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uma
dependëncia e fommaede
a populaç o as
fim a separaçao entre Com-
de pôr weber sabe que o
plexas de administragao. o entanto,
Socicdades
das modernas uexige a
complexiIdade
mento da
dos meios de administraçao
e
produção Dari
ansferência cOm o conseqüente
funcionarios especanzados uente
controle de funcionários sohre
controle de tais a dos
aumento do
19683). E nessas circunstâncias que
individuos (Weber,
de Economia e Socieaae
Se
pergunta acerca do sig.
autor weberiana é clara:ad
nificado da democracia. A resposta Tormal dos dircitos políticos
significa a igualdade
mocracia
evidentemente, Impiica
na reduçao do escopo da so.
o que,
berania popular.
weber da importantes passos
Não é difícil perceber que
com a concepgao
classica de democracia
tanto na ruptura realista de de.
de um conceito
estabelecimento
quanto no
entre Wcber e as con.
mais importante
mocracia. A ruptura
democracia e a substituição de um con-
cepções clássicas da é o alcança-
racionalidade cuja pretensão
ceito holístico de
bem comum por um con-
mento de uma
idéia unificada de
racionalidade de acordo com o qual o au-
ceito técnico de
socicdades modernas apontaria
mento da complexidade das
entre a população e os meios
na continuidade
da separação
administração. Tais condiçõcs, que para Weber
de produço e
uma tentativa rea-
estreitadoras da soberania, implicam cm
são
lista de da democracia. Essa última é, então,
redefinição
direitos políticos, isto
definida a partir da generalização dos
de constituição do governo
é, a partir da extensão do direito esse
nacional. Para Weber,
a todos os membros do Estado
104
de bem comum, tal como propos pelo pensam
nto socia
sta (Schumpeler, 1942 235-236). O fato dos
teóricos
cialistas eitarem que o conteúdo da sua so-
deria, eventualmente, Ser
concepção de bem
contraditório com a for
comemocracia leva Schumpeter perceber a
Sopossi
e bilidadc da
quando, na Verdade,
cedimento para
H uma
que também é
a
convivencia entre possível Supor
scgunda ficção indivíduos
unificação
um da s
como
supor um
ou
extra-racionais" não haveria impulsos
comportamento
esfera política. Ambas racional dos indivíduos
na
da críticas do autor à teoria
democracia irão constituir
as
o clássica
posição de uma pano de fundo
teoria alternativa para a
pro-
"realista". por cle denominada de
3.
massas. Sua
Schumpeter tem uma visão
bastante unilateral da
análise não consegue sociedade de
tos a absorver uma série de
respeito da massificação formulados tanto
canalitica, na qual ele no interior da
contra-argumen
nömica. No
parece se apoiar,
quanto no
teoria ps
interior da tcorin
que diz respeito a cco
último aspecto a teoria
esse
parece incapaz explicar fenömenos empíricos como schumpeteriana
de
Sumidorese formas de
pressão desses últimos sobre osassociaçöes de con
Habermas, 1992; Tuckmann, 1988.) produtores. (ViOe
106
Schumpeter propoe a Substituição da idéia da demo-
racia enquanto soberania pela ide1a da democracia enquan
to método. Para ele, a democracia consiste
egislativas e
administrativas). Ela é, portanto, incapaz de se
constituir em um m em nesma independentemente das decisões que
nroduzirá em condiçoes nistoricas especificas (Schumpeter, 1942: 242).
107
o prevaiccimento da racionalida.
no mercado,
competição
política. Existe, no entanto, um
proolema fundamental
lormação da ra
com a forma Schumpeter propoe a na
como
sua teoria
cionalidade politica, qual seja, a ausenca da
instancia indiVidual de gera
uma
racionalidade politica de
Tanto o racionalismo critico quanto
racionalidade.
ção da
econömica na qual ele Se Daseza para propor a ana-
a teoria
entre mercado c polilica supoem uma certa dose de
logia
racionalidade individual sem a qual ambas padeceriam de
tambem a necessidade de
Ambos os autores perceberam
oferecer uma resposta formal ao problema da justificação
da democracia: Weber apontou a exiensão dos direitos po-
T08
racionalidade associada com a democrac desde a sua o
gem no periodo moderno. Weber não ioi capaz de fazë-lo
porque para ele o untco tipo de racionalidade com a qual
pordo poderia se identificar era uma racionalidade ins
ntal sem qualquer valor em si mesma'. Schumpeter
capaz de laze-lo porque ele negou a base indivi.
Aal-racional constitutiva da democracia. Ambos os autores,
Dortanto, propoem solugoes a0s dilemas enfrentados pela
coria democrática da pri.meira metade do século capazes
de justificar a continuidade da prática democrática. No en.
tanto, ambos parecem incapazes de dar uma resposta con-
sistente ao diagnóstico de Tocqueville e Ling Ch'ao na me-
dida em que parecem incapazes de conciliar o realismo do
método democratico por eles propOsto com o apelo norma
tivo da idéia de democracia apontado por ambos os autores.
Na próxima seçao deste trabalho iremos analisar a mai
bem-sucedida alternativa, no período do pós-guema, de fun
damentar uma concepção elitusta da democracia com base
na racionalidade individual: a teona da democracia proposta
por Anthony Downs.
109
século e, simultancamente, antecipa parte das
serem levantadas pelos teóricos da democracia da sestõo
metade do século. Downs ainda se preocupa com
da irracionalidade massas, das
questao questão
central enfrentad a
O sistema
democraticoe racionat
porque os partidos e p
vernos pretendem
se manter no poder e, para tanto,may:
beneficios que eles sao capazes de oferecer a
mizam os
propor um
moocio de
racional
funcionamento
que consegue
do sistema democratico
capaz dC compaibilizar a raciona.
individuais com a racionalidade do própri
lidade dos atores
A resposta dada por Downs ao
sistema democrático. pro
individual uma conectada ao
blema da racionalidade vez
funcionamento da demoCracia proposto por Schumpeter tor-
umal concepça0 coerente de
na o "elitismo democratico
democracia. Seus principais ciementos sao: o
realismo, a
das elites cnquanto portadoras
da racionalidade,
proposição
racionalidade com a maximização dos
a identificação da
defesa da desejabilidade
de
e
benefícios públicos a
crático:
da
1. O apontamento das elites enquanto portadoras
Schumpeter
racionalidade. Esse argumento introduzido por
irracionalidade do elcitorado ou do ho-
enquanto resposta à levando ao
acaba
mem comum (Schumpeter, 1944: 270)
limiles da raciona-
inverso: a não-percepçao dos
cqufvoco
lidade das clites. Nenhuma das versões do elitismo demo
sausla-
acima consegue dar
uma solução
cratico abordadas interesses próprios e serem
tória ao fato das elites possufrem
intra-clnes,
capazes de estabelecer uma agenda política
agcnda essa nao necessariamente compativel ou repic
112
ariva dos interesses da populaç o (Lukes, 1974; Mills
do govern0.
2. A redução da racionalidade individual à maximiza-
ção da utilidade e de beneticios materiais. Sc, por um lado,
Downs inequivocamente olerece uma contribuiço à teoria
democrática na medida em que ele reintroduz a dimensão
do indivíduo racional, por ouiro, a torma como cle identi
ica racionalidade c maximzagão da utilidade, é altamente
problemática. Ela é problemática porque deixa de lado a
questão dos bens simbôlicos cada vez mais relevantes na
política contemporänea e porque ela parece ser altamenie
irrealista em relação ao seu cntendimento da ação humana'
A forma como Downs supõe a racionalidade individual so
lapa qualquer relação entre racionalidade individual e os
conceitos e valores mais gerais envolvidos na prática de-
mocrática. O resullado é a impossibilidade de se associar
democrac1ia, na sua versao dowSiana, a um processo de
racionalização socictária. Ambas as crilicas apontam na
aleia Mans
omo
O Unico mofivo que explicarin a açao indnvidual c colcu. D
113
mesma direção ao ressaltarem o fato do "elitismo democrá-
uma de organização do
tico" reduzir a democracia a tona
qualquer pa.
na qual a socicdade
nao desempenha
governo a socicdade e Suas fomas de dis.
Se, em Schumpeter,
pel. a
sociedade
cussão simplesmente desaparecem, em Downsde
indivíduos
é a articulação descentralizaoa da demanda
de opinião de dis.e
maximizadores de As Tormas organização da
utilidade.
so-
propria
cussão publica caractcistucas da
na
cm
que o cliusmo vincula
medida
ciedade desaparecem da
partici
a teoria da
sua
a
uma diminuiçao parecem
racionalidade
No entanto,
as
Operaçoes
anmbas demonstraremos
pação política. desnecessarias, tal como
nas
amplamente
trabalho a o
discutir as obras do Dahl
deste
seções seguintes que para
e de
Habemas. O primeiro
destes aulores demonstra
antinornattvo. O segundo de.
necessarno ser
ser realista não é democracia enquanto
entender a
fende a possibilidade de o conteúdo
formal C, ainda
assim, perceber
um método
Nas duas proximas
seções des-
democrática.
ético da forma vai de Dahl
trabalho pretendemos traçar
o
caminno que
te necessidade sentida pelos dois
mostrando a
Habermas da teoria
a das preocupações
mantendo algumas
autores de, ao pro-
democrática do começo do seculo, soluçao dar uma
as di-
capaz de integrar no seu interior
blema democrático Tocqueville e Ling
normativa e participativa que
mensões democracia.
como o
apelo da
grande
Ch'ao já percebiam
Normatividade à
ou o
Retorno da
IM. Robert Dahl
Teoria D e m o c r á t i c a
"eli-
intermediário entre o
Robert Dahl ocupa
um lugar
no+mativa e partuc-
democrático" e uma concepçao
tismo o mo
Esse constitui, provavelmente,
democracia.
pativa da as v e r
é visto com simpatia por ambas
tivo pelo qual ele da
a despeito
democrática'. No entanto,
tentes da teoria
ser un
Sartori parece
Entre os leóricos
do elitismo democrático,
7.
dahlsiana. No en
elemenlos da leoria
dos tentam incorporar alguns faz
que
termina incorporando apenas aquilo
que em Dahl Sen
tanto, Sartori
114
simpatia queos teoricos do "elitismo
manit ela obra dahisiana lemocrático" possam
dois importantes eleparece mais do
que existem aois importantes elementos presentesque claro
meiras tormulaçoes da obra dahlsianpresentes nas
nas
epr desses
claro rompmento com o cljtismo. O primeiro ntamele-
um
pri
mentos e a rentativa de Dahl de
superar oposição a
fatória idealismoe realismo. Já
no Prefácio à insatis-
Democratica, introduz um elemento
Dahl Teoria
adiciona
ria democratica: o principio da maximizacão
ktna teo-
Para ele, se o
objeuvo de
estabelecer uma poliar
mocrática 1or, de
fato, levado sério, é precisoliarquia d
a
como amplar a vigëncia de certos clementnSar em
quias. Não
trata simpiesmente de analisar como
se
cracia ou a
pollarguia ou
funciona, mas trata- demo
e
avaliar o
grau de contemporaneas
igualdade de e
e
fundamental para se
liberdade efetivamente
existente em tais
maximizaçao passa
sociedades.
a0
Desse modo, o
princípio da
oposição largo
da
mo. O segundo elemento importante do idealismo/realis
Dahl e o clitismo tambem rompimento entre
presente no Prefácio à Teoria
Democrática constitui o fato de, se a
uma forma de poliarquia constitui
organização do sistema de
governo, tal forma
pode, segundo Dahl, ser mais ou
menos
dendo do de
legítüma depen
processo discussão anterior à
As condições 4 e 5 para a existência da própria eleição.
a poliarquia abordam
possibilidade dos indivíduos apresentarem
liticas altemativas po-
e se informarem a respeito de tais altemativas
1956: 70). Elas (Dahl,
recolocam, no interior da teoria democrá-
tica, o problema da
participação para a avaliação da quali-
dade da poliarquia existente.
Desse modo, é
que ja no Prefácio à Teoria possivel perceber
Dahl dois clementos
Democrática encontramos em
centrais para a críitica ao elitismo demo
16
istemas não-democrducos nos Tornece um critério em-
os a n a 2 de colocar a democracia em posição de desta-
cracia. Esse
constitui o motivo da reintrodução pelo
da auto do
det da Democracia
aulor
e seus
interior
Criticos princípio
deniocratica. Dahl da teora sus-
moral no
nomia
(enta
que
na teoria
um elemento ausente desde
locando uma critica eli
principio ao
Schumpeter,
como
deauz desse
o principio moral traz, en
da autonomia
tismo. Para cle,
decomencia, a constataçao de que "todos os indiví
quanto das
duos são
sulicientemente qualiticados para participar
decisões coletivas de uma associação que afete significati
vamente os seus interesses (Dah, 1989: 98). 0 princípio
o rompimento tanto
da autonomia moral implica, portanto,
a versão dowsiana
com a visäão schumpeteriana quanto com
em que recoloca
do "elitismo democrático" na medida
um
mes-
fundamento moral no cerme da teoria demOCratica ao
mo tempo em que rompe com a noção restrita de raciona
17
1odos esses países Doces
de poliarquia. a
na definição
1) altos níveis de renda
as seguintes
caracteristicas:
altos de hurbanização;
índices de
Cx
constante da renda; 3)
pansão percentagem« de
rural; 5) alta
indi
4) pequena populaçao universitario; 6) economia c
do grau
detentores
víduos
para o mercado; 7) indicadoree de
tada predominantemente baivo
tais como alta expectativa de vida e
bem-estar geral,
intantil. Tas indicadores empíricos
fndices de mortalidade de favorecer o
de soCiedade capaz surei.
indicariam o lipo
a consolidação da poliarguia
(Dahl, 1989: 251)
mento e
uma socIedade na qual o
poder e
definida, então, enquanto
distrbuidos. A forma como Dahl
influência estão bem
características
necessarnas no nível da socieda
relaciona as
desenvolvimento das poliarquias aponta na
dire
de para o
de um terceiro limite
blemas parecem apontar na direção
teoria dahlsiaa como um todo, qual seja,
que perpassa a coletiva
o da sua incapacidade
de tematizar a dimensão
limitando a reintrodução
ou intersubjetiva da democracia,
Normas.
9. O conceito de cultura política está amplamente ausente da estru
tura da analise dahisiana em A Democracia e seus Criticos. Ele e men
cionado em uma brevissima seção na qual Dahl nos diz o seguinte: "
cultura talvezZ
crenças, aitudes, e
predisposições formam uma política ou
18
seus Criticos a dimensão
normativa da de
Dem enguanto valor coletivo compartilhado por uma
associaçac de indivíduos capazes de estabelecer formas co-
ação. Pretendem mostrar, na seção final deste
muns de
que essa dimensao da democracia pode ser compa
prCOupagoes levantadas origina
tibilizada com as Scnumpeter.
Weber e
por
119
democrätica, isto como
central para a leoria
bilizar os valores caraclerizadore da democraciz ompati.
com
Estado? do
uma forma de administraçao complexa
O segundo problema j percebido pelos teóricos da de.
mocracia do começo do seculo c cuja solução também
pa-
rece amplamente inadequada envolve a relação entre demo
cracia e racionalidade ou entre bem comum e racionalidad
Tal problema, levantado pela primeira vez por impeter,
merece uma reavaliação na medida em que a solução pro
posta pelo "elitismo democråtico" foi a substituição gra-
dual das arenas consensuais próprias a política moderna
(Habermas, I1989), por uma forma descentralizada de reso-
lução de conflitos (Downs, 1956; Przeworski, 1991). A tcn-
tativa de Dahl de reintroduzir a dimensão nomativa no in-
Icrior da teoria democrática constitui, sem dúvida, uma das
mais importantes contribuições à leoria democrática do fim
do século. No entanto, tal teoria permanece inadequada de
vido à estreita vinculação entre normatividade e individua-
lidade na medida cm que o quc está por detrás da
cação normativa da democracia por Dahl são as condições
justifi
que propiciam a auto-realização individual. Desse modo, a
teoria democrática permanece sem responder de que modo
atitudes coletivas próprias à democracia
as normas e
vigente no nível
zação da prática democrática, critério esse,
da própria sociedade. Existe uma segunda conseqüëncia re
lacionada com a associação entre democracia c um processo
prático de argumentação que é a impossibilidade de se Jus
tificar a democracia em termos individuais. A validade da de
mocracia está inerentemente ligada ao processo de argumen
tação através do qual um indivíduo reconhece ao outro en
quanto igual na utilização da linguagem. Conseqüentemente,
122
da democracia esta ligada ao ato argumentativo
va ricipam pelo
pelo menos
menos cdois individuos, um ato emi
do qual participam
nentement coletivo. Ambas as características do proccsso
a Habermas definir
de
argumentaçao pemitem democra
a
123