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OFERECIMENTO:

DESAFIOS GERENCIAIS

Liderar para
promover a
colaboração
É possível haver uma boa experiência do
cliente sem um trabalho colaborativo? A
resposta, evidentemente, é “não”, sobretudo
na veloz era digital. Mas a colaboração não
vem só do senso de propósito, como sugerem
alguns. Ela requer esforço do líder em relação
a confiança, propósito e energia

Por Rob Cross, Amy Edmondson e Wendy


Murphy. Cross é professor emérito de li-
derança global da Babson College, nos
Estados Unidos, e fundador da Connec- COLEÇÃO:
ted Commons, um consórcio de 80
empresas líderes globais para pesquisas. A ascensão dos líderes“customer-centric”
Edmondson é professora emérita de lide-
rança e gestão da Harvard Business
School. Murphy é reitora associada do
Babson College.
PARTE VOLUME

II 5
Este artigo é parte de um
trabalho de curadoria feito
especialmente para Zendesk.

© Conteúdo MIT Sloan


Management Review Brasil.
Todos os direitos reservados.
DESAFIOS GERENCIAIS

COLABORAÇÃO E OS
COMPORTAMENTOS
DA LIDERANÇA
É preciso fortalecer a colaboração interpessoal, o verdadeiro
vetor de mudança. Mas ela depende muito de
27 comportamentos específicos dos líderes
POR ROB CROSS, AMY EDMONDSON E WENDY MURPHY

C
ompare duas empresas. A
primeira é uma rede de vare-
jo com centenas de unidades
pelo mundo. É inovadora,
mas trata-se basicamente de
uma plataforma de vendas.
A segunda é um hospital que
trata os casos mais devastadores de câncer.
Qual delas você acha que conta com o pessoal
mais engajado?
Se você escolheu a segunda, em função de
sua luta por salvar vidas, não está sozinho. Mas
descobrimos que o ambiente de trabalho no
hospital era repleto de medo, desmotivação e
alta rotatividade. Na rede de varejo, havia, por
outro lado, camaradagem, energia, entusiasmo
e clientes felizes. Os funcionários eram bem
mais engajados nas lojas do que no hospital.
É um erro considerar que um senso de pro-
pósito (o bem que se promove ou a oportuni-
dade de mudar o mundo, por exemplo) é o que
mais importa quando se quer engajar funcioná-
rios. Nosso trabalho com mais de 300 empresas
ao longo de 20 anos evidencia que o propósito é

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DESAFIOS GERENCIAIS

apenas um fator contribuinte. A variável de maior cujo programa de desenvolvimento é concebido


impacto sobre o engajamento de funcionários em para ajudar a fomentar conexões por toda a com-
uma mudança é a colaboração interpessoal. Neste panhia. O foco em colaboração compensa para a
artigo, exploraremos por que ela tem esse efeito e empresa: seu coeficiente de atrito é muito baixo
o modo como podemos fomentá-la. e 95% dos funcionários afirmam que a Workday
é um ótimo lugar para trabalhar. De fato, ela está
O poder da colaboração interpessoal em quarto lugar no ranking das cem melhores

A
Workday, do Vale do Silício, desenvolve empresas para trabalhar da revista Fortune.
software como serviço (SaaS, na sigla em Por meio da análise de redes organizacionais
inglês) para gestão financeira, para recur- (ONA) para mapear os relacionamentos em gru-
sos humanos (RH) e para planejamento. Fatura pos e comparando os resultados com os dados de
cerca de US$ 2,8 bilhões anuais e tem 11 mil fun- atrito, pesquisas e entrevistas sobre engajamento
cionários. Ela conta com a força de trabalho mais e satisfação, levantamos que o engajamento é de-
engajada de todas as que estudamos. Identifica- terminado pela habilidade dos líderes de fomen-
mos nela um senso consistente de comprometi- tar redes interpessoais e a cultura de colaboração.
mento com a reinvenção do software de gestão e Como estabelecer e nutrir altos níveis de co-
um nível de energia e entusiasmo que falta a mui- laboração e engajamento? Começa-se reforçando
tas empresas que têm missões bem mais nobres. a segurança e a confiança. Depois, instila-se um
Os líderes da Workday, porém, valorizam mui- senso de propósito, de sentido, no trabalho. En-
to a colaboração interpessoal. Ela é um referencial tão, se gera energia – o entusiasmo.
desde o processo de seleção de pessoas. “Nós bus-
camos aquelas que já são empáticas e que pareçam Como construir confiança

C
ser capazes de se colocar a serviço de clientes e co- onfiança encoraja as pessoas na busca de
legas”, revela Greg Pryor, seu vice-presidente. metas aspiracionais, permitindo-lhes assu-
Em seu primeiro dia de trabalho, o novo fun- mir riscos e colaborar. Sem ela, as pessoas
cionário é designado a um colaborador veterano não avançam, a informação não flui, as ideias não
que ajudará o novato a identificar sua “tribo”, isto são compartilhadas. Líderes conseguem facilitar
é, conectar-se com outros que tenham valores e que os colaboradores confiem neles estabelecen-
interesses similares aos dele. do segurança psicológica – isto é, o sentimento de
Nossos estudos mostram que facilitar a forma- que as pessoas podem fazer uma crítica constru-
ção de redes de relacionamento é um fator de alto tiva ou dar uma nova ideia ao grupo sem sofrer
impacto sobre a retenção de pessoas. Na Work- rejeição.
day, isso continua a acontecer ao longo do tem- Essa segurança é um “fator higiênico”, confor-
po do funcionário na empresa e inclui os líderes, me a teoria de Frederick Herzberg: por si só, não

DANDO VISIBILIDADE À COLABORAÇÃO INTERPESSOAL


A análise de redes organizacionais (ONA, na sigla em inglês) pode iluminar para o líder a qualidade da
colaboração interpessoal de sua empresa ao oferecer o conhecimento sobre como a influência é distribuída
entre membros dentro e através de fronteiras, níveis hierárquicos e funções. Ela revela onde a colaboração
interpessoal é saudável e onde é débil, e quem é responsável por essas condições.
A ONA é capaz de identificar os construtores de colaboração, como os conectores de pessoas; os
especialistas cujos conhecimentos e capacidades apoiam outros; agentes que expandem fronteiras e
integram subculturas; e energizadores, que instilam paixão e animação nos demais. Também revela os
destruidores de colaboração: ladrões de energia; disseminadores de medo e outros que espalham cinismo

e baixam o moral, muitas vezes de modos sutis.

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TRÊS PASSOS PARA A COLABORAÇÃO PRODUTIVA
Quando a confiança cultiva o propósito e o propósito cultiva a energia, as pessoas
tendem a se tornar colaboradoras produtivas e engajadas

aperfeiçoa

COLABORAÇÃO
INTERPESSOAL
gera

ENERGIA
cultiva

PROPÓSITO

DESENVOLVIMENTO
DE CONFIANÇA

cria colaboração, mas, se ausente, a impede. Para ou de que não os exercito o suficiente”. Talvez ela
motivar as pessoas a colaborar, será preciso gerar esteja certa. E não esteja sozinha nisso.
propósito e energia na organização. Porém, há uma série de comportamentos que
São necessários três tipos de confiança: estabelecem e apoiam a confiança [veja quadro na
• Baseada em benevolência: pressupõe que co- página 5]. Por exemplo, apesar de o conselho mais
legas e líderes terão em mente os interesses de comum ser de os líderes fazerem o que dizem,
todos, e não apenas os próprios. quando se trata de confiança eles também têm de
• Baseada em integridade: advém da crença de dizer o que fazem, o que transmite quem são e a
que outros serão coerentes em discurso e atos. intenção de suas ações de modo não ambíguo. As-
• Baseada em competência: pressupõe que as pes- sim, os funcionários não tentam adivinhar, o que
soas tenham o conhecimento que alegam ter. tende a levar a um resultado negativo. “As pessoas
me interpretam mal de tantas maneiras! Se apenas
Nosso estudo sobre líderes demonstrou que elas soubessem mais sobre quem sou e de onde
há, contra eles, muitas queixas sobre a quebra de vim, esse tipo de confusão seria menos frequente”,
promessas, retenção de informações e conduta disse o gestor de uma indústria farmacêutica.
que visa o próprio benefício. Tais percepções nem Líderes que inspiram confiança passam boa
sempre têm base na realidade, é claro, mas mui- parte do tempo em reuniões um-a-um. Um ges-
tos funcionários nunca confrontarão diretamente tor da Workday disse que passa ao menos metade
os líderes ou pedirão esclarecimento sobre suas do tempo dessas reuniões em assuntos não liga-
intenções. Assim, a confiança é erodida. Uma exe- dos a trabalho. “Uma vez que eu saiba o que im-
cutiva sênior de um banco de investimentos nos porta para as pessoas e aonde elas querem chegar,
disse: “Conforme analiso os comportamentos que posso alinhar seu trabalho com suas aspirações.
ajudam a construir confiança rapidamente tenho Conforme percebem isso, suas reservas em rela-
certeza de que não penso sobre eles como deveria ção a quem sou começam a ruir”, afirmou.

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DESAFIOS GERENCIAIS

OS 27 COMPORTAMENTOS DA LIDERANÇA QUE NUTREM A COLABORAÇÃO


Ao usar a análise de redes organizacionais (ONA, na sigla em inglês) para identificar o que alimenta a colaboração
interpessoal, encontramos 27 comportamentos que constroem confiança, instilam propósito e geram energia.

10 COMPORTAMEN-
TOS QUE
CONSTROEM CONFIANÇA
11 COMPORTAMENTOS
QUE INSTILAM
PROPÓSITO
6 COMPORTAMENTOS
QUE GERAM ENERGIA
•E
 nvolvo pessoas, em reuniões e
• Faço com que os outros me procurem • Ajudo pessoas a compreender diálogos, em possibilidades realistas
quando precisam de conhecimento e perseguir objetivos de carreira que captam sua imaginação e
confiável e transparente. significativos. seu coração.
• Reconheço as áreas nas quais não • Ajudo a estruturar o trabalho de modo a •E
 stou, em geral, totalmente
sou especialista. alinhá-lo a aspirações de carreira de outros. comprometido com reuniões e
conversas particulares e mostro meu
• Crio interações ricas em pontos-chave • Estabeleço a importância do trabalho
interesse pelos outros e suas ideias.
de projetos. (o porquê) antes da tática para realizá-lo
(o quê e como). •C
 rio espaço para que outros sejam parte
• Encorajo ativamente os outros a criticar
significativa das conversas e me certifico
e aperfeiçoar minhas ideias. • Cocrio soluções e difundo a propriedade
de que vejam como seus esforços
delas em estágios iniciais.
• Ofereço tempo, recursos, informações, contribuirão para um plano em evolução.
referências, conhecimento e outras • Estimulo as pessoas a estar em sintonia
•Q
 uando discordo de uma ideia ou ação
ajudas antes de pedir ajuda e sem e a sincronizar com as demandas
de alguém, faço isso focando a questão
expectativa de benefício próprio. dos colegas.
em si e não a pessoa.
• Conecto-me às pessoas sem objetivo • Mostro que valorizo o trabalho dos demais.
•U
 so o humor, às vezes rindo de mim
de trabalho, buscando compreender • Encorajo a diversão no trabalho. mesmo, para tornar momentos tensos
origens, interesses e aspirações.
• Reformulo interações negativas para mais leves e para que as interações não
• Comunico consistentemente meus se convertam em disputas por poder ou
focar o trabalho que valha a pena.
valores e minhas prioridades. por status.
• Estimulo as pessoas a encontrar seu
• Faço o que digo que farei e sigo os •M
 antenho equilíbrio efetivo entre
propósito ao ajudar os outros.
compromissos que fiz com as pessoas. pressionar para o alcance de uma meta
• Oriento as pessoas a colaborar em certo e dar boas vindas a novas ideias que
• Sou comprometido com princípios e ritmo e em ciclos que lhes permitam dar possam aperfeiçoar o projeto ou o
metas que são maiores do que meus o melhor de si. processo de atingir um objetivo.
interesses próprios.
• Estimulo as pessoas a encontrar
• Mantenho informações confidenciais propósito em seu trabalho por meio de
ou indiscretas em segredo. redes dentro e fora da organização.

Todas as formas de confiança se beneficiam de o Marine Corps e empresas com fins lucrativos
conexões pessoais. A Workday, por exemplo esti- (hoje é diretor de sucesso dos novos funcionários
mula seu pessoal a se conectar por meio de grupos na Amazon Web Services). Ele queria entender os
patrocinados em torno de músicas, jogos ou exer- impulsionadores de redes sociais para coisas como
cícios, bem como em competições esportivas e en- geração de receitas, fluxo de informações e deci-
volvimento com a comunidade. sões, produtividade, colaboração, engajamento,
retenção. Os resultados foram várias iniciativas de
Como instilar propósito gestão de talentos e desenvolvimento de liderança.

E
stando estabelecida a confiança, é mais fácil Em um dos casos, por exemplo, a ONA começou
para os líderes mostrar aos funcionários que com a seguinte pergunta: após interagir com esse
o trabalho realizado por eles é importante líder, você entende melhor o propósito do traba-
para a organização e para o mundo externo a ela. lho que você faz? Confirmando a regra de Pareto,
Isso se faz não apenas pela distribuição de tarefas Sylvester descobriu que 80% do senso de propósito
significativas (nem sempre possível), mas também da empresa era gerado por 20% de seus líderes, que
criando um contexto de colaboração significativa. também tinham melhores índices de retenção de
Foi isso que David Sylvester descobriu ao apli- colaboradores. Detalhe: o comportamento desses
car ONAs quando era líder em organizações como líderes, de dar clareza às tarefas, era “ensinável”.

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DESAFIOS GERENCIAIS

Nós também aplicamos a ONA para identificar modo como eles trabalham juntos, não apenas
os instiladores de propósito em um banco de in- na execução do trabalho em si. Por exemplo, uma
vestimentos. Perguntamos a seus 600 principais lí- executiva de alto escalão de uma empresa lista-
deres: “Quem entre vocês deixa os outros com um da no ranking Fortune 500 torna bastante claro,
senso maior de propósito do trabalho após uma para as novas equipes, por que ela convidou cada
interação?”. Os resultados mostraram um quartil membro ali para se unir em torno de uma inicia-
superior de líderes que criavam um senso de pro- tiva. “Esse esclarecimento os ajuda a dar valor aos
pósito para 16 pessoas em média, o que é um forte colegas e a ver por que todos juntos serão mais
raio de influência. No quartil inferior, ficaram os bem-sucedidos do que qualquer um deles pode-
que afetavam menos de uma pessoa. Os líderes do ria ser sozinho”, explica a executiva.
quartil superior ainda eram capazes de atrair pes- Há mais comportamentos comuns a líderes que
soas de mais alto desempenho para trabalhar com conseguem injetar um senso de propósito em seu
eles, lidavam com menos atritos e contavam com pessoal. Eles tendem a difundir o senso de pro-
equipes com índices de engajamento mais altos. priedade logo de início, por exemplo, ao tornarem
São vários os comportamentos de liderança a busca e o alcance de metas compartilhadas uma
que promovem o propósito em uma equipe ou or- empreitada cooperativa. Eles também mostram que
ganização. Por exemplo, os líderes podem acen- valorizam o trabalho das pessoas. Um executivo
tuar o porquê das tarefas e projetos, explicando da indústria farmacêutica com quem trabalhamos
a importância do trabalho. Vejamos, na ação do separava uma hora ao final de cada semana para
Dia D, na Segunda Guerra Mundial, o general enviar mensagens de agradecimento para funcioná-
Dwight Eisenhower disse que todos que amavam rios que tivessem feito contribuições de maneira co-
a liberdade no mundo estavam com os comba- laborativa que fossem particularmente importantes.
tentes naquele momento. Gestores também po-
dem usar essa abordagem militar para criar um Como gerar energia

U
contexto no qual as pessoas vejam o valor do que ma vez que os laços de confiança e propósi-
fazem e se sintam parte de algo mais significativo to estejam estabelecidos, os líderes podem
do que cumprir prazos ou seguir orçamentos. voltar sua atenção a energizar os funcioná-
O que é pouco compreendido, no entanto, é o rios. Esse é o processo de motivar as pessoas a
papel fundamental da maneira como o trabalho é trazer o melhor de si para o trabalho e a se enga-
realizado na construção de um senso de propósi- jar completamente com os colegas.
to; aí entra a colaboração interpessoal. Nossa pes- Pesquisas mostram que a energia é um esti-
quisa sugere que até metade do senso de propósi- mulador fundamental para conexões de trabalho
to e de seu impacto sobre os funcionários vem da e colaboração de alta qualidade. Líderes que con-
qualidade dessa colaboração. seguem gerar energia e entusiasmo são relativa-
Ou seja, os líderes devem ajudar os colabo- mente raros em ambientes de trabalho e enorme-
radores a enxergar o propósito incorporado ao mente valiosos para as organizações.

Uma das práticas comuns a líderes que instilam


propósito é, desde o início dos relacionamentos,
fazer com que os funcionários se sintam donos
daquilo que está sendo feito. Esses líderes também
valorizam explicitamente o trabalho das pessoas

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DESAFIOS GERENCIAIS

Nem sempre os líderes energizadores são fáceis de


identificar; ao contrário do que se pensa, eles não são
necessariamente os extrovertidos. O fator que
distingue os energizadores é que eles fazem as outras
pessoas se sentirem importantes

Na verdade, nosso estudo descobriu que os No Broad Institute, uma organização de pesquisa
energizadores tendem a receber avaliações de de- biomédica ligada ao MIT e a Harvard, a diretora de
sempenho superiores e a ser promovidos quatro people analytics, Kate O’Brien, aplicou a ONA para
vezes mais do que os não energizadores. Eles tam- encontrar energizadores entre dois grupos de fun-
bém possuem duas ou três vezes mais probabilida- cionários (400 do total de 1.500), muitos dos quais
de de fazer transições de carreira com sucesso e, em cientistas, de um programa de câncer e da plata-
média, sua remuneração, incluindo bônus, é 20% a forma de ciência de dados. Os resultados da aná-
30% mais alta do que a de não energizadores. lise foram surpreendentes. A lista de energizadores
Os energizadores servem para dar a sacudida incluía muitos cientistas que não recebiam verbas
necessária para que a empresa produza rapida- de pesquisas e que não eram necessariamente per-
mente resultados novos e acelere a transferência cebidos como ícones técnicos. Eles tinham, contu-
de conhecimento. Isso faz deles agentes de mu- do, outros atributos valiosos: viam as pessoas como
dança altamente eficazes. Mas esse estímulo pode indivíduos. Investiam tempo em conversar com os
ser transmitido de maneira estratégica apenas se colegas e em ajudá-los a resolver problemas. Intui-
as organizações reconhecerem seus energizadores tivamente, reconheciam quais cientistas apreciavam
e aproveitarem suas habilidades especiais. É mais ser cuidados e assumiam essa tarefa para si. Esses
fácil fazer do que falar. comportamentos estão entre os mais fundamentais
Pode-se esperar que os energizadores sejam os para energizar funcionários, conforme levantamos.
indivíduos mais carismáticos da sala, os mais en- O humor também é um gerador de energia po-
graçados ou os grandes contadores de histórias. deroso. Muitos energizadores usam uma aborda-
Mas também pode ser difícil localizá-los. As pes- gem de rir de si mesmos para tornar as situações
soas mais extrovertidas conseguem tanto energi- mais leves ou diminuir as barreiras que emergem
zar como subtrair energia. Do mesmo modo, as em interações com figuras de autoridade. O exe-
energizadoras podem ser tanto extrovertidas como cutivo de uma farma nos contou que sempre pede
introvertidas. Nossas entrevistas com líderes ener- a um colega diferente para iniciar a reunião com
gizadores revelam que eles não se distinguem por um vídeo ou fala engraçados envolvendo a em-
seu brilho, e sim por fazer com que os outros sin- presa em outro negócio, para que todos relaxem e
tam que são importantes e fazendo as redes fluí- não se levem tão a sério – e se energizem.
rem, de modo que informações, oportunidades, Os líderes não raro subestimam o poder de
talento destacado e criatividade se movimentem condutas energizadoras, até das próprias, mas
facilmente por toda a organização. nosso estudo identificou que seu sucesso não
Os obstáculos à identificação dos energizadores vem de fazer as coisas acontecerem, e sim de sua
por meio de traços de personalidade nos fizeram capacidade de atrair ideias, oportunidades e pes-
concluir que as companhias precisam de outras ma- soas talentosas, coisas que fluem até eles não por
neiras para identificá-los. A ONA pode ajudar nisso. acaso, mas porque sua energização abre os canais.

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DESAFIOS GERENCIAIS

portando a quantidade de outros comportamen-


Para os líderes avançarem tos que esteja presente.

I
nvariavelmente, sempre que apresentamos nos- Em segundo lugar, cada líder apresenta esses
sos achados a grupos de líderes, alguém nos faz comportamentos em diferentes combinações e
esta pergunta: “Qual é o comportamento-chave magnitudes. Isso significa que a solução para ele-
que eu posso adotar hoje para elevar o nível de cola- var o grau de colaboração interpessoal diferirá
boração em minha organização?”. Infelizmente, por para cada líder.
uma série de razões, não há uma resposta simples. Em vez de buscar a bala de prata, nós suge-
Em primeiro lugar, a efetividade dos 27 com- rimos que você avalie seus comportamentos de
portamentos identificados em nossa análise varia liderança identificando quais dos 27 você apre-
com base na dinâmica particular de cada organi- senta e quais não pratica. Então, a começar pe-
zação. Dito isso, todos esses comportamentos po- los comportamentos relativos à confiança, adote
sitivamente e com frequência atuam em conjunto. aqueles que você não tem e aperfeiçoe os demais.
Quanto mais comportamentos os líderes exibirem, A abordagem que apresentamos aqui, se apli-
maior a chance de suas empresas terem muita co- cada de maneira sistemática e permanente, é o
laboração interpessoal. melhor caminho para o líder se tornar um agente
Por outro lado, se comportamentos desse tipo de colaboração interpessoal e de engajamento dos
estiverem ausentes, as lacunas podem tornar-se funcionários dentro de sua empresa.
empecilhos ao desenvolvimento de confiança,
propósito e energia na força de trabalho, não im-

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Sobre

A Zendesk iniciou a revolução da experiência do cliente


em 2007 ao possibilitar que qualquer empresa ao redor
do mundo disponibilizasse seu atendimento no ambien-
te online. Hoje, a Zendesk alimenta bilhões de conversas,
conectando mais de 100.000 marcas a centenas de mi-
lhões de clientes por meio de telefonia, chat, e-mail, men-
sagens, canais sociais, comunidades, sites de avaliação
e centrais de ajuda. A empresa nasceu em Copenhague,
na Dinamarca, foi construída e desenvolvida na Califór-
nia, abriu capital em Nova York e, hoje, emprega mais de
6.000 pessoas em todo o mundo.

Saiba mais no site da Zendesk.


Sobre
MIT Sloan Management Review Brasil (MIT SMR
BR) é uma publicação trimestral sobre gestão na era di-
gital e com pensamento sistêmico, trazendo pesquisas
de ponta em áreas que vão da inovação em modelos de
negócio ao uso de tecnologia, do design de processos à li-
derança e ao RH, do marketing e vendas ao ESG. É parte
da meca da inovação Massachusetts Institute of Techno-
logy, do templo da gestão contemporânea Sloan School e
acompanha de perto tudo o que acontece na gestão mun-
dial, seja no Ocidente ou Oriente, no hemisfério Norte ou
Sul. Os pioneiros digitais do Brasil nos acompanham em
nosso site e nas redes sociais. Integre nossa comunidade!

www.mitsloanreview.com.br
Sobre a coleção MIT SMR e Zendesk:
A ascensão dos líderes“customer-centric”
Estamos vivendo o ponto de inflexão pró-clientes; saiba como migrar
para esse modelo de liderança

A
era digital não é PARTE
OFERECIMEN TO:

novidade para

I
SKILLING
MERCADO | NOVO

Habilidades do
DEMANDA DE

novo líder
ninguém. Todas Como líderes da
essencialmente
era digital são,
, líderes “custom
preciso entende
er-centric”, é
r: o que eles precisam
fazer

as empresas iniciaram
para ser assim?

sua transformação
Logic,
diretor da Change
Andy Binns é com
consultoria em
inovação estratégica é COLEÇÃO:
Michael L. Tushman r-centric”
sede em Boston. líderes“custome
A ascensão dos
School.
Harvard Business Stan-
professor da da
III é professor
Charles O’Reilly Este
School of Business. livro
ford Graduate do
em um capítulo
artigo se baseia How Corporations VOLUME
Corporate Explorer: the Innovation PARTE

2
at
Can Beat Startups

I
2022).
Game (Wiley,

parte de um
Este artigo é feito
trabalho de curadoria

digital, utilizando a
para Zendesk.
especialmente

Sloan
© Conteúdo MIT
Review Brasil.
Management reservados.
Todos os direitos

Volume 1: O cenário da
tecnologia sobretudo disrupção permanente
para ganhos de eficiência Volume 2: O novo líder é,
operacional. Nesta acima de tudo,centrado no cliente
década de 2020, no OFERECIMEN TO:

PARTE
OFERECIMEN TO:

entanto, o requisito da
OFERECIMEN TO:

S
DESAFIOS GERENCIAI

Agilidade

II
começa por
era digital mudou: agora
S

Liderar para
DESAFIOS GERENCIAI

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DESAFIOS GERENCIAI

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O CENÁRIO

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a tecnologia deve estar estratégia e as certa a no

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É possível haver ativo? A destruir práticas
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cliente sem um sobretudo

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clientes emente, é “não”, isso, sua empres aspirações e a realidade
A experiência resposta, evident Mas a colaboração não as
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dos. Mas comum – entre
depende muito e na veloz era digital. propósito, como sugerem

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prática, ativos analíticos esforço
alguns. Ela requer to e energia
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dão condução da transfo a confian
de inovação que
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Por Rob Cross,
Amy Edmondson de li- A ascensão dos
é professor emérito nos COLEÇÃO:
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Murphy. Cross r-centric”
da Babson College,
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A ascensão dos
Connec-
e fundador da da Lon-
Estados Unidos, Ibarra, professora VOLUME

experiência do cliente. Se
de 80 Por Herminia em
um consórcio
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e ted Commons, pesquisas. School e especialista PARTE

6
globais para don Business l.
Por Michael Schrage, é fellow de pes- COLEÇÃO: empresas líderes de lide- to organizaciona

II
r-centric” professora emérita
Anne Kwan. Schrage the Digital Economy
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A ascensão dos PARTE
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quisa da Initiative of Management. do parte de um
Este artigo é
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B. Jona- é reitora associada
Por B. Tom Hunsaker da MIT Sloan
School
School. Murphy feito

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estratégia na trabalho de curadoria
Hunsaker é COLEÇÃO: é gerente de
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Muttreja e líder Babson College. para Zendesk.
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estratégia na A ascensão dos
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professor de de serviços de PARTE Este artigo é
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trabalho de curadoria
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Thunderbird ção na Deloitte
da Arizona State para Zendesk.

II
Management é parte de um especialmente
Este artigo Sloan
University, EUA.
Jonathan
PARTE VOLUME
trabalho de curadoria
feito © Conteúdo MIT
Review Brasil.
a consultoria

II 3
Knowles dirige .Este artigo
Zendesk.
para Management reservados.
especialmente
© Conteúdo MIT
Sloan Todos os direitos
Type 2 Consulting Review Brasil.

quiserem ser bem-


trabalho de Management reservados.
é parte de um
Todos os direitos
curadoria feito
para Zendesk.
especialmente

Volume 3: Alinhar
Sloan
© Conteúdo MIT
Review Brasil.
Management reservados.
Todos os direitos
Sloan
© Conteúdo MIT
Review Brasil.
Management
reservados.
Todos os direitos

sucedidos, os líderes inovação e estratégia é preciso


Volume 4: Medir, medir e medir – mas com as métricas corretas
precisam aprender a
Volume 5: Liderar para a colaboração
pensar e agir também de Volume 6: A agilidade começar por jogar coisas fora
acordo com esse novo
OF ER E CIMENTO:

OF ER E CIMENTO:

OF ER E CIMENTO:

parâmetro – quaisquer PARTE Um melhor


DESAFIOS PESSOAIS

O novo líder
DESAFIOS PESSOAIS

convívio com

III
que sejam suas áreas de
DESAFIOS PESSOAIS

Aprender, evita a maior as gerações


aprender,
o das armadilhas geracionais estão
entre as

aprender – com
Se características barreiras
de conflitos e piores nte,
ar seu negócio
para maiores fontes
colaboração pró-cle

atuação. MIT Sloan


Se quiser disrupt , você terá muitas para alcançar a
o
pode ser

sistema corret
atender aos clientes disposição. No entanto, essas diferenças
navegar bem por liderança
soluções técnicas
à competitiva da
a
ar sobretudo com ões uma vantagem
deverá se preocup
do : não cair em autoilus
te importa é aprendi solução humana
Nada que realmen líderes
a necessidade os
facilmente; daí de aprendizagem
que James Manktelow,
Por Julian Birkinshaw, Tosca e Fran-

terem um sistema
Elena
Vittorio D’Amato, professor de
mador Birkinshaw é
ental e o transfor

Management Review
cesca Macchi. rismo da Lon-
C OLE Ç Ã O:
combine o increm estratégia e empreendedo
don Business
School, no Reino
Unido.
empresa líderes“custome
r-centric”
e Michael Putz.
An-
Manktelow fundou
a Mind Tools,
Unido. A ascensão dos
Por Scott D. Anthonyda consultoria de online do Reino
thony é sócio
sênior C OLE Ç Ã O: de treinamento
é diretor do programa
nos EUA, e coautor r-centric” Vittorio D’Amato
líderes“custome
Business
estratégia Innosight n: how to reposi- de MBA na LIUC
de Dual Transformatiowhile creating the A ascensão dos internacional Cattaneo, de
Castel- V OLUME
School da Università Tosca e PAR TE

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