Os Guarani constituíam a maior população indígena na Mata Atlântica e dependiam da natureza para alimentos, ferramentas e remédios; dividiam tarefas de acordo com gênero e ensinavam crianças; após a chegada dos europeus, migraram para fugir da escravidão e hoje vivem em pequenas terras cercadas por fazendas.
Os Guarani constituíam a maior população indígena na Mata Atlântica e dependiam da natureza para alimentos, ferramentas e remédios; dividiam tarefas de acordo com gênero e ensinavam crianças; após a chegada dos europeus, migraram para fugir da escravidão e hoje vivem em pequenas terras cercadas por fazendas.
Os Guarani constituíam a maior população indígena na Mata Atlântica e dependiam da natureza para alimentos, ferramentas e remédios; dividiam tarefas de acordo com gênero e ensinavam crianças; após a chegada dos europeus, migraram para fugir da escravidão e hoje vivem em pequenas terras cercadas por fazendas.
Cerca de 3,5 milhões de índios habitavam o Brasil na época do Descobrimento.
Dividiam-se em quatro grupos linguisticos e culturais: Tupi, Jê (macro-jê),
Aruaque (aruak) e Caraíba (karib). Já na região sul, os povos indígenas como os guaranis, carijós e kaingangs foram os primeiros habitantes. Os Guarani constituem a maior população indígena em área da Mata Atlântica. Cerca de 90% das 120 terras Guarani estão situadas nas regiões Sul e Sudeste. Eles são coletores e caçadores. O espaço que habitam é denominado tekoha, e se autodeterminam como a extensão da terra onde pisam. Os Guaranis têm uma relação espiritual com a natureza, que, para eles, é um presente do deus Nhanderu. Pois era na natureza que esses povos encontravam alimentos, fosse através da caça, pesca ou coleta dos frutos das plantas conhecidas; artefatos para produção de armas, vestuário, ornamentações e habitações; e também as plantas medicinais que eram usadas no tratamento de lesões e nos processos de adoecimento físico e mental. Os Guaranis, em virtude da longa prática de observação da Lua, conheciam e utilizavam suas fases na caça, no plantio e no corte da madeira. Além disso, associavam a Lua e as marés às estações do ano (observação dos astros e dos ventos) para a pesca artesanal. Quanto a divisão do trabalho, os homens caçavam, pescavam e fabricavam todas as ferramentas necessárias para a vida na tribo, como ocas, arcos e flechas, lanças e tacapes, as mulheres plantavam, colhiam, faziam equipamentos para dentro do lar e cuidavam das crianças e dos adultos. As crianças eram treinadas, enquanto os meninos aprendiam a caçar e pescar, as meninas aprendiam os serviços domésticos. Após a chegada dos europeus, grupos de guarani iniciaram um processo de migração para fugir dos ataques, assassinatos e da escravidão. Nos dias de hoje, os Guarani vivem espremidos em pequenos pedaços de terra cercados por fazendas de gado e por vastos campos de soja e cana-de-açúcar. Alguns não têm terra alguma e vivem acampados na beira de estradas. Suas principais atividades econômicas são a confecção e a venda de artesanato - cestaria com taquara e cipó, estátuas em madeira e colares com sementes nativas -, a coleta de raízes, ervas e frutos silvestres e o plantio de suas sementes tradicionais. Além da influência indígena na culinária brasileira (como o uso da mandioca e seus derivados), herdamos também a crença nas práticas populares de cura derivadas das plantas. Por isso sempre se recorre ao pó de guaraná, ao boldo, ao óleo de copaíba, à catuaba, à semente de sucupira, entre outros, para curar alguma enfermidade. A língua portuguesa brasileira também teve influência das línguas indígenas. Várias palavras de origem indígena se encontram em nosso vocabulário cotidiano, como palavras ligadas à flora e à fauna (como abacaxi, caju, mandioca, tatu). Os povos indígenas deixaram para a sociedade brasileira uma diversidade cultural que foi importante para a formação da população brasileira.