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Método histórico-comparativo II

A Lei das Palatais


• grande sofisticação metodológica no final do
séc. XIX:
Sânscrito Grego Latim
a a a
- e e
i i i
- o o
u u u

falta de coerência explicada nos termos da perfeição do Sânscrito


(mas: Gótico também /a, i, u /)...
A Lei das Palatais
Sânscrito Grego Latim
ka ka ka
ca ke ke
ci ki ki
ka ko ko
Sânscrito Grego Latim
ku ku ku
a a a
- e e
i i i
- o o
u u u
A Lei das Palatais
Sânscrito Grego Latim
ka ka ka
ca ke ke
ci ki ki
ka ko ko
ku ku ku
Sânscrito Grego Latim
a a a
- e e
i i i
- o o
u u u
Lei das Palatais
proto-Indo- palatalização /e/, /o/ > /a/ Sânscrito
Iraniano
*ka *ka *ka ka
*ke *ce *ca ca
*ki *ci *ci ci
*ko *ko *ka ka
*ku *ku *ku ku

• fim da ideia da perfeição do Sânscrito;


• apenas a evidência comparativa deve determinar a forma
originária da protolíngua;
• importância da ampliação do escopo da comparação dentro do
sistema linguístico.
Os Neogramáticos (Junggrammatiker)

Hermann Osthoff
(1847-1909) Karl Brugmann
Berthold Delbrück (1849-1919)
(1842-1922)

[Lípsia, final séc. XIX]

infalibilidade das leis fonéticas


Hermann Paul [v. regularidade da mudança fonética]
(1846-1921)
Lei de Verner
(1875) Karl Verner
(1846-1896)

conseguiu explicar algumas aparentes


falhas da Lei de Grimm:

necessidade de ir além dos simples segmentos fônicos adjacentes


A hipótese monogenética
para a origem das línguas

(Cavalli-Sforza, 1994)
“É claro que em si a
comparação entre ugro-fínico
ME- ‘eu’ e TE- ‘tu’ com o indo-
europeu ME- e TE- merece
mais atenção de quaisquer
comparações que se possam
fazer entre as correspondentes
formas pronominais nas línguas
indo-europeias.
A única diferença é que a
origem comum das línguas
indo-europeias é aceita,
enquanto a conexão entre
Alfredo Trombetti
(1866-1929)
indo-europeu e ugro-fínico é
negada.”
A hipótese monogenética
para a origem das línguas

Glotocronologia e léxico-estatística:
em busca de conexões
linguísticas distantes

Morris Swadesh
(1909-1967)
Glotocronologia
Léxico-estatística
Swadesh list
Joseph Greenberg (1915-2001)

primeiro estudo
sistemático seguindo a
hipótese monogenética
Greenberg,
1963
As macrofamílias das Américas
Macrofamílias linguísticas do mundo
Merritt Ruhlen (1944-)

The origin of language, 1994

Em um“Proto-world” origem
da língua do Proto-Sapiens
O método
O método

A = irlandês E= inglês I= italiano


B= lituano F= dinamarquês J = francês
C= polonês G= alemão K= espanhol
D= russo H= romeno L = japonês
hipótese
poligenética
hipótese
monogenética
A reconstrução do Indo-Europeu

1. Quem eram os protoindo-europeus?


A origem dos indo-europeus

A. modelo
Gimbutas Big
Bang
B. modelo
Renfrew
-------------------------------------------------------------------------------------------------------

C. modelo Alinei Continuidade


Referências cronológicas
• Paleolítico  ~ até 10.000 anos aEC

caça
colheita
pesca
Referências cronológicas
• Mesolítico  transição Paleolítico - Neolítico

• Neolítico  ~ 10.000 - 5.000 aEC

agricultura
domesticação animais
cerâmica
roda e tração animal
Referências cronológicas
• Calcolítico  ~ IV milênio aEC (cobre)

• Idade do Bronze  ~ 3.500 - 1.200 aEC

• Idade do Ferro  ~ de 1.200 aEC


Marija Gimbutas (1921-1994)
• anos ‘50: pesquisa arqueomitológica sobre as raízes
da Europa
“It is a period which urgently demands
a concerted effort by scholars
from various disciplines.
The exchange of information between
the archaeologists, linguists,
anthropologists, physical
anthropologists and ancient historians
has much to contribute to the field of
Indo-European studies”
(Gimbutas, 1980)
Gimbutas: a hipótese Kurgan
• Курган < palavra túrcica

• Cultura do V-IV milênio a. C. da


planície do médio-baixo Volga

• Túmulos com paredes de pedra


cobertos de terra
Gimbutas: a hipótese Kurgan (1956)

I-II: 1ª
metade IV
mil. aEC

III: 2ª
metade IV
mil. aEC

IV: 1ª
metade III
mil. aEC
A cultura Kurgan
cultura guerreira
e nômade
Os povos da cultura Kurgan seriam os
protoindo-europeus e teriam se expandido às
custas das populações pré-indo-europeias já
agrícolas e urbanas.

Línguas faladas agora ou em épocas históricas em áreas


limitadas e isoladas (basco, ibérico, tartéssico, o hurrita,
etc.) seriam exemplos de sobrevivências de línguas pré-
indo-europeias.
Dualismo no início da civilização
protoIE

cultura agrícola e cultura guerreira e


pacífica, baseada na nômade baseada no
paridade social entre domínio masculino
sexos
A Deusa-mãe
• Já desde Paleolítico

• símbolo de fertilidade,
maternidade, mas também
fonte imanente de tudo que
morre e volta a renascer nos
ciclos da vida

evidência da existência de sociedades


matriarcais neolíticas pré-indo-europeias
(Frazer, Graves, Gimbutas)
Expansão Kurgan (Sochacki, 1988)

• Assimilação: população autóctone definitivamente


destruída e absorvida;

• Ocupação: nova população ocupa o território sem


exterminar os grupos locais;

• Penetração: alguns vestígios da cultura material


(túmulos), sem a destruição da cultura autóctones;

• Difusão: passagem de elementos típicos da nova


cultura, sem deslocação da nova população.
Colin Renfrew (1937- ):
a hipótese anatólica
• povoamento da Europa
pelos protoindo-
europeus: estratos e
épocas diferentes

• migração a partir da
Anatólia cerca de 6.500
a.C.
• migração PACÍFICA de
AGRICULTORES

• primeiro a Europa do Sul,


e mais tarde a do Norte

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