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Início > Ciências > Homens negros são os mais afetados pelo desemprego causado pela política de juros
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\\ ARTIGOS
É preciso dizer o óbvio: a
crise climática não é
fake news
06/10/2023
Por Ergon Cugler, pós-
graduando na Escola
Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq) da
USP e pesquisador do
CNPq
O aumento de um ponto porcentual na Selic real aumenta o desemprego de homens negros – Foto: Jeso
Carneiro – Flickr O “Antropoceno”: uma
estranha ideologia a
00:00 00:00 serviço do status quo
05/10/2023
Por André Francisco Pilon,
professor da Faculdade de
Saúde Pública da USP
A política de juros altos aumenta o desemprego entre homens negros, revela o estudo
Working Paper 013, feito pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades O Crusp é moradia
(Made) da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da estudantil
04/10/2023
USP. O estudo levou em consideração a taxa Selic, que, no começo do ano, foi mantida Por Ana Lúcia Duarte
em 13,75% pelo Banco Central, a fim de controlar a inflação e mantê-la dentro da meta Lanna, pró-reitora de
Inclusão e Pertencimento
estabelecida, de 3,25% neste ano. da USP, e Ester
Gammardella Rizzi,
assessora da Pró-Reitoria
O aumento da taxa de juros afeta diretamente algumas decisões como o financiamento de Inclusão e
de uma casa e empréstimos bancários. Também é responsável pela queda na Pertencimento da USP
A questão setorial também é um fator, já que a taxa de juros afeta mais uns que outros,
como a construção civil. “Então, dependendo da composição setorial por gênero e raça,
você tem esse efeito desigual”, diz Clara. A discriminação entra como fator, mas é difícil
de medir no estudo.
O estudo revelou que existe uma diferença entre as regiões do País: o efeito do
aumento da taxa de juros no desemprego é intensificado nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste, com o coeficiente de desemprego subindo de 1,22 ponto para 1,46 ponto
porcentual. No Norte e no Nordeste o desemprego não apresenta diferença entre
homens brancos e negros. Isso acontece porque a população negra é maior no Norte e
Nordeste que em outras regiões do País, com aproximadamente 70% do mercado de
trabalho, frente aos 43% nas outras regiões.
Dentre os motivos, repete o das mulheres negras: os tipos de setores nos quais elas
estão alocadas sofrem menos com a variação da taxa de juros; elas são o grupo que
tem o maior nível de educação no País, mesmo que ainda continuem ganhando menos
que os homens. Clara explica que, no momento de crise, quem ganha menos tem seus
empregos assegurados, enquanto quem ganha mais os perde mais fácil. “Esse é um
efeito que a gente ainda precisa estudar melhor”, diz.
Principais conclusões
“A nossa principal conclusão é que a política macroeconômica não é neutra”, diz a
pesquisadora. “A gente conclui que os homens negros são um grupo em especial, que
são muito afetados por uma política de aumento de juros para controle da inflação”,
explica. Os resultados obtidos são muito diferentes dependendo da região: “Existe aí
uma diferença de grupos demográficos e uma diferença regional do efeito da política
monetária que não pode ser ignorada”, lembra Clara.
Mesmo que a pesquisa não discuta a criação de políticas públicas, ela enfatiza que a
política monetária é desigual e pode aumentar a desigualdade. Uma solução, segundo
Clara, seria pensar em alguma política complementar para tentar auxiliar a redução do
efeito desigual ou pensar em alguma alternativa. “Talvez desenhar alguma política para
incentivar o emprego em algum setor ou alguma coisa para contrabalancear esse efeito
desigual, principalmente nos homens negros”, finaliza a pesquisadora.
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Está em poder das empresas Má qualidade do sono pode estar Pesquisa da USP precisa de
reduzir jornada e melhorar saúde relacionada a risco de AVC voluntários com pressão alta
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