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HISTÓRIA INTEGRADA
Módulos 8 – Esparta
1 – Dividindo o tempo 9 – Atenas
2 – Pré-História 10 – Período Clássico
3 – Mesopotâmia 11 – Roma: Monarquia
4 – Egito 12 – Roma: República
5 – Fenícia e Israel 13 – A expansão republicana
6 – Pérsia 14 – A crise da República
7 – Grécia: Períodos Pré-Homérico e 15 – Alto Império Romano
Homérico 16 – Baixo Império Romano
Palavras-chave:
• Tempo
Dividindo o tempo
1 • Cronologia
• Calendário
1. O nascimento da Era Cristã do sol ao Natal. Em 1582, o papa Gregório XIII resolveu
reformar o calendário juliano e adaptá-lo às festas
A História tem de ser pensada em termos de tempo cristãs, daí o nascimento do calendário cristão grego-
ou não é História. É a sucessão dos acontecimentos, riano que utilizamos hoje em dia.
obedecendo a uma ordem cronológica, que forma o seu
Foi somente a partir do século XIX, com a corrida co-
material de estudo, facilitando a sua compreensão.
lonialista e a necessidade de padronização para facilitar o
Portanto, para começar a entendê-la, é preciso saber
como os acontecimentos foram classificados. comércio mundial, que o calendário e a cronologia cris-
tãos foram impostos aos povos não cristãos do mundo.
A unidade de tempo mais conhecida é o dia, mas é
uma unidade muito pequena. Os meses são unidades Outros calendários
maiores, mas ainda assim muito pequenas. Por isso,
utilizamos basicamente os anos. A datação dos anos era Embora o gregoriano seja aceito universalmente,
feita, na Antiguidade, a partir dos reinados dos sobe- cada povo tem uma forma diferente de contar o tempo
ranos, da fundação de cidades pelos romanos ou de cer- e o faz por ciclos naturais: o solar de 365 dias ou o lunar
tos acontecimentos importantes como os Jogos de 30 dias.
Olímpicos na Grécia. Entre os solares estão o gregoriano, o juliano e o
Durante os primeiros cinco séculos que se suce- maia. Já entre os lunares podemos citar o chinês, que
deram ao nascimento de Cristo, ainda se usava na inicia sua datação a partir do governo do patriarca
Europa uma tríplice cronologia: a fundação de Roma, o Huangti; o judaico, que tem como ponto de partida a
nascimento de Cristo e a data de início de um deter- criação do mundo; o islâmico, que utiliza a Hégira, fuga
minado reinado. de Maomé de Meca para Medina em 622 d. C.
Por muito tempo, seguiu-se o calendário juliano, Durante a Revolução Francesa, decidiu-se que os
criado por Júlio César em 46 a. C. No século VI d. C., o anos seriam contados a partir da proclamação da
monge Dionísio, o Pequeno, procurou estabelecer o República e, mais tarde, Napoleão, em seu governo,
suposto ano do nascimento de Cristo e adequar a festa restabeleceu o calendário cristão.
HISTÓRIA 1
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A universalização da cronologia cristã fez com que Sobre essa divisão tradicional, é preciso considerar
os anos anteriores ao nascimento de Cristo fossem que se trata de um critério sobretudo político, em que
contados de trás para diante. Assim, temos o ano 10 d. os marcos fundamentais são todos ligados à história
C., que corresponde a 10 anos após o nascimento de política. Se considerássemos outros aspectos (econô-
Cristo, e o ano 10 a. C., isto é, 10 anos antes do nasci- micos, so ciais, reli giosos), pode ría mos en contrar
mento de Cristo. Observe que, como não existe um ano outras datas mais significativas. Como exemplo, o
0 na referida cronologia, o nascimento de Cristo situa-se Descobrimento da América, em 1492, é muito mais
já no ano 1 d. C., ou simplesmente ano 1. importante para a História do Ocidente do que a
Cem anos constituem um século. O primeiro século tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453.
da Era Cristã começa com o nascimento de Cristo e vai Além do mais, situar um período de mudanças em
até o ano 100. Do ano 101 ao ano 200, temos o segundo uma única data é uma limitação muito séria, porque
século. Daí em diante, a cronologia segue a mesma uma época de transição não pode ser reduzida a
ordem. apenas um ano.
O mesmo acontece se quisermos contar os séculos
antes de Cristo: 765 a. C. pertence ao século VIII; 1598 Idade Antiga
a. C. pertence ao século XVI. O mecanismo somente
não vale quando o ano termina em dois zeros (final de A História inicia-se exatamente no momento em
século). Por exemplo, o ano 800 pertence ao século VIII que apareceram os documentos escritos; ora, como
e 1900 ao século XIX. eles surgiram em torno do IV milênio a. C., quer dizer,
por volta de 4000 a. C., podemos dizer que aí começa
Em resumo, os anos 1, 2, 3, ..., 98, 99 e 100 formam
a História propria men te dita. O perío do an terior
o primeiro século da Era Cristã. Para os demais anos,
utilize uma regra simples para a contagem dos séculos: somente pode ser reconstituído com base em docu-
se o ano terminar em 00, separe os dois últimos algaris- mentos não escritos. É necessário, portanto, interrogar
mos da direita (00) e o número que está à esquerda documentos “mudos” (instrumentos, armas, dese-
indica o século; se o ano não terminar em 00, separe os nhos, pinturas, restos) e, por isso, chamamos a esse
dois algarismos que formam a dezena e acrescente uma período de Pré-História.
unidade ao número que está à esquerda. A Antiguidade divide-se em Oriental e Ocidental –
ou Clássica. Com relação à primeira, estudamos as
Exemplos: civilizações surgidas no Oriente Médio, como os
egípcios, meso po tâmios (sumérios, babilônios e
476 – século V 1993 – século XX
assírios), fenícios, hebreus e persas. A respeito da
800 – século VIII 2000 – século XX segunda, analisamos a civilização grega e a romana.
1453 – século XV 2001 – século XXI Este período se encerra com a queda do Império
Romano do Ocidente por meio das invasões bárbaras.
Dez séculos ou mil anos formam um milênio;
assim, estamos no início do terceiro milênio depois de Idade Média
Cristo. A um período de 25 a 30 anos damos o nome O período medieval inicia-se com a queda de Roma
de geração, porque corresponde à média entre o e estende-se até a queda de Constantinopla em 1453
nascimento de um indivíduo e o momento em que ele (ou ainda o fim da Guerra dos Cem Anos), sendo a fase
constitui família e começa a procriar. Para a contagem
em que o feudalismo se formou, se consolidou e
do tempo, também se utiliza a década, que
iniciou a sua decadência, dando origem ao nascimento
corresponde a um período de dez anos. Assim, quando
do capitalismo.
citamos a década dos anos 60, do século XX, estamos
nos referindo ao período que começa em 1961 e
Idade Moderna
termina em 1970. Ainda é utilizada a expressão época
para especificar o período dominado por uma grande Neste período, estudamos a transição feudo-capita-
personalidade, como a Época de Péricles, na Grécia; lista, em que as características feudais são suplantadas
de Augusto, em Roma etc. aos poucos pelo capitalismo, até este se tornar dominan-
te. Seu marco final é a eclosão da Revolução Francesa em
2. Os períodos da História 1789.
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O conhecimento da História
HISTÓRIA 3
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Exercícios Resolvidos
(UnB – MODELO ENEM – modificada) – Com o auxílio das observações de Drummond, julgue os seguintes itens, referentes ao conceito de
História e ao ofício do historiador.
I. Tendo por objeto o estudo do passado, a História parte das contingências da “vida presente” para inquirir aquilo que passou.
II. Especialmente em épocas de crise generalizada, sobressai o papel que se espera do historiador: lembrar o que os outros esqueceram.
III. O autor transmite a ideia de que o passado é continuamente reescrito, a partir de cada presente e de seus novos interesses, eliminando,
assim, a possibilidade de a História conter um caráter científico.
IV. A reconstrução do passado, exatamente como ele ocorreu, é o que fazem os historiadores, independentemente de suas convicções
ideológicas e pessoais.
Resolução
A afirmativa III está incorreta, porque a História é uma ciência que utiliza uma metodologia e critérios próprios, apesar do historiador interferir com
os seus valores e interesses na sua produção historiográfica.
A afirmativa IV está incorreta, pois é impossível reconstruir o passado, exatamente como ele ocorreu. Cabe ao historiador realizar um trabalho
investigativo de recomposição a partir dos dados existentes. Na falta desses dados, as conclusões serão sempre parciais.
4 HISTÓRIA
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Exercícios Propostos
Por ser muito ampla e abrangente, a História pode ser c) o calendário cristão foi adotado universalmente porque,
fragmentada em vários aspectos do conhecimento, ajudando a sendo solar, é mais preciso que os demais.
relação das partes com o todo. Cite três ciências auxiliares da d) a religião não foi determinante na definição dos calendários.
História e defina-as. e) o calendário cristão tornou-se dominante por sua antigui-
dade.
RESOLUÇÃO:
Economia: estudo da produção, distribuição e consumo de bens e RESOLUÇÃO:
serviços; Antropologia: estudo dos “modos de vida” dos grupos O enunciado já determina a “variedade” na contagem do tempo em
sociais e da evolução da espécie humana; Arqueologia: estudo “diversas sociedades” e destaca a importância da religião na
dos materiais remanescentes de grupos sociais extintos. formação cultural de diversos povos, exigindo-se do examinando
apenas saber que, nas relações internacionais, é atualmente
utilizado o calendário cristão.
Indique os séculos que correspondem às datas abaixo: Resposta: B
XX XVIII
1993 – século __________ 1789 – século ________
1453 – século XV
__________ 476 – século V
________ (MODELO ENEM) – O quadripartismo histórico, que divide
a história da humanidade em quatro “Idades”, é atualmente
XV
1500 – século __________ refutado pela maior parte dos estudiosos, uma vez que estes
entendem que os processos de transformação históricos são
Relacione as colunas e assinale a alternativa correta:
muito mais complexos e não podem ser resumidos em apenas
um ano. Afirmar que a Idade Média termina em 1453 é partir do
A) Nascimento de Cristo
princípio de que apenas a Europa passou por mudanças
B) Hégira
relevantes nesse ano, ignorando qualquer outra civilização
C) Criação do mundo
presente em todos os outros continentes. Em outras palavras,
D) Proclamação da Convenção em 1792 (Vindimário)
esta divisão perpetua a visão eurocêntrica construída desde os
Descobrimentos até o início do século XX.
( ) Marca o início do calendário muçulmano.
( ) Marca o início do calendário judeu.
Com base no texto, assinale a alternativa correta
( ) Marca o início do calendário cristão.
a) a divisão da História em “Idades” desrespeita as sociedades
( ) Início do calendário revolucionário francês.
africanas e asiáticas, porém considera a América, uma vez
a) D, C, A e B. b) A, D, B e C. c) B, A, C e D.
que ela já havia sido “descoberta” pelos europeus na época
d) B, C, A e D. e) C, D, A e B.
que tal divisão foi feita.
RESOLUÇÃO: b) as “Idades” históricas valorizam a sociedade europeia, pois
A marcação do tempo difere de uma cultura para outra e obede- em outros continentes não havia a presença de sociedades
ce a critérios religiosos ou políticos. evoluídas o suficiente para possuírem escrita.
Resposta: D c) tal divisão histórica foi feita num momento em que a Europa
se considerava o centro das decisões tomadas no mundo
Os quatro calendários apresentados abaixo mos- (século XIX) e, portanto, enfatiza suas mudanças como as
tram a variedade na contagem do tempo em mais importantes inclusive para as outras sociedades.
diversas sociedades. d) quando o quadripartismo foi criado, nenhuma sociedade,
além da europeia, possuía força militar suficiente para se
impor ao “velho mundo” e questionar tal visão.
e) A divisão em “Idades”, apesar de não ser a ideal, é a
melhor maneira de se estudar História, pois a visão
europeia foi sempre a mais justa, uma vez que eles eram o
único povo com capacidade tecnológica e alcance mundial
para tal tarefa.
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Palavras-chave:
Neolítico: referente ao período da pedra nova, também chamado de Idade da Pedra Polida (18 000 a 5 000 a. C.).
Sedentarização: ato de sedentarizar-se, isto é, ter habitação fixa.
6 HISTÓRIA
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grau de parentesco que possuía com os membros do pois surgiu a técnica da fundição do estanho, que
grupo, começando a estruturar-se o conceito de família. permitiu a obtenção do bronze, resultado da liga desses
A característica marcante desse período é a presença dois minérios. Por volta de 3000 a. C., o bronze era pro-
de monumentos megalíticos, grandes blocos de pedra, duzido no Egito e na Mesopotâmia, estendendo-se sua
que possuíam um caráter funerário, pois os mortos eram utilização, a partir daí, para algumas regiões da Europa.
enterrados junto a eles, geralmente com seus pertences. O conhecimento da metalurgia do ferro é posterior ao
Esses monumentos são representados pelos: do cobre, tendo início apenas por volta de 1500 a. C., na
menires, simples pedras fincadas no chão; dolmens, Ásia Menor. Sua difusão, porém, foi mais lenta, em
compostos de duas pedras fincadas verticalmente no virtude da dificuldade de extração e da necessidade de
chão sobre as quais repousa uma terceira, horizon- uma temperatura de fundição muito alta. Desta forma, o
talmente; cromlechs, formados por pedras dispostas em cobre continuou predominando. No entanto, a resistência
fileiras em torno de um dólmen. do ferro para a fabricação de armamentos contribuiu para
a supremacia dos povos que souberam utilizá-lo com esta
finalidade.
As pequenas comunidades primitivas transforma-
ram-se em cidades grandes e povoadas, dando origem a
uma Revolução Urbana. Nesses novos centros, a eco-
nomia primitiva foi substituída por uma agricultura
intensiva, permitindo a produção de excedentes, além
do desenvolvimento do artesanato, da manufatura e do
comércio. Os homens passaram a utilizar a força de
tração animal e dos ventos, a usar o carro de rodas e o
barco a vela. A nova economia que se estabeleceu pas-
sou a exigir processos de contagem e padrões de me-
A evolução do homem. Da esquerda para a direita: Australopithecus,
Homo habilis, Homo erectus, Homo sapienses neanderthalensis e dida e deu origem à escrita.
Homo sapiens sapiens. A apropriação dos excedentes agrícolas e artesanais
apenas por alguns membros das comunidades gerou as
3. A Idade dos Metais diferenciações sociais. Para manter seu domínio sobre a
Aos poucos, o conhecimento técnico do homem propriedade e sua posição social, alguns indivíduos
estendeu-se à fundição de metais, sendo abandonados passaram a organizar o poder político, com a finalidade de
progressivamente os instrumentos de pedra. O primeiro arbitrar os antagonismos sociais, o que culminou no
metal a ser fundido foi o cobre, por ser pouco duro; de- aparecimento do Estado.
Sociedade comunitária.
Paleolítico Esboço de organização social.
Coup de poing (machado manual sem cabo).
Inferior Nascimento da instituição familiar.
Coup de poing aperfeiçoado e lascas.
(500 000 a. C. a Domínio do fogo.
Início do emprego de ossos na confecção de objetos.
30 000 a. C.) Rudimentos de linguagem.
Indícios de rituais funerários. Primeiras práticas de magia.
HISTÓRIA 7
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Exercícios Resolvidos
(UFPel – MODELO ENEM) – Leia os dois Os textos analisam Segundo a explicação mais
textos e responda à questão . a) o final do Período Neolítico e se posicionam difundida sobre o povoamento
de forma convergente quanto ao papel da América, grupos asiáticos teriam chegado a
Texto 1 revolucionário desempenhado pela agricul- esse continente pelo Estreito de Bering, há 18
“Em todo o mundo, a leste e a oeste, as tura e pela domesticação dos animais. mil anos. A partir dessa região, localizada no
populações começaram a trocar a dependência b) o início do Período Neolítico e divergem entre extremo noroeste do continente americano,
às hordas de grandes animais, muitas das si a respeito da existência da Revolução esses grupos e seus descendentes teriam
quais em rápido declínio, pela exploração de Neolítica, pois enquanto um indica uma migrado, pouco a pouco, para outras áreas,
animais menores e de plantas. [...] Onde as transformação radical, o outro destaca a chegando até a porção sul do continente.
condições fossem particularmente adequadas simultaneidade da caça, coleta e agricultura. Entretanto, por meio de estudos arqueológicos
[...], as peças do quebra-cabeça da domes- c) o início do Paleolítico Inferior e são realizados no Parque Nacional da Serra da
ticação se acomodaram e os coletores trans- contraditórios entre si, no que se relaciona Capivara (Piauí), foram descobertos vestígios da
formaram-se em agricultores.” aos efeitos da agricultura, dentre eles a presença humana que teriam até 50 mil anos de
sedentarização humana. idade.
(Alfred W. Crosby. Imperialismo ecológico. Validadas, as provas materiais encontradas
d) o final do Paleolítico Superior, no momento
São Paulo: Companhia das Letras, 1993.) pelos arqueólogos no Piauí
em que ocorreu a Revolução Agrícola,
a) comprovam que grupos de origem africana
ambos afirmando que a caça e a coleta
Texto 2 cruzaram o Oceano Atlântico até o Piauí há
foram suprimidas pela agricultura.
“Os historiadores acostumaram-se a 18 mil anos.
e) a Transição Mesolítica, e concordam que,
separar a coleta e a agricultura como se b) confirmam que o homem surgiu
com o cultivo das plantas e a criação de ani-
fossem duas etapas da evolução humana primeiramente na América do Norte e,
mais, ocorreu a suspensão das atividades
bastante diferentes e a supor que a passagem depois, povoou os outros continentes.
de caça e coleta, provocando a Revolução
de uma à outra tivesse sido uma mudança c) contestam a teoria de que o homem
Neolítica.
repentina e revolucionária. Hoje, contudo, americano surgiu primeiro na América do
Resolução Sul e, depois, cruzou o Estreito de Bering.
admite-se que essa transição aconteceu de
A explicação dada no primeiro texto apresenta d) confirmam que grupos de origem asiática
maneira gradual e combinada. Da etapa em
uma visão cartesiana da evolução humana, cruzaram o Estreito de Bering há 18 mil anos.
que o homem era inteiramente um caçador
enquanto o segundo texto demonstra que e) contestam a teoria de que o povoamento
coletor passou-se para outra em que começava
houve uma simultaneidade das atividades. da América teria iniciado há 18 mil anos.
a executar atividades de cultivo de plantas
Entretanto, cabe lembrar que, admitindo-se Resolução
silvestres [...] e de manipulação dos animais
uma evolução no desenvolvimento técnico e Os estudos arqueológicos no Parque Nacional
[...]. Mas tudo isso era feito como uma
social da espécie, ela não ocorreu da Serra da Capivara (PI) apontam para uma
atividade complementar da coleta e da caça.”
uniformemente em todos os agrupamentos origem do homem americano muito mais
(Cláudio Vicentino. História para o ensino médio: humanos espalhados pelo planeta Terra. remota (50 mil anos) do que a teoria da “ponte
história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, Resposta: B de gelo” no Estreito de Bering (18 mil anos).
2005.) Resposta: E
Exercícios Propostos
RESOLUÇÃO:
Porque estabelece um critério dado pelos ocidentais sem consi-
derar outros aspectos relevantes das culturas.
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Palavras-chave:
• Impérios
Mesopotâmia
3 • Teocráticos
• Crescente fértil
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A religião na Mesopotâmia
Os sumérios dedicavam aos seus deuses templos,
oferendas, alimentos e sacrifícios, só que os deuses
sumerianos eram basicamente antropomórficos (seme-
lhantes à forma humana). A incapacidade em explicar os
fenômenos da natureza conduziu-os à criação de muitos
deuses, entre eles: Shamash, o Sol; Ishtar, Vênus;
Marduc, o deus principal. Esses deuses confundiam-se
com os astros do firmamento. Os sumérios buscavam a
origem do mundo na religião, desenvolvendo uma série
de lendas.
Os mesopotâmicos adotaram uma religião politeísta,
em que não lhes era acenada a vida além-túmulo, nem
havia quaisquer preocupações éticas. As orações visa-
vam à obtenção de favores dos deuses e os templos
funcionavam até mesmo como bancos, emprestando di-
nheiro a juros; serviam ainda como depósitos de cereais.
Era costume que todas as mulheres, uma vez na vida,
deveriam se prostituir com um estrangeiro e entregar o
Estela babilônica, na qual Hamurábi aparece recebendo do deus dinheiro para a manutenção do templo. O clero era
Shamash as leis que compuseram o seu famoso código, em destaque poderoso e interferia no poder político. Apoiando-se na
a escrita cuneiforme.
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crença da predestinação e do destino, lançaram os famo- morreu e chegou ao mundo subterrâneo, a vida se dete-
sos horóscopos, que combinavam leituras astronômicas ve na Terra e as plantas secaram. “Aquele que fazia nas-
com uma interpretação mística. cer os brotos sobre a Terra já não vive. O rei da força ter-
No Império Babilônico, região essencialmente agrí- restre já não existe.” Assim chorava a deusa Ishtar pelo
cola, acreditava-se no deus da fertilidade, representado seu falecido esposo. Com grande esforço, Ishtar atraves-
por Tamuz. O mito dessa divindade é semelhante ao sou os sete pórticos do mundo subterrâneo e devolveu
mito egípcio de Osíris. Contava-se que, quando Tamuz Tamuz à Terra. Quando regressou, toda a natureza reviveu.
3. Cronologia
IV milênio a. C.: ocupação da Mesopotâmia por povos originários da Armênia.
2800 a 2500 a. C.: chegada dos semitas à Mesopotâmia.
2500 a. C.: surgimento da primeira dinastia histórica, em Ur.
2800 a 2000 a. C.: predomínio dos sumérios e acádios.
2000 a. C.: destruição de Ur pelos elamitas.
1800 a 1600 a. C.: Primeiro Império Babilônico.
1728 a 1686 a. C.: reinado de Hamurábi na Babilônia.
Século XVI a. C.: invasão dos hititas e cassitas.
1875 a 1375 a. C.: Antigo Império Assírio.
1375 a 1047 a. C.: Médio Império Assírio.
883 a 612 a. C.: Novo Império Assírio.
745 a 728 a. C.: reinado de Teglat-falasar III.
668 a 626 a. C.: reinado de Assurbanipal.
612 a. C.: tomada de Nínive pelos medos.
612 a 539 a. C.: Segundo Império Babilônico.
605 a 563 a. C.: reinado de Nabucodonosor.
539 a. C.: conquista da Babilônia por Ciro II.
331 a. C.: conquista da Babilônia por Alexandre Magno.
O Código de Hamurábi
Encontram-se as leis de Hamurábi gravadas em um enorme bloco de pedra negra ou coluna monolítica de
2,25m de altura.
Eis alguns artigos do Código: “Se um homem negligenciar a fortificação do
seu dique, se ocorrer uma brecha e o cantão inundar-se, o homem será
condenado a restituir o trigo destruído por sua falta. Se não puder restituí-lo,
será vendido assim como os seus bens, e as pessoas do cantão de onde a
água arrebatou o trigo repartirão entre si o produto da venda. Se um homem
der a um jardineiro um campo para ser transformado em pomar, se o jardineiro
plantar o pomar e dele cuidar durante quatro anos, no quinto ano o pomar será
repartido igualmente entre o proprietário e o jardineiro; o proprietário poderá
escolher a sua parte. Se um homem alugar um boi ou um asno, e se nos
campos o leão matar o gado, é o proprietário do gado quem sofrerá a perda.
Estelas com escrita cuneiforme. Se um homem bater em seu pai, terá as mãos cortadas. Se um homem furar
o olho de um homem livre, ser-lhe-á furado um olho. Se um médico tratar da
ferida grave de outro homem, com punção de bronze, e se ele morrer, terá as mãos decepadas. Se um arquiteto
construir para um outro uma casa e não a fizer bastante sólida, se a casa cair, matando o dono, esse arquiteto é
passível de morte. Se for o filho do dono da casa quem morrer, o filho do arquiteto será também morto.”
(J. Isaac; A. Alba. Oriente e Grécia. São Paulo: Mestre Jou. p. 77.)
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Exercícios Resolvidos
(UFSM – MODELO ENEM) – “(...) E a situação sempre mais ou (UFRS – MODELO ENEM) – O mapa a seguir apresenta a região
menos / Sempre uns com mais e outros com menos / A cidade não da Mesopotâmia.
para, a cidade só cresce / O de cima sobe e o de baixo desce / (...)”
Este trecho da música do pernambucano Chico Science (1966-
1997) e grupo Nação Zumbi nos remete à vida em cidades, processo
que passou a ser significativo na História, a partir do 4.° milênio a. C., na
Mesopotâmia.
Exercícios Propostos
Explique o que era o Modo de Produção Asiático. Discorra sobre o “Crescente Fértil” e as “civilizações
hidráulicas”.
RESOLUÇÃO:
Modo de produção em que as terras eram propriedade do Estado, RESOLUÇÃO:
mas o trabalho agrícola era realizado pelos camponeses comuni- Região de extrema fertilidade, compreendida entre os vales dos
tariamente. Rios Tigre, Eufrates e Jordão. O aproveitamento das águas dos
rios promoveu o desenvolvimento agrícola e a dependência do
homem em relação a eles.
HISTÓRIA 13
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(MODELO ENEM) – Leia este trecho do Código de Hamurábi: “Sexto rei sumério (governante entre os
séculos XVIII e XVII a.C.) e nascido em Babel,
“Se um arquiteto construir para um outro uma casa e não a
‘Khammu-rabi’ (pronúncia em babilônio) foi fundador do I
fizer bastante sólida, se a casa cair, matando o dono, esse
Império Babilônico (correspondente ao atual Iraque), unificando
arquiteto é passível de morte. Se for o filho o dono da casa
amplamente o mundo mesopotâmico, unindo os semitas e os
quem morrer, o filho do arquiteto será também morto.”
sumérios e levando a Babilônia ao máximo esplendor. O nome
Levando-se em consideração o modo de organização da de Hamurabi permanece indissociavelmente ligado ao código
sociedade babilônica e a lei de Talião, conhecida pela frase jurídico tido como o mais remoto já descoberto: o Código de
“olho por olho, dente por dente”, este código: Hamurabi. O legislador babilônico consolidou a tradição
a) não possuiu importância histórica, uma vez que não inspirou jurídica, harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a
outros códigos jurídicos futuros. todos os súditos.”
b) deve ser valorizado por sua importância histórica, ainda que
(Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br.
possua uma noção jurídica primitiva se trazida para a
Acesso em: 12 fev. 2013. Adaptado.)
atualidade.
c) despreza as relações sociais, servindo de parâmetro apenas
Nesse contexto de organização da vida social, as leis contidas
para as primeiras civilizações do Crescente Fértil.
no Código citado tinham o sentido de
d) preservava os princípios de equidade, igualando juridi-
a) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres.
camente pessoas pertencentes a diferentes estamentos.
b) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição.
e) ate hoje inspira atitudes de grupos extremistas que,
c) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros de guerra.
legitimados pelo Estado, utilizam isso como forma de
d) promover distribuição de terras aos desempregados
resolver questões de criminalidade urbana.
urbanos.
RESOLUÇÃO: e) conferir prerrogativas políticas aos descendentes de
O Código de Hamurabi foi o primeiro código de leis escritas da estrangeiros.
História, servindo de base para as civilizações subsequentes.
Porém, foi feito com base na sociedade estamental babilônica, RESOLUÇÃO:
onde prevaleciam privilégios a determinados setores sociais, além O Código de Hamurabi estabeleceu o princípio da reciprocidade,
de, se trazido para a atualidade, ferir os Direitos Humanos. no caso de o autor e a vítima pertencerem ao mesmo estamento.
Resposta: B Esse princípio é semelhante à Lei de Talião romana e à norma
bíblica do “olho por olho, dente por dente”.
Seu objetivo central era garantir regras para a comunidade,
controlando as relações sociais com duras punições aos
transgressores
Resposta: B
(MODELO ENEM) – Considere as afirmações sobre a
Mesopotâmia e assinale verdadeiro (V) ou falso (F).
(0) Compreendia a região entre os Rios Tigre e Eufrates.
(1) O poder político nas cidades era exercido pelos
comerciantes marítimos.
(2) Os acádios, sob a chefia de Sargão, assimilaram a cultura
suméria.
(3) No Primeiro Império Babilônico, sobressaiu o rei Hamurábi
na religião.
(4) A guerra, como elemento econômico, deu aos assírios uma
característica belicosa e violenta.
(5) Nabucodonosor destacou-se no Segundo Império Babilôni-
co, construindo os Jardins Suspensos.
(6) Os zigurates expressavam sua preocupação religiosa e
científica.
(7) As cheias cíclicas dos rios impulsionaram as técnicas de
irrigação.
RESOLUÇÃO:
O item 1 é falso porque o poder era exercido pelo patesi (rei e
sacerdote). Essa característica pertence aos fenícios.
O item 3 é falso porque Hamurábi notabilizou-se pela criação do
primeiro conjunto de leis escritas.
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Palavras-chave:
• Teocracia • Império
Egito
4 •Estamentos
• Cheias
Paleolítico: referente ao período da pedra antiga (Pré-História), que antecede ao Neolítico, também chamado de Idade da Pedra Lascada.
Glaciário: relativo a gelo ou geleira; referente ao período geológico da Pré-História que corresponde à fase do Paleolítico Inferior
(500 000 a 30 000 a. C.).
Nomos: espécie de clã, que se constituiu na primeira unidade econômica, social e política dos egípcios.
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16 HISTÓRIA
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Escriba: funcionário real; pessoa que tinha instrução, permitindo-lhe o acesso à complicada escrita egípcia.
Charrua: arado grande, de ferro, utilizado para alargar o sulco da terra.
Ourivesaria: oficina onde se trabalha o ouro, com trabalhadores denominados ourives.
HISTÓRIA 17
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5. Cronologia
IV milênio a. C.: formação dos nomos no Egito.
3200 a. C.: unificação do Alto e Baixo Egito por Menés, dando início ao Antigo Império.
2850 a 2052 a. C.: Antigo Império.
2650 a 2190 a. C.: época da construção das grandes pirâmides (Quéops, Quéfren e Miquerinos).
2400 a. C.: ascensão dos nomarcas ao poder.
2052 a 1570 a. C.: Médio Império.
1800 a. C.: chegada dos hebreus ao Egito.
1650 a. C.: invasão do Egito pelos hicsos.
1580 a. C.: expulsão dos hicsos e início do Novo Império.
1377 a 1358 a. C.: introdução do culto a Áton por Amenófis IV.
1320 a. C.: início do reinado dos faraós da dinastia de Ramsés II.
663 a. C.: curto período de recuperação.
525 a. C.: derrota de Psamético III em Pelusa por Cambises; o Egito torna-se uma província persa.
332 a. C.: invasão do Egito por Alexandre Magno.
30 a. C.: início do domínio romano.
1798 d. C.: descoberta da Pedra de Roseta.
1822 d. C.: decifração dos hieróglifos por Champollion.
18 HISTÓRIA
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Exercícios Resolvidos
(MODELO ENEM) – Entre os tesouros encontrados no túmulo de Analise a charge e o texto a seguir e responda à questão .
Tutancamon (faraó que reinou entre 1332 e 1322 a. C.), acha-se este
baixo-relevo em ouro representando uma cena da vida privada da
família real: a esposa do faraó esfregando óleo perfumado no corpo do
marido (a seguir). Dos artesãos e trabalhadores em geral que
produziram o túmulo e suas riquezas, não se acharam vestígios.
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Exercícios Propostos
b) Qual o motivo dessa revolução religiosa no Novo Império? Nessa passagem, Heródoto critica a explicação de alguns
gregos para os fenômenos do rio Nilo. De acordo com o texto,
RESOLUÇÃO: julgue as afirmativas abaixo.
Diminuir a influência dos sacerdotes na vida política, substituindo
I. Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de
o culto politeísta pelo monoteísmo de Áton.
que suas águas são impedidas de correr para o mar pela
força dos ventos do noroeste.
II. O argumento embasado na influência dos ventos do
noroeste nas cheias do Nilo sustenta-se no fato de que,
quando os ventos param, o rio Nilo não sobe.
Coloque falso (F) ou verdadeiro (V) nas assertivas sobre a III. A explicação de alguns gregos para as cheias do Nilo
baseava-se no fato de que fenômeno igual ocorria com rios
civilização egípcia.
de menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos.
(0) As cheias cíclicas do Rio Nilo influenciavam a vida social.
É correto apenas o que se afirma em
(1) A organização política dissolveu-se por meio dos nomos.
a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III.
(2) Antigo, Médio e Novo Império correspondem à sua
evolução política. RESOLUÇÃO:
(3) As pirâmides de Gizé são exemplos do poder teocrático. Interpretação do texto, no qual Heródoto (considerado o “Pai da
(4) O faraó Menés unificou o Egito por volta de 3 200 a. C. História”) cita uma explicação da época para as cheias do Nilo, e
depois a destrói, com argumentos baseados na observação dos
(5) Amenófis IV revolucionou a religião tradicional, ao substituir
fatos.
o culto politeísta pelo monoteísmo. Resposta: A
(6) A religião era animista e antropozoomórfica.
(7) Os hebreus e os hicsos não tiveram relações com o Egito.
RESOLUÇÃO:
O item 1 é falso porque a primeira forma de organização política
ocorreu por meio dos nomos.
O item 7 é falso porque os hebreus viveram durante algum tempo
como escravos no Egito; os hicsos invadiram o Egito e se tornaram
seus governantes.
20 HISTÓRIA
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O Egito é visitado anualmente por milhões de (FATEC) – No século V a.C., Heródoto, historiador grego,
turistas de todos os quadrantes do planeta, afirmou que “O Egito é uma dádiva do Nilo”.
desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a principal
poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, razão de se atribuir ao rio Nilo uma importância tão grande para
as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos o desenvolvimento do Egito Antigo.
construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em a) Nos períodos de cheias, as águas desse rio feritilizavam as
atração turística era, no passado, interpretado de forma muito margens, o que possibilitou a agricultura.
diferente, pois b) Os faraós construíram barragens para obter eletricidade,
a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós aumentando a produção de itens de exportação.
tinham para escravizar grandes contingentes populacionais c) A navegação pelo grande rio permitiu que os egípcios
que trabalhavam nesses monumentos. conquistassem o sul da Europa, formando um grande
b) representava para as populações do Alto Egito a império.
possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos d) Das margens do rio se retirava o barro om que eram fa-
canteiros faraônicos. bricados os tijolos utilizados na construção das grandes
c) significava a solução para os problemas econômicos, uma pirâmides.
vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, e) Atravessando a África de norte a sul, o Nilo possibilitou a
construindo templos. integração cultural e econômica da área entre o Saara e o
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, deserto da Namíbia.
obrigando os desocupados a trabalharem em obras
públicas, que engrandeceram o próprio Egito. RESOLUÇÃO:
A função fertilizadora desempenhada pelas cheias do Nilo
e) significava um peso para a população egípcia, que
permitiu o desenvolvimento de uma brilhante civilização, baseada
condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças sobretudo na produção agrícola, fazendo do Egito um marco
e superstições. civilizatório na história da Antiguidade.
Resposta: A
RESOLUÇÃO:
O Antigo Egito constituía uma monarquia teocrática, na qual a
servidão coletiva era a forma de trabalho dominante (modo de
produção asiático). Dentro dessa estrutura, o faraó dispunha do
poder necessário para mobilizar compulsoriamente grandes
contingentes de trabalhadores, destinando-os à construção de
obras monumentais, voltadas para a glorificação do soberano e
das divindades às quais ele estava associado.
Resposta: A
HISTÓRIA 21
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Palavras-chave:
• Comércio Marítimo
Fenícia e Israel
5 • Escrita fonética
• Cedro • Êxodo
1. As disposições geográficas
Economia
Com exceção do fundo dos vales, onde a água pode
ser aproveitada pela agricultura, tudo o mais são planícies
secas, nas quais os pastores
apascentavam o gado, ou encos-
tas de montanhas onde crescia,
O Vale do Jordão ou a “Terra Prometida”. em abundância, o cedro, madeira
ideal para a navegação.
2. Fenícios
Localização
Uma estreita faixa de terra, representada hoje pela
República do Líbano, estende-se por aproximadamente
200 quilômetros, com menos da metade de largura,
comprimida do lado leste pelos contrafortes das
montanhas do Líbano e, a oeste, pelo Mar Mediterrâneo.
22 HISTÓRIA
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HISTÓRIA 23
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As tribos do norte foram conquistadas pelo Império Em 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU)
Assírio, levadas para o cativeiro e misturadas a outros pôs fim ao longo período de dispersão, fundando o
povos. Por isso, ficaram conhecidas como as “dez tribos moderno Estado de Israel.
perdidas de Israel”.
Mais tarde, as duas tribos do sul caíram no domínio
Religião
do Segundo Império Babilônico. Jerusalém foi destruída, Durante todas as vicissitudes da história hebraica, a
e a população de Judá também foi levada para o cativeiro religião foi o elo entre todos os judeus e assegurou a
na Mesopotâmia, de onde saiu somente quando os sobrevivência da nação de Israel, por meio do
persas derrotaram os babilônios e autorizaram o retorno monoteísmo. Iavé ou Jeová é a denominação que foi
dos judeus a Canaã. dada a Deus, embora os hebreus o chamassem Adonai
Restauraram o reino e passaram ainda pelo domínio (Senhor) ou Adonai Elohim (o Senhor do Alto).
macedônio e romano. Durante o domínio romano, a A religião foi estruturada por Moisés, que divulgou o
província da Judeia foi uma das mais rebeldes do Império Decálogo (Dez Mandamentos) e escreveu o Pentateuco
por causa de uma série de insurgentes religiosos e da (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento). Foi
recusa em aceitar o culto ao deus-imperador. adotada uma série de práticas religiosas, como a guarda
Em 70 d. C., Jerusalém foi destruída pelo general do sábado, a frequência à sinagoga, a circuncisão etc.
Tito Flávio e sua população dispersa pelo mundo –
Diáspora judaica.
5. Cronologia
1500 a. C.: chegada dos hebreus a Israel.
1250 a. C.: êxodo dos hebreus, conduzido por Moisés.
1010 a. C.: proclamação de Saul como o primeiro rei
dos hebreus.
1006 a 966 a. C.: reinado de Davi.
966 a 926 a. C.: reinado de Salomão.
926 a. C.: divisão de Israel em dois reinos: Israel e Judá.
722 a. C.: conquista de Israel pelos assírios.
587 a. C.: conquista e destruição de Jerusalém por
Nabucodonosor.
586 a 538 a. C.: cativeiro dos hebreus na Babilônia e
início da Diáspora.
332 a. C.: conquista de Israel por Alexandre Magno.
63 a. C.: anexação de Israel ao Império Romano por
Pompeu.
70 d. C.: conquista e destruição de Jerusalém pelo
imperador romano Tito.
133 d. C.: expulsão dos judeus de Jerusalém: segunda
Moisés Quebrando a tábua da Lei. Rembrandt. 1659. Diáspora.
24 HISTÓRIA
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Quando este estava suficientemente A obra de Davi e Salomão O cisma político que sobreveio após
espesso e purificado, mergulhava-se nele Davi escolheu para capital de todo o reinado de Salomão, anulando a obra
a peça que devia receber o tinto e que, Israel a cidade de Jerusalém, que unificadora da monarquia, desdobrou-se
depois de bem embebida, era exposta ao conquistara aos jebuseus e que, sem em cisma religioso. Embora israelitas e
sol. Resultava daí que as cores obtidas pertencer nem a Judá nem às tribos judeus sentissem formar, a igual título, o
não podiam ser alteradas por efeito dos setentrionais, parecia simbolizar a união e povo de Yahweh, embora aspirassem a
raios solares. a igualdade entre o Sul e o Norte. Esse recompor uma única nação e produzis-
A utilização da tinta amplo raciocínio político tinha ainda um sem compilações de tradições estreita-
aspecto religioso. O rei mandou trans- mente comparáveis (compilação iaveísta
Assim se tingiam principalmente a lã
portar para lá a Arca da Aliança, que, ao e compilação eloísta, respectivamente do
fina da ovelha, os finíssimos tecidos
fixar, por assim dizer, a presença efetiva Sul e do Norte), não tardou a se manifes-
egípcios que os gregos chamavam
de Deus na montanha de Sião, acres- tar um distanciamento na religião dos dois
“byssos” e, nos últimos tempos, a seda.
centava ao brilho da capital histórica o reinos politicamente inimigos.
Segundo as manipulações, a escolha das
espécies dos moluscos, a maior ou me- prestígio e a santidade de metrópole do
(Paul Garelli; V. Nikiprowetzky.
nor espessura e a redução mais ou iaveísmo. Salomão levou a termo a obra O Oriente Próximo Asiático – Impérios
menos lenta do líquido, os preparativos e empreendida pelo pai, construindo o Mesopotâmicos – Israel. São Paulo: Pioneira,
Templo para abrigar a Arca. Foi precisa- 1982. p. 162.)
a repetição das imersões, assim se obti-
nham os mais variados matizes de cor. A mente a presença da Arca o que
púrpura de Tiro tinha uma cor vermelho- conferiu ao Templo uma preemi-
violácea, semelhante à do sangue coalha- nência de fato sobre os demais
do, que era a mais apreciada e se cha- santuários do iaveísmo, aos quais,
mava “púrpura real”; o tinto dos molus- na origem, não se destinava a
cos das costas gregas era mais violáceo; substituir. A ideia de que Deus
o de Tarento, mais vermelho; e o dos residia em Jerusalém como em
moluscos do Atlântico, mais escuro. sua morada de predileção
sobreviveu ao desaparecimento
Como o tinto em púrpura era muito
da Arca e do Templo, e o
caro por causa da pequena quantidade que
sentimento de que a santidade se
dava cada animal, e porque não havia outro
irradiava de Sião, como de um
processo de conseguir tintos insensíveis
foco central, para Israel inteiro
aos raios solares, o uso das vestes de púr-
associou-se em definitivo à
pura tornou-se próprio da dignidade real.
fisionomia moral da cidade con-
(M. Torres Ferrandis. Maquete do Templo de Salomão.
sagrada.
História Geral da Cultura. p. 126.)
Exercícios Resolvidos
Leia o texto para responder à questão . III. No século XX, após a Segunda Guerra (UEL – MODELO ENEM) – “ ... essen-
Mundial, com a criação do Estado de Israel cialmente mercadores, exportavam pescado,
“Subitamente, entreabria-se o quadro pela ONU, os judeus voltaram a se reunir vinhos, ouro e prata, armas, praticavam a
sonoro para irromper o coro das lamentações. em um território. pirataria, e desenvolviam um intenso comércio
Acabavam no ar, lucíolas extintas, os derra- IV. O dilúvio, narrado no Antigo Testamento, de escravos no Mediterrâneo...”
deiros sons da harpa de David; perdia-se em provavelmente foi inspirado em um relato
ecos a derradeira antístrofe de Salomão; [...]. muito mais antigo, conhecido pelos O texto refere-se a características que
Clamavam as imprecações do dilúvio, os sumérios. identificam, na Antiguidade Oriental, os
desesperos de Gomorra; flamejava no V. A construção do Templo de Jerusalém por a) fenícios. b) hebreus. c) caldeus.
firmamento a espada do anjo de Senaqueribe; Salomão foi um marco na centralização d) egípcios. e) persas.
dialogavam em concerto tétrico as súplicas do política dos hebreus durante o período
Egito, os gemidos de Babilônia, as pedras monárquico. Resolução
condenadas de Jerusalém.” É correto o que se afirma apenas em Os fenícios habitavam uma faixa aproximada
(Raul Pompeia. O Ateneu. São Paulo: Ática, a) I e II. b) I, II e III. c) II, III e IV. de 200 Km, entre o Mar Mediterrâneo e as
1990. p. 37.) d) I, II e III. e) III, IV e V. montanhas, onde atualmente existe o Líbano.
Resolução A falta de um rio caudaloso (que facilitasse a
(MODELO ENEM) – Leia as afirmativas A afirmativa I está incorreta, porque a religião é agricultura), o extenso litoral e a abundância de
abaixo: a base da identidade judaica. madeira foram fatores que impeliram os
I. A religião dos hebreus não teve nenhuma A afirmativa II está errada, porque o primeiro fenícios à prática do comércio marítimo.
importância na construção da identidade patriarca foi Abraão, que recebeu dos caldeus, Resposta: A
daquele povo. em Canaã, o nome de hebreu (aquele que veio
II. David foi considerado o primeiro patriarca de um lugar próximo do Rio Ur, na Suméria).
hebreu. Resposta: E
HISTÓRIA 25
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Exercícios Propostos
RESOLUÇÃO:
A partir do desenvolvimento mercantil, surgiu a necessidade de
se criar um sistema de escrita, a fim de facilitar sua organização
comercial.
RESOLUÇÃO:
O Muro das Lamentações, localizado em Jerusalém, é parte da
antiga estrutura do Templo de Herodes, que foi destruído em 70
d.C pelos romanos. Neste mesmo ano, teve início a Diáspora do
povo hebreu, quando estes se dispersaram por toda a Europa e,
posteriormente, pelo mundo. Após a criação do Estado de Israel,
em 1948, o fato da estrutura do Muro ter sobrevivido aos últimos
2 mil anos de história, fez com que ele passasse a ser visto como
símbolo da resistência do povo hebreu frente todas as
adversidades, além de representar a memória viva dos feitos
passados.
Resposta: A
(MODELO ENEM)
26 HISTÓRIA
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Levando-se em consideração a localização geográfica da Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas assertivas sobre os
civilização fenícia, é possível dizer que: hebreus.
a) graças à sua posição litorânea, o comércio marítimo teve
grande desenvolvimento, além da organização politica em (0) O documento principal para o estudo de sua história é a
cidades-Estado fundadas e lideradas pelos próprios Bíblia (Antigo Testamento).
comerciantes. (1) Escavações arqueológicas recentes fizeram importantes
b) se tornou um dos maiores impérios da antiguidade, descobertas que confirmam os relatos bíblicos.
expandindo suas posses até o Oceano Atlântico através da (2) O simbolismo da linguagem bíblica facilita sua interpre-
comercialização do cedro. tação.
c) se organizava entorno de cidades-Estado autônomas e sua (3) Sua origem é a cidade de Ur, de onde foram conduzidos por
principal atividade era o comércio com outras civilizações do Abraão.
Crescente Fértil, como a Babilônia e a Pérsia (4) Sua evolução política foi caracterizada pela presença de
d) possuía boas relações com todas as civilizações ao longo do patriarcas, juízes e reis.
Mediterrâneo, nunca se envolveu em qualquer conflito e (5) O reinado de Salomão foi um período de esplendor.
funcionava como uma nação conciliadora através do (6) O monoteísmo é um traço marcante de sua religião, sendo
comércio provavelmente uma influência egípcia.
e) possuía poderosas cidades-Estado ao longo de todo o litoral (7) Os profetas foram peças importantes na sua religião,
do Oriente Médio e monopolizava o comércio mundial, reforçando as tradições e pregando a vinda de um Messias.
porém foi derrotada em diversos conflitos marítimos que
RESOLUÇÃO:
surgiam devido ao seu imperialismo.
O item 2 é falso porque o simbolismo dificulta sua interpretação,
pois tem um caráter atemporal, ou seja, seu significado varia
RESOLUÇÃO: conforme a época da interpretação.
O mapa mostra como a posição geográfica dos fenícios foi
determinante para seu desenvolvimento comercial e a
estruturação política através de cidades-Estado.
Resposta: A (UFRN – MODELO ENEM) – Entre os hebreus da Antigui-
dade, os profetas eram considerados mensageiros de Deus,
lembrando ao povo as demandas da justiça e da Lei dadas por
Javé. Isaías, um dos profetas dessa época, em nome de Javé
proclamou:
“Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo,
até que não haja mais lugar, e ficam como únicos moradores
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) sobre a civilização no meio da terra!” (Isaías 5:8)
fenícia: “Ai dos que decretam leis injustas; dos que escrevem leis
(0) Era uma faixa estreita de terra com cerca de 200 de opressão, para negarem justiça aos pobres, para arreba-
quilômetros, situada entre o mar e as montanhas. tarem o direito aos aflitos do meu povo, a fim de despojarem
(1) Era de origem semita e ali foram fundadas diversas cidades as viúvas e roubarem os órfãos! “(Isaías 10:1-2)
como Ugarit, Arad, Biblos, Sidon e Tiro.
(2) Sua economia era essencialmente mercantil, praticada Esses pronunciamentos do profeta Isaías estão ligados a uma
principalmente por meio da navegação marítima. época da história hebraica em que ocorre
(3) Era contrária à prática da colonização e do comércio de a) a saída dos hebreus do Egito, sob o comando de Moisés, e
escravos. o estabelecimento em Canaã, conquistando as terras dos
(4) A política era monopolizada pelas oligarquias mercantis. povos que ali habitavam.
(5) Os sacrifícios humanos faziam parte dos rituais religiosos. b) a imigração para o Egito, quando os hebreus receberam
(6) Os fenícios eram excelentes artesãos em cerâmica, vidro, terras férteis no delta do Rio Nilo, por influência de José,
joias e tecidos. que exercia ali o cargo de governador.
(7) Cartago tornou-se sua principal colônia no Mediterrâneo. c) a formação de uma aristocracia, que enriquecera com o co-
(8) A unificação não se concretizou em razão do caráter político mércio e com a apropriação das terras dos camponeses
das cidades-Estado. endividados.
d) a conquista de Jerusalém por Nabucodonosor, quando os
RESOLUÇÃO: judeus foram despojados de suas terras e deportados para
O item 3 é falso porque uma das suas mercadorias eram justamente a Babilônia.
os escravos, e os fenícios criaram colônias pelo Mediterrâneo, como a e) a diáspora, quando os hebreus foram conquistado pelos
cidade de Cartago.
romanos e se espalharam pelo mundo.
RESOLUÇÃO:
Como profeta do Reino de Judá, Isaías previu a destruição de
Jerusalém pelos babilônios e o desterro do seu povo. Esse
episódio é conhecido como o ”cativeiro babilônico”.
Resposta: D
HISTÓRIA 27
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Palavras-chave:
• Medos e Persas
Pérsia
6 • Satrápias • Dárico
• Expansão
2. Política
A unificação política do planalto iraniano foi obra de
Ciro, rei da Pérsia, que logrou anexar o Reino da Média
(555 a. C.). Em seguida, Ciro derrotou Creso, rei da Lídia, Ruínas do palácio
e conquistou o Segundo Império Babilônico, permitindo de Dario, em
Persépolis.
que os hebreus retornassem a Israel. Procurou instaurar
uma certa unidade econômica em seu império e tratou
Dario envolveu-se em uma disputa pela hegemo-
os povos submetidos com benevolência, deixando-os
nia comercial no Mediterrâneo e, apoiado por seus alia-
com seus próprios costumes, língua e tradição. Foi visto
dos fenícios, deu início às Guerras Médicas contra os
como um libertador do jugo dos caldeus.
gregos, sendo derrotado na Batalha de Maratona, em
490 a. C.
Começou, então, a derrocada do Império Persa.
No reinado de Xerxes, filho de Dario, foi realizada uma
nova investida contra a Grécia. Os persas foram
derrotados pelos atenienses na Batalha de Salamina.
Ao mesmo tempo, tiveram de enfrentar várias revoltas
de povos cujos territórios haviam conquistado.
O fim da independência política dos persas veio
com a derrota e morte de Dario lII, em consequência
O túmulo de Ciro, o da investida dos gregos e macedônios comandados
fundador do Império Persa. por Alexandre Magno.
28 HISTÓRIA
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Exercícios Resolvidos
(MODELO ENEM) – “Os persas são des- b) o nome “Irã” não possui relação alguma ‘Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos
cendentes de povos que habitavam o planalto com o passado. céus, me deu todos os reinos da terra e me en-
iraniano há mais de 3 mil anos. Os termos Pérsia c) a língua é um elemento fundamental na carregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém,
identificação de um povo. que está em Judá; quem entre vós é de todo o
e persa foram adotados por todos os idiomas
d) a história grega ignora a existência dos ira- seu povo, que suba, e o Senhor, seu Deus, seja
ocidentais por meio dos gregos, e vêm sendo
nianos. com ele.’ “
usados para se referir oficialmente ao Irã e seus
Resolução (II livro de Crônicas 36:22, 23)
habitantes desde 1935. Não só os iranianos
Os elementos que identificam uma nacio-
como também diversos outros povos são Pela leitura do texto, podemos concluir que
nalidade são a língua, a cultura (hábitos, costu-
descritos como persas pelo fato de eles terem a) a história dos persas não possui ligação
mes e crenças), o passado (história) e a
abraçado a língua e a cultura persa. O nome alguma com a dos hebreus.
ocupação de um espaço (geografia). b) ele ignora a relação entre religião e política.
‘Pérsia’ foi o nome ‘oficial’ do Irã no Ocidente
Resposta: C c) a história de alguns povos tem influência da
antes de 1935, porém os próprios persas se
referiam ao país desde o período sassânida de outros.
(226-651 d. C.) como ‘Irã’.”
(MODELO ENEM) – “Porém, no primeiro d) o tempo é contado de forma idêntica por
ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse todos os povos.
(Texto adaptado de http://pt.wikipedia. a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, Resolução
org/wiki/Persas, consulta em 7 de agosto de 2009.) despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Não existem culturas puras, pois todos os po-
Pérsia, o qual fez passar pregão (divulgar de vos têm relação (de uma maneira ou de outra)
A partir da leitura do texto, podemos afirmar que com outros povos e culturas, influenciando-se
forma cantada ou gritada) por todo o seu reino,
a) historicamente os persas têm uma origem mutuamente.
como também por escrito, dizendo:
indefinida. Resposta: C
HISTÓRIA 29
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Exercícios Propostos
Qual a importância de Dario I na organização política da Coloque falso (F) ou verdadeiro (\/) nas assertivas sobre os
Pérsia? persas.
(0) Ciro unificou medos e persas, anexando a Lídia e toda a
RESOLUÇÃO: Mesopotâmia.
Dario I dividiu o Império em satrápias, governadas pelos sátrapas e (1) Os dáricos representavam a principal força militar.
fiscalizadas pelos “olhos e ouvidos do rei”, além de construir uma
rede de estradas que facilitaram a integração do vasto Império.
(2) Dario I criou um sistema administrativo baseado nas satrápias.
(3) Zaratustra ou Zoroastro revolucionou a religião persa.
(4) O dualismo religioso de Ahura-Mazda (o Bem) e Ahriman (o
Mal) dava uma dimensão transcendental à religião persa.
(5) A ideia de céu-inferno é originária dos hebreus, sendo
copiada pelos persas.
(6) Pasárgada, Persépolis e Susa foram grandes cidades
persas.
Ao conquistar as regiões do Oriente, o Império Persa (7) O Zend-Avesta foi extraído das concepções religiosas da
avançou para o Ocidente, confrontando-se com uma civilização Mesopotâmia e do Egito.
em notável estágio de desenvolvimento.
RESOLUÇÃO:
A que povo estamos nos referindo e como foram chamadas
O item 1 é falso porque o Dárico era a moeda dos persas.
essas guerras?
O item 5 é falso porque, na verdade, foi o inverso.
O item 7 é falso porque foi criação original dos persas.
RESOLUÇÃO:
Aos gregos. Guerras Médicas ou Pérsicas.
(MODELO ENEM) – No esquema a seguir, os algarismos I, II, III e IV correspondem às civilizações da Antiguidade.
Assinale a alternativa que denomina corretamente as civilizações indicadas, respectivamente, por I, II, III e IV.
a) Fenícia, Hebraica, Egípcia e Persa. b) Egípcia, Fenícia, Persa e Hebraica. c) Persa, Fenícia, Hebraica e Egípcia.
d) Egípcia, Persa, Fenícia e Hebraica. e) Hebraica, Egípcia, Fenícia e Persa.
RESOLUÇÃO:
O quadro apresenta um pequeno resumo das primeiras civilizações.
Resposta: B
30 HISTÓRIA
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Palavras-chave:
Grécia: Períodos • Diáspora • Genos
1. Períodos históricos
Costuma-se dividir a história da Grécia Antiga em
quatro períodos:
• Pré-Homérico – século XX a XII a. C.
• Homérico – século XII a VIII a. C.
• Arcaico – século VIII a VI a. C.
• Clássico – século VI a IV a. C.
HISTÓRIA 31
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A expansão micênica continuou pelo Mar Egeu em Os bens de produção (terras, sementes, instrumentos)
direção ao Mar Negro, culminando com a destruição de e o trabalho eram coletivos, sendo a produção distribuída
Troia, conforme a descrição feita pela Ilíada. Homero atri- igualmente entre todos os familiares.
buiu como responsável pela Guerra de Troia o rapto de He- Em razão da inexistência de diferenças econômicas,
lena, esposa de Menelau (rei de Esparta), por um príncipe predominava a igualdade social. As únicas diferenças
troiano. Na realidade, a destruição de Troia foi a continuação eram tradicionais, pois os parentes se hierarquizavam
de um capítulo que se iniciara com a tomada de Cnossos.
em função de sua proximidade com o pater familias, cujo
poder político se devia ao fato de ser ele o responsável
pelo culto dos antepassados, que era realizado todos os
dias, antes das refeições comuns. Entre suas respon-
sabilidades estavam o controle da justiça costumeira (as
leis eram orais) e o comando do exército do genos.
No final do período homérico, as comunidades gen-
tílicas começaram a se transformar. As famílias cresciam,
mas a produção agrícola não acompanhava o mesmo
Reconstituição ritmo. Faltavam terras férteis e as técnicas de produção
do Palácio de
Cnossos, Creta.
eram rudimentares. Em vista disso, o genos desintegrou-se
e seus membros resolveram partilhar as terras coletivas.
No auge da expansão micênica, a Grécia sofreu a Os parentes mais próximos do pater familias foram bene-
invasão dos dórios, também arianos, mas de nível cultu- ficiados com as melhores terras, passando a ser chamados
ral bem inferior. As cidades micênicas foram destruídas, eupátridas (bem-nascidos); os parentes mais afastados
o que provocou a Primeira Diáspora Grega. herdaram as terras menos férteis da periferia, sendo cha-
Os aqueus, eólios e jônios dispersaram-se em mados georgoi (agricultores); muitos outros, porém, fi-
direção ao litoral da Ásia Menor, ilhas do Mar Egeu e caram sem terras, o que lhes valeu a denominação thetas
regiões isoladas do interior da Grécia. Nesse processo, (marginais).
foram fundadas diversas colônias gregas. Os eupátridas herdaram a tradição do pater familias,
monopolizando o poder político e constituindo uma
aristocracia de base fundiária. Esses aristocratas se a-
grupavam em fratrias. Um grupo de fratrias, por sua
vez, formava uma tribo.
A reunião de várias tribos deu origem a pequenos
Estados locais, a pólis ou cidade-Estado. Por volta do
século VIII a. C., surgiram na Grécia cerca de 160 cidades
independentes. Cada uma delas possuía um templo cons-
truído em sua parte mais alta: a acrópole. Primitivamente,
Ruínas de Tirinto, destruída pela invasão dórica. a pólis era governada por um basileus (rei), cujo poder era
limitado pelos eupátridas. Em geral, quando os reis
No interior da Grécia, a população passou a viver
tentaram maior controle sobre o poder, foram depostos e
isoladamente, em comunidades familiares conhecidas
substituídos por Arcontes, magistrados indicados pelo
como genos. Esse fato assinalou o fim do Período
Conselho dos Aristocratas e renovados anualmente.
Pré-Homérico e o início do Homérico, assim chamado
porque só pode ser entendido a partir da Ilíada e da Durante a época arcaica (século VIII a VI a. C.), entre
Odisseia, poemas cuja autoria é atribuída a Homero. as numerosas cidades-Estado surgidas no final do
período homérico, ganharam importância Esparta e
Atenas, em razão da influência exercida sobre as demais
4. Período Homérico cidades e do profundo antagonismo existente entre elas.
O genos constituía a primitiva unidade econômica, Ao mesmo tempo, os gregos iniciaram uma
social, política e religiosa dos gregos. Toda a família vivia expansão que culminou com a colonização das principais
sob a autoridade do pater familias que, ao morrer, era áreas da Bacia do Mediterrâneo. Esse processo é
sucedido pelo primogênito, e assim sucessivamente. conhecido como segunda diáspora e foi motivado por
Era um grupo consanguíneo, e a solidariedade entre várias razões: o crescimento populacional, a escassez de
seus membros era muito grande. Os casamentos eram alimentos e terras cultiváveis, o ideal de aventura, o
feitos dentro da própria família. Por isso, o genos espírito de navegação e o próprio interesse das principais
agrupava uma população relativamente numerosa. cidades em manter colônias em outras regiões.
Genos (pronuncia-se “guenos”): espécie de família muito grande; um
Primogênito: o filho mais velho; o que foi gerado antes dos outros.
tipo de clã.
Fratria: irmandade; reunião de eupátridas originários de vários gene.
Pater familias: chefe de família, cujo poder era transmitido ao primogênito.
32 HISTÓRIA
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5. Cronologia
2000 a 1700 a. C.: chegada dos aqueus, jônios e eólios à Península Balcânica.
1400 a 1200 a. C.: predomínio de Micenas.
1150 a. C.: destruição de Micenas.
Século XII a. C.: formação do genos.
Século X a IX a. C.: colonização da Ásia Menor.
Século IX a. C.: surgimento da Ilíada, atribuída a Homero.
Século VIII a. C.: surgimento da Odisseia, desintegração do sistema gentílico e início da Segunda Diáspora Grega.
ILÍADA E ODISSEIA
Os dois livros são tradicionalmente atribuídos ao poeta Homero. Porém, pela diversidade de estilos e pelo tempo
abrangido nestas obras, acredita-se que sejam resultado de uma compilação feita por uma escola literária.
Ilíada: relata a história da destruição de Ilion (Troia) por causa do rapto da esposa do rei Menelau por um príncipe
troiano. A cidade foi invadida em razão da oferta de uma estátua gigantesca em forma de cavalo, que
internamente estava cheia de guerreiros. O Cavalo de Troia deu origem à expressão “presente de grego”, que
significa, segundo o dicionário Houaiss, “uma dádiva ou oferta que traz prejuízo ou aborrecimento a quem a
recebe”. Descreve ainda a fúria do guerreiro Aquiles e sua destreza nas armas.
Odisseia: retrata a história de Odisseus (Ulisses) em suas viagens e seus feitos, após o término da Guerra de Troia.
Exercícios Resolvidos
(MODELO ENEM) b) Tarento, Síbaris e Crotona, no sul da Itália, II. a busca de recursos minerais e o desen-
denominada “Magna Grécia”. volvimento de novas técnicas náuticas.
c) Siracusa, na Sicília, e Marselha, na Gália III. a escassez de terras cultiváveis e um
(França). crescimento populacional significativo.
d) Bizâncio (hoje Istambul), no Mar Negro.
e) Damasco, hoje capital da Síria, de que Analise as afirmativas e assinale se a alterna-
foram os fundadores. tiva correta for:
Resolução a) I, apenas.
A cidade de Damasco foi provavelmente b) II, apenas.
fundada por povos de origem semita. c) III, apenas.
Os gregos, quando decidiam partir, organi- Resposta: E d) I e II, apenas.
zavam-se em grupos ao redor de um chefe. e) II e III, apenas.
Consultavam os deuses, principalmente o (MODELO ENEM) – “A partir do século Resolução
oráculo de Delfos, e embarcavam, levando o VIII a. C., as cidades-Estado gregas conhece- A afirmativa I está incorreta, porque a guerra con-
fogo sagrado simbolizando a mãe-pátria. ram um rápido processo de consolidação de tra Troia (século XII a. C.) ocorreu no Período
Exploraram as costas do Mediterrâneo e do suas estruturas internas, e, dadas as condições Pré-Homérico.
Mar Negro, onde fundaram várias colônias ou locais, iniciaram o estabelecimento de domínios A afirmativa II está incorreta, porque a Segunda
cidades. As mais notáveis foram, exceto: territoriais em várias regiões do Mediterrâneo.” Diáspora Grega foi provocada pela disputa por
a) Mileto, na Ásia Menor, grande centro terras férteis. Aqueles que não conseguiram
mercantil, de onde a colonização se Os fatores determinantes para o estabeleci- dominá-las tiveram que partir à procura de
irradiou, dando origem a dezenas de outras mento dessas áreas coloniais foram novos locais para se estabelecer.
colônias. I. a derrota para os troianos, seguida de um Resposta: C
acentuado declínio econômico.
HISTÓRIA 33
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Exercícios Propostos
Quais foram as consequências da invasão dórica para a No genos da Grécia, não existiam diferenças econômicas
Grécia Antiga, no final do Período Pré-Homérico? e sociais. Entretanto, havia um elemento diferenciador entre
seus membros. Estamos referindo-nos
RESOLUÇÃO: a) à existência da propriedade privada.
A destruição das antigas cidades gregas, como Micenas,
b) à utilização do trabalho escravo como uma prática comum
provocando a fuga das populações para outras regiões da Grécia
e para o exterior. na organização da sociedade.
c) às relações de parentesco com o pater familias, líder do
genos, o que dava aos seus filhos uma posição mais
destacada na comunidade.
d) ao caráter democrático-cidadão da sociedade gentílica.
e) à predominância da mulher na organização política, em
razão do caráter matriarcal da sociedade.
Quais os principais documentos para o estudo do Período
Homérico, na Grécia Antiga? RESOLUÇÃO:
Como o Pater Familias tinha o poder maior, seus próximos goza-
vam de vantagens e privilégios.
RESOLUÇÃO:
Resposta: C
A Ilíada e a Odisseia, poemas épicos atribuídos ao poeta Homero.
34 HISTÓRIA
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Palavras-chave:
• Dórios • Licurgo
Esparta
8 • Militarismo
• Laconismo
Grécia Antiga
HISTÓRIA 35
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A educação espartana
Quando uma criança nascia, o pai não submetia-os a um regulamento e a um nus a maior parte do tempo. Tais eram
tinha direito de criá-la: devia levá-la a um regime comunitário para acostumá-los a seus hábitos. Quando completavam doze
lugar chamado lesche. Lá assentavam-se brincar e trabalhar juntos. Na chefia, a tropa anos, não usavam mais camisa.
os Anciãos da tribo. Eles examinavam o punha aquele cuja inteligência sobressaía Só recebiam um agasalho por ano.
bebê. Se o achavam bem encorpado e e que se batia com mais arrojo. Este era Negligenciavam o asseio, não conheciam
robusto, eles o deixavam. Se era mal- seguido com os olhos, suas ordens eram mais banhos nem fricções, a não ser em
nascido e defeituoso, jogavam-no no que ouvidas e punia sem contestação. Assim raros dias do ano, quando tinham direito a
se chama os Apotetos, um abismo ao pé sendo, a educação era um aprendizado da
essas “boas maneiras”. Dormiam juntos,
do Taigeto. Julgavam que era melhor, para obediência. Os anciãos vigiavam os jogos
agrupados em patrulhas e tropas, sobre
ele mesmo e para a cidade, não deixar das crianças. Não perdiam uma ocasião
catres que eles próprios fabricavam com
viver um ente que, desde o nascimento, para suscitar entre eles brigas e
não estava destinado a ser forte e juncos que crescem às margens do
rivalidades. Tinham assim meios de
saudável (...). Eurotas e que quebravam sem faca, com
escutar em cada um as disposições
as mãos. No inverno, colocavam nos seus
naturais para a audácia e a intrepidez na
A entrega dos filhos a Licurgo catres o que se chama de lycophones.
luta. Ensinavam a ler e escrever apenas o
Os filhos dos espartanos não tinham, Parece que essas plantas têm poder
estritamente necessário. O resto da edu-
por domésticos, escravos ou assalaria- calorífico.
cação visava acostumá-los à obediência,
dos. Licurgo proibira-o. Ninguém tinha torná-los duros à adversidade e fazê-los
permissão para criar e educar o filho a seu vencer no combate. Do mesmo modo, O adolescente
gosto. Quando os meninos completavam quando cresciam, eles recebiam um Nessa idade, encontravam amantes
sete anos, ele próprio os tomava sob sua treinamento mais severo: raspavam a entre jovens de boa família. Então, crescia
direção, arregimentava-os em tropas, cabeça, andavam descalços, brincavam ainda mais o zelo dos anciãos: assistiam
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aos seus exercícios, olhavam-nos lutar ou tação é escassa. Obrigam-nos a defender- condensadas numa fórmula breve e
brincar entre si. Não negligenciavam nada, se por si mesmos contra as restrições e concisa. A resposta descabida trazia uma
considerando-se, de certa forma, todos para recorrer à audácia e à destreza (...). punição. O autor era mordido no polegar
todos, pais, mestres e chefes. Não davam As crianças pelo irene. Frequentemente, os anciãos e
oportunidade nem refúgio ao culpado para os magistrados estavam presentes para
As crianças tomam tanto cuidado em
escapar à reprovação ou ao castigo. No ver o irene punir as crianças e mostrar se
não ser apanhadas quando roubam, que
entanto, era também escolhido um o fazia devidamente e como convinha.
uma delas, conforme se conta, depois de
paidonomo entre as pessoas considera- Não impediam que ele as castigasse.
roubar uma raposa que tinha enrolado no
das e, para chefiá-la, cada tropa escolhia o Mas, após a partida das crianças, ele
seu agasalho, se deixou arrancar o ventre
mais sério e o mais combativo dos que se devia explicar se fora demasiado severo
pela fera que lhe cravou os dentes e as
chamam irenes. Chamam-se irenes aque- no castigo ou, ao contrário, se fora indul-
garras. Para não ser descoberta, resistiu
les que saíram há um ano da categoria gente e brando demais.
até a morte. Essa história não é de estra-
dos paides, e millirenes os mais velhos dos nhar se se consideram os efebos atuais. (Plutarco, Vidas Paralelas – A Vida de Licurgo)
paides. Este irene, que tem vinte anos, co- Muitos, no altar de Ortia, deixam-se chi-
manda seus subordinados nos exercícios cotear até morrer. Eu pude vê-los. Após a
militares e, no quartel, encarrega-os das refeição, o irene, ainda na mesa, mandava
tarefas domésticas, nas refeições. Manda uma das crianças cantar, à outra fazia uma
os mais fortes trazerem lenha e, os meno- pergunta cuja resposta exigia reflexão,
res, legumes. Para tanto, eles devem roubar. por exemplo: “Qual é o melhor cidadão?”
Uns penetram nos jardins, outros nos ou “Qual é o mérito da conduta deste ou
alojamentos dos homens, e devem usar daquele?” Assim, eles eram treinados
muita destreza e precaução: quem for para apreciar o valor e interessar-se pela
apanhado, é chicoteado sob pretexto de vida da cidade desde a meninice.
que não passa de um ladrão preguiçoso e Se a criança a que se perguntava
inábil. Eles roubam toda a comida possível quem era um bom cidadão ou quem era
e adquirem prática para ludibriar quem indigno de estima não sabia responder,
dorme ou os guardas preguiçosos. Aque- via-se aí indício de uma alma lerda e pou-
le que for apanhado, está sujeito a chico- co ciosa do valor. Além disso, a resposta
Coluna dórica.
tadas e jejum. Com efeito, sua alimen- devia conter sua razão e sua justificativa,
Exercícios Resolvidos
(MODELO ENEM) – Utilize a leitura do texto A transcrição anterior refere-se aos cida- c) uma minoria social – os hilotas – detinha o
para responder às questões e . dãos que habitavam usufruto das terras agrícolas e recebia uma
a) Atenas. b) Creta. c) Esparta. educação destinada a formar bons
“Representando pequeno número em d) Chipre. e) Roma. soldados.
relação às outras classes, eles estavam cons- Resolução d) o grupo menos numeroso da sociedade
tantemente preparados para enfrentar quaisquer Fundada pelos dórios, a cidade de Esparta valori- detinha os privilégios sociopolíticos e
revoltas, daí a total dedicação à arte militar. A zava o militarismo, pois a conquista da planície integrava o exército da cidade-Estado dos
agricultura, o comércio e o artesanato eram da Messênia gerou um grande contingente de 20 aos 60 anos.
considerados indignos para o (...), que desde escravos. Com o propósito de assegurar o seu e) os periecos, descendentes dos primitivos
cedo se dedicava às armas. Aos sete anos domínio, os espartanos dedicavam-se às artes habitantes, controlavam todos os órgãos do
deixava a família, sendo educado pelo Estado bélicas, formando-se soldados por excelência. poder e deveriam procriar filhos para
que procurava fazer dele um bom guerreiro, Resposta: C fortalecer as fileiras dos exércitos.
ensinando-lhe a lutar, a manejar armas e a Resolução
suportar as fadigas e a dor. Sua educação Quanto ao caráter dessa estrutura, po- Os escravos (hilotas) compunham a maior
intelectual era bastante simples (...). Aos vinte de-se afirmar que parte dos habitantes da cidade. Para controlar a
anos o (...) entrava para o serviço militar, que só a) uma intensa permeabilidade social possi- escravaria, os filhos de espartanos recebiam
deixaria aos sessenta, passando a viver no bilitava até servos e escravos chegarem à uma educação militar e lacônica a fim de se
acampamento, treinando constantemente para condição de cidadãos. tornarem soldados. A subjugação da maioria
as coisas da guerra (...). Apesar de ser obrigatório b) a educação visava ao desenvolvimento era a primordial condição para obter os direitos
o casamento após os trinta anos, sua função era físico e à destreza, indispensáveis ao solda- concedidos pela pólis.
simplesmente a de fornecer mais soldados para do, e estendia-se a todas as categorias Resposta: D
o Estado.” sociais.
HISTÓRIA 37
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Exercícios Propostos
No Período Arcaico, o mundo grego passou por diversas Sobre Esparta, é válido afirmar que
transformações. Quais foram essas transformações em Esparta? I. a organização político-social era dividida em espartíatas (os
cidadãos), periecos e hilotas (ambos sem direitos políticos).
RESOLUÇÃO: II. os gerontes, velhos com mais de 60 anos, comandavam a
Em virtude do grande número de escravos provenientes das
conquistas, Esparta criou uma legislação própria atribuída a
política, assessorados por uma Diarquia, pelos éforos e pelo
Licurgo. Por essa razão, a cidade isolou-se e passou a adotar a Exército.
força para manter o status quo, isto é, a supremacia dos III. a Assembleia (Ápela) tinha a mera função de votar as
espartíatas sobre as populações dominadas. questões, sendo-lhe proibido discuti-las.
38 HISTÓRIA
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Palavras-chave:
9 sociais • Sólon
• Censitário
Arconte: magistrado, primeiramente com poder de legislar e, depois de Sólon, mero executor das leis.
Censitário: relativo à participação do cidadão na política proporcional à sua situação econômica.
HISTÓRIA 39
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Exercícios Resolvidos
(UEL – MODELO ENEM) – “Com a nova divisão da sociedade, Sobre esse texto, é correto afirmar que seu autor,
qualquer cidadão poderia participar das decisões do poder. Apenas os a) o dramaturgo Sólon, reproduz um famoso discurso de Péricles, o
escravos e os metecos (estrangeiros) não participavam das decisões grande estadista e fundador da democracia ateniense.
políticas, pois não tinham direito de cidadania.” b) o demagogo Sólon, recorre à eloquência e à retórica para enganar
Ao texto pode-se associar as massas e assim obter seu apoio para alcançar o poder.
a) Drácon e a expansão colonial em direção ao Mediterrâneo. c) o tirano Sólon, lembra como, astutamente, acabou com as lutas de
b) Sólon e a militarização da política espartana. classes em Atenas, submetendo ricos e pobres às mesmas leis.
c) Pisístrato e a helenização da Península Balcânica. d) o filósofo Sólon, evoca de maneira poética a figura do lendário
d) Péricles e a hegemonia cultural grega no Peloponeso. Drácon, estadista e criador da democracia ateniense.
e) Clístenes e a democracia escravista ateniense. e) o legislador Sólon, exprime o orgulho pelas leis, de caráter
Resolução democrático, que fez aprovar em Atenas quando governou a
Clístenes foi o legislador que criou a democracia em Atenas. Esta tinha cidade.
suas bases na escravidão e excluía a maior parte dos habitantes da Resolução
cidade. O conceito atual de democracia procura envolver o maior Com o crescimento do comércio, os mercadores buscavam participar
número possível de pessoas. das decisões políticas de Atenas, fundando o partido popular. O
Resposta: E governo era dominado pelos eupátridas (aristocratas) e resistia à
possibilidade de mudanças. Quando Sólon substituiu Drácon como
legislador, procurou inserir os comerciantes na vida política, adotando
(FUVEST – MODELO ENEM) o voto censitário.
“Ao povo dei tanto privilégio quanto lhe bastasse, nada tirando ou Resposta: E
acrescentando à sua honra; Quanto aos que tinham poder e eram
famosos por sua riqueza, também tive cuidado para que não
sofressem nenhum dano... e não permiti que nenhum dos dois lados
triunfasse injustamente.”
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Exercícios Propostos
“[...] O território de Atenas, outrora escravo, dizia ele, é (MODELO ENEM) – “... Nesse período, o governo era
agora livre; os cidadãos que tinham sido adjudicados aos monopolizado pelos eupátridas. O regime – monárquico e
credores, uns foram trazidos dos países estrangeiros para hereditário – era encabeçado pelo basileus, chefe de guerra,
onde os tinham vendido e onde vaguearam durante tanto juiz e sacerdote, cujo poder era limitado por um conselho de
tempo que nem já compreendiam a língua ática; outros, aristocratas, o Areópago.”
restituídos à liberdade no seu próprio país, onde estavam
reduzidos à mais vergonhosa escravidão.” Nesse texto, o regime de governo se refere à
a) organização política de Atenas no período clássico.
O texto refere-se às mudanças que ocorreram em Atenas b) organização política da pólis grega, segundo a descrição de
durante o período arcaico. Pergunta-se: Homero na Ilíada.
a) Qual é a essência dessa mudança contida no texto? c) estrutura política de Esparta, antes das transformações
b) Quem foi o legislador responsável por isso? sociopolíticas ocorridas entre o final do século VII e o início
do VI a.C.
RESOLUÇÃO: d) estrutura política ateniense durante o sistema comunal-
a) A proibição da escravidão por dívidas. gentílico.
b) Sólon.
e) organização política de Atenas, antes das reformas
sociopolíticas de Drácon e Sólon.
Qual a condição para ter participação política durante a
democracia ateniense? RESOLUÇÃO:
No início do Período Arcaico, Atenas era dominada pelos aristo-
cratas (bem-nascidos ou eupátridas). Drácon e Sólon fizeram
RESOLUÇÃO:
reformas, permitindo maior participação política dos comercian-
Para Clístenes, a democracia era restrita aos cidadãos: homens,
tes do partido popular.
maiores de idade, filhos de pais atenienses e livres.
Resposta: E
RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO: A pobreza não era um empecilho à participação política do
Na concepção urbanística do antigos gregos, a ágora era a praça ateniense, pois este recebia do governo uma determinada
central das pólis, na qual se reuniam os cidadãos. No caso dos quantia que possibilitava ausentar-se dos seus afazeres sem
regimes democráticos, especialmente o ateniense, era ali que a maiores prejuízos.
Eclésia (assembleia dos cidadãos) se reunia para decidir sobre os Resposta: D
assuntos de interesse público, o que configurava a prática da
democracia direta.
Resposta: C
HISTÓRIA 41
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Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação que Segundo Aristóteles, “na cidade com o me-
surge desde o nascimento da cidade na Grécia antiga: a reda- lhor conjunto de normas e naquela dotada de
ção das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que assegurar-lhes homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver
permanência e fixidez. As leis tornam-se bem comum, regra uma vida de trabalho trivial ou de negócios – esses tipos de
geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma maneira. vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades
morais –, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à
(J. P. Vernant. As origens do pensamento grego.
cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992. Adaptado.)
qualidades morais e à prática das atividades políticas”.
Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda (T. Van Acker. Grécia: A vida cotidiana na cidade-Estado.
vigente no mundo contemporâneo, buscava garantir o São Paulo: Atual, 1994.)
seguinte princípio:
a) Isonomia – igualdade de tratamento aos cidadãos. O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite
b) Transparência – acesso às informações governamentais. compreender que a cidadania
c) Tripartição – separação entre os poderes políticos estatais. a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois
d) Equiparação – igualdade de gênero na participação política. é condenável que os políticos de qualquer época fiquem
e) Elegibilidade – permissão para candidatura aos cargos entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem
públicos. de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos
RESOLUÇÃO: sociais superiores, fruto de uma concepção política
A questão se refere a organização política posta em prática pela profundamente hierarquizada da sociedade.
maioria das pólis, de acordo com o modelo ateniense. Seu princípio c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política
fundamental era igualdadade direitos políticos para todos os
cidadãos, independentemente de sua condição econômica e social,
democrática, que levava todos os habitantes da pólis a
configurando o funcionamento da democracia. No mundo contem- participarem da vida cívica.
porâneo, essa aspiração ganhou força no final do século XIX (reivin- d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o
dicação do sufrágio universal) e se consolidou na centúria seguinte, tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades
com a extensão da cidadania às mulheres. vinculadas aos tribunais.
Resposta: A
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se
dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os
problemas da cidade.
RESOLUÇÃO:
A exigência de não se ocupar com “trabalho trivial” ou negócios
indica que, na concepção de Aristóteles, a cidadania era exclusiva
de grupos sociais privilegiados, numa sociedade “profundamente
hierarquizada”.
Entretanto, essa concepção teórica não correspondia à prática
democrática de Atenas, na qual a cidadania era estendida
também aos homens livres pobres nascidos naquela cidade – o
que se aplicaria à alternativa e.
Resposta: E
42 HISTÓRIA
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Palavras-chave:
10 • Liga de Delos
• Hegemonia
1. As Guerras Médicas Dez anos depois, sob o reinado de Xerxes, que suce-
deu Dario I, os persas fizeram uma dupla ofensiva. Por
A hegemonia política de Atenas, na Grécia, começou terra, venceram os espartanos na Batalha das Termó-
com seu êxito nas Guerras Pérsicas ou Médicas. No final pilas, onde morreu Leônidas, o célebre rei de Esparta.
do século VI a. C., o Império Persa encontrava-se no Por mar, uma numerosa frota foi destruída na Batalha de
auge de sua expansão. O rei Dario I avançou com as Salamina pelos atenienses, comandados por Temís-
conquistas em direção ao Mar Negro, submetendo as tocles. Sem o apoio da esquadra, o exército persa re-
colônias gregas da Ásia Menor a uma pesada tributação. cuou para Plateia, sendo derrotado por um exército com-
A cidade de Mileto, localizada no litoral da Jônia, posto de espartanos e atenienses, liderado por
organizou uma revolta. Apesar da ajuda enviada por Pausânias.
Atenas, foi completamente destruída. Com isso, a
guerra atingiu todo o mundo grego. 2. O imperialismo ateniense
Em 477 a. C., Atenas liderou a formação de uma liga
marítima que reunia algumas cidades do continente e
das ilhas do Mar Egeu. O local escolhido como sede foi
a ilha de Delos. As cidades deveriam fazer uma contri-
buição anual em navios, soldados ou ouro. Essa liga
recebeu o nome de Confederação de Delos. Entretanto,
Esparta e as cidades do Peloponeso mantiveram-se
isoladas.
A Liga de Delos, que estava promovendo a guerra
contra os persas, acabou libertando todas as colônias
gregas da Ásia Menor. Em 448 a. C., foi assinada a Paz
de Cálias, em que os persas reconheceram a hegemonia
de Atenas no Mar Egeu, expressa no Tratado de Susa.
As alianças das cidades-Estado e as guerras de hegemonia que fragi-
lizaram o mundo grego. Com o final da guerra, Atenas transformou as
contribuições das cidades aliadas em imposto obri-
Em 490 a. C., aproveitando-se do antagonismo
gatório. Os atenienses sofreriam uma profunda crise se
existente entre as cidades-Estado, os persas invadiram a
a liga fosse dissolvida: a indústria naval seria paralisada,
Grécia. A esquadra persa desembarcou a poucos
o comércio entraria em decadência e numerosos rema-
quilômetros de Atenas, na planície de Maratona. Mesmo
dores, mercenários e artesãos ficariam sem emprego.
contando com um pequeno número de soldados, os
Por esta razão, Atenas impôs seu domínio pela força. As
atenienses venceram a Batalha de Maratona, em virtude
cidades que se revoltassem eram atacadas e destruídas.
da estratégia de seu comandante Milcíades.
Era o início da hegemonia ateniense.
Em 444 a. C., os rumos de Atenas começaram a ser
decididos por Péricles, sobrinho de Clístenes. As
realizações de seu governo foram tão extraordinárias
que o século V a. C. se tornou conhecido como Século
de Péricles, o “Século de Ouro” da Grécia.
Péricles utilizou as contribuições das cidades aliadas
para embelezar Atenas com vários templos e monu-
mentos. Desta forma, aumentou o emprego na cidade,
melhorando as condições de vida das classes populares.
Durante seu governo, foi cercado por um grande número
Péricles, líder de Atenas O templo do deus Apolo em Delfos foi de intelectuais e artistas, como o escultor Fídias, o
no “Século de Ouro” da uma oferenda dos atenienses pela vitória
Grécia. em Maratona. historiador Heródoto e o poeta Sófocles.
Delos: ilha do Mar Egeu; sede da liga que reuniu toda a Grécia contra a invasão persa, no período das Guerras Médicas.
Hegemonia: preponderância de um povo ou de uma cidade sobre outros povos ou outras cidades; supremacia.
HISTÓRIA 43
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Falanges: unidade de infantaria grega formada por 16 384 homens; corpo de tropas.
6. Cronologia
492 a.C. – O rei persa Dario I exige a submissão dos gregos.
490 a.C. – Batalha de Maratona (Primeira Guerra Médica).
480 a.C. – Batalha de Salamina (Segunda Guerra Médica).
476 a.C. – Confederação de Delos e início da Terceira Guerra Médica.
448 a.C. – Tratado de Susa, pondo fim às Guerras Médicas.
431 a.C. – Início da Guerra do Peloponeso.
404 a.C. – Vitória de Esparta na Guerra do Peloponeso.
371 a.C. – Vitória de Tebas na Batalha de Leuctras.
362 a.C. – Derrota tebana na Batalha de Mantineia.
44 HISTÓRIA
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Exercícios Resolvidos
(FUVEST – MODELO ENEM) – “Demo- chada sobre si mesma, desprezando os enfraquecimento sucessivo de cidades como
cracia e imperialismo foram duas faces da contatos com outras cidades-Estado. Atenas, Esparta e Tebas contribuiu para
mesma moeda na Atenas do século V a. C.” e) correta, se aplicada exclusivamente ao a) o domínio dos persas, liderados por Dario, a
Tal afirmativa é período das Guerras Médicas contra partir da vitória destes nas Guerras
a) correta, já que a prosperidade proporcio- Esparta e sua liga aristocrática. Médicas.
nada pelos recursos provenientes das Resolução b) a destruição das cidades-Estado gregas e o
regiões submetidas liberava, aos cidadãos A liderança sobre a Liga de Delos e a vitória consequente nascimento de um império na
atenienses, o tempo necessário a uma sobre os persas nas Guerras Médicas deram aos região, controlado pelos romanos.
maior participação na vida política. atenienses os recursos necessários para c) o domínio do território grego pelos mace-
b) falsa, pois aquelas práticas políticas eram imporem a sua hegemonia (imperialismo) sobre dônios, primeiro com Filipe II e depois com
consideradas contraditórias, tanto que fora as demais cidades gregas e um volume de ri- seu filho, Alexandre.
em nome da democracia que Atenas quezas e de escravos que proporcionou o pleno d) a diáspora grega em direção ao norte da
enfrentara o poderoso Império Persa nas desenvolvimento da democracia. Além disso, os Europa e à península itálica, onde foram
Guerras Peloponésicas. atenienses remuneravam os mais pobres a fim responsáveis pela fundação de Roma.
c) correta, pois foi o desejo de manter a de eles participarem da vida política da cidade. Resolução
Grécia unificada e de estender a Resposta: A As guerras entre as cidades-Estado gregas
levaram ao enfraquecimento da Grécia, facili-
democracia a todas suas cidades que levou
os atenienses a se oporem ao imperialismo (MODELO ENEM) – Entre os séculos V e tando a sua conquista pelos macedônios, que,
apesar de numericamente inferiores, soube-
espartano. IV a. C., as cidades-Estado da Grécia entraram
ram tirar proveito dessas rivalidades internas.
d) falsa, já que o orgulho por seu sistema polí- num processo de guerras fratricidas que
Resposta: C
tico sempre fez com que Atenas ficasse fe- levariam ao suicídio das cidades-Estado. O
Exercícios Propostos
“Tal aventura foi duplamente vergonhosa porque, dezes- ”Se, pois, para as coisas que fazemos existe
seis anos atrás, uma embaixada ateniense tinha ido a Susa com um fim que desejamos por ele mesmo e tudo
instruções para celebrar uma paz permanente com a Pérsia. O o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim
embaixador principal era Cálias, o homem mais rico de Atenas. será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o
No devido tempo, redigiu-se um tratado. Atenas reconheceu a conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se
soberania do Grande Rei sobre as cidades gregas da Ásia Me- assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas
nor. Por sua vez, o Grande Rei concordou em manter a frota gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades
persa fora do Mar Egeu etc. O tratado era muito comprido. De constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo
fato, muitas vezes pensei que foi durante a composição do pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se
texto persa que afetei para sempre a minha visão.” pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa
(Citado por Gore Vidal, Criação) natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem
Com base no texto, responda: ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve
aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas
a) A que tratado se refere o texto e em que contexto está
em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica,
inserido?
estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências
e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não
RESOLUÇÃO:
Tratado de Susa, firmado entre gregos e persas, marcando o final devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das
das Guerras Médicas. outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.”
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores.
São Paulo: Nova Gunman 1991. Adaptado.)
b) Quais as consequências desse tratado para persas e Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização
gregos? da pólis pressupõe que
a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus
RESOLUÇÃO: interesses.
Os persas reconheceram a hegemonia grega sobre o Mar Egeu, b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os
prometendo não invadir mais a Grécia e suas colônias na Ásia portadores da verdade.
Menor, o que marcou a ascensão política de Atenas e a
c) a política é a ciência que precede todas as demais na
decadência do então poderoso Império Persa.
organização da cidade.
d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para
agir corretamente.
e) a democracia protege as atividades políticas necessárias
para o bem comum.
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RESOLUÇÃO:
Aristóteles relaciona estreitamente política e moral. O fim da
O texto refere-se à falta de união entre os gregos. Este
política é produzir a felicidade humana, através da investigação
fato é geralmente explicado
das formas de governo. O texto do exercício subordina as demais a) pela presença do mar, que atraiu os gregos para a formação
ciências à política. de impérios coloniais isolados.
Resposta: C b) pelo arraigado sentimento de soberania das cidades-Estado
gregas.
c) pela existência de escravos e o consequente desprezo dos
cidadãos pelo trabalho.
(MODELO ENEM) – “Péricles, querendo que o povo que
d) pela falta de unidade religiosa e pelo culto extremado de
não se ocupava do exército tivesse também ele parte do
divindades locais.
dinheiro público, não por meio do ócio e da preguiça, mas pelo
e) pela existência de inúmeros dialetos, o que dificultava a
trabalho, propôs ao povo o empreendimento de grandes cons-
comunicação entre os povos helênicos.
truções e projetou trabalhos envolvendo várias artes e longos
períodos, para que os que permanecessem em Atenas tives- RESOLUÇÃO:
sem, não menos do que os marinheiros, sentinelas e soldados, Os gregos não possuíam uma união política, um poder centrali-
zado, embora fossem unidos culturalmente.
um pretexto para obter seu quinhão da riqueza pública.”
Resposta: B
(Plutarco, Vida de Péricles)
RESOLUÇÃO:
O texto faz menção às Guerras Médicas.
Resposta: E
46 HISTÓRIA
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Palavras-chave:
• Lendas • Rômulo e
Roma: Monarquia
11 Remo • Invasões
etruscas
Lácio: planície romana cortada pelo Rio Tibre, ocupada pelos latinos; região onde se falava o latim, idioma que deu origem à língua portuguesa.
Troia: cidade no extremo noroeste da Ásia Menor, que foi destruída pela expansão micênica por volta de 1400 a. C., numa guerra narrada por
Homero na epopeia Ilíada; em finais do século passado, o sítio arqueológico foi localizado pelo alemão Schliemann.
HISTÓRIA 47
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Em termos históricos, porém, a interpretação mais Até o advento dos reis etruscos, em 640 a. C., Roma
coerente sobre a fundação de Roma é que se tratava de era governada por soberanos que dependiam do Senado
uma pequena fortificação construída pelos italiotas, às — Conselho dos Anciãos —, órgão formado exclusiva-
margens do Rio Tibre. A finalidade era defender a região mente por patrícios. As decisões eram aprovadas pela
do Lácio das constantes incursões dos povos etruscos, Assembleia Curiata, que reunia todos os cidadãos das
que habitavam o norte. famílias aristocráticas, cuja finalidade era votar as leis e
aprovar a guerra.
Após a fundação de Roma, os latinos integraram-se
aos sabinos, que habitavam as montanhas próximas do 4. A crise da Monarquia
Lácio. A lenda do Rapto das Sabinas conta a integração
desses dois povos. O último rei de Roma, Tarquínio, o Soberbo, de
origem etrusca, aproximou-se da plebe com a finalidade
3. A organização de anular a força do Senado. Por esta razão, os patrícios
depuseram-no e implantaram a República, órgão essen-
econômica, social e política cialmente aristocrático, em 509 a. C.
Durante a fase da Monarquia, a economia de Roma As lendas, porém, atribuem a deposição do rei
era baseada na agricultura e no pastoreio. A sociedade Tarquínio, o Soberbo, a uma crise que envolveu Casta
era formada pelos patrícios, originários das antigas Lucrécia, uma jovem de família aristocrática, seduzida
famílias, que se constituíam nos grandes proprietários pelo filho do rei. Assim, a justificativa que assinalou o fim
de terra e rebanhos; clientes, homens livres, de famílias da Monarquia envolveu uma profunda questão moral,
pobres, que viviam sob a proteção dos patrícios; que orientou a conduta dos cidadãos romanos durante
plebeus, representados pelos estrangeiros, pequenos grande parte de sua história.
proprietários, artesãos e comerciantes.
Em toda a fase monárquica, as lendas falam da exis-
5. Cronologia
tência de sete reis: dois latinos, dois sabinos e os três Século VIII a. C.: ocupação do sul da Itália pelos gregos
últimos etruscos. Nessa última fase, a cidade de Roma e do norte pelos etruscos.
teve um grande desenvolvimento urbano, em decor- 753 a. C.: fundação de Roma, segundo a tradição.
rência do notável conhecimento de técnicas arquitetôni- 640 a. C.: domínio de Roma pelos etruscos.
cas dos etruscos, que exerceram uma profunda influên- 509 a. C.: expulsão de Tarquínio, o Soberbo, e fundação
cia na civilização romana. da República.
Exercícios Resolvidos
(FATEC – MODELO ENEM) – “Não é sem de suas fronteiras. (MODELO ENEM) – “Os jovens eram
razão que os deuses e os homens escolheram b) as razões pelas quais Roma teria sido favo- educados para serem fortes para a guerra. No
este lugar para a fundação da cidade: a extre- recida desde sua fundação, exemplificando Campo de Marte, perto de Roma, aprendiam a
ma salubridade dos seus outeiros; a vantagem com a impossibilidade de ataques inimigos. manejar a espada, a lançar o disco e as lanças,
de um rio capaz de trazer as colheitas do seu c) a relação harmoniosa entre o espaço físico a correr, saltar, nadar e cavalgar. Aprendiam a
interior, bem como de receber os aprovisiona- de Roma e os objetivos desta cidade, que obedecer para depois saberem mandar.”
mentos marítimos, as comodidades da vizi- se pretende expansionista, independente e
nhança do mar, sem os perigos a que as frotas segura. (Bruna R. Cantele,
estrangeiras exporiam a uma excessiva proxi- d) as diferenças entre a região do Lácio e da História Dinâmica Antiga e Medieval)
midade; uma posição central relativamente às Toscana, na Itália, apontando na primeira as
diferentes regiões da Itália, posição que condições ideais para a fundação de uma ci- Com base no texto, qual era a função da edu-
parece ter sido prevista unicamente para dade totalmente isolada das fronteiras cação romana?
favorecer a expansão da cidade. Acha-se no inimigas. a) Preparar administradores parar exercerem
seu 365 ano, e durante esse tempo o círculo e) a necessidade de Roma aproximar-se do o consulado.
dos povos estrangeiros que a rodeia nunca círculo dos povos estrangeiros, para poder b) Treinar competidores para os Jogos Olím-
deixou (...) de estar em guerra convosco; e, garantir seus aprovisionamentos e garantir picos.
todavia, não puderam vencer-nos.” a paz, em uma região de relevo muito recor- c) Formar intelectuais e filósofos.
(Tito Lívio, Adaptado.) tado e sujeita, portanto, a ataques-relâmpago. d) Adestrar guerreiros para o combate.
O autor do fragmento acima destaca Resolução Resolução
a) a privilegiada posição geográfica da cidade Tito Lívio viveu a passagem da República para Historicamente, Roma nasceu de um acam-
de Roma, situada na região do Lácio e às o Império, trabalhou para Augusto e, em sua pamento militar, para se defender das invasões
margens do Tibre, mas que, devido à proxi- obra. Desde a fundação da cidade, descreveu etruscas, resultando, então, na grande ênfase
midade com outros povos, viveu, incessan- as razões que levaram à fundação de Roma. na preparação militar de seus jovens.
temente, a falta de alimentos pelo bloqueio Resposta: C Resposta: D
48 HISTÓRIA
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Exercícios Propostos
Comente a origem lendária de Roma, contrapondo com a (MODELO ENEM) – A lenda a respeito da violação da “cas-
origem histórica. ta Lucrécia” significa:
a) Os crimes sexuais eram
RESOLUÇÃO: sempre punidos pela lei.
Roma, segundo o poeta Virgílio, foi fundada por Rômulo e Remo,
b) Muitas mudanças de siste-
tendo sido Rômulo o primeiro rei lendário da cidade. Historica-
mente, podemos dizer que Roma se originou de uma fortificação ma eram justificadas mo-
construída pelos habitantes do Lácio, para se defenderem das ralmente.
incursões etruscas. c) A promiscuidade era tole-
rada pelos romanos.
d) Homens e mulheres pos-
suíam direitos iguais.
e) Não existia preocupação
com a moralidade em
Qual a relação existente entre Tarquínio, o Soberbo, e a Roma.
queda da Monarquia romana?
RESOLUÇÃO:
A lenda da Casta Lucrécia foi narrada por Tito Lívio (59 a.C.-17)
RESOLUÇÃO: para justificar a derrubada da Monarquia e a implantação da
A deposição de Tarquínio, o Soberbo, pelos patrícios assinalou o República romana.
fim da dominação etrusca em Roma e a implantação de uma Resposta: B
República oligárquica.
HISTÓRIA 49
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Palavras-chave:
• Patrícios • Senado
Roma: República
12 • Magistraturas
• Lei das XII
Centúria: uma das divisões políticas dos romanos, formada por 100 cidadãos.
Espólios: bens conquistados como saque de guerra; bens que alguém, morrendo, deixou.
50 HISTÓRIA
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Exercícios Resolvidos
(UEL – MODELO ENEM) (PUCCAMP – MODELO ENEM) – Leia o texto sobre as insti-
I. “...os comícios eram assembleias populares encarregadas de tuições políticas da antiga República romana.
votar as leis e eleger os magistrados. Havia dois tipos de comí- “Mesmo para um cidadão romano, seria impossível dizer, com
cios: os centuriais e os tribais.” certeza, se o sistema, em seu conjunto, era aristocrático, democrático
II. “...os magistrados eram eleitos pelos comícios por um período ou monárquico. Com efeito, a quem fixar atenção no poder dos
de um ano e cada magistratura era exercida concomitantemente cônsules, a Constituição romana parecerá totalmente monárquica; a
pelos cônsules, pretores, questores e edis.” quem a fixar no Senado, parecerá aristocrática, e a quem fixar no
III. “...o senado, encarregado da elaboração das leis, era o poder de poder do povo, parecerá, claramente, democrática.”
fato (...) e se encarregava das finanças, religião e administração do
(Políbio, historiador grego do século II a. C. ln: Pedro Paulo Abreu
território e política exterior.”
Funari. Roma: Vida pública e vida privada. São Paulo: Atual, 1993. p.
21.)
Em relação à Roma antiga, os itens I, II e III referem-se
Com base no texto e no conhecimento histórico, pode-se afirmar que
a) à organização administrativa do Baixo Império.
a) as instituições romanas não sofreram influências dos gregos, uma
b) às principais instituições políticas da República.
vez que os romanos mantiveram uma política isolacionista durante
c) às características políticas do Período Monárquico.
todo o período republicano.
d) às razões da concentração do poder no Principado.
b) os romanos não inovaram na formação das instituições políticas, já
e) à fase de instauração da “pax romana” durante o Alto Império.
que imitaram o sistema político das civilizações gregas e das
Resolução
civilizações orientais.
Os três itens descrevem características da política no início da
c) a instituição do equilíbrio de poderes, presente na constituição da
República. O primeiro trata do lado “democrático” do regime; o
antiga República romana, influenciou, posteriormente, as institui-
segundo, das magistraturas, o poder executivo, antes exercido pelo rei
ções ocidentais, trazendo enorme contribuição à ciência do Direito.
e agora fragmentado em várias funções, e, finalmente, o poder
d) o equilíbrio de poderes, instituído após a queda da monarquia,
legislativo (mais importante), controlado pelos chefes das famílias
evitou totalmente conflitos entre as classes sociais durante toda a
patrícias.
República, já que permitiu a participação do povo na vida política.
Resposta: B
e) os plebeus não tinham direito de participação nas instituições
políticas romanas da República, já que eles eram estrangeiros e
não possuíam, portanto, a cidadania romana.
Resolução
O regime republicano foi estruturado em oposição à Monarquia
absolutista. Se, no sistema anterior, o poder era concentrado nas
mãos de uma só pessoa, agora estava dividido, buscando atender ao
interesse geral dos cidadãos. Cabe, contudo, lembrar que a República
era essencialmente aristocrática, como se observa nos motivos que
geraram as Revoltas da Plebe.
Resposta: C
HISTÓRIA 51
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Exercícios Propostos
Texto II
52 HISTÓRIA
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A luta entre patrícios e plebeus, desencadeada no perío- (FGV) – “A partir de então, passou-se a eleger cônsules em
do de 494 a 287 a. C., envolveu os seguintes aspectos: número de dois, ao invés de um único rei, com o propósito de
a) Os plebeus reclamavam da existência de leis orais, da proi- que, se um deles tivesse a intenção de agir mal, o outro,
bição de casamento entre classes e da escravidão por investido de igual autoridade, o coibisse.”
dívidas. (Flávio Eutrópio, Sumário da história romana, in Historiadores
b) Os plebeus empreenderam o êxodo rural, revoltando-se latinos, NOVAK, G., M e outros (orgs.), trad.,
contra os baixos salários. São Paulo, Martins Fontes, 1999, p. 259.)
c) O direito ao Tribuno da Plebe e à Lei das XII Tábuas foi a
última vitória da plebe.
d) A Lei Licínia e a Lei Canuleia permitiam o casamento entre O trecho acima refere-se ao período da história de Roma
classes e proibiam a escravidão, respectivamente. conhecido como:
e) A maior vitória da plebe foi o direito ao Comício Plebis, que a) Diarquia, instituída logo após a época imperial.
lhe assegurava o plebiscito, isto é, participar do Senado b) Democracia, organizada após a revolta dos plebeus e dos
Romano. escravos.
c) Consulado, criado para diminuir o poder dos tiranos.
RESOLUÇÃO: d) República, estabelecida pela aristocracia patrícia.
As revoltas tinham como origem o domínio dos patrícios e a e) Pax Romana, imposta pelos senadores como forma de
marginalização social e política dos plebeus.
limitar o poder dos patrícios.
Resposta: A
RESOLUÇÃO:
A República Romana, que sucedeu à Monarquia ou Realeza em
509 a.C., foi estabelecida pelo patriciado (aristocracia).
Preocupados em impedir a concentração de poderes em uma só
pessoa, os patrícios estabeleceram como magistratura máxima o
Consulado, atribuído a dois cônsules eleitos anualmente e não
reelegíveis. A igualdade de atribuições entre os dois ocupantes do
Consulado, conforme esclarece o texto, destinava-se a criar um
equilíbrio de poder entre ambos.
Resposta: D
RESOLUÇÃO:
Gabarito oficial, pois a Lei das XII Tábuas, promulgada pelo Sena-
do em 450 a.C., não tratava da cidadania; na verdade, os plebeus
já eram cidadãos antes desse evento, uma vez que participavam
das Assembleias Tributa, Curiata e Centuriata, além de elegerem
os tribunos da plebe. A cidadania foi extendida a todos os ho-
mens livres, dentro dos domínios romanos, pelo Edito de Cara-
cala, em 212 d.C.
Resposta: B
HISTÓRIA 53
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Palavras-chave:
• Cartagineses
A expansão republicana
13 • Mare Nostrum
• Expansionismo
54 HISTÓRIA
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das conquistas
O comércio interligava Roma e suas províncias em
toda a orla do Mediterrâneo, permitindo o desenvol-
vimento das atividades agrícolas. 3. Cronologia
Na própria Itália, contudo, a agricultura praticamente
395 a. C.: conquista da cidade etrusca de Veios.
desapareceu. Os campos ficaram incultos ou subocu-
pados, por causa da evasão dos camponeses plebeus, 335 a. C.: submissão dos latinos.
convocados para a guerra. 272 a. C.: conquista de Tarento, no sul da Itália.
Como consequência do desenvolvimento mercantil, 265 a. C.: anexação da Etrúria.
surgiu uma classe de comerciantes, banqueiros, 264-241 a. C.: Primeira Guerra Púnica.
arrendatários, cobradores de impostos (publicanos),
218-202 a. C.: Segunda Guerra Púnica.
denominados homens novos ou cavaleiros. Os patrícios,
dependentes da exploração fundiária, empobreceram-se, 200 a. C.: ocupação da Macedônia.
passando a depender dos cargos públicos para manter 150-146 a. C.: Terceira Guerra Púnica.
seu nível social. A plebe, marginalizada pelo aumento do 146 a. C.: submissão da Grécia.
número de escravos, passou a ser sustentada pelos 133 a. C.: domínio romano sobre a Espanha.
homens novos ou pelo Estado, que distribuía trigo e
120 a. C.: anexação do sul da Gália.
proporcionava espetáculos circenses gratuitamente: a
política de pão e circo, que tinha como meta principal a Século I a. C.: conquista da Ásia Menor, Síria, restante
alienação política da plebe romana. da Gália e Egito.
Frequentemente, os plebeus serviam como agre-
gados aos mais ricos em troca de esmolas e alimentos,
HISTÓRIA 55
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Exercícios Resolvidos
As Guerras Púnicas entre Roma e Cartago, 264 a 146 a. C., As Guerras Púnicas, conflitos entre Roma e Cartago, no século II a. C.,
tiveram entre as principais causas foram motivadas
a) a disputa pelo domínio do Mediterrâneo. a) pela disputa do controle do comércio no Mar Negro e posse das
b) a crise do governo de Caio Otávio. colônias gregas.
c) o fim da Monarquia. b) pelo controle das regiões da Trácia e Macedônia e o monopólio do
d) a invasão de Roma pelos cartagineses. comércio no Mediterrâneo.
e) a necessidade de controle do leste da Europa. c) pelo domínio da Sicília e pelo controle do comércio no Mar
Resposta: A Mediterrâneo.
d) pela divisão do Império Romano entre os generais romanos e a
(MACKENZIE – MODELO ENEM – MODIFICADA) – Os romanos submissão de Siracusa a Cartago.
davam aos fenícios o nome de "puni". Cartago, antiga colônia fenícia, e) pelo conflito entre o mundo romano em expansão e o mundo
teve que enfrentar Roma numa série de guerras que duraram, com bárbaro persa.
longos intervalos de trégua, mais de um século (264-146 a. C.). A co- Resolução
lônia fenícia de Cartago, localizada onde hoje se encontra a cidade de O texto se refere às Guerras Púnicas, motivadas pelo controle do
Túnis, ao norte da África, havia se desenvolvido consideravelmente, a Mediterrâneo ocidental e iniciadas pelo ataque romano à Ilha da Sicília.
ponto de se constituir em poderosa rival dos interesses romanos no Resposta: C
Mediterrâneo. Por mais de um século, os romanos lutaram para des-
truir Cartago, acabando por arrasá-la (146 a. C.).
Exercícios Propostos
56 HISTÓRIA
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(PUCCAMP-MODELO ENEM) – “Um filme do meu tempo d) à absoluta desqualificação dos escravos para trabalhos mais
de jovem: Spartacus, com Kirk Douglas. Roma já não era, sofisticados e à violência em seu tratamento, indepen-
àquela época, um centro imperial de globalização? Escravos do dentemente das questões étnicas.
mundo, uni-vos! — conclamaria algum Marx daqueles tempos, e) ao aspecto étnico presente em todas as formas de escra-
convocação que viria a ecoar também em nosso Palmares, vidão, pois o escravo era, na Antiguidade greco-romana,
tantos séculos depois. Não deixo de me lembrar que, em como no mundo modemo, considerado uma raça inferior.
nossos dias, multidões de expatriados em marcha, buscando RESOLUÇÃO:
sobreviver, continuam a refazer o itinerário dos vencidos.” Na Antiguidade Clássica, a escravidão se estendia às mais diver-
sas atividades produtivas, o que resultava em um melhor
(Cândido de Castro, Visões do multimundo.)
tratamento para os escravos mais especializados. Já a escravidão
moderna, que persistiu até o século XIX, destinava a mão de obra
A história de Spartacus representa, na Roma Antiga, a luta dos escrava à execução de trabalhos, sobretudo, braçais.
a) escravos contra o sistema de opressão estabelecido princi- Resposta: B
palmente a partir da expansão romana.
b) camponeses, que defendiam a aprovação de uma reforma
agrária nas terras conquistadas pelos romanos.
c) patrícios, que reivindicavam a manutenção dos privilégios
políticos que tinham no Senado Romano.
d) cartagineses, que não aceitavam o saque e a pilhagem das
sua terras pelo exército romano.
e) plebeus, que exigiam do Estado cargos públicos e salários
justos em troca de fidelidade política.
“Com efeito, até a destruição de Cartago, o
RESOLUÇÃO: povo e o Senado romano governavam a
A expansão republicana pelo Mediterrâneo acarretou a sujeição República em harmonia e sem paixão, e não havia entre os
de diversos povos. A revolta comandada pelo grego Spartacus,
cidadãos luta por glória ou dominação; o medo do inimigo
por volta do ano 70 a. C., contra a escravidão, acabou sendo mas-
sacrada pelo exército romano comandado pelo triúnviro Crasso. mantinha a cidade no cumprimento do dever. Mas, assim que
Este personagem foi transformado num símbolo de luta contra a o medo desapareceu dos espíritos, introduziram-se os males
opressão. pelos quais a prosperidade tem predileção, isto é, a
Resposta: A libertinagem e o orgulho.”
(SALÚSTIO. A conjuração de Catilina/A guerra de Jugurta.
Petrópolis: Vozes, 1990. Adaptado.)
RESOLUÇÃO:
O fenômeno da escravidão, ou seja, da A expansão romana no Mediterrâneo, sobretudo após a vitória
imposição do trabalho compulsório a um contra Cartago nas Guerras Púnicas (264-146 a.C.), alterou
indivíduo ou a uma coletividade, por parte de outro indivíduo ou profundamente a estrutura econômica e social de Roma,
agravando os conflitos internos e gerando a crise da República,
coletividade, é algo muito antigo e, nesses termos, com o consequente advento do Império.
acompanhou a história da Antiguidade até o séc. XIX. Todavia, Resposta: E
percebe-se que tanto o status quanto o tratamento dos
escravos variou muito da Antiguidade grego-romana até o
século XIX em questões ligadas à divisão do trabalho.
HISTÓRIA 57
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Palavras-chave:
• Irmãos Graco
A crise da República
14 • Guerras Civis
• Triunvirato
58 HISTÓRIA
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ASTERIX
As histórias da famosa série de gibis dos franceses Groscinny e Uderzo estão inseridas na fase do primeiro
triunvirato e da ditadura de César.
HISTÓRIA 59
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Exercícios Resolvidos
(MODELO ENEM) – “Ao receber a mensagem dos senadores de à hereditariedade. Nos dois casos, os fatos estão inseridos no con-
que o Senado fora destruído, César resolveu lutar e dirigiu-se a Roma, texto das guerras civis que marcaram a crise da República romana.
causando a fuga de Pompeu. César assume imediatamente o poder Resposta: C
romano, mas só iria derrotar Pompeu definitivamente em 49 a. C.”
(UnB-MODELO ENEM) – “Com a introdução do trabalho escravo
Considere a figura a seguir: em larga escala, o número de plebeus desocupados aumentou. A esta
legião de desocupados somou-se o grande número de pequenos agricul-
tores arruinados que se dirigiram para as cidades, especialmente Roma.”
(Maurice Crouzet, História Geral das Civilizações)
Exercícios Propostos
Explique a seguinte frase: “Roma atingiu fronteiras nunca Com base no texto, responda:
antes imaginadas e que acabaram por comprometer sua a) A que período da história romana se refere?
estrutura política.”
RESOLUÇÃO:
Ao final da República, no período das guerras civis; a luta entre
RESOLUÇÃO:
Mário e Sila deu-se entre 88 e 83 a. C.
Ao final da primeira grande expansão, Roma tornou-se um vasto
império, a cujas necessidades políticas o Senado não conseguia
atender.
RESOLUÇÃO:
“Em Roma, o filho de Mário, Mário, o jovem, continuava Eram generais romanos vitoriosos em campanhas no norte da
a obra de seu progenitor. Tinha apenas 25 anos, mas nada África e no Mar Negro; Mário, eleito cônsul por seis vezes conse-
ficava a dever a seu pai no que respeita à coragem e à cutivas, foi deposto por Sila, que governou como ditador.
persistência. No entanto, era desprovido de experiência militar
e não dispunha, como outrora, seu pai, de tropas
disciplinadas. Resistiu o mais que pôde, com outros chefes do
partido popular, mas não tinha qualquer probabilidade de
vencer as legiões de Sila.”
(Carl Grimberg, História Universal)
60 HISTÓRIA
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A questão agrária tem gerado, até hoje, muita polêmica e (UNESP-MODELO ENEM) – “O vínculo entre os legio-
marcado profundamente a luta de classes. Esta questão, toda- nários e o comandante começou progressivamente a assimilar-
via, não se coloca apenas neste momento histórico atual. Na se ao existente entre patrão e cliente na vida civil: a partir da
história de Roma, já se fazia presente, como nas reformas pro- época de Mário e Sila, os soldados procuravam os seus
postas pelos irmãos Tibério e Caio Graco, os quais defendiam generais para a reabilitação econômica e os generais usavam
(0) a abolição da escravidão. os soldados para incursões políticas.”
(1) a entrega do excedente de terra ao Estado para ser arren- (Perry Anderson,
dado aos cidadãos pobres, mediante pagamento nominal. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo)
(2) a participação política dos segmentos populares nas
decisões agrárias da República. O texto oferece subsídios para a compreensão
(3) a retomada das terras públicas, ilegalmente nas mãos dos a) da crise da República romana.
nobres, para distribuí-las aos cidadãos pobres. b) da implantação da monarquia etrusca.
(4) o estabelecimento de um limite máximo para as proprieda- c) do declínio do Império Romano.
des territoriais rurais. d) da ascensão do Império Bizantino.
(5) a compra de alimento por baixo preço pelos segmentos e) do fortalecimento do Senado.
populares (pobres).
RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO: O texto descreve a relação de clientelismo entre o legionário e o
Itens falsos 0 e 1. seu comandante, responsável pela projeção política dos generais,
o que conduziu à centralização do poder e ao esvaziamento do
domínio do Senado.
Resposta: A
RESOLUÇÃO:
O texto faz referência à crise da República Romana – resultante,
entre outros aspectos, da expansão militar que consolidou o
escravismo, marginalizou a plebe e introduziu o Exército como
uma força nova no jogo político.
Resposta: D
HISTÓRIA 61
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Palavras-chave:
• Concentração de
Alto Império Romano
15 poderes • Reformas
• Pax Romana
Augusto: filho dos deuses; escolhido dos deuses. Púrpura: a cor vermelha arroxeada.
Sestércio: antiga pequena moeda romana de prata. Guarda pretoriana: tropa de elite; guarda dos imperadores.
62 HISTÓRIA
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O Império Romano sob o governo de Augusto. Trajano, em cujo reinado (98-117) o Império
Romano atingiu sua máxima extensão.
Mauritânia: A província romana da Mauritânia correspondia ao Norte do atual Marrocos e não à moderna República da Mauritânia, que está situada
mais ao sul.
HISTÓRIA 63
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NASCIMENTO DE CRISTO
Jesus teria nascido e vivido no início do Império Romano.
Quanto Júlio César assumiu como ditador, durante a crise da República, ele se tornou também a
primeira pessoa a governar Roma com poderes excepcionais. Mais tarde, quando Caio Otávio (seu
sobrinho-neto) assumiu como Imperador, o povo romano entendeu o governo deste como uma
continuidade do mandato de Júlio César, acostumando-se a chamá-lo apenas de César. Assim, sendo os imperadores subsequentes todos da
mesma família, o termo “César” tornou-se sinônimo de Imperador. O nome foi utilizado ainda por russos (Czar) e alemães (Kaiser) em seus
futuros impérios. Em Roma, a frase de Cristo, “Dai a César o que é de César”(Mateus 22:21), refere-se ao tributo pago pelos povos submetidos
ao domínio do Império Romano. As moedas ao lado são do imperador Tibério, governante nesse período.
Exercícios Resolvidos
Entre as reformas introduzidas em Roma, por Augusto, podemos O Principado, transição entre a República e o Império na história
citar: de Roma, caracterizou-se, entre outros aspectos, pelo fato de Otávio
a) o estabelecimento do divórcio. a) concentrar em suas mãos a autoridade do Senado, dos
b) a drástica redução dos efetivos militares. magistrados e das leis.
c) a restauração do antigo sistema de cobrar impostos provinciais. b) obter o apoio dos patrícios por meio da revogação das leis agrárias
d) a criação de um sistema centralizado de tribunais. dos irmãos Graco.
e) a redução da autonomia das províncias. c) devolver ao Senado os privilégios e poderes perdidos na época de
Resolução Cornélio Sila.
As províncias seriam controladas pelo imperador ou pelo Senado, e d) eliminar a influência etrusca em Roma, em razão da aliança com os
os governadores deveriam prestar contas quando assumissem ou demais povos do Lácio.
deixassem a província. e) outorgar vantagens sociais à plebe, aprovando a Lei Licínia, que
Resposta: E estabeleceu limites à concessão de terras aos patrícios.
Resolução
Ao concentrar os poderes, Otávio lançou as bases do domínio
imperial, estruturando uma nova forma de poder.
Resposta: A
Exercícios Propostos
Com a implantação do Império Romano, quais foram as Explique o que foi a Pax Romana.
reformas de Augusto, no que se refere à política e à socie-
dade? RESOLUÇÃO:
Período de estabilidade interna em Roma que durou do início do
Império até o século III d.C.
RESOLUÇÃO:
Políticas – centralização do poder em suas mãos, disfarçando sua
autoridade de imperador e mantendo as aparências republicanas.
Sociais – criação de um sistema censitário como critério de divi-
são da sociedade.
64 HISTÓRIA
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“Neste depoimento, o imperador Augusto (30 a. C.-14 d. (MODELO ENEM) – “Augusto conquistou os soldados
C.) descreve as realizações que assinalam o apogeu da com presentes, o povo com pão barato, e todos os homens
expansão do Império no Mediterrâneo: com os frutos da paz. Assim tornou-se progressivamente mais
poderoso, congregando em si as funções do Senado, dos
Estendi os limites de todas as províncias do povo romano magistrados e das leis.”
fronteiriças de nações que escapavam à obediência ao Império. (Anais Tácito 1.2, Moses Hadas, Ed.,The Complete Works of Tacitus,
Restabeleci a ordem nas províncias das Gálias, das Espanhas, New York: Random House, 1942, p. 3.)
na Germânia. Juntei o Egito ao Império, recuperei a Sicília, a A respeito do Principado de Augusto, é possível afirmar que:
Sardenha e as províncias além do Adriático.’ “ a) Como republicano convicto, lutou contra a implantação do
(Texto adaptado de Gustavo Freitas, “900 textos e documentos de Império.
História”, Lisboa: Plátano, s.d., v. 1, p. 96-7.) b) Seu governo é considerado o último da República e o pri-
meiro do Império.
A respeito da Pax de Augusto, é correto afirmar que c) Impediu Júlio César de promover um golpe para tornar-se
a) por ser um grande pacifista, destituiu todos os militares de ditador perpétuo.
suas funções públicas. d) Assumiu o controle do Senado para impedir que este fosse
b) esvaziou o poder do Senado e se impôs como chefe da dominado pelo triunvirato.
Monarquia.
c) ainda durante a República, comandou o fim das guerras de RESOLUÇÃO:
César Otávio (ou Augusto) manteve a aparência republicana de
expansão.
governo quando não extinguiu o Senado, mas esvaziou-lhe por
d) estimulou a cultura da paz através da retomada das tradi- completo suas funções. Foi o primeiro imperador de Roma, ao
ções romanas. concentrar todos os poderes republicanos em suas mãos.
e) pôs fim às guerras de expansão e pacificou as fronteiras, no Resposta: B
início do Império.
RESOLUÇÃO:
No início do Império, Augusto interrompeu a expansão romana, a
qual somente seria retomada algumas décadas depois. Esse breve
período de paz externa recebeu o nome de Pax Augusta.
Resposta: E
RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:
Decreto do imperador do mesmo nome em 212 d. C. e que fazia Alternativa escolhida por exclusão, pois a diversidade cultural
parte da Dinastia dos Severos. existente no Império Romano tinha um caráter meramente local,
Resposta: D não conseguindo obscurecer a importância oficial do latim (língua
dos romanos) nem o predomínio da cultura grega nas áreas de
civilização helenística.
Resposta: C
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RESOLUÇÃO:
A alternativa parafraseia o texto sobre a importância que os
banhos públicos tinham para os cidadãos romanos.
Resposta: A
66 HISTÓRIA
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Palavras-chave:
• Crise • Colonato
Baixo Império Romano
16 • Invasões Bárbaras
• Cristianismo
Jesus de Nazaré – obra de M. Grunewald Catacumba de São Pedro e São Marcelino. A Basílica de Constantino em Roma.
(1455-1528).
Êxodo urbano: emigração; saída da cidade para o campo.
Meação: divisão em duas partes iguais; repartição do resultado da plantação com o dono da terra.
Presbítero: sacerdote; padre.
HISTÓRIA 67
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deciam ao papa (bispo de Roma), cuja autoriade sobre os a se infiltrar militarmente no início do século V.
cristãos foi oficializada pelo imperador Valentino III, em 455. Primeiramente, vieram os visigodos; liderados por Alari-
Portanto, ao mesmo tempo que enfraquecia o poder co, saquearam Roma e fixaram-se na Península Ibérica e
imperial, o cristianismo tornava-se a própria base legal no no sul da Gália, constituindo o primeiro reino germânico
fim do Império Romano. dentro das fronteiras do Império. Os vândalos seguiram-lhes
Entretanto, a situação se agravava. A crise estava os passos, saindo do Danúbio, cruzando a Gália e a
intimamente relacionada com os problemas militares. O Espanha e estabelecendo-se na África do Norte. Os fran-
Exército conturbava a ordem na época da sucessão im- cos ocuparam o norte da Gália. Os anglos e saxões inva-
perial. Nessa última fase, o imperador Diocleciano tentou diram a Bretanha (Inglaterra), ocupando as terras baixas.
contornar o problema dividindo o Império em quatro partes Em 476, o Império do Ocidente reduzia-se ao
(tetrarquia). Depois de sua morte, as disputas sucessórias território da Itália. O imperador Júlio Nepos foi deposto
renasceram, pois Constantino reunificou o Império. por Orestes, chefe do Exército, que colocou seu filho de
Outras divisões se verificaram, até a última, deter- 6 anos no trono com o nome de Rômulo Augústulo.
minada por Teodósio, em 395, que criou o Império Ro- Odoacro, rei dos hérulos, chefe bárbaro aliado a Júlio
mano do Ocidente, com sede em Roma, e o Império Nepos, deu um contragolpe: afastou Orestes e Rômulo Au-
Romano do Oriente, com sede em Constantinopla. gústulo, assumindo o título de “rei da Itália”. As insígnias
imperiais foram enviadas a Constantinopla, o que signi-
ficava, ao menos teoricamente, a reunificação do Império.
Bárbaro: designação dada pelos romanos a todos os povos que habitavam além das fronteiras (limites) do Império.
68 HISTÓRIA
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A visão que os romanos tinham da sociedade constitui a nossa mola mestra no mundo atual. Afinal, é deles que
herdamos a ideia de família como a célula-mater de toda a organização social.
5. Cronologia
257 a 259: perseguições aos cristãos por Valeriano.
293: estabelecimento da tetrarquia por Diocleciano.
303: início da última perseguição aos cristãos, liderada por Diocleciano.
313 a 337: governo de Constantino Augusto.
313: legalização do cristianismo (Edito de Milão) por Constantino.
324 a 330: construção da cidade de Constantinopla.
325: Concílio de Niceia, estabelecendo, como dogma, que Cristo era Filho de Deus e igual ao Pai.
379 a 395: governo de Teodósio I Augusto, que recebe batismo, tornando-se cristão; oficialização do cristianismo
como religião do Império.
406 a 455: invasão do Império Romano pelos bárbaros e o reinado deles na Europa Ocidental.
410: captura de Roma por Alarico.
476: deposição de Rômulo Augústulo por Odoacro.
Exercícios Resolvidos
(FAAP-MODELO ENEM) – A religião romana era essencialmente Assinale a alternativa que não corresponde ao cristianismo:
politeísta, e o culto ao imperador era de grande significado pelo fator a) São Paulo (Paulo de Tarso) teve papel preponderante na estru-
da unidade que representava. Durante um período determinado, teve turação do pensamento cristão.
início o questionamento dessa ideia. Esse grupo que não reconhecia a b) Através do Edito de Milão, o cristianismo tornou-se a religião oficial
divindade do imperador era dos do Estado romano no século III, durante o governo de Juliano.
a) bárbaros invasores. c) A ascensão do cristianismo em Roma foi lenta. No início, os
b) primeiros cristãos. cristãos foram perseguidos. Somente no século IV, com o
c) bons espíritos familiares. imperador Constantino, a Igreja cristã foi permitida.
d) escravos e estrangeiros. d) Os cristãos foram perseguidos porque a sua fé resultava em
e) judeus vindos da Palestina. desobediência política.
Resolução e) As massas miseráveis convertiam-se ao cristianismo, pois
Os primeiros cristãos eram considerados subversivos e estimulavam esperavam que Cristo, ao retornar ao mundo, as livrasse da
a desobediência civil ao defender que Jesus Cristo era o único Deus. opressão.
Resposta: B Resolução
O Edito de Milão legalizou o cristianismo, encerrando, assim, as
perseguições aos cristãos. A oficialização dessa religião só ocorreu
(PUC-PR – MODELO ENEM) – “Os cristãos insistiam em que só com o imperador Teodósio e seu Edito de Tessalônica, em 380 d. C.
eles possuíam a verdade e que todas as outras religiões, inclusive as Resposta: B
do Estado, que eram praticadas pelos romanos eram falsas.
Recusavam-se, por exemplo, a cumprir os rituais ligados à figura do
imperador – tais como a queima do incenso diante da estátua.
Afirmavam que tais gestos significavam adorar o imperador como um
deus. (...)”
(Moses Hadas. Roma Imperial. José Olympio, 1969. p. 136.)
HISTÓRIA 69
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Exercícios Propostos
O que foi o Edito de Milão? (FAMERP) – A queda do Império Romano do Ocidente foi
provocada, entre outros fatores,
RESOLUÇÃO: a) pela fragilização do poder central, que gradualmente perdeu
Foi o Edito realizado pelo imperador Constantino, que legalizou o o controle das províncias que compunham o Império.
cristianismo no Império, proibindo as perseguições.
b) pelo declínio econômico das colônias asiáticas, que
deixaram de fornecer matérias-primas à capital do Império.
c) pela hegemonia econômico-financeira da Igreja, que passou
a combater militarmente os imperadores pagãos.
d) pelo desenvolvimento militar dos impérios macedônio e
persa, que se tornaram rivais de Roma e a derrotaram.
e) pelas invasões dos bárbaros, que saquearam o Império
Romano e, assim, facilitaram sua conquista pelos hunos.
RESOLUÇÃO:
A partir da anarquia militar que sacudiu o Império entre 235 e 284,
o poderio de Roma entrou em irremediável decadência, inclusive
no plano militar. Entre outros aspectos da crise que debilitou o
chamado “Baixo Império Romano”, destacou-se a carência de
escravos, que reduziu a atividade produtiva e a arrecadação
tributária – fatores que se refletiram na progressiva perda de
poder dos imperadores. Paralelamente, verificou-se uma
penetração cada vez maior de bárbaros germânicos, culminando
com as grandes invasões de 406 e, no limite, com a queda do
Império Romano do Ocidente, em 476.
Resposta: A
RESOLUÇÃO:
Para os cristãos, Jesus Cristo era o único Deus e com isso
estimulavam a desobediência civil.
Resposta: A
70 HISTÓRIA
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Segundo estudiosos da História do Mundo Antigo, as prin- (UnB – MODELO ENEM – modificada) – Leia o texto
cipais causas da dissolução do Império Romano (27 a. C. a 476 abaixo, extraído de uma carta de Plínio, o Moço, ao imperador
d. C.) foram Trajano, datada de 112 d. C.
a) as sucessivas guerras defensivas contra os espartanos,
interessados em apoderar-se das riquezas minerais de “(...) Nesse ínterim, segui os seguintes procedimentos
Roma, e os efeitos nefastos dos grandes surtos epidêmicos, com relação aos que se me apresentaram como cristãos.
responsáveis pela morte de quarta parte da população. Perguntei-lhes, pessoalmente, se eram cristãos. Aos que
b) as sucessivas guerras imperiais, para as quais eram confessavam, perguntei-lhes duas, três vezes. Os que não
canalizados todos os recursos existentes, embora o Império voltaram atrás foram executados. Qualquer que fosse o
tivesse plenas condições de satisfazer às necessidades sentido da sua fé, sabia que sua pertinácia (perseverança) e
materiais de sua população. obstinação tinham de ser punidas. Outros, possuidores da
c) a estagnação das formas primitivas de produção, baseadas cidadania romana, mantiveram-se na loucura e foram enviados
principalmente no trabalho assalariado, e a consequente para julgamento em Roma (...). Os que negavam serem, ou
incapacidade para satisfazer às necessidades materiais de terem sido cristãos, se evocassem os deuses, segundo a
uma população numerosa. fórmula que lhes ditava, e se sacrificassem, com incenso e
d) a estagnação das formas primitivas de produção, baseadas vinho, diante da sua imagem, que trazia comigo para tanto,
principalmente no trabalho escravo, e a consequente juntamente com estátuas de outras divindades; se, além disso,
incapacidade para satisfazer às necessidades materiais de blasfemassem Cristo – atitudes que, diz-se, não são possíveis
uma população numerosa. de obter de verdadeiros cristãos –, considerei apropriado
e) a estagnação das formas primitivas de produção, baseadas liberar... A questão pareceu-me digna da sua atenção, em parti-
no trabalho semiassalariado, e as consequentes cular devido ao número de envolvidos. Há muita gente, de toda
interrupções das jornadas de trabalho, motivadas pelas idade, condição social, de ambos os sexos, que estão ou
constantes greves dos jornaleiros. estarão em perigo. Não apenas nas cidades, como nos vilarejos
e no campo, expande-se o contágio dessa superstição. Parece-
RESOLUÇÃO: me, entretanto, que se possa delimitá-la e corrigi-la.”
A retração das guerras levou à diminuição do número de escravos (Carta de Plínio, o Moço, ao imperador
e ao encarecimento do custo de vida.
Trajano, de 112 d. C., Cartas (10.96).)
Resposta: D
RESOLUÇÃO:
Trajano, imperador de origem hispânica e que governou Roma de
98 a 117d. C., levou o Império ao máximo de sua extensão
territorial. Recebeu do Senado o título de optimus princeps pela
excelente administração que realizara. No período de seu
governo, ocorreu grande perseguição aos cristãos, considerados
por muitos romanos – incluindo Plínio, o moço – perversores dos
tradicionais costumes romanos.
Resposta: E
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(UFSCar) – Na época do imperador Constantino (274-337), (MACKENZIE) – A crise do Império Romano ganhou
havia cerca de 800 mil habitantes em Roma. Em meados do visibilidade a partir do século III. Assinale a alternativa correta a
século V, a população da cidade foi reduzida a 300 mil pessoas. respeito dos aspectos característicos dessa crise.
a) O excedente de mão-de-obra escrava, que pesava sobre os
O principal fator desta redução na população romana foi custos de produção, não era acompanhado pelo aumento da
a) a Guerra do Peloponeso. produtividade.
b) a revolta de escravos, como a de Spartacus. b) O elevado custo de manutenção da máquina burocrática e
c) a invasão dos povos bárbaros. do exército, que asfixiava as finanças do Império.
d) as Guerras Persas. c) O enfraquecimento do Cristianismo, diante da incompati-
e) as Guerras Púnicas. bilidade entre as suas ideias e as necessidades do povo
romano.
RESOLUÇÃO: d) O choque entre patrícios e plebeus, estes últimos exigindo
Alternativa escolhida por exclusão, pois as invasões bárbaras cidadania e representação política.
foram um fator conjuntural, o qual apenas acentuou o aspecto
estrutural do êxodo urbano e da ruralização, sofridos pelo
e) A ocorrência das Guerras Púnicas, que fragilizaram as
Império Romano a partir da crise da mão de obra escrava. Note- fronteiras e permitiram invasões bárbaras e exauriram os
se que o primeiro saque de Roma, realizado pelos visigodos, cofres públicos.
ocorreu em 410.
Resposta: C RESOLUÇÃO:
Alternativa escolhida por eliminação, pois reduz a crise do
Império Romano a uma questão meramente burocrático-militar,
quando seus fatores determinantes são na verdade muito mais
amplos e profundos – entre eles, a anarquia de 235-84, a cessação
das guerras de conquista e sobretudo a diminuição da mão de
obra escrava.
Resposta: B
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