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, Uma Experiência de

Comunidade
Terapêutica *
ROBERTO ALEXANDRE QUILELLI CORRÊA **
e colaboradores

.. 1. Movimento da Comunidade
Terapêu~ica.
2. A Experiência do Hospital Pinel.
Bibliografia

Acreditamos que, para melhor situar o tema que iremos desen-


volver, seja útil considerar alguns pontos relacionados com a evo-
lução dos sistemas assistenciais psiquiátricos.
Gostamos de usar a expressão revolução para definir a forma
, pela qual têm evoluído êsses sistemas. Parece ser inerente ao huma-
no essa forma de crescer: vão-se somando as experiências, as frus-
trações, as ansiedades, ocorre o caos, a crise, exigindo novas solu-
ções, novos caminhos. Foi com a Revolução Francesa, e como conse-
qüência dela, que surgiu PINEL. Foi com a elevação do homem à cate-
* Trabalho apresentado ao Forum comemorativo do XX aniversârio da
Associação Brasileira de Psicologia Aplicada.
* * Médico psiquiatra, professor na Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Rio de Janeiro; Presidente da Associação Brasileira de Musicote-
rapia; Chefe das Enfermarias A e B, do Hospital Pinel (em convênio com a
Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Arq. bras. Psic. apl., Rio de Janeiro, 22(2) :69-83, abr./jun. 1970
goria de cidadão que o louco enjaulado, colecionado em zoológicos
especiais que indignamente ousavam chamar de hospitais, pôde ser
elevado ao nível de doente, de enfêrmo. Não foi apenas com a ati-
tude emotiva e sujeita a interpretações românticas de romper com
os grilhões que sujeitavam os pacientes, que PINEL revolucionou. O
importante é que isso resultou de fato básico, do desejo maduro de
estudar, de fazer ciência, de não acomodar-se à ignorância e às
fórmulas arcaicas. PINEL estudou seus pacientes, individualizou-os, e
deve, portanto, ser co.nsiderado o verdadeiro fundador da psiquiatria,
ao publicar em 1798 sua Nosographie Philosophique e seu Traité
Médico-philosophique de la Manie, em 1801. Formamos ao lado de
LUIZ CERQUE IRA quando êle nos diz a respeito de PINEL, em seu livro
Pela Reabilitação em Psiquiatria: "Estávamos na primeira revolução
psiquiátrica, e praxiterápica, conseqüentemente. Mais porque lança-
va as bases de uma nova assistência do que mesmo por sua frase ...
O trabalho constante modifica a cadeia de pensamentos mórbidos,
fixa as faculdades do entendimento, dando-lhes exercícios e, por si
só, mantém a ordem num grupamento de alienados. Foi um marco
significativo. Mas, nem por isso, ainda hoje, deixa de haver doentes
pràticamente enjaulados, vegetando ociosamente".
Foram necessários mais de cem anos para que surgisse outra
figura do nível de PINEL. Somente após a primeira guerra mundial
ouviu-se falar de SIMON, HERMANN SIMON, homem simples que se
dizia um psiquiatra prático, interessado apenas em ajudar seus doen-
tes e não em buscas e elucubrações intelectuais. Estava com 56 anos,
fôra a uma reunião da Associação de Diretores de Manicômios
Alemães, em rena, em 1923, e, irritado com os conceitos e afirma-
ções emitidas por seus colegas, defendendo velhos preconceitos e
exibindo enfàticamente suas taxas de clinoterapia (naquela época
os hospitais psiquiátricos disputavam ardentemente uma partida em
que ganhava aquêle que mais pacientes conseguisse reter no leito),
SIMON protestou e foi convidado a relatar e defender suas expe-
riências, utilizando o trabalho físico, manual, como fórmula tera-
pêutica. Daí a publicação em 1929 de seu livro Tratamento Ocupa-
cional dos Enfermos Mentais.
E aí nos diz êle: "É necessário que o médico não veja imica-
mente o patológico, mas também, e antes de tudo, a parte da perso-
nalidade ainda sadia e utilizável, as fôrças positivas restantes da
vida corporal e anímica. E sua missão terapêutica consistirá em
opor-se ao desenvolvimento do patológico, valendo-se de todos os
recursos de que disponha (não só o trabalho) fomentando por outra
parte tôdas as manifestações vitais sadias. Tôda atividade terapêu-
tica se desenvolve no cérebro do médico, não nos músculos do doen-
te que trabalha e muito menos nos punhos do enfermeiro". Parece-
nos que SIMON avançou muito além da terapêutica ocupacional, pois
era um psiquiatra social, quando dizia: "O indivíduo em face das
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exigências da vida em comunidade responde segundo sua consti-
tuição e suas fôrças ou adaptando-se e integrando-se socialmente, ou
resistindo e lutando, isto é, comportando-se anti-socialmente ...
Diante dessas condutas divergentes, a sociedade responde, ou me-
lhor, tem que responder ... O doente mental é conduzido ao ambien-
te fechado quando, por causa de sua enfermidade já não seja possí-
vel estabelecer um equilíbrio entre êle e a sociedade normal. A mis-
são do estabelecimento psiquiátrico seria de proporcionar ao doente
condições de vida tais que, mediante elas, se restabelecesse o equi-
líbrio com a sociedade normal".
Acho que não estamos exagerando ao considerar esta última frase
uma definição absolutamente atual da comunidade terapêutica, nem
ao querermos ver SIMON como um homem de seu tempo, um homem
absolutamente inserido dentro da realidade de sua época, pois, por
curiosa coincidência, também em 1923, FREUD, publicava seu traba-
lho O Ego e o Id em que postulava e discutia a arquitetura do psí-
quico. Quando SIMON fala em "parte da personalidade ainda sadia
é utilizável" está evidentemente se apercebendo de algo que existe
no interior de seus pacientes, e que, por qualquer razão momentânea,
não esteja sendo exteriorizado; e, preconiza, como FREUD o faria de
forma absolutamente definitiva e genial, a aplicação de técnicas que
permitam essa exteriorização. Seria êste o momento de falarmos de
FREUD, de seu papel fundamental na eclosão de tudo o que se pro-
cura fazer atualmente com o doente mental, ou, melhor dizendo,
com o ser humano. Mas acreditamos que a melhor forma de home-
nageá-lo seja justamente falarmos pouco sôbre êle, considerá-lo in-
discutível, e continuarmos a utilizar e a tentar ampliar o que nos
deixou. Cremos que é oportuno entrarmos agora no assunto que
nos trouxe aqui.
Utilizaremos alguns textos dos trabalhos apresentados por nos-
sa equipe no Hospital Pinel, ao IX Congresso de Neurologia, Psiquia-
tria e Higiene Mental.

1. MOVIMENTO DA COMUNIDADE TERAPÊUTICA

E. PORTELLA NUNES
MOISÉS GROISMAN

A expressão comun,idade terapêutica constitui um campo emer-


gente que, realmente, não está definida de modo preciso. Engloba,
portanto, um conjunto de experiências heterogêneas de valor desi-
gual. Procura pôr em relêvo um corpo de conhecimentos relaciona-
dos com o modo de tratar o doente mental, tendente a proporcionar
melhores oportunidades no meio hospitalar e social para uma re-
cuperação mais eficiente.
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Constitui um movimento em todo mundo influenciado pelo tra-
balho pioneiro de investigadores como REEs e MAXWELL JONES (In-
glaterra), SIVADON (França), GREENBLAT (E.U.A.) e ROTONDO
(Peru). Foram êles os primeiros a demonstrar a viabilidade de en-
fermarias abertas e livre comunicação entre pacientes e médicos,
estimulando a participação dos pacientes na administração do
hospital.
Com esta filosofia de trabalho, está se verificando uma grande
reorganização assistencial que se vem desenvolvendo lentamente.
As dificuldades são inúmeras e radicam na resistência que temos
todos de sair do já estabelecido para incorporar novos recursos
terapêuticos.
MAXWELL JONES descreve a comunidade terapêutica como algo
diferente de outros centros de tratamento, na qual tanto a equipe
técnica como os pacientes estão conscientemente associados para
a condução do tratamento. Isso implica, sobretudo, em uma mudança
no status habitual do paciente; converte-se em colaborador da equi-
pe, em participante ativo do seu próprio tratamento, assim como dos
demais pacientes, em contraste marcante com o papel mais passivo
dos regimes convencionais.
As transformações são assim sintetizadas por M. JONES:
a) refôrço na reabilitação ativa em contraste com a vigilância
e a segregação;
b) democratização em contraste com as velhas hierarquias;
c) permissibilidade à diferença dos esquemas estereotipados de
comunicação entre médico e paciente;
d) comunalismo em oposição aos papéis terapêuticos especia-
lizados, geralmente limitados ao médico.
Deve-se notar que, no Brasil, como germens dêsse movimento,
houve, em 1854, no Hospício Pedro lI, na Praia Vermelha, oficinas
de trabalho nas quais o paciente se ocupava.
Em 1898 era fundada, em São Paulo, a Colônia de Juqueri, com
terapêutica ocupacional.
Em 1931, ocorre no Recife a criação da Assistência a Psico-
patas, com ULISSES PERNAMBUCANO, iniciando-se a praxiterapia no
norte do país, sendo, principalmente, de natureza agropecuária.
Em 1946, NISE SILVEIRA funda no Centro Psiquiátrico Nacional,
no Engenho de Dentro, o seu Serviço de Terapêutica Ocupacional,
que se constitui na mais fecunda experiência brasileira nesse setor.
Nesse mesmo ano foi criado no então Instituto de Psiquiatria
da Universidade do Brasil, pelo Prof. MAURÍCIO DE MEDEIROS, o setor
da praxiterapia, inicialmente dirigido pelo Dr. PIERRE LE GALAIS.
posteriormente, pelo Dr. LuIZ CERQUEIRA.
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Em 1957, funda-se no Hospital S. Pedro o primeiro serviço de
terapêutica ocupacional no Rio Grande do Sul, em princípios dinâ-
micos.
Mas a utilização da terapêutica ocupacional era feita no sentido
de mais um setor, isolado do hospital psiquiátrico, onde o paciente
realizava determinadas atividades, mas que não estava integrada com
o funcionamento e a orientação do restante da organização.
Em 1960, o Dr. MARCELO BLAYA apresenta a sua tese de livre
docência à Faculdade de Medicina de Pôrto Alegre: Tratamento
Hospitalar oom Orientação Psioanalítioa. Posteriormente, funda a
Clínica Pinel, nos moldes de comunidade terapêutica, a qual define
"como uma organização estrutural, ligando um grupo de pacientes
a uma equipe terapêutica, de modo que o ambiente funcione como
elemento de tratamento" .
Em 1964, passa a funcionar na Divisão Melanie Klein, do Hos-
pital Psiquiátrico S. Pedro, a cadeira de Clínica Psiquiátrica da Fa-
culdade de Medicina de Pôrto Alegre, então dirigida pelo Prof.
PAULO L. V. GUEDES. Nesta divisão, sob a direção do Dr. DAVID
ZIMMERMANN, instalou-se um serviço em bases comunitárias, apoiado
fundamentalmente nos seguintes pontos:
1. Atendimento individualizado;
2. Utiliza a contenção medicamentosa, tendo sido abolida a
mecânica;
3. A orientação psicanalítica é aplicada, não só no atendimento
individual dos pacientes, como também na organização e
funcionamento da Divisão, como elemento de valor tera-
pêutico;
4. Proporciona-se ao paciente ocupações com as quais possa
preencher seu tempo livre;
5. O paciente deve permanecer ligado à sua comunidade. Nesse
sentido, deve ser feita assistência às famílias dos pacientes;
6. O trabalho em grupo ou em equipe. Concepção do hospital
como comunidade e, portanto, participação dos doentes em
seu próprio tratamento;
7. Intercomunicação ampla e discussão dos problemas entre
todo o pessoal da Divisão, compreendendo técnicos e pacien-
tes. Supervisão dos trabalhos realizados;
8. Estudo e sistematização da assistência. Entendimento cien-
tífico da conduta dos pacientes com a conseqüente diminui-
ção de ansiedades e atitudes agressivas do pessoal técnico;
9. Formação do pessoal técnico, reestruturada em novas bases.
~sse nôvo tipo de assistência irradia-se por outras soluções do
Hospital S. Pedro, sendo implantadas nas divisões Pinel e MoreI,
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e na Divisão de Psiquiatria Infantil. Posteriormente, estendeu-se mais
em Pôrto Alegre, alcançando o Instituto Psiquiátrico Forense.
No Estado da Guanabara, os primeiros experimentos com nova
formulação assistencial foram realizados no Hospital Odilon Gallotti,
na seção Olavo Rocha, sob a supervisão dos Drs. OSWALDO DOS
SANTOS e WILSON SIMPLÍCIO.

2. A EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL PINEL

E. PORTELLA NUNES
ROBERTO A. QUILELLI CORRÊA

O Hospital Pinel, antigo hospital de Neuro-Sífilis, vem sofrendo


uma série de modificações na sua estrutura desde 1961, quando sob
a direção do Dr. ISAIAS PAIM foi dado o primeiro passo para trans-
formá-lo em um hospital-escola, através de um convênio com a Es-
cola de Medicina e Cirurgia, bem como de aparelhá-lo para o desen-
volvimento de técnicas neuro-cirúrgicas. Em prosseguimento, em
1964, agora sob a direção do Dr. AMIN CURI, houve a mudança de
seu nome, acompanhada de tôda uma reforma nos sistemas assis-
tenciais, de que resultou:

1. Fundação do Pronto Socorro Psiquiátrico que atenderia aos


doentes oriundos da Zona Sul da cidade.
2. Instalação de um Serviço de Psicoterapia Analítica de Grupo.
3. Implantação de um setor de Terapêutica Ocupacional.
4. Tentativa de funcionamento de um Hospital-Dia.
5. Criação de uma Clínica de Orientação Infanto-Juvenil.

Também foi efetuada a ampliação do número de vagas para


pacientes internados, de ambos os sexos, e estimulado o atendi-
mento ambulatorial.
Ainda dentro dêsse espírito de reformas, a Direção do Hospital
Pinel, resolve em 1968, ampliar seus contatos universitários, o que
foi feito através de transferência do antigo convênio com a Escola
de Medicina e Cirurgia para o Instituto de Psiquiatria da Faculdade
de Medicina da U.F.R.J. Em cumprimento ao mesmo, foi entregue
a um de nós a Enfermaria A, que recebe pacientes do sexo masculino,
onde iríamos verificar a viabilidade do funCionamento de uma Comu-
nidade Terapêutica.
O embrião dessa experiência no Hospital Pinel deve ser buscado
na própria construção dêste hospital, pois os que por lá andavam
devem se recordar da valiosíssima contribuição de inúmeros pacientes.
Paralíticos-Gerais em remissão predominantemente, nestas obras. A

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grande maioria dêles, se recolhidos a outras instituições que se en-
carregam de pacientes crônicos entre nós, estariam vegetando nos
pâtios que todos conhecemos. Através dêsse trabalho não só podiam
se sentir úteis, como receber algum dinheiro com que satisfaziam
a pequenas necessidades. Ainda hoje vemos em funcionamento em
todos os setores do hospital, alguns dêsses doentes.
Ao assumirmos a direção da Enfermaria A, decidimos estimu-
lar um clima de maior entendimento entre os diferentes grupos que
nela passaram a trabalhar. Desejâvamos que isso se fizesse sem es-
quemas prévios, evitando cópias de modelos que não se ajustassem
à nossa realidade. Inspiravam-nos alguns princípios que podem ser
assim expressos:
1. Transformar tôda a enfermaria em ambiente terapêutico.
2. Acentuar, desde o início, o carâter transitório da passagem
do paciente pelo hospital, procurando diminuir ao mâximo
o período de internação.
3. Apêlo à parte sã do enfêrmo, expresso não em palavras mas
na atribuição de responsabilidades, em certos aspectos admi-
nistrativos.
4. Facilitar o intercâmbio da família com os pacientes e dêstes
entre si, favorecendo a criação de um clima de maior acei-
tação uns dos outros.
5. Reuniões da Equipe Técnica com as famílias dos enfermos
em que se prestasse informação sôbre a natureza das enfer-
midades mentais, objetivando desfazer velhos preconceitos
e encarecendo a necessidade da maior aceitação da alta.
6. Enfase na assistência extra-hospitalar sem a qual resulta de
pouca valia qualquer ambiente hospitalar.
7. Necessidade da delegação de tarefas que os médicos não po-
dem realizar a outros técnicos igualmente capazes.
8. Evitar tanto quanto possível a idealização dos novos méto-
dos, acentuando as dificuldades e o carâter não messiânico
das reformas.
9. Fazer, em cada momento, apenas o trabalho que pudesse ser
continuado a longo prazo.
10. Manter a terapêutica farmacológica.

Com êsses objetivos começaram a se realizar:

a) Reuniões com o grupo de pacientes (duas vêzes por semana).


b) Reunião de supervisão de auxiliares psiquiâtricos (uma vez
por semana).
c) Reunião geral (uma vez por semana).
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d) Reunião para exame de pacientes (uma vez por semana);
e) Supervisão de psicoterapia (duas vêzes por semana).
Um de nós (R.A.Q.C.) recém-incorporado à equipe foi encar-
regado de estruturar e racionalizar os trabalhos dêsses grupos.
Adveio uma reformulação baseada nos critérios seguintes:
1. Maior insistência na pontualidade da equipe (médicos au-
xiliares psiquiátricos, enfermeiros e pacientes) no cumpri-
mento das diferentes tarefas.
2. As reuniões com encargos definidos não deveriam ser fre-
qüentadas senão pelas pessoas interessadas.
3. Necessidade de supervisão para a equipe nas diferentes ati-
vidades.
4. Reformulação da supervisão de psicoterapia de modo a aten-
der melhor o interêsse dos pacientes.

A par disso, estimular sempre a discussão franca dos problemas


e empecilhos que dificultavam a marcha do trabalho. Foi criada uma
reunião para os médicos e acadêmicos de medicina, bem como pas-
samos a supervisionar a Enfermagem. Frisando sempre as necessi-
dades de que os diferentes grupos tornassem privativas as suas reu-
niões foi possível uma Assembléia Geral que realmente congregasse
as atividades da enfermaria. Por essa ocasião foi necessário um
maior entrosamento com o grupo de pacientes, que passou a ter, na
mesa diretora da Assembléia, um representante. Além disso cria-
ram-se novas comissões, que reuniam algumas já existentes e outras
que já se fizeram necessárias. Foram elas:
1. Comissão do Bem-Estar: encarregada da limpeza e do con-
fôrto da Enfermaria.
2. Comissão Social: encarregada das festas e atividades sociais.
Através dessa comissão iniciou-se um trabalho com as fa-
mílias dos pacientes, com os egressos, bem como o da melhor
recepção dos pacientes internados.
3. Comissão Cultural: que se encarregaria do cinema e da bi-
blioteca. Esta comissão não pôde-funcionar bem.
4. Comissão Financeira: a que mais problemas apresentou em
seu funcionamento por ser fruto de uma competição da
Equipe Técnica com a Administração do hospital. Fôra cria-
da para, através de vendas de rifas, cafezinhos, trabalhos
dos pacientes e até mesmo de uma taxa que era imposta aos
médicos e facultativa aos doentes, suprir as limitações orça-
mentárias do hospital e às vêzes impediam alguma reali-
zação da enfermaria.
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Essas comlssoes eram coordenadas por um grupo constituído
por um representante de cada setor técnico e por dois ou mais
pacientes. Assim, tentando-se uma visão mais global de como funcio-
nava a Enfermaria, observemos o que se passaria com um paciente
que nessa época ali fôsse internado:
a) Seria recebido por um elemento da Comissão de Recepção,
que o apresentaria à Enfermagem, aos Auxiliares Psiquiá-
tricos em serviço no momento e aos demais pacientes. No
decorrer do dia e de acôrdo com seu estado mental conhe-
ceria as dependências da enfermaria bem como alguma coisa
sôbre o funcionamento da mesma.
b) Sua família seria orientada, pela mesma comissão, no senti-
do de que comparecesse a uma reunião quinzenal.
c) Dentro do menor tempo possível, seria apresentado a seu
médico, que o entrevistaria e faria sua história clínica.
d) Passaria desde logo a freqüentar as reuniões da Enfermaria.
e) Sempre que possível seria pôsto em contato com as Co-
missões.
f) Passaria a ser visto pelos Auxiliares Psiquiátricos que o en-
trosariam nos trabalhos de grupo ou, dependendo do caso,
seria atendido individualmente por um dêles.
g) Tomaria a medicação prescrita pelo seu médico e seria aten-
dido pelo mesmo, para psicoterapia, com hora marcada, pelo
menos três vêzes por semana e durante um mínimo de meia
hora.

Não incluímos aqui a rotina alimentar nem os cuidados com


todos os exames complementares que se fizessem necessários.
Talvez a descrição que fizemos leve à idealização do que se
passava, mas nossa intenção é justamente afirmar que as dificulda-
des eram enormes para manter em funcionamento tudo isso. Tenta-
mos sempre discutir abertamente o que ocorresse e para tanto foi
necessário incluir uma sessão clínica, a Reunião de Evolução, em
que tôda a Equipe Técnica participasse e colaborasse para um maior
esclarecimento dos casos mais difíceis da enfermaria. Cada dia apren-
díamos algo nôvo, voltávamos atrás em uma decisão que anterior-
mente nos parecera acertada, conversávamos pessoalmente com al~
gum elemento que apresentasse problemas que estivessem dificultan-
do a sua atuação técnica, buscávamos um contato maior ou levá-
vamos alguma queixa à Direção do hospital que, por sua vez, nos
fazia conhecer uma série de ocorrências que exigiam soluções às
vêzes imediatas. Era óbvio que, se entre nós, os participantes dire-
tos, havia problemas graves, boicotes de todos os tipos ao trabalho,
não poderia deixar de ocorrer o mesmo no resto do hospital com
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relação à enfermaria. A Direção nos relatava as suas dificuldades
em contemporizar as queixas, as invejas, as reclamações que par-
tiam principalmente dos funcionários, pacientes e famílias, de outra
enfermaria masculina do hospital, a Enfermaria B, com relação às
prerrogativas e, principalmente, à liberdade de que gozavam os nos-
sos pacientes. Foi uma fase difícil, mas de que resultou a nossa
primeira grande vitória: fomos convidados a dirigir também a Enfer-
maria B. Levamos o assunto para discussões exaustivas com a Equi-
pe, elaborou-se um plano e, finalmente, aceitamos o encargo.
A preocupação inicial era com o grande número de pacientes
crônicos que ali existiam, além do temor de partirmos para um
campo maior, quando não havíamos conseguido ainda uma estru-
turação sólida da primeira experiência. Estamos ainda nesse ponto.
Reformulamos quase tudo, deixamos em suspenso uma série de per-
guntas, adiamos os trabalhos com os crônicos, mas, em compen-
sação, conseguimos criar um Ambulatório para os egressos com
vistas a manter um maior contato com nossos pacientes, não permi-
tindo portanto uma interrupção brusca de seu atendimento, tentan-
do-se evitar as reinternações; bem como nos conectamos com o
Pronto Socorro tentando uma triagem mais cuidadosa e maior comu-
nicação com os colegas que ali trabalham.
Em vista do objetivo dessa reunião parece-nos adequado vermos
o que nos dita uma estudante de psicologia que atua em nossa
equipe, D. ELIANE MIRILLI:
"No comêço do ano passado, foi colocado um cartaz no Insti-
tuto de Psicologia, comunicando que o Hospital Pinel pretendia sele-
cionar estudantes para um estágio. Foram feitas as entrevistas, pelas
quais se soube que a maioria dos selecionados pretendia completar
seu Curso de Psicologia, de consistente parte teórica, com experiên-
cia prática, além de participar dessa tentativa de renovação de trata-
mento psiquiátrico clássico.
Um grupo de 18 estudantes começou a freqüentar a Enfermaria
A, divididos em subgrupos que passavam duas ou três manhãs ou
tardes por semana no Hospital.
Nesse início de trabalho, a ordem recebida foi para darmos asas
à imaginação pois nada havia ainda de definido a respeito de nossas
funções. Só se sabia que os pacientes estavam apragmáticos, e que
deveríamos mobilizá-los. As atividades que começamos espontâ-
neamente a realizar não diferem muito das que ainda hoje fazemos:
jogos de salão, canções, trabalhos manuais, conversas informais, etc.
Tentamos fazer na própria Enfermaria uma seção de Praxiterapia,
além da existente no Hospital, mas esbarramos nos primeiros pro-
blemas administrativos-financeiros da Comunidade. Foi feito na En-
fermaria um Jornal-Mural, órgão muito prestigiado pelos pacientes,
e que foi o primeiro resultado sensível de nosso trabalho.
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Na primeira quinzena, não tivemos supervisões sistemáticas, e
conversamos com os sextanistas em geral sôbre nossos problemas
e dúvidas a respeito dos pacientes. Nosso primeiro supervisor dava
uma orientação que visava principalmente às atividades de praxite-
rapia. Algum tempo depois, uniu-se a êle um sextanista, que acabou
substituindo-o. Este procurava descobrir conosco a dinâmica do pa-
ciente e os sentimentos veiculados em nosas relação com o último.
Nessas reuniões de supervisão. semanais, eram lidos os rela-
tórios que fazíamos individualmente a respeito de nossos contatos
com cada paciente, e que eram entregues aos respectivos médicos.
Dessas reuniões participavam todos os médicos que quisessem. Isso
trouxe o inconveniente de nelas serem discutidos muitas vêzes pro-
blemas alheios aos do nosso grupo, mas por outro lado facilitava a
comunicação entre o grupo de médicos e o nosso, chamado de grupo
dos psicólogos, apesar de não fazermos êsse papel na Comunidade,
a não ser pela aplicação de testes, algumas vêzes solicitados pelos
médicos, e conversas mais demoradas com pacientes. Essas conver-
sas são hoje evitadas por em geral levarem o paciente a discutir
seus problemas pessoais com o interlocutor, que por fôrça das
circunstâncias lhe responde com intenções psicoterápicas, dividindo
a relação dêsse paciente com o seu médico.
Com a chégada de um outro professor do Instituto de Psiquia-
tria da U.F.R.J. definiu-se a liderança da Comunidade, e como todos
já sentíamos a necessidade de estruturar o trabalho em têrmos mais
objetivos, êste foi recebido com esperança e curiosidade.
Em seu plano de reformulação da Comunidade, não permitiu
mais a presença de médicos na reunião dos Auxiliares, criando-lhes
uma reunião especial, da qual participavam. Isso foi vivido não
como um imperativo de uma real necessidade prática, uma vez que
tínhamos funções distintas, mas sim como uma eleição do grupo
médico como o mais útil e valorizado na Comunidade, e por isso
diretamente supervisionado pelo Líder. O sentimento de rejeição que
já surgira foi fortalecido pelo fato de nosso grupo, o dos psicólogos,
ser agora chamado de Auxiliares Psiquiátricos, sob a alegação de
que no hospital não exercíamos a função de psicólogos, e que êsse
cargo poderia ser preenchido por qualquer pessoa que tivesse boas
condições internas, até por ginasianos. Esse até ginasianos foi sen-
tido como se nosso trabalho envolvesse poucos requisitos intelec-
tuais e de maturidade. A Ora. CARMEN DAMETO foi convidada a
falar de sua experiência como Atendente Psiquiátrico na clínica Pinel
do Rio Grande do Sul, quando ainda estudante, mas obteve pouca
receptividade. O grupo estava realmente em crise, e foi a época de
trabalhos free-lance, de não aceitação de supervisões, de atitudes
agressivas ao Líder e a alguns médicos. Dêsse primeiro grupo de
auxiliares. apenas a autora continua a trabalhar na Comunidade.
Mas a necessidade de se formalizar o trabalho da Comunidade foi
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realmente satisfeita nessa reformulação. Foram criadas quatro Co-
missões de Trabalho; delas faziam porte um médico, um enfermeiro,
três Auxiliares e três pacientes.
A atuação do Auxiliar Psiquiâtrico nas Comissões variava con-
forme o objetivo dessa, mas em tôdas seu papel fundamental era
trabalhar junto ao paciente e estimulâ-Io para a realização de tare-
fas úteis. Assim é que na Comissão do Bem-Estar os Auxiliares aju-
daram os pacientes a enfeitar a Enfermaria com seus trabalhos
manuais; um dormitório foi transformado em sala de estar, para a
qual os auxiliares conseguiram divãs, armârios, vitrolas e com os
pacientes decoraram-na com plantas e quadros. Um paciente, pintor
de paredes por profissão, pintou a sala de estar e depois também
o resto da Enfermaria. A pedido dos pacientes, foi conseguido o
equipamento para se fazer caJé, e os próprio pacientes foram orga-
nizados para fazê-lo e vendê-lo aos membros da Comunidade. A
renda era entregue aos membros da Comissão Financeira, e empre-
gada em benefício da própria comunidade, de acôrdo com as decisões
dos pacientes em suas reuniões.
Os Auxiliares que faziam parte da Comissão Cultural estimu-
lavam os pacientes a escreverem artigos, poesias ou comunicados
ao Jornal Mural, e um Auxiliar ensinava inglês a pacientes que esti-
vessem interessados. Todos os pacientes que desejaram estudar no
Hospital tiveram o apoio e a ajuda dos Auxiliares em geral.
Na Comissão Social os Auxiliares organizaram festas na Enfer-
maria, e o trabalho de preparação dessas festas mobilizava muito os
pacientes, que com os Auxiliares ensaiavam números para o show,
enfeitavam e limpavam a Enfermaria, escolhiam os discos para o
baile. As famílias eram sempre convidadas e juntamente com os
auxiliares traziam doces e salgados para a festa, os quais eram
acrescidos da contribuição do hospital.
Além dos trabalhos das Comissões, os auxiliares fazem muitas
outras atividades junto aos pacientes, como passeios a pé, com aquê-
les que estejam em condições de sair. Geralmente se vai até a
praia, em grupos de cêrca de dez doentes com dois ou três auxi-
liares. Na maioria das vêzes os pacientes pedem para entrar num bar
onde compram cigarros e tomam café. tsses passeios sempre se
realizam sem incidente algum, como tentativas de fuga ou brigas.
Pelo contrârio, sempre notamos nêles um cuidado em não parecer
doentes, demonstrado no maior capricho no trajar e discrição de
atitude. Em geral, fazem questão de pagar o café dos Auxiliares
que os acompanham.
Outra atividade muito bem aceita pelos pacientes são reuniões
em que se canta e toca violão. Algumas vêzes joga-se dominó, pin-
gue-pongue. e também vai-se à sala de Praxiterapia, onde se estimu-
la a produção de desenhos, pinturas e esculturas.
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Uma das regras do trabalho de Auxiliar é que êsse se ocupe de
todos os pacientes, e com nenhum especial. No entanto, são feitas
algumas exceções quando o Corpo Clínico sente a necessidade de
acompanhamento individual de determinados pacientes. São então
designados um ou dois Auxiliares que se dedicam particularmente
ao paciente, e essa assistência varia conforme o problema do mesmo.
M., que foi o primeiro paciente a receber essa atenção especial, apre-
sentava estupor catatõnico, e dois Auxiliares foram designados para
solicitá-lo constantemente, tentando fazer com que se levantasse da
cama, falasse e andasse, procurando conseguir que se interessasse
pelas atividades da comunidade. O resultado foi melhor que o
esperado.
O Auxiliar participa das reuniões da Equipe Psiquiátrica, quan-
do são examinados e diagnosticados os pacientes novos. Participa
também de duas reuniões semanais, nas quais é discutida a evolução
do quadro clínico do paciente, trazendo o Auxiliar seu depoimento
sõbre seus contatos com o paciente comentado.
Nas reuniões gerais do Corpo Clínico, os Auxiliares também
opinam sõbre os problemas administrativos da Comunidade. As reu-
niões de supervisão do trabalho dos Auxiliares, são semanais, po-
dendo contudo o Auxiliar procurar os supervisores fora dessas reu-
niões sempre que haja um problema urgente.
No relacionamento com os pacientes, muitas dúvidas surgem
entre os auxiliares: como evitar responder a perguntas que envol-
vem nossa vida fora do hospital? Deve-se dançar com os pacientes?
Como nos livramos de situações embaraçosas sem estragar nosso
bom relacionamento?
O fato é que nosso contato com êles é muito próximo e de-
morado e situa-se entre uma relação social e um cuidado clínico,
confundindo o paciente e às vêzes o próprio Auxiliar.
Só a experiência e o autoconhecimento trouxeram a cada um
de nós a desenvoltura no papel de Auxiliar Psiquiátrico."
"Muitos dos objetivos inicialmente desejados não puderam ser
ainda atingidos em virtude de uma série de fatõres entre os quais
predominam:

1. A diversificação geográfica de residência dos pacientes in-


ternados que dificulta as relações médico-família e paciente-
família.
2. O caráter heterogêneo da equipe que não passa por qual-
quer seleção prévia.
3. O aspecto móvel da equipe visto que atendemos a compro-
missos universitários em que os alunos permanecem apenas
um ano, e no máximo 2, no trabalho.
C?munidade terapêutica 81
4. Apesar do grande número de componentes da Equipe Técni-
ca não sabemos ainda a melhor forma de utilizá-los.
Contudo, podemos dizer que:
1. É viável a aplicação dêste sistema de tratamento, desde que
estejamos atentos para as ansiedades em jôgo a cada mo-
mento bem como nos protejamos das idealizações.
2. Satisfaz plenamente quanto à formação e treinamento dos
técnicos, colocando-os ao nível de outros que se hajam for-
mado seguindo moldes tradicionais além de fornecer-lhes
"uma visão menos onipotente e mais dinâmica de suas re-
lações com os pacientes".
3. Propicia realmente uma visão pluridimensional dos enfermos.
4. Permite uma comunicação mais democrática e, portanto a
participação efetiva do paciente em seu próprio tratamento.
5. É um movimento de grandes amplitudes que, mesmo de
forma tão deliberada, acaba por atingir outros setores do
hospital, influindo no sentido de maior humanização do
mesmo.
Enfim, trata-se de uma experiência fascinante da qual temos
resultados parciais. Prosseguiremos com vista a uma avaliação mais
objetiva dos resultados, especialmente no que se refira ao tempo
médio de internação."
De tudo o que dissemos deveríamos tentar agora uma aborda-
gem específica do papel do Psicólogo Clínico nesse trabalho, mas
acreditamos que podemos resumir tudo com uma única frase -
ajudar-nos a formar uma nova mentalidade assistencial, inserindo-se
na equipe como membro atuante e interessado no doente. Podemos
finalizar lembrando as palavras que nosso primeiro psiquiatra social,
ULISSES PERNAMBUCANO, em seu último trabalho e, se substituirmos a
palavra psiquiatra do texto pela expressão equipe psiquiátrica, cre-
mos que os senhores compreenderão o que pensamos: "O psiquiatra
é o protetor do doente mental. Essa função é inerente a sua pessoa.
Quando um Govêrno nomeia um diretor para um hospital de psico-
patas não faz um funcionário de sua confiança. Designa antes um
curador nato para êsses doentes, um defensor de seus direitos a
tratamento humano, a alimentação sadia, a cuidado de enfermagem,
a dedicação dos médicos. Aquêle que entre o doente que sofre, e o
Govêrno que paga e distribui benefícios, prefere êste - não é um
psiquiatra!
O que não afronta poderosos para defender o doente mental quan-
do privado de qualquer de seus sagrados direitos a assistência e
proteção - por comodismo, interêsse pessoal ou receio de repre-
sálias - não é psiquiatra!"

82 A.B.P.A 2nO
Bibliografia
1. ALBUQUERQUE, A. M. et. aI. Contribuições da Psicanálise ao Instituto
Psiquiátrico Forense. Rev. Psiquiátrica Dinâmica, Pôrto Alegre, VII, 2:25-37, 1967.
2. BLAYA, M. Tratamento Hospitalar com Orientação Psicanalítica. Liv. do
Globo, Pôrto Alegre, 1960.
3. BLAYA, M. Ambientoterapia; Comunidade Terapêutica. Arq. Neuro-Psi-
quiátrico, São Paulo, 21,1: 39-43, 1963.
4. CERQUEIRA, L. Pela Reabilitação em Psiquiatria. Ofie. Gráf. U. F . R. J.,
Rio de Janeiro, 1965.
5. CERQUEIRA, L. Uma Bibliografia Brasileira com Vistas à Reabilitação no
Hospital Psiquiátrico. J. Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, 13, 2: 255-302,
1964.
6. F,ARIA, G. C. et Alii. Organização e Funcionamento Hospitalar como Fator
Terapêutico. Rev. de Psiquiatria Dinâmica, Pôrto Alegre, VII, 4: 67-80, 1967.
7. JONES, M. Psiquiatria Social. Edit. Escuela, Buenos Aires, 1966.
8. PECHjANSKY, I. et Alii. Reformulação de Atendimento e Estruturação de
uma Grande Ãrea Populacional do Hospital Psiquiátrico São Pedro. Trabalho
apresentado na IV Jom. Sul-Riograndense de Psiq. Dinâmica, Caxias do Sul, 1966.
9. SANTOS, O. e SIMPLÍCIO, J. W. Dinâmica de uma Comunidade Terapêu-
tica. Rev. Brasil de Saúde Mental, XI, 13: 54-72, 1967.
1O.ZIMMERMANN, D. et Alii. Funcionamento de um Serviço para Tratamento
de Doentes Mentais Agudos. Rev. de Psiq. Dinâmica, Pôrto Alegre, VII, 4: 67-80,
1967.

TESTE DE RORSCHACH - ATLAS E DICIONÁRIO


Serviço de Pesquisa do ISOP

o célebre trabalho de Hermann Rorschach é agora adaptado


às peculiaridades brasileiras, a partir do levantamento feito de 322
testes de adultos normais, envolvendo 8.000 respostas. A coorde-
nação do Atlas é da psicóloga Monique Augras, contando ainda com
a colaboração de ~Iida Singelmann e Maria Helena Moreira. O tra-
balho situa-se no campo das pesquisas científicas do ISOP, desen-
volvidas paralelamente às atividades de aplicações psicológicas.

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