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Universidade de Brasília

Mestrado em Educação, Modalidade Profissional

Disciplina: Indicadores e Gestão de Educação

PROFESSORAS: Dra. Alcyone Vasconcelos e Dra. Claudia Maffini Griboski

Hildebrando Alves de Brito Junior

ABORDAGEM DO CICLO DE POLÍTICAS:UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A ANÁLISE DE


POLÍTICAS EDUCACIONAIS

JEFFERSON MAINARDES

O presente artigo buscou analisar e discutir a “abordagem do ciclo de políticas”


para as políticas educacionais. Essa abordagem foi formulada pelo sociólogo inglês
Stephen Ball e por colaboradores como um referencial para analisar a trajetória de
políticas sociais e educacionais.

Neste sentido, vale destacar que a abordagem acentua a natureza da política


educacional, que passa por diversos aspectos complexos e correlacionados entre si,
enfatizando os processos em todos os níveis apresentados, desde os correspondentes a
nível macro e micro, bem como as realidades divergentes e convergentes. Salientando
a necessidade de interdependência entre os referidos, no sentindo de promover a
construção da rede de políticas públicas em educação.

Deve-se analisar objetivamente a relação entre o discurso da política e a


interpretação dos profissionais que atuam no contexto local. Onde os autores definiram
03 conceitos no ciclo de construção da política pública (Contexto de influência, Contexto
de produção de texto, contesto da prática). Os referidos contextos não são delineados
e fechados entre si, pois na prática são amplamente relacionados, além de que cada um
deles apresentam aspectos e características diferentes.
Nesta perspectiva, a implementação dos ciclos de políticas públicas está
envolta em uma variedade de discursos, que de acordo com a movimentação política,
uns serão mais dominantes que os outros, variando de acordo com as necessidades
apresentadas e defendidas nos planos de governo. Em razão disso, com base em
Foucault, discursos nunca são independentes de história, poder e interesses.

O autor esclarece ainda, que a construção de uma política pública nunca deve
ser avaliado como um fenômeno estático ou engessado, pois uma série de variáveis
determinam as possibilidade de resultados alcançados ou não, e que, ainda sim, desde
sua concepção precisam ser bem delineados, no que se refere ao objetivo almejado com
a implementação da política pública que será desenvolvida, sendo entendido como p
processo multifacetado e dialético, havendo a necessidade de articular as diversas
visões a nível macro e micro.

Uma das principais críticas a proposta de ciclo de políticas é a escassez em


definir o real papel do Estado, por ora sinalizando o Estado com uma abordagem mais
pluralista outrora mais marxista, no sentindo de Estado garantidor. Sendo que para
fundamentar a teoria seria de suma importância definir a maneira como se deseja
estabelecer a figura do Estado na implementação de políticas públicas.

Todavia, podemos avaliar como uma explanação de conceitos muito válidos no


sentindo da necessidade de estabelecer um fluxo para a implementação de políticas
públicas, pois isto nos remete a possibilidade de planejamento, desde o debate das
ideias, a construção das bases legislativas e ao desenvolvimento da política estabelecida,
passando pelos processos de adaptações e fatores imprevisíveis que permeiam a
realidade prática de implementação, respeitando e relacionando os níveis macro e
micro e os aspectos relevantes neste sentindo.

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