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MULHERES QUE
MARCARAM O CINEMA
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MULHERES QUE
MARCARAM O CINEMA
Mary Pickford e Frances Marion

Sumário
Como este e-book foi criado? Pág.4

Introdução Pág.5

Por trás das câmeras Pág.6

Em frente às câmeras Pág.44

Agradecimentos Pág.66
Como este e-book foi criado?
O livro digital “30 Mulheres que Marcaram o Cinema” foi
desenvolvido pela equipe do Cinema e Café com Leite -
uma plataforma educativa criada para impulsionar os
debates sobre o mundo cinematográfico e reforçar o
protagonismo feminino.

Luisa Melo Guerrero | Fundadora e CEO Laura Moreno | Head de conteúdo


Bacharel em Cinema, bacharelanda em Bacharel em Cinema, atua como figurinista,
História da Arte e produtora de conteúdo. roteirista e diretora de arte.

Luiza Curityba | Editora de conteúdo Tabata Hellen | Head de comunicação


Jornalista e especialista em Comunicação e Jornalista, fotógrafa e comunicadora;
Marketing; atua como redatora e copywriter. cuida das estratégias e soluções do CCCL.

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Introdução
O cinema, por muito tempo, reservou um lugar de
subjugação para as mulheres. Isso fez com que elas
fossem, constantemente, invisibilizadas nas
memórias da sétima arte. Para mudar esse cenário,
o espaço feminino vem sendo questionado e
reivindicado, acima de tudo.

Havia, e por vezes ainda há, uma premissa social


que considera que as mulheres não são aptas para
executar uma série de tarefas. Isso envolve,
principalmente, funções técnicas; envolve
narrativas que não a representam ou que apenas
reforçam estereótipos machistas tão recorrentes
pelo mundo.

Mas, a verdade é que muitas mulheres (muitas


mesmo!) foram essenciais para que o setor
crescesse tanto. Neste e-book, nos reunimos para
celebrar aquelas que marcaram a história do
cinema, por trás e em frente às câmeras.
Mulheres pioneiras que precisaram de coragem
para exercer as profissões que escolheram e tanto
amaram.

Aqui, você vai encontrar um pouco da trajetória de


vida de cada uma, os filmes em destaque de suas
carreiras e os principais prêmios recebidos por
elas. São 30 perfis que representam o começo das
transformações que queremos ver, efetivamente,
nos filmes e na vida real.

O caminho para a igualdade de gênero em todos os


cargos da indústria cinematográfica ainda é longo,
e acreditamos que todos(as) nós podemos fazer a
diferença.

Vem com a gente? Boa leitura!

Dorothy Arzner
Por trás das câmeras

Alice Guy-Blaché
Alice Guy-Blaché
1873, França – 1968, Estados Unidos

Alice é o nome da pioneira, a primeira cineasta do mundo. Ainda muito jovem, no começo de seus
20 anos, na França, Guy-Blaché conseguiu um trabalho como secretária na empresa que viria a se
tornar umas das primeiras companhias de cinema do mundo, a Gaumont Film Company. Por conta
deste trabalho, ela teve o privilégio de estar presente em uma das primeiras exibições de filmes da
história, realizada pelos irmãos Lumiėre.

O amor pelo cinema foi imediato e Alice logo pediu uma câmera emprestada para a Gaumont,
realizando, assim, suas primeiras vistas. Seu primeiro filme, de 1896, se chama “A Fada do
Repolho”. Nele, a diretora apresenta uma jovem fada que retira bebês de dentro de repolhos,
fazendo referência a um folclore europeu. Este foi o primeiro de muitos: estima-se que ela tenha
realizado mais de 1.000 filmes!

Apesar de seu nome não ser tão conhecido quanto o de outros pioneiros da história do cinema, a
sua importância é inegável: Alice foi uma das primeiras mulheres a ter seu próprio estúdio, a
SOLAX, e também pioneira do som e das cores no cinema, assim como do documentário. Realizou
comédias com criatividade e ritmo impecáveis, dramas com profundidade psicológica, e até mesmo
filmes de guerra e western.

Diretora, roteirista, produtora e empresária, Alice Guy-Blaché marcou a história como a mãe do
cinema e seu nome deve ser sempre lembrado.
Filmes em destaque:
🎬 1896 - A Fada do Repolho
🎬 1906 - As Consequências do Feminismo
🎬 1906 - O Nascimento, a Vida e a Morte de Cristo
🎬 1912 - O Cair das Folhas
🎬 1913 - A House Divided
Lois Weber
1879, Estados Unidos – 1939, Estados Unidos

Uma das pioneiras de Hollywood, Lois Weber trabalhou como atriz, produtora e
montadora, além de ter roteirizado e dirigido mais de 100 filmes. Hoje, a parte existente
de sua obra é escassa, pois muitos filmes dos primeiros anos do cinema acabaram sendo
perdidos. Dentre os que resistiram ao tempo, está “Suspense” (1913). Considerado
inovador, é neste filme que Weber realiza a técnica de split screen (dividir a tela), sendo
uma das primeiras pessoas do mundo a realizar o feito.

Além do pioneirismo, Lois também marcou a história por trazer assuntos que eram
mantidos em silêncio, como em “Sapatos” (1916), onde aborda a desigualdade social e a
exploração das mulheres. Ou em “Hipócritas” (1915), em que traz a "verdade nua",
representada através de uma mulher despida e translúcida, utilizando alegorias para
explicitar a verdade sobre os diferentes âmbitos sociais e políticos.

Em sua época, Lois Weber chegou a ser a realizadora mais bem paga de Hollywood, algo
impensável para uma mulher durante as décadas que se seguiram. Fundou sua própria
companhia cinematográfica em 1917, a Lois Weber Productions, onde conseguiu driblar os
problemas com a censura que enfrentava anteriormente, focando mais ainda em filmes
que dialogavam com os problemas vivenciados pelas mulheres da época.
Filmes em destaque:
🎬 1913 - Suspense
🎬 1915 - Hipócritas
🎬 1916 - Sapatos
🎬 1916 - Onde estão meus filhos?
Cléo de Verberena
1904, Brasil – 1972, Brasil

Cleo de Verberena é o nome artístico de Jacyra Martins da Silveira, a primeira diretora de cinema
do Brasil. “O Mistério do Dominó Preto” (1931) foi o primeiro e o único longa-metragem assinado
por ela, que também atuou como protagonista.

Nascida em Amparo, no interior de São Paulo, Cléo vai para a capital em 1923, onde se casa com
Cesar Melani. Com ele, em 1930, fundou a EPICA-FILM, o estúdio de cinema onde realizou seu
filme. Ainda que, na época, o cinema estrangeiro fosse o mais valorizado, o longa de Cléo foi
exibido em pelo menos cinco cidades, e as críticas foram favoráveis.

Em 2021, foi publicada a primeira tese de doutorado sobre a diretora, por Marcella Grecco de
Araujo (USP). A acadêmica diz: "A Cleo de Verberena dirigiu uma equipe composta
majoritariamente por homens, é incrível imaginar que uma mulher fez isso no começo da década
de 30.”

A história do primeiro filme dirigido por uma mulher no Brasil foi baseada em uma novela literária
de Martinho Corrêa. O filme está perdido, e muito provavelmente foi descartado, algo comum para
a época. Ainda assim, é relevante lembrarmos o nome da cineasta pioneira em nosso país.

Filme em destaque:
🎬 1931 - O Mistério do Dominó Preto
Carmen Santos
1904, Portugal – 1952, Brasil

Maria do Carmo Santos Gonçalves nasceu em Portugal e veio para o Brasil em 1912, aos oito anos de
idade, onde trabalhou como atriz, produtora, roteirista e diretora. Carmen foi uma das mais
importantes figuras dos primórdios do cinema brasileiro, tendo fundado uma das primeiras
companhias cinematográficas do país, a Brasil Vox Filmes, que depois se tornou a Brasil Vita Filmes.

A empresa de Carmen viabilizou diversos filmes de Humberto Mauro, um dos primeiros diretores do
Brasil, e, ao lado dele, atuou nos conhecidos “Favela dos meus amores” (1935), “Cidade-mulher”
(1936) e “Argila” (1940). Além disso, atuou também no grandioso “Limite” (1931), considerado o
melhor filme brasileiro de todos os tempos segundo a Abraccine.

O longa-metragem “Inconfidência Mineira”, de 1948, é o projeto mais importante da carreira de


Carmen, no qual ela dirigiu, roteirizou, produziu e atuou. O filme demorou 10 anos para ser
produzido e exibido. Infelizmente, acabou se perdendo em um incêndio na Vita Filmes, em 1957.
Anos depois, alguns trechos foram encontrados pelo pesquisador Jurandyr Noronha e reproduzidos
em seu curta-metragem “Carmen Santos” (1969).

Filmes em destaque:
🎬 1938 - 1948 - Inconfidência Mineira
🎬 1923 - A Carne
🎬 1931- Limite
🎬 1929 - Sangue Mineiro
Natalie Kalmus
1878, Estados Unidos – 1975, Estados Unidos

Herbert Kalmus é um nome conhecido por ser um dos criadores do Technicolor, porém, o que
poucos sabem, é que foi sua esposa, Natalie M. Kalmus, a grande responsável pelo sucesso da
técnica. Ela era não só a chefe executiva do departamento de arte, como também era consultora
de cores e tem seu nome creditado em centenas de filmes. Alguns deles, você certamente já ouviu
falar, como “O Mágico de Oz’’ (1939) e “E o Vento Levou’’ (1939).

Seu papel era garantir que as cores fossem empregadas de forma harmônica nos filmes, já que o
recurso era novidade para os diretores de arte, habituados a trabalhar com tonalidades de preto e
branco. Sem a sensibilidade estética de Natalie e seu profundo conhecimento sobre o
funcionamento do Technicolor, a popularização das cores no cinema teria sido um processo bem
mais lento. Ela também escreveu um livro intitulado “Color Consciousness’’, onde explica a sua
teoria sobre a aplicação das diferentes tonalidades em cena, e as emoções que acreditava
transmitirem.

Filmes em destaque:
🎬 1938 - As Aventuras de Robin Hood
🎬 1939 - O Mágico de Oz
🎬 1939 - E o Vento Levou
🎬 1948 - Festim Diabólico
🎬 1948 - Os Sapatinhos Vermelhos
Esfir Shub
1894, Rússia – 1959, Rússia

Pioneira na Montagem Soviética, Esfir Shub é considerada a criadora dos filmes de compilação, ou
seja, filmes montados com materiais já existentes - método amplamente utilizado em
documentários. Ela realizou esta técnica no longa “A Queda da Dinastia Romanov”, de 1927, em
comemoração aos 10 anos da Revolução Russa, onde resgatou imagens de arquivo para a construção
da narrativa.

Em 1922, Shub trabalhou como montadora de filmes na Goskino (órgão estatal de produção
cinematográfica da URSS). Tornou-se chefe de montagem e era responsável por reeditar filmes
estrangeiros, para que eles ficassem de acordo com os ideais do governo local e fossem "adequados"
para o público da União Soviética.

No teatro, Esfir trabalhou com o ator Vsevolod Meyerhold e com o poeta Vladimir Maiakovski, que
defendia Esfir quando ela começou a dirigir filmes. Já no cinema, colaborou com Serguei
Eisenstein, auxiliando no roteiro de filmagens de “A Greve” (1925) e co-editando um episódio de
“Outubro“ (1927).

Além de ter sido inovadora da linguagem cinematográfica, Esfir também foi responsável por
recuperar imagens dadas como perdidas sobre a Revolução de Fevereiro, sendo também figura
essencial na história da preservação. Sendo assim, seu nome precisa estar presente na lista das
principais personalidades da vanguarda do cinema soviético.
Filmes em destaque:
🎬 1927 - A Queda da Dinastia Romanov
🎬 1927 - The Great Road
🎬 1929 - Today
🎬 1932 - The Komsomol - Chief of Electrification
Dorothy Arzner
1897, Estados Unidos – 1979, Estados Unidos

Em meio a Era de Ouro de Hollywood, uma das poucas mulheres em um alto cargo na indústria
do cinema estadunidense é uma ex-estudante de medicina que abandonou o curso para fazer
filmes. Dorothy Arzner trabalhou como revisora, roteirista e editora antes de começar a dirigir.
Foi em 1927 que a Paramount permitiu que ela, sozinha, assinasse um filme como diretora, o
longa-metragem "Fashions for Women".

Dorothy foi pioneira dos filmes sonoros, com “Garotas na Farra”, de 1929, que foi também o
primeiro filme falado da atriz Clara Bow. Na Paramount, ela dirigiu 11 filmes, mas deixou o
estúdio em 1932 para realizar produções independentes, tendo dirigido filmes para a RKO,
United Artists, Columbia e MGM. Ao longo da carreira, trabalhou com grandes atrizes como
Katharine Hepburn, Joan Crawford e Lucille Ball.

Dorothy foi a primeira mulher a fazer parte do Directors' Guild of America (Sindicato dos
Diretores da América), e possui extrema relevância na história do cinema, por ter abordado
questões LGBTQI+ e as dificuldades das mulheres na sociedade, temas que não recebiam a
devida atenção na época. O último filme dirigido por Arzner foi “Crepúsculo Sangrento”, de
1943. Em seguida, ela dirigiu comerciais e tornou-se professora na Universidade da Califórnia
em Los Angeles, na Escola de Teatro, Filme e Televisão, onde lecionou para Francis Ford
Coppola.

Mesmo com toda a sua grandiosidade, Dorothy não recebeu prêmios em vida. Sua obra foi
descoberta há pouco tempo e, hoje, é estudada com mais atenção, principalmente dentro das
teorias feministas. O que temos, agora, é seu nome eternizado na Calçada da Fama, além de
homenagens em festivais e mostras ao redor do mundo.
Filmes em destaque:
🎬 1929 - Garotas na Farra
🎬 1932 - Quando a Mulher Se Opõe
🎬 1933 - Assim Amam as Mulheres
🎬 1937 - Felicidade de Mentira
🎬 1940 - A Vida é uma Dança
Lotte Reiniger
1899, Alemanha– 1981, Alemanha

O teatro de sombras é uma forma tradicional de arte e entretenimento praticada em


diferentes países da Ásia, tendo sido originado na China. A alemã Lotte Reiniger foi
responsável por levar a prática para o cinema na Europa. Foi em 1926 que a diretora realizou
uma das primeiras animações de longa-metragem do mundo, com o filme “As Aventuras do
Príncipe Achmed”, baseado no clássico literário “As Mil e Uma Noites”.

Ao todo, na era do cinema mudo e do cinema sonoro, Lotte realizou mais de 60 filmes, além
de ter trabalhado como roteirista e assistente de direção, e estar envolvida em diversos
outros projetos. Muitos de seus curtas-metragens eram histórias infantis muito conhecidas,
como “Cinderela”, “Gato de Botas” e “A Bela Adormecida”.

Em "Harry Potter e as Relíquias da Morte", um dos contos infantis de "Beedle, o Bardo",


contado no longa, é ilustrado com a técnica de animação de silhuetas, inspirado em Lotte. A
diretora, então, marcou o cinema de animação por décadas ao contribuir com uma nova
técnica e, por isso, deve ser celebrada.
Filmes em destaque:
🎬 1919 - The Ornament of the Lovestruck Heart
🎬 1926 - As Aventuras do Príncipe Achmed
🎬 1935 - Papageno
🎬 1954 - Cinderella
Elizaveta Svilova
1900, Rússia - 1975, Rússia

Nascida Elizaveta Schnitt, Yelizaveta Svilova é um dos maiores nomes da Montagem Soviética,
movimento que teve início na Rússia após a Revolução de 1917. Ela começou a trabalhar com
cinema aos 12 anos, limpando e organizando negativos em um laboratório de filmes. Aos 14, foi
contratada como assistente de edição e, ao longo dos anos, foi aperfeiçoando cada vez mais suas
habilidades como editora, diretora e escritora.

Seu trabalho mais conhecido é como montadora no clássico ‘’Um Homem Com Uma Câmera’’ (1929),
filme extremamente revolucionário para a evolução da montagem no cinema por suas técnicas
inovadoras como a sobreposição e o slow motion.

Yelizaveta não tinha interesse em idealizar filmes de forma linear ou trabalhar em projetos com
narrativas clássicas, que estivessem presos à história de um indivíduo. Ela queria desafiar o público,
contar histórias de pessoas reais, pertencentes a diferentes grupos. Por isso, defendia o uso de
não-atores e de filmagens cotidianas de trabalhadores de fábricas e pedestres nas ruas de Moscou.

Svilova foi, ainda, uma das responsáveis por implementar a teoria do Kino-glaz, ou, cinema-olho,
que defendia um cinema documental e sem roteiro, que mostrasse aquilo que o olho vê.
Filmes em destaque:
🎬 1922 - Kino-Pravda
🎬 1924 - Câmera-olho
🎬 1929 - Um Homem Com Uma Câmera
🎬 1945 - Fall of Berlin
🎬 1946 - Julgamento em Nuremberg

Prêmios recebidos:
⭐ 1934- Ordem da Estrela Vermelha - Três Canções Para Lenin
⭐ 1945 - Prêmio Estatal da URSS - Fall of Berlin
Lina Wertmuller
1928, Itália – 2021, Itália

Lina Wertmuller nasceu na Itália, vinda de uma família Sueca. Sempre interessada pelas artes,
um de seus primeiros trabalhos no cinema foi como assistente de direção de Federico Fellini
nas filmagens de ‘’8 ½’’. Ela decide começar uma carreira independente e roteirizar seus
próprios filmes, e em 1976, torna-se a primeira mulher a ser indicada a um Oscar de Melhor
Direção. O prêmio ficou com John G. Avildsen por Rocky, porém, o acontecimento foi um
marco para a trajetória feminina no cinema. Mas ser a primeira mulher indicada a um Oscar na
categoria de direção não foi a única quebra de paradigmas que Lina causou.

Por muitas vezes, suas obras foram consideradas inapropriadas, pela sua maneira bastante
irônica e sexual de lidar com temáticas sociais e políticas, sendo frequentemente mal
interpretada ao explorar os contrastes entre o feminino e o masculino. Lina descreve suas
narrativas como: ‘’meus filmes tem esse estilo que combina humor com drama, ironia e
cinismo, comédia e tragédia..’’, e é exatamente isto que nos deparamos ao assistir suas obras,
uma sequência de absurdos que nos faz rir, e questionar.

Filmes em destaque:
🎬 1972 - Mimi, o Metalúrgico
🎬 1973 - Amor e Anarquia
🎬 1974 - Swept Away
🎬 1975 - Pasqualino Sete Belezas
Prêmios recebidos:
⭐1975 - Globo de Ouro, Itália - Prêmio Alitalia
⭐1985 - Festival de Berlim - Camorra
⭐2009 - Globo de Ouro, Itália - Globo de Ouro pela carreira
⭐2020 - Governors Awards - Oscar Honorário
Thelma Schoonmaker
1940, Argélia -

A montagem é um dos processos mais importantes durante a criação de um filme. Ela pode elevar
ou destruir uma narrativa de acordo com as escolhas criativas, pois é neste momento que é
confeccionado o ritmo e a ordem em que a história será contada. Esse é o trabalho de Thelma
Schoonmaker, uma das maiores montadoras da história de Hollywood.

Thelma nasceu na Argélia em 1940 e mudou-se para os Estados Unidos aos 15 anos. Ela pretendia
tornar-se uma diplomata, mas esbarrou em um anúncio no jornal americano The New York Times
com a oferta de treinamento para editores e decidiu se inscrever. Ela não ficou muito tempo nesse
trabalho, porém, aprendeu um pouco sobre montagem em negativos, o que foi o suficiente para
que ajudasse no projeto de outro estudante da Universidade de Nova York: Martin Scorsese.

Foi então que começou uma parceria de longa data, o que a tornou a responsável por trás da
montagem de clássicos como ‘’Os Bons Companheiros’’ (1990), ‘’O Lobo de Wall Street’’ (2013), ‘’O
Irlandês’’ (2019), entre outros. Seu primeiro longa de ficção em parceria com o diretor lhe rendeu
sua segunda indicação e a primeira vitória no Oscar por Melhor Montagem com o clássico ‘’Touro
Indomável’’ de 1980. Após este, recebeu mais seis indicações, com duas vitórias entre elas. Thelma
continua atuando como montadora até hoje, aos 83 anos.
Filmes em destaque:
🎬 1970 - Woodstock - 3 Dias de Paz, Amor e Música
🎬 1980 - Touro Indomável
🎬 1990 - Os Bons Companheiros
🎬 2010 - Ilha do Medo
🎬 2013 - O Lobo de Wall Street

Prêmios recebidos:
⭐1981 - Oscar - Melhor Edição - Touro Indomável
⭐1982 - BAFTA - Melhor Edição - Touro Indomável
⭐1991 - BAFTA - Melhor Edição - Os Bons Companheiros
⭐2005 - Oscar - Melhor Edição - O Aviador
⭐2007 - Oscar - Melhor Edição - Os Infiltrados
Agnès Varda
1928, Bélgica – 2019, França

Agnès Varda foi muito mais do que cineasta: era uma grande artista. Atravessou não apenas o
cinema de ficção, mas o documentário e o experimental, dando luz a temas de extrema
importância que não eram escutados. Realizou o curta-metragem “Resposta das Mulheres:
Nosso Corpo, Nosso Sexo”, onde aborda a luta feminista, e “Os Panteras Negras”, em que
acompanha o Partido dos Panteras Negras, seus protestos e reuniões para tentar libertar Huey
Newton, ativista e um dos líderes do grupo.

Varda realizou, ainda, “La Pointe Courte”, em 1955. Este longa-metragem é considerado, por
muitos, o primeiro filme da Nouvelle Vague da França, trazendo a diretora como pioneira do
movimento que influenciou o mundo inteiro.

Com mais de 50 filmes dirigidos, Agnès teve sua obra reconhecida nos maiores festivais de
cinema do mundo, como Berlim, Cannes, Veneza, Toronto e Locarno, onde participou, foi
premiada e homenageada. Em 2018, recebeu o Oscar na categoria Conjunto da Obra. Como
uma das cineastas mais importantes que já existiram, ela marcou a história e precisa ser
celebrada.
Filmes em destaque:
🎬 1962 - Cléo das 5 às 7
🎬 1977 - Uma Canta, a Outra Não
🎬 1985 - Os Renegados
🎬 2000 - Os catadores e eu
🎬 2017 - Visages, villages

Prêmios recebidos:
⭐1965 – Festival de Berlim – Prêmio Especial do Júri e Troféu Interfilm – As Duas Faces da Felicidade
⭐1985 – Festival de Veneza – Leão de Ouro – Os Renegados
⭐2015 – Festival de Cannes – Palma de Ouro Honorária - Conjunto da obra
⭐2015 – Festival de Locarno – Leopardo de Ouro Honorário - Conjunto da obra
⭐2017 – Festival de Toronto – Melhor Documentário – Visages, villages
⭐2018 – Oscar Honorário – Conjunto da obra
Marguerite Duras
1914, Vietnã – 1996, França

Em 1914, na Indochina, atual sul do Vietnã, nasceu a escritora e diretora Marguerite Duras.
Começou sua carreira como escritora em 1943 com o livro, ‘’Os Imprudentes’’, mas o
início do seu grande reconhecimento no meio literário foi com “O Marinheiro de
Gibraltar”, de 1952. Ela inaugura seu trabalho no cinema no final dos anos 50 e contribui
como dialoguista em um dos maiores clássicos da Nouvelle Vague francesa: ‘’Hiroshima
Mon Amour’’, obra que rendeu à Duras a indicação ao Oscar de ‘’Melhor Roteiro’’ em 1961.

Muitos de seus livros foram adaptados para o cinema, porém, Marguerite sempre foi
bastante crítica com as versões de suas histórias. Por isso, então, decide começar a
escrever seus próprios roteiros, e dirige seu primeiro filme autoral em 1967, chamado ‘’La
Musica’’.

Em seus projetos, Marguerite era contra gêneros e categorizações, gostava de desafiar o


público e até mesmo a capacidade de representação da própria imagem. Defendia um
cinema subversivo e existencialista, abordando, muitas vezes, sua infância e suas relações.
Duras compartilha sua atração por fazer cinema partindo da ideia que: “era como se a
palavra que eu escrevia já contivesse em si sua imagem. Filmá-la era perseguir, ampliar o
discurso. Continuar a escrever sobre a imagem”.
Filmes em destaque:
🎬 1959 - Hiroshima, Meu Amor
🎬 1971 - Yellow the Sun
🎬 1975 - India Song
🎬 1977 - Baxter, Vera Baxter
🎬 1981 - Agatha e as Leituras Ilimitadas

Prêmios recebidos:
⭐ 1966- Faro Island Film Festival - Golden Moon Award - Mademoiselle
⭐ 1974 - Faro Island Film Festival - Golden Train Award - La Femme du Gange
⭐ 1975 - Faro Island Film Festival - Golden Train Award - India Song
⭐ 1985 - Festival de Berlim - Urso de Ouro, Menção Honrosa - As Crianças
⭐ 1985 - Festival de Berlim - Prêmio C.I.C.A.E. Award - As Crianças
Maya Deren
1917, Ucrânia – 1961, Estados Unidos

Diretora de cinema, fotógrafa, escritora, dançarina e coreógrafa, Maya Deren foi uma das mais
importantes cineastas independentes e experimentais da história. Nascida em Kiev, em plena
Revolução Russa, com o nome Eleonora Derenkovskaya, mudou-se para Nova York, nos Estados
Unidos, em 1922.

Lá, Deren fez a mudança de nome e aprofundou seus estudos e práticas de dança e literatura,
atuando como assistente de dança e realizando o mestrado em literatura inglesa e poesia
simbolista. Por conta disso, o movimento corporal, assim como a linguagem poética, são elementos
característicos de seus trabalhos no cinema.

Seu filme mais conhecido é o curta-metragem Tramas do Entardecer, de 1943, presente na lista dos
melhores filmes de todos os tempos da revista Sight & Sound. O filme experimental aborda o
inconsciente, e a narrativa onírica aparece em outros trabalhos da diretora, sendo ela uma grande
influência para os surrealistas que surgiram depois.

Maya Deren é um nome essencial na história do cinema experimental de vanguarda.


Filmes em destaque:
🎬 1943 - Tramas do Entardecer
🎬 1944 - The Private Life of a Cat
🎬 1954 - Cavaleiros Divinos - Os Deuses Vivos do Haiti

Prêmios recebidos:
⭐1947 – Festival de Cannes – Grande Prêmio Internacional para Filmes de 16mm – Classe Experimental
Helena Solberg
1938, Brasil –

Maria Helena Collet Solberg é uma das mais importantes diretoras de cinema brasileiras,
considerada a única diretora mulher do movimento Cinema Novo. Tendo trabalhado também como
produtora e roteirista, seu foco sempre foi o documentário. Seu filme mais conhecido é o
curta-metragem “A Entrevista”, de 1966, onde realiza entrevistas sobre casamento, sexo e política,
afim de pensar o papel da mulher na época. O filme está em 9º lugar na lista de melhores
curtas-metragens brasileiros de todos os tempos pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de
Cinema).

Helena ganhou reconhecimento internacional com "From the Ashes: Nicaragua Today" ("Das Cinzas…
Nicarágua Hoje"), de 1982, em que traz o olhar de uma família nicaraguense e trata sobre o
Movimento Nacional de Libertação da Nicarágua. O documentário, realizado nos Estados Unidos,
ganhou o Prêmio Emmy de Notícias e Documentários, em 1983.

A diretora também foi responsável pelo documentário "Carmen Miranda: Bananas Is My Business", de
1995, período conhecido como a retomada do cinema brasileiro. O filme circulou e recebeu prêmios
em diversos festivais nacionais e internacionais, como no Festival de Brasília, Festival de Havana,
Festival de Cinema do Uruguai, Festival Internacional de Cinema de Chicago e Encontro
Internacional de Cinema de Portugal.

Hoje, Helena não é tão lembrada quanto os diretores homens do Cinema Novo, apesar de ter
trabalhado com alguns deles. Por isso, devemos reforçar a presença de sua obra neste capítulo tão
crucial do audiovisual brasileiro.
Filmes em destaque:
🎬 1966 - A Entrevista
🎬 1995 - Carmen Miranda: Bananas Is My Business
🎬 2003 - Vida de Menina

Prêmios recebidos:
⭐1983 – Prêmio Emmy de Notícias e Documentários - From the Ashes: Nicaragua Today
⭐1995 – Festival de Chicago – Melhor Documentário - Carmen Miranda: Bananas is my business
⭐2004 – Festival de Gramado – Melhor Filme pelo público e pelo júri, Roteiro, Fotografia, Trilha e
Direção de Arte - Vida de Menina
Safi Faye
1943, Senegal - 2023, França

Safi Faye foi uma diretora, atriz e etnóloga nascida no vilarejo de Fad’jal no Senegal. Ela se
formou na Escola de Cinema Louis Lumière na França e, após produzir o curta ‘’La Passante’’,
em 1972, decidiu desenvolver seu próprio longa-metragem chamado ‘’Kaddu Beykat’’ ou
‘’Carta Camponesa’’. Com ele, tornou-se a primeira mulher da África Subsaariana a dirigir um
longa que vem a ser distribuído comercialmente.

A ideia de que seu interesse por cinema surgiu ao atuar no filme ‘’Pouco a Pouco’’ (1970), do
diretor francês Jean Rouch, é bastante reproduzida, porém, o início de sua trajetória no
cinema vem de motivação pessoal, e a própria diretora coloca: “(...) Existe a impressão de
que os africanos não podem fazer nada sem um supervisor. Rouch nunca disse que era por
causa dele que eu sou uma cineasta e nem eu fiz essa afirmação. As pessoas fazem as coisas,
e a África acaba sendo vista em termos simplistas’’.

Safy fazia filmes que mesclam o documental com a ficção, fazendo estudos etnográficos em
suas obras, ao apresentar o cotidiano de vilarejos do Senegal e suas adversidades. Em um
artigo para o site do MoMA, a artista Nene Aïssatou Diallo nos apresenta a sábia observação:
“Enquanto Sembène é frequentemente chamado de pai do cinema africano, podemos
considerar Faye, a primeira mulher ‘a ousar fazer um filme’, a mãe do cinema africano”.
Filmes em destaque:
🎬 1976 - Kaddu Beykat
🎬 1979 - Fad’jal
🎬 1980 - I, Your Mother
🎬 1997 - Mossane

Prêmios recebidos:
⭐1976 - Festival de Berlim - Fórum de Novo Cinema - Kaddu Beykat
⭐1979 - Festival de Berlim - Fórum de Novo Cinema - Fad'jal
Chantal Akerman
1950, Bélgica - 2015, França

Nascida em Bruxelas, na Bélgica, Chantal Akerman foi uma das mais importantes representantes da
perspectiva feminina no cinema ao dirigir e roteirizar filmes baseados em suas próprias vivências e
análises. Por um tempo, Chantal não sabia se iria seguir carreira no cinema ou na escrita, porém,
foi convencida a tornar-se cineasta ao assistir “Pierrot Le Fou” de Jean Luc Godard e notar que o
cinema poderia ser também uma expressão artística, e não apenas um meio de entretenimento.

Em sua obra de maior destaque, ‘’Jeanne Dielman’’ (1975), Chantal conta que fez questão de
recrutar uma equipe, pelo menos, 80% feminina. Este mesmo longa foi, em 2022, eleito o melhor
filme de todos os tempos segundo a lista da Sight and Sound, organizada pelo British Film Institute,
que é atualizada a cada década.

Em 70 anos de existência do ranking, esta foi a primeira vez que o filme posicionado em primeiro
lugar é dirigido por uma mulher. Na realidade, um filme feito por uma mulher nunca havia chegado
sequer ao Top 10.

Chantal não tinha pressa: filmava cotidianos e todas as nuances presentes neles, e as ações
duravam o tempo que tivessem que durar. Ironicamente, seu único ato de rapidez foi a vida.
Akerman faleceu em 2015, com apenas 65 anos.
Filmes em destaque:
🎬 1974 - Eu, Tu, Ele, Ela
🎬 1975 - Jeanne Dielman
🎬 1976 - Notícias de Casa
🎬 1993 - Do Leste
🎬 2015 - Não É um Filme Caseiro

Prêmios recebidos:
⭐1974 - Faro Island Film Festival - Melhor Iniciante - Eu, Tu, Ele, Ela
⭐1975 - Faro Island Film Festival - Melhor Filme - Jeanne Dielman
⭐1978 - Belgian Film Critics Association - André Cavens Award - Os Encontros de Anna
⭐1978 - Festival Internacional de Cinema de Chicago - Melhor Filme - Os Encontros de Anna
⭐2016 - Alliance of Women Film Journalists - EDA Female Focus Award - Ícone Feminino do Ano
Kathryn Bigelow
1951, Estados Unidos -
Kathryn Bigelow nasceu nos Estados Unidos, no estado da Califórnia, mas começou a se
interessar pelo cinema quando se mudou para Nova York. Lá, ganhou uma bolsa para estudar
cinema na Universidade Columbia e iniciou seus projetos independentes como diretora,
produtora e roteirista. Logo após de formar, roteirizou e dirigiu seu primeiro longa, intitulado
‘’The Loveless’’ de 1981, protagonizado por Willem Dafoe, quando ainda era ator iniciante.

Em 2010, seu longa ‘’Guerra ao Terror’’, que retrata os impasses entre soldados do esquadrão
anti-bombas do exército americano durante a guerra do Iraque, foi um sucesso na temporada
de premiações, permitindo que Kathryn colecionasse diversas estatuetas por onde passava.
Tal êxito fez com que ela se tornasse a primeira mulher a receber o Oscar na categoria de
Melhor Direção.

Antes dela, apenas outras 3 diretoras haviam sido indicadas na história da premiação. Além
deste, Kathryn também foi pioneira no BAFTA, Directors Guild of America Award e Critics'
Choice Award, onde, anteriormente, todos haviam sido entregues a diretores homens.

Ao longo de sua carreira, Bigelow tornou-se conhecida por fazer filmes de ação - gênero
estereotipicamente atribuído ao público masculino.
Filmes em destaque:
🎬 1989 - Jogo Perverso
🎬 1991 - Caçadores de Emoção
🎬 2008 - Guerra ao Terror
🎬 2012 - A Hora Mais Escura
🎬 2017 - Detroit em Rebelião

Prêmios recebidos:
⭐2010 - Oscar - Melhor Direção - Guerra ao Terror
⭐2010 - Oscar - Melhor Filme - Guerra ao Terror
⭐2010 - BAFTA - Melhor Filme - Guerra ao Terror
⭐2016 - Emmy - Melhor Documentário - Cartel Land
Anna Behlmer
1961, Estados Unidos -

Desde o advento dos sons nos filmes, a maioria deles é produzida com a presença de trilha, fala e
efeitos sonoros. Porém, nos sets de cinema, a equipe de som raramente é composta com a presença
de mulheres. Anna Behlmer é engenheira de som e uma das maiores vozes femininas quando o
assunto é som no cinema.

Ela foi a primeira mulher a receber uma indicação ao Oscar na categoria de "Melhor Mixagem de
Som’’ por seu trabalho no longa ‘’Coração Valente’’ de 1995. Além desta, Anna ainda recebeu mais
10 indicações ao Oscar ao longo dos anos. A última delas foi em 2009 por ‘’Star Trek’’. A
profissional ganhou, ainda, três prêmios BAFTA.

Behlmer começou a trabalhar com som após participar de um programa de mentoria na Todd-AO,
uma companhia americana especializada em pós-produção. Em 2018, teve sua carreira
homenageada na Cinema Audio Society Awards, premiação dedicada ao áudio no cinema.

Filmes em destaque:
🎬 1995 - Coração Valente
🎬 2001 - Moulin Rouge!
🎬 2001 - Planeta dos Macacos
🎬 2002 - Prenda-me Se For Capaz
🎬 2015 - A Grande Aposta
Prêmios recebidos:
⭐1996 - BAFTA - Melhor Som - Coração Valente
⭐1997 - Online Film & Television Association - Melhor Mixagem de Som - Evita
⭐1998 - BAFTA - Melhor Som - Cidade Proibida
⭐2002 - BAFTA - Melhor Som - Moulin Rouge!
⭐2018 - Cinema Audio Society Awards - Prêmio pelas conquistas na carreira
Rachel Morrison
1978, Estados Unidos -

Cinegrafista e diretora, Rachel Morrison foi a primeira mulher a ser indicada ao Oscar de
Melhor Cinematografia depois de 93 anos de existência da premiação. A indicação veio de seu
trabalho como fotógrafa no longa ‘’Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi’’ de 2017.

O entusiasmo de Rachel em relação às câmeras surgiu aos 4 anos, ao observar sua mãe, que
possuía uma máquina fotográfica e registrava momentos da família de forma artística, apesar
de amadora. Inicialmente, ela se formou em fotojornalismo, mas fez uma segunda graduação
em filme e fotografia. Em 2017, tornou- se membro da Sociedade Americana de Cinegrafistas
por suas conquistas na profissão.

Morrison revelou para a revista americana Times que trabalhou em 11 filmes independentes
antes de conseguir trabalho em um grande longa de estúdio e, enquanto isso, observava seus
colegas de profissão homens conseguindo tal feito depois de dois ou três projetos
independentes. Após a indicação de Rachel, apenas mais uma mulher foi indicada ao Oscar na
mesma categoria: Ari Wegner por ‘’Ataque dos Cães’’, em 2022.
Filmes em destaque:
🎬 2013 - Fruitvale Station: A Última Parada
🎬 2014 - Cake: Uma Razão para Viver
🎬 2015 - Dope: Um Deslize Perigoso
🎬 2017 - Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi
🎬 2018 - Pantera Negra

Prêmios recebidos:
⭐2017 - New York Film Critics Circle Awards - Melhor Cinematografia - Mudbound
⭐2018 - EDA Female Focus Award - Desempenho Extraordinário por uma Mulher na Indústria
Cinematográfica - Mudbound e Pantera Negra
Em frente às câmeras

Corinne Griffith
Anna Karina
1940, Dinamarca – 2019, França

Da Dinamarca à França. Da França ao coração do mundo todo. Anna Karina, nome artístico
de Hanne Karin Bayer, foi modelo, atriz, diretora e roteirista. Nascida em 1940, mudou-se
para a França ainda muito nova, aos dezessete anos. Viajou sozinha e falava pouco
francês, mas estava decidida a mudar sua vida. Um dia, no verão europeu de 1958,
sentada no café Les Deux Magots em Paris, Anna foi abordada por uma mulher chamada
Catherine Harlé que a convidou para fazer algumas fotos.

Foi quando começou a carreira como modelo, estampando campanhas para marcas
grandiosas como a Chanel. Em 1961, deu início à sua atuação no cinema com o filme
“Agora ou Nunca”, dirigido por Michel Deville. No mesmo ano, iniciou uma longa parceria
com o aclamado diretor Jean-Luc Godard em “Uma Mulher é uma Mulher”. Em 1962,
protagonizou um dos filmes mais aclamados de sua jornada profissional: “Viver a Vida”.

Karina é, hoje, considerada um ícone do cinema dos anos 1960 e uma das atrizes-símbolo
da Nouvelle Vague. Na época, o jornal britânico The Guardian a descreveu como um
"espírito livre efervescente da nova onda francesa". Em 1967, Serge Gainsbourg a
homenageou com seu único filme musical, “Anna”. Já na década de 1970, Anna Karina
dirigiu e roteirizou seu primeiro filme, "Vivre Ensemble” (1973).
Filmes em destaque:
🎬 1961 - Uma mulher é uma mulher
🎬 1962 - Viver a Vida
🎬 1962 - Cléo de 5 a 7
🎬 1963 - O Pequeno Soldado
🎬 1965 - O Demônio das Onze Horas

Prêmios recebidos:
⭐ 1961 – Festival de Berlim – Urso de Prata de Melhor Atriz – Uma mulher é uma mulher
⭐ 2016 – BODIL – Troféu Honorário
Audrey Hepburn
1929, Bélgica – 1993, Suíça

Audrey nasceu em Bruxelas, no dia 4 de maio de 1929. Ainda pequena, viu de perto a Segunda
Guerra Mundial acontecer. Cresceu na Inglaterra e na Holanda, países onde nasceram seus pais,
Joseph Victor Anthony Ruston e Ella van Heemstra.

Em Londres, estudou balé. Sua carreira, então, começou. Hepburn atuava como modelo e
participava dos musicais de West End. Sua história como atriz começou em meados de 1940.
Naquela época, não imaginava, mas se tornaria uma das protagonistas da Era de Ouro de
Hollywood.

Nos palcos, em frente às câmeras e ao abrir das cortinas, Audrey conquistou o mundo – foi a
terceira mulher a receber as quatro maiores premiações norte-americanas por seu trabalho: o
Emmy, o Grammy, o Oscar e o Tony. Se tornou, assim, parte de uma restrita lista de artistas
EGOT*.

Sua estreia na sétima arte foi com “Monte Carlo Baby” (1951). O estrelato foi alcançado apenas
dois anos depois, quando protagonizou “A princesa e o plebeu” (1953) e recebeu o Oscar de Melhor
Atriz, prêmio ao qual foi indicada outras quatro vezes. Entre as décadas de 1970 e 1980, Audrey
deixou Hollywood e passou a se dedicar à família e ao trabalho humanitário.

Em 1988, tornou-se embaixadora especial da UNICEF.

*EGOT é um termo usado para representar os artistas premiados em todas as maiores premiações do cinema,
música e teatro: Emmy (E), Grammy (G), Oscar (O) e Tony (T).
Filmes em destaque:
🎬 1953 - A princesa e o plebeu
🎬 1954 - Sabrina
🎬 1956 - Guerra e Paz
🎬 1957 - Cinderela em Paris
🎬 1961 - Bonequinha de Luxo

Prêmios recebidos:
⭐1954 - Oscar – Melhor Atriz – A princesa e o plebeu
⭐1954 - Globo de Ouro – Melhor Atriz em Filme de Drama – A princesa e o plebeu
⭐1954 - BAFTA – Melhor Atriz Britânica – A princesa e o plebeu
⭐1960 - BAFTA – Melhor Atriz Britânica – Uma Cruz à Beira do Abismo
⭐1965 - BAFTA – Melhor Atriz Britânica – Charada
⭐1994 - Grammy Awards – Melhor Álbum falado para Crianças – Audrey Hepburn’s Enchanted Tales
Faten Hamama
1931, Egito – 2015, Egito
A carreira de Faten Hamama no cinema começou antes dela completar seus dez anos.
Ainda menina, venceu um concurso de beleza infantil e seu pai enviou sua foto ao diretor
Mohamed Karin. Na época, ele procurava uma atriz mirim para o filme “A Happy Day”
(1939). Faten foi selecionada, dando início à sua jornada profissional.

Anos mais tarde, dividiu as telas com o ex-marido Omar Sharif, sendo essencial para os
primeiros passos da carreira do ator nos bastidores do filme “Struggle in the Valley”. Eles
formaram um “par romântico dos sonhos” na ficção e na vida real. Em 1974, quando
decidiram se divorciar, viveram uma separação dolorosa.

Hamama decidiu focar em sua independência e estrelou filmes icônicos, como “I Want A
Solution” (1975), que defendeu os direitos das mulheres de iniciar o divórcio. Após o
filme, o governo egípcio revogou a lei que proibia as esposas de se divorciarem de seus
maridos.

De diversas formas, a atriz colaborou para melhorar a indústria do cinema no Egito,


enfatizando a importância das mulheres na sétima arte e na sociedade egípcia. Em 2000,
foi selecionada como a Estrela do Século pela Organização Egípcia de Escritores e Críticos
e é considerada a “dama da tela” árabe.
Filmes em destaque:
🎬 1963 - Cairo
🎬 1963 - The Open Door
🎬 1965 - El haram
🎬 1975 - I Want a Solution
🎬 1993 - Land of Dreams

Prêmios recebidos:
⭐1963 – Festival de Cinema de Jacarta – Melhor Atriz – The Open Door
⭐1972 – Festival Internacional de Cinema de Moscou – Prêmio Especial da União Soviética das
Mulheres – Império M
⭐1976 – Festival de Filmes Egípcios – Prêmio de Excelência – Oreedo Hallan
⭐2001 – Festival de Rádio e Televisão – Prêmio Honorário – Wajh al-Kamar
Fernanda Montenegro
1929, Brasil –

Arlete Pinheiro Esteves da Silva. Assim nasceu Fernanda Montenegro, em 16 de outubro de


1929, no bairro Cascadura, localizado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. O nome
artístico foi adotado logo quando começou sua carreira aos 15 anos. Era redatora,
locutora e radioatriz.

Ao lado da Rádio MEC onde atuava, participou de um grupo de teatro amador da


Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Antes disso, tinha atuado aos 8 em uma peça na
igreja. Em 1951, foi a primeira atriz contratada pela TV Tupi. Hoje, Fernanda é
considerada a grande dama do cinema e da dramaturgia do Brasil.

E já alçou grandes voos: foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao


Oscar de Melhor Atriz por seu trabalho em Central do Brasil (1998). No assunto
pioneirismo, ela foi, também, a primeira do nosso país a ganhar o Emmy Internacional na
categoria de melhor atriz pela atuação em Doce de Mãe (2013).

Já em 2021, se tornou a primeira mulher eleita para a cadeira de número 17 da Academia


Brasileira de Letras se tornando, assim, uma "imortal".
Filmes em destaque:
🎬 1985 - A Hora da Estrela
🎬 1998 - Central do Brasil
🎬 2000 - O Auto da Compadecida
🎬 2004 - Olga
🎬 2013 - Doce de Mãe

Prêmios recebidos:
⭐1998 - National Board of Review Award – Melhor Atriz – Central do Brasil
⭐1998 - Festival de Berlim – Urso de Prata de Melhor Atriz – Central do Brasil
⭐2005 - Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – Melhor Atriz – O Outro Lado da Rua
⭐2013 - EMMY Internacional – Melhor Atriz – Doce de Mãe
⭐2020 - Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – Melhor Atriz Coadjuvante – A Vida Invisível
Hattie McDaniel
1893, Estados Unidos – 1952, Estados Unidos

Irmã mais nova de treze filhos, Hattie McDaniel nasceu em Wichita, no Kansas, em um dia
10 de junho. O ano era 1893. Aos 17, em 1910, venceu um concurso de poesia. Ao
compartilhar seus versos com o público do alto do palco, percebeu que seu sonho era ser
artista. A realidade foi difícil de encarar.

Hattie foi uma das primeiras cantoras negras a se apresentar no rádio americano. Cantava
blues e fazia teatro. Em 1929, com a crise da bolsa de valores estadunidense, os teatros
fecharam e as oportunidades de emprego se tornaram escassas. Sua estreia no cinema
aconteceu no ano seguinte, mas com salários tão baixos que era preciso complementar a
renda como doméstica ou cozinheira.

Ao longo da carreira, Hattie atuou em mais de 300 filmes, só não foi creditada na maioria
deles. Consequência disso é uma filmografia incompleta, marcada também pela
invisibilização de sua história que perdurou por longos anos no setor. Em 1940, se tornou a
primeira artista negra a receber um Oscar - o de Melhor Atriz Coadjuvante, pelo filme
"Gone with the Wind" (1939).

Em um ambiente de total segregação racial, Hattie discursou na premiação: “espero,


sinceramente, ser sempre motivo de orgulho para a minha raça e para a indústria
cinematográfica.”
Filmes em destaque:
🎬 1934 - Babbitt
🎬 1935 - A Mascote do Regimento
🎬 1936 - Gentle Julia
🎬 1939 - ...E o Vento Levou
🎬 1941 - A Grande Mentira

Prêmios recebidos:
⭐1940 - Oscar – Melhor Atriz Coadjuvante – ...E o Vento Levou
Ingrid Bergman
1915, Suécia – 1982, Reino Unido

Era verão na Suécia quando Ingrid Bergman nasceu no dia 29 de agosto de 1915. Ao completar dois
anos, perdeu sua mãe e teve seu pai como principal fonte de inspiração. Foi ele que transmitiu à
menina, ainda criança, a paixão pelo teatro e pelas demais artes.

Ao decidir seguir a carreira artística, Ingrid entrou para a Real Escola Dramática de Estocolmo. Sua
estreia no cinema aconteceu antes mesmo de encerrar o curso. Em dois anos, a atriz marcou
presença em nove filmes de seu país. Famosa por lá, foi levada à Hollywood para protagonizar uma
nova versão do bem-sucedido filme sueco “Intermezzo” (1936).

Depois da estreia do longa, o mundo conheceu uma grande atriz: Bergman adotava um estilo
inovador de atuar. Era vibrante, versátil. Não à toa, colecionou prêmios. Três vezes premiada com
o Oscar, foi a primeira intérprete do norte europeu a ganhar a estatueta pelo papel principal.

Em 1982, Ingrid Bergman morreu no dia do seu aniversário de 67 anos.

Filmes em destaque:
🎬 1936 - Intermezzo
🎬 1942 - Casablanca
🎬 1944 - À Meia-Luz
🎬 1956 - Anastasia
🎬 1974 - Assassinato no Expresso Oriente
Prêmios recebidos:
⭐1944 - Oscar – Melhor Atriz – À Meia-Luz
⭐1944 - Globo de Ouro – Melhor Atriz em um filme Dramático – À Meia-Luz
⭐1945 - Globo de Ouro – Melhor Atriz em um filme Dramático – Os Sinos de Santa Maria
⭐1947 - Tony – Melhor Atriz Principal em Peça – Joan of Lorraine
⭐1956 - Globo de Ouro – Melhor Atriz em um filme Dramático – Anastasia
⭐1956 - Oscar – Melhor Atriz – Anastasia
⭐1960 - Emmy – Melhor Atriz em minissérie ou telefilme – The Turn of the Screw
⭐1974 - Oscar – Melhor Atriz Coadjuvante – Assassinato no Expresso Oriente
⭐1974 - BAFTA – Melhor Atriz Coadjuvante – Assassinato no Expresso Oriente
⭐1982 - Globo de Ouro – Melhor Atriz em minissérie ou telefilme – A Woman Called Golda
⭐1982 - Emmy – Melhor Atriz em minissérie ou telefilme – A Woman Called Golda
Julie Andrews
1935, Reino Unido –

Atriz, cantora, dançarina, escritora, diretora teatral e bailarina. Julie Andrews reúne com
dedicação, amor e talento todas essas ocupações ao longo de sua carreira artística que
começou – quase – junto aos seus primeiros passos quando criança. Foi aos dois anos que
ela começou a estudar dança com a tia, Joan.

Seu padrasto, o cantor Ted Andrews, notou mais um dom durante a infância de Julie: a
voz. Ela morava com ele e a mãe, a pianista Barbara Ward Wells. Por Ted, herdou o
sobrenome e fortaleceu a paixão pela música que já vinha de Barbara.

A estreia no teatro aconteceu na década de 1940. Julie tinha nove anos e era atriz-mirim.
Já em 1954, chegou à Broadway estrelando o musical “The Boyfriend” (O Namoradinho).
Por lá, recebeu indicações ao Tony com os sucessos “My Fair Lady” e “Camelot”. Pelo
filme musical “Cinderella” (1957), quebrou recordes na TV e recebeu sua primeira
indicação ao Emmy.
Em 1964, a estreia de Andrews no cinema veio com “Mary Poppins” e Julie logo foi
premiada com o Oscar de Melhor Atriz. E seu trabalho vai além: entre as diversas
atividades beneficentes e filantrópicas das quais participou, Julie recebeu o título de
Embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas para a UNIFEM, Fundo de Desenvolvimento
das Nações Unidas para Mulheres.

A lista de homenagens à atriz inclui um tributo estrelado por Lady Gaga na cerimônia do
Oscar de 2015, quando “Noviça Rebelde”, filme protagonizado por Julie, completou 50
anos. Andrews também escreveu livros infantis e, em 2008, publicou uma autobiografia
intitulada "Home: A Memoir of My Early Years".

Filmes em destaque:
🎬 1957 - Cinderella
🎬 1964 - Mary Poppins
🎬 1965 - A Noviça Rebelde
🎬 1982 - Victor ou Vitória
🎬 2001 - O Diário da Princesa
Prêmios recebidos:
⭐1965 – Oscar – Melhor Atriz – Mary Poppins
⭐1965 – BAFTA – Melhor Atriz Revelação – Mary Poppins
⭐1966 – Globo de Ouro – Melhor Atriz de Comédia ou Musical – The Sound of Music
⭐1973 – Emmy – Melhor Série Musical – The Julie Andrews Hour
⭐1983 – Globo de Ouro – Melhor Atriz de Comédia ou Musical – Victor ou Vitória
⭐2004 – Emmy – Melhor Série Não-Fictícia – Broadway: The American Musical
⭐2006 – Prêmios Screen Actors Guild – Life Achievement Award (Pelo Conjunto da Obra)
⭐2019 – Festival de Veneza – Leão de Ouro (Prêmio de Honra)
Maggie Cheung | 張曼玉
1964, China –

Maggie Cheung nasceu em 20 de setembro de 1964, ano do Dragão – o quinto dos doze
signos do zodíaco chinês. Com oito anos, foi morar na Inglaterra junto à sua família. Logo
após completar os estudos secundários, retornou a Hong Kong, sua terra natal.

Na chamada região administrativa especial da China, Maggie iniciou a carreira de modelo,


participando de uma série de anúncios publicitários. Depois, veio o cinema. As primeiras
aparições da atriz foram em pequenos papéis em filmes de comédia, até que, em 1985,
teve a oportunidade de atuar em “Police Story”.

O longa foi um dos maiores sucessos da década em seu país. E Maggie foi além! Sua grande
inspiração era a atriz Brigitte Lin, com quem teve a oportunidade de trabalhar em seis
filmes. Ao longo da carreira, são mais de 70 créditos no cinema.

Em 2004, Cheung ficou consagrada como a primeira atriz asiática a receber uma
homenagem no Festival de Cinema de Cannes. Neste ano, ela recebeu o Prêmio de Melhor
Atriz por seu papel em “Clean”.
Filmes em destaque:
🎬 1985 - Police Story
🎬 1996 - Irma Vep
🎬 2000 - Amor à Flor da Pele
🎬 2004 - Clean
🎬 2009 - Bastardos Inglórios

Prêmios recebidos:
⭐1989 - Hong Kong Film Award – Melhor Atriz – A Fish Story
⭐1992 - Festival de Berlim – Uso de Prata de Melhor Atriz – Ruan Ling Yu
⭐1992 - Hong Kong Film Award – Melhor Atriz – Center Stage
⭐1996 - Hong Kong Film Award – Melhor Atriz – Comrades: Almost a Love Story
⭐1997 - Hong Kong Film Award – Melhor Atriz – The Soong Sisters
⭐2000 - Hong Kong Film Award – Melhor Atriz – Amor à Flor da Pele
⭐2004 - Festival de Cannes – Melhor Atriz – Clean
Marlene Dietrich
1901, Alemanha – 1992, França

Lebertrasse 65, Rote Insel, Schöneberg – Berlim, Alemanha. Nesse endereço, nasceu Marie
Magdalene Dietrich no dia 27 de dezembro de 1901. Quando adolescente, Marlene (que contraiu
seus dois primeiros nomes ainda aos 11 anos de idade) estudou violino e se encantou pelo teatro e
pela poesia.

Já atuando nos palcos, estreou no cinema no filme “The Little Napoleon” (1923). Mas, a princípio,
foi nos espetáculos e musicais teatrais que ganhou maior atenção. Ao longo da carreira, sua
popularidade cresceu no show business. Marlene era conhecida por saber se reinventar e fazia isso
com maestria.

Entre 1930 e 1935, a atriz e cantora atuou em seis filmes dirigidos por von Sternberg. A dupla
trabalhou na criação da imagem de Femme Fatale de Dietrich, que se tornou referência na quebra
de padrões de vestimenta, adotando um visual andrógeno em produções e eventos. A imagem
pública da artista desafiava abertamente as chamadas normas sexuais da época.

Nesse período, em 1932, Marlene foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo filme “Marrocos”. Anos
depois, em 1958, foi indicada, também, ao Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz em Drama pelo
filme “Testemunha de Acusação”.

Fora das telas, foi reconhecida por sua colaboração humanitária durante a Segunda Guerra Mundial.
Com fortes convicções políticas expostas abertamente contra o regime nazista, ela abrigava e
prestava apoio financeiro aos exilados. Em 1999, o American Film Institute nomeou Dietrich como a
nona maior estrela feminina do cinema clássico de Hollywood.
Filmes em destaque:
🎬 1930 - O Anjo Azul
🎬 1930 - Marrocos
🎬 1931 - Desonrada
🎬 1932 - O Expresso de Xangai
🎬 1936 - Desejo

Prêmios recebidos:
⭐1962 – David Di Donatello – Melhor Atriz – Julgamento em Nuremberg
⭐1980 – German Film Awards – Troféu Honorário (Contribuição ao Cinema Alemão)
Whoopi Goldberg
1955, Estados Unidos –

Whoopi Goldberg é o nome artístico de Caryn Elaine Johnson, nascida no distrito de Manhattan, em
Nova York. O sobrenome escolhido, Goldberg, é uma homenagem à família de sua mãe, figura
importante que a atriz descreve como uma “mulher forte e sábia” que criou Whoopi e o irmão,
Clyde (1949 – 2015), sozinha.

Goldberg sonhou em ser atriz desde cedo. Mas, em meio às dificuldades financeiras, precisou
trabalhar de outras formas para realizar esse sonho. Por anos, foi telefonista e juntou suas
economias para o curso de teatro. Sua carreira, então, começou em grupos de improviso na
Califórnia.

A grande virada de chave para Whoopi veio em 1985, quando atuou em “A Cor Púrpura” de Steven
Spielberg e recebeu sua primeira indicação ao Oscar como Melhor Atriz. Esse foi o ponto de partida
do período mais celebrado de seu percurso profissional. Em 1990, o sucesso de bilheteria “Ghost”
garantiu a estatueta dourada da Academia à atriz.

Quatro anos depois, foi convidada a ser a primeira mulher a apresentar sozinha uma cerimônia do
Oscar. Como pioneira, foi também a primeira atriz negra a ser EGOT*, recebendo os quatro
principais prêmios da indústria de entretenimento dos Estados Unidos. Há décadas, Whoopi é
referência como atriz, comediante, cantora, dubladora, ativista e apresentadora.

*Para relembrar: EGOT é um termo usado para representar os artistas premiados em todas as maiores
premiações do cinema, música e teatro: Emmy (E), Grammy (G), Oscar (O) e Tony (T).
Filmes em destaque:
🎬 1985 - A Cor Púrpura
🎬 1990 - Ghost, Do Outro Lado da Vida
🎬 1992 - Mudança de Hábito
🎬 1994 - Corina, uma Babá Perfeita
🎬 1995 - Somente Elas

Prêmios recebidos:
⭐1985 – Prêmios National Board of Review – Melhor Atriz – A Cor Púrpura
⭐1986 – Globo de Ouro – Melhor Atriz de Drama – A Cor Púrpura
⭐1986 – Grammy – Melhor Álbum de Comédia – Whoopi Goldberg (Original Broadway Show Recording)
⭐1991 – Oscar – Melhor Atriz Coadjuvante – Ghost
⭐1991 – Globo de Ouro – Melhor Atriz Coadjuvante em Cinema – Ghost
⭐1991 – BAFTA – Melhor Atriz Coadjuvante – Ghost
⭐2002 – Tony – Melhor Musical – Thoroughly Modern Millie
⭐2002 – Emmy – Melhor Especial de Televisão – Beyond Tara: The Extraordinary Life of Hattie McDaniel
⭐2009 – Emmy – Melhor Apresentadora de Talk Show – The View
Agradecimentos
Que bom que chegou até aqui!
Reservamos este espacinho para agradecer:

Obrigada a você, que acompanha o Cinema e Café


com Leite e adquiriu nosso e-book, e está
disposto(a) a contribuir para o protagonismo da
jornada feminina na indústria cinematográfica.

Obrigada às mulheres que, ao longo da história,


pavimentaram o caminho para as profissionais do
Cinema.

E obrigada às mulheres que, hoje, vislumbram um


futuro de grandes conquistas na sétima arte e se
unem para fazer acontecer.

@cinemaecafecomleite
www.cinemaecafecomleite.com
contatoluisamelo@gmail.com

Blanche Sewell
Créditos

Jacqueline Audry

Texto e pesquisa
Laura Moreno
Luisa Melo Guerrero
Luiza Curityba

Diagramação e design
Tabata Hellen

Foto de capa
Atriz Pauline Frederick (1883-1938)
Autoria desconhecida

Foto de contracapa
Atriz Ida Lupino (1918-1995)
Autoria desconhecida

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