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Col. Universitária
Lisboa, Editorial Caminho / 1989
líssimo trabalho
respectivamente, três, quatro e três capítulos.
1) 0 carácter (ethos) do orador emerge do
seu ser e fazer: na teia da época, Vira, tem-
peramento discursivo: (p. 30), representa o
modelo do pregador barroco: 2) a paixão
(pathos) obriga-o a internar-se no mesmo
dizer, que interpreta e oraculiza, em figura-
ções patéticas- (p. 18) de uma vida excessiva,
já confundida; 3) no fogos espectacular, onde
a língua funciona segundo um regime de
simbolização que recupera, «em certa me-
dida, o alvorecer dos primeiros actos verbais.
do homem (p. 19). Actividade enunciativa
e compulsão biográfica, nos termos da A,
seriam especularmente inseparáveis, qual se
dá no painel cera, onde convergem duas.
outras e possíveis divisões: cinco capítulos
dedicados à personagem de oração (no sen-
tido de proposição, reza, pregação); mais
cinco ao autor dos Sermoens, em que prag-
maticamente se tematiza, A um já diferente
nível, esta separação entre oral € impresso
será útil para a avançada Cronologia dos ser-
moes (p. 547-61), apê
Referências Bibliográfi
Temos, logo, historial sobre a formação do
orador, da ciceroniana e cívica «personali-
dade pública ideal à, na segunda metade
do século xvr., sagração do loqu
dotal, enquanto «mediador e intérprete da
interio-
res de aperfeiçoamento. (p. 35). A decorrente
vontade de poder, à hipenrofia de um eu
que se procura uno e modela em textos bio-
gráficos, sumptuosamente teatrais ou didác-
ticos — com que se resume discreto, beró,
oráculo —, esse «conceito do homem como
descjo, como permanente querer-ser (p. 39)
também detectado em Vieira, eis quadro
breve para retratar Seiscentos, cujo individua-
lismo se expande na eloquência, «talvez a
formação discursiva com maior peso e im-
pacte ideológico» (p. 40), e toma o pregador
como protótipo ou sujeito de perfeição, só
em Oitocentos igualado na tribuna parla-
mentar e vencido pelo jornalismo. (Mas,
aqui, se ainda profissionais, também corrup-
tos ou sofrivelmente credíveis.) Propagan-
dista e hitriões, ao serviço de reis, validos,