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O nome tiristor engloba uma família de dispositivos semicondutores que operam em regime cha-
veado, tendo em comum uma estrutura de 4 camadas semicondutoras numa seqüência p-n-p-n, apresen-
tando um funcionamento biestável. O tiristor de uso mais difundido é o SCR (Retificador Controlado de
Silício), usualmente chamado simplesmente de tiristor.
Outros componentes, no entanto, possuem basicamente uma mesma estrutura: LASCR (SCR ati-
vado por luz), também chamado de LTT (Light Triggered Thyristor), TRIAC (tiristor triodo bidirecio-
nal), DIAC (tiristor diodo bidirecional), GTO (tiristor comutável pela porta), MCT (Tiristor controlado
por MOS). • VFOM → Máxima tensão direta
• VROM → Máxima tensão reversa
Características Ideais
• I FAV → Máxima corrente direta média
• 𝐼𝐻 →Corrente de manutenção
• 𝐼𝐿 → Corrente de Latching (mínima corrente IF necessária para manter o SCR ligado imediata-
mente após o disparo, isto é, após ocorrer a passagem do estado desligado para o estado ligado e
ser removida a corrente de gate)
• I GT → Corrente de gatilho necessária para disparar o SCR
• VGT → Tensão entre G-K verificada para uma dada I GT
• trr → Tempo de recuperação do SCR
dV
• → Taxa máxima de variação da tensão em relação ao tempo, sem que o SCR comute do es-
dt
tado de bloqueio para o estado de condução.
Princípio de funcionamento
O tiristor é formado por quatro camadas semicondutoras, alternadamente p-n-p-n, possuindo 3
terminais: anodo e catodo, pelos quais flui a corrente, e a porta (ou gate) que, a uma injeção de corrente,
faz com que se estabeleça a corrente anódica. A figura 1.9 ilustra uma estrutura simplificada do disposi-
tivo. Se entre anodo e catodo tivermos uma tensão positiva, as junções J1 e J3 estarão diretamente pola-
rizadas, enquanto a junção J2 estará reversamente polarizada. Não haverá condução de corrente até que
a tensão Vak se eleve a um valor que provoque a ruptura da barreira de potencial em J2.
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Se houver uma tensão Vgk positiva, circulará uma corrente através de J3, com portadores negati- corrente de "latching". Para que o tiristor deixe de conduzir é necessário que a corrente de anodo caia
vos indo do catodo para a porta. Por construção, a camada P ligada à porta é suficientemente estreita abaixo do valor mínimo de manutenção (𝐼𝐻 ), permitindo que se restabeleça a barreira de potencial em
para que parte destes elétrons que cruzam J3 possua energia cinética suficiente para vencer a barreira de J2. Para a comutação do dispositivo não basta, pois, a aplicação de uma tensão negativa entre anodo e
potencial existente em J2, sendo então atraídos pelo anodo. catodo. Tal tensão reversa apressa o processo de desligamento por deslocar nos sentidos adequados os
portadores na estrutura cristalina, mas não garante, sozinha, o desligamento. Devido a características
construtivas do dispositivo, a aplicação de uma polarização reversa do terminal de gate não permite a
comutação do SCR. Este será um comportamento dos GTOs, os quais não serão aborados.
Figura 4.1 Funcionamento básico do tiristor e seu símbolo. Maneiras de disparar um tiristor
Existem várias maneiras de disparar um tiristor, porém, a mais usual e desejada é o disparo pelo
Desta forma, a junção reversamente polarizada tem sua diferença de potencial diminuída e estabe- terminal de gate. Sendo o disparo através da corrente de porta (gate) a maneira mais usual de ser ligado
lece-se uma corrente entre anodo e catodo, que poderá persistir mesmo na ausência da corrente de porta. o tiristor, é importante o conhecimento dos limites máximos e mínimos para a tensão Vgk e a corrente Ig,
Quando a tensão Vak for negativa, J1 e J3 estarão reversamente polarizadas, enquanto J2 estará di- como mostrados na figura 1.12.
retamente polarizada. Uma vez que a junção J3 é intermediária a regiões de alta dopagem, ela não é ca- O valor Vgm indica a mínima tensão de gate que garante a condução de todos os componentes de
paz de bloquear tensões elevadas, de modo que cabe à junção J1 manter o estado de bloqueio do com- um dado tipo, na mínima temperatura especificada.
ponente. O valor Vgo é a máxima tensão de gate que garante que nenhum componente de um dado tipo en-
É comum fazer-se uma analogia entre o funcionamento do tiristor e uma associação de dois tran- trará em condução, na máxima temperatura de operação. A corrente Igm é a mínima corrente necessária
sistores, conforme mostrado na figura 1.10. Quando uma corrente Ig positiva é aplicada, Ic2 e Ik cresce- para garantir a entrada em condução de qualquer dispositivo de um certo tipo, na mínima temperatura.
rão. Como Ic2 = Ib1, T1 conduzirá e teremos Ib2=Ic1 + Ig, que aumentará Ic2 e assim o dispositivo evo- Para garantir a operação correta do componente, a reta de carga do circuito de acionamento deve garan-
luirá até a saturação, mesmo que Ig seja retirada. Tal efeito cumulativo ocorre se os ganhos dos transis- tir a passagem além dos limites Vgm e Igm , sem exceder os demais limites (tensão, corrente e potência
tores forem maior que 1. O componente se manterá em condução desde que, após o processo dinâmico máximas).
de entrada em condução, a corrente de anodo tenha atingido um valor superior ao limite 𝐼𝐿 , chamado de
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COMUTAÇÃO:
Comutar um SCR significa levá-lo do estado de condução, para o estado de bloqueio. São muitos
os tipos de comutação utilizados para se comutar um SCR. O tipo de comutação depende, necessaria-
mente, da fonte que está alimentando o circuito, deve-se observar que a comutação do componente irá
ocorrer quando a corrente 𝐼𝑎𝑘 for menor que a corrente de manutenção 𝐼𝐻 (𝐼𝑎𝑘 = 0 ou, quando uma ten-
Figura 4.4 – Tensões e correntes características do tiristor.
são reverá é aplicada sobre os terminais do SCR ( 𝑉𝑎𝑘 < 0 ). Assim pode-se citar alguns tipos de comuta-
Os parâmetros das tensões e correntes características durante a comutação do tiristor são descritos ção :
abaixo: b.1) - comutação natural: ocorre geralmente em circuitos cuja fonte de alimentação é senoidal (CA).
Seja a carga resistiva ou indutiva, existe um instante em que a corrente naturalmente irá passar por zero.
• Máxima taxa de crescimento da tensão direta 𝑉𝑎𝑘 (dv/dt).
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Uma vez que isto ocorre, o SCR comuta. Os conversores CA/CC ( retificadores ) apresentam este tipo 4.2 PARÂMETROS DE PERFORMANCE DE RETIFICADORES
de comutação.
b.2) - comutação forçada: ocorre quando a fonte de alimentação do circuito é CC. Assim são criados
Embora a tensão de saída, como mostra a figura 4.5, seja CC, ela é descontínua e contém harmôni-
meios para que a corrente 𝐼𝑎𝑘 passe por zero, num determinado instante, ou seja aplicada uma tensão
cos. Um retificador é um processador de energia que deve fornecer uma tensão de saída CC com uma
reversa sobre o SCR. Dentre estes métodos pode-se citar :
quantidade mínima de conteúdo harmônico. Ao mesmo tempo ele deve manter a corrente de entrada o
• comutação pela carga: a própria carga força a corrente à passagem por zero. Esta carga deve ter,
mais senoidal possível e em fase com a tensão de entrada, de tal forma que o fator de potência seja
necessariamente, uma característica subamortecida;
aproximadamente unitário.
• comutação por tensão reversa: através de configuração apropriada, aplica-se numdeterminado
instante uma tensão reversa sobre os terminais do SCR. Esta tensão éprovocada pela colocação
de um capacitor em paralelo ou em série com o SCR;
• auto-comutação: o disparo do componente provoca, após um certo tempo a comutaçãodo mes-
mo;
• comutação por impulso auxiliar: utiliza-se um SCR auxiliar para comutar o SCR principal. Após
um certo tempo, o SCR auxiliar também comuta;
• comutação por impulso complementar: uma vez que o SCR já esteja conduzindo, este é comuta-
do através do disparo de seu complementar
A potência média (CC) de saída 𝑃𝑂 𝐶𝐶 , calculada por: 4.2.2 Qualidade da Energia na Entrada do Retificador
𝑃𝑂 𝐶𝐶 = 𝑉𝑂 𝑀𝐸𝐷 ∙ 𝐼𝑂 𝑀𝐸𝐷
4.2.2.1 Análise do fator de potência para o caso senoidal
Valor rms da tensão de saída, 𝑉𝑂 𝑅𝑀𝑆 ;
Valor rms da corrente de saída, 𝐼𝑂 𝑅𝑀𝑆 ;
O valor rms (root mean square) de uma forma de onda periódica qualquer 𝑥(𝑡) é definido como:
1 𝑇
𝑋𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ [𝑥(𝑡)]2 ∙ 𝑑𝑡
𝑇 0
Observação: Valor eficaz de uma onda puramente senoidal é igual ao valor RMS desta onda.
𝑉𝑂𝐶𝐴 = √𝑉𝑂 𝑅𝑀𝑆 2 − 𝑉𝑂 𝑀𝐸𝐷 2
O fator de forma (𝐹𝐹), que é uma medida de forma da tensão de saída, é defino como: 𝑃 = 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑒𝑓 ∙ cos 𝜙
𝑉𝑂 𝑅𝑀𝑆
𝐹𝐹 =
𝑉𝑂 𝑀𝐸𝐷
Potência Aparente:
O fator de ondulação (𝑅𝐹) ou fator de ripple, que é uma medida do conteúdo da ondulação, é defi-
𝑆 = 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑒𝑓
nido como:
Fator de Potência:
𝑉𝑂𝐶𝐴
𝑅𝐹 = 𝑃 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑒𝑓
𝑉𝑂 𝑀𝐸𝐷 𝐹𝑃 = = ∙ cos 𝜙 = cos 𝜙
𝑆 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑒𝑓
Substituindo a equação de 𝑉𝑂𝐶𝐴 na equação de 𝑅𝐹, o fator de ondulação pode ser expresso como:
𝐹𝑃 = cos 𝜙
2
𝑉𝑜
𝑅𝐹 = √( 𝑅𝑀𝑆 ) − 1 = √𝐹𝐹 2 − 1
𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷
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4.2.2.2 Análise do fator de potência para o caso de corrente distorcida e tensão senoidal O valor eficaz é obtido pela divisão do valor de pico da componente de corrente por √2.
Fator de Forma da Corrente de Entrada:
Considerar as formas de onda da figura 4.3, na qual 𝑣𝑠 é a tensão de entrada senoidal, 𝑖𝑠 é a corrente
𝐼1
instantânea de entrada e 𝑖𝑠1 é a componente fundamental da corrente instantânea de entrada. 𝐹𝐹𝑖 =
𝐼𝑟𝑚𝑠
Potência Aparente:
𝑆 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 ∙ 𝐼𝑟𝑚𝑠
𝑆 = 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑟𝑚𝑠
Onde:
• 𝑉𝑟𝑚𝑠 → Valor RMS da tensão;
• 𝑉𝑒𝑓 → Valor eficaz da tensão (se a forma de onda da tensão for senoidal 𝑉𝑒𝑓 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 );
Potência Ativa:
𝑃 = 𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼1 ∙ cos 𝜙1
Figura 4.9 - Tensão e corrente na entrada de um retificador monofásico onda completa com carga alta-
mente indutiva. Fator de Potência:
𝑃
Fator de Deslocamento: 𝐹𝑃 =
𝑆
Se ϕ for o ângulo entre os componentes fundamentais da corrente (𝐼𝑆1 ) e tensão de entrada (𝑉𝑆 =
𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼1
𝑉𝑆1 ), ϕ1 será chamado de ângulo de deslocamento (do inglês displacement angle). O fator de desloca- 𝐹𝑃 = ∙ cos 𝜙1
𝑉𝑒𝑓 ∙ 𝐼𝑟𝑚𝑠
mento é definido como:
𝐼1
𝐹𝐷 = cos 𝜙1 𝐹𝑃 = ∙ cos 𝜙1
𝐼𝑟𝑚𝑠
𝐹𝑃 = 𝐹𝐹𝑖 ∙ 𝐹𝐷
Corrente RMS:
Onde: 𝐼2 2 + 𝐼3 2 + 𝐼4 2 … + 𝐼𝑛 2
𝐷𝐻𝑇𝑖 = √
𝐼1 2
• 𝐼𝑟𝑚𝑠 → Corrente RMS;
• 𝐼1 → Valor RMS da componente fundamental da corrente (por se tratar de forma de onda 𝐼𝑟𝑚𝑠 2 − 𝐼1 2
𝐷𝐻𝑇𝑖 = √
senoidal o valor RMS é igual ao valor eficaz); 𝐼1 2
• 𝐼𝑛 → Valor eficaz da n-ésima harmônica de corrente.
𝐼𝑟𝑚𝑠 2
𝐷𝐻𝑇𝑖 = √ − 1
𝐼1 2
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𝑇 𝑇/2
1 2 𝑉𝑝 𝜔𝑡
𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜 = ∫ 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝑡 = {− [cos ( ) − 1]}
Fator de Potência Depende da DHT da Corrente de Entrada: 𝑇 0 𝜔𝑡 2 0
1 𝜋 1 𝜋 𝑉𝑝 2
𝑉𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ 𝑉𝑝 2 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 = √ ∙ 𝑉𝑝 2 ∙ = √
2𝜋 0 2𝜋 2 4
4.2.3 Integrais tabeladas importantes
𝑉𝑝
𝑉𝑟𝑚𝑠 =
2
∫ sen 𝑢 ∙ 𝑑𝑢 = − cos 𝑢
𝑉𝑟𝑚𝑠 0,5 ∙ 𝑉𝑝
𝐼𝑟𝑚𝑠 = =
𝑅 𝑅
∫ cos 𝑢 ∙ 𝑑𝑢 = sen 𝑢 2 2
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑜 (0,318∙𝑉𝑝 ) (0,5∙𝑉𝑝 )
(a) Como a eficiência é calculada por 𝜂 = ; 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑜 = e 𝑃𝑐𝑎 = , temos que:
𝑃𝑐𝑎 𝑅 𝑅
1 2
∫ 𝑠𝑒𝑛 (𝑎𝑥) ∙ 𝑑𝑥 = − ∙ cos (𝑎𝑥) (0,318 ∙ 𝑉𝑝 )
𝑎 𝜂= 2 = 40,5%
(0,5 ∙ 𝑉𝑝 )
𝑥 𝑠𝑒𝑛 (2𝑎𝑥)
∫ 𝑠𝑒𝑛2 (𝑎𝑥) ∙ 𝑑𝑥 = −
2 4𝑎
𝑉𝑟𝑚𝑠
𝑥 𝑠𝑒𝑛 (2𝑎𝑥) (b) O fator de forma é calculado por 𝐹𝐹 = , então temos:
∫ 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑎𝑥) ∙ 𝑑𝑥 = + 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜
2 4
Exemplo 4.1 0,5 ∙ 𝑉𝑝
𝐹𝐹 = = 1,57 𝑜𝑢 157%
O retificador da figura 4.7 tem uma carga puramente resistiva R. Determinar: (a) a eficiência; (b) o 0,318 ∙ 𝑉𝑝
fator de forma da tensão de saída; (c) o fator de ondulação e (d) a tensão de pico inverso (PIV) do diodo
𝐷1 . (c) O fator de ondulação é calculado por 𝑅𝐹 = √𝐹𝐹 2 − 1, então:
Solução: A tensão média de saída 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜 é definida como: 𝑅𝐹 = √1,572 − 1 = 1,21 𝑜𝑢 121%
1 𝑇 (d) A tensão de pico inversa (PIV) do diodo 𝐷1 é definida como:
𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑜 = ∫ 𝑣𝐿 (𝑡) ∙ 𝑑𝑡
𝑇 0
𝑃𝐼𝑉 = 𝑉𝑝
Podemos notar da figura 3.14b que 𝑣𝐿 (𝑡) = 0 para 𝑇⁄2 ≤ 𝑡 ≤ 𝑇. Portanto, temos
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β → Ângulo de extinção
Acorrente média de saída é dada por:
𝐼𝑃 𝛼 𝑠𝑒𝑛(2𝛼)
𝐼𝑂 𝑅𝑀𝑆 = √1 − +
2 𝜋 2𝜋
𝑉𝑃
𝐼𝑃 =
𝑅
Característica do retificador monofásico meia onda
vo vs
Tensão Média de Saída:
𝛽
1
io 𝑉𝑜𝑚é𝑑 = ∫ 𝑉 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑃
𝑉𝑃
𝑉𝑜𝑚é𝑑 = (𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑐𝑜𝑠𝛽).
→ Ângulo de extinção (β) é maior que 𝜋. 2𝜋
→ β depende de FP da carga. →Tensão média depende de β que, por sua vez, depende do fator de potência da carga. Logo, se a
vAK carga variar, 𝑉𝑜𝑚é𝑑 também varia.
Beta crítico (𝛽𝑐 ) é o limiar entre o modo de
condução contínua e descontínua. Em retifica- Fator de potência da carga (na saída do retificador):
dores meia onda monofásicos, tem-se que 𝛽𝑐 = 𝑅
𝐹𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 =
2𝜋 + 𝛼.
ig √𝑅 2 + (𝜔𝐿)2
Logo:
→ Para 𝛽 ≥ 2𝜋 + 𝛼 → condução contínua;
Corrente média pela carga:
→ Para 𝛽 < 2𝜋 + 𝛼 → condução descontínua;
𝑉𝑜𝑚é𝑑 𝑉𝑃
𝐼𝑜𝑚é𝑑 = = (𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑐𝑜𝑠𝛽)
𝑅 2𝜋𝑅
Tensão RMS de saída:
→ Devido à característica indutiva da carga, a corrente se atrasa em relação à tensão. Se a carga for al-
1 𝛽
tamente indutiva, o valor máximo da corrente é atingido próximo ao instante de tensão nula. 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 = √ ∫ [𝑉 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)]2 𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑃
→ Quando 𝑉𝑜 é positiva, a energia está sendo transferida da fonte CA para a carga.
→ Quando 𝑉𝑜 é negativa, parte da energia armazenada no campo magnético do indutor está sendo trans-
Corrente de saída
ferida de volta à fonte CA (rede). Mesmo com o SCR reversamente polarizado, a corrente continua a
Quando o transistor conduz (𝛼 ≤ 𝜔𝑡 ≤ 𝛽), tem-se a seguinte equação diferencial descrevendo o com-
fluir.
portamento da corrente da saída:
𝑑𝑖𝑜 (𝜔𝑡)
𝑣𝑜 (𝜔𝑡) − 𝑅𝑖𝑜 (𝜔𝑡) − 𝐿 =0
𝑑𝑡
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Tem-se que:
𝑣𝑜 (𝜔𝑡) = 𝑣𝑠 (𝜔𝑡) = 𝑉𝑝 sin(𝜔𝑡) O valor RMS da corrente de saída (𝐼𝑂𝑅𝑀𝑆 ) depende da forma de onda de 𝑖𝑜 (𝜔𝑡).
Logo:
𝑑𝑖𝑜 (𝜔𝑡) Exemplo:
𝑅𝑖𝑜 (𝜔𝑡) + 𝐿 = 𝑉𝑝 sin(𝜔𝑡)
𝑑𝑡 Determinar para o conversor abaixo, com L = 60 mH e R = 10 ohms, considerando 𝑣𝑠 =
√2.127sin(𝜔𝑡); F = 60 Hz; 𝛼 = 300 .
Resolvendo a equação diferencial de primeira ordem com entrada senoidal:
vAK Logo, como 𝛽 < 𝛽𝐶 → 𝛽 < 360° + 30° → 𝛽 < 390° ,
𝑅
io
𝑉𝑃 (𝜔𝑡−𝛼)]
𝑖𝑜 (𝜔𝑡) = {sin(𝜔𝑡 − 𝜙) − sin(𝛼 − 𝜙) 𝑒 [−𝜔𝐿 } para: 𝛼 ≤ 𝜔𝑡 ≤ 𝛽 a condução é descontínua.
√𝑅 2 +(𝜔𝐿)
2
𝑉𝑃
𝑖𝑜 (𝜔𝑡) = 0 para 𝛽 < 𝜔𝑡 < (2𝜋 + 𝛼) vo 𝑉𝑜𝑚é𝑑 = (𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑐𝑜𝑠𝛽) =
2𝜋
180
= [cos(30°) − cos(253°)] = 𝑉𝑜𝑚é𝑑 = 33,2 𝑉
𝜙 → ângulo do fator de potência da carga; 2𝜋
a) 𝛽 e modo de operação;
𝜙 = cos −1(𝐹𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 ) b) Traçar as formas de onda de 𝑣𝑜 e 𝑖𝑜 ; 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 = 102 𝑉
c) 𝑉𝑜𝑚é𝑑 e 𝐼𝑜𝑚é𝑑 ; 2
𝑉𝑜𝑀𝐸𝐷 33,22
Para encontrar o ângulo de extinção (𝛽), basta fazer 𝜔𝑡 = 𝛽. Para resolver a equação resltante podem d) 𝐹𝑃 do circuito (considerar 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 4,8 𝐴); 𝑃𝑜𝐶𝐶 = = = 110 𝑊
𝑅 10
ser usados métodos iterativos. Um deles consiste em testar valor para 𝛽 até que a corrente se anule, isto 𝑃𝑠 = 𝑃𝑜𝐶𝐴 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝐼𝑜𝑅𝑀𝑆 = 102 ⋅ 4,8 = 490 𝑊
Alternativamente pode ser usado o Ábaco de Puschlowski, que para o caso do retificador desta subse- 𝑃𝑠 490
A partir do Àbaco: 𝛽 = 253°. 𝐹𝑃 = = = 0,8
𝑆𝑠 610
ção, é composto pelas curvas abaixo.
4.3.3 Retificador Monofásico Meia Onda com Carga RL e Diodo de Circulação: 4.3.4 Com Carga RLE:
iT io vs vo vAK
io
α vo
vo vs
io vo
iD
io
β
βc
O diodo, denominado de diodo de roda livre,
fornece um caminho para circulação da corrente da iT
vAK
carga, permitindo a comutação do tiristor quando a
tensão de entrada se inverte em (ωt = 𝜋). O diodo não
permite que a tensão de saída se inverta.
Quando 𝑉𝑜 < (−𝑉𝑑 ); o diodo começa a condu- iD
zir: ig
1 𝜋
𝑉𝑜𝑚é𝑑 = 2𝜋
∫𝛼 𝑉𝑝 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)𝑑𝜔𝑡
𝑉𝑝
𝑉𝑜𝑚é𝑑 = (1 + 𝑐𝑜𝑠𝛼). vAK
2𝜋
1 𝛽 1 (2𝜋+𝛼)
𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 = √ ∫ [𝑉 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡)]2 𝑑𝜔𝑡 + ∫ 𝐸 2 𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑃 2𝜋 𝛽
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• Tensão sobre a carga pode se inverter, desde que um indutor mantenha a circulação de cor-
vo rente pelos tiristores, mesmo quando reversamente polarizados.
Exercício2:
4.4.1 Retificador controlado ponte completa (1ϕ) com carga resistiva
Determinar α para 𝑰𝒐𝒎é𝒅 = 𝟎, 𝟓𝑨.
A figura 1 mostra o circuito elétrico referente ao retificador controlado de ponte completa monofá-
sico com uma carga resistiva.
io
is
vAK1
vo
𝑉𝑝
𝑉𝑜𝑚é𝑑 = (1 + 𝑐𝑜𝑠𝛼) →
2𝜋
2𝜋
𝑉𝑜𝑚é𝑑 . 𝑉 − 1 = 𝑐𝑜𝑠𝛼 → 𝑐𝑜𝑠𝛼 = −0,12734
𝑝
𝛼 = 97,30 Fig. 1. Circuito do retificador controlado ponte completa (1φ) com carga resistiva.
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2 𝜋 2
vs 𝑉𝑜 𝑅𝑀𝑆 = √ ∫ [𝑉 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)] ∙ 𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑝
𝑉𝑃 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
io 𝑉𝑜 𝑅𝑀𝑆 =
√2
∙ √1 −
𝜋
+
2𝜋
𝑉𝑜 𝑟𝑚𝑠
𝐼𝑜 𝑅𝑀𝑆 =
VAK1 𝑅
Corrente máxima pelo tiristor:
𝑉𝑝
𝐼𝑇 𝑚á𝑥 =
𝑅
Tensão máxima pelo tiristor:
ig1=ig4 ig2=ig3
𝑉𝑇 𝑚á𝑥 = 𝑉𝑝
Corrente média através de cada um dos tiristores:
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 𝐼𝑜𝑀𝐸𝐷
𝐼𝑇 𝑚𝑒𝑑 = =
2𝑅 2
Corrente RMS através de cada um dos tiristores:
4.4.1.1 Equacionamento do retificador controlado ponte completa (1ϕ) carga resistiva
𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠
𝐼𝑇 𝑟𝑚𝑠 =
O equacionamento desenvolvido abaixo se refere ao retificador controlado ponte completa monofá- √2
sico para carga resistiva, ou seja, 𝐿 = 0. Neste caso, o modo de condução será descontínuo, pois a cor- Potência ativa na entrada do retificador
rente da saída vai a zero. A potência na entrada do retificador pode ser calculada por qualquer um dos métodos descritos
Método 2:
io
O método 2 pode ser usado apenas no caso em que a carga na saída do retificador é do tipo resisti-
va. is
vAK1
2𝜋 2
1 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆
𝑃𝑠 = 𝑃𝑜𝐶𝐴 = ∫ 𝑣 (𝜔𝑡) ∙ 𝑖𝑜 (𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 = 𝑉𝑜𝑅𝑀𝑆 𝐼𝑜𝑅𝑀𝑆 =
2𝜋 0 𝑜 𝑅 vo
2
𝑉𝑃 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝑃𝑠 = 𝑃𝑜 = [1 − + ]
2𝑅 𝜋 2𝜋
𝑉𝑃 𝑉𝑃 1 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼) vo
𝑉𝑠 𝑅𝑀𝑆 ∙ 𝐼𝑜 𝑅𝑀𝑆 = ∙[ ∙ √1 − + ]
√2 √2 𝑅 𝜋 2𝜋
vs
2
𝑉𝑝 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝑆𝑠 = 𝑉𝑠 𝑟𝑚𝑠 ∙ 𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = ∙ √1 − +
2𝑅 𝜋 2𝜋 io
Fator de potência na entrada do retificador:
𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝑃𝑠 1− 𝜋+
2𝜋
𝐹𝑃𝑠 =
𝑆𝑠
= is
√1 − 𝛼 + 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝜋 2𝜋
Nas próximas seções será apresentado o circuito referente ao retificador ponte completa (1ϕ) com
carga fonte de corrente, bem como o equacionamento desse retificador. ig1=ig4
ig2=ig3
4.4.2.1 Circuito retificador ponte completa (1ϕ) com carga fonte de corrente
A figura 2 apresenta o circuito elétrico referente ao retificador ponte completa (1ϕ) com carga fonte
de corrente.
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4.4.2.2 Equacionamento retificador ponte completa (1ϕ) com carga fonte de corrente 4.4.2.3 Observações Importantes
A condução nesse tipo de retificador é considerada como condução contínua, pois a corrente que • Durante os intervalos em que a corrente (𝐼𝑠 ) e tensão na entrada (𝑉𝑠 ) apresentam sinais
circula pela carga nunca vai à zero. opostos, há um fluxo de energia da carga para a fonte.
• Quando 𝑉𝑠 e 𝐼𝑠 apresentam sinais iguais, o fluxo de energia é da fonte para a carga.
1 𝛽
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑉 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 • Para cargas passivas (indutores, capacitores e resistores), o fluxo de energia médio em um
𝜋 𝛼 𝑝
período é sempre da fonte para a carga, logo, 𝛼 < 90°.
𝛽= 𝜋+ 𝛼 • Se a carga for composta por um motor cc, por exemplo, em caso de 𝛼 > 90° se o motor está
2𝑉𝑝 freando, então é devolvida energia à rede (frenagem regenerativa).
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ cos (𝛼)
𝜋
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑜
𝑉𝑝 4.4.3 Retificador ponte completa (1ϕ) com carga RL
𝑉𝑜 𝑟𝑚𝑠 =
√2
4.4.3.1 Circuito retificador ponte completa (1ϕ) com carga RL
1 𝜋+ 𝛼 2
𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ 𝐼𝑜 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼
As próximas seções tratam dos retificadores ponte completa monofásico com carga RL bem como o
𝑃𝑠 = 𝑃𝑜𝐶𝐶 = 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 ∙ 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 equacionamento desse retificador nos dois modos de condução. A figura 3 mostra o circuito elétrico
2𝑉𝑝 referente ao retificador ponte completa monofásico com carga RL.
𝑃𝑠 = ∙ cos (𝛼) ∙ 𝐼𝑜
𝜋
io
𝑆𝑠 = 𝑉𝑠 𝑟𝑚𝑠 ∙ 𝐼𝑠 𝑟𝑚𝑠
is
Para 𝑉𝑖 senoidal, temos que: vAK1
𝑉𝑝 vo
𝑉𝑠 𝑟𝑚𝑠 =
√2
𝑉𝑝
𝑆𝑠 = ∙ 𝐼𝑜
√2
2𝑉𝑝
𝑃𝑠 ∙ cos (𝛼) ∙ 𝐼𝑜 Fig. 3. Circuito retificador controlado ponte completa (1φ) com carga RL.
𝐹𝑃 = = 𝜋
𝑆𝑠 𝑉𝑝
∙ 𝐼𝑜
√2
2 ∙ √2 ∙ cos (𝛼)
𝐹𝑃 =
𝜋
𝐹𝑃 = = 0,9 ∙ cos (𝛼)
𝐹𝐷 = cos (𝛼)
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O β𝑐 é assim calculado pois em 𝜋 + 𝛼 é disparado o outro par de tiristores e mesmo que 𝐼𝑜 não te-
nha chegado a zero 𝐼𝑜 começará a aumentar.
Para encontrar β, pode ser usado o Ábaco de Puschlowski.
A seguir são apresentadas as 5 etapas necessárias para encontrar β utilizando essa metodologia:
1°) Calcular o cos(𝜙) da carga;
Condução Contínua Condução Descontínua
𝑅
cos(𝜙) =
√𝑅 2 + (𝜔𝐿)2
Para 𝛽 ≥ 2𝜋 + 𝛼 → condução contínua;
2°) Caso haja uma fonte de tensão 𝐸 na carga, calcular o parâmetro 𝑎
Para 𝛽 < 2𝜋 + 𝛼 → condução descontínua; 𝐸
𝑎=
𝑉𝑃
4.4.3.2 Equacionamento do retificador ponte completa (1ϕ) com carga RL Caso 𝐸 = 0; 𝑎 = 0;
Em caso de sistema trifásico de onda completa, 𝑉𝑃 representa o valor de pico da tensão de fase-fase.
Em condução descontínua:
Para os outros tipos de retificadores usa-se a tensão de fase-neutro.
𝑉𝑝
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ [cos 𝛼 − cos 𝛽]
𝜋
Em condução contínua: 3°) Entrar com 𝛼1 , cos(𝜙) e 𝑎 no Ábaco de Puschlowski e pegar o parâmetro β;
2𝑉𝑝 4°) Calcular β𝑐 ;
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ cos (𝛼)
𝜋 5°) Comparar β𝑐 e β;
Em condução contínua, a tensão de saída 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 depende apenas de α.
No caso da carga RLE, seguir as cinco etapas demonstradas anteriormente. Deve-se tomar atenção
Em condução descontínua, 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 depende de α e β, mas β depende da carga (do fator de potência no item 2, para calcular o parâmetro 𝑎, uma vez que a tensão E deve ser considerada.
da carga).
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Observação sobre os tipos de retificadores: Exemplo: Retificador ponte completa (1ϕ) carga RLE
is
vAK1
vo
Fig. 4. Circuito retificador controlado ponte completa (1φ) com carga RLE.
Solução:
𝑅 10
cos(𝜙) = =
√𝑅 2 + (𝜔𝐿)2 √102 + (2 ∙ 𝜋 ∙ 50 ∙ 0,0765)2
cos(𝜙) = 0,38
𝐸 124
𝑎= =
𝑉𝑝 311
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𝑎 = 0,4 𝑒 𝛼 = 60°
1 𝜃2 1 𝜃3
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 + ∫ 𝐸 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝜃1 𝜋 𝜃2
𝜃1 = 𝛼; 𝜃2 = 𝛽; 𝜃3 = 𝛼 + 𝜋 is
𝜃3 é 𝑜 â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑟𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟
1 𝛽 1 𝛼+ 𝜋
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 311 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 + ∫ 124 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼 𝜋 𝛽
1
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = [𝑉 (cos 𝛼 − cos 𝛽) + 𝐸(𝜋 + 𝛼 ) − 𝐸(𝛽)]
𝜋 𝑝
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 159𝑉
ig1=ig4 ig2=ig3
c) Aplicando a equação de 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 , temos:
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 − 𝐸
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 =
𝑅
159 − 124
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 =
10
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 3,5 𝐴
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𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑜
Para um circuito que possui um alto valor do indutor (𝐿 grande se comportando como fonte de cor-
rente) é realizado a análise do item 1.1.1. 𝑉𝑝 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼)
𝑉𝑜 𝑟𝑚𝑠 = ∙ √1 − +
2 𝜋 2𝜋
1 𝜋
𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ (𝐼𝑜 )2 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼
𝛼
𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 ∙ √1 −
𝜋
𝑃𝑖
𝐹𝑝 =
𝑆𝑖
√2 ∙ (1 + cos (𝛼))
𝐹𝑝 =
√𝜋 2 − 2𝜋
Fig. 1. Circuito elétrico da ponte mista simétrica com carga fonte de corrente.
𝛼
• Cada tiristor conduz por 180°, isto é, conduz de 𝛼 a 𝜋 + 𝛼 𝐹𝑑 = cos ( )
2
• Cada diodo conduz por 180°; 𝐷3 conduz no semiciclo negativo e 𝐷4 conduz no semiciclo
positivo. 1 𝜋+ 𝛼
𝐼𝑇 1 = √ ∫ (𝐼𝑜 (𝜔𝑡))2 ∙ 𝑑𝜔𝑡
• Para o caso de carga altamente indutiva, (𝐼𝑜 aproximadamente constante), tem-se: 𝜋 𝛼
4.5.3 Ponte mista assimétrica 4.5.4 Observações sobre retificador (1ϕ) ponte mista
Fig. 2. Circuito elétrico da ponte mista assimétrica com carga fonte de corrente.
• Tiristores conduzem por um período 𝜋 − 𝛼;
• Diodos conduzem por um período 𝜋 + 𝛼;
• Esforço de corrente nos diodos é maior que o esforço dos tiristores (𝐼𝑟𝑚𝑠 𝐷 > 𝐼𝑟𝑚𝑠 𝑇 );
• Sempre que a tensão de saída tender a se inverter, haverá um caminho para a corrente por 𝐷2
e 𝐷4 , impedindo tal inversão (mantendo 𝑉𝑜 = 0).
A partir do circuito acima e dos dados a seguir, resolver os itens abaixo.
𝑉𝑝 Dados:
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ (1 + cos (𝛼))
𝜋
𝑉𝑖 = √2 ∙ 127 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝑉𝑝 𝛼 𝑠𝑒𝑛 (2𝛼) 𝐹 = 50𝐻𝑧
𝑉𝑜 𝑟𝑚𝑠 = ∙ √1 − +
2 𝜋 2𝜋
𝛼 = 75°
𝛼 𝑅 = 2𝛺
𝐼𝑖 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 ∙ √1 −
𝜋
𝐸 = 72𝑉
𝛼
𝐹𝐷 = cos ( ) a) Traçar as formas de ondas de 𝑉𝑖 , 𝐼𝑖 , 𝑉𝑜 , 𝐼𝑜 e 𝐼𝑇1
2
b) Calcular 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 ; 𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑 e 𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠
√2 ∙ (1 + cos (𝛼))
𝐹𝑝 = c) Calcular a corrente média e RMS nos diodos.
√𝜋 2 − 2𝜋
Percebe-se que as equações são idênticas ao caso da ponte mista simétrica. Solução:
b) 𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 :
1 𝜋
𝐼𝑇 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ (𝐼𝑜 (𝜔𝑡))2 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼 1 𝛽 1 𝜋+ 𝛼
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∫ 𝑉 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ∙ 𝑑𝜔𝑡 + ∫ 𝐸 ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 𝛼 𝑝 𝜋 𝛽
1 𝜋+ 𝛼
𝐼𝐷 2 = 𝐼𝐷 4 = √ ∫ (𝐼𝑜 (𝜔𝑡))2 ∙ 𝑑𝜔𝑡 Para encontrar β (onde 𝐸 = 𝑉𝑖 ):
𝜋 0
𝐸 = 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝐸
𝜔𝑡 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( )
𝑉𝑝
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𝐸 2
β = 180° − 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( ) 1 1 𝛽 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) − 𝐸
𝑉𝑝 𝐼𝐷4 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝐷3 𝑟𝑚𝑠 = ∙√ ∫ [ ] ∙ 𝑑𝜔𝑡
√2 𝜋 𝛼 𝑅
β = 180° − 26,3°
β = 156,4°
𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠
𝑉𝑝 𝐸 𝐼𝐷 𝑟𝑚𝑠 =
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ [cos(𝛼) − cos (𝛽)] + ∙ [𝜋 + 𝛼 − 𝛽] √2
𝜋 𝜋
180 72 𝜋 𝜋
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = ∙ [cos(75°) − cos (156,4°)] + ∙ [𝜋 + 75 ∙ − 156,4° ∙ ] 28
𝜋 𝜋 180 180 𝐼𝐷 𝑟𝑚𝑠 =
𝑉𝑜 𝑚𝑒𝑑 = 106,5𝑉 √2
2
1 156,4° 180 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) − 72
𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ [ ] ∙ 𝑑𝜔𝑡
𝜋 75° 2
𝐼𝑜 𝑟𝑚𝑠 = 28𝐴
c) 𝐼𝐷 𝑚𝑒𝑑
𝐼𝑜 𝑚𝑒𝑑
𝐼𝐷 𝑚𝑒𝑑 =
2
17,25
𝐼𝐷 𝑚𝑒𝑑 =
2
𝐼𝐷 𝑚𝑒𝑑 = 𝐼𝑇 𝑚𝑒𝑑 = 8,63𝐴
Para calcularmos a corrente RMS dos diodos: 𝐼𝐷 𝑟𝑚𝑠
2
1 𝛽 𝑉𝑝 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) − 𝐸
𝐼𝐷4 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼𝐷3 𝑟𝑚𝑠 = √ ∫ [ ] ∙ 𝑑𝜔𝑡
2𝜋 𝛼 𝑅