Você está na página 1de 21

69 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 70 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof.

Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

4 CONVERSORES CA-CC 4.1.1 Características reais e principais parâmetros do SCR

4.1 REVISÃO TIRISTOR

O nome tiristor engloba uma família de dispositivos semicondutores que operam em regime cha-
veado, tendo em comum uma estrutura de 4 camadas semicondutoras numa seqüência p-n-p-n, apresen-
tando um funcionamento biestável. O tiristor de uso mais difundido é o SCR (Retificador Controlado de
Silício), usualmente chamado simplesmente de tiristor.
Outros componentes, no entanto, possuem basicamente uma mesma estrutura: LASCR (SCR ati-
vado por luz), também chamado de LTT (Light Triggered Thyristor), TRIAC (tiristor triodo bidirecio-
nal), DIAC (tiristor diodo bidirecional), GTO (tiristor comutável pela porta), MCT (Tiristor controlado
por MOS). • VFOM → Máxima tensão direta
• VROM → Máxima tensão reversa
Características Ideais
• I FAV → Máxima corrente direta média
• 𝐼𝐻 →Corrente de manutenção
• 𝐼𝐿 → Corrente de Latching (mínima corrente IF necessária para manter o SCR ligado imediata-
mente após o disparo, isto é, após ocorrer a passagem do estado desligado para o estado ligado e
ser removida a corrente de gate)
• I GT → Corrente de gatilho necessária para disparar o SCR
• VGT → Tensão entre G-K verificada para uma dada I GT
• trr → Tempo de recuperação do SCR
dV
• → Taxa máxima de variação da tensão em relação ao tempo, sem que o SCR comute do es-
dt
tado de bloqueio para o estado de condução.

Princípio de funcionamento
O tiristor é formado por quatro camadas semicondutoras, alternadamente p-n-p-n, possuindo 3
terminais: anodo e catodo, pelos quais flui a corrente, e a porta (ou gate) que, a uma injeção de corrente,
faz com que se estabeleça a corrente anódica. A figura 1.9 ilustra uma estrutura simplificada do disposi-
tivo. Se entre anodo e catodo tivermos uma tensão positiva, as junções J1 e J3 estarão diretamente pola-
rizadas, enquanto a junção J2 estará reversamente polarizada. Não haverá condução de corrente até que
a tensão Vak se eleve a um valor que provoque a ruptura da barreira de potencial em J2.
71 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 72 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

Se houver uma tensão Vgk positiva, circulará uma corrente através de J3, com portadores negati- corrente de "latching". Para que o tiristor deixe de conduzir é necessário que a corrente de anodo caia
vos indo do catodo para a porta. Por construção, a camada P ligada à porta é suficientemente estreita abaixo do valor mínimo de manutenção (𝐼𝐻 ), permitindo que se restabeleça a barreira de potencial em
para que parte destes elétrons que cruzam J3 possua energia cinética suficiente para vencer a barreira de J2. Para a comutação do dispositivo não basta, pois, a aplicação de uma tensão negativa entre anodo e
potencial existente em J2, sendo então atraídos pelo anodo. catodo. Tal tensão reversa apressa o processo de desligamento por deslocar nos sentidos adequados os
portadores na estrutura cristalina, mas não garante, sozinha, o desligamento. Devido a características
construtivas do dispositivo, a aplicação de uma polarização reversa do terminal de gate não permite a
comutação do SCR. Este será um comportamento dos GTOs, os quais não serão aborados.

Estrutura equivalente de um tiristor

Figura 4.1 Funcionamento básico do tiristor e seu símbolo. Maneiras de disparar um tiristor
Existem várias maneiras de disparar um tiristor, porém, a mais usual e desejada é o disparo pelo
Desta forma, a junção reversamente polarizada tem sua diferença de potencial diminuída e estabe- terminal de gate. Sendo o disparo através da corrente de porta (gate) a maneira mais usual de ser ligado
lece-se uma corrente entre anodo e catodo, que poderá persistir mesmo na ausência da corrente de porta. o tiristor, é importante o conhecimento dos limites máximos e mínimos para a tensão Vgk e a corrente Ig,
Quando a tensão Vak for negativa, J1 e J3 estarão reversamente polarizadas, enquanto J2 estará di- como mostrados na figura 1.12.
retamente polarizada. Uma vez que a junção J3 é intermediária a regiões de alta dopagem, ela não é ca- O valor Vgm indica a mínima tensão de gate que garante a condução de todos os componentes de
paz de bloquear tensões elevadas, de modo que cabe à junção J1 manter o estado de bloqueio do com- um dado tipo, na mínima temperatura especificada.
ponente. O valor Vgo é a máxima tensão de gate que garante que nenhum componente de um dado tipo en-
É comum fazer-se uma analogia entre o funcionamento do tiristor e uma associação de dois tran- trará em condução, na máxima temperatura de operação. A corrente Igm é a mínima corrente necessária
sistores, conforme mostrado na figura 1.10. Quando uma corrente Ig positiva é aplicada, Ic2 e Ik cresce- para garantir a entrada em condução de qualquer dispositivo de um certo tipo, na mínima temperatura.
rão. Como Ic2 = Ib1, T1 conduzirá e teremos Ib2=Ic1 + Ig, que aumentará Ic2 e assim o dispositivo evo- Para garantir a operação correta do componente, a reta de carga do circuito de acionamento deve garan-
luirá até a saturação, mesmo que Ig seja retirada. Tal efeito cumulativo ocorre se os ganhos dos transis- tir a passagem além dos limites Vgm e Igm , sem exceder os demais limites (tensão, corrente e potência
tores forem maior que 1. O componente se manterá em condução desde que, após o processo dinâmico máximas).

de entrada em condução, a corrente de anodo tenha atingido um valor superior ao limite 𝐼𝐿 , chamado de
73 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 74 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

• Máxima taxa de crescimento da corrente de anodo (di/dt): fisicamente, o início do processo de


condução de corrente pelo tiristor ocorre no centro da pastilha de silício, ao redor da região onde
foi construída a porta, espalhando-se radialmente até ocupar toda a superfície do catodo, à medi-
da que cresce a corrente. Mas se a corrente crescer muito rapidamente, antes que haja a expansão
necessária na superfície condutora, haverá um excesso de dissipação de potência na área de con-
dução, danificando a estrutura semicondutora. Este limite é ampliado para tiristores de tecnolo-
gia mais avançada fazendo-se a interface entre gate e catodo com uma maior área de contato, por
Fig. 4.6 – Característica estática do tiristor exemplo, “interdigitando” o gate. A figura 4.4 ilustra este fenômeno.
• Corrente de manutenção de condução (𝐼𝐻 ): a mínima corrente de anodo necessária para manter o
Figura 4.6 - Condições para disparo de tiristor através tiristor em condução.
de controle pela porta. • Corrente de disparo (𝐼𝐿 ): mínima corrente de anodo requerida para manter o SCR ligado imedia-
tamente após ocorrer a passagem do estado desligado para o ligado e ser removida a corrente de
porta.
• Tempo de disparo (𝑡𝑜𝑛 ): é o tempo necessário para o tiristor sair do estado desligado e atingir a
plena condução.
Dinâmica da operação do tiristor
• Tempo de desligamento (𝑡𝑜𝑓𝑓 ): é o tempo necessário para a transição entre o estado de condução
e o de bloqueio. É devido a fenômenos de recombinação de portadores no material semicondu-
tor.
• Corrente de recombinação reversa (𝐼𝑟𝑞𝑚 ): valor de pico da corrente reversa que ocorre durante o
intervalo de recombinação dos portadores na junção.

COMUTAÇÃO:
Comutar um SCR significa levá-lo do estado de condução, para o estado de bloqueio. São muitos
os tipos de comutação utilizados para se comutar um SCR. O tipo de comutação depende, necessaria-
mente, da fonte que está alimentando o circuito, deve-se observar que a comutação do componente irá
ocorrer quando a corrente 𝐼𝑎𝑘 for menor que a corrente de manutenção 𝐼𝐻 (𝐼𝑎𝑘 = 0 ou, quando uma ten-
Figura 4.4 – Tensões e correntes características do tiristor.
são reverá é aplicada sobre os terminais do SCR ( 𝑉𝑎𝑘 < 0 ). Assim pode-se citar alguns tipos de comuta-

Os parâmetros das tensões e correntes características durante a comutação do tiristor são descritos ção :

abaixo: b.1) - comutação natural: ocorre geralmente em circuitos cuja fonte de alimentação é senoidal (CA).
Seja a carga resistiva ou indutiva, existe um instante em que a corrente naturalmente irá passar por zero.
• Máxima taxa de crescimento da tensão direta 𝑉𝑎𝑘 (dv/dt).
75 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 76 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

Uma vez que isto ocorre, o SCR comuta. Os conversores CA/CC ( retificadores ) apresentam este tipo 4.2 PARÂMETROS DE PERFORMANCE DE RETIFICADORES
de comutação.
b.2) - comutação forçada: ocorre quando a fonte de alimentação do circuito é CC. Assim são criados
Embora a tensão de saída, como mostra a figura 4.5, seja CC, ela é descontínua e contém harmôni-
meios para que a corrente 𝐼𝑎𝑘 passe por zero, num determinado instante, ou seja aplicada uma tensão
cos. Um retificador é um processador de energia que deve fornecer uma tensão de saída CC com uma
reversa sobre o SCR. Dentre estes métodos pode-se citar :
quantidade mínima de conteúdo harmônico. Ao mesmo tempo ele deve manter a corrente de entrada o
• comutação pela carga: a própria carga força a corrente à passagem por zero. Esta carga deve ter,
mais senoidal possível e em fase com a tensão de entrada, de tal forma que o fator de potência seja
necessariamente, uma característica subamortecida;
aproximadamente unitário.
• comutação por tensão reversa: através de configuração apropriada, aplica-se numdeterminado
instante uma tensão reversa sobre os terminais do SCR. Esta tensão éprovocada pela colocação
de um capacitor em paralelo ou em série com o SCR;
• auto-comutação: o disparo do componente provoca, após um certo tempo a comutaçãodo mes-
mo;
• comutação por impulso auxiliar: utiliza-se um SCR auxiliar para comutar o SCR principal. Após
um certo tempo, o SCR auxiliar também comuta;
• comutação por impulso complementar: uma vez que o SCR já esteja conduzindo, este é comuta-
do através do disparo de seu complementar

Figura 4.7 - Retificador não-controlado monofásico e formas de onda.

A qualidade do processamento de energia de um retificador requer a determinação do conteúdo


harmônico da corrente de entrada e da corrente e tensão de saída. Devem ser utilizadas as expansões em
série de Fourier para encontrar os conteúdos harmônicos das correntes e tensões. Há diferentes tipos de
circuitos retificadores e a performance de um retificador é normalmente avaliada em termos dos parâme-
tros de entrada e dos parâmetros de saída.

4.2.1 Qualidade da Energia na Saída do Retificador

Valor médio da tensão de saída (da carga), 𝑉𝑂 𝑀𝐸𝐷


Valor médio da corrente de saída (da carga), 𝐼𝑂 𝑀𝐸𝐷
77 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 78 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

A potência média (CC) de saída 𝑃𝑂 𝐶𝐶 , calculada por: 4.2.2 Qualidade da Energia na Entrada do Retificador

𝑃𝑂 𝐶𝐶 = 𝑉𝑂 𝑀𝐸𝐷 ∙ 𝐼𝑂 𝑀𝐸𝐷
4.2.2.1 Análise do fator de potência para o caso senoidal
Valor rms da tensão de saída, 𝑉𝑂 𝑅𝑀𝑆 ;
Valor rms da corrente de saída, 𝐼𝑂 𝑅𝑀𝑆 ;

O valor rms (root mean square) de uma forma de onda periódica qualquer 𝑥(𝑡) é definido como:

1 𝑇
𝑋𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ [𝑥(𝑡)]2 ∙ 𝑑𝑡
𝑇 0

Potência CA de saída, 𝑃𝑂𝐶𝐴 , calculada por:


Figura 4.8 - Tensão e corrente senoidais.
𝑃𝑂𝐶𝐴 = 𝑉𝑂 𝑅𝑀𝑆 ∙ 𝐼𝑂 𝑅𝑀𝑆
Potência Ativa:
A eficiência (ou razão de retificação) de um retificador, que é uma figura de mérito e nos permite 1 𝑇
𝑃= ∫ 𝑣(𝑡) ∙ 𝑖(𝑡) ∙ 𝑑𝑡
comparar a eficácia, é definida como: 𝑇 0
𝑃𝑂 𝐶𝐶 onde:
𝜂=
𝑃𝑂𝐶𝐴
𝑣(𝑡) = 𝑉𝑃 𝑠𝑖𝑛𝜔𝑡 e 𝑖(𝑡) = 𝐼𝑃 𝑠𝑖𝑛𝜔𝑡
A tensão de saída pode ser considerada como composta por duas componentes: O valor CC e o 𝑉𝑃
Valor Eficaz da tensão: 𝑉𝑒𝑓 =
√2
componente CA ou de ondulação (do inglês ripple).
𝐼𝑃
O valor RMS da componente CA da tensão de saída é calculada por: Valor Eficaz da corrente: 𝐼𝑒𝑓 =
√2

Observação: Valor eficaz de uma onda puramente senoidal é igual ao valor RMS desta onda.
𝑉𝑂𝐶𝐴 = √𝑉𝑂 𝑅𝑀𝑆 2 − 𝑉𝑂 𝑀𝐸𝐷 2

O fator de forma (𝐹𝐹), que é uma medida de forma da tensão de saída, é defino como: 𝑃 = 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑒𝑓 ∙ cos 𝜙
𝑉𝑂 𝑅𝑀𝑆
𝐹𝐹 =
𝑉𝑂 𝑀𝐸𝐷
Potência Aparente:
O fator de ondulação (𝑅𝐹) ou fator de ripple, que é uma medida do conteúdo da ondulação, é defi-
𝑆 = 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑒𝑓
nido como:
Fator de Potência:
𝑉𝑂𝐶𝐴
𝑅𝐹 = 𝑃 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑒𝑓
𝑉𝑂 𝑀𝐸𝐷 𝐹𝑃 = = ∙ cos 𝜙 = cos 𝜙
𝑆 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑒𝑓
Substituindo a equação de 𝑉𝑂𝐶𝐴 na equação de 𝑅𝐹, o fator de ondulação pode ser expresso como:
𝐹𝑃 = cos 𝜙
2
𝑉𝑜
𝑅𝐹 = √( 𝑅𝑀𝑆 ) − 1 = √𝐹𝐹 2 − 1
𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷
79 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 80 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

4.2.2.2 Análise do fator de potência para o caso de corrente distorcida e tensão senoidal O valor eficaz é obtido pela divisão do valor de pico da componente de corrente por √2.
Fator de Forma da Corrente de Entrada:
Considerar as formas de onda da figura 4.3, na qual 𝑣𝑠 é a tensão de entrada senoidal, 𝑖𝑠 é a corrente
𝐼1
instantânea de entrada e 𝑖𝑠1 é a componente fundamental da corrente instantânea de entrada. 𝐹𝐹𝑖 =
𝐼𝑟𝑚𝑠

Potência Aparente:
𝑆 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 ∙ 𝐼𝑟𝑚𝑠
𝑆 = 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑟𝑚𝑠
Onde:
• 𝑉𝑟𝑚𝑠 → Valor RMS da tensão;
• 𝑉𝑒𝑓 → Valor eficaz da tensão (se a forma de onda da tensão for senoidal 𝑉𝑒𝑓 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 );

Potência Ativa:
𝑃 = 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼1 ∙ cos 𝜙1

Figura 4.9 - Tensão e corrente na entrada de um retificador monofásico onda completa com carga alta-
mente indutiva. Fator de Potência:
𝑃
Fator de Deslocamento: 𝐹𝑃 =
𝑆
Se ϕ for o ângulo entre os componentes fundamentais da corrente (𝐼𝑆1 ) e tensão de entrada (𝑉𝑆 =
𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼1
𝑉𝑆1 ), ϕ1 será chamado de ângulo de deslocamento (do inglês displacement angle). O fator de desloca- 𝐹𝑃 = ∙ cos 𝜙1
𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑟𝑚𝑠
mento é definido como:
𝐼1
𝐹𝐷 = cos 𝜙1 𝐹𝑃 = ∙ cos 𝜙1
𝐼𝑟𝑚𝑠
𝐹𝑃 = 𝐹𝐹𝑖 ∙ 𝐹𝐷
Corrente RMS:

Distorção Harmônica Total da Corrente (DHT):


𝐼𝑟𝑚𝑠 = √𝐼1 2 + 𝐼2 2 + 𝐼3 2 + ⋯ + 𝐼𝑛 2

Onde: 𝐼2 2 + 𝐼3 2 + 𝐼4 2 … + 𝐼𝑛 2
𝐷𝐻𝑇𝑖 = √
𝐼1 2
• 𝐼𝑟𝑚𝑠 → Corrente RMS;
• 𝐼1 → Valor RMS da componente fundamental da corrente (por se tratar de forma de onda 𝐼𝑟𝑚𝑠 2 − 𝐼1 2
𝐷𝐻𝑇𝑖 = √
senoidal o valor RMS é igual ao valor eficaz); 𝐼1 2
• 𝐼𝑛 → Valor eficaz da n-ésima harmônica de corrente.
𝐼𝑟𝑚𝑠 2
𝐷𝐻𝑇𝑖 = √ − 1
𝐼1 2
81 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 82 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

𝑇 𝑇/2
1 2 𝑉𝑝 𝜔𝑡
𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜 = ∫ 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝑡 = {− [cos ( ) − 1]}
Fator de Potência Depende da DHT da Corrente de Entrada: 𝑇 0 𝜔𝑡 2 0

𝐼𝑟𝑚𝑠 2 = (𝐷𝐻𝑇𝑖 2 + 1) ∙ 𝐼1 2 Mas a frequência da fonte é 𝑓 = 1⁄𝑇 e 𝜔 = 2𝜋𝑓. Assim,


𝑉𝑝
𝐼𝑟𝑚𝑠 = 𝐼1 ∙ √𝐷𝐻𝑇𝑖 2 + 1 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 0,318 ∙ 𝑉𝑝
𝜋
𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜 0,318 ∙ 𝑉𝑝
𝐼1 𝐼𝑚é𝑑𝑖𝑜 = =
𝐹𝑃 = ∙ cos 𝜙1 𝑅 𝑅
𝐼𝑟𝑚𝑠
Para uma tensão senoidal de 𝑣𝐿 (𝑡) = 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡) para 0 ≤ 𝑡 ≤ 𝑇⁄2, o valor eficaz da tensão de saída é:
𝐼1
𝐹𝑃 = ∙ cos 𝜙1 𝑇
𝐼1 ∙ √𝐷𝐻𝑇𝑖 2 + 1 1 2
𝑉𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ 𝑉𝑝 2 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝑇 0
cos 𝜙1
𝐹𝑃 = 𝜋
𝜔𝑡 𝑠𝑒𝑛 (2𝜔𝑡) 𝜋 𝜋 0 𝜋
2
∫ 𝑉𝑝 2 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 = 𝑉𝑝 2 ∙ [ − ] = 𝑉𝑝 2 ( − ) = 𝑉𝑝 2 ∙
√𝐷𝐻𝑇𝑖 + 1 0 2 4 0 2 4 2

1 𝜋 1 𝜋 𝑉𝑝 2
𝑉𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ 𝑉𝑝 2 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 = √ ∙ 𝑉𝑝 2 ∙ = √
2𝜋 0 2𝜋 2 4
4.2.3 Integrais tabeladas importantes
𝑉𝑝
𝑉𝑟𝑚𝑠 =
2
∫ sen 𝑢 ∙ 𝑑𝑢 = − cos 𝑢
𝑉𝑟𝑚𝑠 0,5 ∙ 𝑉𝑝
𝐼𝑟𝑚𝑠 = =
𝑅 𝑅
∫ cos 𝑢 ∙ 𝑑𝑢 = sen 𝑢 2 2
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑜 (0,318∙𝑉𝑝 ) (0,5∙𝑉𝑝 )
(a) Como a eficiência é calculada por 𝜂 = ; 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑜 = e 𝑃𝑐𝑎 = , temos que:
𝑃𝑐𝑎 𝑅 𝑅
1 2
∫ 𝑠𝑒𝑛 (𝑎𝑥) ∙ 𝑑𝑥 = − ∙ cos (𝑎𝑥) (0,318 ∙ 𝑉𝑝 )
𝑎 𝜂= 2 = 40,5%
(0,5 ∙ 𝑉𝑝 )
𝑥 𝑠𝑒𝑛 (2𝑎𝑥)
∫ 𝑠𝑒𝑛2 (𝑎𝑥) ∙ 𝑑𝑥 = −
2 4𝑎
𝑉𝑟𝑚𝑠
𝑥 𝑠𝑒𝑛 (2𝑎𝑥) (b) O fator de forma é calculado por 𝐹𝐹 = , então temos:
∫ 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑎𝑥) ∙ 𝑑𝑥 = + 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜
2 4
Exemplo 4.1 0,5 ∙ 𝑉𝑝
𝐹𝐹 = = 1,57 𝑜𝑢 157%
O retificador da figura 4.7 tem uma carga puramente resistiva R. Determinar: (a) a eficiência; (b) o 0,318 ∙ 𝑉𝑝

fator de forma da tensão de saída; (c) o fator de ondulação e (d) a tensão de pico inverso (PIV) do diodo
𝐷1 . (c) O fator de ondulação é calculado por 𝑅𝐹 = √𝐹𝐹 2 − 1, então:

Solução: A tensão média de saída 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜 é definida como: 𝑅𝐹 = √1,572 − 1 = 1,21 𝑜𝑢 121%
1 𝑇 (d) A tensão de pico inversa (PIV) do diodo 𝐷1 é definida como:
𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜 = ∫ 𝑣𝐿 (𝑡) ∙ 𝑑𝑡
𝑇 0
𝑃𝐼𝑉 = 𝑉𝑝
Podemos notar da figura 3.14b que 𝑣𝐿 (𝑡) = 0 para 𝑇⁄2 ≤ 𝑡 ≤ 𝑇. Portanto, temos
83 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 84 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

4.3 RETIFICADORES CONTROLADOS DE MEIA ONDA: 𝑉𝑝


𝑉𝑂𝑀𝐸𝐷 = (1 + 𝑐𝑜𝑠𝛼)
2𝜋

4.3.1 Com Carga Resistiva:


Para α = 0, é obtida a máxima tensão média na saída. (idêntica ao retificador monofásico meia onda com
diodo).
vAK
io 𝑉𝑝
𝑉𝑜𝑚é𝑑 =
α → Ângulo de disparo 𝑚𝑎𝑥 𝜋

β → Ângulo de extinção
Acorrente média de saída é dada por:

γ → Ângulo de condução vo 𝑉𝑜𝑚é𝑑


𝐼𝑂𝑀𝐸𝐷 =
𝑅
γ=β-α
O Valor RMS da corrente na carga, que para este caso é igual à corrente de entrada, é dado por:

𝐼𝑃 𝛼 𝑠𝑒𝑛(2𝛼)
𝐼𝑂 𝑅𝑀𝑆 = √1 − +
2 𝜋 2𝜋
𝑉𝑃
𝐼𝑃 =
𝑅
Característica do retificador monofásico meia onda

O valor médio da tensão de saída é dado por:


1 𝜋
𝑉𝑂𝑀𝐸𝐷 = ∫ 𝑉 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑃
85 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 86 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

4.3.2 Carga Indutiva RL: → Condições para ligar um tiristor:


1. Pulso de gate (corrente de gate);
4.3.2.1 Circuito e formas de onda:
2. Tensão 𝑉𝑎𝑘 positiva (tiristor diretamente polarizado).
→ Condições para desligar um tiristor:
vAK
io 1. Necessário que a corrente pelo anodo seja menor que a corrente de manutenção (𝐼𝐻 ).
vo → A tensão média na carga é menor que a tensão do caso com carga resistiva.

vo vs
Tensão Média de Saída:
𝛽
1
io 𝑉𝑜𝑚é𝑑 = ∫ 𝑉 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑃
𝑉𝑃
𝑉𝑜𝑚é𝑑 = (𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑐𝑜𝑠𝛽).
→ Ângulo de extinção (β) é maior que 𝜋. 2𝜋

→ β depende de FP da carga. →Tensão média depende de β que, por sua vez, depende do fator de potência da carga. Logo, se a
vAK carga variar, 𝑉𝑜𝑚é𝑑 também varia.
Beta crítico (𝛽𝑐 ) é o limiar entre o modo de
condução contínua e descontínua. Em retifica- Fator de potência da carga (na saída do retificador):
dores meia onda monofásicos, tem-se que 𝛽𝑐 = 𝑅
𝐹𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 =
2𝜋 + 𝛼.
ig √𝑅 2 + (𝜔𝐿)2

Logo:
→ Para 𝛽 ≥ 2𝜋 + 𝛼 → condução contínua;
Corrente média pela carga:
→ Para 𝛽 < 2𝜋 + 𝛼 → condução descontínua;
𝑉𝑜𝑚é𝑑 𝑉𝑃
𝐼𝑜𝑚é𝑑 = = (𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑐𝑜𝑠𝛽)
𝑅 2𝜋𝑅
Tensão RMS de saída:
→ Devido à característica indutiva da carga, a corrente se atrasa em relação à tensão. Se a carga for al-
1 𝛽
tamente indutiva, o valor máximo da corrente é atingido próximo ao instante de tensão nula. 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 = √ ∫ [𝑉 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)]2 𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑃
→ Quando 𝑉𝑜 é positiva, a energia está sendo transferida da fonte CA para a carga.
→ Quando 𝑉𝑜 é negativa, parte da energia armazenada no campo magnético do indutor está sendo trans-
Corrente de saída
ferida de volta à fonte CA (rede). Mesmo com o SCR reversamente polarizado, a corrente continua a
Quando o transistor conduz (𝛼 ≤ 𝜔𝑡 ≤ 𝛽), tem-se a seguinte equação diferencial descrevendo o com-
fluir.
portamento da corrente da saída:
𝑑𝑖𝑜 (𝜔𝑡)
𝑣𝑜 (𝜔𝑡) − 𝑅𝑖𝑜 (𝜔𝑡) − 𝐿 =0
𝑑𝑡
87 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 88 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

Tem-se que:
𝑣𝑜 (𝜔𝑡) = 𝑣𝑠 (𝜔𝑡) = 𝑉𝑝 sin(𝜔𝑡) O valor RMS da corrente de saída (𝐼𝑂𝑅𝑀𝑆 ) depende da forma de onda de 𝑖𝑜 (𝜔𝑡).
Logo:
𝑑𝑖𝑜 (𝜔𝑡) Exemplo:
𝑅𝑖𝑜 (𝜔𝑡) + 𝐿 = 𝑉𝑝 sin(𝜔𝑡)
𝑑𝑡 Determinar para o conversor abaixo, com L = 60 mH e R = 10 ohms, considerando 𝑣𝑠 =
√2.127sin(𝜔𝑡); F = 60 Hz; 𝛼 = 300 .
Resolvendo a equação diferencial de primeira ordem com entrada senoidal:
vAK Logo, como 𝛽 < 𝛽𝐶 → 𝛽 < 360° + 30° → 𝛽 < 390° ,
𝑅
io
𝑉𝑃 (𝜔𝑡−𝛼)]
𝑖𝑜 (𝜔𝑡) = {sin(𝜔𝑡 − 𝜙) − sin(𝛼 − 𝜙) 𝑒 [−𝜔𝐿 } para: 𝛼 ≤ 𝜔𝑡 ≤ 𝛽 a condução é descontínua.
√𝑅 2 +(𝜔𝐿)
2
𝑉𝑃
𝑖𝑜 (𝜔𝑡) = 0 para 𝛽 < 𝜔𝑡 < (2𝜋 + 𝛼) vo 𝑉𝑜𝑚é𝑑 = (𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑐𝑜𝑠𝛽) =
2𝜋
180
= [cos(30°) − cos(253°)] = 𝑉𝑜𝑚é𝑑 = 33,2 𝑉
𝜙 → ângulo do fator de potência da carga; 2𝜋
a) 𝛽 e modo de operação;
𝜙 = cos −1(𝐹𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 ) b) Traçar as formas de onda de 𝑣𝑜 e 𝑖𝑜 ; 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 = 102 𝑉
c) 𝑉𝑜𝑚é𝑑 e 𝐼𝑜𝑚é𝑑 ; 2
𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 33,22
Para encontrar o ângulo de extinção (𝛽), basta fazer 𝜔𝑡 = 𝛽. Para resolver a equação resltante podem d) 𝐹𝑃 do circuito (considerar 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 4,8 𝐴); 𝑃𝑜𝐶𝐶 = = = 110 𝑊
𝑅 10
ser usados métodos iterativos. Um deles consiste em testar valor para 𝛽 até que a corrente se anule, isto 𝑃𝑠 = 𝑃𝑜𝐶𝐴 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝐼𝑜𝑅𝑀𝑆 = 102 ⋅ 4,8 = 490 𝑊

é, 𝑖𝑜 (𝛽) = 0. Resposta: 𝑆𝑠 = 𝑉𝑠 𝑅𝑀𝑆 𝐼𝑠 𝑅𝑀𝑆 = 127 ⋅ 4,8 = 610


𝑅 10
𝐹𝑃 = = = 0,4;
√𝑅2 +(𝜔𝐿)2 √102 +(2𝜋60⋅0,06)2

Alternativamente pode ser usado o Ábaco de Puschlowski, que para o caso do retificador desta subse- 𝑃𝑠 490
A partir do Àbaco: 𝛽 = 253°. 𝐹𝑃 = = = 0,8
𝑆𝑠 610
ção, é composto pelas curvas abaixo.

Ábaco de Puschlowski - carga RL

Note que, se 𝛽 = 𝜋, a carga é do tipo resistiva.


89 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 90 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

4.3.3 Retificador Monofásico Meia Onda com Carga RL e Diodo de Circulação: 4.3.4 Com Carga RLE:

4.3.3.1 Circuito e formas de onda: 4.3.4.1 Circuito e formas de onda:

iT io vs vo vAK
io

α vo

vo vs
io vo
iD
io
β
βc
O diodo, denominado de diodo de roda livre,
fornece um caminho para circulação da corrente da iT
vAK
carga, permitindo a comutação do tiristor quando a
tensão de entrada se inverte em (ωt = 𝜋). O diodo não
permite que a tensão de saída se inverta.
Quando 𝑉𝑜 < (−𝑉𝑑 ); o diodo começa a condu- iD
zir: ig
1 𝜋
𝑉𝑜𝑚é𝑑 = 2𝜋
∫𝛼 𝑉𝑝 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)𝑑𝜔𝑡
𝑉𝑝
𝑉𝑜𝑚é𝑑 = (1 + 𝑐𝑜𝑠𝛼). vAK
2𝜋

Desta forma, devido ao diodo de roda livre im-


pedir a inversão da tensão na saída, a equação da ten-
Tensão média na saída:
são média é igual ao caso com carga resistiva.
1 𝛽 1 (2𝜋+𝛼)
𝑉𝑜𝑚é𝑑 = ∫ 𝑉𝑃 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)𝑑𝜔𝑡 + ∫ 𝐸𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 2𝜋 𝛽
Corrente média na saída:
𝑉𝑜𝑚é𝑑 −𝐸
𝐼𝑜𝑚é𝑑 = 𝑅

Tensão RMS na saída:

1 𝛽 1 (2𝜋+𝛼)
𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 = √ ∫ [𝑉 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)]2 𝑑𝜔𝑡 + ∫ 𝐸 2 𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑃 2𝜋 𝛽
91 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 92 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

Exercício 1: 4.4 RETIFICADORES CONTROLADOS PONTE COMPLETA MONOFÁSICOS (1𝜙)


Determinar para o conversor abaixo, com E=36V, L=1H e R=80 ohms, considerando 𝑣𝑠 =
√2.127sin(𝜔𝑡); F = 60Hz; 𝛼 = 300
• Largamente utilizado no acionamento de motor CC quando é necessária uma operação em
vAK dois quadrantes no plano 𝑉 − 𝐼, sendo possível devolver energia da carga à fonte.
io
• Não pode haver inversão de polaridade na corrente.

• Tensão sobre a carga pode se inverter, desde que um indutor mantenha a circulação de cor-
vo rente pelos tiristores, mesmo quando reversamente polarizados.

• Os pares de tiristores (𝑇1 e 𝑇4 ), (𝑇2 e 𝑇3 ) devem ser disparados simultaneamente.

• O par de tiristor se desligará quando:


a) 𝛽 e modo de operação;
➢ A corrente pelos tiristores cair abaixo da corrente de manutenção.
b) Traçar as formas de onda de 𝑣𝑜 e 𝑖𝑜 ;
ou,
c) 𝑉𝑜𝑚é𝑑 e 𝐼𝑜𝑚é𝑑 ;
➢ Quando a polaridade da fonte se inverter e o outro par de tiristores for disparado.
d) 𝐹𝑃 do circuito (considerar 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑜𝑚é𝑑 );

Exercício2:
4.4.1 Retificador controlado ponte completa (1ϕ) com carga resistiva
Determinar α para 𝑰𝒐𝒎é𝒅 = 𝟎, 𝟓𝑨.
A figura 1 mostra o circuito elétrico referente ao retificador controlado de ponte completa monofá-
sico com uma carga resistiva.

io

is
vAK1

vo

𝑉𝑝
𝑉𝑜𝑚é𝑑 = (1 + 𝑐𝑜𝑠𝛼) →
2𝜋
2𝜋
𝑉𝑜𝑚é𝑑 . 𝑉 − 1 = 𝑐𝑜𝑠𝛼 → 𝑐𝑜𝑠𝛼 = −0,12734
𝑝

𝛼 = 97,30 Fig. 1. Circuito do retificador controlado ponte completa (1φ) com carga resistiva.
93 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 94 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

vo Tensão RMS de saída:

2 𝜋 2
vs 𝑉𝑜 𝑅𝑀𝑆 = √ ∫ [𝑉 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)] ∙ 𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑝

𝑉𝑃 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
io 𝑉𝑜 𝑅𝑀𝑆 =
√2
∙ √1 −
𝜋
+
2𝜋

Corrente média de saída:


𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 =
𝑅
is Corrente RMS de saída:

𝑉𝑜 𝑟𝑚𝑠
𝐼𝑜 𝑅𝑀𝑆 =
VAK1 𝑅
Corrente máxima pelo tiristor:
𝑉𝑝
𝐼𝑇 𝑚á𝑥 =
𝑅
Tensão máxima pelo tiristor:
ig1=ig4 ig2=ig3
𝑉𝑇 𝑚á𝑥 = 𝑉𝑝
Corrente média através de cada um dos tiristores:
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷
𝐼𝑇 𝑚𝑒𝑑 = =
2𝑅 2
Corrente RMS através de cada um dos tiristores:
4.4.1.1 Equacionamento do retificador controlado ponte completa (1ϕ) carga resistiva
𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠
𝐼𝑇 𝑟𝑚𝑠 =
O equacionamento desenvolvido abaixo se refere ao retificador controlado ponte completa monofá- √2
sico para carga resistiva, ou seja, 𝐿 = 0. Neste caso, o modo de condução será descontínuo, pois a cor- Potência ativa na entrada do retificador

rente da saída vai a zero. A potência na entrada do retificador pode ser calculada por qualquer um dos métodos descritos

Tensão média de saída: abaixo.


2 𝜋 Método 1:
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑉 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑝 O método 1 é mais geral, podendo ser aplicado a qualquer carga.
𝑉𝑝 1 2𝜋
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ [1 + cos (𝛼)] 𝑃𝑠 = ∫ 𝑣 (𝜔𝑡) ∙ 𝑖𝑠 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 2𝜋 0 𝑠
95 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 96 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

Método 2:
io
O método 2 pode ser usado apenas no caso em que a carga na saída do retificador é do tipo resisti-
va. is
vAK1
2𝜋 2
1 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆
𝑃𝑠 = 𝑃𝑜𝐶𝐴 = ∫ 𝑣 (𝜔𝑡) ∙ 𝑖𝑜 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝐼𝑜𝑅𝑀𝑆 =
2𝜋 0 𝑜 𝑅 vo
2
𝑉𝑃 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝑃𝑠 = 𝑃𝑜 = [1 − + ]
2𝑅 𝜋 2𝜋

Potência aparente na entrada do retificador:


𝐼𝑠 𝑅𝑀𝑆 = 𝐼𝑜 𝑅𝑀𝑆
Fig. 2. Circuito retificador controlado ponte completa (1φ) com carga fonte de corrente.

𝑉𝑃 𝑉𝑃 1 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼) vo
𝑉𝑠 𝑅𝑀𝑆 ∙ 𝐼𝑜 𝑅𝑀𝑆 = ∙[ ∙ √1 − + ]
√2 √2 𝑅 𝜋 2𝜋
vs
2
𝑉𝑝 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝑆𝑠 = 𝑉𝑠 𝑟𝑚𝑠 ∙ 𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = ∙ √1 − +
2𝑅 𝜋 2𝜋 io
Fator de potência na entrada do retificador:
𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝑃𝑠 1− 𝜋+
2𝜋
𝐹𝑃𝑠 =
𝑆𝑠
= is
√1 − 𝛼 + 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝜋 2𝜋

Quanto menor o valor do ângulo de disparo, melhor o fator de potência.


VAK1
4.4.2 Retificador ponte completa (1ϕ) com carga fonte de corrente (situação hipotética)

Nas próximas seções será apresentado o circuito referente ao retificador ponte completa (1ϕ) com
carga fonte de corrente, bem como o equacionamento desse retificador. ig1=ig4
ig2=ig3

4.4.2.1 Circuito retificador ponte completa (1ϕ) com carga fonte de corrente

A figura 2 apresenta o circuito elétrico referente ao retificador ponte completa (1ϕ) com carga fonte
de corrente.
97 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 98 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

4.4.2.2 Equacionamento retificador ponte completa (1ϕ) com carga fonte de corrente 4.4.2.3 Observações Importantes

A condução nesse tipo de retificador é considerada como condução contínua, pois a corrente que • Durante os intervalos em que a corrente (𝐼𝑠 ) e tensão na entrada (𝑉𝑠 ) apresentam sinais
circula pela carga nunca vai à zero. opostos, há um fluxo de energia da carga para a fonte.
• Quando 𝑉𝑠 e 𝐼𝑠 apresentam sinais iguais, o fluxo de energia é da fonte para a carga.
1 𝛽
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑉 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 • Para cargas passivas (indutores, capacitores e resistores), o fluxo de energia médio em um
𝜋 𝛼 𝑝
período é sempre da fonte para a carga, logo, 𝛼 < 90°.
𝛽= 𝜋+ 𝛼 • Se a carga for composta por um motor cc, por exemplo, em caso de 𝛼 > 90° se o motor está
2𝑉𝑝 freando, então é devolvida energia à rede (frenagem regenerativa).
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ cos (𝛼)
𝜋
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑜
𝑉𝑝 4.4.3 Retificador ponte completa (1ϕ) com carga RL
𝑉𝑜 𝑟𝑚𝑠 =
√2
4.4.3.1 Circuito retificador ponte completa (1ϕ) com carga RL
1 𝜋+ 𝛼 2
𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ 𝐼𝑜 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼
As próximas seções tratam dos retificadores ponte completa monofásico com carga RL bem como o
𝑃𝑠 = 𝑃𝑜𝐶𝐶 = 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 ∙ 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 equacionamento desse retificador nos dois modos de condução. A figura 3 mostra o circuito elétrico
2𝑉𝑝 referente ao retificador ponte completa monofásico com carga RL.
𝑃𝑠 = ∙ cos (𝛼) ∙ 𝐼𝑜
𝜋
io
𝑆𝑠 = 𝑉𝑠 𝑟𝑚𝑠 ∙ 𝐼𝑠 𝑟𝑚𝑠
is
Para 𝑉𝑖 senoidal, temos que: vAK1

𝑉𝑝 vo
𝑉𝑠 𝑟𝑚𝑠 =
√2
𝑉𝑝
𝑆𝑠 = ∙ 𝐼𝑜
√2
2𝑉𝑝
𝑃𝑠 ∙ cos (𝛼) ∙ 𝐼𝑜 Fig. 3. Circuito retificador controlado ponte completa (1φ) com carga RL.
𝐹𝑃 = = 𝜋
𝑆𝑠 𝑉𝑝
∙ 𝐼𝑜
√2
2 ∙ √2 ∙ cos (𝛼)
𝐹𝑃 =
𝜋
𝐹𝑃 = = 0,9 ∙ cos (𝛼)
𝐹𝐷 = cos (𝛼)
99 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 100 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

Determinação do modo de condução


Para saber se um retificador está operando em modo de condução contínua ou em modo de condu-
ção descontínua, basta calcular o β crítico (𝛽𝑐 ).
Para retificador monofásico de onda completa (1ϕ):
β𝑐 = 𝜋 + 𝛼
Se β > β𝑐 o modo de operação é condução contínua;
Se β < β𝑐 o modo de operação é condução descontínua.

O β𝑐 é assim calculado pois em 𝜋 + 𝛼 é disparado o outro par de tiristores e mesmo que 𝐼𝑜 não te-
nha chegado a zero 𝐼𝑜 começará a aumentar.
Para encontrar β, pode ser usado o Ábaco de Puschlowski.

A seguir são apresentadas as 5 etapas necessárias para encontrar β utilizando essa metodologia:
1°) Calcular o cos(𝜙) da carga;
Condução Contínua Condução Descontínua
𝑅
cos(𝜙) =
√𝑅 2 + (𝜔𝐿)2
Para 𝛽 ≥ 2𝜋 + 𝛼 → condução contínua;
2°) Caso haja uma fonte de tensão 𝐸 na carga, calcular o parâmetro 𝑎
Para 𝛽 < 2𝜋 + 𝛼 → condução descontínua; 𝐸
𝑎=
𝑉𝑃
4.4.3.2 Equacionamento do retificador ponte completa (1ϕ) com carga RL Caso 𝐸 = 0; 𝑎 = 0;
Em caso de sistema trifásico de onda completa, 𝑉𝑃 representa o valor de pico da tensão de fase-fase.
Em condução descontínua:
Para os outros tipos de retificadores usa-se a tensão de fase-neutro.
𝑉𝑝
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ [cos 𝛼 − cos 𝛽]
𝜋
Em condução contínua: 3°) Entrar com 𝛼1 , cos(𝜙) e 𝑎 no Ábaco de Puschlowski e pegar o parâmetro β;
2𝑉𝑝 4°) Calcular β𝑐 ;
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ cos (𝛼)
𝜋 5°) Comparar β𝑐 e β;
Em condução contínua, a tensão de saída 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 depende apenas de α.

No caso da carga RLE, seguir as cinco etapas demonstradas anteriormente. Deve-se tomar atenção
Em condução descontínua, 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 depende de α e β, mas β depende da carga (do fator de potência no item 2, para calcular o parâmetro 𝑎, uma vez que a tensão E deve ser considerada.
da carga).
101 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 102 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

Observação sobre os tipos de retificadores: Exemplo: Retificador ponte completa (1ϕ) carga RLE

Através do circuito da figura 4 e dados abaixo, pede-se:


O ângulo crítico de extinção da corrente 𝛽𝑐 é dato pela expressão geral:
𝑅 = 10; 𝐿 = 76,5𝑚𝐻; 𝐸 = 124 𝑉; 𝑉𝑠 = 311 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡); 𝑓 = 50𝐻𝑧; 𝛼 = 60°
𝟐𝝅
𝜷𝒄 = + 𝜶𝟏
𝒎 io
Onde m representa o número de pulsos da tensão de saída em um único ciclo da rede CA. is

is
vAK1

vo

Fig. 4. Circuito retificador controlado ponte completa (1φ) com carga RLE.

a) Calcular o ângulo de extinção da corrente (β) e citar o modo de operação;


b) Traçar as formas de onda de 𝑣𝑠 , 𝑣𝑜 , 𝑖𝑠 , 𝑖𝑜 .
c) Tensão média na saída;
d) Corrente média na carga;

Solução:

a) Utilizando as 5 etapas do Ábaco de Puschlowski, temos:

𝑅 10
cos(𝜙) = =
√𝑅 2 + (𝜔𝐿)2 √102 + (2 ∙ 𝜋 ∙ 50 ∙ 0,0765)2

cos(𝜙) = 0,38

𝐸 124
𝑎= =
𝑉𝑝 311
103 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 104 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

𝑎 = 0,4 𝑒 𝛼 = 60°

Entrando com os dados no Ábaco de Puschlowski, temos que:


vo
𝛽 = 208°
α
vs
β𝑐 = 𝜋 + 𝛼 = 𝜋 + 60° β
β𝑐 = 240°
Como 𝛽 < β𝑐 temos que o modo de operação é condução descontínua io
b) Aplicando a equação de 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 , temos:

1 𝜃2 1 𝜃3
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 + ∫ 𝐸 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝜃1 𝜋 𝜃2
𝜃1 = 𝛼; 𝜃2 = 𝛽; 𝜃3 = 𝛼 + 𝜋 is
𝜃3 é 𝑜 â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑟𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟
1 𝛽 1 𝛼+ 𝜋
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 311 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 + ∫ 124 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼 𝜋 𝛽
1
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = [𝑉 (cos 𝛼 − cos 𝛽) + 𝐸(𝜋 + 𝛼 ) − 𝐸(𝛽)]
𝜋 𝑝
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 159𝑉
ig1=ig4 ig2=ig3
c) Aplicando a equação de 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 , temos:
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 − 𝐸
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 =
𝑅

159 − 124
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 =
10
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 3,5 𝐴
105 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 106 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

4.5 RETIFICADORES SEMICONTROLADOS MONOFÁSICOS 1 𝜋


𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑉 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼 𝑝
𝑉𝑝
4.5.1 Retificador (1ϕ) onda completa em ponte mista 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ (1 + cos (𝛼))
𝜋
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 𝐼𝑜
• Apenas dois tiristores;
• Fluxo de energia apenas da fonte para a carga; 1 𝜋 2
• 𝑣𝑜 sempre positivo (valor instantâneo); 𝑉𝑜 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ (𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)) ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼

𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑜
Para um circuito que possui um alto valor do indutor (𝐿 grande se comportando como fonte de cor-
rente) é realizado a análise do item 1.1.1. 𝑉𝑝 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝑉𝑜 𝑟𝑚𝑠 = ∙ √1 − +
2 𝜋 2𝜋

Supondo 𝐼𝑜 constante, temos:


4.5.2 Ponte mista simétrica (supondo 𝑰𝒐 constante)
1 𝜋
𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ (𝐼𝑜 (𝜔𝑡))2 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼

1 𝜋
𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ (𝐼𝑜 )2 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼

𝛼
𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 ∙ √1 −
𝜋
𝑃𝑖
𝐹𝑝 =
𝑆𝑖
√2 ∙ (1 + cos (𝛼))
𝐹𝑝 =
√𝜋 2 − 2𝜋
Fig. 1. Circuito elétrico da ponte mista simétrica com carga fonte de corrente.
𝛼
• Cada tiristor conduz por 180°, isto é, conduz de 𝛼 a 𝜋 + 𝛼 𝐹𝑑 = cos ( )
2
• Cada diodo conduz por 180°; 𝐷3 conduz no semiciclo negativo e 𝐷4 conduz no semiciclo
positivo. 1 𝜋+ 𝛼
𝐼𝑇 1 = √ ∫ (𝐼𝑜 (𝜔𝑡))2 ∙ 𝑑𝜔𝑡
• Para o caso de carga altamente indutiva, (𝐼𝑜 aproximadamente constante), tem-se: 𝜋 𝛼

No caso do uso de diodo roda livre:


𝐼𝐷3 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝐷4 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑇1 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑇2 𝑟𝑚𝑠
• Mesmas equações do caso sem diodo roda livre;
Conclui-se da equação anterior que há esforços de corrente iguais nos diodos e tiristores.
• Menor esforço de corrente nos componentes.
• A circulação de corrente da carga é garantida pela condução de um tiristor e um diodo do
mesmo ramo (como se fossem um diodo roda livre).
107 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 108 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

4.5.3 Ponte mista assimétrica 4.5.4 Observações sobre retificador (1ϕ) ponte mista

Quando a carga for resistiva, a forma de onda 𝐼𝑖 será igual a 𝐼𝑜

4.5.5 Exemplo retificador (1ϕ) ponte mista simétrica

Fig. 2. Circuito elétrico da ponte mista assimétrica com carga fonte de corrente.
• Tiristores conduzem por um período 𝜋 − 𝛼;
• Diodos conduzem por um período 𝜋 + 𝛼;
• Esforço de corrente nos diodos é maior que o esforço dos tiristores (𝐼𝑟𝑚𝑠 𝐷 > 𝐼𝑟𝑚𝑠 𝑇 );
• Sempre que a tensão de saída tender a se inverter, haverá um caminho para a corrente por 𝐷2
e 𝐷4 , impedindo tal inversão (mantendo 𝑉𝑜 = 0).
A partir do circuito acima e dos dados a seguir, resolver os itens abaixo.
𝑉𝑝 Dados:
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ (1 + cos (𝛼))
𝜋
𝑉𝑖 = √2 ∙ 127 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝑉𝑝 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼) 𝐹 = 50𝐻𝑧
𝑉𝑜 𝑟𝑚𝑠 = ∙ √1 − +
2 𝜋 2𝜋
𝛼 = 75°
𝛼 𝑅 = 2𝛺
𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 ∙ √1 −
𝜋
𝐸 = 72𝑉
𝛼
𝐹𝐷 = cos ( ) a) Traçar as formas de ondas de 𝑉𝑖 , 𝐼𝑖 , 𝑉𝑜 , 𝐼𝑜 e 𝐼𝑇1
2
b) Calcular 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 ; 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 e 𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠
√2 ∙ (1 + cos (𝛼))
𝐹𝑝 = c) Calcular a corrente média e RMS nos diodos.
√𝜋 2 − 2𝜋
Percebe-se que as equações são idênticas ao caso da ponte mista simétrica. Solução:
b) 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 :
1 𝜋
𝐼𝑇 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ (𝐼𝑜 (𝜔𝑡))2 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼 1 𝛽 1 𝜋+ 𝛼
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑉 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 + ∫ 𝐸 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼 𝑝 𝜋 𝛽
1 𝜋+ 𝛼
𝐼𝐷 2 = 𝐼𝐷 4 = √ ∫ (𝐼𝑜 (𝜔𝑡))2 ∙ 𝑑𝜔𝑡 Para encontrar β (onde 𝐸 = 𝑉𝑖 ):
𝜋 0
𝐸 = 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝐸
𝜔𝑡 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( )
𝑉𝑝
109 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo 110 Notas de Aula: Eletrônica de Potência – 2022/1 Prof. Jakson P. Bonaldo

𝐸 2
β = 180° − 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( ) 1 1 𝛽 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) − 𝐸
𝑉𝑝 𝐼𝐷4 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝐷3 𝑟𝑚𝑠 = ∙√ ∫ [ ] ∙ 𝑑𝜔𝑡
√2 𝜋 𝛼 𝑅
β = 180° − 26,3°
β = 156,4°
𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠
𝑉𝑝 𝐸 𝐼𝐷 𝑟𝑚𝑠 =
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ [cos(𝛼) − cos (𝛽)] + ∙ [𝜋 + 𝛼 − 𝛽] √2
𝜋 𝜋
180 72 𝜋 𝜋
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ [cos(75°) − cos (156,4°)] + ∙ [𝜋 + 75 ∙ − 156,4° ∙ ] 28
𝜋 𝜋 180 180 𝐼𝐷 𝑟𝑚𝑠 =
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 106,5𝑉 √2

Para calcularmos 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 :


𝐼𝐷 𝑟𝑚𝑠 = 19,8 𝐴
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 − 𝐸
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 =
𝑅
106,5 − 72 Gabaritos de formas de onda:
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 =
2
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 17,25𝐴
Para encontrarmos 𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 :
2
1 𝛽 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) − 𝐸
𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ [ ] ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼 𝑅

2
1 156,4° 180 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) − 72
𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ [ ] ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 75° 2

𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = 28𝐴
c) 𝐼𝐷 𝑚𝑒𝑑

𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑
𝐼𝐷 𝑚𝑒𝑑 =
2
17,25
𝐼𝐷 𝑚𝑒𝑑 =
2
𝐼𝐷 𝑚𝑒𝑑 = 𝐼𝑇 𝑚𝑒𝑑 = 8,63𝐴
Para calcularmos a corrente RMS dos diodos: 𝐼𝐷 𝑟𝑚𝑠
2
1 𝛽 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) − 𝐸
𝐼𝐷4 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝐷3 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ [ ] ∙ 𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑅

Você também pode gostar