LideranÃ A 21 - Lidando Com Os Manipuladores

LIDANDO COM OS MANIPULADORES
Capa
Capa e diagramação interna:

MARTINHO LUTERO SEMBLANO
Revisão ortográfica e gramatical:
ROBSON VERA CRUZ
Impressão:
ROBSON VERA CRUZ
Todos os direitos reservados a
Edições anteriores:
-.
Vendas online:
www.NOVAVIDA.ORG.br
(menu “Livraria”)
SEMBLANO, Martinho Lutero R.N., 1968-

Lidando com os manipuladores: crente-chupetinha, crente-sanguessuga, crente-
corvo, o crente-bode e crente-diabo. Rio de Janeiro, 2015.
1. Vida cristã. 2. Liderança. 3. Liderança cristã. 4. Liderança eclesiástica.

5. Eclesiologia.
ISBN: 978-85-8323-021-2
2
Sumário
Capítulo 1................................................................................................. 11
Lidando com o “crente-chupetinha” .............................................. 13

Diferencie o “crente-chupetinha” do recém-nascido na fé .... 13
Mimados, os “crentes-chupetinha” fazem birra se não forem
atendidos ...................................................................................... 13
Manipuladores por excelência, são mestres nas chantagens
emocionais ................................................................................... 15
O “crente-chupetinha” é carnal e os seus frutos são maus .. 16
O “crente-chupetinha” emperra a obra de Deus.................. 17
Há “pastores-chupetinha”?....................................................... 19
Desdobramentos a esta questão: Qual o caminho certo
que um pastor auxiliar deve a tomar no caso de discordar
de uma decisão de seu líder? ................................................. 20
O caminho errado .............................................................. 20
O caminho correto ............................................................ 21
Como lidar com o “crente-chupetinha” .................................... 22
3
1º. Ame-o educando-o ............................................................... 24

2º. Não jogue “pérola aos porcos” ........................................... 24
3º. Ignore-o publicamente e repreenda-o pessoalmente..... 25
4º. Não o promova nem lhe dê espaço algum na igreja ....... 25
5º. Não ceda às suas chantagens emocionais nem aos seus
mimos............................................................................................ 26
6º. Veja-o como ele, de fato, é: uma pessoa nociva, um
agente do diabo para destruir a igreja ..................................... 27
7º. “Marque-o” diante de sua equipe ministerial mais
próxima ......................................................................................... 28
Capítulo 2................................................................................................. 31
Lidando com o “crente-sanguessuga” ............................................. 33

Deus espera que seus filhos cresçam ........................................... 33
Líderes que “não educam” se tornam vítimas daqueles que
não querem crescer ..................................................................... 33
Características do “crente-sanguessuga” .................................... 35
Os “crentes-sanguessuga” só sugam energia daqueles que as
têm ................................................................................................. 36
4
O “crente-sanguessuga” quer monopolizar o tempo e a

atenção do líder para si .............................................................. 37
1º. O contato pós-culto ......................................................... 37
2º. Buscando o tempo, atenção e energias exclusivas à
“nova amizade” ....................................................................... 39
3º. O líder só: uma oportunidade sempre presente ......... 40
Como lidar com os “crentes-sanguessuga” ................................ 40
Ensine-os com firmeza e, agindo com amor, quando for
necessário repreenda-os com autoridade ............................... 40
Não inclua “crentes-sanguessuga” em sua equipe
ministerial: antes de olhar os seus dons e talentos, teste-os
para saber se somam ou subtraem ............................................ 42
Mantenha distância dos “crentes-sanguessuga”, para a saúde
e a edificação de toda a igreja .................................................... 43
5
Capítulo 3................................................................................................. 47
Lidando com o “crente-corvo”......................................................... 49

“Crente-corvo”: o desanimador da fé ......................................... 49
Três atitudes comuns dos “crentes-corvo” que frequentam
as igrejas ........................................................................................ 50
1ª. São reativos às palavras de fé e proativos nas palavras
de desânimo ............................................................................. 50
2ª. Vivem reclamando de si mesmos e de suas vidas ........ 51
3ª. Amplificam as possibilidades negativas........................ 52
“Nessa igreja isso não dá certo!”: os “crentes-corvo” afetam a
fé dos que os rodeiam ................................................................. 53
Aja com rapidez antes que ovelhas se transformem em bodes
........................................................................................................ 57
1ª. Chame-o a conversar particularmente ......................... 58
2ª. Caso não mude, exorte-o mais uma vez a exercer sua fé
.................................................................................................... 59
3ª. Afaste-o das equipes ministeriais ................................... 59
4ª. “Discipline-o” .................................................................... 60
O líder deve manter distância dos “crentes-corvo” ................. 60
6
Se o líder não mantiver tal distância, poderá ser

contaminado pela falta de fé e, consequentemente, mirrar e
morrer ........................................................................................... 61
Capítulo 4................................................................................................. 65
Lidando com o “crente-bode” .......................................................... 67

O líder deve discernir quem, no seu aprisco, é “ovelha” e quem
é “bode” ............................................................................................. 67
“Bode”, “cabra” ou “cabrito”? .................................................. 67
Semelhanças e diferenças entre as “ovelhas” e os “bodes” nas
igrejas............................................................................................. 68
Semelhanças............................................................................. 68
Diferenças ................................................................................ 69
Discernindo o “crente-bode” através de seus três tipos .......... 72
1º tipo (“cabrito”): os insubmissos ......................................... 73
2º tipo (“bode”): os desobedientes .......................................... 74
3º tipo (“bode com grandes chifres”): os rebeldes ............... 74
Capítulo 5................................................................................................. 78
Lidando com o “crente-diabo”: combata a fofoca na igreja ....... 80
7
Fofoqueiros são diabos, bíblica, literal e etimologicamente

falando .............................................................................................. 80
A ação clássica e piedosa dos “crentes-diabo” ........................ 81
“Mas nesta igreja existe fofoca?” .............................................. 84
Como enfrentar os “crentes-diabo” ............................................ 85
Aja com rapidez e firmeza, e busque a “fonte” do informe 85
Não aceite denúncias anônimas .............................................. 88
Ore para que o Senhor livre a igreja destes fofoqueiros ...... 90
Capítulo 6................................................................................................. 91
Disciplinando membros da igreja: “quando”, “como” e “por

quanto tempo” .................................................................................... 93
Os três tipos de disciplina que o líder tem que considerar..... 93
“Disciplina Preventiva” ............................................................. 94
“Disciplina Restauradora” ........................................................ 96
“Disciplina Punitiva” (exclusão de membros): medida
última a ser tomada, ainda que eventualmente seja
necessária ...................................................................................... 97
Considerações especiais antes de exercer a disciplina ............. 98
Considere a idade antes de exortar ......................................... 98
8
O caso de aplicar a disciplina a uma liderança da igreja ..... 99

Os casos de deserção.....................................................................100
Sobre o autor ..........................................................................................102
Demais livros da série “Liderança cristã” .........................................102
9
10
Capítulo 1
LIDANDO COM O
“CRENTE-CHUPETINHA”
11
12
Lidando com o “crente-

chupetinha”
“IRMÃOS, NÃO SEJAIS MENINOS NO JUÍZO; NA MALÍCIA, SIM,

SEDE CRIANÇAS; QUANTO AO JUÍZO, SEDE HOMENS
AMADURECIDOS” (1CO 14.20).
Diferencie o “crente-chupetinha” do recém-

nascido na fé
MIMADOS, OS “CRENTES-CHUPETINHA” FAZEM BIRRA SE NÃO
FOREM ATENDIDOS
Não confunda “crentes-chupetinha” com os bebês espirituais,

pois há grandes diferenças entre eles. Quanto aos recém-nascidos na
fé, estes requerem cuidado especial, atenção e muita paciência,
precisando ser discipulados até aprenderem a andar sozinhos,
crescendo saudavelmente. Já os “crentes-chupetinha” são aqueles
13
que, já tendo anos de caminhada no evangelho, vivem

choramingando pelos cantos da igreja querendo chamar atenção
para o seu problema, reclamando a todo tempo pela pouca atenção
recebida e buscando ser mimados e atendidos sempre. Mimados,
caso o líder não ceda às suas vontades e faça o que eles desejam que
seja feito e na hora que eles definirem que seja feito, fazem beicinho
para que toda a igreja veja seu descontentamento, não poucas vezes
levando pessoas a sentirem pena deles e desenvolverem um
sentimento oposto à liderança que não cedeu às suas exigências e ao
seu controle.
Assim como o “crente sanguessuga” (como veremos adiante),
o “crente-chupetinha” não deseja crescer. Entretanto, enquanto
aquele apenas quer extrair o sangue de seu líder (sua atenção,
dedicação, tempo e energia exclusivas), este não aceita que as suas
vontades e opiniões sejam contrariadas, sob a pena de se lamentar
publicamente, pelos quatro cantos do templo, através de frases
dramáticas, chantagistas e infantis, tais como algumas que aqui
relacionamos e que são tradicionalmente utilizadas:
ü “Vou sair desta igreja!”.
14
ü “O pastor nem me deu atenção, vou para outra igreja!”.
ü “No mundo eu tinha mais atenção do que aqui!”.
ü “Cadê o amor cristão?”.
ü “Estou pensando em me suicidar!”.
MANIPULADORES POR EXCELÊNCIA, SÃO MESTRES NAS
CHANTAGENS EMOCIONAIS
De fato, a chantagem emocional é a característica principal do

“crente-chupetinha”, que procura comover as pessoas ao seu redor
e, assim, manipular aqueles que costumam se guiar pelos
sentimentos e não pelo conhecimento bíblico nem pela maturidade
que a bíblia exige a todo cristão. Consecutivamente (e
infelizmente), suas maiores vítimas são os novos-convertidos que,
com pena de quem não conhecem, são comovidos por seus lamentos
e por eles são envolvidos em suas maquinações e murmurações.
15
O “CRENTE-CHUPETINHA” É CARNAL E OS SEUS FRUTOS SÃO
MAUS
O tempo de conversão e a detenção de um cargo eclesiástico

não é um indicador bíblico para a maturidade espiritual – ainda que
devesse sê-lo. Para Deus o que importa são os frutos espirituais que
cada um produz e não a beleza e as cores de suas folhas e flores. O
“crente-chupetinha”, longe de ser um mero bebê espiritual, é carnal
e agente de carnalidade na igreja, sendo os seus frutos maus. De seus
mimos e pirraças surgem sementes de descontentamento e
murmuração contra a liderança da igreja e as decisões por ela
tomadas. E, sob a máscara da espiritualidade, os “crentes-
chupetinha” escondem ciúmes e invejas daqueles que, de fato, estão
produzindo bons frutos para o reino de Deus. Assim, sutilmente
suscitam no meio da igreja contendas contra os líderes e todos
aqueles que não apoiam suas causas, tornando-se um foco maligno
dentro da igreja:
“EU, PORÉM, IRMÃOS, NÃO VOS PUDE FALAR COMO A

ESPIRITUAIS, E SIM COMO A CARNAIS, COMO A CRIANÇAS EM
16
CRISTO. LEITE VOS DEI A BEBER, NÃO VOS DEI ALIMENTO

SÓLIDO; PORQUE AINDA NÃO PODÍEIS SUPORTÁ-LO. NEM
AINDA AGORA PODEIS, PORQUE AINDA SOIS CARNAIS.
PORQUANTO, HAVENDO ENTRE VÓS CIÚMES E CONTENDAS,

NÃO É ASSIM QUE SOIS CARNAIS E ANDAIS SEGUNDO O
HOMEM?” (1CO 3.1-3).
O “CRENTE-CHUPETINHA” EMPERRA A OBRA DE DEUS
“POIS, COM EFEITO, QUANDO DEVÍEIS SER MESTRES,

ATENDENDO AO TEMPO DECORRIDO, TENDES, NOVAMENTE,
NECESSIDADE DE ALGUÉM QUE VOS ENSINE, DE NOVO, QUAIS
SÃO OS PRINCÍPIOS ELEMENTARES DOS ORÁCULOS DE DEUS;
ASSIM, VOS TORNASTES COMO NECESSITADOS DE LEITE E NÃO
DE ALIMENTO SÓLIDO. ORA, TODO AQUELE QUE SE ALIMENTA
DE LEITE É INEXPERIENTE NA PALAVRA DA JUSTIÇA, PORQUE É
CRIANÇA. MAS O ALIMENTO SÓLIDO É PARA OS ADULTOS,
PARA AQUELES QUE, PELA PRÁTICA, TÊM AS SUAS FACULDADES
EXERCITADAS PARA DISCERNIR NÃO SOMENTE O BEM, MAS
TAMBÉM O MAL” (HB 5.12-14).
17
Esse tipo de pessoa é nociva para a igreja, uma vez que emperra
o seu avanço e neutraliza os seus esforços em conquistar mais vidas
para Cristo, motivando-se em contestar tudo que está caminhando
de forma distinta à sua opinião, apenas para ver-se como o vencedor.
Lembro-me de algo que ocorreu quando fomos abrir a Igreja de
Nova Vida em duas comunidades carentes do Rio de Janeiro. Os
mesmos que, ao descontinuamos uma daquelas igrejas, diziam nas
sombras da membresia “eu sabia que isso não daria certo”, declaravam
– depois que a outra igreja se firmou – frases como “eu sabia que
daria certo”. O que estas pessoas querem não é o avanço ou o recuo
da obra de Deus, mas apenas glória para si mesmas.
Deus espera que todos os seus filhos amadureçam e, para isso
acontecer, devemos colocar tudo que aprendemos em prática, a fim
de conseguirmos discernir tanto o bem quanto o mal, coisa que os
que não querem crescer e impedem a igreja de avançar são incapazes.
Analise os frutos dos “crentes-chupetinha”. Observe quantas vidas
eles têm conduzido para Cristo, quantas almas edificaram na fé,
quantos folhetos distribuíram na evangelização, quantas pessoas
batizaram nas águas, quantas igrejas abriram. Observe os frutos, não
18
a folhagem, e veja se gastam mais tempo criticando os que

constroem do que construindo algo.
“PELOS SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS. COLHEM-SE,

PORVENTURA, UVAS DOS ESPINHEIROS OU FIGOS DOS
ABROLHOS? ASSIM, TODA ÁRVORE BOA PRODUZ BONS
FRUTOS, PORÉM A ÁRVORE MÁ PRODUZ FRUTOS MAUS”
(MT 7.16-17).
HÁ “PASTORES-CHUPETINHA”?
Infelizmente, sim. Como abordado anteriormente, tempo de

conversão e cargos eclesiásticos não são um atestado de
espiritualidade, de maturidade e nem mesmo de salvação, ainda que
devessem sê-lo. Dito isto, grande parte das divisões nas igrejas são
consequência de insatisfação de “pastores-chupetinha” que,
discordando de seus pais ministeriais, rompem com eles e procuram
“abrir seu próprio trabalho” (geralmente a poucos quilômetros da
19
igreja de onde saem, obviamente1), carregando consigo as ovelhas

que foram sensibilizadas por sua chateação.
Mas nem sempre os “pastores-chupetinhas” promovem rachas
na igreja. Alguns, sem ânimo de “abrir uma nova igreja”,
simplesmente permanecem, cada vez mais questionadores,
chegando ao ponto de ignorarem as orientações de suas lideranças
(ou seja, desobedecerem) por estarem chateados com alguma
decisão que a liderança da igreja tenha tomado.
DESDOBRAMENTOS A ESTA QUESTÃO: QUAL O CAMINHO

CERTO QUE UM PASTOR AUXILIAR DEVE A TOMAR NO CASO
DE DISCORDAR DE UMA DECISÃO DE SEU LÍDER?
O CAMINHO ERRADO
O caminho não pode ser, naturalmente, o do

confronto, seja ele público ou privado (em uma reunião
1
Assunto abordado no livro “O líder, as traições e as divisões na igreja” (desta mesma
série), no capítulo “A geografia da divisão”.
20
de lideranças). Ainda que o líder possa errar – e isto com

certeza ocorrerá, uma vez que todos são falhos – não
reaja negativamente, ignorando tais diretrizes nem
expressando sua discordância por meio de atos infantis
(como deixar de ir aos cultos ou passar a ir de maneira
desleixada aos cultos, chegando atrasado ou indo com a
barba por fazer). Tais atitudes demonstram um coração
insubmisso e um grau de espiritualidade infantil, apenas
confirmando que o líder ainda não pode contar com tais
pessoas.
O CAMINHO CORRETO
Qual, então, é o caminho a ser tomado no caso de

seu líder tomar uma decisão que não encontre eco em
seu coração? Em primeiro lugar, obedeça. Mais
importante do que querer agradar ao Senhor com os
seus sacrifícios é obedecer a instrução dada através da
autoridade por Deus constituída sobre a sua vida.
21
Em segundo lugar, agende uma conversa com o

seu líder e, de maneira respeitosa e transparente, seja-lhe
leal ao dizer-lhe o que lhe aflige a alma, para que este
(sendo o caso) possa pedir-lhe perdão por tê-lo magoado
e, também, tenha a oportunidade de explicar-lhe
(também se for o caso) sobre o motivo de ter tomado a
decisão que desencadeou todo este processo, até que, ao
final da conversa, possam orar juntos gratos a Deus pelo
amor que os une e a lealdade que caracteriza aqueles que
são habitação do Espírito Santo.
Lembre-se sempre que a mais poderosa arma de
satanás para destruir uma igreja é o pecado, dentre os
quais o mais utilizado é a vaidade e a desunião,
desestabilizando a unidade da liderança da igreja,
afetando assim todo o rebanho.
Como lidar com o “crente-chupetinha”
22
O “crente-chupetinha” tende a ser uma bomba-relógio que irá

explodir a qualquer momento em sua igreja. Esta bomba vai sendo
deflagrada aos poucos, contaminando pessoas que estão em seu
círculo de influência. Por isso, deve o líder ao menos tomar cuidados
práticos:
23
1º. AME-O EDUCANDO-O
Ame-o, mas o faça com responsabilidade. Ensine sempre que

o cristão deve se preocupar em buscar o seu crescimento espiritual e
a sua frutificação para fortalecer o reino de Deus e estendê-lo, ao
invés de se tornar uma má influência, promotora de desunião a
todos os que atendem aos seus mimos.
Lembre-se, entretanto, de sempre agir com uma postura firme
de fé, positiva, pois líderes negativos, ainda que inconscientemente,
geram ovelhas negativas que acabam, com o tempo, levantando-se
contra eles.
2º. NÃO JOGUE “PÉROLA AOS PORCOS”
“NÃO DEIS AOS CÃES AS COISAS SANTAS, NEM DEITEIS AOS

PORCOS AS VOSSAS PÉROLAS, NÃO ACONTEÇA QUE AS PISEM
COM OS PÉS E, VOLTANDO-SE, VOS DESPEDACEM” (MT 7.6).
Ajude-o, mas se assegure de que ele deseja verdadeiramente

mudar. Se não for este o caso, “sacuda a poeira de seus pés” e
24
direcione seu tempo, energia e esforço para aqueles que ainda não
tiveram oportunidade de ouvir falar de Jesus e àqueles que, de fato,
precisam e desejam ser pastoreados.
3º. IGNORE-O PUBLICAMENTE E REPREENDA-O PESSOALMENTE
“NÃO É BOA A VOSSA JACTÂNCIA. NÃO SABEIS QUE UM

POUCO DE FERMENTO LEVEDA A MASSA TODA?”
(1CO 5.6).
O “crente-chupetinha” gosta de ser reconhecido e de ser

ouvido. Assim, expondo suas ideias com entusiasmo e firmeza a
muitos contamina com o hábito de murmurar diante de todas as
decisões que seu líder tome e com as quais não concorde. Evite isto
ignorando-o publicamente (seja pelo microfone ou pelas redes
sociais – principal meio de murmuração nos dias atuais), deixando
para repreendê-lo apenas de forma pessoal e direta. Jamais faça o
inverso.
4º. NÃO O PROMOVA NEM LHE DÊ ESPAÇO ALGUM NA IGREJA
25
“SE ALGUÉM NÃO OBEDECER À NOSSA PALAVRA POR

ESTA CARTA, NOTAI O TAL, E NÃO VOS MISTUREIS COM
ELE, PARA QUE SE ENVERGONHE. TODAVIA NÃO O
TENHAIS COMO INIMIGO, MAS ADMOESTAI-O COMO
IRMÃO” (2TS 3.14-15).
Nunca confie a um “crente-chupetinha” qualquer

responsabilidade ministerial e nem lhe dignifique com algum cargo
na igreja pois, além da má influência e do péssimo exemplo que ele
dará, se você tiver que fazer alguma alteração naquele setor, ele irá
explodir em seu sentimento de injustiça e perseguição (palavras-
chave do “crente-chupetinha”), trazendo consequências
desgastantes à igreja, arrastando com ele muitos por causa de seus
questionamentos à sua decisão.
5º. NÃO CEDA ÀS SUAS CHANTAGENS EMOCIONAIS NEM AOS SEUS

MIMOS
26
Jamais alimente o ego do “crente-chupetinha”. Tudo que ele

quer é o reconhecimento público de sua vitória, o que é visto não
apenas quando suas apostas contra as decisões do líder possam ser
bem-sucedidas como quando o líder demonstra ceder aos seus
mimos. Não ceda diante de suas chantagens. Entenda que o diabo
muitas vezes usa os “crentes-chupetinha” para neutralizar a igreja
em sua marcha evangelística.
6º. VEJA-O COMO ELE, DE FATO, É: UMA PESSOA NOCIVA, UM
AGENTE DO DIABO PARA DESTRUIR A IGREJA
“MAS, AGORA, VOS ESCREVO QUE NÃO VOS ASSOCIEIS

COM ALGUÉM QUE, DIZENDO-SE IRMÃO, FOR IMPURO,
OU AVARENTO, OU IDÓLATRA, OU MALDIZENTE, OU
BEBERRÃO, OU ROUBADOR; COM ESSE TAL, NEM AINDA
COMAIS. POIS COM QUE DIREITO HAVERIA EU DE
JULGAR OS DE FORA? NÃO JULGAIS VÓS OS DE
DENTRO?” (1CO 5.11-12).
Mantenha o “crente-chupetinha” sob seus olhares e sua

disciplina. Não economize palmadinhas se for necessário usá-las.
27
Apesar do título, o “crente-chupetinha” não é inocente, sendo uma

fonte de murmuração na igreja e, consequentemente, de pecado e
destruição.
7º. “MARQUE-O” DIANTE DE SUA EQUIPE MINISTERIAL MAIS
PRÓXIMA
“ROGO-VOS, IRMÃOS, QUE NOTEIS BEM AQUELES QUE

PROVOCAM DIVISÕES E ESCÂNDALOS, EM DESACORDO
COM A DOUTRINA QUE APRENDESTES; AFASTAI-VOS
DELES, PORQUE ESSES TAIS NÃO SERVEM A CRISTO,
NOSSO SENHOR, E SIM A SEU PRÓPRIO VENTRE; E, COM
SUAVES PALAVRAS E LISONJAS, ENGANAM O CORAÇÃO
DOS INCAUTOS” (RM 16.17-18).
“ALEXANDRE, O LATOEIRO, CAUSOU-ME MUITOS

MALES; O SENHOR LHE PAGUE SEGUNDO AS SUAS
OBRAS.TU, GUARDA-TE TAMBÉM DELE, PORQUE
RESISTIU MUITO ÀS NOSSAS PALAVRAS”
(2TM 4.14-15).
28
Como Paulo (com Alexandre, o latoeiro, Himeneu e Fileto),

João (com Diótrefes), Moisés (com Balaão) e tantos outros, é
bíblico e, para preservação da igreja, importante mencionar os
nomes daqueles que militam contra a unidade da igreja. Por isso,
mantenha sua equipe ministerial ciente das artimanhas dos mesmos,
pois dificilmente você conseguirá evitar que um murmurador
consiga penetrar em todos os setores da igreja, mas uma equipe
maior poderá ampliar tal ação preventiva e preservar a igreja de sua
destruição.
29
30
Capítulo 2
LIDANDO COM O
“CRENTE-SANGUESSUGA”
31
32
Lidando com o “crente-

sanguessuga”
“A SANGUESSUGA TEM DUAS FILHAS, A SABER: DÁ, DÁ. HÁ

TRÊS COISAS QUE NUNCA SE FARTAM, SIM, QUATRO QUE NÃO
DIZEM: BASTA! ELAS SÃO A SEPULTURA, A MADRE ESTÉRIL, A
TERRA, QUE SE NÃO FARTA DE ÁGUA, E O FOGO, QUE NUNCA
DIZ: BASTA!”
(PV 30.15-16).
Deus espera que seus filhos cresçam
LÍDERES QUE “NÃO EDUCAM” SE TORNAM VÍTIMAS DAQUELES
QUE NÃO QUEREM CRESCER
Para quem não sabe, as sanguessugas são animais que vivem

em água doce, e quando grudam em uma pessoa sugam o seu sangue
até que se fartem. Este tipo de postura pode ser notada em muitas
pessoas que, inseridas no contexto eclesiológico, ocasionam aos
33
líderes das igrejas, repletos de boa vontade em ajudá-las, mas

desprovidos de defesas em sua alma, um grande e, muitas vezes,
desnecessário desgaste.
Bem sabemos que a igreja existe para alcançar os que estão
sofrendo, os aflitos, os desesperançados. Mas é sempre bom lembrar
que também é função da igreja – e responsabilidade do líder –
ensinar a tais pessoas que a arma de nossa vitória sobre o mundo é a
fé, a qual devem exercitar:
“PORQUE TODO O QUE É NASCIDO DE DEUS VENCE O MUNDO;

E ESTA É A VITÓRIA QUE VENCE O MUNDO: A NOSSA FÉ”
(1JO 5.4).
Assim sendo, quando uma pessoa se converte a Cristo, sendo

liberta, salva e curada, deve ser alimentada com a instrução de não
acomodar-se, mas, ao contrário, de lutar contra as dificuldades e
perseverar até vencê-las. O “nascido de novo” deve aprender a
desenvolver sua fé para crescer, não permanecendo na infância
espiritual, mas amadurecendo, como Deus espera e requer de todos
os que o seguem:
34
“POIS, COM EFEITO, QUANDO DEVÍEIS SER MESTRES,

ATENDENDO AO TEMPO DECORRIDO, TENDES, NOVAMENTE,
NECESSIDADE DE ALGUÉM QUE VOS ENSINE, DE NOVO, QUAIS
SÃO OS PRINCÍPIOS ELEMENTARES DOS ORÁCULOS DE DEUS;
ASSIM, VOS TORNASTES COMO NECESSITADOS DE LEITE E NÃO
DE ALIMENTO SÓLIDO” (HB 5.12).
Cientificado e instruído pela Palavra de Deus, deve o líder

estar atento para um tipo de pessoa que surge e se torna uma grande
barreira para o avanço do reino de Deus: o “crente-sanguessuga”,
pessoa inserida dentro do rebanho conduzido pelo líder e que,
inicialmente, surge como alguém que aparenta necessitar de um
cuidado e atenção especiais, mas que, depois de um tempo,
demonstra que não deseja andar “com as próprias pernas”, usando o
líder como sua eterna muleta. Por isso, sendo tal pessoa amada pelo
seu líder, deve ser por ele instruída a caminhar na dependência não
de um pastor, mas de Deus, e a crescer no exercício de sua fé.
Características do “crente-sanguessuga”
35
OS “CRENTES-SANGUESSUGA” SÓ SUGAM ENERGIA DAQUELES
QUE AS TÊM
Os “crentes-sanguessuga” se caracterizam como aquelas

pessoas que se alimentam do sangue dos outros. Não conseguem
viver sem sugarem a energia dos outros, não poupando nem os seus
pastores. Estes os alimentam, os ensinam, os ajudam, dedicam-lhes
o seu tempo, os reensinam mas, o tempo passa e continuam a não
demonstrar a mínima vontade de andar com as próprias pernas,
preferindo ser carregados nos ombros. Tais crentes não andam não
porque não possam fazê-lo, mas porque não querem fazê-lo. E ainda
persistem em exigir a dedicação do tempo do líder quase que
exclusivamente para si. Contra este tipo de pessoa Deus não poupa
duras palavras:
“A SANGUESSUGA TEM DUAS FILHAS, A SABER: DÁ, DÁ. HÁ

TRÊS COISAS QUE NUNCA SE FARTAM, SIM, QUATRO QUE NÃO
DIZEM: BASTA! ELAS SÃO A SEPULTURA, A MADRE ESTÉRIL, A
TERRA, QUE SE NÃO FARTA DE ÁGUA, E O FOGO, QUE NUNCA
DIZ: BASTA!” (PV 30.15-16).
36
O líder deve ter e usar do discernimento para delimitar até

onde pode “dar o seu sangue” – seu tempo, sua saúde emocional, sua
vida – por alguém que não quer mudar. Ainda que o líder esteja
disposto em dar até sua vida por uma ovelha, a sanguessuga costuma
matá-lo antes que ele consiga ajudar as ovelhas que, de fato, precisam
de ajuda.
A única chance dos líderes que não agem com autoridade e se
deixam dominar por tais sanguessugas está no fato de que, ao
perceberem que seu líder está esgotado, não tendo mais de onde
sugar do mesmo, tais pessoas dirigem-se para outros líderes que
estejam dispostos a dar-lhes o sangue e a atenção que tanto
procuram.
O “CRENTE-SANGUESSUGA” QUER MONOPOLIZAR O TEMPO E A

ATENÇÃO DO LÍDER PARA SI
1º. O CONTATO PÓS-CULTO
37
Uma das principais características de um “crente-

sanguessuga” é a procura constante de monopolizar o tempo
do líder para si, ficando insatisfeito ao saber que este usa parte
de seu tempo para resolver problemas de outras pessoas que
não ele.
O “crente-sanguessuga” tem várias características, sendo
uma das mais comuns o estabelecimento de contato imediato
ao líder tão logo o culto termine, pedindo-lhe oração e
compartilhando sobre assuntos diversos, não deixando de
agendar um gabinete para continuar o assunto iniciado ali,
abrindo caminho para seu segundo passo.
38
2º. BUSCANDO O TEMPO, ATENÇÃO E ENERGIAS
EXCLUSIVAS À “NOVA AMIZADE”
Ao pedir um gabinete de aconselhamento, teoricamente

está pedindo, obviamente, um aconselhamento quando, na
verdade, o objetivo central deste tipo de pessoa é atrair para si
toda a atenção do líder, conversando sobre assuntos variados,
dentre os quais temas banais que nada fazem senão traduzir o
fato de que a única intenção da pessoa é criar um amigo que
lhe dedique o tempo que lhe foi negado na tentativa de ter
amigos ao longo de sua vida. Fazendo do líder um substituto
adulto para as conversas que tinha com sua boneca na
infância, tiram o tempo e energia do líder sem se importar
com eles nem com o seu tempo e energia. É claro que amizades
surgem, mas não desta forma, artificial, forçada, asfixiante,
pois isso não é amizade.
39
3º. O LÍDER SÓ: UMA OPORTUNIDADE SEMPRE PRESENTE
Outra oportunidade para o “crente-sanguessuga” agir é

quando observa o líder sem estar falando com alguém, mesmo
que por um segundo, fazendo com que se dirija até ele para
extrair-lhe aquele tempo, seja antes ou depois do culto, sem se
preocupar com nada mais senão em extrair-lhe toda sua
energia e seu mui raro tempo a sós.
Como lidar com os “crentes-sanguessuga”
ENSINE-OS COM FIRMEZA E, AGINDO COM AMOR, QUANDO FOR

NECESSÁRIO REPREENDA-OS COM AUTORIDADE
O líder cristão, uma vez que foi chamado por Deus para
ensinar o seu povo a andar pela fé, deve, toda vez que um “crente-
sanguessuga” o cercar para lhe sugar as energias e monopolizar o seu
tempo para si, dar-lhe tarefas para que as cumpra. Ensine-o a orar e
perseverar, a agir com sabedoria e prudência, a lutar sem vacilar em
40
sua fé. Por isso, a sugestão inicial ao líder para auxiliar tal pessoa é
sempre estabelecer-lhe metas para que as alcance, ensinado-a a
vencer com sua própria fé colocada em prática. Mas, se tal pessoa
não quiser fazer a sua parte, não se esforçando, não se aplicando, mas
preferindo viver à custa do tempo e energia dos outros, deve o líder
educá-la, não cedendo aos seus caprichos.
Não é fácil ao líder servir a Deus no ministério pastoral. Além
de suas batalhas pessoais e de tantos desafios a enfrentar, ainda
encontra irmãos dentro da própria igreja que o sobrecarregam por
decidirem não crescer. Por isso, deve o líder lembrar-se que ao
pastorado requer-se o exercício ministerial da exortação e, assim,
quando necessário deve repreender aqueles que precisam de
repreensão.
41
NÃO INCLUA “CRENTES-SANGUESSUGA” EM SUA EQUIPE
MINISTERIAL: ANTES DE OLHAR OS SEUS DONS E TALENTOS,
TESTE-OS PARA SABER SE SOMAM OU SUBTRAEM
A igreja é um lugar que recebe todo tipo de pessoas que, em

sua caminhada cristã, crescem em ritmos diferentes, havendo
diferentes graus de amadurecimento entre pessoas nascidas na fé em
um mesmo período. Por isso, o fator tempo não pode ser o único
critério para que um líder observe quanto à distribuição de
responsabilidades na igreja.
Outra questão que o líder deve considerar é quanto aos dons
ministeriais e talentos (naturais e adquiridos) por parte de suas
ovelhas, pois não pode ceder à tentação de usar os mais aptos, sejam
eles seus “filhos na fé” ou seus “filhos espirituais adotados”. Lembre-
se de sempre observar além dos dons e talentos, a sua família, sua
submissão à liderança, sua integridade cristã, seu comprometimento
com a igreja na qual Deus o inseriu. Entretanto, o líder deve “olhar
além”, pois muitos que são filhos fiéis e submissos e servos frutíferos
podem, ao invés de somar, subtrair. Trata-se de pessoas que, ao
mesmo tempo em que auxiliam seu líder, o exaurem. Ainda que tais
42
irmãos possam trabalhar ministerialmente em outros setores, de

forma alguma podem ser chamados para integrar equipes
ministeriais que trabalhem diretamente ao lado do líder, sob o
perigo de, pouco tempo depois, o próprio líder não ter mais forças
nem ânimo para continuar.
Lembre-se: o líder deve cercar-se de pessoas que, além de
trabalhadoras, tenham fé, com olhos realistas-positivos, que somem,
acrescentem à sua vida, e não dela subtraiam.
MANTENHA DISTÂNCIA DOS “CRENTES-SANGUESSUGA”, PARA A

SAÚDE E A EDIFICAÇÃO DE TODA A IGREJA
Este tipo de ovelha pode se tornar-se nociva a toda a igreja caso

venha afetar o líder. Um líder desgastado, desanimado, abatido e
sem fé irá refletir este estado de espírito a toda a igreja. Por isso, deve
o líder aprender a se preservar, mantendo distância dos “crentes-
sanguessuga” para seguir abençoando vidas. Sabemos que “manter
distância” é a saída sábia do homem de Deus para situações de
tentação carnal – como no caso de José, que foi sábio ao correr da
esposa de Potifar quando esta retirou sua roupa e lhe seduziu (Gn
43
39.12) – e, da mesma forma, ainda que os “crentes-sanguessuga” não

sejam sedutores, podem destruir um homem de Deus ao sugar-lhe
toda a sua energia até esgotá-lo ministerialmente, afetando sua
saúde física e, não poucas vezes, até sua fé.
Uma vez que os “crentes-sanguessuga” são egoístas e não
demonstram desejo em mudar sua rotina de “extrair sangue alheio”,
a sequência de contato com o “crente-sanguessuga” faz com que o
líder comece a ser afetado emocionalmente, perdendo até mesmo o
tempo necessário para ler, estudar e meditar na Palavra de Deus, e
até mesmo de orar, chegando ao ponto de nem desejar mais estar na
igreja, pois sente como se o seu sangue seja sugado a cada vez que ali
está.
O pior é que, com o tempo, o líder, ao invés de ser um
influenciador, por estar esgotado, torna-se influenciado pelo
sanguessuga, começando a ver as coisas da mesma forma que aquela
pessoa, não mais tendo ou usando a sua fé para enfrentar as
adversidades, refletindo, com esse estado, até mesmo nas pregações,
gerando uma igreja desanimada, abatida, estéril, morna, sem fé e sem
vida. Líder, fique muito atento e tenha muito cuidado com estes
sugadores de energia, verdadeiros destruidores da fé das lideranças!
44
Ensine e influencie positivamente, e preserve-se daqueles que

não querem crescer e não se conformam em ver os seus líderes com
fé, ânimo e energia.
45
46
Capítulo 3
LIDANDO COM O
“CRENTE-CORVO”
47
48
Lidando com o “crente-corvo”
“EU SEI QUE NÃO VAI DAR CERTO...

OH, DIA; OH, CÉUS; OH, AZAR”
(HARDY)2
“Crente-corvo”: o desanimador da fé
“O QUE É NASCIDO DA CARNE É CARNE; E O QUE

É NASCIDO DO ESPÍRITO É ESPÍRITO” (JO 3.6).
O homem natural é diferente do homem de fé em vários

sentidos, especialmente na forma como vê a vida. Se o líder quer
saber quem é apenas “nascido da carne”, basta que procure uma
pessoa que reclama de seu patrão, de seu salário, de seu emprego. Isto
é incomum? Não neste mundo corrompido. Infelizmente, também
não o é na igreja. Quem reclama demais do patrão terá grandes
2
Da série “Lippy e Hardy” (1962-1963), produzida pela dupla de cartunistas William
Hanna e Joseph Barbera (Hanna-Barbera).
49
chances de manter a tendência de reclamar de sua liderança na

igreja. Lembre-se: o insubmisso não o é apenas quando está no
templo, pois a insubmissão está no coração.
O “crente-corvo”, entretanto, não necessariamente é uma
pessoa insubmissa. Ainda que nutra esta tendência, trata-se de
pessoa essencialmente negativa e que, por isso, não consegue
enxergar as coisas em seu lado positivo, crendo que as possibilidades
de fracasso são infinitamente maiores que as de acerto.
TRÊS ATITUDES COMUNS DOS “CRENTES-CORVO” QUE
FREQUENTAM AS IGREJAS
1ª. SÃO REATIVOS ÀS PALAVRAS DE FÉ E PROATIVOS NAS
PALAVRAS DE DESÂNIMO
Os “crentes-corvo” são pessoas que não demonstram,

pelas suas atitudes, que tiveram as suas mentes transformadas
pelo poder de Deus. Apesar de não serem pessoas más, só
enxergam a vida pelo lado negativo. Só trazem notícias ruins,
50
nunca estando, para elas, nada bom. E isso se torna perigoso,

uma vez que pode se alastrar na igreja e afetar a fé de outros.
Mesmo quando o líder lhes dá uma palavra de fé, eles
respondem, olhando para o lado, com uma entonação
desanimadora, “É... vamos ver...”. São pessoas que até creem
no que ouvem (por isso continuam na igreja), mas não têm fé
para aplicar tais conhecimentos no seu dia a dia.
“A PROVAÇÃO DA VOSSA FÉ, UMA VEZ CONFIRMADA, PRODUZ

PERSEVERANÇA. ORA, A PERSEVERANÇA DEVE TER AÇÃO
COMPLETA, PARA QUE SEJAIS PERFEITOS E ÍNTEGROS, EM NADA
DEFICIENTES. SE, PORÉM, ALGUM DE VÓS NECESSITA DE
SABEDORIA, PEÇA-A A DEUS, QUE A TODOS DÁ LIBERALMENTE
E NADA LHES IMPROPERA; E SER-LHE-Á CONCEDIDA. PEÇA-A,
PORÉM, COM FÉ, EM NADA DUVIDANDO; POIS O QUE DUVIDA É
SEMELHANTE À ONDA DO MAR, IMPELIDA E AGITADA PELO
VENTO. NÃO SUPONHA ESSE HOMEM QUE ALCANÇARÁ DO
SENHOR ALGUMA COISA; HOMEM DE ÂNIMO DOBRE,

INCONSTANTE EM TODOS OS SEUS CAMINHOS” (TG 1.4-8).
2ª. VIVEM RECLAMANDO DE SI MESMOS E DE SUAS VIDAS
51
Os “crentes-corvo” são facilmente identificados, uma

vez que vivem reclamando, seja do governo, do tempo, de si,
da igreja, do sol, da chuva, da vida... de tudo. No caso da igreja,
qualquer coisa que o líder disser ou fizer será motivo para o
“crente-corvo” reclamar, ainda que não tenha um espírito
mau. Apenas não tem fé e não alcança a compreensão daqueles
que exercem a sua fé.
3ª. AMPLIFICAM AS POSSIBILIDADES NEGATIVAS
Outra característica é que sempre questionam, ainda

que internamente, aquilo que o líder diz. Para eles, quando o
líder diz “está sol” ele pensa – e eventualmente comenta com
quem estiver ao seu lado – “mas está quente demais, acho que
vamos morrer”; ou, se o líder diz “está nublado”, ele comenta
“é, vai chover e inundar a cidade inteira”. E, mesmo quando o
líder faz algo que o “crente-corvo” não consegue entender, ele
fica desconfiado, como se dissesse: “Está muito bom para ser
possível”. Neste caso, deve ficar o líder alerta, pois tais
52
características apontam à transição do estado de ovelha para o

estado de bode.
“NESSA IGREJA ISSO NÃO DÁ CERTO!”: OS “CRENTES-CORVO”
AFETAM A FÉ DOS QUE OS RODEIAM
Infelizmente os “crentes-corvo”, por só viverem reclamando

de tudo, não apenas pioram sua própria situação como também,
lamentavelmente, afetam a fé dos que os rodeiam. Por isso o líder
deve ficar atento e agir com sabedoria, zelo e agilidade, para
preservar sua igreja sadia.
Os “crentes-corvo” estão escondidos no meio da igreja, mas
mostram suas penas sempre que o líder traz uma palavra de fé sobre
a direção da igreja. Vale notar que os comentários dos “crentes-
corvo” são quase padronizados em todas as igrejas. Citamos aqui
algumas de suas frases-padrão:
ü “Já reparou como a igreja está ficando vazia?”.
ü “Quem? Ele?”.
53
ü “Temos que orar por nossa liderança. A igreja está

doente!”.
ü “Nessa igreja isso não vai dar certo!”.
ü “Espere só um pouco e você verá como eu tenho razão. Isso

não vai pra frente!”.
ü “Pra que se preocupar tanto em evangelizar enquanto

temos pessoas aqui que precisam ser pastoreadas?”.
ü “Pra que tanto trabalho?”.
ü “Ué? Ele vai ser levantado como líder na igreja?”.
ü “Ele não tem idade para isso. Há outros aqui na igreja

mais experientes que ele”.
ü “Pra que abrir mais igrejas?”.
54
ü “Era tão bom quando a igreja era menor. Ainda que

quase não evangelizássemos como agora, éramos mais
unidos, pois não entrava tanta gente nova. Prefiro
aquela época”.
ü “Não se sobrecarregue tanto trabalhando na obra do

Senhor. Relaxe um pouco”.
ü “E o que ele vai ganhar com isso?”.
ü “O líder só dá atenção ao seu grupinho, mas ignora os

necessitados”.
ü “Pra que tanta pressa em evangelizar e abrir mais

igrejas? Jesus está voltando mesmo e nós já estamos
salvos”.
Independentemente da quantidade de igrejas em que você já

serviu a Cristo, parece que é um padrão, não é verdade? Não se
surpreenda em encontrar esse tipo pessoa nas igrejas onde você
estiver trabalhando, independentemente do bairro, cidade ou país.
55
E o mais impressionante é que os “crentes-corvo” parecem ser

incansáveis na prática de desanimar o seu próximo. Às vezes, no
mesmo momento em que acaba o culto já está ele dizendo a alguém
ao seu lado “não é bem assim como o pregador disse” (como eu já ouvi).
56
AJA COM RAPIDEZ ANTES QUE OVELHAS SE TRANSFORMEM EM
BODES
Para tudo há limite, e o líder deve usar da autoridade que tem

para preservar a vida da igreja diante das ovelhas que não querem
andar em fé e se desenvolver. No caso dos “crentes-corvo”, depois de
determinado tempo ensinando-lhes sobre a consequente mudança
da mente aos que recebem a Cristo e da necessária vida de fé, se eles
não quiserem buscar ter uma vida frutífera, então o líder deve tomar
algumas ações em prol da saúde da igreja antes que deixem de ser
ovelhas e passem a agir como bodes, não mais se submetendo ao seu
líder e, alguns, chegando ao nível mais grave de se rebelar contra sua
liderança.
Inicia-se quando ele começa a perder o temor em questionar
publicamente a orientação de sua liderança. É claro que todos
podem ser questionados – inclusive os líderes – mas, neste caso, isto
deve ser feito de forma particular, respeitosa, preservando-o, como
um filho faz com o seu pai. Mas, sem que o líder saiba, enquanto este
diz no púlpito “vamos conseguir” ele, sentado comodamente em sua
poltrona, distante do líder, retruca: “Não vai dar certo!”. Se o líder
57
disser “vamos fazer isso e aquilo”, o “crente-corvo” diz,

contaminando irmãos mais fracos da igreja: “É só esperar um pouco
para ver que não vai dar certo”.
Esse tipo de pessoa torna-se uma pedra de tropeço para o
avanço do Reino de Deus na Terra. Se isto começar a acontecer, o
líder não pode deixar que sua emoção ultrapasse a sua
responsabilidade diante de Deus e, por isso, não deve ter receio em
magoar o “crente-corvo” ou mesmo perdê-lo como membro, pois é
obrigação do líder, diante de Deus, lutar para manter saudável a
igreja de Cristo. Assim, o líder deve tomar algumas ações imediatas:
1ª. CHAME-O A CONVERSAR PARTICULARMENTE
A primeira ação é chamá-lo em gabinete e ouvi-lo

pacientemente. Ensine-o sobre a visão de fé, a viver com fé, a
viver pela fé. Ensine-o sobre a colheita segunda a semeadura.
Exorte-o sobre a desunião e sobre o único que tem a ganhar
com a mesma sendo plantada na igreja (satanás).
58
2ª. CASO NÃO MUDE, EXORTE-O MAIS UMA VEZ A EXERCER

SUA FÉ
Caso não mude e continue semeando palavras de

desânimo e falta de fé na igreja, chame-o novamente em
particular e o exorte a exercer a sua fé e unir suas forças na
igreja. Seja incisivo sobre a importância da unidade e sobre a
necessidade de somar, ao invés de subtrair.
3ª. AFASTE-O DAS EQUIPES MINISTERIAIS
Caso não mude, a ação seguinte deve ser a de afastá-lo

dos ministérios de sua igreja, para que não os destrua com seu
desânimo e falta de fé.
59
4ª. “DISCIPLINE-O”
A ação seguinte, caso não mude, é evitá-lo e, se for o caso,

até discipliná-lo e mesmo combatê-lo. Ainda que seja uma
postura radical, é a que deve ser tomada, uma vez que se trata
da saúde da igreja que Deus lhe confiou a cuidar.
O líder deve manter distância dos “crentes-

corvo”
Os “crentes-corvo” sugam a energia do líder, trazendo uma

injeção com veneno para anular a sua fé. Implacáveis, eles
conseguem mudar até o humor do líder. Não ande com eles, e muito
menos os chame a integrar suas equipes ministeriais. Dou-lhes um
exemplo pessoal. Certa ocasião, depois de uma mensagem
abençoadora, em que o poder de Deus se manifestou de maneira
clara e abundante na igreja, me sentia muito feliz e animado,
fortalecido pela vitória de tantas vidas naquele culto. Bastou que um
“crente-corvo” me encontrasse na cantina que, cinco minutos
60
depois estava eu abatido, desanimado e sem forças. Saí dali quase

que cabisbaixo pela seta recebida através de um amado irmão com
sua tradicional negatividade.
Lembre-se que há muita gente negativa (que se diz realista)
que fica rodeando o líder e mina a sua motivação. São aqueles que o
“alertam” e dizem “vai mais devagar!”, “não se sobrecarregue tanto!”,
“pra que tanto trabalho?”.
Estes “crentes-corvo” não apenas afetam líderes como,
também, aqueles que estão próximos aos líderes. Como no caso em
que um líder auxiliar comenta animado sobre uma visão para o
avanço do Reino de Deus e o “crente-corvo” sinaliza com um riso de
canto de boca, comentando laconicamente “é, né...”, nada fazendo
senão demonstrando total desprezo e falta de fé. Esta gente com fé
medíocre desmotiva aqueles que estão animados em trabalhar com
ardor, ousadia e fé, e os afeta.
O líder não pode incluir os “crentes-corvo” para trabalharem
ao seu lado nas equipes ministeriais, por mais talentosos que sejam.
Pelo contrário, o líder deve ser rodeado por pessoas de fé.
SE O LÍDER NÃO MANTIVER TAL DISTÂNCIA, PODERÁ SER
61
CONTAMINADO PELA FALTA DE FÉ E, CONSEQUENTEMENTE,
MIRRAR E MORRER
Depois de você ter tentado despertar os “crentes-corvo” para

uma vida com posturas de fé mas, ainda assim, prosseguem em uma
vida de queixas, desânimo e falta de fé, ainda que prossiga cuidando
deles enquanto ovelhas (isto é, se não se tornarem bodes), se notar
que estão lhe afetando, se afaste um pouco. Evite perder mais
energia com aqueles que não querem ser transformados mas que,
pelo contrário, fazem questão de atrapalhar o avanço do Reino de
Deus. Devemos cuidar e pastorear aqueles que chegam à igreja, mas
devemos também definir limites. Um líder morto não pode
abençoar sua igreja. Um líder deprimido também não. É função do
líder ter e usar o discernimento para saber quais pessoas estão
desejosas em serem tratadas e curadas, e quem está ali apenas para
acabar com o vigor e a fé dos que os rodeiam, não se esforçando nem
querendo mudar. Não jogue “pérolas aos porcos” como nos alertou
Jesus. Não se destrua por quem não quer mudar e não faz nada que
lhe exija fé e disposição. Há outros pelos quais deve o líder se doar:
62
pessoas também carentes, mas que buscam ser restauradas e

demonstram desejo em mudar.
Fique sempre atento, pois um dos objetivos de satanás é afetar
o líder de tal forma que afete toda a igreja. Se o líder for sem
disposição para servir na obra, sem ânimo, sem ardor, sem visão e
sem fé, assim também será a sua igreja. Viva pela fé e ensine seus
filhos espirituais a viverem por ela.
63
64
Capítulo 4
LIDANDO COM O
“CRENTE-BODE”
65
66
Lidando com o “crente-bode”
“QUANDO VIER O FILHO DO HOMEM NA SUA MAJESTADE E

TODOS OS ANJOS COM ELE, ENTÃO, SE ASSENTARÁ NO TRONO
DA SUA GLÓRIA; E TODAS AS NAÇÕES SERÃO REUNIDAS EM SUA
PRESENÇA, E ELE SEPARARÁ UNS DOS OUTROS, COMO O
PASTOR SEPARA DOS CABRITOS AS OVELHAS; E PORÁ AS
OVELHAS À SUA DIREITA, MAS OS CABRITOS, À ESQUERDA;
ENTÃO, DIRÁ O REI AOS QUE ESTIVEREM À SUA DIREITA:
VINDE, BENDITOS DE MEU PAI! ENTRAI NA POSSE DO REINO

QUE VOS ESTÁ PREPARADO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO”
(MT 25.31-34).
O líder deve discernir quem, no seu aprisco, é

“ovelha” e quem é “bode”
“BODE”, “CABRA” OU “CABRITO”?
Primeiramente, vale entender que os termos bode, cabra e cabrito

se referem a um mesmo animal, sendo bode o macho, cabra a fêmea e
cabrito o filhote.
67
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE AS “OVELHAS” E OS “BODES”

NAS IGREJAS
SEMELHANÇAS
Como lemos no texto, Jesus mostra que, ainda que

habitando juntas em um mesmo aprisco, são espécies
diferentes e que devem ser distinguidas e separadas pelo pastor
do rebanho. Dentre suas semelhanças pode-se dizer que:
ü Ambas produzem lã.

ü Ambas produzem leite.
ü Ambas produzem carne.
ü Seus balidos3 são semelhantes.
3
Som emitido tanto pelas ovelhas como pelo bodes.
68
DIFERENÇAS
OVELHAS BODES / CABRAS / CABRITOS
ü Aceitam a autoridade ü Têm dificuldade em lidar

eclesiástica. com autoridade.
ü Aceitam a repreensão. ü Fogem da repreensão e
buscam apenas os elogios.
ü Aceitam ser guiadas. ü Buscam seus próprios
caminhos.
ü Amam os seus pastores. ü São críticos de seus
pastores.
ü Buscam honrar. ü Buscam a honra.
ü Cobrem a nudez de ü Mostram a nudez de quem
quem falhou. falhou.
ü Divulgam as virtudes de ü Propagam as deficiências
sua igreja e liderança. de sua igreja e liderança.
ü Entendem que o ü Não aceitam ser
quebrantamento e a humilhados.
69
humilhação são
processos de
aperfeiçoamento do
caráter cristão.
ü Entendem que precisam ü Dispensam proteção.
de proteção.
ü Honram sua aliança. ü Só usam sua aliança
quando lhes interessa.
ü Lutam ativamente para ü São omissos diante de
preservar a unidade. ataques à sua liderança.
ü Obedecem com paz no ü Obedecem forçadamente
coração. quando discordam.
ü Obedecem com ü Têm dificuldade em
prontidão e obedecer com rapidez.
imediatismo.
ü São agradecidas. ü São ingratos.
ü São altruístas. ü São egoístas.
ü São humildes. ü São orgulhosos.
70
ü São leais em todo ü São leais de acordo com as

tempo. circunstâncias.
ü São mansas. ü São ariscos.
ü São obedientes. ü São questionadores.
ü São submissas. ü São insubmissos.
ü Reconhecem a ü Não reconhecem seus “pais
“paternidade espiritual e espirituais” e
ministerial” quanto a “ministeriais”. Querem
seus líderes. sempre mostrar-se “iguais”.
ü Se alegram com o ü Demonstram inveja dos
sucesso de seus pares. que obtêm algum sucesso.
ü Se alimentam dos pastos ü Buscam se alimentar de
de seu aprisco. qualquer pasto.
ü Se preocupam em amar. ü Se preocupam em cobrar o
amor para si.
ü Seguem a voz de seu ü Seguem várias vozes.
pastor.
ü Servem com alegria. ü Servem com dificuldade.
ü Trabalham. ü Criticam os que trabalham.
71
ü Vivem sob cobertura ü Não aceitam cobertura

espiritual espiritual, e a ninguém
prestam contas do que
fazem ou deixam de fazer.
Não têm limites.
Discernindo o “crente-bode” através de seus

três tipos
Diferentemente do “crente-chupetinha”, do “crente-

sanguessuga” e do “crente-corvo”, o “crente-bode” não é uma ovelha
e, apesar de viver no meio das ovelhas dentro do mesmo aprisco, não
reconhece a autoridade do pastor, ainda que requeira o mesmo
tratamento e atenção dedicados às ovelhas. Por isso, cuidado para
não perder seu tempo e energia com eles, para que possa dedicar
maior tempo e energia às suas ovelhas e àqueles que ainda não se
converteram a Cristo, na evangelização. Deixe que estes bodes sejam
guiados por si próprios ou por aqueles que aleatoriamente escolham
até que se enjoem destes e mudem de igreja, fato que os caracteriza.
72
Entretanto, deve o líder descobrir quem são os bodes através

de três ações comuns aos mesmos, para que os separe do meio das
ovelhas, a fim de não contaminá-las.
“...COMO O PASTOR SEPARA DOS CABRITOS AS OVELHAS; E

PORÁ AS OVELHAS À SUA DIREITA, MAS OS CABRITOS, À
ESQUERDA”
(JESUS, EM MT 25.32-33)
1º TIPO (“CABRITO”): OS INSUBMISSOS
A primeira fase na vida de um “crente-bode” é quando

ainda é um filhote, um cabrito. É quando ele começa a
demonstrar quem, de fato, é. Obedece à voz do pastor, mas
começa a demonstrar que o segue com dificuldade. Aos
poucos, vai demonstrando ter um coração insubmisso. A
insubmissão é interna, e a pessoa pode obedecer plenamente
mesmo sendo insubmissa. Vale lembrar que o motivo da
queda de satanás não foi sua desobediência a Deus, mas sua
insubmissão interna. Por isso, repare naqueles que obedecem
73
contrariados e ainda não fazem questão de esconder sua

insatisfação na aplicação de tal obediência.
2º TIPO (“BODE”): OS DESOBEDIENTES
Diferentemente da insubmissão, a desobediência é uma

atitude externa, visível, afrontosa. Já crescido, o “crente-bode”
não se preocupa mais em obeceder. De início apresenta
justificativas plausíves como desculpa; depois, vai criando
novas desculpas com o objetivo de não ser requerido para
algum tipo de tarefa ou missão mas, com o tempo, o líder vai
percebendo que não pode contar com ele jamais, pois sempre
cria uma barreira para não atender aos apelos de sua liderança.
3º TIPO (“BODE COM GRANDES CHIFRES”): OS REBELDES
O caminho natural de um “crente-bode”, desobediente

por natureza, é tornar-se um rebelde, uma vez que ambos
ignoram a autoridade constituída, sendo um canal de
desunião na igreja e consequente criação de facções na mesma,
74
promovendo, ainda que indiretamente, divisão contra a

liderança da igreja (ainda que digam o contrário), seja pela
propagação de suas virtudes (como dizendo “sou superior a ele
nisto e naquilo”, “dou mais atenção às ovelhas que ele”,
“demonstro ser mais amoroso que ele”) ou mesmo pela máscara
de espiritualidade através de visões ou profecias (profetadas),
meios que enevoam o orgulho e a vaidade e abrem brechas
para satanás atuar na igreja.
A diferença entre o desobediente e o rebelde se reflete
no momento em que a pessoa insubmissa começa a influenciar
outras a pensarem da mesma forma, sendo a rebelião o estágio
final da divisão na igreja, quando um grupo de pessoas decide
desobedecer e afrontar a decisão da autoridade constituída ali
por Deus. Foi o que ocorreu com Saul, cujo mau exemplo ia se
tornar um paradigma diante de todos os que aguardavam
Samuel, cuja orientação ali fora publicamente ignorada pelo
rei:
“PORÉM SAMUEL DISSE: TEM, PORVENTURA, O SENHOR

TANTO PRAZER EM HOLOCAUSTOS E SACRIFÍCIOS QUANTO
75
EM QUE SE OBEDEÇA À SUA PALAVRA? EIS QUE O OBEDECER É
MELHOR DO QUE O SACRIFICAR, E O ATENDER, MELHOR DO
QUE A GORDURA DE CARNEIROS. PORQUE A REBELIÃO É
COMO O PECADO DE FEITIÇARIA, E A OBSTINAÇÃO É COMO A
IDOLATRIA E CULTO A ÍDOLOS DO LAR. VISTO QUE
REJEITASTE A PALAVRA DO SENHOR, ELE TAMBÉM TE REJEITOU
A TI, PARA QUE NÃO SEJAS REI”(1SM 15.23).
Portanto, para a sobrevivência da igreja, os rebeldes não

podem permanecer na mesma, sendo dali retirados pelo
pastor, pois tais bodes – que Jesus mencionou que devem ser
separados das ovelhas – são vistos como feiticeiros e, rejeitados
por Deus, o único fruto que podem promover é o da morte
espiritual às ovelhas que estão ao lado deles.
76
77
Capítulo 5
LIDANDO COM O
“CRENTE-DIABO”:
COMBATA A FOFOCA
NA IGREJA
78
79
Lidando com o “crente-diabo”:

combata a fofoca na igreja
“REFREIA A LÍNGUA DO MAL E OS LÁBIOS DE FALAREM

DOLOSAMENTE” (SL 34.13).
Fofoqueiros são diabos, bíblica, literal e

etimologicamente falando
Aquele a quem a bíblia chama de diabo, o inimigo das nossas

almas, na verdade não tem nome. Tudo que se refere a ele é baseado
em suas características pessoais, seja denominando-o como Satanás
(‫שׂן ָט‬
ָ , satân, “inimigo”), como Apoliom (Ἀπολλύων, apolion,
“destruidor”) ou como Belial (Βελίαρ, belíar, “mau, maldade”),
dentre outros atributos. Quanto à palavra mais usada para o
derrotado-mor, diabo, esta aponta ao adjetivo grego διάβολος
(diábolos), cujo significado é “caluniador”, “acusador sem provas”,
“crítico injusto”. Em outras palavras, pessoas que espalham calúnias
80
também podem ser chamadas de diabos, no sentido lato da palavra.

Afinal, o caluniador é aquele que fala mal do outro, acusando-o de
fazer algo errado sem ter nenhuma prova a esse respeito, nem
mesmo tendo visto o fato, apenas se baseando no que ouviu através
de outra pessoa e, sem se preocupar, espalha tal informe com a
tranquilidade luciferiana.
Em outras palavras, você pode observar um caluniador
quando alguém – mesmo um irmão da igreja – começa a falar mal
de outra pessoa, criticando-a ou acusando-a de ter feito algo sem ter
nenhuma prova. A estes propagadores da crítica de terceiros se dá o
popular nome de fofoqueiro.
A AÇÃO CLÁSSICA E PIEDOSA DOS “CRENTES-DIABO”
“ORA, A LÍNGUA É FOGO; É MUNDO DE INIQUIDADE; A LÍNGUA

ESTÁ SITUADA ENTRE OS MEMBROS DE NOSSO CORPO, E
CONTAMINA O CORPO INTEIRO E NÃO SÓ PÕES EM CHAMAS
COMO CONTAMINA O CORPO INTEIRO E NÃO SÓ PÕE EM
CHAMAS TODA A CARREIRA DA EXISTÊNCIA HUMANA, COMO
É POSTA ELA MESMA EM CHAMAS PELO INFERNO... É MAL
INCONTIDO, CARREGADO DE VENENO MORTÍFERO. COM ELA
81
BENDIZEMOS AO SENHOR E PAI, TAMBÉM COM ELA
AMALDIÇOAMOS OS HOMENS, FEITOS À SEMELHANÇA DE
DEUS. DE UMA SÓ BOCA PROCEDE BÊNÇÃO E MALDIÇÃO... SE,

PELO CONTRÁRIO, TENDES EM VOSSO CORAÇÃO INVEJA
AMARGURADA E SENTIMENTO FACCIOSO, NEM VOS GLORIEIS
DISSO, NEM MINTAIS CONTRA A VERDADE. ESTA NÃO É A
SABEDORIA QUE DESCE LÁ DO ALTO; ANTES, É TERRENA,
ANIMAL E DEMONÍACA”
(TG 3.6,8-10,12,14-15).
Nem sempre o “crente-diabo” divulga o informe recebido de

maneira direta, pois dentro de uma igreja isso seria claramente
identificável. Entretanto, uma vez que os diabólicos fofoqueiros não
conseguem dominar sua maldita língua (literalmente “mal” +
“dita”), então transmitem (e amplificam) as calúnias através de uma
linguagem cristã, floreada de preocupação e piedade, como, por
exemplo a seguinte frase:
“Estou preocupado com o casamento do João. Parece que

não está nada bem. Vamos orar por ele para ajudá-lo”.
82
Esta é apresentação clássica do “crente-diabo”. Ele sempre diz

estar preocupado e disposto a ajudar, ainda que não tenha abordado
o João (do exemplo) diretamente. Esta forma de hipocrisia deve ser
desmascarada pelo líder imediatamente, repreendendo-o e
exortando-o a se acertar com Deus, pois:
1º. Não está preocupado com ninguém, mas apenas

ansioso por passar a informação para frente.
2º. Não adianta orar se não agir em amor. Oração em

grupo muitas vezes é desculpa de fofoqueiro.
3º. Se quisesse, de fato, ajudar tal pessoa, então deveria ir

diretamente à mesma.
Se o “diabo de igreja” não tiver provas (“ouvi falar” não é prova

e nem informação, mas um informe que pode ou não ser
confirmado) não passe tal informe para o lado, nem sob a hipócrita
alegação de interceder pelo irmão. Tal pessoa, querendo transmitir
uma imagem de estar fazendo uma “caridade cristã convocando os
83
irmãos à oração” está, na verdade, sendo um instrumento útil e

direto nas mãos de satanás, e um alvo da terrível ira de Deus:
“AO QUE ÀS OCULTAS CALUNIA O PRÓXIMO, A ESTE

DESTRUIREI...” (SL 101.5).
“MAS NESTA IGREJA EXISTE FOFOCA?”
Certa vez um jovem decidiu sair da igreja. Ao perguntar-lhe o

motivo, disse-me, infantilmente: “Vou para outra igreja, pois aqui
tem fofoca”. “Coitado”, pensei. Esse rapaz ia continuar tendo o
mesmo problema uma vez que esta praga não está presente na igreja
“X” ou na igreja “Y”, mas no próprio ser humano e,
consequentemente, nas instituições em que ele estiver inserido. Ele
vai trocar de igreja, mas, infelizmente, vai se deparar com o mesmo
problema, em qualquer outro lugar. A igreja primitiva, tão
comentada como parâmetro de igreja saudável e exemplar, não
estava isenta deste mal, a tal ponto que Tiago teve de escrever uma
carta cujo texto foi quase integralmente tratando desta questão,
como lemos anteriormente.
84
O ponto central não é fugir do problema mudando de igreja

ou não se envolvendo no ministério, mas focar e enfrentar o
problema, por mais desgastante que seja, para que o mesmo se
resolva.
Como enfrentar os “crentes-diabo”
AJA COM RAPIDEZ E FIRMEZA, E BUSQUE A “FONTE” DO INFORME
Se a pessoa estiver realmente preocupada com o cisco no olho

do irmão, o único caminho a percorrer é ir até ele, sendo esta a forma
correta, bíblica, ética e moral, caminho único para obter bons
resultados, como nos ensinou Jesus quanto aos problemas de
relacionamento:
“SE TEU IRMÃO PECAR CONTRA TI, VAI ARGUI-LO ENTRE TI E

ELE SÓ. SE ELE TE OUVIR, GANHASTE A TEU IRMÃO”
(MT 18.15).
85
Não há dúvidas que uma das maiores causas de desânimo na

vida do servo de Deus são as fofocas entre os irmãos que chegam aos
seus ouvidos. E, quanto mais tempo o líder servir em um mesmo
local, maiores serão as possibilidades de ser procurado para ouvir um
comentário negativo a respeito da vida alheia de um membro da
igreja. E, uma vez que todas as semanas circulam na igreja informes
sobre fulanos e beltranos, o que deve o líder fazer para inibir o
exercício ministerial dos “crentes-diabo”? Eis os passos:
1º. Perguntar à pessoa que lhe trouxe tal informe se

testemunhou o fato ou se ouviu do próprio.
2º. Caso a resposta seja negativa, peça à mesma que lhe

diga quem lhe passou este informe. Se não quiser dizer,
mencione à mesma que, como líder da igreja é sua
função cuidar e proteger o rebanho e, por isso, deve ir
a tal pessoa para confirmar tal informe. Não ceda, mas
use de autoridade e exija que a pessoa fale. Deste
modo, não apenas terá acesso a tal fonte, como a
inibirá de continuar sendo um “crente-diabo”.
86
3º. Depois de falar com todos as pessoas envolvidas nesta

linha diabólica que se instalou na igreja – gerando nos
mesmos o temor em voltar a praticar tal hábito – você
localizará a “fonte primária” com quem deve agir de
duas formas, conforme a resposta:
a. Se o informe se confirmar, tornando-se uma

informação, exortá-lo a não divulgar tais
notícias para os lados, ajudando diretamente à
pessoa que precisa de ajuda e, cientificando-a,
transmitir ao pastor da mesma tal informação
para que ele – e tão somente ele – entre no
processo e ajude diretamente tal pessoa.
b. Se o informe não proceder, demonstrando ser

um boato, exortar tal pessoa quanto ao seu
pecado, mandar que procure o irmão ofendido
e que lhe peça perdão e, conforme sua reação,
87
até mesmo colocá-la em disciplina, afastando-

a, por um período de suas funções ministeriais.
c. Em ambos os casos, entretanto, alerte-o que

sua postura – de espalhar notícias como dolo –
faz com que Deus intervenha e extraia de sua
vida momentos de alegria que poderia usufruir
se ficasse calado:
“POIS QUEM QUER AMAR A VIDA E VER DIAS FELIZES REFREIE

A LÍNGUA DO MAL E EVITE QUE OS SEUS LÁBIOS FALEM
DOLOSAMENTE” (1PE 3.10).
NÃO ACEITE DENÚNCIAS ANÔNIMAS
Certa vez um diácono chegou a mim, tenso, e me entregou um

bilhete dizendo:
“Pastor, uma pessoa que não conheço me entregou na entrada da

igreja este bilhete falando que o irmão Fulano vive em pecado
etc.”.
88
Antes de ler o conteúdo do bilhete, fui direto à última linha

do mesmo para ver quem o assinava, mas nada havia. O bilhete era
anônimo. No mesmo momento, rasguei o mesmo e disse àquele
diácono que não mais me entregasse quaisquer denúncias cujos
bilhetes ou cartas não fossem assinados por alguém, pois uma pessoa
covarde não tem moral alguma para destruir a reputação de outra.
Se quiser falar mal de alguém, que venha falar diretamente.
A denúncia anônima não é apenas uma marca de uma pessoa
covarde: pode também ser um meio rápido de destruir uma vida sem
nenhum ônus: inventa-se uma história, passa-se adiante, e fica-se
“assistindo de camarote” aquela vida ser incendiada de longe. Assim,
não aceite denúncias anônimas, e, se assinadas, procure informar-se
sobre o telefone da mesma para agendar uma conversa direta, “olhos
nos olhos”, para confirmar tal informe.
“SEIS COISAS O SENHOR ABORRECE, E A SÉTIMA A SUA ALMA

ABOMINA... TESTEMUNHA FALSA QUE PROFERE MENTIRAS E O
QUE SEMEIA CONTENDAS ENTRE IRMÃOS” (PV 6.16,19).
89
ORE PARA QUE O SENHOR LIVRE A IGREJA DESTES FOFOQUEIROS
Que o líder possa orar pela edificação da igreja que lhe confiou
pastorear sempre clamando ao Senhor a frase utilizada por Davi:
“SENHOR, LIVRA-ME DOS LÁBIOS MENTIROSOS,

DA LÍNGUA ENGANADORA” (SL 120.2).
90
Capítulo 6
DISCIPLINANDO MEMBROS
DA IGREJA:
“QUANDO”, “COMO” E
“POR QUANTO TEMPO”
91
92
Disciplinando membros da igreja:

“quando”, “como” e “por quanto
tempo”
“O QUE REJEITA A DISCIPLINA MENOSPREZA A SUA ALMA,

PORÉM O QUE ATENDE À REPREENSÃO ADQUIRE
ENTENDIMENTO” (PV 15.32).
Os três tipos de disciplina que o líder tem que

considerar
“TODA DISCIPLINA, COM EFEITO, NO MOMENTO NÃO PARECE

SER MOTIVO DE ALEGRIA, MAS DE TRISTEZA; AO DEPOIS,
ENTRETANTO, PRODUZ FRUTO PACÍFICO AOS QUE TÊM SIDO
POR ELA EXERCITADOS, FRUTO DE JUSTIÇA”
(HB 12.11).
A aplicação da disciplina a membros da igreja não é agradável,

nem para a pessoa disciplinada e tampouco para o líder. Este
também sofre neste momento, tal como um pai sofre ao precisar
93
disciplinar os seus filhos mas, mesmo assim, é necessária. Assim

compreendendo, o líder não pode se inibir em tomar esta atitude,
lembrando-se que Deus o levantou para liderar e pastorear as
ovelhas, incluindo neste pastoreio este tipo de ação.
Entretanto, deve o líder compreender que a aplicação de uma
disciplina não pode ser gratuita nem se tornar em algo vulgar na vida
da igreja pois, considerando que isto afeta em muito as pessoas, deve
apenas ser usada se, realmente, for necessária. Jamais abuse da
autoridade. Discipline somente se for preciso.
São três os tipos de disciplina que o líder deve considerar para
saber como agir em cada uma destas, a saber:
“DISCIPLINA PREVENTIVA”
“O QUE RETÉM A VARA ABORRECE A SEU FILHO, MAS O QUE O

AMA, CEDO, O DISCIPLINA” (PV 13.24).
A disciplina preventiva deve ser aplicada quando as ações de

um membro da igreja se encontram em um ponto que, se não parar
naquele momento, pode causar prejuízos a vidas de outros membros
94
da igreja e, consequentemente, à própria saúde da igreja. Neste caso,

o líder deve afastar essa pessoa de qualquer função de
responsabilidade – e, assim, limitar sua influência na igreja – seja
retirando-a das equipes de música, não permitindo que use o
púlpito nem para fazer um mero aviso. É um momento em que ela
deve ficar um tempo “no banco”, apenas ouvindo, recebendo e
sendo por Deus trabalhada em sua humildade. Chama-se de
preventiva uma vez que é realizada antes que o problema se alastre e
o líder perca o controle de um segmento de sua igreja.
Por outro lado, este “tempo de banco” mostrará ao líder o
verdadeiro caráter da ovelha disciplinada: sua submissão, sua
obediência e sua humildade. Especialmente nos dias atuais em que,
com a quantidade de igrejas abertas, tais pessoas serão muito mais
tentadas a se mudarem de igreja onde se envolvam do que ficar
sentadas no banco (como já ocorreu algumas vezes em nossas
igrejas). Se assim ocorrer, deve o líder preparar-se para ouvir daquele
o tradicional jargão dos insubmissos: “Deus não me chamou para
ficar no banco, mas para trabalhar”, violando tal princípio bíblico
em detrimento dos demais princípios nesta lição abordados, a fim
95
de ocultar seu orgulho luciferiano com uma máscara de

espiritualidade.
“DISCIPLINA RESTAURADORA”
Trata-se da disciplina imposta quando há questões morais

envolvidas, tais como os pecados de natureza sexual e financeira, por
exemplo. Ainda que muitas vezes tais situações não afetem o rumo
da igreja como nos casos de rebeldia e insubmissão, tais pecados
afetam a fé particular de muitos, confome o grau de influência e
credibilidade que aquelas pessoas tenham, aumentando, assim, a
proporção do escândalo e posterior ruína na vida de muitos que
naquelas se espelhavam.
Nestes casos, o afastamento da pessoa de qualquer função
deve vir acompanhada não apenas de um gabinete de
aconselhamento, mas de vários, incluindo nos mesmos um
momento maior para a oração. O objetivo do líder deve ser não o de
lançar uma pedra, mas de levantar a pessoa que já está caída. Por isso
esta disciplina recebe tal nome – por ser um momento de cura, de
restauração.
96
“DISCIPLINA PUNITIVA” (EXCLUSÃO DE MEMBROS): MEDIDA
ÚLTIMA A SER TOMADA, AINDA QUE EVENTUALMENTE SEJA
NECESSÁRIA
Trata-se do caso mais extremo de disciplina e, por isso, deve

exigir um tempo maior de reflexão por parte do líder antes de aplicá-
la. Tal disciplina se dá quando a aplicação da “disciplina preventiva”
não arrefeceu o espírito daquela pessoa que, mostrando-se
insubmissa, continuou a contaminar as ovelhas com suas ações e
comentários contrários à liderança da igreja. Neste caso, tais pessoas
devem ser chamadas pelo líder da igreja e por ele orientadas a
buscarem um rebanho em que a visão ali apresentada se enquadre
com suas perspectivas. Quanto a isto, não se culpe por encaminhar
a pessoa para sair da igreja. O fato é que o pastor tem que zelar pelas
ovelhas que o Senhor Jesus encaminhou, e não pelos bodes que estão
no meio delas. E isto para não falar dos lobos, infiltrados por satanás
com o único objetivo de destruir o rebanho.
97
“EU SEI QUE, DEPOIS DA MINHA PARTIDA, ENTRE VÓS

PENETRARÃO LOBOS VORAZES, QUE NÃO POUPARÃO O
REBANHO. E QUE, DENTRE VÓS MESMOS, SE LEVANTARÃO
HOMENS FALANDO COISAS PERVERTIDAS PARA ARRASTAR OS
DISCÍPULOS ATRÁS DELES. PORTANTO, VIGIAI...”
(AT 20.29-31).
Considerações especiais antes de exercer a

disciplina
CONSIDERE A IDADE ANTES DE EXORTAR
Dentre as responsabilidades do líder está a de corrigir e

disciplinar aqueles que necessitam de correção. Ainda assim, não
pode ele dispensar jamais o respeito à pessoa a ser repreendida,
agindo com maior ênfase somente em casos extremos, como quando
o destinatário desrespeitá-lo. Ainda assim, e mesmo se ele desafiar a
sua autoridade, mantenha o seu controle emocional e administre a
reunião dentro das linhas do respeito, ainda que firme quanto aos
seus conceitos e ao exercício de sua autoridade.
98
No caso das pessoas idosas, a bíblia estabelece um critério

específico de tratamento, orientando a que, com muita
sensibilidade, cuidado e bom senso, os exortem como se fossem os
seus próprios pais:
“NÃO REPREENDAS AO HOMEM IDOSO; ANTES, EXORTA-O

COMO A PAI; AOS MOÇOS, COMO A IRMÃOS; ÀS MULHERES
IDOSAS, COMO A MÃES; ÀS MOÇAS, COMO A IRMÃS, COM TODA
A PUREZA” (1TM 5.1-2).
O CASO DE APLICAR A DISCIPLINA A UMA LIDERANÇA DA IGREJA
Se tratar-se de lideranças da igreja, estes devem ser tratados

pelo líder que estiver imediatamente acima deles, sejam o seu pastor
presidente ou mesmo o seu bispo, no caso dos que presidem uma. Já
no caso de líderes de setores ministeriais (como os de música, de
juventude etc.), estes devem ser tratados em disciplina pelo líder da
própria igreja onde servem.
De todo modo, quanto maior for a responsabilidade de um
líder, mais será a cobrança e sua consequente disciplina:
99
“ÀQUELE A QUEM MUITO FOI DADO, MUITO LHE SERÁ

EXIGIDO; E AQUELE A QUEM MUITO SE CONFIA, MUITO MAIS
LHE PEDIRÃO” (LC 12.48).
Tratando-se de um líder de igreja, este deve passar a sua

liderança a outro e afastar-se, por um tempo, da mesma,
frequentando a sede do ministério (ou da denominação) para que
ali não apenas volte a ouvir a voz de seu pastor como também,
estando mais próximo a ele, receba deste uma atenção maior
durante tal período (sem prazo) de tratamento, até que se
compreenda ter havido uma restauração plena quanto à disciplina
imposta para que volte (ou não) ao exercício da função ministerial
antes exercida ou mesmo à adequação de outra função ministerial,
mais interna e supervisionada que a anterior. Neste caso, é
importante o líder ser discreto quanto a tal disciplina, evitando
expor ainda mais aquele que está buscando o tratamento e
restauração para a sua vida.
Os casos de deserção
100
“DISCIPLINA RIGOROSA HÁ PARA O QUE DEIXA A VEREDA, E O

QUE ODEIA A REPREENSÃO MORRERÁ” (PV 15.10).
O orgulho, aliado à ansiedade, é um dos grandes inimigos do

ser humano. Infelizmente, não é incomum a um líder que tenha
dirigido uma igreja aceitar ficar sob disciplina, principalmente por
ter que ficar “no banco”, sem ter nenhuma perspectiva clara quanto
ao tempo da “volta aos púlpitos” ou mesmo à possibiidade de isto
ocorrer. Por isso, deserções acontecem, indo tais líderes buscar
novas oportunidades de trabalho (!) em outras igrejas onde sua
história não seja conhecida e, assim, possam voltar a exercer
influência sobre pessoas.
101
Sobre o autor
A biografia de Martinho Lutero

Semblano encontra-se disponível em
www.novavida.org.br/martinholutero
Demais livros da série

“Liderança cristã”
q Muito além do púlpito: a real expectativa daquele que é

chamado a servir na obra de Deus
q A esposa do líder: amiga, ovelha, mulher
q Os filhos de líder: privilégio ou fardo? (Dez conselhos aos pais
que exercem lideranças eclesiásticas)
q “De folha a fruto”: o discipulado e suas fases de maturação
q Abertura de novas igrejas: uma necessidade à luz da bíblia, da
doutrina, do amor, da lógica e da história
q Lideranças ministeriais: reuniões, delegação de tarefas,
supervisão e mudança de líderes
102
q “Ordem e Progresso”: a importância do diaconato na vida da

igreja
q “Tive fome”: o serviço de assistência social da igreja
q Abertura de novos cultos: objetivos, formatos, nominação e
aspectos práticos para sua implantação
q Kerygma: a homilética a serviço do pregador (Curso de Pregadores)
q A importância da imagem do líder
q O líder e a direção do culto
q O líder e a direção de cerimônias e eventos especiais
q O líder, a acolhida aos visitantes e a integração de novos
membros
q O líder como anfitrião: recepcionando pregadores convidados
q O líder e o aconselhamento pastoral
q Visitas pastorais
q Com quem casar: a segunda decisão mais importante da vida
(Curso de Noivos)
q Divórcio e novo casamento: perspectivas bíblicas
q “Em nome de Jesus!”: o líder, a cura divina e a libertação
demoníaca
103
q Lidando com os manipuladores: crente-chupetinha, crente-

sanguessuga, crente-corvo, o crente-bode e crente-diabo
q Lidando com as críticas e a oposição interna na igreja
q Quem ama não abandona: Lidando com as decepções e com a
saída de membros
q “Até, tu?”: O líder diante das traições e das divisões na igreja
q “No deserto”: O desânimo na vida do líder
q Quebrantamento na vida do líder: de volta às mãos do Oleiro
q O Princípio de Autoridade e a prática do amor altruísta: sobre
a submissão, a obediência, o exercício da honra e o espírito
cristão
q Visão ministerial e identidade denominacional: sua lógica, sua
natureza e sua importância para a igreja
q Características de um verdadeiro líder e suas diferenças para os
líderes pro forma: qual destes você decidirá ser?
q “A igreja tem a cara de seu pastor”: O nível do líder e seu
reflexo na igreja
q O Princípio de Jetro: O líder deve levantar outros líderes
q O líder é criativo e não-conformado: a importância do
marketing para a igreja alcançar mais vidas
104
q O líder e a ética ministerial

q O sustento do líder e a ética financeira
OUTROS LIVROS DO AUTOR

VIDA ACADÊMICA
q Reformadoras: as mulheres da Reforma Protestante

q Bereshit: a criação, do Big Bang à costela de Adão
q Materiais utilizados no processo de escrituração da bíblia
q Idiomas e dialetos do Antigo Testamento: o desenvolvimento
gradual da escrita e da linguagem durante o período vétero-
testamentário
q História da Igreja em ordem cronológica (vol. 02): do ano 31
ao ano 49 d.C.
ao ano 56 d.C.
ao ano 61 d.C.
ao ano 63 d.C.
105
ESTUDOS BÍBLICOS VARIADOS
q Anjos, demônios e o mundo espiritual (vol. 01)

q Horóscopo, signos e astrologia à luz da bíblia
q Aborto à luz da bíblia
SERMÕES PASTORAIS
q Prioridades alteradas
q A pregação dos gansos
q Defenda o que é seu! (A história da Sama)
ECLESIOLOGIA LOCAL
q Discipulado: meus primeiros passos na fé cristã (Classe

preparação para o batismo nas águas).
q Grupos de Relacionamentos Koinonia.
PEDIDOS
106
www.NOVAVIDA.ORG.br (Menu “livraria”)
) (21) 3253-5267 ou 3253-5254

; Livraria da Igreja de Nova Vida da Tijuca
Esta listagem data de abril de 2015. Para manter-se atualizado quanto à relação dos livros de
Martinho Lutero Semblano, acesse o site www.novavida.org.br, clicando no menu “livraria” (ou
aponte seu leitor de QR Code na imagem acima).
107

LideranÃ A 21 - Lidando Com Os Manipuladores

Enviado por

Dados do documento

Descrição original:

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

LideranÃ A 21 - Lidando Com Os Manipuladores

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

LIDANDO COM OS MANIPULADORES

Capa e diagramação interna:

SEMBLANO, Martinho Lutero R.N., 1968-

1. Vida cristã. 2. Liderança. 3. Liderança cristã. 4. Liderança eclesiástica.

Lidando com o “crente-chupetinha” .............................................. 13

1º. Ame-o educando-o ............................................................... 24

Lidando com o “crente-sanguessuga” ............................................. 33

O “crente-sanguessuga” quer monopolizar o tempo e a

Lidando com o “crente-corvo”......................................................... 49

Se o líder não mantiver tal distância, poderá ser

Lidando com o “crente-bode” .......................................................... 67

Lidando com o “crente-diabo”: combata a fofoca na igreja ....... 80

Fofoqueiros são diabos, bíblica, literal e etimologicamente

Disciplinando membros da igreja: “quando”, “como” e “por

O caso de aplicar a disciplina a uma liderança da igreja ..... 99

Sobre o autor ..........................................................................................102

Demais livros da série “Liderança cristã” .........................................102

Lidando com o “crente-

“IRMÃOS, NÃO SEJAIS MENINOS NO JUÍZO; NA MALÍCIA, SIM,

AMADURECIDOS” (1CO 14.20).

Diferencie o “crente-chupetinha” do recém-

MIMADOS, OS “CRENTES-CHUPETINHA” FAZEM BIRRA SE NÃO

Não confunda “crentes-chupetinha” com os bebês espirituais,

que, já tendo anos de caminhada no evangelho, vivem

ü “Vou sair desta igreja!”.

ü “O pastor nem me deu atenção, vou para outra igreja!”.

ü “No mundo eu tinha mais atenção do que aqui!”.

ü “Cadê o amor cristão?”.

ü “Estou pensando em me suicidar!”.

MANIPULADORES POR EXCELÊNCIA, SÃO MESTRES NAS

De fato, a chantagem emocional é a característica principal do

O “CRENTE-CHUPETINHA” É CARNAL E OS SEUS FRUTOS SÃO

O tempo de conversão e a detenção de um cargo eclesiástico

“EU, PORÉM, IRMÃOS, NÃO VOS PUDE FALAR COMO A

CRISTO. LEITE VOS DEI A BEBER, NÃO VOS DEI ALIMENTO

AINDA AGORA PODEIS, PORQUE AINDA SOIS CARNAIS.

PORQUANTO, HAVENDO ENTRE VÓS CIÚMES E CONTENDAS,

HOMEM?” (1CO 3.1-3).

O “CRENTE-CHUPETINHA” EMPERRA A OBRA DE DEUS

“POIS, COM EFEITO, QUANDO DEVÍEIS SER MESTRES,

NECESSIDADE DE ALGUÉM QUE VOS ENSINE, DE NOVO, QUAIS

SÃO OS PRINCÍPIOS ELEMENTARES DOS ORÁCULOS DE DEUS;

ASSIM, VOS TORNASTES COMO NECESSITADOS DE LEITE E NÃO

DE ALIMENTO SÓLIDO. ORA, TODO AQUELE QUE SE ALIMENTA

DE LEITE É INEXPERIENTE NA PALAVRA DA JUSTIÇA, PORQUE É

CRIANÇA. MAS O ALIMENTO SÓLIDO É PARA OS ADULTOS,

PARA AQUELES QUE, PELA PRÁTICA, TÊM AS SUAS FACULDADES

EXERCITADAS PARA DISCERNIR NÃO SOMENTE O BEM, MAS

TAMBÉM O MAL” (HB 5.12-14).

a folhagem, e veja se gastam mais tempo criticando os que

“PELOS SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS. COLHEM-SE,

ABROLHOS? ASSIM, TODA ÁRVORE BOA PRODUZ BONS

FRUTOS, PORÉM A ÁRVORE MÁ PRODUZ FRUTOS MAUS”

Infelizmente, sim. Como abordado anteriormente, tempo de

igreja de onde saem, obviamente1), carregando consigo as ovelhas

DESDOBRAMENTOS A ESTA QUESTÃO: QUAL O CAMINHO

DE DISCORDAR DE UMA DECISÃO DE SEU LÍDER?

O caminho não pode ser, naturalmente, o do

de lideranças). Ainda que o líder possa errar – e isto com

Qual, então, é o caminho a ser tomado no caso de

Em segundo lugar, agende uma conversa com o

Como lidar com o “crente-chupetinha”