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RELAÇÕES TRABALHISTAS E
NEGOCIAÇÃO
Reitor
Prof. Me. Stefano Barra Gazzola
Pós-Graduação a Distância
Profa. Ma. Letícia Veiga Vasques
Arte
Isabella de Menezes
Diagramação
Elias Márcio Tavares
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
ZAINAGHI, Domingos Sávio. Curso de legislação social. 12. ed. São Paulo:
Atlas, 2009.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
05 | .......................1.1.
14 | Unidade II
O sistema de relações do trabalho no âmbito nacional e
organizacional: relações de trabalho, relações de emprego
(“negocial e o estatutário”)
22 | Unidade III
O sistema brasileiro de relações trabalhistas
77 | Unidade IV
O processo da negociação coletiva do trabalho
85 | Unidade V
As negociações e suas interfaces (conceito e
princípios).
Ações que influenciam as negociações.
Comportamento na Negociação.
Negociação Empresarial.
Tomada de Decisão.
UNIDADE I
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UNIDADE I
Entendimento das relações de trabalho:
as transformações políticas e sociais, e o
seu reflexo na proteção jurídica das
relações humanas
Não é de hoje que em um período cultural e economicamente
globalizado a vida em sociedade sofre direta influência do meio político
e social, da produção em escala e das relações com os outros seres
humanos. Por isso, torna-se cada vez mais pertinente discutir as
relações trabalhistas e as negociais que transformam a natureza das
pessoas e das organizações em meros meios de produção, visando,
muitas vezes, a satisfação de interesses particulares e o lucro.
Em uma sociedade pós-moderna como a de hoje, onde os meios
de comunicação encontram-se em todo o globo e na palma das mãos,
não é novidade para ninguém que o mundo tem vivenciado inúmeras
crises, principalmente vinculadas ao âmbito laboral, ao social,
econômico e jurídico, a ponto de um cidadão acompanhar, em poucos
segundos, algo que tenha acontecido do outro lado do planeta. Talvez
os mais recentes exemplos envolvendo esta transformação e o
acompanhamento do cidadão seja o da “nova” lei do aviso prévio (Lei
n. 12.506/2011), e o aumento do salário mínimo para R$ 622,00, a partir
de janeiro de 2012.
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transformações que emanam reflexos no mercado de trabalho, você
terá que analisar, inicialmente, o corte histórico envolvendo a
transformação do trabalho na humanidade, a fim de contextualizá-lo
com a evolução da cadeia laboral, dos interesses políticos e/ou
particulares em detrimento dos sociais, e do próprio direito do trabalho,
no sentido de entender o significado do termo “relações trabalhistas”.
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sem interferência do Estado, as suas condições ao trabalhador. Neste, o
Estado intervém na ordem econômica e social limitando a liberdade
plena das partes da relação de trabalho.
Finalmente, a última causa foi envolvendo as questões jurídicas,
sendo esta permeada por um conjunto de reivindicação por parte dos
trabalhadores, por meio de sindicatos, em busca de melhores condições
de trabalho, reconhecimento do direito de união, de uma legislação que
os protegesse, por uma proteção do trabalho dos menores, mulheres
etc.
No Brasil, até 1888, ainda era mantido o trabalho escravo. Com a
abolição da escravatura experimentou-se uma nova forma de trabalho,
mas mantendo, ainda, o autoritarismo nas relações entre empregadores
e trabalhadores.
Houve grande influência dos imigrantes italianos, que aqui se
instalaram no início do século XX.
Os trabalhadores nas indústrias emergentes, muitos deles
imigrantes, com tradição sindicalista europeia, passaram a exigir
medidas de proteção legal; até cerca de 1920, a ação dos anarquistas
repercutiu fortemente no movimento trabalhista; as primeiras normas
jurídicas sobre sindicato são do início do século XX; o Código Civil de
1916 dispunha sobre locação de serviços, e é considerado o antecedente
histórico do contrato individual de trabalho na legislação posterior; na
década de 30, com a política trabalhista de Getúlio Vargas, influenciada
pelo modelo corporativista italiano, reestruturou-se a ordem jurídica
trabalhista no Brasil.
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Todavia, em virtude do regime totalitário então vigente, eram proibidos
o locaute e a greve. É sob a vigência dessa Carta que nasce a CLT –
Consolidação das Leis do Trabalho, em 1º de maio de 1943. Trata-se da
reunião de todas as leis trabalhistas até então vigentes.
A Constituição de 1946 trata o Direito do Trabalho de forma
democrática, já que a mesma foi promulgada após debates de uma
Assembleia Nacional Constituinte. Os avanços mais importantes são a
liberdade sindical, participação nos lucros, estabilidade e direito de
greve, além de serem mantidas as conquistas constantes da Carta
anterior.
Sob a vigência da Constituição de 1946 foram criadas diversas leis
ordinárias, sendo as mais importantes as do repouso semanal
remunerado (Lei 605/49), a do décimo terceiro salário (Lei 4.090/62),
dentre outras, inclusive lei sobre o direito de greve (1964).
A Constituição de 1967 e a Emenda n° de 1969 (que foi uma
verdadeira Constituição Nova) mantiveram os direitos previstos na
anterior.
Em 1988 foi promulgada a atual Constituição, a qual trata o Direito
do Trabalho nos artigos 7º a 11, intitulando este de Direito Sociais. As
principais novidades que vieram com a Constituição de 1988 são as
férias remuneradas, com um terço a mais; direitos dos empregados
domésticos; licença paternidade; FGTS obrigatório; ampliação do prazo
prescricional para a cobrança de créditos trabalhistas para cinco anos
etc.
O reflexo desta transformação, agora relacionada com o mercado
de trabalho, ainda passa por mais um corte histórico, especificadamente
a partir da segunda metade do século XX.
Com o redimensionamento do capitalismo, com a abertura dos
mercados internacionais e com a formação, por outro lado, de blocos
econômicos cada vez mais coesos; a redemocratização dos países de
terceiro mundo, com o fim das ditaduras militares e a tentativa de
reconstrução dessas nações periféricas com base em preceitos
libertatórios e garantidores de liberdades públicas; o sepultamento do
socialismo de economia fechada, voltado para a autossuficiência e
isolamento em relação ao restante do mundo; a profunda evolução das
ciências, notadamente na seara tecnológica, fazendo com que recursos
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de informática permitam o fácil e quase que imediato acesso às
informações, estabelecendo contato entre pessoas situadas em
qualquer parte do mundo, consequentemente, pondo termo à
existência material de barreiras geográficas, é que se tem a ideia de que
hoje se fala em pós-modernidade.
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ser as suas consequências inevitáveis: o agravamento da
injustiça social através do crescimento imparável e recíproco
da concentração da riqueza e da exclusão social, tanto a nível
nacional como a nível mundial; a devastação ecológica e com
ela a destruição da qualidade e mesmo da sustentabilidade da
vida no planeta. O inconformismo perante estas consequências
combinado com uma crítica aprofundada da epistemologia da
ciência moderna está hoje a contribuir para a emergência de
um novo paradigma, a que noutro lugar chamei de ciência pós-
moderna, ou melhor, o paradigma de um conhecimento
prudente para uma vida decente. (SANTOS, 2010).
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justiça e nas exigências da natureza humana significa reduzir o
direito a um simples produto da força dominante no meio
social, seja ela a vontade de um chefe, a deliberação de um
órgão legislativo ou judicante, dotado de poder coercitivo, ou
mesmo a opinar da maioria. (MONTORO, 1997)”
1
Discurso de Ulysses Guimarães na Constituinte: última sessão de votações do
segundo turno — antes da votação do texto final da Constituição Federal, datado de 1º/9/1988.
2 Art. 3º, IV da Constituição Federal de 1988.
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pela qual já se permite, a partir deste entendimento, adentrar-se na
seara específica envolvendo as relações trabalhistas, seus direitos e
deveres.
UNIDADE II
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UNIDADE II
O sistema de relações do trabalho no âmbito
nacional e organizacional: relações de trabalho,
relações de emprego (“negocial e o
estatutário”)
3 DL nº 4.072, de 1942
4 DL nº 6.141, de 1943
5 Portaria nº 1.002, de 1967
6 Decreto nº 66.546, de 1970
7 Decreto nº 75.778, de 1975
8 Lei nº 6.494, de 1977
9 Lei nº 8.859, de 1994; Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001 e a Lei nº 9.393,
de 1996
1010 Entende-se por vínculo didático-pedagógico a relação de trabalho do
Definição de Definição de
empregador empregado
• Art. 2º. Considera-se • Art. 3º. Considera-se
empregador a empregado toda
empresa, individual pessoa física que
ou coletiva, que, prestar serviços de
assumindo os riscos natureza não eventual
da atividade a empregador, sob a
econômica, admite, dependência deste e
assalaria e dirige a mediante salário.
prestação pessoal de
serviços.
Trabalho Emprego
Todo esforço Todo esforço
físico ou físico ou
intelectual intelectual
Autonomia Subordinação
O SISTEMA BRASILEIRO DE
RELAÇÕES TRABALHISTAS
UNIDADE III
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UNIDADE III
O sistema brasileiro de relações trabalhistas
Como você bem observou no capítulo anterior, empregado e
empregador são pessoas que mantém uma vinculação jurídica,
obrigando-se pessoalmente a realizar atos, executar obras ou prestar
serviços, sob dependência, durante um período determinado ou
indeterminado de tempo, mediante o pagamento de uma remuneração,
nos termos dos artigos 2º e 3º, ambos da Consolidação das Leis do
Trabalho.
Atente-se somente para o fato de que esta substituição deva ser esporárica
por exemplo, que pode ser contratado para que preste serviço numa
residência por determinado período. Neste caso, não há continuidade;
logo, não é constante, não havendo que se falar em vínculo de emprego.
3.1.3. Remuneração
Remuneração consiste no somatório da contraprestação paga
diretamente pelo empregador, seja em pecúnia (em espécie), seja em
utilidades, com a quantia recebida pelo empregado de terceiros, a título
de gorjeta, na forma do artigo 457 da CLT.
Nos próximos capítulos você poderá conhecer e aprofundar uma
pouco mais as relações remuneratórias envolvendo empregados e
empregadores. Neste momento, basta saber que remuneração é o
último elemento legal da caracterização do empregado e também um
dos elementos do contrato de trabalho: onerosidade.
Mas poderá haver uma situação prática em que estará você diante
de uma pessoa física que preste serviço de forma não eventual sob
dependência de um empregador, mas que não tenha o elemento
remuneração. É o caso das atividades religiosas, nas quais, por exemplo,
um padre, que trabalhe num hospital diariamente, mas sem receber
salário, pois é inerente a essas atividades a gratuidade, não sendo, pois,
empregado.
A mudança da Sucessando um
Qualquer alteração
propriedade ou na empregador ou
na estrutura
estrurura jurídica uma empresa por
jurídica da
da empresa não outra, o "novo"
empresa não
afetará os assumirá todas as
afetará os direitos
contratos de responsabilidades
adquiridos por
trabalho dos deixadas pelo
seus empregados
empregados anterior
3.3. Terceirização
Por definição, terceirização é a transferência de parte das
atividades de uma empresa para outra, que passa a funcionar como um
terceiro no processo produtivo, entre o trabalhador e a empresa
principal (intermediação de mão-de-obra) ou entre o consumidor e a
empresa principal (prestação de serviços) (FILHO, 2008, p. 62).
Para você melhor lhe situar, a terceirização pode ser entendida
como a transferência de certas atividades periféricas do tomador de
serviços, passando a ser exercidas por empresas distintas e
especializadas.
Para as relações trabalhistas e o próprio direito do trabalho,
interessa o fato de se ter trabalhador prestando serviço ao ente
tomador, mas possuindo relação jurídica com empresa prestadora de
serviços. A relação, assim, passa a ser triangular ou trilateral, pois na
terceirização o empregado da empresa prestadora presta serviços ao
tomador.
Veja a figura abaixo para melhor compreender o tema:
UNIDADE III
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______
1 – Relação de emprego, onde empregador e empregado possuem obrigações
recíprocas, fruto da legislação (CLT, etc.).
2 – Relação de trabalho, onde o empregado presta seus serviços ao tomador a partir
da indicação de seu empregador.
3 – Relação cível, onde ambas as empresas realizam um contrato comercial, a fim de,
uma, encaminhar a mão-de-obra e a outra receber a prestação de serviços como
tomadora.
3.3.3. Gorjetas
Nos termos do §3º do artigo 457 da CLT, a gorjeta é não só a
importância espontânea dada pelo cliente ao empregado, como
também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como
adicional nas contas, a qualquer título, e destinada à distribuição aos
empregados.
O pagamento da gorjeta é feito, assim, sempre em dinheiro e por
um terceiro (o cliente e não pelo empregador). Logo, não integra o
salário do obreiro, o qual é pago diretamente pelo empregador, apenas
integrando a remuneração do trabalhador.
O Brasil adota o sistema facultativo, sendo que o cliente não é
obrigado a pagar gorjeta, mesmo que ela venha incluída na conta.
A gorjeta pode constituir-se num valor fixo dado pelo cliente
como também num percentual incidente sobre a nota de serviço,
normalmente fixada em 10%.
Assim, a remuneração não poderá ser fixada exclusivamente na
base de gorjeta, pois ficaria o empregador desonerado de sua principal
UNIDADE III
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3.3.4. Salário
A palavra salário tem sua origem semântica no latim salarium, que
significa sal, o qual já foi utilizado em Roma como forma de pagamento,
servindo de “moeda de troca” (MARTINS, 2009).
PRINCÍPIOS DESCRIÇÃO
PRINCÍPIOS DESCRIÇÃO
PRINCÍPIOS DESCRIÇÃO
risco do empreendimento.
Empregado rural
• Mínimo de 1 hora para jornada superior a 6 horas, observado os
usos e costumes;
Processamento de dados
• nas atividades de processamento de dados, salvo acordo ou
convenção, deve haver, na entrada de dados, uma pausa de 10
minutos para cada 50 minutos de trabalho;
Empresas/Câmaras
frigoríficas e quente/frio
• depois de 1 hora e 40 minutos de trabalho contínuo, será
assegurado um período de 20 minutos de repouso, sendo, neste
caso, utilizado na contagem do trabalho efetivo (art. 253 da
CLT);
Mulher
• para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 meses
de idade, terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2
descansos especiais de 30 minutos cada um, não deduzidos na
jornada de trabalho (art. 396 da CLT).
Você deve saber também que, nos termos do art. 136 da CLT, a
época de concessão de férias será a que melhor consulte aos interesses
do empregador e não a partir dos interesses do empregado.
O art. 130 da CLT estabelece o período de férias do empregado a
cada 12 meses de trabalho, levando-se em conta os dias em que o
empregado faltou e não justificou sua ausência ao labor. Desta forma,
cumprido o período aquisitivo pelo empregado, o empregador deverá
conceder as férias em um só período, nos 12 meses subsequentes à data
em que o empregado tiver adquirido o direito, conforme art. 134
consolidado. É o que se chama de período concessivo de férias.
Justa causa
Despedida indireta
Culpa recíproca
À pedido
Distrato
UNIDADE III
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como grave, podendo o mesmo ser dispensado por justa causa pelo
empregador.
A CLT, especificadamente no artigo 482, apresenta as hipóteses
consideradas como faltas graves, a fim de serem utilizadas pelos
empregadores na justa causa:
HIPÓTESES ENTENDIMENTO
desonestidade, fraude, má-fé,
que provoque risco ou prejuízo à
integridade patrimonial do
empregador ou de terceiro, com
Ato de improbidade objetivo de alcançar vantagem
para si ou para outrem. Ex.: furto,
roubo de bens, falsificação de
documentos, etc.
é o desregramento ligado à vida
sexual do indivíduo, que leva a
perturbação do ambiente do
trabalho ou prejudica suas
obrigações contratuais. Ex.:
Incontinência de conduta
assédio sexual, atos de pedofilia,
pornografia nas dependências da
empresa, etc.
comportamento incorreto do
empregado na prática de atos
pessoais que atinjam a moral. Ex.:
dirigir veículo da empresa sem
autorização, sem habilitação;
Mal procedimento aquele que destrói ou danifica,
propositalmente, equipamentos;
etc.
HIPÓTESES ENTENDIMENTO
Negociação habitual por conta negociação habitual (bebidas,
própria ou alheia sem permissão salgadinho, produtos de beleza,
do empregador, e quando roupas, etc. e a negociação
consistir ato de concorrência à consistindo em ato de
empresa para a qual trabalha o concorrência desleal (desvia a
empregado, ou for prejudicial ao clientela da empresa em que
serviço trabalha, para vender seus
produtos ou oferecer serviços
por preços menores, em
detrimento do seu empregador.
é o desempenho com
negligência, imprudência, má
vontade, displicência, desleixo,
desatenção, indiferença,
Desídia no desempenho de suas desinteresse, etc. Ex.: faltas ou
funções atrasos reiterados, diferença
constantes de numerário no
fechamento de caixas, etc.
HIPÓTESES ENTENDIMENTO
drogas nocivas. Contempla
também 2 hipóteses, quais sejam,
aquele que ocorre fora do local e
horário de trabalho, trazendo
Embriaguez habitual ou em consequências para a execução
serviço das obrigações contratuais, bem
como aquele que trabalho
embriagado, causando riscos a
sua própria saúde e a integridade
física dos demais colegas.
Importante ponderar que muitos
juízes e o próprio Ministério do
Trabalho têm entendido que tal
hipótese não é mais causa de
justa causa, e sim obrigação
previdenciário para o trabalho da
saúde do trabalhador, uma vez
ser considerada “doença”,
passível de tratamento.
a indisciplina é o
descumprimento de ordens
Ato de indisciplina ou de emanadas em caráter geral,
insubordinação direcionadas a todos os
empregados, já a insubordinação
UNIDADE III
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HIPÓTESES ENTENDIMENTO
consiste no descumprimento de
ordens pessoais.
é a ausência continuada e
injustificada do obreiro ao
trabalho por certo lapso
temporal. Para tanto, devem ser
conjugados dois requisitos, o não
interesse do trabalhar em voltar
ao posto de trabalho, por motivo
Abandono de emprego
particular ou por já estar
laborando em outro local e a
ausência continuada, que a
jurisprudência entende ser de 30
dias contínuos.
HIPÓTESES ENTENDIMENTO
em relação a força, refere-se
tanta a questão física ou a
intelectual; em relação a serviços
defesos por lei, refere-se obrigar
UNIDADE III
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HIPÓTESES ENTENDIMENTO
a laborar em atividades ilícitas ou
Forem exigidos serviços mesmo exigir do menor que
superiores às suas forças, trabalhe em serviço noturno,
defesos por lei, contrários aos perigoso ou insalubre; contrários
bons costumes, ou alheios ao aos bons costumes é o fato do
contrato empregador exigir que o
empregado se submeta a
conjunção carnal com algum
cliente da empresa; e em relação
as serviços alheios ao contrato, é
o fato de exigir que um caixa de
supermercado, por exemplo, ao
fim do expediente, limpe todo o
estabelecimento, serviço para o
qual não foi contratado.
é o comportamento
discriminatório do empregador,
aplicando punições severas ao
For tratado pelo empregador ou
obreiro, tratando-o de maneira
por seus superiores hierárquicos
diferente da verificada em
com rigor excessivo
relação aos demais.
consiste na exposição do
empregado a situações não
previstas no contrato, colocando
em risco sua saúde e integridade
Correr perigo manifesto ou mal física. Ex.: laborar em atividade
considerável de risco sem equipamentos de
proteção individual.
HIPÓTESES ENTENDIMENTO
sonegar salários devidos ao
empregado.
O PROCESSO DA NEGOCIAÇÃO
COLETIVA DO TRABALHO
UNIDADE IV
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UNIDADE IV
O processo da negociação coletiva do
trabalho
A negociação coletiva ganhou no Brasil, a partir da última década,
um lugar privilegiado no rol dos instrumentos de composição de
conflitos coletivos e de regulamentação das condições de trabalho.
Para tanto, de grande importância foi a Constituição Federal de
1988, que a elegeu como Direito Fundamental dos trabalhadores (art.
7º, XXI), condição obrigatória ao ajuizamento de dissídio coletivo
econômico (art. 114, § 2º, da CF) e meio de flexibilização dos direitos
trabalhistas (art. 7º, V, XIII e XIV, da CF).
Essa negociação coletiva se faz através das convenções e acordos
normativos de trabalho, atos jurídicos que devem atender a
determinados requisitos e pressupostos para sua validade no mundo
jurídico. Sem o que ter-se-á vícios e imperfeições conhecidos como
nulidade e anulabilidade (MENEZES, 2003).
A relevância emprestada aos acordos e convenções coletivas
terminou por exigir um cuidado especial com os defeitos desses atos
jurídicos.
Além disso, você deve compreender que embora o Brasil tenha
lançado "sementes de modernidade" no campo das relações
trabalhistas, por ocasião da promulgação da Constituição Federal:
afastando o intervencionismo Estatal dos sindicatos, incentivando a
negociação coletiva e trazendo estas entidades para um campo de
razoável liberdade e autonomia, ainda assim, reluta em adotar formas
mais flexíveis nas relações de trabalho, pois a grande maioria dos
deveres e direitos continuam previstos por leis, muitas delas impostas e
que não traduzem a realidade das partes envolvidas.
Assim, evidentemente, as discordâncias e os impasses, cada vez
mais crescentes, tendem a serem remetidos à Justiça do Trabalho,
ocasionando o abarrotamento do Judiciário, tornando a Justiça cada
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UNIDADE V
As negociações e suas interfaces
(conceito e princípios).
Ações que influenciam as negociações.
Comportamento na Negociação.
Negociação Empresarial.
Tomada de Decisão.
Legitimidade
Informação
Tempo
Poder