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Geração e Distribuição

de
Vapor
Combustão
“Combustão é uma reação química entre duas substancias,
combustíveis e comburentes, ocorre a alta velocidade e alta
temperatura, onde ocorre uma imensa liberação de calor com a
emissão simultânea de luz.
O comburente utilizado é o oxigênio, os combustíveis variam
entre vários compostos, industrialmente eles possuem em geral,
carbono, hidrogênio e o enxofre”.
A combustão industrial deve atender a processos que assegurem
economia ou eficiência na queima do combustível. Os processos
normais de combustão não garantem aproveitamento o
aproveitamento total da energia disponível no combustível, uma boa
parcela desta energia é perdida para o ambiente.
Pode ser na forma de gases pela chaminé, com as cinzas, pelas
paredes do equipamento ou ainda pela ocorrência da combustão
incompleta.
Esforços são feitos pela engenharia no sentido de minimizar estas
perdas. Os itens que devem ser observados neste sentido são o
suprimento adequado de ar, mistura ar/combustível, temperaturas
compatíveis e tempo de combustão.
Comburente:
A combustão é uma reação de óxido-redução, sendo o
combustível o “redutor”e o oxigênio o “oxidante”. A oxidação do
redutor, ou combustível, dá-se a custa do oxidante ou oxigênio.
A substância à custa da qual se dá a combustão, normalmente o
oxigênio, denomina-se comburente. A fonte natural de oxigênio é o
ar atmosférico, cuja composição percentual em volume ou mols é a
seguinte:
Pode-se considerar apenas duas frações:
Em cálculos de combustão considera-se a composição
volumétrica ou molar do ar atmosférico seco, como:
A combustão é apresentada através da equação química, que
relaciona os componentes antes e depois que o processo de reação
acontece.
Este é uma reação de combustão completa do propano, com a
obtenção de CO2 e H2O. O oxigênio necessário para esta reação é
proveniente do ar atmosférico que possui uma concentração de 21%
de O2 e 79% de N2 em volume. De modo que para cada mol de O2
em uma reação temos, 3,76 mols de nitrogênio:
Gases Residuais ou Fumos:
Os elementos químicos componentes dos combustíveis ao
reagirem com o oxigênio produzem substancias gasosas, como CO2,
SO2, CO(em alguns casos). Essas substâncias compreendem os
gases residuais da combustão ou fumos.
Podem ser considerados na base seca, na qual não se considera
o vapor de água, ou em base úmida na qual se considera o vapor de
água presente, proveniente da combustão do hidrogênio do
combustível ou da umidade do combustível ou vapor de água do ar
atmosférico.
A fumaça é formada pelos gases residuais, vapor de água,
neblinas constituídas por partículas de líquidos em suspensão ( água
ou hidrocarbonetos pesados condensados pelo resfriamento dos
gases) e poeiras constituídas por partículas sólidas em
suspensão(cinzas ou partículas de combustíveis sólidos arrastados
pelos gases).
Cinzas:
Cinzas são os resíduos sólidos da combustão de um combustível
sólido. As cinzas de um carvão mineral podem ser intrínsecas ou
acidentais. Intrínsecas são constituídas pela matéria mineral
procedente do vegetal que originou o carvão mineral.
A matéria acidental é constituída por argila ou outra matéria
inorgânica depositada juntamente com o carvão. As cinzas têm sua
constituição de materiais inorgânicos que permanecem após a
combustão do carvão mineral e não apresentam a mesma
composição química da matéria original.
É constituída principalmente de silicatos hidratados de alumínio,
piritas de ferro(FeS2), carbonatos de cálcio e magnésio, cloretos
alcalinos e outros compostos inorgânicos. Na combustão o carvão
decompõe-se ou se transforma, produzindo óxidos e pequenas
quantidades de sulfatos. O peso da cinza é menor que o peso da
matéria orgânica original do carvão.
É preferível que o carvão apresente certa quantidade de cinzas,
pois ela serve para proteger as barras de aço da grelha de
combustão, a menos que sua temperatura de fusão seja muito baixa.
Com baixo ponto de fusão, formarão aglomerados e em casos
extremos podem fundir completamente e combinar-se com o
material da grelha. Cinzas com alto ponto de fusão possuem ponto
de amolecimento acima de 14000C, entre 14000C e 12000C ponto de
amolecimento médio, e inferior a 1.2000C ponto de amolecimento
baixo.
Mecanismo de Combustão:
Quando átomos de carbono ou de hidrocarbonetos e átomos de
oxigênio se combinam, liberta-se energia que se manifesta sob
vários tipos de atividades e radiação, inclusive calor.
Como a reação de combustão é uma oxidação em alta
temperatura, necessita de uma energia de ativação, conseguida pela
elevação da temperatura em um ponto do combustível. A combustão
é exotérmica, logo, se torna auto ativante até a extinção do
combustível.
A combustão se dá na fase gasosa, o combustível líquido é
evaporado previamente e a reação ocorre entre o vapor do líquido e
o oxigênio. Nos combustíveis sólidos a reação se dá na interface
sólido-gás, para atingir a superfície do sólido em combustão.
Considerando o enxofre:
Considerando o ar atmosférico:
Na falta de oxigênio:
Tipos de Combustão:
A combustão pode ser classificada de acordo com a quantidade
de oxigênio disponível. Ela pode ser incompleta, teoricamente
completa e praticamente completa.
Incompleta é a que se realiza com insuficiência de oxigênio, uma
quantidade inferior a estequiométrica para oxidar completamente o
combustível.
Teoricamente completa é que se realiza com quantidade
estequiométrica de oxigênio para oxidar completamente a matéria
combustível.
Praticamente completa quando se realiza com uma quantidade de
oxigênio maior do que a estequiométrica necessária para oxidar
completamente a matéria combustível.
Oxigênio Teórico:
O2(teórico) = O2(para combustão completa)- O2(oxigênio do combustível)
Para efeito de cálculos consideram-se as seguintes reações:
Ar Teórico:
Quantidade de ar que contenha a quantidade de oxigênio teórico.
Partindo do princípio que o ar possui 21% de oxigênio, pode-se
chegar a proporção:

100 litros(mols) de ar ------------- 21 litros(mols) de O2


Volume(mols)ar teórico------------- Volume(mols)de O2 teórico
Ar em Excesso:
Na realidade uma combustão completa somente ocorre quando
se usa quantidade maior de ar, que a teoricamente necessária.
O excesso de ar se justifica em função da dificuldade de se obter
um contato intimo entre o ar e os gases combustíveis, ou partículas
finamente divididas de combustível na câmara de combustão. As
reações de combustão realizam-se em fase gasosa e são reações
de equilíbrio químico:
A quantidade de excesso é expressa em porcentagem acima da
quantidade de ar teórico. Combustão com 40% excesso de ar
significa que além da quantidade de ar teórico(estequiométrico) deve
acrescentar mais 40% da quantidade teórico.
A eficiência máxima da combustão está relacionada a quantidade
correta de ar em excesso. Em quantidade acima o ar em excesso se
aquecerá à custa do calor da combustão diminuindo a eficiência. Em
baixa quantidade a combustão será incompleta, com o arraste de
CO como gases residuais.
Existem estimativas de ar em excesso de acordo com o tipo de
combustível:
Combustíveis gasosos - 5 a 30% de ar em excesso
Combustíveis líquidos – 20 a 40 % de ar em excesso
Combustíveis sólidos – 30 a 100% de ar em excesso
Controle da Combustão:
Uma das formas de controlar a combustão é através do controle
dos gases residuais. Através da porcentagem volumétrica do dióxido
de carbono, oxigênio, monóxido de carbono e nitrogênio.
A análise dos fumos pode ser realizada através do aparelho orsat.
Ele efetua a análise dos gases por meio de absorção seletiva.
Cálculos da Combustão:
Nos cálculos da combustão são utilizadas unidades molares. Mol
é a abreviação de molécula-grama, de kmol(quilomol). Corresponde
a uma quantidade em gramas igual a massa molecular da
substancia química pura considerada, ou igual a massa atômica do
elemento.
Combustíveis Gasosos:
Com combustíveis gasosos o volume é mais adequado tanto para
reagentes como para produtos. As proporções volumétricas somente
serão válidas para volumes nas mesmas condições de pressão e
temperatura.
Em condições iguais de pressão e temperatura para todos os gases:
Caso alguns dos gases não estejam em condições normais de
pressão e temperatura, pode-se fazer uso da equação:
Combustíveis Líquidos ou Sólidos:
A estequiometria em quantidades molares é mais indicada
quando refere-se a combustível líquido ou sólido.
Para determinação de volumes de oxigênio e dos fumos pode ser
feita de duas formas:
- multiplicando a quantidade molar obtida por 22,4 litros(volume
molar de gases em condições normais de pressão e temperatura).
- utilizando a equação de Clapeyron, substituindo-se os valores de
quantidade molar, pressão real e temperatura real, obtem-se o
volume.
Durante os cálculos, utilizaremos a seguinte afirmação:
1) Gás liquefeito de petróleo(GLP) apresenta 50% em volume de gás
propano(C3H8) e 50% em volume de gás normal-butano (C4H10).
Considerando que a combustão seja completa, calcular o volume de
ar teórico necessário para combustão de 1 litro de GLP, a 270C e
700 mmHg.

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