Você está na página 1de 21

www.weg.

net

Motores | Automação | Energia | Transmissão & Distribuição | Tintas


www.weg.net

PREFÁCIO

No Brasil, atualmente possuímos tintas, resinas e diversas formulações que


possuem tecnologia a nível internacional e de acordo com as mais modernas técnicas para
repintura automotiva utilizadas neste segmento.
O ponto relevante apesar do avanço tecnológico das tintas, é que cada vez mais,
precisamos preparar mais pessoas, mais profissionais para as diversas atividades de
seleção de esquemas de pintura, aplicação, controle de qualidade da aplicação, não só
durante a aplicação, mas também durante toda a vida útil à que foi projetado o esquema de
pintura.
Esta apostila contém informações atualizadas necessárias para a reprodução, com
maior fidelidade possível, das mais diversas cores (e suas variações) disponíveis no
mercado.
É importante lembrar que este material é uma referência “inicial” para um universo
de conhecimentos que está à disposição de qualquer pessoa que se motivar e se dedicar
na busca novos aprendizados no universo químico, despertando assim para uma
“curiosidade cientifica”.
www.weg.net

Sumário
1. SEGURANÇA ............................................................................................................................................. 4
1.1. Manuseio de Tintas e Solventes ................................................................................................................ 4
1.2. Cuidados no manuseio de Tintas e Solventes ................................................................................. 4
2. AS TINTAS E SEUS COMPONENTES ..................................................................................................... 9
3. COR – CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS. ........................................................................................ 12
4. FORMULAÇÃO DE COR ......................................................................................................................... 18
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 20

Autor: Andrei Marcelo Kusz, Departamento de Serviço ao Cliente - WEG Tintas Ltda.
Revisão: 02 - Junho/2020
www.weg.net

1. SEGURANÇA 1.1. Manuseio de Tintas e Solventes


Tintas, Vernizes e Solventes por sua
Até meados de 1972, poucas eram as constituição básica - são elementos altamente
empresas que conheciam e praticavam a inflamáveis, tóxicos ou corrosivos, capaz de
Prevenção de Acidentes. O que se via provocar desde uma simples reação superficial,
àquela época era a ação de algumas por exemplo, uma alergia, distúrbios
Comissões Internas de Prevenção de passageiros, ou até mesmo danos irreversíveis
Acidentes – CIPAs – que a rigor, se a saúde ou a integridade física do Trabalhador.
A simples atividade de abrir uma
inspiravam nos modelos americanos para
embalagem de tinta, ou de solvente, já se
esboçarem os primeiros passos em direção constitui em um risco na atividade de Pintura
à instituição de Programas de Prevenção Industrial, pois, é a partir deste instante que os
de Acidentes que viessem a satisfazer as Vapores (Inflamáveis, tóxicos, ou corrosivos)
suas necessidades, contemplando a começam a entrar em contato com o ambiente
elaboração de Normas e Regulamentos que e, consequentemente contaminá-lo.
viessem a anular os crescentes Riscos Alguns recipientes podem vir a constituir-
impostos pelo avanço tecnológico. se em risco de acidentes. Por sua forma, peso,
Dentro deste contexto, a partir de 1972 ou mesmo características da forma de abrir,
surgiram as primeiras Legislações acerca podem dotar-se de arrestas cortantes podendo
da Segurança Industrial. Sendo assim já ferir o trabalhador.
se tinha um Órgão Especializado e
constituído, também de profissionais 1.2. Cuidados no manuseio de
igualmente especializados. Surgiram os Tintas e Solventes
Engenheiros de Segurança, Médicos do
Trabalho, Enfermeiros do Trabalho, EM CASO DE FOGO ENVOLVENDO
Auxiliares de Enfermagem do Trabalho e os TINTAS
Inspetores de Segurança do Trabalho. • Usar extintor de pó químico, espuma
Posteriormente classificados como ou CO2.
Supervisores de Segurança e atualmente • Proteja-se dos gases com
chamados de Técnicos de Segurança do equipamentos de respiração
Trabalho. • Não apague o fogo com água, já que
Atualmente, toda a sistemática de os solventes (e resinas) flutuam na
Prevenção de acidentes esta fundamentada água, e isto ajuda a propagação do
na atuação destes dois órgãos: os serviços fogo.
especializados em Segurança e Medicina
do Trabalho e as CIPAs. FOGO E EXPLOSÃO
Aos órgãos de Segurança cabe a A maioria das tintas contém solventes
Missão de implantar e desenvolver o orgânicos inflamáveis. Os fatores básicos
programa de Previdência de Acidentes, de na prevenção são: ventilação adequada e
acordo com as Políticas e Diretrizes eliminação de chamas expostas, faíscas ou
traçadas pelas empresas. As CIPAs cabem quaisquer outras fontes de ignição.
o papel não menos importante de
transformar-se no Braço Forte do DERRAMAMENTOS
Programa de Prevenção de Acidentes, com Ventilar a área para remover os vapores.
sua Ação de inspeção e fiscalização. Enxugar o produto com material absorvente
Como se pode verificar, a atividade “sem solvente”.
está centralizada na Participação. E é tal Os materiais de limpeza deverão ser
Participação que promove a colocados em recipientes metálicos e
descentralização da Responsabilidade, a fechados.
qual passa a ser de TODOS.

4
www.weg.net

Problemas quanto à aspiração, ou SOLVENTES DE TINTAS PODEM


quanto ao contato exagerado do produto: PROVOCAR
• Dor de cabeça, Tonturas, Perda da
Os vapores de solventes, e as poeiras consciência (podendo ser fatal),
de tintas são altamente tóxicas. Durante as Irritabilidade e Atitudes não
atividades de pintura eles podem ser espontâneas.
absorvidos: vias respiratórias, intoxicação e
através da pele (Dermatites). INGESTÃO
• Sempre armazenar a tinta longe de
gêneros alimentícios e fora do
A EXPOSIÇÃO EXAGERADA A TAIS alcance das crianças.
PRODUTOS CONDUZ A: • Nunca fume, coma ou beba em
• Problemas respiratórios, os mais depósitos de tinta, ou áreas de
diversos. trabalho.
• Intoxicações diversas que podem • Se a tinta ou solvente for ingerido
conduzir inclusive, à morte, acidentalmente, deve-se providenciar
dependendo do grau de intoxicação. assistência médica urgente.
• Problemas nos rins, fígado, cérebro e
outros órgãos vitais.
• Dermatites, as mais diversas. HIGIENE PESSOAL
. • Remova anéis e relógios de pulso,
CONTATO COM OLHOS E PELE antes de iniciar o trabalho, eles
• Usar sempre proteção para os olhos podem reter tinta junto à pele.
e luvas para as mãos. • Escolha roupa de trabalho com fibras
• Utilizar roupas de trabalho naturais, as fibras sintéticas quando
adequadas, que cubram o máximo friccionadas, produzem faíscas,
possível do corpo. devido à formação de eletricidade
• Áreas do corpo que sejam difíceis de estática, que podem provocar a
proteger (pescoço e pulso) devem ter ignição dos vapores de solventes.
proteção adicional, como, uso de • Use somente equipamentos a prova
creme não oleoso. de faíscas e assegure-se de que o
• No caso de contato com os olhos mínimo de equipamentos elétricos
banhe-os imediatamente com água seja usado na área de trabalho.
potável, durante pelo menos 10 • Nunca fume na área de trabalho.
minutos, em seguida consulte o • Use sapatos a prova de faíscas.
médico.
• No caso de contato com a pele, 1.3. Armazenamento
limpe-a com um produto de limpeza
adequado ou lave-a com água e As instalações elétricas devem obedecer
sabão. Nunca use solvente.
às normas NEC ou IEC e/ou ABNT. O piso
do local deve ser impermeável, não
INALAÇÃO
• A inalação de vapores de solventes e combustível e que contenha valas que
poeiras de tintas deve ser evitada. permitam o escoamento para os
• Espaços ventilados = máscaras reservatórios de contenção. Tanques de
contra pó estocagem devem ser circundados por
• Espaços com pouca ventilação = diques de contenção e ter drenos para o
máscara com alimentação de ar caso de vazamento.
externo
• Nunca use pano envolto sobre a
boca.

5
www.weg.net

1.3.1. Condições de Armazenamento 5) Ao adicionar o conteúdo de uma lata


dentro da outra, em quantidade igual ou
a) Estocar o material em locais secos, superior a um Galão, as duas latas
cobertos, bem ventilados e identificados; deverão estar aterradas.
b) Manter o produto longe das fontes de Durante o manuseio de Tintas, vernizes e
calor, afastado de alimentos e agentes Solventes deve-se tomar cuidados
oxidante; específicos, levando em consideração a
c) Evitar expor o produto a temperaturas produção de energia Estática suficiente para
elevadas, sol e chuva. provocar a Ignição dos vapores inflamáveis,
principalmente quando o produto é
1.4. Sugestão de Roteiro para armazenado em grandes recipientes.
consciência prevencionista. 6) Todas as latas de Tintas e outros
recipientes vazios deveram ser
1) O Local de trabalho deve ser Isolado, removidos do local de trabalho ao final
Bloqueado, Limpo e Arrumado. de cada dia.
Isto minimiza os perigos vindos do exterior, As latas vazias também representam fontes
e alerta o pessoal para os riscos potenciais de perigo, devido aos restos de tintas.
da área. Por outro lado, a arrumação e a Retornar com elas ao canteiro e deixar secar
limpeza dos locais conduz a um clima de bem antes de colocá-las no
satisfação do pessoal que chega a facilitar o Armazenamento de sucatas.
aprendizado.
7) Todas as latas vazias devem ir para a
2) Separar, Inspecionar e levar para o Sucata.
local de trabalho somente o que será Não é permitido que as latas vazias sejam
utilizado no dia. queimadas. Geralmente, cada empresa
Facilita a arrumação, reduz os custos de monta um procedimento, orientando para
transporte, minimiza a quantidade de remover o máximo possível das Tintas das
vapores inflamáveis no ambiente e permite embalagens e quando possível usar o
um melhor controle, além de não permitir a Solvente de diluição para lavar a sobra
acumulação de latas de tintas e Solventes adicionando após a própria Tinta.
no local de Pintura.
8) Usar os EPI’s adequados, quando da
3) Manter todas as latas fechadas e mistura ou homogeneização da Tinta.
distantes das fontes de ignição. Utilizar máscaras de acordo com o tipo de
Os recipientes devem permanecer fechados pintura e ambiente. Proteger as mãos com
até o momento exato da utilização, para luvas adequadas, mesmo que somente para
minimizar a evaporação de vapores de manusear as embalagens.
solvente. Importante, manter as
embalagens a pelo menos 6 metros do 9) O extintor de incêndio deverá estar
compressor de ar ou de outras fontes de próximo.
Ignição. Para evitar-se a propagação de chamas no
caso de as mesmas ocorrer, um extintor
4) Para misturar as Tintas só se deve deverá ser utilizado para evitar a
utilizar equipamentos Pneumáticos. propagação e maiores danos. O extintor
Jamais se deverá usar misturadores poderá ser portátil do tipo CO2 ou Pó
elétricos, ou equipamentos semelhantes Químico e estar localizado a cerca de 10
devido produzirem centelhas e, assim metros do local ou área de manuseio das
sendo, eleva-se o risco de incêndios ou Tintas.
explosões.

6
www.weg.net

Máscaras Descartáveis: Protege a Passamos a expor alguns desses


respiração naso-oral, tendo adaptador para equipamentos, fornecendo as informações
o nariz e é presa na cabeça por elásticos. acerca da sua utilização:
Máscaras de Cartucho: Com filtro de
carvão ativo cambiável. Respiração naso- Luvas em PVC, para uso do pessoal
oral. envolvido no manuseio e preparação de
Máscara com Traqueia ou ar mandado: tintas. As luvas de plástico são mais
Protege toda a face. A traqueia é conectada conhecidas, porém, isso não altera as
com elementos filtrantes a cintura do características.
trabalhador, o qual recebe o ar do exterior
com pressão positiva regulável.

1.5. Equipamentos de Proteção


Individual - EPI´s
Torna-se importante salientar que
todas as medidas de Segurança Figura ilustrativa nº 1 – luvas de PVC
evidenciadas até o presente momento
Máscara do tipo descartável, para
dizem respeito à Proteção Coletiva, quase
utilização nos locais onde haja a presença
que exclusivamente. Entretanto, e via de
de poeira em suspensão, quer seja de
regra, nem sempre elas são suficientes para
aplicação de tintas em espaço a céu
dar ao trabalhador toda a proteção que ele
aberto.
necessita.
É nesse ponto que a Engenharia de
Segurança volta a sua atenção, para a
proteção individual. É nesse que
enfatizamos, também, a responsabilidade
inerente a cada trabalhador em particular:
zelar pela sua própria segurança.
Figura ilustrativa nº 2 – Máscara contra
Conforme se espera ter ficado poeira
evidenciado, a principal preocupação deve
ser a Proteção Coletiva: as máquinas em Máscara de cartucho duplo, com
bom estado; os andaimes bem posicionados fixação por tirantes. Para utilização no
e amarrados; a ventilação e a iluminação manuseio de tintas ou na aplicação das
adequadas; enfim, todos os aparatos mesmas, sendo à céu aberto ou em
relativos ao espaço físico no qual o trabalho espaços semiabertos onde a ventilação
é realizado. seja relativamente boa. Os cartuchos
Como, apesar de todas essas deverão ser trocados periodicamente.
providencias, poderá persistir o Risco de
Acidentes, passa-se a adotar o uso de
Equipamentos de Proteção Individual – EPI.
Pode-se adiantar a existência de um
equipamento especifico, para cada
atividade também especifica. No caso dos
serviços de pintura, são vários os Figura ilustrativa nº 3 – Máscara contra
equipamentos a serem usados, as solventes
operações fundamentais de jateamento,
passando-se pelo manuseio de tintas e, Óculos com proteção lateral deverá ser
finalmente, chegando-se à pintura usado nas operações em que ocorra a
propriamente dita. presença de abrasivos.

7
www.weg.net

RECOMENDAÇÕES QUANTO AO USO DE


EPI

Em relação aos equipamentos, em


Figura ilustrativa nº 4 – Óculos de particular as máscaras e roupas deve ser
segurança tomado alguns cuidados em relação a cada
um deles. Jamais se deve permitir que
Botina de couro, vulcanizada, com vários trabalhadores utilizem a mesma
cadarços e com solado antiderrapante. máscara sem que, antes, ela tenha sido
Para uso geral. devidamente higienizada após ter sido
utilizada pelo trabalhador precedente. Isso
poderia conduzir à transmissão de várias
doenças apesar de - supostamente – todos
estarem em boas condições de saúde.
As roupas de trabalho devem receber
um tratamento também criterioso,
Figura ilustrativa nº 5 – Sapato de mantendo-se sempre limpas. Não esquecer
segurança
que os resíduos de tinta vão se acumulando
Além dos equipamentos acima, uma nas mesmas e que, em conseqüência disso,
ênfase especial deve ser dada ao macacão. elas passam a ser – quase – tão tóxicas
Ele deverá ser usado tanto pelo pintor, quanto as tintas sendo manuseadas.
quando pelo jatista, assim como por Aconselha-se que sejam lavadas “em
quaisquer outros trabalhadores que estejam separado”, principalmente quando levadas
envolvidos nas atividades de pintura para casa. Nesse caso, lavar as roupas de
industrial. trabalho juntamente com as da família, seria
As toucas também fazem parte da o mesmo que estar levando para casa os
indumentária do pintor, elas servem para dar males que atingem o trabalhador no local de
proteção a cabeça e ao pescoço do pintor, trabalho. Só que, nesse caso, crianças
evitando possíveis irritações e infecções. poderão estar sendo afetadas, o que
Finalmente, atenção especial deverá agravaria a situação.
ser dispensada ao cinto de segurança, Enfatizamos que o uso do EPI é uma
equipamento que deverá, também, ser necessidade. Entretanto, não deve
usado por todo e qualquer trabalhador, transformar-se em um meio exclusivo de
sempre que o mesmo estiver trabalhando imagem promocional descabida. Deve-se
em alturas superiores a 2 metros. usar somente o estritamente necessário.
Tal equipamento deverá ser dotado de
talabarte e mosquetão que permitam a
fixação à estrutura ou qualquer outro ponto
fixo e próximo ao pintor. Caso tal ponto não
venha a existir, a sua fixação – poderá ser
um olhal – deverá ser providenciada a
aproximadamente 1 metro acima de onde o
trabalhador estiver operando. Nunca deverá
estar situado abaixo.

8
www.weg.net

2. AS TINTAS E SEUS COMPONENTES


As tintas são produtos obtidos a partir da dispersão de pigmentos, aditivos, solventes e
resinas e, ao serem aplicadas, formam uma película aderente à superfície ao qual são
aplicadas, proporcionando cor, brilho e proteção ao substrato.

As tintas para o mercado de repintura e suas funções básicas


a) Wash Primer: é a primeira demão (camada) de tinta que tem como principal função
proteger o substrato evitando a corrosão.
b) Primer: é a segunda demão do sistema de repintura automotiva e tem como função
principal a correção das irregularidades da superfície;
c) Base Coat (Tinta): Tem como função fornecer cor ao sistema de pintura;
d) Verniz: É a última demão do sistema e tem como função assegurar proteção ao
sistema e oferecer brilho ao mesmo.
Obs.: A utilização do sistema base coat + verniz pode ser substituído pela
aplicação de uma tinta de acabamento que possui características específicas para
garantir cor, brilho e proteção ao sistema.

VERNIZ
BASE COAT
(TINTA)

PRIMER
WASH PRIMER

SUBSTRATO

2.1. Componentes das Tintas

RESINA SOLVENTE ADITIVO


Matérias-primas utilizadas
É o veículo responsável pela para fornecer ao produto
formação do filme (aglomerar as características específicas:
matérias-primas). É a parte volátil da tinta e - Escorrimento;
Responsável pela resistência com isso controlam/auxiliam - Flexibilidade;
química, aderência, dureza, na secagem do produto. - Sedimentação;
flexibilidade e brilho, entre outras - Bolhas;
características. - Crateras
- etc.
Utilizado em pequenas
quantidades e sempre de
Auxilia na formação e no
Forma uma película contínua que acordo com dosagem
alastramento da película de
adere ao substrato. recomendada pelo fabricante,
tinta
respeitando a compatibilidade
e estabilidade do produto.

9
www.weg.net

Divididos em dois grupos, de


acordo com a secagem:
a) Termoplásticas:
A secagem é feita pela
evaporação do solvente. Não há
reação química após a formação
da película (ex: Nitrocelulose);
b) Termofixas: secam pela
reação química, ação da luz e
calor ou por meio de
catalisadores.

2.2. Pigmentos

Matéria-prima, na forma de pó, dispersa na resina com característica para fornecer cor
ao produto. Além disso, também são responsáveis pela opacidade e pela cobertura da tinta.
Para utilização nos primers existem pigmentos específicos para garantir proteção anti-
corrosiva.

PIGMENTOS DE EFEITO
PIGMENTOS COLORIDOS
Alumínio e Pérolas
Inorgânicos Orgânicos Alumínio Leafing Alumínio Não Leafing
Os pigmentos Este tipo de pigmento
inorgânicos são todos possui estrutura mais
aqueles de classe complexa e são
química de gerados a partir de
compostos sínteses orgânicas
inorgânicos. São complexas.
todos os pigmentos
brancos ou coloridos Principais
naturais ou sintéticos características: Utilizadas na indústria
Utilizadas
de classe química - Alto poder de automotiva e podem
principalmente em
inorgânica. tingimento; ser encontradas em
cores para botijão de
- Cores vivas e tamanhos diversos
gás, tubulações
Principais limpas; (fino, médio e
devido a sua
características: - partículas menores; grosso).
qualidade inferior e
- Baixo poder de - Baixa resistência
suas características
tingimento; química. A característica pode
(tamanho, formas,
- Cores sujas e afetar diretamente o
etc).
apagadas; Exemplos: efeito visual da cor.
- Maiores partículas; Quinacridona - laranja
- Alta resistência e violeta;
química - Ftalocianina: verde e
Exemplos: azul.
- Dióxido de Titânio:
Branco;
- Óxido de Ferro:
Amarelo ou Vermelho.

10
www.weg.net

2.2.1. Pigmentos de Efeito

Estes tipos de pigmentos são utilizados na pintura automotiva pelas suas características
que podem trazer diversos efeitos de acordo com a integração que ocorre entre
molécula/estrutura.
Os pigmentos de efeito também possuem características importantes como: boa
resistência ao intemperismo, boa solidez à luz e elevada resistência química. São
classificados como “Alumínios” e “Pérolas”.

2.2.1.1. Pigmentos de Efeito – Alumínio

Existem dois tipos de pigmentos alumínio, conhecidos como: Silver Dollar (ou “Coin”) e
Corn Flake. A principal diferença entre ambas é a forma em que é encontrada e o tipo da
superfície. Os pigmentos alumínios devem ser utilizados somente em cores metálicas.

Corn Flake Coin


Forma Ângulos irregulares Ângulos arredondados
Superfície Imperfeita Lisa

Outra característica é o tamanho da partícula. A utilização de pigmentos com tamanhos


diferentes gera efeitos diversos quando aplicado.

Tamanho Fino (25mm) Tamanho Médio (35mm) Tamanho Grosso (60mm)


Clareia e deixa o ângulo limpo e Clareia de frente e escurece
Clareia em todos os ângulos.
a frente suja. no ângulo.

2.2.1.2. Pigmentos de Efeito – Pérolas


Os pigmentos perolizados são produzidos por deposição de óxidos (titânio, óxido de
ferro, entre outros) numa fina e lisa camada sobre uma superfície (natural: mica ou sintético:
alumina). O que determina a cor da pérola é a espessura e a cor do óxido utilizado. Este
pigmentos devem ser utilizados somente em cores metalizadas.

11
www.weg.net

3. COR – CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS.


De acordo com a definição no dicionário, temos que a cor é uma “propriedade de uma
radiação eletromagnética, com comprimento de onda pertencente ao espectro visível,
capaz de produzir no olho uma sensação característica”.
A cor é uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fótons sobre células
especializadas da retina, que transmitem, através de informação pré-processada no nervo
óptico, impressões para o sistema nervoso.

3.1. Componentes da Cor

A luz se propaga no espaço por meio de ondas que interage com o objeto quando o
encontra. Uma parte desta luz é absorvida e outra é refletida. A parte da luz que é refletida
é a cor que conseguimos enxergar (espectro visível). Por fim, a luz refletida, ao ser
analisada, é identificada pelo cérebro do observador.

3.2. A luz e o espectro de luz visível

Isaac Newton, após uma experiência


utilizando um prisma, em 1966 demonstrou que
a luz pode ser decomposta em sete feixes
principais: púrpura, violeta, azul, verde, amarelo,
laranja e vermelho. Isto é, nesta experiência
descobriu-se que a luz visível era constituída por
todas as cores encontradas no arco-íris e quanto
todas estas cores estão misturadas tem-se a luz
branca.
A luz, – na forma que conhecemos hoje -
nada mais é que um intervalo de comprimentos
de onda ao qual o olho humano é sensível. Este
intervalo, entre a radiação infravermelha e a
radiação ultravioleta, é conhecido como
espectro visível de luz. O intervalo de 400 à 700
nanômetros (nm) é perceptível ao olho humano.

12
www.weg.net

3.3. Fenômenos da luz

Sobre o objeto a luz pode sofrer três tipos de fenômenos:


a) Reflexão: a luz incide no objeto e é refletida;
b) Absorção: a luz permanece no objeto;
c) Transmissão: a luz atravessa o objeto

3.4. Fontes de Luz

Como a luz é um dos componentes que originam a cor, a alteração da fonte altera a cor
percebida pelo observador.
a) Luz do sol: é composto de todas as cores disponíveis para reflexão. É a melhor luz
para igualar e ver cores;
b) Luz incandescente: é formado, em maior quantidade, pela luz vermelha e amarela;
c) Luz fluorescente: é formado, em maior quantidade, de luz azul, amarelo e vermelho;
d) Luz de mercúrio: contém maior quantidade de amarelo e laranja.

Lâmpada incandescente Lâmpada D65

Contém maior quantidade de luz amarela A lâmpada D65 simula a luz do dia.

13
www.weg.net

3.5. Metameria

A metameria é um fenômeno na qual há troca de tonalidade de acordo com a fonte de


luz na qual o objeto é exposto.
Ou seja, sob uma fonte de luz (luz solar, por exemplo) visualiza-se o objeto com uma
tonalidade e ao expor este mesmo objeto a outra fonte de luz (fluorescente, por exemplo)
visualiza-se uma tonalidade totalmente diferente.
Isto ocorre pela má seleção de pigmentos utilizado na formulação das tintas, ou pelo
acerto da cor em fonte luminosa não ideal. Por este motivo deve-se haver fidelidade à
formula de cor, haja vista que já foram testados em laboratório em relação à Metameria.

3.6. Círculo Cromático

O círculo cromático, também conhecido como círculo das cores, é uma representação
simplificada das cores visíveis pelo olho humano.

3.7. Cores complementares

Chamamos de cores complementares aquelas que, quando misturadas se anulam,


conforme descrito no círculo das cores.
Obs: Não podem ser misturados por serem pares de cores complementares:
- Amarelo e violeta;
- Laranja e azul;
- Vermelho e verde

14
www.weg.net

3.8. Característica da Cor

Newton (1687) construiu o primeiro telescópio refletor operacional e desenvolveu a teoria


das cores baseada na observação que, um prisma decompõe a luz branca em várias cores
do espectro visível.
Um prisma pode ser usado para separar a luz em suas cores do espectro (ascores do
arco-íris). Também podem ser usados para refletir a luz ou ainda dividi-la em componentes
com diferentes polarizações.

Quando a luz passa através de um prisma, seu espectro é dividido em sete cores
monocromáticas, eis que surge um arco-íris de cores.
A atmosfera faz o mesmo papel do prisma, atuando onde os raios solares colidem com
as moléculas de ar, água e poeira e são responsáveis pela dispersão do comprimento de
onda azul da luz.

15
www.weg.net

3.9. Daltonismo

O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma perturbação


da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas
cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho.

3.9.1. Tipos de Daltonismo

Dicromacia: resulta da ausência de um tipo específico de cones, pode apresentar-se sob


a forma de:
• Protanopia: ausência na retina de cones "vermelhos";
• Deuteranopia: ausência de cones "verdes";
• Tritanopia: ausência de cones azuis.
Tricromacia anómala: resulta de uma mutação no pigmento dos fotoreceptores dos cones
retinianos e manifesta-se em três anomalias distintas:
• Protanomalia: presença de uma mutação do pigmento sensível às frequências mais
longas;
• Deuteranomalia: sensível às frequências intermédias, alteração nos receptores da
cor verde, que afetam a diferenciação entre o vermelho e verde;
• Tritanopia é a vertente mais rara, afeta a diferenciação de azul e amarelo.
Monocromacia: os portadores da doença enxergam tudo em preto, branco e em
tonalidades de cinza. Existem dois tipos de monocromacia:

16
www.weg.net

• Monocromacia de bastonetes: também chamada de acromatopsia, os portadores


possuem uma visão muito ruim e alta sensibilidade à luz;
• Nistagmo: faz com que a órbita dos olhos pareçam meio trêmulas.

17
www.weg.net

4. FORMULAÇÃO DE COR
As cores podem ser classificadas de três maneiras:

18
www.weg.net

Mistura de cores

19
www.weg.net

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SENAI Conde José Vicente de Azevedo – COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA, São Paulo, 2012.

SITIVESP, Comissão de Repintura e Complementos Automotivos, São Paulo, 2014.

20
www.weg.net

Rev: 01 | Data (m/a): 07/2020.


Sujeito a alterações sem aviso prévio.
As informações contidas são valores de referência.

21

Você também pode gostar