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AVALIAÇÃO DO LDL-COLESTEROL ESTIMADO PELA FÓRMULA DE


MARTIN NA ROTINA LABORATORIAL
Moura BS, Assunção LG, Moutinho L, Farace MD, Pereira CG.
Laboratório de Referência em Diagnósticos Especializados – Lab Rede®
Belo Horizonte - MG, Brasil
betania@labrede.com.br

OBJETIVOS LDL-C calculado pelas fórmulas de Martin x


Friedewald em amostras com triglicérides inferior
Conforme o Consenso Brasileiro para Normatização da
a 400 mg/dL
Determinação Laboratorial do Perfil Lipídico, publicado em
dezembro/2016, o cálculo do LDL-colesterol (LDL-C) pode ser
realizado pelas fórmulas de Friedewald ou de Martin, estando a
primeira limitada a amostras com triglicérides (TG) inferior a
400mg/dL. O objetivo do trabalho foi avaliar o LDL-C estimado
pela fórmula de Martin na população brasileira e comparar seus
resultados com os obtidos pela fórmula de Friedewald.

MATERIAL E MÉTODOS
A partir do banco de dados foram levantadas amostras
coletadas para dosagem conjunta de colesterol total (CT), HDL-
C, LDL-C e TG de janeiro/2017, quando a fórmula de Martin foi
implantada na rotina laboratorial para cálculo do LDL-C, a Estatística de Regressão de Deming
abril/2017. Neste período, foram identificadas 9865 amostras Coeficiente de corelação (R) 0,9912
Inclinação 1,007 (1,004 a 1,009)
com o referido perfil. Os dados foram submetidos à análise
Interseção -2,4 (-2,7 a -2,1)
estatística pelo software EP Evaluator, em dois grupos Erro Padrão Estimado 4,8
N 9695
considerando o nível de TG: 9695 e 169 amostras com TG
inferior e superior a 400mg/dL, respectivamente. Para LDL-C calculado pelas fórmulas de Martin x
determinar se o LDL-C estimado pelas fórmulas de Martin e Friedewald em amostras com triglicérides superior
a 400 mg/dL
Friedewald são equivalentes foi considerado Erro Total
Permitido (TEa) de 12%, conforme NCP-ATPIII.

RESULTADOS E CONCLUSÃO
Nas amostras com TG inferior a 400mg/dL, o LDL-C caculado
variou de 4-421mg/dL. A diferença entre os dois métodos foi
dentro do TEa em 96,5% das amostras. O coeficiente de
correlação (R) pela regressão de Deming foi de 0,9912. Nas
amostras com TG superior a 400mg/dL, LDL-C de 16-
329mg/dL, a diferença entre os métodos ficou dentro do TEa
em apenas 6,5%, o que pode ser justificado pelo fato de que a
fórmula de Friedewald é limitada neste grupo. Em uma amostra
Estatística de Regressão de Deming
(CT: 494mg/dL, HDL-c: 26mg/dL, TG: 3778mg/dL) não foi Coeficiente de corelação (R) 0,9462
Inclinação 1,223 (1,162 to 1,284)
possível calcular o LDL-C pela fórmula de Martin, sendo gerado
Interseção -70,32 (-79,10 to -61,55)
resultado negativo. Conclui-se que a fórmula de Martin tem boa Erro Padrão Estimado 21,34

correlação com Friedewald em amostras com TG inferior a N 169

400mg/dL, porém, em situações eventuais pode ser limitada, REFERÊNCIA


como na hipertrigliceridemia grave, o que é previsto no artigo 1. Consenso Brasileiro para a Normatização da Determinação Laboratorial do Perfil
Lipídico versão 1.13, Dezembro 2016, disponível em
de Martin SS, que apresenta a validação da fórmula. http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/consenso_jejum_dez2016_final.pdf
2. Martin SS, Blaha MJ, Elshazly MB, Toth PP, Kwiterovich PO, Blumenthal RS et
al. Comparison of a novel method vs the Friedewald equation for estimating
low‐density lipoprotein cholesterol levels from the standard lipid profile. JAMA.
2013;310(19): 2061‐681.

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