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Leitura de literatura na escola – Dalvi et al

Disciplina: Didática
Docente Responsável: Sérgio Annibal
Discente: José Antonio Rodrigues Luciano
2º Ano de Letras - Diurno

Capítulo 2 – O que ler? Por quê? A literatura e seu ensino


1) Ideias Centrais
Neste capítulo, Alves busca refletir os tipos de literaturas ensinadas nas escolas e
como é feito esse ensino. Para isso, o autor analisa as relações do cânone da
literatura brasileira com as demais manifestações literárias, por exemplo, a
popular, mais especificamente, a literatura de cordel. Percebe-se, então, o
destaque de obras consagradas em detrimento das que estão fora do rol
canônico. Há uma marginalização dessas literaturas ditas como “menores”. E se,
segundo autor, o cordel trata de experiências humanas universais capazes de
atingir diversos grupos de leitores, esse tipo de texto deveria ser melhor
trabalhado na escola. A partir disso, apresenta algumas maneiras e requisitos
para que se possa trabalhar em sala: docente com vasto repertório de leitura,
literatura comparativa entre gêneros e temas, musicalização dos textos e,
principalmente, dar voz ao texto, isto é, possibilitar leituras em voz alta.

2) Argumentos
a) A presença das marcas de oralidade nos textos literários; b) a riqueza
estética, literária e social da literatura popular; c) a necessidade de partir do
texto para se trabalhar na sala de aula; e d) a dificuldade com os textos
escritos devido à ausência de leitura em voz alta.

3) Percurso teórico
Romero, 1980; Veríssimo 1976; Carvalho, 1919; Barreto & Laet 1960; BOSI,
1994; COUTINHO, 1986; CASCUDO, s/d; RIEDEL et al, 1968; DANTAS,
1982; PROENÇA 1986; ZUMTHOR, 1993, 1997, 2005, 2007; BOSI, 2003;
DUFRENNE, 1969; ABREU, 1983; FARIAS, 2009; PINHEIRO e MARINHO
2012; COLOMER, 2007; FREIRE, s/d;

4) Referências
ALVES, J. H. P. Literatura de cordel na escola: vivência artística ou autoritarismo? In: LIMA,
M. A. F de et al. Colóquios linguísticos e literários. Teresina: EDUFPI, 2001
BARRETO, F & LAET, C. Antologia nacional. São Paulo: Livraria Francisco Alves, 1960.
BOSI, A. A interpretação da obra literária. In: Céu, inferno. São Paulo: Livraria Duas Cidades;
Editora 34, 2003.
____. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994.
CASCUDO, C. Folclore: Literatura oral e literatura popular. In: COUTINHO, A. (org). A
literatura do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1986.
CARVALHO, R. Pequena história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: F. Briguilet & Cia
Editores, 1953 [1919].
COLOMER, T. Andar entre livros: a leitura literária na escola. Trad.: L. Sandroni. São Paulo:
Global, 2007.
DANTAS, J. M. de S. Didática da literatura. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.
DUFRENNE, M. O poético. Trad.: L. A. Nunes & R. K. de Souza. Porto Alegre: Ed. Globo,
1982.
MARINHO, A. C. & PINHEIRO, H. O cordel no cotidiano escolar. São Paulo: Cortez, 2012.
PINHEIRO, H. Poesia na sala de aula. Campina Grande: Bagagem, 2007.
FARIAS, A. S & PINHEIRO, H. Criação e recriação de um pavão misterioso. Campina
Grande, Revista LEIA ESCOLA, v. 9, n. 1, 2009.
PROENÇA, M. C. (org). Literatura popular em verso: antologia. Belo Horizonte: Itatiaia; São
Paulo: EDUSP; Rio de Janeiro: Fundação da Casa Rui Barbosa, 1986.
ROMERO, S. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora;
Brasília; INI/MEC, 1980.
TAVARES, C. A botija. São Paulo: Ed. 34, 2006.
VERÍSSIMO, J. Estudos de literatura brasileira. Bela Horizonte; Itaiaia; São Paulo: Edusp,
1976.
ZUMTHOR, P. A letra e a voz: a literatura medieval. Trad.: J. P Ferreira e A. Pinheiro. São
Paulo: Companhia das letras, 1993.
_______. Escritura e nomadismo. Trad.: J. P Ferreira e S. Queiroz. São Paulo: Atêlie Editorial,
2005.
________. Perfomance, recepção, releitura. Trad. J. P. Ferreira e S. Fenerich. São Paulo: Cosac
Naify, 2007.

Capítulo 5 – O ensino de literatura e a leitura literária


1) Ideias centrais
Rezende inicia a reflexão com duas perguntas que nortearam todo o texto: “o
que se ensina quando se ensina literatura? Hoje? O que deveria ser ensinado se
de fato ensinasse literatura? ”. A partir delas, ele identifica algumas práticas na
sala de aula de dificultam um rendimento satisfatório do ensino de literatura, por
exemplo, o predomínio da história da literatura em detrimento do texto literário
propriamente dito, a mistura de estratégias e concepções, as quais são adaptadas
ao modelo tradicional e a substituição da leitura por outros suportes. Mas, ainda
que lentamente, há mudanças e incorporações de novas perspectivas, embora
muitas vezes distorcidas, nos documentos oficiais, o que pode contribuir para o
aprimoramento das atividades com obras literárias na escola. A autora cita,
então, o conceito de leitura literária que desloca para o aluno o centro das
relações com a literatura antes centrado no professor (ensino de literatura).

2) Argumentos
a) Práticas literárias que deixam o texto à margem na sala de aula; b) ausência
de nitidez no posicionamento diante a obra literária; e c) o aluno como centro
para o tratamento da literatura na escola.
3) Percurso teórico
CANDIDO, 1974; Compagnon, 2003; GERALDI, 1997; OLIVEIRA, 2012;
NEVES, 2004; ZILBERMAN, 2006; ROUXEL, no prelo; MOSCOVICI, 2009;
ECO, 2009; JOUVE, 2002

4) Referências
CANDIDO, A. “Entrevista”. Trans/form/ação, n. 1. 1974 (transcrito em Brigada ligeira e outros
escritos. São Paulo: Ed. UNESP, 1992, sob o título de “Entrevista”, pp. 231-246).
COMPAGNON, A. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Belo Horizonte: Ed.
UFMG, 2003.
ECO, U. Os limites da interpretação. São Paulo: Perspectiva, 2000.
GERALDI, J. W. Identidades e especificidades do ensino de língua. In: Portos de passagem. São
Paulo: Martins Fontes, 1997. pp. 73-114.
JOUVE, V. A leitura. São Paulo: Ed. UNESP, 2002.
JOVER-FALEIROS, R. Didática da leitura na formação em FLE: em busca dos leitores. Tese
de Doutorado. FFLCH-USP, 2010.
MANGUEL, A. Journal d’um lecteur, Actes Sud, 2004. In: ROUXEL, A. A tensão entre utilizar
e interpretar na recepção de obras literárias em sala de aula (inédito, no prelo em edição
brasileira).
MOSCOVICI, S. Representações Sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2009.
NEVES, M. H. de M. Que gramática estudar na escola? São Paulo: Contexto, 2004.
OLIVEIRA, S. F. de. O conhecimento sobre os gêneros discursivos: uma pesquisa junto a
professores de língua portuguesa da rede pública do estado de São Paulo. Dissertação de
Mestrado. São Paulo: FEUSP, 2012.
ROUXEL, A. O advento dos leitores reais. Tradução: Jover-Faleiros. In: ROUXEL, A.,
LANGLANDE, G. & REZENDE, N. L. de (orgs). Leitura subjetiva e ensino de literatura. São
Paulo: Almeida Editorial, no prelo.
_______. Apropriação singular das obras e cultura literária. Tradução: A. C. Moraes. In:
ROUXEL, A., LANGLANDE, G. & REZENDE, N. L. de (orgs). Leitura subjetiva e ensino de
literatura. São Paulo: Almeida Editorial, no prelo.
VERRIER, J. Vãs querelas e verdadeiros objetivos do ensino de literatura na França. Revista
educação e Pesquisa. São Paulo, v. 33, n. 2: 201-213, maio/agos. 2007.

Considerações
Os textos, que trazem novas luzes para a relação literatura e sala de aula, procuram
repensar o próprio objeto dessa disciplina. Aponta para alternativas pertinentes para
uma abordagem mais coerente e, sobretudo, eficiente do texto literário na escola.
Porém, cabe aos professores e ao demais leitores refletirem acerca desses estudos e
investigar os limites das metodologias consideradas nos textos a partir da realidade em
que se encontram em sua comunidade escolar. Pois a aula é um acontecimento único e
irrepetível que se alteram nas relações entre alunos e docentes, mesmo que estes tomem
por um modelo práticas de docência as quais impere a figura do professor. Talvez esse
seja um pilar fundamental para, junto com as reflexões postas nos textos do livro,
repensar o lugar da literatura na escola.

Referência
DALVI, M. A., REZENDE, N. L. de, JOVER-FALEIRO, R. (orgs). Leitura de literatura na escola. São
Paulo: Parábola, 2013.

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