaram-se
com as luzes. Deixei-as explorar os botões de forma bem livre em um dos
tapetes. Naquele dia, a menina veio um pouco irritada de casa e, por vezes, se
recusava a continuar participando, então, após algum tempo, percebi a
necessidade de mudar um pouco de atividade para contornar a situação.
Aproveitei para avisar que o amigo estava cansado e precisava dormir,
tapando-o na poltrona. O menino, que se encantou mais, voltava de tempos
em tempos à poltrona para acordá-lo, às vezes fazia uma pequena
encenação, como se estivesse conversando com uma criança que acabara
de despertar, e ligava o botão. Sucesso total!
Após os “balões de ensaio” acima e no decorrer dos encontros das
formações da Escola Maker, iniciei as articulações para levar um momento de
robótica semanal às turmas da tarde neste ano. A partir da demanda das
professoras, passei a atender três turmas: uma de Jardim; uma de 1° e 2° anos
(na qual o menino atendido no Jardim em 2022 se encontrava); e uma de 3°,
4° e 5° anos.
A turma de 1° e 2° anos foi a primeira na qual entrei. Iniciei com um vídeo
muito simples, editado a partir de GIFs de robôs encontrados na Web – tanto
reais quanto fictícios. Após, convidei as duas meninas e o menino da turma a
caminharem como robôs da sala da projeção até a sala de aula. Utilizei o
mesmo mecanismo de entrega significativa do ano anterior, para deleite do
menino, que se lembrava bem do “amigo”. Ao contrário de turmas de ouvintes,
o foco nesse momento inicial não estava em batizar o brinquedo, nem com
um sinal da Libras e, muito menos, com um nome, pois o domínio das crianças
ainda é incipiente. Concentramo-nos, eu e a professora da turma, em deixá-
los explorar; depois, começamos a lhes mostrar como contar os espaços
necessários para chegar aos objetivos e alternar os turnos de brincadeira,
respeitando os(as) colegas. A atividade da semana seguinte foi de pintura
livre das roupinhas de colorir, sempre encaixando uma pequena narrativa em
cada encontro. Temos avançado muito e explorado diversas possibilidades
oferecidas pelo kit.
49
Com as duas outras turmas, a de 3° a 5° ano e o Jardim, a frequência tem
sido um tanto prejudicada pelas ausências dos alunos e por algumas
atividades e intercorrências. Entretanto, alguns encontros muito ricos já
aconteceram. Na turma de 3° a 5° ano, a entrega significativa ocorreu em dois
momentos, um similar ao proposto no outro espaço e outro a partir de um
jogo de “caça ao tesouro”, em que foram sorteadas as cartas direcionais do
kit. Em outros momentos, foram usados os tapetes de formas e o da cidade,
reforçando o trabalho da professora-referência com formas geométricas e as
narrativas em Libras.
O Jardim conta atualmente com um menino. Após uma entrega significativa
similar à descrita anteriormente, os encontros nessa turma se concentram na
experiência e no lúdico, tendo sido também explorados o imã e o desenho
com canetinhas pelo robô. O menino gosta muito de trazer outros brinquedos
para os tapetes, fazendo uma espécie de gestualidade de conversas entre os
brinquedos e o robô, além de integrar as ações a outras brincadeiras, como
imitar um caixa de supermercado. Ele tem absorvido cada vez mais a
programação, mas ainda não fixou bem alguns procedimentos e se cansa
rapidamente. Entretanto, as experiências e aprendizagens continuam sendo
bastante enriquecedoras.
Além dessas atividades, propus iniciar o trabalho com a turma da manhã
EJA Projeto. Trata-se de uma turma dedicada ao alunado adulto com
deficiências significativas associadas à surdez e/ou aprendizado muito tardio
da Libras. Iniciei com o vídeo mencionado anteriormente e propus uma
interação de expressão corporal, fazendo-os imitar os movimentos que viam,
algo que executaram com muito gosto. Depois disso, comecei a mostrar o
robô com os alunos ao redor de uma mesa redonda, instigando-os a mandar
o robô até algum(a) colega do lado oposto ou para mim. Uma diferença
curiosa em relação às crianças é que a primeira atitude das pessoas mais
velhas é mais receosa: ficam apreensivos com a possibilidade de apertar os
botões errados ou deixar o dispositivo cair, o que logo foi desmistificado pelo
exemplo, mas, ainda assim, é um pequeno desafio inicial. Também usamos o
tapete da cidade.
Por fim, outras professoras e eu também oferecemos um momento
integrado para as turmas da manhã. Após uma sessão do filme “Wall-E”,
propusemos que cada um construísse seu “robô” de sucata. Posicionei o
tapete criativo em frente a uma maquete preexistente e mostrei figuras
impressas a partir dos objetos colecionados por Wall-E. Cada aluno deveria
escolher quais objetos e o itinerário para um(a) colega seguir, posicionando
as impressões ao longo do tapete, sendo o ponto final sempre próximo à
maquete. Utilizando o acessório do robô, cada um conseguia empurrar seu
robô de sucata pelo caminho ao qual foi desafiado. Nossa impressão foi muito
positiva, principalmente em relação à autonomia e à criatividade na
construção com a sucata e à determinação para acertar a programação.
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Euforia na Sala de Aula!
----------------------------
Professoras: Bárbara Montelli e Jéssica Fonseca do Couto.
Instituição de Ensino: EMEF Aramy Silva.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: 2º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: familiarizar-se com os
comandos do robô programável, perceber a importância da escuta e atenção para
dar contexto aos comandos do robô, entender as coordenadas de linhas e colunas
para o deslocamento espacial através de células.
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O Desenvolvimento dos
Direitos de Aprender,
Conviver, Brincar,
Participar, Explorar,
Expressar e Conhecer-se
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Professora: Mary Lúcia Pedroso Konrath.
Instituição de Ensino: EMEI Maria Marques Fernandes.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: explorar através de
experiências lúdicas a construção dos conhecimentos referentes à programação dos
robôs e seus deslocamentos, utilizando o pensamento computacional e
programação na resolução de problemas com as turmas dos jardins A e B.
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As crianças, entusiasmadas, então fizeram a corrida dos robôs e a
aprendizagem virou pura diversão. Ainda estamos em processo de outras e
novas construções com a exploração dos robôs.
Nossos direitos de aprender, conviver, brincar, participar, explorar, expressar
e conhecer-se são desenvolvidos na medida em que o trabalho é feito em
pequenos grupos, com os alunos ajudando uns aos outros enquanto os robôs
são observados e exploradas todas as potencialidades das crianças. Foram
muitas as interações efetuadas pelas crianças no uso dos robôs com a
mediação das educadoras.
Cores e Robôs
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Professora: Juliana Francielly Reis Oliveira.
Instituição de Ensino: EMEI Parque dos Maias.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças bem pequenas (de 1 ano e
7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: associar o projeto da turma
com a tecnologia a fim de estreitar conhecimento de uma maneira diferente.
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Conhecendo o Novo Amigo!
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Professora: Patricia da Silva Teixeira Riger.
Instituição de Ensino: EMEI da Vila Nova São Carlos.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças bem pequenas (de 1 ano e
7 meses a 3 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: explorar novas tecnologias,
orientando-se por noções espacial como ir para frente e para atrás.
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As Aventuras de Jerry nos
Maternais e Jardins da
Infância!
----------------------------
Professor: Daiane Hanzen Frank.
Instituição de Ensino: EMEI Valneri Antunes.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças bem pequenas (de 1 ano e
7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: respeitar regras básicas de
convívio social nas interações e brincadeiras; ampliar as relações interpessoais,
desenvolvendo atitudes de participação e cooperação; comunicar suas ideias e
sentimentos às pessoas e grupos diversos; criar movimentos, gestos, olhares e
mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como dança, teatro e música;
utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante
brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musicais, festas; dialogar com
crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos e opiniões;
estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades;
observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre
eles, em experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.
55
Após essa primeira dinâmica, muitas outras foram sendo realizada e ainda
serão. As turmas foram convidadas a pensarem e escolherem um nome ao
novo amigo. A turma do JA1 escolheu o nome “Jerry”. A cada proposta, as
crianças demonstram grande interesse pelo robô programável e, a cada dia,
aprendem e se familiarizam com as funções de programação do mesmo.
Minha turma é composta por alunos de várias faixas etárias. Para apresentar
o robô e começarmos a “brincar”, conhecendo melhor essa novidade,
escolhemos uma música para que os alunos pudessem coreografar. Nossa
escola é muito musical e temos alguns grafites do Michael Jackson
espalhados pela mesma.
Música escolhida, tempo marcado: era hora de acertar os passos. Fizemos
máscaras para os robôs com o formato do rosto do Michael em diferentes
épocas. Fizemos os treinos com recursos que iam de dois a seis robôs. Foram
duas apresentações. E ainda pretendemos mais.
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Yoga, Música, Poesia e
Robótica Educacional!
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Professora: Tamires Flores Almeida.
Instituição de Ensino: EMEI Vila Nova Restinga.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças bem pequenas (de 1 ano e
7 meses a 3 anos e 11 meses); crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida: conhecer, manipular e usufruir
das tecnologias que chegaram até a escola. Estimular habilidades e competências
com o uso das ferramentas, propiciando o pensamento computacional e o raciocínio
lógico. Através de ferramentas tecnológicas, potencializar de modo lúdico práticas
com o corpo e de atenção, concentração e autoconhecimento por meio do yoga.
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Que Bicho é Esse?
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Professora: Josiane Carletti da Silva.
Instituição de Ensino: EMEI JP Cirandinha.
Estudantes envolvidos na prática desenvolvida: crianças pequenas (de 4 a 5 anos e
11 meses).
Objetivos de aprendizagem da prática desenvolvida:
(EI03CG02) Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e
jogos, escuta e reconto de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.
(EI03ET07) Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes,
o depois e o entre em uma sequência.
(EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de
participação e cooperação.
Turma JA
O primeiro contato antes do recesso foi a atividade de apresentação e
reconhecimento do robô, além da utilização dos comandos.
O segundo contato ocorreu depois do recesso e estávamos num momento
do projeto em que conversávamos sobre animais de estimação e outros
animais. Foi utilizada a proposta do WhatsApp “Que bicho é esse?!”. Como a
turma da manhã era pequena, fazíamos uma pergunta para cada aluno e,
depois de identificarmos a resposta, cada criança tinha que programar o robô
para fazê-lo chegar até o bichinho da resposta. Auxiliamos as crianças para
conseguirem cumprir essa atividade.
Turma JB
Houve uma proposta parecida, mas, como a turma era maior, fizemos
perguntas relacionadas aos projetos sobre formigas, borboletas, minhocas,
lagartas, etc. Dividimos a turma em pequenos grupos, os quais escolhiam uma
pergunta e direcionavam o robô para o número escolhido pelo grupo,
respondendo, em seguida, a pergunta.
As duas turmas gostaram bastante de participar. Foi utilizado em ambas o
tapete criativo e pretendo utilizar os outros tapetes com elas também.
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A Parceria entre a Assessoria
Pedagógica e os Professores
Articuladores de Inovação
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Aline Brandalize Schwartzhaupt da Rosa e
Maria Carolina Ribeiro Pedroso
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Fonte: Acervo Escola Maker.
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