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Pe.

Fábio Vanderlei, IVE


A REFORMA DE VIDA

1. O que é reformar

Os EE se ordenam, diz S. Inácio, a vencer-se e ordenar a vida sem deixar-se determinar ou


condicionar por nenhum apego desordenado [EE, 21].

A este ponto se supõe que ao longo das meditações pessoais pudemos identificar:

1º A vontade de Deus sobre nós na vida passada: o que vimos manifestado através de
inspirações do ES, iluminações, circunstâncias de nossa vida ou a vontade dos superiores.

2º O que Deus nos pede agora com toda claridade.

3º Aquilo que ainda não vemos com claridade o que nos está pedindo Deus. E é sobre o que
se deve aplicar as regras de eleição que ensina São Inácio para ver qual é a vontade divina: cf.
EE,169 ss.

4º Os obstáculos concretos que nos impedem o seguimento radical e total de Jesus Cristo.

Em base a tudo isso devemos reformar nossa vida.

Reformar quer dizer "voltar a formar"; voltar a "dar forma". Como quem trabalha uma
imagem em argila e vê que não lhe saiu como ele queria, então volta a amassar e começa a dar forma
outra vez.

Como se fará isto? Deve-se olhar e examinar os diferentes campos de nossa formação,
observando se algo falta em algum deles que tenha que começar, tirar, refazer, modificar ou
aperfeiçoar. E logo tendo em conta essas coisas, deve-se elaborar um plano de vida realista e concreto.

2. A revisão de vida

A "revisão" de vida significa o exame que temos que fazer sobre as diferentes dimensões de
nossa vida para ir descobrindo os pontos que deveremos trabalhar. Estes pontos podemos concentrar
nas seguintes dimensões:

1) A formação humana: nossa personalidade humana, nosso equilíbrio. Concretamente


devemos ver aqui:

- Que virtudes me urge adquirir


- Que defeitos combater
- Qual é o defeito dominante de minha vida
- A ordem interior e exterior
- Os afetos: a capacidade para a amizade, os apegos

2) A formação espiritual

- A oração
- A leitura espiritual (especialmente a Sagrada Escritura)
- O modo de viver e aproveitar a Santa Missa
- Minhas confissões: frequência, modo de aproveitá-las
- Penitências e mortificações
- Direção Espiritual: frequência, sinceridade e confiança
- O exame de consciência diário
Pe. Fábio Vanderlei, IVE

3) A formação intelectual

- O aproveitamento do estudo: contento-me com o mínimo? chego pelo menos ao mínimo?


- Participação pessoal: interesse nos momentos de formação: congressos católicos etc.
- Trabalho pessoal: procuro estudar algo mais, aprofundar...
- Formação cultural: posso ler algo mais? Faço algo mais? Interesso-me mais?

4) A formação para o Apostolado

Não ser aquele sacerdote improvisador, que faz tudo sem prever, não prepara nada, não propõe
fins e se o fizer não sabe utilizar os meios, não pensa como se deve fazer tal coisa, é incapaz de planejar
a pastoral, é desordenado, não é senhor de si, termina sendo um irresponsável, não cumpre o que promete,
não sabe selecionar os ministérios.
- A oração e mortificação por meu apostolado
- A preparação do apostolado
- O desenvolvimento do apostolado
- O zelo apostólico
- A colaboração com outros apostolados

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