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Argumentação: questões

 1 – É a argumentação ou o récit que


define a essência da linguagem?

 2 – Um texto é declarado
argumentativo por suas marcas
explícitas ou também por sua
organização implícita?

 3 – A argumentação é uma atividade


de pensamento, de língua ou de
discurso?
Duas atitudes: narrar e
argumentar
 1 - Produzir récit,
descrever qualidades
dos seres do mundo e
suas ações; propõe ao
outro uma roteirização
narrativa do mundo numa
atitude projetiva
solicitando identificação.
Argumentar
 2 - Produzir
argumentação, explicar o
porquê e o como dos
fatos, levando o outro a
se incluir em um certo
esquema de verdade,
numa atitude impositiva.
Impõe modos de
raciocínio e argumentos.
Três problemáticas em
torno da argumentação

 2 – A argumentação é uma
atividade de pensamento, de
língua ou de discurso?
Atividade de pensamento, de
língua ou de discurso?
 1 – pensamento: tradição
lógica tem sua origem em
Platão. Autonomia do
pensamento em relação à
linguagem, pois realiza
operações de raciocínio
independente da linguagem
(mera e má manifestação).

 Primazia dos silogismos, das


condições necessárias e
suficientes como garantias da
argumentação.
Aristóteles
Aristóteles distingue 2 espécies
de raciocínios:
- Raciocínios analíticos
(primeiro e segundos
Analítícos). Esse estudo o
consagrou como o pai da lógica
formal.
-Raciocínios dialéticos (nos
Tópicos, na Retórica e nas
Refutações sofísticas). Esse
estudo faz dele o pai da Teoria
da argumentação.
Analíticos e dialéticos
Raciocínios analíticos:
demonstrativos e impessoais. A
inferência é válida qualquer
que seja a verdade ou falsidade
das premissas, mas a conclusão
só é verdadeira se as premissas
forem verdadeiras.
-Raciocínios dialéticos:
pessoais, premissas são
constituídas de opiniões
geralmente aceitas, por todos,
pela maioria, pelos filósofos,
pelos ilustres e notáveis.
Verossímil. Razoável.
Dialética e argumentação
-Raciocínios dialéticos: partem do que é
aceito para fazer admitir outras teses que
são controversas. Um argumento
persuasivo é aquele que persuade aquele
a quem ele se dirige (Aristóteles.
Retórica, 1356)
-Raciocínio dialético deve ser apreciado
por sua ação sobre um espírito.
-Retórica: orador se dirige a uma
multidão.
-Dialética: controvérsia com um só
interlocutor.
-Obs: Nova retórica de Perelman (toda espécie de
auditório)
Leis fundamentais da lógica
Algumas Leis Fundamentais
Lei do Meio Excluido (ou terceiro excluído – tiers exclu)
Um proposição é falsa (F) ou verdadeira (V): não há meio
termo.
Lei da Contradição
Uma proposição não pode ser, simultaneamente, V e F.
Lei da Funcionalidade
O valor lógico (V ou F) de uma proposição composta é
unicamente determinada pelos valores lógicos de suas
proposições constituintes.
ARGUMENTAÇÃO NO DISCURSO
 2 – Argumentação é
atividade de discurso:
tradição retórica, ações e
mecanismos de
persuasão.
ESTRATÉGIAS DO SUJEITO
ARGUMENTANTE

 QdeQ dentro do CC leva


o sujeito a desenvolver
estratégias:

 A) – de legitimação
 B) – de credibilidade
 C) – de captação
Argumentação em Patrick
Charaudeau

 Argumentação é
atividade de
discurso: tradição
retórica, ações e
mecanismos de
persuasão.
Charaudeau: Proposição de
um ponto de vista
 Todo ato de linguagem só
significa em função da
situação de comunicação em
que é produzido.

 Argumentação é uma prática


social (ordinária ou savante).

 Sujeito é regulado pelos


dados da SC, dispondo de
uma margem de manobra para
realizar estratégias e seu
projeto de fala.
Condições enunciativas da
argumentação
 Ponto de vista cognitivo: Tripla atividade:
relação triangular que une um a) – problematizar: fazer
sujeito argumentante, um saber p e impor o modo
sujeito alvo e uma proposição como p deve ser tratado,
sobre o mundo.
pensado (seu QdeQ).

 Inserir o outro em um mesmo b) - Elucidar: fazer


quadro de questionamento compreender as razões
(um modo de tratar a que explicariam o porquê
argumentação, apresentando e o como dos fatos
os meios – modelos – para (causalidades).
julgar a validade desse
quadro). c) - provar: fazer acreditar,
 fundamentando o valor
da elucidação para que o
destinatário possa julgar a
validade da elucidação.
RESTRIÇÕES DA SITUAÇÃO E
CONTRATO
 Contrato de
comunicação:
 A) finalidade
 B) Identidade
 C) Tematização/problematização
 D) Dispositivo
(circunstâncias)

 Em que contrato de
comunicação se situa a
atividade
argumentativa?
SITUAÇÃO DE COMUNICAÇÃO E
PROCESSOS (mises-en-scène) ENVOLVIDOS

SITUAÇÃO DE COMUNICAÇÃO

Instruções discursivas

SUJEITO

Processos

REGULAÇÃO IDENTIFICAÇÃO DRAMATIZAÇÃO RACIONALIZAÇÃO


Contato Imagem Emoção Narr./argum.
Relação Ethos Pathos Logos
VALIDADE DO ATO ARGUMENTATIVO E
SITUAÇÃO DE COMUNICAÇÃO

Efeito semântico produzido em coerência com


a situação de comunicação.

“pas de vrai plaisir sans Perrier”


Instruções: (Você não pode não querer ter prazer)

Sit. Publicitária: “Se você quiser um verdadeiro prazer, então tome


Perrier (a única a lhe dar tal prazer)

(Situação é que dá a força de validação. Em outra situação,


poderá significar outra coisa)
Situação de comunicação pode definir
três grandes ordens argumentativas
 Demonstração: estabelecer uma verdade
(artigo científico)

 Explicação: expor uma verdade já


estabelecida (manual escolar, situações
didáticas).

 Persuasão: fazer crer (publicidade,


declaração política)
SITUAÇÃO DE COMUNICAÇÃO

INSTRUÇÕES DISCURSIVAS

SUJEITO
Tripla atividade

PROCESSOS DE RACIONALIZAÇÃO
ARGUMENTATIVA

PROBLEMATIZAR POSICIONAR-SE PROVAR


Qiestionamento escolha Raciocínio
argumentos
SUJEITO
Tripla atividade

PROBLEMATIZAR POSICIONAR-SE PROVAR


Questionamento escolha Raciocínio
argumentos

de que se trata (Tema) ponto de vista Modos de raciocínio


o que se deve pensar a favor/contra argumentos
perspectivação parcialmente domínios de avaliação
neutro (justificação SdeV)
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
de

PROBLEMATIZAÇÀO POSICIONAMENTO PROVAS E ARGUMENTOS


Enquadramento como implicado, especialista, força do laço causal
representante, porta-voz, do tipo de saber (axiologia)
aliado, etc. da modalização enunciativa

de que se trata (Tema) ponto de vista Modos de raciocínio


o que se deve pensar a favor/contra argumentos
perspectivação parcialmente domínios de avaliação
neutro (justificação SdeV)
OS MODOS DE RACIOCÍNIO

DEDUÇÃO ANALOGIA OPOSIÇÃO CÁLCULO


causa/conseq. referência a Contradição quasi-lógicos
ética/pragmática fatos estabelec. incompatibilidade transitividade
retorsão proporcionalidade
OS TIPOS DE SABERES
Tópicos
lugares

SABERES DE CONHECIMENTO SABERES DE CRENÇA


Verdades estabelecidas opiniões, valores

Domínios de avaliação

Ético/Moral
Pragmático
Estético
Hedônico
A MODALIZAÇÃO ENUNCIATIVA

FORÇA MODAL

Alocutiva Elocutiva Delocutiva


Interrogação opinião tipos de asserção
advertência constatação discurso relatado
apreciação
TRIBUTAÇÃO EXCESSIVA

A política fiscal elevou a taxa tributária do Brasil como uma das


mais altas do mundo (reportagem "Carga elevada sem benefícios",
EM, página 8, 1º caderno, 19/11). Os tributos participam com 33%
do Produto Interno Bruto (soma de todas as riquezas e bens
produzidos no país), mas a maior parte dos recursos é consumida
com o pagamento de taxas e serviços da dívida externa. Sobra pouco
para investimentos. Nos dez primeiros meses deste ano, a
arrecadação federal no Estado atingiu R$ 8,2 bilhões. O quinhão
tirado de Minas é muito maior, se incluirmos os impostos indiretos,
os estaduais (ICMS etc.) e os municipais (ISS), sem contar taxas,
tarifas etc.
Nos países adiantados, a taxa de tributação pode até ser maior, mas
os salários são muito melhores ( o mínimo na Dinamarca fica em
torno de US$ 1,7 mil), com estabilidade monetária e serviços
públicos de saúde e educação de primeira qualidade. A disparidade
da política fiscal adotada pelo País pode ser analisada tendo em vista
o caso mineiro: no período de janeiro a outubro/2001, os
rendimentos do trabalho (quer dizer, IR tirado dos assalariados)
somaram R$ 667,051 milhões, enquanto os rendimentos do capital
foram de apenas R$ 217,034 milhões. O imposto territorial rural
(IPTR) arrecadou apenas R$ 22,266 milhões, quantia insignificante,
levando-se em conta que existe no Estado cerca de 500 mil
propriedades rurais.
Mesmo admitindo-se que, pelo menos, 300 mil são de pequenos
proprietários com rendimento mensal de um salário mínimo (a
chamada propriedade de manutenção familiar), a quantia é
realmente zero à esquerda. Há sonegação e máxima sonegação. O
sindicato da Indústria de Construção Civil de Minas
(Sinduscon/MG) calcula que se 10% do PIB nacional em 2000
(avaliado em R$ 1 trilhão) fosse aplicado na construção de
residências populares (cerca de R$ 20 mil cada), poderiam ser
construídas 1,5 mil por ano, com geração de 3,7 mil empregos
diretos.
(Editorial publicado no jornal Estado de Minas 11/2002)
Representações discursivas da cidadania:

E1 – A política fiscal elevou a taxa tributária do Brasil como uma das


mais altas do mundo (reportagem "Carga elevada sem benefícios", EM,
página 8, 1º caderno, 19/11).

IMPLICA:
P – Há injustiça fiscal no Brasil (representação cidadã da regra de justiça
– todos os cidadãos devem ser tratados como iguais). Igualitarismo.
Q – Indignação.
Representações discursivas da cidadania:

E2 – O quinhão tirado de Minas é muito maior, se incluirmos os


impostos indiretos, os estaduais (ICMS etc.) e os municipais (ISS), sem
contar taxas, tarifas etc.

IMPLICA:
P – Há injustiça fiscal em Minas Gerais (representação cidadã local da
regra de justiça – todos os Estados devem ser tratados como iguais).
Igualitarismo.
Q – Indignação.
Representações discursivas da cidadania:

E3 – no período de janeiro a outubro/2001, os rendimentos do trabalho


(quer dizer, IR tirado dos assalariados) somaram R$ 667,051 milhões,
enquanto os rendimentos do capital foram de apenas R$ 217,034
milhões.
IMPLICA:
P – Há injustiça fiscal na gestão pública (representação cidadã da regra
de justiça aplicada à distribuição desproporcional dos sacrifícios – como
o cidadão (trabalhador) pode pagar mais impostos que os detentores do
grande capital? Eqüidade.
Q – Indignação.
Representações discursivas da cidadania:

E4 – O sindicato da Indústria de Construção Civil de Minas


(Sinduscon/MG) calcula que se 10% do PIB nacional em 2000 (avaliado
em R$ 1 trilhão) fosse aplicado na construção de residências populares
(cerca de R$ 20 mil cada), poderiam ser construídas 1,5 mil por ano, com
geração de 3,7 mil empregos diretos. SE P, Q, MAS ~P.
IMPLICA:
P – Há má e injusta gestão dos recursos arrecadados (representação
cidadã da gestão pública das prioridades – exemplo da habitação popular
engaja uma representação cidadã por mais justiça social. Solidariedade.
Q – Indignação.
TIPOS DE OBJETOS DE ACORDO

DO REAL DO PREFERÍVEL
pretensão à validade auditório
universal particular

Fatos Verdades Presunções Valores Hierarquias Lugares


TIPOS DE OBJETOS DE ACORDO

DO PREFERÍVEL
auditório
particular

VALORES HIERARQUIAS LUGARES COMUNS

Abstratos Concretos
Justiça, Liberdade Brasil,
o Verdadeiro Fidelidade, Força,
o Bem, o Belo
TIPOS DE OBJETOS DE ACORDO

DO PREFERÍVEL
auditório
particular

Valores Hierarquias Lugares

Homem/animal
justo/útil

mais
Importante que
valores em si
Intensidade/ escolhas
TIPOS DE OBJETOS DE ACORDO

LUGARES COMUNS
TOPOÏ

LUGAR DA QUANTIDADE

do bem (efeito)
da duração
de pessoas

LUGAR DA QUALIDADE
Singularidade
do ser/ original
contra o senso comum

Lugar da ordem (ant/post)


Lugar do existente (real/pos.)
Lugar da essência (tipo ideal)
Lugar da pessoa (mérito, dignidade)
ARGUMENTAÇÃO PARA A
EDUCAÇÃO BÁSICA
Prof. Wander Emediato (UFMG)
Núcleo de Análise do Discurso
Implicações das teorias da
argumentação para o ensino
1. O pensamento crítico resulta da aplicação de modos de
raciocínio lógico que permitem analisar – e construir -
criticamente textos e argumentações.
2. A aplicação dos modos de raciocínio e a análise lógica de
premissas e de conclusões contribuem para a identificação
de falácias nas argumentações que aparentam
demonstrar.
3. A análise criteriosa das argumentações permite distinguir
uma argumentação convincente de uma argumentação
persuasiva e de avaliar a natureza de suas premissas.
4. Os lugares da argumentação (endoxon) precisam ser
encontrados e dependem de uma boa orientação
Tipologia das questões analisadas nos MLP
O que solicitam do aluno
Tipos de perguntas Mecanismos lingüísticos Imaginários de educação/
e/ou didáticos saber investido
A identificação de conteúdos assimilados e Geralmente são iniciadas pelos Da tradição
1. Identificação/ inscritos no texto e/ou a reprodução pronomes que, quem, qual e
reprodução desses conteúdos (informações, pelos advérbios quando, como, “Assimilação/memorizaçã
decodificação. onde, dentre outros. o”

Formas lógicas da disjunção, Da modernidade


2. Inferencial/
conjunção, causa e efeito,
relacional A atividade inferencial, formas de condição, etc.
“Desenvolvimento do
raciocínio lógico e relacionais, pensamento crítico”

Classes de palavras, funções Da tradição


3. Classificação Nomear fenômenos lingüísticos,
sintáticas, etc. “Assimilação/memorizaçã
referência a nomenclatura da GT.
o”
Atos enunciativos de opinião,
4. Subjetivação julgamento, apreciação, Da modernidade
Posicionamento crítico sobre um
texto, tema ou objeto.
avaliação, etc. “Desenvolvimento do
pensamento crítico”
A descrição e caracterização de Da tradição ou da modernidade
elementos do texto por definição, Dependendo do uso,
Operações de descrição: nomear,
5. Caracterização qualificação, quantificação e qualificar, quantificar e localizar.
assimilação/memorização ou
desenvolvimento do pensamento
localização. crítico associado ao discurso.

A reescrita do texto, geralmente em Imaginário da tradição


Paráfrases estruturais (lexicais,
6.Reescrita “assimilação/memorização do
outra modalidade lingüística. sinonímicas, sintáticas, modais).
uso de formas e estruturas”

Imaginário de tradição
7. Conformativas Uma atitude de conformidade de “assimilação de valores”
natureza moral.
PARÂMETROS PARA O PENSAMENTO CRÍTICO
Como concebê-lo
Como estimulá-lo

COMPETÊNCIAS ENVOLVIDAS
no Pensamento crítico

Lingüística Enciclopédica Axiológica Praxeológica Lógica


Situacional (gênero)

Padrões socioletais Referencial Avaliativa Adequação Tipos


Lexicais Temático doxal aos de raciocínios
Sintáticos Saberes Saberes Gêneros Lógicos
de conehcimento de crença

Dedutivo
Restritivo
Conjuntivo
Disjuntivo
Redação, argumentação e leitura

Princípio básico:
a escrita é a
expressão do
raciocínio lógico e
retórico de um
sujeito.
Pensamento crítico e modos de raciocínio
P
Pensar e analisar Conexões R
O
a) Causais B
L
b) Condições
E
Ideias; Relacioná-las c) Oposições M
temas
A
d) Explicações
T
e) Conjunções I
Z
f) Disjunções
A
g) Concessões Ç
Ã
h) Restrições
O
Pensamento crítico
P
Aprender a pensar Conexões R
O
a) Causais B
L
b) Condições
E
Idéias Relacioná-las c) Oposições M
A
d) Explicações
T
O que são idéias? e) Conjunções I
Z
f) Disjunções
A
Objetos Eventos Estados Aspectos g) Concessões Ç
Ã
h) Restrições
O
EXEMPLO

“A, pois B e C.”


“As altas taxas de juros freiam o crescimento econômico,
A
pois dificultam o financiamento da produção e impedem novos
B C
investimentos da indústria.”
EXEMPLO

“Tese, explicação 1 e explicação 2.”

A, pois B e C.
“As altas taxas de juros freiam o crescimento econômico,
A
pois dificultam o financiamento da produção e impedem novos
B C
investimentos da indústria.”
EXEMPLO

“A e B, pois C e D, E que F, apesar de G e de H.”

“A teoria humanista buscava entender o homem e Mayo foi o seu


grande mentor, pois desenvolveu experiências com os
empregados e realizou vários estudos com supervisores na
indústria, mostrando que o fator humano e as relações
interpessoais afetavam a produção, apesar das formas de controle
serem rígidas e de serem adotados padrões de produção
mecanicistas.”
EXEMPLO

Tese1 e tese2, explicação 1 e 2, explicação 3, restrição 1 e 2.

“A e B, pois C e D, E que F, apesar de G e de H.”


“A teoria humanista buscava entender o homem e Mayo foi o seu
grande mentor, pois desenvolveu experiências com os
empregados e realizou vários estudos com supervisores na
indústria, mostrando que o fator humano e as relações
interpessoais afetavam a produção, apesar das formas de controle
serem rígidas e de serem adotados padrões de produção
mecanicistas.”
Conexões
a) Causais (Já que A, B. A, porque B. P
Como A, B. )
R
b) Condições (Se A, B. Desde que A,
B. A menos que A, B. )
O

c) Oposições (A, porém B. A, mas B. B


B. A, no entanto B. A, contudo B. A, L
entretanto B.
Conexões ou E
d) Explicações (A, pois B. A,
encadeamentos porque B.) M

discursivos e) Conjunções (A, mas igualmente B. A


A, assim como B. A, como B. A, tal
como B.
T

f) Disjunções (Seja A, seja B. De um I


lado A, de outro lado B.) Z
g) Concessões/restrições (Embora A
A, B. A, apesar de B. Ainda que
A, B. Ç

h) Deduções: (A, portanto B). Ã


O
Conexões
a) Causais (Puisque A, B. Étant donné P
que A, B. Comme A, B. A, parce que
B. )
R

b) Condições (Si A, B. Au cas où A, B. O


A, à condition que B. A, pourvu que B
B. )
L
c) Oposições (Tandis que A, B. Alors
Conexões ou que A, B. Quoique A, B. A, pourtant E
B. A, mais B. A, néanmoins B.)
encadeamentos M
d) Explicações(A, c’est-à-dire que
discursivos B. A, car B.) A

e) Conjunções (A, mais également B. T


A, autant que B. A, de même que B. I
Comme A, B. A, tel que B. )
Z
f) Disjunções (Soit A, soit B. D’une
part A, d’autre part B.) A
g) Concessões/restrições (Bien que Ç
A, B. A, malgré B. A, même si Ã
B.
O
h) Deduções: (A, donc B).
Texto de três parágrafos

1 - A. A, visto que B. A. Embora A, B.


2- A. Se A, B, pois C. Embora A,B. A, porém B.
3- A. A, pois B e C. Não só A,como também
B. A, portanto B.
A. A, visto que B. A. Embora A, B.

• A violência urbana cresce assustadoramente no país. Os


índices revelados são alarmantes, visto que as proporções
atingidas pela violência superam todas as expectativas da
sociedade. A população necessita de medidas urgentes
para a diminuição desse grave problema social. Embora as
políticas de segurança pública reflitam cada vez mais esta
realidade, as medidas tomadas são insuficientes diante da
dimensão do problema.
A. Se A, B, pois C. Embora A,B. A, porém B.

• A sociedade brasileira necessita de mobilização. Se a


sociedade continuar apática e passiva diante da violência,
ela se tornará refém da criminalidade, pois a certeza da
impunidade fortalece as ações criminosas. Embora o
problema seja do conhecimento de todos, a mobilização
social ainda é insuficiente. As pessoas estão cada vez mais
conscientes da realidade social brasileira, porém a
consciência ainda não se transformou em ação cívica.
A. A, porque B e C. Não só A,como também B. A, portanto B.

• O Brasil necessita de medidas urgentes contra essa violência crônica.


Entre elas, a distribuição justa das riquezas é necessária, porque
grande parte da violência decorre da desigualdade social evidente de
nosso país e tal situação gera revolta e tensão social. Não só uma
melhor distribuição de renda é importante, como também o aumento
dos investimentos em educaçào pública. As soluções para os
problemas brasileiros são amplamente conhecidas, portanto sua
execução só precisa de vontade política.
A. A, vu que B. A. Bien que A, B.

• La violence urbaine ne cesse de croître dans le pays. Les


sondages sont étonnants, vu que ses proportions
dépassent toutes les atteintes de la société. Les citoyens
réclament des mesures d’urgence pour faire face à ce
grave problème social. Bien que des politiques de securité
publique soient mises en oeuvre, elles se montrent
insufisantes face à la dimension du problème.
Pontos positivos

As conexões propõem ao aprendiz de língua materna ou de


língua estrangeira exercitar o seu raciocínio lógico construindo
textos com formas lógicas pré-determinadas. Esse exercício
tem apresentado dois resultados positivos:
a) - o aluno se familiariza com o emprego dos diferentes tipos
de conexões, conjunções coordenadas e subordinadas ao redigir
texto e é levado a estabelecer relações sobre um tema relevante;
b) – ele demonstra adquirir aos poucos uma competência
natural para a expressão de seu raciocínio lógico e percebe a
necessidade de justificar e fundamentar pontos de vista..
Problema
Após o exercício sistemático das conexões, há um sentimento
de que os textos ficam mecânicos, falta alguma coisa.
O que falta?
1 – a comunicação humana não é apenas lógica.
2 – a comunicação humana é sobretudo retórica.
3 – a retórica remete ao próprio trabalho das conexões, mas
também a expressões retóricas de caráter estético e persuasivo
(e isso é cultural, depende da cultura da língua).
4 – A leitura e a escrita envolvem competências diversas,
ENTRE ELAS A ENCICLOPÉDICA.
Praticar as expressões retóricas presentes da língua:
Modalizações: Certamente, realmente, visivelmente, notadamente, é
sabido que, é evidente que, evidentemente, é mais do que notório
que, definitivamente, parece que…, poderíamos, talvez, afirmar
que…, é possível que, seria desejável que, em aparência…de modo
menois dogmático… a afirmação é, em parte interessante, mas…,
não posso, realmente, negar a pertinência dessa afirmação,
contudo…

Temáticas: Trata-se aqui de…, de início…., a fim de compreender


melhor o problema….,Nós nos encotramos aqui diante de uma
questão fundamental,….

Para concluir: Para pôr um termo a esse debate…., comparemos,


para concluir, a opinião de x com a de y….

Exposição de pontos de vista: na minha opinião…., quanto a


Expressar concordância, ethos de ponderação: Embora…, estou
totalmente de acordo as razões apresentadas…, Participo parcialmente de
sua opinião, que me parece, nesse caso, conveniente., Não há como
negar…,

Para refutar: Esse julgamente não me parece razoável, Não estou certo de
que tenha razão, Discordo com você nesse ponto, e aprsento razões mais
convincentes, Gostaria de ressaltar, porém, que…, É preciso considerar, por
outro lado, que…

Expressões organizativas:
Notemos que…., idéia similar pode ser encontrada em…., Precisemos
que…., Se considerarmos (tal aspecto), perceberemos que…., Do mesmo
modo…., A título de exemplo, vejamos o caso…. Contrariamente ao que se
pensa em geral…., Em primeiro lugar, …., em segundo lugar…., em
terceiro lugar…, Gostaríamos de salientar que…., É bom frisar que….,
Essas observações são suficientes paramostrar, de início, que…
Atividade: desenvolva a forma lógica e retórica abaixo em um texto de de 7
parágrafos sobre um tema controverso de sua área de formação ( ou outro
tema qualquer)
Trata-se aqui de A e de B. De início, A e B. A fim de compreender melhor o problema melhor o
problema, A e B. Nós proporemos portanto A e B, pois C e D.
Nós nos encontramos aqui diante de uma questão que A. Em primeiro lugar A, que demonstra que B.
Em segundo lugar, A, já que B e que C. Em terceiro lugar, A, de modo que B e C. Certamente, A.
É sabido que A. É também mais do que notório que A. por outro lado, não é totalmente certo que A,
pois B e C. É bem provável que A, visto que B e que C. Segundo A (ARGUMENTO DE
AUTORIDADE) , B.
De modo menos dogmático, A e B, sobretudo se C e D. Nesse caso, A, embora B. Com toda certeza,
A, já que B. Entretanto, podemos pensar igualmente que A, portanto B. ANALOGIA.
Definitivamente, parece que A. Por razões evidentes, A e B. Se é justo dizer que A, não seria também
pertinente afirmar que B? Isso nos leva a crer que A, ainda que B.
Seria mais pertinente, agora, avaliar as relações entre …. e …., sob a seguinte forma: inicialmente A.
Em seguida B. Finalmente C. Poderíamos ainda ressaltar que A, pois não há como negar que B,
embora C e D.
Para pôr um termo a essa controvérsia, A e B. De um lado, A, de outro lado, B. Se considerarmos que
A, perceberemos que B. A título de exemplo, vejamos o caso de A. Entretanto, é bom frisar que A, de
maneira que B. Vale ressaltar ainda que A. Essas observações são suficientes para mostrar, enfim, que
A e que B. Porém, não se trata aqui de descartar, em absoluto, a relevância de A. Trata-se, apenas, de
colocar em evidência que A, o que nos permite, finalmente, concluir que B.
Proposta: Reforma política no Brasil: qual o melhor modelo de
votação?

Política é um tema evitado por muitos brasileiros, que se sentem


desmotivados a votar devido a uma série de questões: os tantos casos de
corrupção, a distância entre políticos e seus eleitores, a imensa
quantidade de candidatos a serem avaliados numa eleição. Este ano,
tanto os políticos quanto alguns setores da sociedade começaram a se
mobilizar numa discussão sobre o modelo eleitoral adotado no Brasil.
As principais propostas dessa reforma política são o voto distrital e o
voto proporcional misto. Os dois modelos possuem defensores e
opositores, com justificativas diversas. Leia algumas delas nos textos
de apoio e depois elabore uma dissertação argumentativa avaliando o
que deveria ser modificado em nosso sistema de votação e a viabilidade
da adoção, no Brasil, de um desses modelos. Diga qual dos dois
modelos lhe parece melhor e justifique seu ponto de vista.
.
O verdadeiro voto democrático (redação nota 9)

A cada instante o Brasil cresce e se moderniza e neste novo cenário se


destaca a necessidade de uma nova organização política, que traga mais
justiça e igualdade aos brasileiros. Essa mudança não poderia começar
de outra maneira que não fosse colocando em questão o sistema
eleitoral de nosso país.

Referente ás [às] duas propostas apresentadas, de voto distrital e voto


proporcional misto, observa-se que países politicamente maduros,
como os Estados Unidos, França e Itália adotaram o sistema de voto
distrital. Apesar da grande diferença entre o Brasil e estes países, tanto
geográfica quanto economicamente, o sistema de voto distrital propõe
uma divisão política do país em várias regiões, igualmente
representadas, porém individualmente gerenciadas pelos governantes
escolhidos por eleitores próprios daquele distrito.
O sistema de voto distrital se torna [torna-se] mais democrático, pois
propicia uma representatividade regional melhor no congresso nacional,
haja vista que cada político representa a mesma proporção de cidadãos
e direciona o foco do seu trabalho para a região distrital a que foi eleito.
Outra vantagem é que a população proveniente de um determinado
distrito tem maior possibilidade de acompanhar, participar e direcionar
a política desenvolvida em sua região.

Em um país democrático como o Brasil, a decisão sobre a mudança do


sistema de voto deve ser do povo, através do voto direto. É
imprescindível que os eleitores sejam orientados sobre a diferença entre
ambos os sistemas, de forma transparente e imparcial, permitindo uma
escolha consciente.
A Ineficiência da Escolha do Modo Eleitoral Brasileiro (nota: 3,0)

Desde a época da colonização, o poder eleitoral sempre ficou nas mãos da nobreza e
da burguesia. Todavia, com o passar dos séculos, com a proclamação da República e
com o aparecimento do povo na forma de revoltas para a democratização do Brasil,
conseguiu a este o modo eleitoral de atualmente, no qual o Congresso Nacional quer
modificar.

É evidente que tanto no "voto proporcional misto" quanto no "voto distrital" que a [a]
população ainda se prejudicará na hora de eleger seus representantes, pois a
ignorância do povo brasileiro mistura-se às propagandas medíocres dos candidatos.

Então, é extremamente necessário escolher a forma de voto que menos prejudique o


povo, que é o "voto proporcional misto". Pois deste [misto?, pois desse] modo o
eleitor terá um número restrito de candidatos para escolher e será mais fácil raciocinar
assim, fazendo com que o cidadão escolha mais cautelosamente os seus futuros
representantes políticos.
Portanto, o Congresso Nacional deve desprender-se dessa ideia de
obter cada vez mais dinheiro, e pensar que se a população eleger
melhor seus representantes, a economia e o modo de vida dos
brasileiros melhorará (ão).
Melhor modelo de votação (Nota: 6,0)
Política não é o tema mais discutido entre os brasileiros, esse
[brasileiros. Esse] desinteresse é devido à [a] várias questões, como a
corrupção, distância [a distância] entre políticos e eleitores e ao [o]
imenso número de candidatos a serem avaliados numa eleição. Diante
disso, é evidente a grande necessidade de uma reforma política no
Brasil.

Essa reforma, hoje em discussão no Congresso Nacional, tem um


objetivo básico de alterar a realidade negativa do funcionamento do
sistema eleitoral atual, a fim de aumentar também a participação da
população. Dois tipos de votos são colocados em questão: o
proporcional misto, cujo [no qual] cada eleitor tem direito a dois votos,
um que ele vota numa lista de candidatos do partido de sua escolha e
outro qual (pelo qual) ele vota no candidato de sua preferência. Mas
quem escolheria essa lista? Os caciques dos partidos, provavelmente.

O segundo tipo de voto, seria o distrital, cujo [distrital. Nele, o] país


Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita.


2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias
áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites
estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários
para a construção da argumentação.
5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado,
mostrando respeito aos valores humanos e considerando a
diversidade sociocultural.
Trabalho final: elabore um projeto de ensino para ser realizado em
diferentes etapas (apresentar cronograma e plano) voltado para a
leitura e a produção de textos dos alunos contendo os seguintes
elementos:

LEITURA:

a) - defina o perfil da turma (o ano) e as características do alunado;


b) – Defina os objetivos da tarefa: ( analisar...; compreender....;
desenvolver o pensamento crítico; relacionar... etc.)
b) - selecione um texto que seja interessante para trabalhar os quatro
modos de organização do discurso (enunciativo, descritivo, narrativo
e argumentativo);
c) - elabore um conjunto de perguntas que servirão de roteiro para o
trabalho de leitura. Pode conter um conjunto de perguntas estruturais
(identificação de termos ou estruturas, por exemplo); mas também (e
principalmente) deve conter perguntas inferenciais/relacionais e de
subjetivação sobre o texto.
Bibliografia
BRUER, John. Escuelas para pensar. Buenos Aires: Ediciones Paidós, 1995.
CHARAUDEAU, P. Visadas discursivas, gêneros situacionais e construção textual. In:
MACHADO, I. Et al. (orgs.). Gêneros: reflexões em análise do discurso. Belo Horizonte: Fale-
UFMG, 2004.
EMEDIATO, Wander. A fórmula do texto. Redação, argumentação e leitura. São Paulo: geração
editorial, 2004.
EMEDIATO, Wander. Os gêneros como tipos situacionais. In. MARI, Hugo et al. (orgs)
Análise do discurso em perspectivas. Belo Horizonte: Fale-UFMG, 2003.
EMEDIATO, Wander. A enunciação comunitária dos gêneros discursivos. In: EMEDIATO, W.
et al (orgs). Análise do discurso: gêneros, comunicação e sociedade. Belo Horizonte: Fale-
UFMG, 2006.
EMEDIATO, W. Organização enunciativa e modalização no discurso didático. In: Lara,
Gláucia Muniz Proença (Org.) . Linguagem, texto, discurso. Entre a reflexão e a prática. Rio de
Janeiro: Lucerna, 2006.
PERELMAN, C. OLBRECHTS-TYTECA, C. Tratado da argumentação. A Nova retórica. Rio
de Janeiro, Martins Fontes, 2000.
PERKINS, D. La escuela inteligente. Buenos Aires: Gedisa Editorial, 2000.
TOULMIN, S. Usos do argumento. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2000.

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