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CURSO: BACHARELADO EM DIREITO

DISCIPLINA: RELAÇÃO ÉTNICO RACIAL


PROFESSORA: VITORIA
CARGA HORÁRIA: 45H
ANO LETIVO: 2023 SEMESTRE LETIVO:2023.2
ALUNO (A): ATYLLA MARIA/ MAYARA

Índios Guarani

Os índios guaranis formam o maior povo nativo, em quantidade de indivíduos,


vivendo no Brasil. Eles são originários do tronco da família linguística tupi-
guarani.

História dos Índios Guarani


Migrar é um processo natural entre os guaranis, pois permite a renovação do
solo e garantir sua sobrevivência. A prática nômade advém de sua característica
essencialmente extrativista e ocorre há mais de 2 mil anos.

Esse traço cultural foi interrompido pela colonização. Após a chegada dos
europeus, grupos de guarani iniciaram um processo de migração para fugir dos
ataques, assassinatos e da escravidão.

Com a ocupação do território, contudo, não havia mais lugar para migrar,
embora alguns grupos ainda tendem a persistir.
No Mato Grosso do Sul, há sucessivos ataques aos indígenas, sendo a maioria
dos grupos mbya, kaiowa e nhandeva. Neste estado, as áreas dos indígenas
deram lugar a fazendas de pecuária, soja e cana-de-açúcar.

A interrupção do processo de migração foi acentuada após a Guerra do


Paraguai, ocorrida entre 1864 e 1870.

Ao fim da guerra, o território foi negociado para ocupação e para a garantia da


exploração econômica. Entre os primeiros produtos explorados na região está a
erva-mate, ainda bastante consumida.

Entre as décadas de 70 e 80, se inicia o processo de mecanização das culturas,


principalmente as de soja e cana-de-açúcar. Os produtos ainda são os
principais commodities agrícolas da região.

Em 1882, o governo brasileiro cedeu o território ocupado pelos guaranis para a


implantação das lavouras de erva-mate. A solicitação foi feita por Thomas
Larangeira, que fundou a Companhia Matte Larangeira, em 1892.

Obrigados a deixar o território, os indígenas foram acometidos de graves


problemas de saúde e o impacto social é sentido até agora.

Onde vivem os guaranis?


No Brasil, os guaranis vivem nos estados brasileiros do Mato Grosso do Sul, São
Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará, Santa
Catarina e Tocantins.

Somente no País, há 57 mil pessoas, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística).

Também há indígenas guaranis vivendo na Argentina, Bolívia e no Paraguai. A


maior parte dos guaranis vivem na Bolívia, onde há 78,3 mil indivíduos. No
Paraguai, existem 41,2 mil e na Argentina, 6,5 mil.

Características dos Índios Guarani


Os guaranis são divididos em kaiowá, mbya e ñadeva. São conhecidos,
dependendo do local, como avá, chiripá, kainguá, monteses, baticola, apyteré e
tembukuá.

Os grupos são diferenciados internamente pela maneira como manifestam a


cultura, a organização social e política, a língua e, ainda, a forma de praticar a
religião.
Índio tupi-guarani da aldeia do Bananal. Foto: Funai

Esse conceito está no cerne da maioria das disputas fundiárias vivenciadas pelo
povo guarani no Brasil.

Cultura guarani
Os índios guaranis, também chamados de "grande povo", acreditam que foram
criados por Tupã para admirar à terra, através da palavra.

Idioma guarani
O idioma guarani pertence ao tronco linguístico tupi-guarani, de onde derivam
21 línguas.

Os jesuítas aprenderam o idioma para evangelizar os nativos e escreveram


gramáticas sobre o idioma, permitindo sua difusão.

Essa é a língua indígena mais falada na América do Sul e chega a 60% do


Paraguai. As escolas sul-mato-grossenses da fronteira o ensinam na escola.

Idioma guarani
O idioma guarani pertence ao tronco linguístico tupi-guarani, de onde derivam
21 línguas.
Os jesuítas aprenderam o idioma para evangelizar os nativos e escreveram
gramáticas sobre o idioma, permitindo sua difusão.

Essa é a língua indígena mais falada na América do Sul e chega a 60% do


Paraguai. As escolas sul-mato-grossenses da fronteira o ensinam na escola.

Costumes dos Índios Guarani


A organização social e os cantos estão entre as mais evidentes manifestações
culturais do povo guarani. Para eles, a terra, tekoha, é parte integrante da
família.

Os cânticos guaranis são entoados como uma forma de demonstrar aos deuses
que existem sobre à terra.

Sua música também é utilizada para o controle das forças da natureza, como
falta ou excesso de chuva. Os cantos são entoados ao som de cabaças,
transformadas em instrumentos musicais.

Reservas indígenas guarani


A situação agravou-se em 1943, quando o presidente Getúlio Vargas (1882-
1954) assinou o decreto de criação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados.

O objetivo do órgão era oferecer terra às famílias de migrantes de outras


regiões e países. Era mais uma tentativa de ocupar a região em um movimento
que ficou conhecido como Marcha para o Oeste.

Sucessivos programas de deslocamento foram implantados e resultaram em


migrações forçadas dos guaranis.

Entre 1915 e 1928, o SPI (Serviço de Proteção ao Índio) demarcou oito terras
para abrigar o território guarani na área que hoje corresponde ao Estado de
Mato Grosso do Sul. As áreas totalizavam 18,1 hectares.

A estratégia foi usada para que, em pequena disposição de território, os


indígenas assimilassem a cultura envolvente (termo da antropologia usado para
falar do colonizador).

A manutenção dos indígenas nas áreas de proteção foi alterada pela imposição
da monocultura na região, na década de 70. O Mato Grosso do Sul é um dos
principais produtores de soja do País.

Esse modelo de exploração resulta no esgotamento do terreno em


consequência do uso de defensivos agrícolas e da mecanização. A
biodiversidade local foi alterada e os deslocamentos de indígenas
prosseguiram.

Os índios kaiowá e os guaranis estão entre os que conseguiram resistir, contudo


foram explorados.

Na década de 80, o governo federal implantou o Proálcool. O programa tinha


como meta criar oferta e demanda para o biodiesel e ajudar a contornar a crise
do petróleo.

No Mato Grosso do Sul, os índios passaram a trabalhar nas lavouras de cana-


de-açúcar. Não eram raros os casos de denúncia de exploração do trabalho
escravo.

Ainda na década de 80, guarani e kaiowá retomaram a posse de 11 terras


tradicionais. Juntas, as áreas totalizam 22,4 mil hectares e a posse foi
homologada após a Constituição de 1988.

Estudos antropológicos apontam que há mais terras tradicionais pertencentes


aos indígenas. O fim da disputa só ocorre após a homologação do governo
federal. Há um impasse entre os indígenas e proprietários de terras na região.

Em consequência da disputa, são constantes os conflitos armados nas


proximidades das aldeias. Entre 2003 e o primeiro semestre de 2006, 400 índios
foram assassinados na região.

A reserva indígena da cidade de Dourados (MS), conta com 3,5 mil hectares. No
local vivem 12 mil indivíduos de grupos distintos. Por terem diferentes
elementos sociais, não são raros os conflitos internos.

Aty Guasu, reunião de guaranis no Mato Grosso do Sul


Fonte de pesquisa:
Escrito por Juliana Bezerra
Professora de História

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