Alexia Grossmann; Augusto Uggioni, Pedro Henrique Crispim
As doenças ou infecções zoonóticas são aquelas transmitidas dos animais para os
seres humanos ou destes para aqueles. Estão distribuídas por todo o hemisfério, variando de acordo com as condições ambientais, econômicas e socioculturais. Locais de saneamento básico precário, regiões pobres e periféricas, são os ambientes mais afetados pela proliferação de agentes patogênicos. Com um exponencial crescimento urbano e demográfico, é inevitável o aumento do contato entre o ser humano e animais silvestres, tornando imprescindível um paralelo crescimento dos cuidados e das medidas para combater essas doenças. Dentre as zoonoses mais conhecidas podemos citar a Doença de Chagas, Raiva, Leishmanioses, Leptospirose, Febre Amarela, Dengue, Malária e a mais recente, que atingiu âmbitos mundiais, a COVID-19. A fiscalização dessas doenças é realizada pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) por meio do controle de pragas urbanas como baratas, ratos, mosquitos, entre outros, e pelo controle das populações de animais domésticos como cães e gatos, é um órgão estadual, onde cada prefeitura é responsável por gerir este mesmo. Outro fator de extrema importância contra as zoonoses e que é feita normalmente pelo mesmo órgão, são as campanhas de vacinação. O bloqueio de foco deve ser executado, casa a casa, quando ocorrer a identificação de cão ou gato positivo para uma doença. Em caso de outro mamífero positivo para a raiva ou outras zoonoses, deve-se avaliar a situação criteriosamente, pois pouco se sabe sobre o potencial de disseminação das variantes de animais silvestres em meio urbano. Porém com o surgimento de novas enfermidades nos últimos anos e também o reaparecimento de doenças já erradicadas, torna-se evidente como ainda há grande falta de investimentos em saúde, conscientização popular e saneamento básico, que estão totalmente ligadas e são as principais causas do surgimento e da proliferação de agentes infecciosos. Pela observação dos aspectos mencionados, a precariedade e ausência de saneamento básico e a não conscientização da população sobre higiene pessoal e os riscos do contato direto com animais, podem ser considerados fatores de risco à saúde pública. Além disso, com o expressivo aumento das áreas urbanas, logo a invasão de áreas florestais, ocorre uma pressão antrópica sobre os hábitats dos animais selvagens que aumenta a probabilidade do aparecimento de doenças zoonóticas virais. Cabe ao Ministério da Saúde promover programas de conscientização populacional, ações estratégicas em vigilância e pesquisa, para que os serviços em saúde sejam de fato aplicados. O desenvolvimento real desses, promoverá o avanço da qualidade de vida da população, que por consequência refletirá positivamente na saúde pública e na diminuição dessas doenças.