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Disponibilização: Ella Morningstar

Tradução: Ella Morningstar

Revisão Inicial: Ella Morningstar

Revisão Final: Nita Oliver

Formatação: Flor de Lótus


The Hockey Player's Secret Baby

Ele não pode saber! Meu segredo irá destruí-lo...

Chelsey e Hannah praticamente cresceram juntas. Elas


eram melhores amigas, claro, mas havia um segredo que
Chelsey manteve: seus sentimentos pelo irmão mais velho de
Hannah, Aron Keels...

Chelsey acreditava que ela poderia manter seus


sentimentos por Aron sob controle, salvar sua amizade e seguir
em frente com sua vida. Isso é, até que a faculdade terminou e
Aron estava pronto para sair da cidade. Ele havia sido
procurado e escolhido por uma equipe da NHL em Los Angeles.

Na sua última noite na cidade, no final de uma festa bêbada,


Chelsey e Aron caíram juntos na cama. E então ele saiu...
Três anos depois, Chelsey ainda está na mesma cidade,
trabalhando no mesmo salão de cabeleireiro onde trabalhava
durante a faculdade. Ela cortou todos os laços com sua família
e amigos, incluindo Hannah. Ela vive uma vida de reclusão em
um apartamento apertado, tentando suprimir suas despesas.

Mas quando Hannah entra no salão, ela fica surpresa ao


descobrir que Chelsey ainda trabalha lá... Então, ela entrega a
Chelsey algumas novidades, seu irmão celebridade também vai
estar na cidade para comparecer à festa de aniversário de seus
pais.

Como Chelsey continuará mantendo sua vida em segredo


agora que tudo o que ela lutou para proteger parece estar se
desfazendo?
Capítulo 1

Chelsey estava cansada de sorrir, especialmente porque


também precisava se concentrar. As pessoas confiavam seus
cabelos em suas mãos, literalmente, e era seu trabalho dar a
elas um novo visual fabuloso, para o qual poderiam dar uma
gorjeta extra. Ela segurava o grande espelho oval atrás da
cabeça da cliente e também tentava manter o sorriso falso
habitual em seu rosto.
—Isso está lindo! Exatamente do jeito que eu queria. — a
mulher com uma incontrolável franja na testa se virou para
dizer. Chelsey continuou sorrindo, assentindo enquanto ligava
o secador. A mulher sentou-se novamente e, pelo canto do olho,
Chelsey notou sua escavação em sua bolsa. Grande sucesso! Ela
ia receber uma gorjeta.
—Eu tenho que sair em quinze minutos, Monica. — disse
Chelsey, batendo no ombro da gerente depois que sua cliente
saiu.
—Mas seu turno não termina por mais meia hora, Chelsey.
— Monica virou, passando um rápido olhar para o relógio na
parede.
—Eu sei, mas a babá me mandou uma mensagem dizendo
que não pode ficar por muito mais tempo. Eu sinto muito. Eu
prometo que vou compensar isso em breve. — Chelsey disse
fazendo beicinho, na esperança de que ela pudesse encantar
Monica com tanto sucesso quanto fazia com seus clientes.
—Já marquei mais um cliente para você. Então você terá
que fazer isso. Aparentemente, é apenas um corte. — disse
Monica, balançando a cabeça indulgentemente.
—Nunca é apenas um corte. Obrigada de qualquer
maneira, Monica. — Chelsey disse, se afastando dela com um
sorriso realizado em seu rosto.
Ela ficou esperando atrás da cadeira alta, olhando para si
mesma no espelho. Seu cabelo natural e liso estava cortado em
um comprimento manejável, bem em seus ombros, seu rosto
parecia pálido e sobrecarregado, ela não teve tempo de retocar
seu batom rosa desde a manhã, e suas roupas estavam cobertas
de cabelo e produtos químicos.
Seu próximo cliente passou por ela e sentou-se com um
baque na cadeira à sua frente, tirando-a de seus pensamentos
de auto piedade.
—Como estamos hoje? — Ela automaticamente disse. Era
uma voz estranha e robótica que se ligava sem qualquer
preparo na frente dos clientes. Ela se virou para pegar o roupão
para amarrar ao redor do pescoço do cliente e, quando olhou
para o espelho, suas mãos congelaram e ela quase deixou cair
a tesoura e o pente de suas mãos.
A garota estava olhando para ela no espelho, bem como,
um sorriso lento formando-se no seu rosto.

—Chelsey? — Ela gritou, e virou-se em sua cadeira para


olhar diretamente para ela.
—Hannah. — Chelsey não podia sorrir mais. Seu rosto
fingido havia desaparecido.
—Que loucura é essa? — Hannah pulou da cadeira e jogou
os braços ao redor do pescoço de Chelsey, quase a
estrangulando.
—É uma loucura. O que você está fazendo aqui? Você está
de volta à cidade? — Chelsey conseguiu perguntar, embora ela
pudesse sentir o coração acelerado e as palmas das mãos
ficando suadas. Ela não tinha visto Hannah em três anos. Ela
não queria ver Hannah. Ela desejou poder esquecer que elas
tinham sido melhores amigas.
—Bem, não de volta. Apenas por uma semana, na verdade.
— Hannah disse, finalmente se afastando dela, dando-lhe
algum espaço para respirar.
—Como assim? — Chelsey perguntou, percebendo que ela
ainda tinha a tesoura em suas mãos, perigosamente apontando
para si mesma na verdade. Ela a colocou no balcão em frente
ao espelho.
—É o trigésimo aniversário dos meus pais. Eles estão
dando uma grande festa. Aron também está voando. Dedos
cruzados. — Hannah deu uma risadinha e Chelsey tentou
sorrir. —Eu não sabia que você ainda estava na cidade. —
acrescentou.
—Eu tive que voltar. — disse Chelsey, provavelmente
rápido demais, e depois deu uma olhada no relógio.
—Por quê? Eu pensei que você estivesse gostando de Nova
York —Hannah sondou.
—Minha mãe... ela ficou doente e eu tive que voltar e
cuidar dela. — disse Chelsey e passou as mãos pelos cabelos.
Ela podia sentir-se corada, e seus nervos estavam dando lugar
a um pânico total. Hannah estalou a língua em solidariedade.
—É por isso que você parou de responder aos meus e-
mails e textos? Eu sinto muito, Chelsey. Eu não tinha ideia. —
Hannah parecia genuinamente chateada, e Chelsey
imediatamente se sentiu culpada por mentir.
—Ela está bem agora, no entanto. Então, tudo está bem. —
Chelsey tentou encolher os ombros com uma risada nervosa.
—Então você está trabalhando aqui agora? — Hannah
perguntou e Chelsey tomou uma respiração profunda e sorriu
seu sorriso falso mais amplo.
—Temporariamente. — disse ela e começou a dar alguns
passos para trás.
—Bem, isso é excitante, então. Faz anos desde que você me
deu um corte de cabelo. Lembra quando você costumava
praticar no meu cabelo, e às vezes até no do Aron? — Hannah
riu novamente, mas Chelsey estava lentamente se afastando
dela agora.
—Eu me lembro. Mas... é só que eu tenho que ir agora. Algo
surgiu. — disse Chelsey, interrompendo a risada de Hannah.
Ela havia recuado o suficiente de Hannah para poder alcançar
o cabide na parede, onde se virou para pegar sua jaqueta e
bolsa.
—Você está falando sério? Você não pode estar falando
sério. Eu acabei de chegar aqui, Chelsey. O que há de errado? —
Ela podia ouvir a voz de Hannah atrás dela enquanto corria em
direção à porta, abriu-a e correu para fora sem se virar para
informar Monica que estava saindo. Ela queria ficar o mais
longe possível de Hannah, o mais longe possível da menção do
nome de Aron. O cara que arruinou a possibilidade de
continuar uma amizade com Hannah. O cara que ela achava que
estava apaixonada. O cara que ela nunca poderia superar.
Chelsey chegou ao seu carro, abriu a porta e se sentou com
um baque. Ela respirou profundamente e tentou firmar seu
batimento cardíaco. Ela tinha uma filha para voltar para casa.
Capítulo 2

Chelsey pegou Ruby nos braços e a levou para a cozinha.


Ela não podia acreditar em sua sorte, Ruby estava dormindo.
Isso significava que ela teria algum tempo para si mesma, para
pensar sobre as coisas. Ela começou a ferver os legumes e os
pedaços de peito de frango. Então Hannah estava de volta à
cidade e Aron poderia vir também. Chelsey sabia o que isso
significava: não havia como evitá-los. Ela conhecia Hannah, ela
não era o tipo de garota que aceitava um não como resposta.
Chelsey continuou enviando mensagens de texto e e-mails
para Hannah por alguns meses depois de terminarem a
faculdade, quase três anos antes, e Hannah partiu para Chicago,
só para evitar um ataque violento de perguntas. O que ela não
conseguiu fazer, no entanto, foi responder a qualquer uma de
suas ligações. Quanto a Aron, se ela o conhecesse, ele era o tipo
de cara que provavelmente nem se lembraria dela. Todos eles
cresceram juntos. Chelsey praticamente tinha vivido em sua
casa durante toda a adolescência. Hannah e ela eram
inseparáveis. Aron estava no quarto ao lado. Aron era o irmão
de sua melhor amiga e também o cara dos seus sonhos.
A água ferveu enquanto Chelsey estava encostada nos
armários. Ela percebeu um minuto tarde demais, e o ensopado
já havia fervido sobre a panela e espalhado por todo o chão. A
comoção acordou Ruby, e ela estava gritando alto. Chelsey
queimou o dedo do pé na pressa de apagar o fogo e também de
ir para Ruby, para acalmá-la. Ela amaldiçoou, depois se se
desculpou e logo sentiu lágrimas quentes picando a parte de
trás de suas pálpebras.
—Vamos lá, querida. Volte a dormir. A mamãe vai nos
fazer um bom jantar quente. — ela murmurou para sua filha de
dois anos. Os gritos de Ruby começaram a diminuir quando ela
colocou a cabeça no peito de sua mãe, bem ao lado de seu
coração batendo, mas ela ainda estava chorando. Chelsey não
pôde deixar de sorrir para as pequenas bolhas que Ruby
soprava da boca carregada de saliva.
—Você é uma gracinha, não é? — ela murmurou
novamente, e gentilmente esfregou o nariz com o de sua filha.
Ela olhou nos olhos azuis vidrados de Ruby. Eles a lembraram
da própria mãe. Sua mãe que não falava mais com ela. A mãe
que ela não via há mais de um ano. A mãe de Chelsey ficou
desapontada e zangada, ela estava chateada com a filha por
engravidar em uma idade tão jovem. Principalmente, ela estava
zangada com Chelsey porque ela se recusava a revelar a
qualquer um quem era o pai de Ruby.
Com Ruby em seus braços, Chelsey foi até a sala de estar e
colocou a bebê no cercadinho. Ela pegou o controle remoto e
ligou a televisão, sabendo que as cores sempre acalmavam
Ruby. Ela não estava preparada, no entanto, para ver o rosto
vitorioso e sorridente de Aron na tela da TV. Sua mão voou para
sua boca em surpresa em vez de descrença. Ela quase sentiu
como se estivesse sendo observada, como se alguém estivesse
ouvindo seu subconsciente.
Foi um segmento de notícias em mais uma vitória para o
Los Angeles Rams. Os apresentadores não tinham nada além de
elogios a Aron Keels, o grande Quarterback, que levou o time a
outra vitória. Aron Keels é imparável, disse a voz, enquanto os
cachos escuros de Aron estavam colados sobre a testa suada
em sua tela. Aron Keels é um herói para milhões, continuou o
homem, e Aron estava rindo enquanto corria com sua equipe
em direção à saída, com milhares de fãs aplaudindo ao fundo.
Chelsey teve que fechar os olhos com força para tirar a imagem
de sua vista, mas seus penetrantes olhos verdes estavam para
sempre embutidos em seu cérebro. Ela não podia
simplesmente esquecer o rosto dele.
Seu coração estava acelerado novamente. Ruby estava
felizmente distraída, brincando com seus blocos de construção,
e Chelsey correu para a pilha de jornais ao lado do sofá. Ela
procurou através deles até encontrar o que estava procurando.
Ela encontrou na página 3 do jornal há algumas semanas, mas
logo a ignorou, optando por se fortalecer vivendo em negação.
Hoje não era mais o dia em que ela poderia viver em negação.
Lá estava o rosto sorridente de Aron Keels olhando para
ela. Era uma série de fotos dele saindo de uma boate de Los
Angeles. Duas garotas, em vestidos de lantejoulas
aparentemente iguais, agarravam-se a ambos os braços. Eles
estavam todos sorrindo. Ela podia ver o reluzente Rolex em seu
pulso e a longa e preta Limusine atrás deles, esperando para
levá-los de volta ao seu lugar. A coluna de fofocas detalhava seu
relacionamento com as garotas, ambas modelos em ascensão.
Aron Keels definitivamente tinha uma reputação em Los
Angeles. Ele era o material quente que todo mundo queria. Eles
queriam dormir com ele, ser visto com ele, dar-lhe um banho
de propaganda. E Aron Keels estava feliz com tudo isso.
Ela podia sentir a raiva crescente em seu intestino. Esse
não era o cara que ela conheceu enquanto crescia, mas era
claramente quem ele havia se tornado. Ela jogou o jornal longe
e caminhou de volta para Ruby, para tirar os cachos macios e
pretos da sua testa. Ela não sabia como lidaria com isso, com
nada disso.
O telefone tocou e Chelsey se virou para olhá-lo onde
estava na mesa de café. Houve uma grande batida na porta ao
mesmo tempo, e Chelsey podia sentir-se perdendo o controle.
Quem poderia ligar para ela a essa hora? Quem poderia estar
batendo na porta dela? Ela queria permanecer onde estava,
Ruby e ela, trancada e fora do campo de visão do mundo. Mas o
telefone continuava tocando e a batida na porta continuava
ficando mais alta.
—Chelsey! Eu sei que você está aí. Abra. — a voz
estridente de Hannah perfurou sua alma. Ela ainda estava
congelada no local.
—Chelsey, abra! O que está acontecendo? — Hannah
gritou novamente. Desta vez Chelsey finalmente se levantou,
respirou fundo e foi até o telefone. Era Hannah que também
estava ligando, então ela ignorou a chamada. Ela caminhou até
a porta, tentando manter o fôlego, e a abriu.
Capítulo 3
Quando Chelsey abriu a porta, Hannah estava do lado de
fora no corredor com as mãos nos quadris. Ela parecia furiosa.
—Você tem muito o que explicar. — disse ela em uma voz
ofegante, e tentou passar por Chelsey e entrar na casa. Em vez
disso, Chelsey fechou a porta atrás dela e ficou de costas para a
parede ao lado, cruzando os braços à sua frente.
—Estou ocupada, Hannah. Teremos que conversar mais
tarde. — disse ela, o mais calmamente possível.
—Ocupada com o que? Você sabe quantas pessoas eu tive
que chamar apenas para descobrir onde você mora agora? Eu
pensei que você ainda vivesse com sua mãe. — A voz de
Hannah ainda estava aguda, já que ela ainda não tinha
conseguido se acalmar. Chelsey assentiu em resposta.
—Desculpe, eu não contei a você, Hannah. Acabei me
envolvendo muito com as coisas. — ela disse baixinho,
tentando evitar olhar diretamente nos olhos de Hannah.
—Eu não tenho ideia do que está acontecendo com você,
Chelsey. Em primeiro lugar, eu nem sabia que você estava de
volta à cidade, agora descubro que você mora aqui há quase
dois anos. Por que você está escondendo tudo isso de mim? —
Hannah deu alguns passos em direção a Chelsey, que virou o
rosto.
—Hannah, me desculpe. Eu simplesmente não tenho
tempo agora. — ela disse colocando a mão na maçaneta,
esperando que Hannah pegasse a dica e saísse.
—O que está acontecendo? Tem alguém aí com você? Você
é casada ou algo assim? — Os olhos de Hannah foram para a
maçaneta da porta e depois de volta para o rosto de Chelsey.
—Não. Eu não sou casada. Eu estou apenas ocupada. Eu
realmente não posso falar agora. — disse Chelsey, soltando um
suspiro profundo. O rosto de Hannah mudou. Ela ia tentar uma
abordagem diferente, claramente raiva não estava
funcionando.
—Por que você não me diz o que está acontecendo? Somos
melhores amigas. Contamos tudo uma a outra. — Hannah
estendeu a mão e a colocou no ombro de Chelsey.
—Nós costumávamos ser melhores amigas, Hannah.
Vamos apenas encarar a realidade. Nós nem somos mais
amigas. — Chelsey retrucou e moveu alguns centímetros para
deixar a mão de Hannah cair ao lado dela.
—E de quem é a culpa? Você me cortou completamente.
Estou de volta tentando entender tudo isso e você ainda está
me afastando. O que eu fiz para você? — Os olhos de Hannah
estavam vidrados e Chelsey não aguentava mais. Ela sabia que
começaria a chorar também se Hannah continuasse sondando
e empurrando.
—Nada. Você não fez nada. Desculpe, não é sua culpa. —
Chelsey disse e virou o rosto.
—Então me diga o que está acontecendo. Seja o que for,
você não tem que passar por isso sozinha. — Hannah colocou
as duas mãos nos ombros de Chelsey agora, e elas olharam nos
olhos uma da outra.
—Eu tenho que entrar agora, Hannah. Vamos conversar
mais tarde. — disse Chelsey rapidamente, antes que qualquer
uma delas tivesse a chance de ficar mais emotiva do que já
estavam. Hannah se afastou, esfregou a mão sob o nariz e
fungou.
—Bem. Tanto faz. Apenas me prometa que você vai
aparecer na festa amanhã. Nós estamos fazendo em nossa casa.
Meus pais esperam vê-la lá e eu também — disse Hannah em
voz mais baixa. Chelsey olhou para ela e tentou sorrir.
—Vou fazer o meu melhor para ir. — disse ela depois de
alguns segundos terem se passado em silêncio. Mas Hannah
sacudiu a cabeça.
—Depois de todos os anos que você passou com a gente...
praticamente crescemos juntas, Chelsey. Você faz parte da
família. Todos ficarão desapontados se você simplesmente não
aparecer. É tudo o que tenho a dizer. — disse Hannah, então se
virou para começar a andar pelo corredor em direção à escada.
Chelsey permaneceu em pé onde estava, até ouvir os passos de
Hannah nas escadas.
Ela ficou por mais alguns minutos com as costas
pressionadas contra a porta, até ouvir Ruby lamentando.
—Oi Bebê. Mamãe está de volta. Desculpe, você estava
com medo? — Ela disse, tentando soar alegre quando abriu a
porta e encontrou Ruby de pé no cercadinho fazendo beicinho.
A televisão estava passando uma repetição das notícias e o
rosto de Aron estava na tela novamente. Chelsey encontrou o
controle remoto, desligou a TV e pegou Ruby no colo.
De volta à cozinha, ela foi mais cuidadosa com o ensopado
desta vez. Ela simplesmente não tinha tempo ou dinheiro para
desperdiçar. Ela não podia trabalhar várias horas durante o dia
e pagar uma babá para Ruby ao mesmo tempo, então o dinheiro
sempre estava apertado. Como eu acabei aqui? Ela pensou para
si mesma enquanto colocava ensopado em duas tigelas de
plástico para Ruby e ela mesma. Ela estava a caminho do
sucesso. Ela havia conseguido um estágio em Nova York, ela era
criativa e competitiva. Ela costumava ser uma artista. Agora ela
não se importava mais. Ela dava às pessoas cortes de cabelo
regulares e sem imaginação e mal conseguia pagar as contas.
E agora Hannah e Aron estavam de volta à cidade para
complicar ainda mais sua vida. Ela sacudiu a cabeça,
angustiada, enquanto empurrava uma colherada de legumes
cozidos para Ruby, que virou a cabeça com um beicinho
teimoso.

—Coma seu jantar, baby. — Chelsey implorou enquanto


sua mente cambaleava com indecisão. Ela não sabia o que ia
fazer. Ela queria ver Aron, ela queria ver Hannah e seus pais.
Ela não queria ser tão rude a ponto de simplesmente não
aparecer. Mas ela também sabia que ver todos eles, ver o novo
Aron, iria destruí-la emocionalmente. Como ela poderia
superar algo assim? Levou quase três anos para superá-lo na
primeira vez que ele saiu. Ela estava mesmo indo ver ele agora?
Capitulo 4
Chelsey tinha escolhido o único vestido que permanecia
sem rugas e limpo em seu armário. Era um vestido azul-
marinho que ela comprou durante a faculdade, vários anos
atrás. Ela modelou o cabelo em um coque bem feito à direita,
levemente pintou os olhos com uma sombra e passou um
batom para a noite. Felizmente ela tinha um par de sandálias
pretas e uma bolsa de veludo preta para combinar com o
vestido.
Ela pegou um reflexo rápido de si mesma no topo da porta
da frente dos Keels pouco antes de Hannah abri-la. Hannah
estava em um longo vestido de seda vermelho com um decote
na parte de trás que mergulhava até a cintura. Ela usava um
batom vermelho brilhante e brincos de ouro. Ela parecia
arrebatadora como sempre.
—Você conseguiu. — Ela se lançou para frente e deu um
abraço apertado em Chelsey. —E você está incrível. Seu cabelo
está lindo. — ela acrescentou enquanto se separavam
gentilmente.
—Obrigada, Hannah. Você está linda também. — disse
Chelsey enquanto Hannah fechava a porta atrás dela. Sua casa
estava repleta de pessoas e havia música clássica baixa tocando
na sala de estar. Chelsey reconheceu vários rostos do bairro e
pessoas a quem ela foi apresentada quando frequentou a casa
dos Keels.
—Nós temos que conversar quando eu tiver a chance.
Posso pegar uma bebida para você primeiro? — perguntou
Hannah com um sorriso, como se a cena dramática do lado de
fora da casa de Chelsey na noite anterior nunca tivesse
acontecido.
—Sim, por favor. Eu poderia beber um pouco de vinho. —
Chelsey disse, Hannah sorriu e voou para a cozinha, seu lindo
vestido arrastando atrás dela enquanto ela andava, trocando
sorrisos e acenando para as pessoas ao longo do caminho.
Hannah sempre foi o centro das atenções, claramente era de
família.
—Olá, Chelsey. — Ela ouviu uma voz atrás dela e virou,
quase soltando a bolsa. Aron estava em pé na porta da sala de
estar com um copo de uísque na mão. Ele estava em um terno
escuro que combinava com seu cabelo. Uma camisa cinza
espreitava de dentro das dobras e o colarinho estava
ligeiramente aberto no pescoço. Ele estava olhando para ela
com seus penetrantes olhos verdes, um sorriso suave
permanecendo em seu rosto.
—Olá, Aron. Como vai você? — ela conseguiu dizer e
deixou cair seu olhar para o chão. Ela podia sentir que estava
corando. Ele estava envelhecendo graciosamente. A nitidez de
sua mandíbula era mais pronunciada agora e ela podia sentir o
perfume masculino e almiscarado de sua colônia a vários
metros de distância.
—Estou muito bem. Hannah estava preocupada que você
não aparecesse. — ele disse e deu alguns passos em direção a
ela. Chelsey olhou para cima e tentou sorrir para ele.
—Eu estive ocupada. Mas aqui estou eu. — ela disse,
adicionando uma risada leve no final disso. Ele não riu, mas
continuou a sorrir para ela. Ele estava muito perto dela agora,
e por mais que tentasse, Chelsey não podia mais olhar
diretamente para ele.
—Onde você esteve, Chelsey? É como se você tivesse caído
diretamente para fora da Terra. — ele disse, tomando um gole
longo e lento de seu copo. Ela notou o mesmo Rolex em seu
pulso e como a voz dele havia mudado um pouco, se tornado
mais profunda e suave ao longo dos três anos desde que ela o
viu pela última vez.
—Eu estive bem aqui. Meus planos para Nova York não
deram certo. — ela disse nervosamente. Com o coração
batendo e as palmas das mãos suadas e os olhos focados dele
nela, ela não conseguia encontrar desculpas ou mentiras
apropriadas. Ele se inclinou mais para ela, e ela podia sentir sua
respiração nos fios soltos de seu cabelo que estavam
descansando em seu nariz.
—Por quê? Por que você não nos disse que estava aqui o
tempo todo? Eu estive pensando em você. — ele disse, e
quando ela levantou os olhos para olhar para ele, ele estava
olhando diretamente para os dela. O sorriso no rosto dele
estava perto de zombar dela. Ela mal conseguia respirar. Era
como se ele estivesse segurando seu coração com um punho
apertado.
—Aí está você. Você a encontrou! — A voz de Hannah os
interrompeu e ela chegou a Chelsey com dois copos de vinho
tinto em suas mãos. Chelsey pegou um copo e bebeu
rapidamente, grata pela distração.
Aron sorriu para sua irmã mais nova e então olhou de volta
para Chelsey.
—Eu estava tentando descobrir por que ela esteve nessa
cidade esquecida por Deus todos esses anos. — disse Aron e
Hannah riu.
—Boa sorte tentando extrair essa informação. Eu tenho
tentado desde ontem. Meu palpite é que Chelsey se casou
secretamente com um homem que ela quer manter escondido
de nós. — disse Hannah com uma risada, cutucando Chelsey
com o cotovelo.
Os olhos de Chelsey estavam em Aron e ela notou como
seus olhos escureceram. Sua expressão mudou por um segundo
e seus lábios se apertaram em uma linha reta. Mas isso durou
apenas alguns segundos. Ele limpou a garganta e desviou o
olhar delas.
—Isso é verdade, Chelsey? Você saiu e encontrou um
marido? — Ele olhou para as duas garotas com um largo
sorriso no rosto, que Chelsey reconheceu instantaneamente
ser forçado.
—Como eu disse a Hannah ontem à noite, não. Eu não sou
casada. — ela disse e tomou outro longo gole de sua taça de
vinho. Os olhos de Aron pareciam relaxar, ele assentiu e sorriu
novamente.
—Vou ver se consigo encontrar mamãe e papai e dizer que
você está aqui. — disse Hannah, dando um tapinha nas costas
de Chelsey antes de ir embora.
—Não há nada que Hannah ame mais que uma festa. —
disse Aron, observando sua irmã ir embora, antes de voltar os
olhos para Chelsey.
—Pelo que parece, você não se importa com uma boa festa,
não é? — Chelsey disse, surpreendendo-se com o tom
acusatório de sua voz. Os olhos de Aron se arregalaram e então
ele riu.
—Você tem me acompanhado, então. Eu sabia que você
iria. — ele disse com uma risada curta, e então esvaziou o resto
do uísque em sua boca. Chelsey não respondeu a isso, apenas
revirou os olhos para descartar sua declaração.
—Venha comigo. Eu quero lhe mostrar uma coisa. — disse
Aron, e de repente ele agarrou o braço de Chelsey, arrastando-
a com ele em direção à escada em espiral que levava aos
quartos no andar de cima.
—Desacelere. Para onde estamos indo? — Chelsey gritou,
tentando se fazer ouvir sobre as conversas em voz alta e a
música ao redor dela.
—Para o meu antigo quarto. — disse ele, virando-se para
lançar a ela um sorriso rápido e uma piscadela. Chelsey se
sentiu fraca.
Capitulo 5

Chelsey soltou a mão de Aron enquanto caminhavam pelo


corredor em direção ao seu antigo quarto.
—O que você está fazendo? O que você tem para me
mostrar? — ela perguntou a ele. Ela não conseguia esconder o
medo e a ansiedade de sua voz. Aron parou na frente da porta
e se virou para ela.
—Não se preocupe. Isso levará apenas um minuto. Você
vai gostar, confie em mim. — ele disse e abriu a porta. Chelsey
inspirou profundamente antes de segui-lo para dentro, para o
quarto que ela lembrava tão bem. Parecia exatamente o
mesmo: a bela cama de casal, os cartazes da NHL na parede, as
cortinas verdes na janela e as fotos de Aron e sua família em um
quadro.
Aron estava folheando papéis e livros em sua mesa de
estudos no canto da sala enquanto Chelsey olhava para ele à luz
fraca do abajur. Ela não podia acreditar que isso estava
acontecendo, que ela estava sozinha com ele em seu quarto
novamente. Foi como a sua última noite na cidade, há três anos,
tudo de novo. Ele se virou para olhá-la de repente, e eles se
olharam por alguns segundos.
—O que você tem para me mostrar, Aron? — Chelsey
perguntou a ele secamente. Ele sorriu. Ele estava segurando
um pedaço de papel em suas mãos, que ele esticou na direção
dela agora. Levou apenas alguns segundos para reconhecê-lo,
depois olhou para o outro lado, recusando-se a olhar para ele.
—Qual é o problema? É a carta que você deixou para mim
depois que eu fui embora. Eu encontrei isso esta manhã. — Ele
não estava mais sorrindo, e seu braço permaneceu estendido
para ela. Chelsey continuou de frente para a janela.
—Eu sei o que é isso. Por que você está mostrando para
mim? — Ela tentou manter o nível de sua voz, mas foi uma luta.
Ela não conseguia entender por que ele iria colocá-la através
disso depois de tantos anos. Que tipo de alegria ele estava
tirando dessa miséria?
—Porque é adorável e doce. Eu nem sabia que ela existia
até esta manhã. Eu tenho sido um idiota e não visitei essa casa
desde que eu fui embora. — ele disse suavemente, dando
alguns passos em direção a ela.
—Você está me envergonhando, Aron. — Chelsey estalou
para ele e, para sua surpresa, ele riu.
—Caro Aron... — ele disse e ela percebeu para seu horror
que ele estava lendo a carta agora. Ela respirou fundo, as
narinas dilatadas. Ela podia sentir seus membros tremendo. —
Você pode nunca achar isto, ou você pode não se importar. Eu
só queria escrever para você, para que você saiba que a noite
passada foi muito especial...
Chelsey virou e caminhou até a cama, para se sentar no
final dela com o rosto nas mãos. Ele estava torturando ela.
—...foi lindo e você estava lindo. Eu sei que você teve que
ir, mas eu queria com todo o meu coração que você não tivesse.
Talvez isso não signifique nada para você, mas eu queria isso
desde que eu podia lembrar. — ele continuou dando alguns
passos em direção a ela, em direção à cama. Chelsey ainda tinha
o rosto nas mãos. Ela não suportava olhar para cima ou para
ele.
—...você sempre será minha pessoa especial, o garoto que
fugiu... — ele continuou lendo, e Chelsey de repente gritou.
—Pare com isso, Aron. Por favor pare.
Ele levantou os olhos do papel em sua mão. Ele estava bem
na frente dela agora, e um sorriso permanecia em seu rosto.
—Você fica fofa quando está envergonhada. — ele disse, e
ela balançou a cabeça, a raiva saindo de seus olhos.
—É mais do que constrangimento, Aron. Você está me
machucando. — ela disse e desviou o olhar dele. Aron ficou em
silêncio por alguns segundos e então se ajoelhou na frente dela,
deixando cair o papel no chão.
—Ei. Qual é o problema, Chelsey? Eu não queria te
machucar. Eu apenas pensei que riríamos disso. Relembrar os
velhos tempos. — disse ele, colocando as mãos nos joelhos nus
dela. Chelsey olhou para ele, certa de que agora ele podia ver as
lágrimas brilhando em seus olhos.
—Não há nada para rir. Pode ser uma piada para você, já
que agora você tem muitas mulheres escrevendo cartas de
amor. Mas essa foi a única que eu escrevi. Não é uma piada para
mim. — Ela esperava poder manter suas emoções sob controle.
Ela tinha que tentar lembrar que nada disso era culpa dele. Ele
simplesmente não sabia. Ele nunca soubera o que ela sentia por
ele e nunca conhecera a verdade.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos novamente,
olhando profundamente em seus olhos. Sua expressão havia
mudado de confusão para preocupação, e ele falou muito
suavemente agora.
—Você entendeu tudo errado, Chelsey. Não é uma piada
para mim também. Pode haver várias mulheres que se jogam
para mim, mas esta é a única carta de amor que importa. Eu não
posso descrever como você me fez feliz por encontrá-la aqui.
— Ele apertou os joelhos dela com as mãos e olhou para ela. Ela
podia ver seu peito subindo e descendo com cada respiração.
Seus lábios pareciam rosados e deliciosos. Chelsey não tinha
certeza se poderia manter suas emoções sob controle por
muito mais tempo agora.

Capitulo 6
Chelsey virou o rosto para ele. Ela não tinha mais certeza
de si mesma. Anos se passaram, mas ele ainda tinha o mesmo
efeito sobre ela.
—Chelsey... — Ele respirou o nome dela e começou a
acariciar os joelhos dela. Ela olhou para ele e percebeu que ele
estava olhando para ela com uma expressão alterada. Seus
olhos estavam vidrados, ele a queria.
—Eu não estava zombando de você. Ou da carta. Eu estava
feliz em encontrá-la, feliz em ver você de novo. — ele disse,
deixando seus dedos vagarem sobre seus joelhos e então suas
coxas. Ela mal podia respirar, suas palavras foram capturadas
em sua garganta. Instintivamente ela moveu as pernas,
separando-as enquanto as mãos dele subiam por suas coxas,
aceitando o convite.
Em sua mente, ela estava ciente do que estava fazendo,
repetindo as próprias ações de três anos atrás que lhe
causaram tanta dor. Mas ela não conseguia se controlar. Ela
estava sozinha com ele, e ele estava ajoelhado na frente dela:
Aron Keels, o amor de sua vida.
Suas mãos tinham chegado até a renda da calcinha, e ela
respirou profundamente quando, com um dos dedos, ele
acariciou a umidade crescente entre suas coxas.
—Você não tem ideia de quantas vezes eu pensei sobre
aquela noite? — disse ele, respirando irregularmente. Antes
que ela pudesse responder ele se lançou para frente e envolveu
seus lábios com os dela. Sua língua estava forçando seu
caminho para dentro, separando seus lábios, e ela envolveu
seus braços ao redor de seu pescoço. Ela podia sentir o cheiro
dele, tocá-lo, senti-lo... ele era exatamente como ela se
lembrava. Suas mãos ainda estavam entre as pernas dela,
acariciando seu sexo pulsante. Ela enfiou as mãos no tecido da
jaqueta dele e ele de repente se afastou dela.
—Chelsey. — Ele respirou o nome dela novamente, antes
de empurrá-la gentilmente para que suas costas encontrassem
o colchão flexível da cama. Em um movimento rápido ele tirou
a jaqueta, desabotoou a camisa e depois se arrastou em cima
dela. Ele estava sorrindo, mas ela não podia sorrir. Ela sabia o
que estava acontecendo, o que iria acontecer. Ela ia ficar triste
e com o coração partido. Mas agora, ela queria isso mais do que
tudo, pelo menos mais uma vez.
Ela colocou as pernas ao redor de sua cintura e o puxou
para mais perto. Ele estava usando as mãos para explorar seus
seios, apertando-os com delicadeza e depois subindo em
direção ao pescoço dela. Ele abaixou a cabeça novamente para
traçar a curva do pescoço dela com a língua, enquanto as mãos
desabotoavam o zíper do vestido dela.
Ela sentiu a fria corrente de ar contra sua pele quando seu
vestido desmoronou ao redor dela. Ele puxou o vestido para
baixo com os dentes e fez o mesmo com o sutiã. Seus seios
pularam e ela o ouviu respirar fundo.
—Eu senti falta deles. — disse ele com uma leve risada, e
então abaixou a cabeça novamente para levar o mamilo
esquerdo em sua boca. Ela podia sentir ele chupando enquanto
apertava o seio direito com a outra mão. Sua boca estava em
seu mamilo, devorando-o suavemente. Ela arqueou as costas,
seus quadris encontrando os dele para que ela pudesse sentir
seu pau duro e latejante contra sua coxa. Ela sentiu um choque
excitante percorrer sua espinha. Ela sabia como seria tê-lo
dentro dela. Ela cravou as unhas em seu peito nu e se apertou
contra ele. Ele gemeu.
Quando ele se afastou do mamilo, ela arqueou o pescoço
para trás, fechando os olhos com força. Ele estava amassando
seus seios com as mãos enquanto ela puxava sua camisa,
sentindo os músculos de seus braços.
—Aron... — O nome dele escapou de seus lábios e ela ficou
surpresa com isso. Mas isso só o desencadeou mais. Ele se
abaixou para puxar sua calcinha para baixo de suas pernas e,
em seguida, começou a desfazer suas próprias calças.
—Chelsey. Eu te quero tanto. — ele disse com voz rouca,
lutando para abaixar as calças. Ela se abaixou para ajudá-lo.
Assim que ele tirou as calças de suas pernas, ele agarrou sua
cintura com força, puxando-a para perto dele, para cima. Ele
não a preparou, simplesmente entrou dentro dela com um
empurrão forte.
Ela sentiu seu pênis deslizar para dentro, onde ela queria
senti-lo, e gemeu alto. Ela fechou os olhos novamente quando
ele deslizou para fora lentamente. Ela podia sentir-se latejando,
e ela o queria de volta dentro dela. Ele obedeceu, empurrando-
se novamente, desta vez com mais força. Quando ela gemeu, ele
acelerou o ritmo, empurrando e puxando repetidamente em
um movimento rápido. Seus olhos estavam focados em seus
seios, enquanto suas mãos seguravam-na com força. Ele estava
gemendo junto com ela quando ele empurrava e puxava para
fora.
Ela podia ver seu pescoço ficando mais vermelho a cada
segundo, seus olhos estavam vidrados, ele estava prestes a
saltar sobre a borda.
—Chelsey. Eu senti sua falta. — ele gritou antes do seu
corpo começar a tremer, e ela pôde sentir ele se esvaziando
dentro dela. Ela soltou também, permitindo que seus dedos se
enrolassem e seu pescoço se esticasse para trás. Ela sentiu seu
corpo vibrar contra ele, com ele ainda dentro dela. Eles se
abraçaram enquanto seus corpos os envolviam. Suas grandes
mãos estavam espalhadas atrás dela, apertando-a com força.
Ela se sentia pequena em seus braços, protegida e segura.
Durou vários segundos, e então ela pôde sentir seu
batimento cardíaco diminuindo. O aperto em sua bunda
permaneceu forte, até que ela finalmente permitiu que ela
arqueasse para trás de modo que sua cabeça gentilmente
tocasse o colchão. O resto de seu corpo ainda estava em suas
mãos, assim como seu coração estava.
Capitulo 7

Chelsey se soltou de seus braços para que ela caísse


gentilmente na cama. Aron riu, mas a raiva crescente de
Chelsey estava consumindo-a agora. Ela não podia acreditar
que tinha caído novamente, que ela se permitiu ser fraca e
ceder a seus sentimentos por ele. Quando ela começaria a agir
como uma adulta responsável encarregada de seu próprio
coração?
Ela se sentou na cama e vasculhou as roupas descartadas,
enquanto Aron permanecia de joelhos na beira da cama
olhando para ela.
—Qual é o problema, Chelsey? Não há pressa. Ninguém vai
nos procurar. É uma casa enorme. — disse Aron. Ele ainda
tinha uma risada casual em sua voz. Ela não suportava olhar
para ele, então se ocupou em se vestir.
—Chelsey? — Ele a chamou novamente. Ela colocou o
vestido sobre a cabeça, arqueou as costas para frente para
alcançar o zíper em sua espinha e puxou.
—Eu não posso acreditar que você está me perguntando
qual é o problema. — ela cuspiu, balançando as pernas sobre a
borda da cama. A testa de Aron se enrugou lentamente.
—Estou com raiva de mim mesmo por fazer isso de novo.
Por cair nessa de novo! — ela disse, curvando-se para ajudar
seus pés a entrarem em seus sapatos.
—Caindo para o que? Que tipo de truque você acha que eu
joguei em você? — Aron se virou e se sentou na cama, olhando
para ela enquanto endireitava as costas. Ele estava
completamente nu. Ela podia vê-lo em toda a sua glória, o fio
de suor em sua testa, a tensão dos músculos em seus ombros, a
leve poeira dos cabelos em seu peito. Ela se. perguntou quantas
mulheres matariam para estar nessa posição. Ela se perguntou
quantas mulheres já tinham estado.
—Eu não achei que eu poderia ser tão boba. Como todas
aquelas mulheres que eu continuo lendo nos jornais. Todas as
garotas que você namora. — Chelsey não conseguia manter a
amargura de sua voz. Ela girou sobre os calcanhares e
caminhou até a mesa, sob a qual estava a sua calcinha no chão.
—Eu não posso acreditar que você acredita em todas as
colunas de fofoca. — ela o ouviu dizer. Ela se virou para ele
novamente, com raiva em seus olhos.
—Então você está dizendo que todos esses anos você tem
sido um santo? — Ela jogou as palavras para ele, e Aron
balançou a cabeça e desviou o olhar.
—Não. Claro que não, mas os jornais exageram, e achei que
você saberia disso. Além disso, não é como se você fosse uma
santa também. — ele disse com um sorriso. Tudo isso ainda era
uma brincadeira casual para ele, pensou Chelsey. Ela precisava
sair de lá.
Ela não respondeu a sua declaração. Como ela poderia
começar a explicar para ele como e por que ele foi o último cara
com quem ela dormiu? Ela respirou fundo e, em seguida,
caminhou apressadamente em direção à porta.
—Onde você vai? Eu pensei que nós estávamos tendo uma
conversa. — Aron se levantou, pegando suas roupas e
apressadamente tentando se vestir. Chelsey parou na porta
com a mão na maçaneta.
—Sem mais conversas, Aron. Eu não quero que isso
aconteça novamente. Eu estou indo para casa. — Ela girou a
maçaneta e abriu a porta.
—Espere! — Aron gritou, ainda apenas meio vestido. —
Você vai para casa? Hannah vai ficar chateada. Você nem viu
meus pais. — ele disse enquanto ela saía do quarto.
—Chelsey! — Ela ouviu ele gritar seu nome enquanto
descia as escadas. Sua voz foi abafada pela música e todo o
barulho ao redor dela. Mais do que tudo, ela estava grata por
ninguém ter notado que ela escapou da casa. Ela correu para o
carro e partiu mais rápido do que costumava dirigir. Os pneus
derraparam no cascalho e seu coração disparou mais rápido
que o motor.
No momento em que a casa dos Keels estava fora de vista,
havia lágrimas escorrendo por suas bochechas. Ela sabia que
ainda o amava. Seus sentimentos nunca mudaram, mas sua
filha era mais importante agora. Ela teve que agir com
responsabilidade por causa de sua filha.
Ela enxugou as lágrimas com uma das mãos e dirigiu em
silêncio até chegar ao apartamento. Ela conseguiu controlar
seus nervos, mais ou menos. Ela estacionou o carro, subiu as
escadas e sacudiu as chaves na fechadura para abrir a porta da
frente.
Ruby estava no sofá assistindo a um reality show de música
com a babá, Janice. As duas se voltaram para olhá-la em
uníssono.
—Mamãe! — Gritou Ruby, e Chelsey não pôde deixar de
sorrir. Essa era a reação que sua filha sempre tinha quando ela
chegava. Ela caminhou até o sofá para pegar sua filha quando
Janice desligou a TV.
—Você está em casa cedo. Tipo, muito cedo! — Janice
disse, levantando-se do sofá.
—Sim, eu não estava me sentindo muito bem. Obrigado
pelo seu tempo, Janice. Posso te pagar amanhã de uma vez? Eu
tenho um turno de oito horas como de costume. — disse
Chelsey, e Janice deu de ombros.
—Certo. Tanto faz. Você precisa de mim na mesma hora de
ontem, então? — Janice perguntou, pegando sua bolsa da mesa
de café. Chelsey assentiu e tentou sorrir.
—Obrigada, Janice. Ruby, diga tchau para Janice. — ela
murmurou para a filha e segurou-a com força contra o peito.
Seu coração ainda batia rápido. Ela sentiu como se tivesse
cometido um pecado e precisava da bênção da filha para limpá-
la. Ela acariciou o cabelo da filha suavemente e beijou o topo de
sua cabeça. Ela podia ouvir Janice abrir a porta da frente.

—Tchau, Ruby! — Janice disse, e Chelsey se virou com


Ruby para dar adeus a ela. Mas quando ela olhou para cima, ela
congelou. A porta da frente estava escancarada e Janice estava
de frente para ela. Aron estava na porta de paletó, com o cabelo
despenteado, os braços estendidos para o lado, encarando
Ruby nos braços de Chelsey.
Capitulo 8

—Jesus! — Janice gritou quando ela se virou e quase


esbarrou em Aron na porta. Sua surpresa inicial em encontrar
um homem atrás dela se transformou em excitação, depois
descrença.
—Você é Aron Keels! — Ela gritou, e suas mãos voaram
para a boca. Janice ainda estava na faculdade, alguns anos mais
nova que Chelsey e Aron, mas todos na cidade conheciam Aron
Keels, a lenda local. Na verdade, todo mundo no país conhecia
Aron Keels, o galã nacional da NHL.
Aron não olhou para ela. Ele continuou olhando para Ruby
enquanto Janice estava com os olhos arregalados ao lado dele.
—Janice, por favor, podemos conversar depois? —
Chelsey falou, quebrando o silêncio. Aron parecia congelado
em seu lugar enquanto Janice ficou incrédula olhando para ele.
—Janice... por favor. — Chelsey insistiu novamente, e
finalmente Janice se virou para Chelsey e ergueu as
sobrancelhas.
—Vocês se conhecem? — Ela perguntou e Chelsey
suspirou.
—Janice. Por favor, saia. — disse ela com mais severidade
desta vez. A outra garota bufou, passou pela estátua congelada
de Aron e, a contragosto, foi embora.
—Por favor, feche a porta atrás de você. — Chelsey disse
baixinho, e virou-se para colocar Ruby de volta no sofá. Ela
estava rindo e esticando os braços curtos e atarracados em
direção a Aron. A garota sempre foi muito amigável com
estranhos.
Chelsey ouviu a porta se fechar atrás dela e sentiu Aron se
aproximando delas.
—Esta menina é sua filha? — Aron finalmente disse, e
Chelsey tomou seu tempo, endireitando-se, em seguida,
voltando-se para encará-lo novamente. Não havia como negar.
Na verdade, ela não iria mentir para ninguém sobre sua filha.
—Sim. — disse ela, tão categoricamente quanto podia, e
cruzou os braços. Aron parecia estar mudo. Seu olhar
continuava voando entre ela e o rosto sorridente de Ruby.
—Quantos anos ela tem? — Ele perguntou depois de
vários segundos de silêncio.
—Ela fez dois anos no mês passado. — disse Chelsey,
ainda olhando para ele. Ela não podia acreditar que ele a seguiu
e descobriu onde ela morava, ou que ela não tinha sido mais
cuidadosa. Tudo isso foi culpa dela.
—Eu não acredito nisso. Você tem uma filha de dois anos.
— disse ele, mais para si do que para ela. Ela mal podia ouvir
ele falar. Ele estava olhando para Ruby no sofá, que estava
rindo e sorrindo para ele. Chelsey observou a filha ter o mesmo
efeito que tinha nela em Aron. Seu coração estava derretendo,
e ela podia ver a força da atração que Ruby tinha sobre ele.
Ela não respondeu a Aron, e eles ficaram em silêncio
novamente.
—Ela é minha? — Aron perguntou, finalmente voltando a
olhar para ela. Chelsey permaneceu em silêncio e depois
desviou o olhar. Ela não queria cair em lágrimas. Ela não estava
preparada para este momento. Ela se treinou para acreditar
que esse dia nunca chegaria.
—Ela é minha, não é? Eu tenho uma filha. — disse Aron e,
sem convite, estendeu os braços para Ruby, que de bom grado
aconchegou-se a ele em um abraço apertado. Chelsey observou
enquanto a cena se desenrolava. Ruby estava nos braços de seu
pai, um homem que ela nunca conhecera antes. Por mais que a
matasse por dentro, ela estava feliz por sua filha.
—Por que você escondeu isso de mim, Chelsey? Por que
esconderia minha filha de mim? — Sua voz havia mudado. Ele
estava zangado agora. Ela se encolheu e deu alguns passos para
longe dele.

—Eu sabia que você não iria querer ela. Por que você iria?
Você tinha sua carreira e estrelato para olhar para frente. —
ela disse, e então virou o rosto para longe dele. A imagem de
Ruby nos braços de Aron foi o suficiente para deixar os joelhos
dela fracos. Ela não queria perder o controle de seus sentidos.

—Eu não iria querer a minha filha? Minha filha com você?
Você foi a garota que eu sonhei todas as noites nos últimos três
anos. Eu nem sabia que tínhamos um filho juntos. — disse ele,
dando alguns passos em direção a ela. Ruby ainda estava em
seus braços, brincando com os lóbulos das orelhas. Chelsey
olhou para ele novamente, as lágrimas ameaçando sair. Ela não
sabia como responder a ele.
—Eu não queria voltar para casa porque não queria ser
lembrado de você. Todos os outros relacionamentos que tive,
eu arruinei, porque eu não conseguia tirar você da minha
mente. Porque eu nunca te dei uma chance, nunca nos dei uma
chance. — A voz de Aron estava quebrando agora. As emoções
de descobrir que ele era pai, que ele era há dois anos, o haviam
ultrapassado. Os lábios de Chelsey estremeceram. Ela ficou
parada, permitindo que ele se aproximasse dela.
—É por isso que você nunca foi a Nova York? — Ele
perguntou, e ela assentiu.
—Você tem feito isso sozinha? Presa aqui nesta cidade?
Vivendo neste lugar? — perguntou ele, olhando para o pequeno
apartamento dela, para os pontos úmidos no teto. Chelsey
desviou o olhar, envergonhada. Ela não sabia o que dizer para
ele. Ela queria que ele parasse de se sentir culpado.
—Eu não sabia mais o que fazer ou como cuidar de Ruby.
Minha mãe não queria nada comigo. Eu não tinha dinheiro. Pelo
menos aqui eu tinha um emprego de meio período no salão. Em
Nova York, tudo que eu tinha era uma oferta de estágio. Eu não
podia colocar meu bebê recém-nascido nisso. — As palavras
saíram dela. Suas mãos tremiam.
—Ruby. O nome da minha filha é Ruby. — disse Aron,
como se estivesse atordoado. —Você não precisa se explicar
para mim, Chelsey. Tudo vai mudar agora. — disse ele, dando
os últimos passos para fechar o espaço entre seus corpos.
—Temos uma filha juntos. Você e eu. É como se eu
estivesse procurando por algo todos esses anos... e eu tinha a
vida perfeita esperando por mim, bem aqui, em casa. — ele
disse, acariciando gentilmente as costas de Ruby. Com a outra
mão ele agarrou a mão de Chelsey e a puxou para ele. Ela
mordeu o lábio e sorriu. Ele ia beijá-la. Ele ia realizar todos os
seus sonhos.

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