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HISTÓRIA DO

AMAZONAS
História do Amazonas: República

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: República
Daniel Vasconcellos

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
História do Amazonas: República...........................................................................................................................4
1. Fronteiras do Brasil. . ...................................................................................................................................................4
1.1. Incorporação do Acre ao Estado Nacional Brasileiro...........................................................................4
1.2. Questão do Amapá...................................................................................................................................................9
1.3. Limites com a Guiana Inglesa. . ....................................................................................................................... 10
1.4. Amazonas Cosmopolita: Nova Situação Sociopolítica; Transplantação de Novos
Conceitos Culturais; Cidades da Borracha: Belém X Manaus...............................................................12
1.5. Bombardeio de Manaus em 1910.. ..................................................................................................................16
2. Decadência da Economia Gumífera. . ................................................................................................................19
2.1. Grande Crise da Economia Gumífera. ...........................................................................................................19
3. Manaus: de “Paris dos Trópicos” a “Miami Brasileira”. ..................................................................... 24
3.1. Situação Econômica e Social da Cidade................................................................................................... 24
3.2. Rebelião de 1924.. .................................................................................................................................................25
3.3. “Era dos Interventores”. . ..................................................................................................................................26
3.4. “Clube da Madrugada”......................................................................................................................................30
3.5. Zona Franca de Manaus.....................................................................................................................................31
Resumo................................................................................................................................................................................38
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................40
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................42
Questões de Concurso................................................................................................................................................49
Gabarito...............................................................................................................................................................................63
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................64

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Apresentação
Olá Concurseiro(a)! Seja muito bem-vindo(a) novamente!
Antes de seguirmos, peço encarecidamente que avalie a aula anterior, caso ainda não o
tenha feito, e esta, ao final. Seu feedback é muito importante para que continue produzindo um
material que atenda às suas expectativas e necessidades.
Sem mais, até porque seu tempo é valioso e deve ser otimizado, veja os conteúdos listados
no edital que trabalharemos nesta aula:
3. REPÚBLICA: 3.1. Fronteiras do Brasil: incorporação do Acre ao Estado Nacional Brasilei-
ro; questão do Amapá; limites com a Guiana Inglesa. 3.2. Amazonas cosmopolita: nova situa-
ção sociopolítica; transplantação de novos conceitos culturais; cidades da borracha: Belém X
Manaus; 3.3. Decadência da economia gumífera: grande crise da economia gumífera; tentativa
de recuperação: “a Batalha da Borracha”; 3.4. Manaus: de “Paris dos Trópicos” a “Miami Brasi-
leira”: situação econômica e social da cidade; Rebelião de 1924; “Era dos Interventores”; “Clube
da Madrugada”; Zona Franca de Manaus.

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HISTÓRIA DO AMAZONAS: REPÚBLICA


1. Fronteiras do Brasil
1.1. Incorporação do Acre ao Estado Nacional Brasileiro
Prezado(a), a construção da Ferrovia Madeira Mamoré foi resultado de um acordo diplomá-
tico em que a Bolívia cedeu o Acre ao Brasil. Ocorre que, desde o estabelecimento do Tratado
de Tordesilhas até o século XIX, o atual estado do Acre fazia parte da América espanhola, de
acordo com os Tratados Hispano-Portugueses: Tratado de Madrid (1750), Tratado de Santo
Ildefonso (1777), Tratado de Badajoz (1801).
Após a independência das colônias espanholas, o Brasil reconheceu aquela área como
boliviana através do tratado de limites de 1867. Contudo, não havia nenhuma ocupação do
território por parte da Bolívia. Em grande medida, por ser uma região de difícil acesso por outro
caminho que não a bacia do Rio Amazonas. Em virtude da abundância da seringueira e do ci-
clo da borracha que estava se iniciando, colonos brasileiros iniciaram a ocupação do Acre em
1852, com grande aumento de fluxo migratório a partir de 3 de abril de 1877.
Acontece que o presidente da Bolívia à época, Aniceto Arce, foi alvo de uma tentativa de
golpe de estado chefiado pelo Coronel José Manuel Pando. Pando, derrotado, se refugiou no
Acre, onde percebeu que a ocupação brasileira tinha tomado proporções alarmantes.
Pando que, como general, veio governar a Bolívia de 1899 a 1904, alertou as autoridades
bolivianas e iniciaram-se as manobras diplomáticas. Em 1898, a Bolívia enviou uma missão
de ocupação para o Acre causando, em 1º de maio de 1899, uma revolta armada dos colonos
brasileiros que receberam o apoio do governo do Estado do Amazonas.
Nesse contexto, merece destaque a ação do advogado José Carvalho que forçou os boli-
vianos a abandonarem a região. O governador do Amazonas, Ramalho Júnior, organizou uma
unidade comandada pelo espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias para combater o possível
retorno dos bolivianos. Partiram de Manaus em 4 de junho de 1899 e chegaram em Puerto
Alonso, na Bolívia, onde fundaram a República do Acre em 14 de julho de 1899. Entretanto, o
governo brasileiro reconheceu o Acre como território boliviano através da assinatura do Trata-
do de Ayacucho e enviou tropas que dissolveram o movimento em 15 de março de 1900.
O governador Silvério Néri, do Amazonas, enviou outra expedição de defesa que declarou
pela segunda vez o Acre como uma República independente, em 1900. Rodrigo Carvalho as-
sumiu o cargo de presidente. A Bolívia decidiu reagir, organizou também uma expedição militar
para conquistar o território. Foram, no entanto, os seringueiros que trabalhavam no local que
impediram o avanço dos bolivianos.
Brasileiros e bolivianos, contudo, continuaram em guerra pela região. O avanço militar dos
bolivianos fez com que a segunda República Acreana fosse dissolvida, passado apenas um
mês de sua declaração.
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Já em 1902, Silvério Néri enviou um militar gaúcho, José Plácido de Castro, para reconquis-
tar o território do Acre.
Para resolver as tensões entre Bolívia e Brasil, o ministro brasileiro das relações exteriores,
Barão do Rio Branco, liderou as negociações entre os dois países. Como resultado, foi firmado,
em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Petrópolis, que estabeleceu:
• Anexação do território do Acre ao Brasil, sendo que este teve que pagar uma indeniza-
ção de 2 milhões de libras esterlinas à Bolívia;
• Indenização, paga pelo governo brasileiro ao Bolivian Syndicate, no valor de 110 mil li-
bras esterlinas. Esta indenização era relativa à finalização do contrato de arrendamento
que esta empresa tinha com o governo boliviano, para explorar recursos na região;
• O Brasil cedeu à Bolívia algumas faixas de terras na região da foz do rio Abunã (na fron-
teira norte entre Brasil e Bolívia), e na região de fronteira no estado do Mato Grosso;
• O Brasil deveria construir uma ferrovia, para que os bolivianos pudessem fazer o esco-
amento de sua produção pelo rio Amazonas. Após quase sete anos de construção, a
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ficou pronta em 1912;
• Parâmetros para a definição da fronteira entre Brasil e Bolívia.

A Questão do Acre foi, em diversos aspectos, muito importante para o Brasil no começo do
século XX. Além de ampliar o território brasileiro, sua resolução foi capaz de resolver conflitos
entre brasileiros e bolivianos na região de fronteira.
No aspecto econômico, o Tratado de Petrópolis foi extremamente benéfico ao Brasil, pois
a região era uma grande produtora de látex. O acordo garantiu também o emprego de milhares
de pessoas que atuavam na extração do látex na região do Acre, principalmente de nordestinos
que haviam fugido da seca, que assolou o Nordeste na primeira década do século XX.

001. (FGV/PGE/RO-ANALISTA DE PROCURADORIA/2015)

O tratado descrito no texto e a principal razão para sua sanção por parte do governo brasileiro
são, respectivamente:

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a) Tratado de Madri - expansão do território nacional;


b) Tratado de Petrópolis - interesse em explorar as seringueiras no território anexado;
c) Tratado de Ayacucho - riquezas minerais descobertas no território acreano;
d) Tratado de Petrópolis - alto valor indenizatório a ser pago pelo governo boliviano;
e) Tratado de Ayacucho - construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

Muito fácil. O próprio enunciado cita que o tratado foi assinado na cidade de Petrópolis.
Letra b.

1.1.1. Construção da Estrada de ferro Madeira-Mamoré

A ideia da ferrovia nasceu na Bolívia já em 1846, quando o engenheiro boliviano José Au-
gustin Palácios convenceu as autoridades locais de que a melhor saída de seu país para o
oceano Atlântico seria pela bacia Amazônica.
O pensamento do engenheiro justificava-se na dificuldade para transpor a cordilheira dos
Andes e na distância do Oceano Pacífico dos mercados da Europa e dos EUA. Foi então, em
1851, que o governo dos Estados Unidos - interessado na melhor saída para a importação de
seus produtos - contratou o tenente Lardner Gibbon para estudar a viabilidade do empreendi-
mento via rio Amazonas.
Em 1852, Gibbon concluiu o trajeto Bolívia-Belém, descendo pelo lado boliviano os rios
Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas, ratificando a ideia de Palácios, quando demonstrou
que uma viagem dos Estados Unidos para La Paz pelo caminho dos rios amazônicos, com o
advento de uma ferrovia margeando as cachoeiras do rio Madeira, demoraria 59 dias, contra
os 180 dias pelo Oceano Pacífico que, além da distância, somava a dificuldade de contornar o
Cabo Horn.
Posteriormente, por efeito da assinatura do Tratado de Petrópolis (1903), no contexto do
ciclo da borracha e da Questão do Acre com a Bolívia que conferiu ao Brasil a posse deste
estado, iniciou-se a implantação da Madeira-Mamoré Railway. O seu objetivo principal era ven-
cer o trecho encachoeirado do rio Madeira, para facilitar o escoamento da borracha boliviana
e brasileira, além de outras mercadorias, até um ponto onde pudesse ser embarcada para ex-
portação, no caso Porto Velho, de onde as mercadorias seguiam por via fluvial, pelo mesmo
rio Madeira e, então, pelo rio Amazonas até o Oceano Atlântico. Anteriormente, esses produtos
eram transportados com precariedade em canoas indígenas, sendo obrigatória a transposição
das cachoeiras no percurso.
No início de 1907, o contrato para a construção da ferrovia foi encampado pelo empreende-
dor estadunidense Percival Farquhar. Foi a primeira grande obra de engenharia civil estaduni-
dense fora dos EUA após o início das obras de construção do Canal do Panamá, na época ainda
em progresso. Com base naquela experiência, para amenizar as doenças tropicais que atingi-

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ram parte dos mais de 20 mil trabalhadores de 50 diferentes nacionalidades, Farquhar contra-
tou o sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz, que visitou o canteiro de obras e saneou a região.

A ferrovia Madeira Mamoré atraiu vários contingentes migratórios destinados ao trabalho


nas obras da ferrovia, nos setores técnicos e administrativo da empresa com seus diversos
ramos de exploração, comercialização e serviços, e ao comércio que se formava ao redor.
O norte-americano Dana B. Merrill foi o autor da documentação da construção da ferrovia
Madeira-Mamoré, entre 1909, quando chegou ao país, até 1910, quando, acredita-se, que par-
tiu. Especula-se que ele tenha produzido aproximadamente 2 mil negativos. Merrill foi contra-
tado pelo engenheiro e empresário norte-americano Percival Farquhar (1864 – 1953) – que
comandou a construção da ferrovia, entre Porto Velho e Guajará-Mirim, em Rondônia – para
registrar o desenvolvimento da obra. Porém, Merrill foi além disso e, com suas lentes, registrou
a vida dos trabalhadores da ferrovia, dos índios e de paisagens da região.
Esse legado fotográfico é importante para a compreensão do desenvolvimento industrial
e das relações de trabalho no país e do processo de ocupação da região Norte. Seus registros
fazem parte do álbum View of reviews or scenes as seen by Engineers, Tropical tourist, Global
Trotters, Knights of fortune and Tramps: Madeira-Mamoré Ry. Brazil, South America, que perten-
ce ao acervo da Biblioteca Nacional, uma das fundadoras da Brasiliana Fotográfica.
Milhares de trabalhadores morreram vitimados pela disenteria, pela malária e por outras
doenças tropicais durante as obras da ferrovia, que tiveram início em agosto de 1907. Devido
a essas mortes, a Madeira-Mamoré ganhou o título de Ferrovia da Morte.

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O último trecho da ferrovia foi finalmente concluído em 30 de abril de 1912, ocasião em


que se registrou a chegada da primeira composição à cidade de Guajará-Mirim, fundada nessa
mesma data. Em 1 de agosto, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi inaugurada. Com 366
quilômetros de extensão, foi seguidamente sucateada até o início da década de 1980.
Durante a 2ª Guerra Mundial, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré voltou a ter grande valor
estratégico para o Brasil, operando plenamente para suprir o transporte de borracha, utili-
zada no esforço de guerra aliado. Em 1957, quando ainda registrava um intenso tráfego de
passageiros e cargas, a ferrovia integrava as dezoito empresas constituintes da Rede Ferrovi-
ária Federal.
Em 25 de maio de 1966, depois de 54 anos de atividades, a Estrada de Ferro Madeira-
-Mamoré teve sua desativação determinada pelo então Presidente da República Humberto
de Alencar Castelo Branco. A ferrovia deveria ser, porém, substituída por uma rodovia, a fim de
que não se configurasse rompimento e descumprimento do Acordo celebrado em Petrópolis,
em 1903. Tal rodovia materializou-se nas atuais BR-425 e BR-364, que ligam Porto Velho à
Guajará-Mirim. Duas de suas pontes metálicas ainda servem ao tráfego de veículos. Em 10 de
julho de 1972, as máquinas apitaram pela última vez. A partir daí, o abandono foi total e, em
1979, o acervo começou a ser vendido como sucata para a siderúrgica de Mogi das Cruzes,
em São Paulo.
Voltou a operar em 1981 num trecho de apenas 7 quilômetros dos 366 km do percurso ori-
ginal, apenas para fins turísticos, sendo novamente paralisada por completo em 2000.
Após cinco anos de paralisação, em 2 de novembro de 2005, uma composição faria uma
única viagem, transportando convidados para participar de uma missa de Finados no Cemi-
tério da Candelária, em memória às centenas de operários de diversas nacionalidades que
faleceram durante a construção da ferrovia.
Finalmente, a 10 de novembro de 2005, a ferrovia histórica foi tombada pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em 28 de dezembro de 2006, o Ministério
da Cultura homologou, através da Portaria 108, o tombamento da EFMM como Patrimônio
Cultural Brasileiro.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) autorizou, em novembro
de 2011 o início das obras de restauração da grande oficina da Estrada de Ferro Madeira-Ma-
moré, que possui 5.700 m² e 13 metros de altura.

002. (FGV/PGE/RO-ANALISTA DE PROCURADORIA/2015)


O processo de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré pode ser comparada a de um
livro de aventura tanto são os personagens envolvidos e as reviravoltas no processo de cons-
trução. A obra deixou um rastro de mortes, dificuldades na execução e gasto excessivo de
recursos. Apesar de tudo, a ferrovia foi inaugurada em abril de 1912. A construção da ferrovia
foi viabilizada principalmente pelo(a):

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a) capital privado nacional oriundo das oligarquias da região;


b) presença do capital privado nacional através do Barão de Mauá;
c) presença do capital externo norte-americano na execução da construção da obra;
d) financiamento concedido pelo governo brasileiro através do Banco da Amazônia;
e) esforço da população que encampou forte campanha para arrecadação de fundos.

De acordo com o Tratado de Petrópolis, o governo brasileiro devia arcar com a construção da
Ferrovia Madeira-Mamoré como compensação à Bolívia pela perda do território do Acre. Nesse
sentido, como o governo brasileiro não possuía tecnologia para sua construção, buscou inves-
timentos do capital norte-americano, interessado na exploração do látex.
Letra c.

1.2. Questão do Amapá


O problema em relação à fronteira entre o território do Brasil e a Guiana Francesa se ar-
rastava por séculos. A França não reconhecia o rio Oiapoque como limite entre a Guiana e o
Amapá, reivindicando para si parte do território no Amapá, ao sul do rio. Contudo, o Tratado de
Utrecht, assinado em 1713, pela França e por Portugal, estabelecia o Oiapoque como fronteira
entre os dois reinos na América do Sul. Desta maneira, o Brasil, como “herdeiro do Império
Português”, alegava que tinha direito sobre as terras ao sul do rio. Esta disputa territorial ficou
conhecida como “Questão do Amapá”.
A descoberta de ouro na região do rio Calçoene, em 1895, reacendeu o interesse francês.
O Tratado de Utrecht de 1713 foi assinado entre França e Portugal, estabelecendo o rio Vicente
Pinzón ou Oiapoque como fronteira entre a Guiana Francesa e o Amapá, na época pertencente
ao território do Estado do Grão-Pará e Maranhão. O governo francês questionou os limites, ale-
gando que o rio Vicente Pinzón não era o Oiapoque, e sim o rio Araguari, mais ao sul.
Os ânimos se exaltaram na região quando o paraense Francisco Xavier da Veiga Cabral, o
Cabralzinho, assassinou o tenente Lunier, comandante de um destacamento francês no Ama-
pá. Cabralzinho se tornou “herói do Amapá”. A partir de então, ocorreram vários conflitos entre
brasileiros e franceses, levando os governos de Brasil e França a submeterem a questão à
arbitragem do governo Suíço.
A situação se agravou a partir de 1895, quando tropas francesas invadiram o território
brasileiro até ao rio Araguari, apropriando-se de aproximadamente 260 mil km². A questão
necessitou de uma arbitragem internacional na Suíça. O Brasil enviou o Barão de Rio Branco
para resolver o problema, já que ele também havia liderado a comitiva que venceu uma questão
territorial com a Argentina. A equipe brasileira foi bem preparada, enquanto a França enviou di-
plomatas com pouco conhecimento, já que estava mais interessada na colonização da África.

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Desta maneira, no dia 1 de dezembro de 1900, o tribunal na Suíça expediu o Laudo Suíço com
decisão favorável ao Brasil.

003. (FCC/PC/AP–DELEGADO DE POLÍCIA/2017)


A fronteira entre a Guiana Francesa e o Brasil foi alvo de constantes divergências e conflitos
entre os dois países. A chamada “Questão do Amapá” só foi legalmente solucionada
a) após a atuação da diplomacia brasileira, quando o Barão do Rio Branco obteve posicio-
namento favorável da arbitragem internacional do governo da Suíça, que reconheceu que o
Brasil tinha direito às terras localizadas ao sul do rio Oiapoque, antes pertencentes ao Império
Português.
b) depois da derrota das tropas francesas que haviam invadido parte do território do Amapá,
avançando até o rio Araguari, e foram vencidas pelo Exército Brasileiro, com a colaboração de
milícias armadas enviadas pela Guiana e pelo Suriname.
c) mediante um acordo pacífico entre a França e o Brasil, que estabeleceu os limites frontei-
riços definitivos, em troca de favorecimentos comerciais envolvendo as cidades de Caiena e
Macapá, bem como a livre navegação dos rios de ambos os territórios envolvidos.
d) durante a Segunda Guerra Mundial, quando França e Brasil apoiaram conjuntamente os Alia-
dos, e cessaram suas disputas por fronteira em nome do Tratado Interamericano de Assistên-
cia Recíproca, firmado no Rio de Janeiro por diversos países sul-americanos.
e) por pressão do governo dos Estados Unidos, interessado na exploração de minério de ferro e
manganês na região, a qual estava sendo prejudicada pelos conflitos territoriais, solucionados
com a vinda de peritos que deram ganho de causa ao Brasil.

Querido(a), não confunda a questão do Amapá como a questão dos limites com a Guiana In-
glesa. Aqui, o Amapá foi objeto de disputa entre França (Guiana Francesa) e o Brasil. Graças a
atuação diplomática do Barão do Rio Branco, obteve mediação da Suíça com ganho de causa
pelo Brasil.
Letra a.

1.3. Limites com a Guiana Inglesa


Durante o século XIX, os ingleses, partindo da Guiana, território que conquistaram dos ho-
landeses, se expandiram para o sul, procurando atingir a bacia amazônica e penetrar em re-
giões já exploradas e ocupadas por destacamentos militares brasileiros, como na a bacia do
Rio Branco.
Os ingleses chegaram pela primeira vez ao alto Essequibo e ao Rupunumi em 1811, entran-
do em contato com o forte de São Joaquim e com um posto militar no rio Pirara.
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Em 1835/1836, Robert Schomburgk, alemão naturalizado inglês, foi comissionado pela


Royal Geographical Society para explorar o interior da Guiana Inglesa e avançou na região do
rio Pirara. Os ingleses, sob o pretexto da existência de um posto holandês na região de Esse-
quibo anterior à ocupação portuguesa, passou a reivindicá-la.
As expedições de Schomburgk se renovaram e deram origem a uma missão anglicana
na região, fonte de atritos com as autoridades brasileiras. Em 1840, Schomburgk publicou A
Description of British Guiana, em que reivindicava a fronteira pelos rios Cotingo e Tacutu e pela
serra de Acaraí.
No ano seguinte, o encarregado de negócios britânico no Brasil informou o governo brasi-
leiro de que Schomburgk havia sido encarregado de fazer a exploração e demarcação das fron-
teiras entre o Brasil e Guiana. Por troca de notas, datadas do Rio de Janeiro de 29 de agosto e
3 de setembro de 1842, Brasil e Grã-Bretanha acordaram neutralizar o território litigioso.
A situação da região permaneceu assim até que, em 6 de novembro de 1901, durante a
República, Brasil e Inglaterra assinaram um tratado confiando a solução do litígio à arbitragem
do rei da Itália.
A defesa do Brasil foi confiada – pelo barão do Rio Branco, já ministro das Relações Exte-
riores – a Joaquim Nabuco, que produziu trabalho notável, em três Memórias, perfazendo um
conjunto de 18 volumes. Entretanto, o rei Vitor Emanuel III, ignorando as razões aduzidas pelas
partes, optou, em seu laudo arbitral, dado a público em 6 de junho de 1904, por uma solução de
partilha da região litigiosa, concedendo ao Brasil menos do que lhe fora oferecido pelo governo
inglês nas negociações bilaterais.
Em 22 de abril de 1926 foi assinada em Londres uma convenção especial e complementar
de limites e um Tratado Geral de Limites, que condensou as disposições dos atos anteriores.
De todas as negociações realizadas na construção de tratados e limites com outras na-
ções, essa foi a única em que o Brasil acabou perdendo territórios.

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004. (ISAE/PM-AM-SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


No início da República, os principais problemas de fronteira, na Região Norte, encontravam-se
nos dissídios com a França e a Inglaterra, em função dos limites com as Guianas, e com a Bo-
lívia e o Peru, em razão do Acre.
Na solução da questão do Acre, graças à assinatura do Tratado de Petrópolis, a diplomacia
brasileira baseou-se no seguinte princípio:
a) recorrer à arbitragem internacional como forma eficaz de estabelecer a posse;
b) levantar a nacionalidade dos cidadãos que habitavam a área para definir a posse;
c) marcar um plebiscito para que a população da área em litígio definisse a posse;
d) avaliar a superioridade étnica e econômica dos brasileiros para definir a posse.

A questão dos limites com a Guiana Inglesa foi a única demanda perdida pelo Brasil nas nego-
ciações de limites e fronteiras na região Norte. Apesar de uma base jurídica consistente, o rei
italiano Vitor Emanuel III deu ganho de causa à Inglaterra, fazendo com que o Brasil perdesse,
inclusive, uma faixa de território que os ingleses não incluíram em sua petição.
Letra a.

1.4. Amazonas Cosmopolita: Nova Situação Sociopolítica; Trans-


plantação de Novos Conceitos Culturais; Cidades da Borracha: Be-
lém X Manaus

Como discutimos na aula anterior, a província do Amazonas se antecipou em quatro anos


à Abolição, decretando o fim da escravidão em 10 de julho de 1884, embora houvesse poucos
escravos. A província do Amazonas tornou-se estado com a proclamação da República, em 15
de novembro de 1889. O tenente Ximeno Villeroy foi nomeado interventor do governo federal.
A política sofreu sucessivas crises, com disputas patrocinadas pelos empresários da borracha,
e surgiram caudilhos locais, como Eduardo Ribeiro (modernizador de Manaus) e Guerreiro An-
toni. Em 1910, foi deposto o governador Clemente Ribeiro Bittencourt.
A proclamação da república praticamente aconteceu à revelia das lideranças regionais,
mais preocupadas em administrar o crescente enriquecimento proporcionado pela exportação
do látex. A opinião pública e a política partidária das duas províncias nortistas passavam ao
largo das paixões geradas pelos embates entre monárquicos e liberais.
Uma vez proclamado o regime republicano, apenas os militantes paraenses lograram as-
sumir o governo de sua província. Enquanto Justo Chermont assumia o governo do Pará em

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17 de dezembro de 1889, o Amazonas passou a ser governado por interventores militares, a


começar pelo capitão Augusto Ximenes de Villeroy.
O enriquecimento do Amazonas, com um erário público que movimentava somas vultosas,
fez do estado o palco ideal para os piores atos de selvageria e vandalismo políticos. Um ditado
comumente repetido pelos representantes da elite amazonense dizia que os seus interesses
econômicos estavam na Bolsa de Londres, seus interesses culturais na França e para o Brasil
ficavam os respeitos de patriota. Esse distanciamento em relação ao Brasil representava a
inserção direta de uma economia ao mercado internacional.
Se as incertezas provocadas pela chegada do regime republicano iriam, no Sul, provocar
dissabores aos cafeicultores, na Amazônia a estabilidade da borracha manter-se-ia firme. O
mesmo, no entanto, não se pode dizer da política. A desconfiança dos republicanos históricos
em relação aos grupos políticos regionais provocará um permanente atrito, sobretudo por bar-
rar os especuladores locais do caminho do erário.
Eduardo Ribeiro, governador indicado para o Amazonas, por exemplo, sofrerá, ao longo de
seus dois períodos de governo, vigorosos e baixos ataques, até que, em 1900, o amazonense
Silvério Nery, representante dos poderosos extrativistas, assume o poder, restabelece anti-
gos ao orçamento federal, permitindo as reformas urbanas do Rio de Janeiro, a construção
das estradas de ferro no Centro-Sul e as ampliações das instalações portuárias da capital e
de Santos.
A velha letargia dos tempos de dom Pedro II é sacudida pelo novo compasso do mercado
internacional. Os extrativistas não mais se sentiam tolhidos pela impossibilidade tecnológica
de domar a região, tampouco pelas limitações de seu saber. Invadiram a selva, pois para isso
bastava um pouco de vivência, subordinando-se aos caprichos da hévea. Regiões inteiras, an-
tes vedadas pelas doenças, percorridas apenas por índios nômades e penetradas por solitá-
rios aventureiros, foram invadidas por caçadores em busca da seringa. A ideologia do faroeste
enfrentava os insetos e os males estranhos e mortais. As libras esterlinas não escolhiam grau
de instrução ou escolaridade, o látex redimia a ignorância. O colono analfabeto assume ares
de cosmopolita, torce o nariz para a antiga vida tradicional.
Os coronéis da borracha, enriquecidos na aventura, resolveram romper a órbita cerrada dos
costumes coloniais, a atmosfera de isolamento, e tentaram transplantar os ingredientes polí-
ticos e culturais da velha Europa, matrona próspera, vivendo numa época de fastígio e meno-
pausa. O clima de faroeste seria visível nas capitais amazônicas, subitamente emergidas das
estradas de seringa. Contra as fronteiras e os perigos de um tradicionalismo aristocratizante,
típico de fazendeiros, os coronéis, sobretudo os de Manaus, experimentaram a tentação do
internacionalismo e da irresponsabilidade burguesa da belle époque.
Manaus foi a única cidade brasileira a mergulhar de corpo e alma na franca camarada-
gem dispendiosa da belle époque. Os coronéis, de seus palacetes, com um pé na cidade e
outro no distante barracão central, pareciam dispostos a recriar todas as delícias, mesmo a

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peso de ouro. A boa vida estava escudada por uma conveniente hipocrisia vitoriana, que era
de bom-tom, moderna e muito propícia a quem fora educado na rígida sociedade patriarcal
portuguesa. De certo ângulo, pareciam perder a definição nacional e aspiravam ao estatuto de
cidadãos do mundo. O internacionalismo do lucro burguês e da ganância imperialista seduzia
os broncos extrativistas. A moral da burguesia internacional ganhava na região um novo corpo
e podia ser distendida ao sabor dos interesses. No faroeste, ninguém é de ferro.

Os coronéis de barranco vibravam com as polacas e as francesas, mas as senhoras de respeito


eram guardadas nos palacetes, cercadas de criadas e ocupadas em afazeres mesquinhos, como
em 1820. Numa sociedade carente de mulheres, também o sexo seria um privilégio. A presença
feminina no seringal era rara, e quase sempre em sua mais lamentável versão. Para os seringueiros
isolados na floresta e presos a um trabalho rotineiro, geralmente homens entre vinte e trinta anos,
premidos, portanto, pelas exigências de seu vigor, a contrapartida feminina chegava sob a forma
degradante da prostituição. Mulheres velhas, doentes, em número tão pequeno que mal chegavam
para todas os homens, eram comercializadas a preço aviltante. Enquanto o coronel podia contar
com as perfumadas cocottes, além de suas esposas, o seringueiro era obrigado a optar pela se-
xualidade de homens confinados. Essa penosa contradição legou uma mentalidade utilitarista em
relação à mulher. Na sociedade tribal amazônica, a mulher estava integrada sob diversas formas
de submissão. Com o extrativismo da borracha, em que a procura era maior que a oferta, ela seria
transformada em bem de luxo, objeto de alto valor, um item precioso na lista de mercadorias, uma
mobília. A sociedade do látex tornar-se-ia uma sociedade falocrata, que daria à mulher uma utiliza-
ção tão aberrante como a forma de explorar a força de trabalho do seringueiro. Adornaram sua terra
exótica com a venerável cultura europeia, mas não admitiam uma mulher como pessoa. Mulheres e
Victor Hugo estavam no mesmo carregamento, como o parnasianismo parecia constar da mesma
lista de panaceias contra a gonorreia.1

Sentados em seus escritórios, os coronéis, os comerciantes e os financiadores controla-


vam a enxurrada de deserdados e aventureiros que chegavam. No auge da corrida, tocavam no
porto de Manaus, sem ao menos desembarcar, 150 mil indivíduos por semana, já a caminho
dos seringais. Os retirantes esfarrapados não maculavam a civilização das cidades. Jean de
Bonnefous, viajante francês, dá sua impressão do lado sorridente da sociedade da borracha.
Belém pareceu-lhe a cidade de Bordéus, em sua terra natal, com “um movimento de veículos
de toda a sorte, um vaivém contínuo, que parecia mais um grande centro europeu do que uma
cidade tropical”.
Sobre Manaus, outro francês, Auguste Plane, emocionava-se com o Teatro Amazonas: “A
construção é majestosa, quanto ao exterior; a sala é elegante e ricamente decorada. O teto, obra
magistral do pintor De Angelis, é admirável. Bem arejado, bem iluminado, representa uma das
curiosidades de Manaus. A mais refinada das civilizações chegou até o rio Negro.” (SOUZA, 2019)

1
SOUZA, Márcio. História da Amazônia: Do período pré-colombiano aos desafios do século XXI. Record. Edição do
Kindle. 2019

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005. (UEA/VESTIBULAR/GERAL/2012)

O Teatro Amazonas de Manaus, inaugurado em 31.12.1896, antecipou-se à construção de tea-


tros municipais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Sua construção comprova o surto de desen-
volvimento econômico por que passou a região. O Teatro Amazonas traz informações sobre o
universo cultural das elites amazonenses, principalmente,
a) no estilo arquitetônico, que emprega elementos clássicos e ecléticos, como colunas.
b) nas suas linhas, que expressam as singularidades arquitetônicas brasileiras.
c) no modernismo, manifestado na despreocupação para com a simetria construtiva.
d) na utilização de material construtivo extraído inteiramente da floresta tropical.
e) no diálogo que mantém com o estilo arquitetônico das ocas indígenas.

Símbolo da Belle Époque na Amazônia e da ostentação gerada pelo primeiro ciclo da borracha,
o teatro Amazonas foi construído com materiais importados, como mármore. Tem arquitetura
influenciada pelo pensamento europeu, inspirada no classicismo, mas mistura outros elemen-
tos da modernidade. Contudo, não tem inspiração modernista, até porque, o movimento mo-
dernista brasileiro só viria a ocorrer a partir da Semana de Arte Moderna de 1822.
Letra a.

Libertos dos sobressaltos gerados pelo fim do sistema colonial e distantes dos inconve-
nientes geralmente sofridos quando ainda eram pobres emigrantes, os coronéis enriquecidos
receberam de braços abertos os europeus. Afinal, para a administração de seus bens, preci-
savam de pessoal alfabetizado. “Dominando a sociedade e as atividades da cidade, encontra-
vam-se os membros da aristocracia brasileira que, ou eram brancos, ou passavam como tal, e
uma grande percentagem de estrangeiros”, diz o sociólogo Bradford Burns.
O “resto” eram os índios, os mestiços, os negros de Barbados, os nordestinos. Os ingleses,
franceses, alemães e portugueses vinham para dirigir os trabalhos da borracha, enquanto os

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espanhóis, italianos, sírios e libaneses emigravam para se dedicarem a outros tipos de negó-
cios na Capital.
Os ingleses dominavam a comercialização da borracha e instalaram mesmo uma agência
do Bank of London and South America antes de qualquer outra casa bancária brasileira chegar
a Manaus. A libra esterlina circulava como o mil-réis e os transatlânticos da Booth Line faziam
linhas regulares entre a capital amazonense e Liverpool. Mas, se dependiam de Londres, os
coronéis estavam culturalmente voltados para Paris. Politicamente, sintonizavam em certa
distância patriótica com o Rio de Janeiro.

006. (UFAM/PSM/2003) “A nova sociedade cabocla, enriquecida pelo comércio da borracha,


esnoba. Substitui a velha tapera de taipa pelos modernos ‘bangalôs’ como forma de esconder
o passado colonial de uma cidade erguida sobre os escombros de um cemitério indígena.”
(FIGUEIREDO, A. N. História Geral do Amazonas)
O autor cita uma transformação na paisagem urbana de Manaus em decorrência da explora-
ção gomífera. Com relação à cidade de Manaus, podemos afirmar que outra transformação
ocorrida no período da borracha foi:
a) A educação formal e a produção intelectual foram banidas institucionalmente, pelo temor de
se tornarem instrumentos de denúncias contra a elite dominante.
b) A valorização da cultura nativa como mercadoria para venda e atração estrangeira.
c) O desaparecimento da massa de trabalhadores urbanos que, após inúmeras greves reprimi-
das, dirigiram-se aos seringais.
d) O vertiginoso crescimento demográfico, de 200.000 para 900.000 habitantes, em virtude da
grande atração gerada pela oferta de empregos nas indústrias emergentes.
e) A construção do Teatro Amazonas, símbolo da “Manaus Dourada”, em contraste com a “Ma-
naus Favelada”, representada pelo surgimento da Cidade Flutuante.

O Teatro Amazonas representa a opulência da economia da borracha, enquanto que a Cidade


Flutuante evidencia a miséria deixada pela crise do ciclo da borracha.
Letra e.

1.5. Bombardeio de Manaus em 1910


O Bombardeio de Manaus (1910) pode ser caracterizado como um problema de ordem po-
lítica e econômica que tomou forma no Governo de Antônio Constantino Nery (1904-1907). As
crises partidárias e oligárquicas, características da Primeira República no Brasil (1889-1930),
dividiram a Assembleia do Amazonas entre partidários do então Governador Antônio Clemente

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Ribeiro Bittencourt (1908-1912) e seu antecessor. A divisão teria resultado do modo como os
partidários de Bittencourt criticaram os empréstimos obtidos da empresa de capital privado
Société Marseillaise, os contratos públicos e desvios de verbas ocorridos no governo de Cons-
tantino Nery.
Uma acusação feita em 1908, pelo Governador em exercício, Coronel Raymundo Affonso
de Carvalho, que naquela ocasião substituía Constantino Nery por conta de uma licença rela-
cionada à prováveis “problemas de saúde” e sua posterior renúncia ao Governo, em dezembro
de 1907, evidenciava a preocupação do Coronel por assumir um Estado “avariado em suas
finanças”. Antônio Bittencourt endossava as questões apresentadas por Affonso de Carvalho,
indicando que além do senador Silvério Nery, irmão de Constantino Nery, ter esvaziado os co-
fres públicos com gastos pessoais, os empréstimos feitos da Société Marseillaise não teriam
sido repassados, endividando o Estado e abrindo um buraco na Receita. Além disso, a crise
econômica levou ao atraso nos pagamentos de servidores públicos, incluindo a Polícia Militar.
No quadro social, o Amazonas passava por problemas na área da saúde e segurança pública.
Mortandades decorrentes de epidemias de malária, tuberculose e varíola afetavam os muni-
cípios, donde muitas pessoas migravam para Manaus; os presídios estavam superlotados e o
Ciclo da Borracha demonstrava sinais de retração.
De acordo com Aguinaldo Nascimento Figueiredo, o ponto crítico daquelas disputas oli-
gárquicas ocorreu na manhã do dia 8 de outubro de 1910, quando a cidade de Manaus foi alvo
de um bombardeio naval, encabeçado pelo Comandante da flotilha Marinha de Guerra, como
parte do apoio dado ao então vice-governador do Estado, Antônio Gonçalves Sá Peixoto, liga-
do ao oligarca Pinheiro Machado, simpatizante de Constantino Nery. O motivo alegado para o
bombardeio teria sido a recusa do governador Antônio Bittencourt em deixar o cargo, contra-
riando a decisão tomada pelo Congresso amazonense que havia deliberado pela suspensão
de seu mandato. As razões que fundamentaram sua cassação estavam relacionadas ao pos-
sível descumprimento de algumas determinações legais, especialmente àquelas relacionadas
a questões comerciais, além de acusações de má gestão financeira e certos “abusos” que
desagradaram seus desafetos, apoiadores de Constantino Nery.
Após o bombardeio, que destruiu vários prédios no Centro de Manaus, o palácio do Gover-
no foi invadido, vários prédios foram fuzilados e se estabeleceu um verdadeiro caos na cida-
de. Após algumas manobras evasivas e sob forte pressão da oposição, Antônio Bittencourt
renunciou. Articulações baseadas na Política dos Governadores se constituíram como parte
de suas estratégias políticas para voltar ao poder. Antônio Bittencourt articulou apoio com o
Presidente da República, Nilo Peçanha, e militares vindos do Pará, retornando ao poder naquele
mesmo ano.
Nesses termos, o Bombardeio de Manaus pode ser pensado como parte das lutas interinas
apoiadas por grupos externos, caracterizando um jogo político articulado que não se resume
às disputas locais, apesar dos embates ocorridos entre a oligarquia Nery e os simpatizantes

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de Bittencourt, mas se conecta às questões políticas mais amplas de caráter federal que evi-
denciam a relação entre poderes locais e a esfera republicana a partir de bases coronelistas
articuladas com a Política dos Governadores.
Na república, jamais se viu uma vergonha desta natureza, de forças destinadas à garantia
da ordem e da federalização, bombardearem cidades que à custa de enormes sacrifícios o
povo e as municipalidades levantaram. O caso do Amazonas excede a tudo quanto se possa
imaginar em matéria de anarquia política. A ambição partidária já não encontra entre nós obs-
táculos de espécie alguma. Chegamos, com o bombardeio de Manaus, a uma situação tresvai-
rada de desgoverno.

Fonte: O Malho, Ed. 425 ano IX – 5 de novembro de 1910.

Na charge do O Malho mostra a figura do governador Antonio Clemente Ribeiro Bittencourt


observando uma cadeira que caracteriza o governo do Amazonas. Em seu governo ocorreu o
Bombardeio de Manaus, em 8 de outubro de 1910, tramado pelo então vice governador Sá Pei-
xoto. Bittencourt foi deposto, mas voltou a assumir o cargo em 31 de outubro de 1910.

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2. Decadência da Economia Gumífera


2.1. Grande Crise da Economia Gumífera
Como vimos na aula anterior, o contrabando de sementes de seringueiras realizado pelo
inglês Henry Alexander Wickham para Londres e, posteriormente cultivadas nas colônias bri-
tânicas na Ásia, romperam com o monopólio da borracha. Plantadas experimentalmente em
Kew Garden, o jardim botânico de Londres, as mudas foram transferidas, mais tarde, para o
sudeste da Ásia, região da faixa equatorial e com clima semelhante ao amazônico. As mudas
cresceram, transformaram-se em seringais, ordenados como um bosque europeu, e começa-
ram a produzir.
O seringalista brasileiro, ainda no regime extrativista, não podia concorrer com os capita-
listas da Malásia, porque o anacrônico extrativismo jamais concorre com o capitalismo. Os
mercados mundiais transferiram sua preferência para o látex do Oriente, de preço e custo ope-
racional mais baixos. A Amazônia ficava sem os compradores, assistindo à cotação do preço
cair e dependendo de um país
Quando a situação começou a ficar asfixiante, sem alternativas à vista, o governo federal
tentou medidas de proteção no sentido de evitar a bancarrota regional. A partir de 1910, a que-
da do preço já era visível e os recursos em solvência, precários. Em 1920, quando o capitalismo
mundial atravessava um de seus momentos de frenesi, as orgulhosas metrópoles, Belém e
Manaus, eram cidadelas vencidas e em processo de liquidação. Quanto às medidas de salva-
ção do governo federal, estas não constituíam sequer paliativo. Os conceitos monetaristas que
dominavam a política econômica federal, ideologia cara aos estados brasileiros, acabariam
vencendo e abandonando os extrativistas. Com a crise do fim do monopólio, a região torna-se
um imenso território empobrecido, abandonado, atolando-se aos poucos no marasmo tão ca-
racterístico das terras que viveram um fausto artificial. Por falta de interesse econômico, as
comunicações são cortadas, os vínculos com a Europa se desvanecem e, pela primeira vez, a
região derrotada foi obrigada a se interessar pelas coisas do Brasil.
Depois da Primeira Guerra Mundial, nos conflitantes anos do entreguerras, os estados
amazônicos, de bolsos vazios, procuram compreender a sua sorte dentro da sociedade brasi-
leira. Durante o período colonial, era pouca sua ligação com o resto do país. No tempo da bor-
racha, perduravam laços políticos formais, já que o interesse econômico estava nos mercados
internacionais. Surpreendidas pela miséria, premidas pela decadência, as províncias falidas
procuravam em pânico se inteirar de um Brasil convulso, contraditório, a caminho de diversas
transformações estruturais.
Algumas tentativas de colonização da Amazônia no século 20 ocorreram principalmen-
te no período do Estado Novo de Getúlio Vargas (1943). Uma delas foi a japonesa, com as
plantações de juta – uma fibra têxtil de origem asiática –, na várzea do rio Amazonas, e de

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pimenta-do-reino na região de Tomé-Açu (Pará) a partir da década de 1940. A juta, usada para
a fabricação de sacos, ganhou destaque na economia do Baixo Amazonas, especialmente em
Santarém e Parintins, até meados da década de 1970. Já a pimenta-do-reino, apesar de ter
perdido importância econômica, ainda é cultivada na região bragantina do Pará.
O período também marca a tentativa do empreendedor norte-americano Henry Ford, pai da
indústria automobilística, de estabelecer na Amazônia plantios de seringueira para competir
com os existentes na Malásia, na época, colônia britânica. Em 1927, Ford adquiriu extensas
florestas próximo da foz do rio Tapajós a fim de assegurar uma fonte de matéria-prima (látex)
para a fabricação de pneus.
Assim, a empresa de Ford construiu duas cidades na selva. Primeiro, Fordlândia, em 1927,
depois Belterra em 1936. Em 1929, o número de trabalhadores alcançava em torno de 1.000
pessoas, vindas das aldeias de nativos da região, do Maranhão e Ceará, dos remanescentes da
construção da ferrovia Madeira-Mamoré, do canal do Panamá e de pequenos países do Caribe
como a Jamaica, Barbados e Santa Lúcia.
Fordlândia e Belterra possuíam uma infraestrutura próxima do padrão norte-americano da
época, o qual incluía escolas, hospitais, sistema de abastecimento de água e energia, esta-
ção de rádio e telefonia. Entretanto, todo esse esforço foi em vão, pois sem experiência em
silvicultura tropical, os gerentes da empresa plantaram as seringueiras muito próximas umas
das outras, propiciando o ataque do fungo mal-das-folhas (Microcyclus uley) que dizimou as
plantações.
Além disso, os trabalhadores de Fordlândia, submetidos ao estilo de vida e trabalho rígido
norte-americano, revoltaram-se em 1930. Nessa rebelião, destruíram o prédio do escritório,
da usina de força, serraria, garagem, estação de rádio e recepção. Eles também cortaram as
luzes, atearam fogo nas oficinas, queimaram arquivos, saquearam depósitos e quebraram ca-
minhões, tratores e carros. Os gerentes tiveram de fugir. No dia seguinte, o conflito teve de ser
apaziguado pelo exército.

007. (UFAM/PSC/2007)
A Segunda Guerra Mundial trouxe de volta preocupações dos países desenvolvidos com os
estoques mundiais de borracha, gerando novos empreendimentos na Amazônia. Um dos mais
destacados foi a montagem de colônias agrícolas pelos norte americanos. Delas, é corre-
to afirmar:
a) Embora a plantação de seringueiras em Belterra e Fordlândia tenha tido sucesso, foram
abandonadas após a entrada da borracha sintética no mercado mundial.
b) Instaladas em Tomé-Açu, acabaram por dinamizar o cultivo de pimenta do reino, além da
extração de borracha.

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c) Tiveram sucesso apenas parcial, já que algumas pragas dizimaram as plantações de For-
dlândia, deixando apenas as cultivadas em Vila Amazônia, no município de Parintins.
d) Localizaram-se em Fordlândia e em Belterra, tendo fracassado no intuito de desenvolver o
cultivo de seringueiras.
e) Foram superadas pelo plantio racional desenvolvido pelos ingleses no Ceilão e na Malásia.

Sem experiência em silvicultura tropical, os gerentes da empresa plantaram as seringueiras


muito próximas umas das outras, propiciando o ataque do fungo mal-das-folhas.
Letra d.

2.1.1. Tentativa de Recuperação: “a Batalha da Borracha”

Em um curto período, entre os anos de 1942 e 1945, houve um segundo ciclo. No contexto
da Segunda Guerra Mundial, em 1941, o governo de Getúlio Vargas realizou um acordo com os
Estados Unidos para a exploração do látex.
No ano de 1942 a Malásia foi invadida pelos japoneses, que tomaram o controle sobre
todas as plantações de seringueira. Em resposta, o Departamento de Guerra estadunidense
repassou 100 milhões de dólares ao Brasil como pagamento a artigos fundamentais para a
defesa nacional, incluindo a borracha.
O SEMTA - Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia - foi criado
em 1943, para o alistamento compulsório. Muitos nordestinos que sofriam com a seca partici-
param do momento histórico que ficou conhecido como “Batalha da Borracha”, onde mais de
100 mil “Soldados da Borracha” foram mobilizados.
Conforme se pode observar no gráfico abaixo, a exportação da borracha tem no período
1890-1910 seu momento áureo. O ano de pico da série foi em 1912, com quantidade exportada
acima de 42 mil toneladas de borracha. A partir daí o que se observa são quedas na quantidade
exportada que só viria a apresentar elevações (menos intensas) na segunda metade da déca-
da de 1920 e durante a II Guerra Mundial.

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008. (FGV/PGE/RO-ANALISTA DE PROCURADORIA/2015)


Em função da participação do Brasil na II Guerra Mundial (1939/1945), ocorreu uma segunda
corrente migratória para a região amazônica a fim de aumentar a oferta de mão de obra para
a exploração da borracha. Estima-se o número de seringueiros que chegaram a região em
34.000 pessoas só no ano de 1942.
Em relação a tal processo de migração, é correto afirmar que:
a) a presença de população do sul do país foi a característica principal nesse processo;
b) a presença de retirantes nordestinos foi a tônica desse processo;
c) a presença da população sem-terra da região centro-oeste foi majoritária nesse processo;
d) a presença da população açoriana de Santa Catarina foi a mais importante nesse processo;
e) a presença exclusiva da população paulista foi fundamental para o desenvolvimento des-
se processo.

Os nordestinos foram os principais imigrantes para a extração de látex como matéria-prima


para os aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
Letra b.

Contudo, ao término da guerra, a produção de borracha sintética entrou em cena. A borra-


cha natural da Amazônia não foi páreo para o novo modo de produção. A exploração foi enfra-
quecendo, até que no início dos anos 60 chegou ao fim.
Com a queda de 97% das áreas produtoras asiáticas nas mãos dos japoneses, os Estados
Unidos, através de acordos com o governo brasileiro, desencadearam

Uma operação em larga escala na Amazônia: a Batalha da Borracha. A operação provocou indícios
e possibilidades de um retorno aos velhos tempos. Foram anos de euforia econômica, o dinheiro
voltava a circular em Manaus e Belém, fazendo surgir até uma tímida especulação imobiliária, muito
proveitosa, já que era bom negócio alugar casa para funcionários de diversos organismos que lida-
vam com a produção da hévea. Ao mesmo tempo que o país atravessava um duro racionamento
motivado pela Segunda Guerra Mundial, na Amazônia, novos empregos e bons salários começa-
vam a ser oferecidos por diversos escritórios ligados aos investimentos públicos da campanha da
borracha. Se bem que os gêneros alimentícios escasseassem e um pequeno, mas ativo, mercado
negro estivesse em franca atividade, havia uma distribuição controlada pelos norte-americanos,
impedindo que faltassem no mercado artigos de primeira necessidade. Quando a guerra acabou,
ainda que os planos de assistência médica e higiene tivessem contribuído para melhorar as condi-
ções de vida da população interiorana, o preço pago em vidas humanas para a Batalha da Borracha
foi incalculável. Segundo uma comissão de inquérito do Congresso Constituinte, cerca de 20 mil
trabalhadores morreram nos seringais, configurando um número de baixas maior do que as sofridas

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pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália durante a guerra. A campanha da borracha não
era, na verdade, um plano de valorização regional de longo prazo, embora assim se apresentasse,
mas consequência do esforço de manter a demanda de borracha e de outras matérias-primas da
selva em nível satisfatório às exigências do mercado internacional dominado pelos Estados Unidos.
(SOUZA, 2019)

Depois de 1946, os seringais foram novamente abandonados para que outros investimen-
tos federais tivessem prosseguimento, como a Usina de Volta Redonda e a Companhia Hidrelé-
trica do São Francisco, para somente citar dois exemplos.

009. (UFAM/PSC/3ª ETAPA/2014)


A Segunda Guerra Mundial levou os governos de Getulio Vargas e de Franklin D. Roosevelt
à celebração dos Acordos de Washington; formalidade que resultou na chamada Batalha da
Borracha (1942-1945) durante a qual “os nordestinos recrutados para trabalhar nos seringais
foram chamados de soldados da borracha, mas jamais receberam soldo nem medalhas” (NE-
VES, Marcos Vinícius. In: História Viva, n.o 8, 2004).
Assinale a alternativa correta:
a) O governo brasileiro comprometia-se em fornecer aos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra
e França) um mínimo de 100.000 toneladas de borracha silvestre anuais, tal volume deveria
substituir a produção do sudeste asiático, região que estava sob o domínio dos nazi-facistas
japoneses.
b) Com o advento dos Acordos de Washington a Amazônia voltou protagonizar no cenário
mundial, era mais uma oportunidade para o desenvolvimento social e econômico da região,
pois foi nesse período de esplendor cosmopolita que as cidades de Belém e Manaus viveram
a chamada Belle Époque.
c) Os soldados da borracha, também conhecidos por arigós, chegaram a Amazônia em três
grandes levas migratórias administradas pelas seguintes órgãos governamentais: DNI (Depar-
tamento Nacional de Imigração); RDC (Rubber Development Corporation), SEMTA (Serviço Es-
pecial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia) e a CAETA (Comissão Administrati-
va de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia).
d) O número de imigrantes nordestinos que foram deslocados para a Amazônia durante a
Batalha da Borracha é controverso, alguns contam 60.000 ou 100.000 trabalhadores, enquan-
to que Samuel Benchimol no seu livro Romanceiro da Batalha da Borracha estima que pelo
menos 500.000 “soldados da borracha”, recrutados no Nordeste foram encaminhados para
a Amazônia.
e) O novo fluxo migratório aumentou o número de habitantes da Amazônia, assim como os
resultados da Batalha da Borracha foram satisfatórios, pois o volume da produção de borracha
em 1945, superando as exportações desse produto registrado no ano de 1912, algo em torno
de 43.000 toneladas.

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a) Errada. O sudeste asiático, produtor de borracha, estava sob domínio japonês.


b) Errada. A Belle Époque ocorreu na virada do século XIX para o XX e perdurou até o início da
Primeira Guerra.
c) Certa. Ainda que você nunca tenha ouvido ou lido sobre o DNI, o RDC, o SEMTA ou o CAETA,
por eliminação, essa é a única alternativa que trata de instituições do Estado utilizadas para
encaminhamento de mão de obra para a exploração da borracha. Nesse sentido, lembre-se de
que os Estado foi fundamental para desenvolver a ideia de uma guerra travada na Amazônia
pelos “soldados da borracha”.
d) Errada. O número de “soldados da borracha” é estimado em 100.000
e) Errada. Ainda que tenha ocorrido um aumento da produção durante a Segunda Guerra Mun-
dial (20.000 toneladas em 1945), não conseguiu alcançar as 42.000 toneladas exportadas em
1912.
Letra c.

3. Manaus: de “Paris dos Trópicos” a “Miami Brasileira”


3.1. Situação Econômica e Social da Cidade
Como verá, as transformações sociais e culturais da Zona Franca em Manaus são bastante
distintas daquelas que aconteceram durante o ciclo da borracha.
Enquanto a cidade era a capital mundial da borracha, Manaus rapidamente se consolidou
como centro urbano e desenvolveu os primeiros sistemas de serviços públicos, como eletrici-
dade, distribuição de água e esgotos. Naquele período, a cidade teve suas ruas pavimentadas,
o seu crescimento planejado, viu crescer o número de hospitais e abriu-se para as influências
culturais cosmopolitas. Também criou uma universidade e construiu uma casa de óperas. É
claro que todas aquelas vantagens eram direcionadas aos ricos, àqueles que lucravam com
o comércio do látex. No entanto, o desenvolvimento de Manaus durante o ciclo acompanhou
o crescimento populacional, sem degradação dos serviços. Por tudo exposto, Manaus ficou
conhecida como “Paris dos Trópicos.” O oposto ocorreu com a Zona Franca de Manaus.
A situação econômica de Manaus era de crise: a redução da exportação de borracha teve
impacto direto na vida dos amazonenses; desemprego e miséria eram os agravantes dessa
crise de produção.
A Amazônia tentava entrar em compasso com o país exatamente no momento mais deli-
cado. E, como sua elite não estava afeita às lutas palacianas dos senhores da terra contra a
burguesia industrial emergente, a região iria sofrer um abandono de meio século, em que seus
problemas se tornaram crônicos, seus orgulhosos e empobrecidos chefes políticos, eternos
pedintes e frequentadores das antessalas dos ministérios.

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A Amazônia saía da ostentação para padecer as agruras da falta de importância política e


insignificância eleitoral. Um trauma que colocou a região na posição reboquista da qual nunca
mais se livrou. Os estados do sul, com suas elites representando os blocos de poder em luta,
orientariam a economia nacional para que uma parte do excedente global fosse reinvestida
no mercado interno. Essa inversão era institucional e preocupada essencialmente com a pro-
dução de bens que estavam sendo substituídos, num mercado de produtos importados, por
nacionais.

3.2. Rebelião de 1924


A Comuna de Manaus fez parte da sequência de movimentos tenentistas ocorridos no
Brasil, entre os anos de 1920-1930. A primeira das revoltas aconteceu no Rio de Janeiro, com
o nome de Revolta dos 18 no Forte de Copacabana em 1922, no estado de São Paulo, dois
anos depois sucedeu a Revolução Paulista em 1924, e nesse mesmo ano no dia 23 de julho é
promovida a Comuna de Manaus, terceira revolta tenentista.
Liderada por tenentes e militares de baixa patente do exército, os fins de desenvolver a Co-
muna de Manaus eram os mesmos das outras duas revoltas: voto secreto, reformas no ensino
público, poder político ao exército e destituição do presidente da república. Todavia, existiu
um diferencial nesta terceira revolta tenentista: a queda no preço da borracha.
Como vimos, a borracha era o produto que movimentava a economia do estado do Amazo-
na e a queda no valor dessa matéria prima teve início com o fim da Primeira Guerra Mundial. A
redução da exportação de borracha teve impacto direto na vida dos amazonenses; desempre-
go e miséria eram os agravantes dessa crise de produção.
Se não bastasse a desvalorização da borracha pelo motivo da crise mundial, em virtude
do fim da guerra, o presidente de estado César do Rego Monteiro disponibilizava empréstimos
a juros altos e aumentou os impostos. As ações praticadas por Monteiro foram a mando do
governo federal.
Diante dessa situação, surge na capital do estado do Amazonas a Comuna de Manaus,
liderada pelo tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior. A primeira atitude do tenente foi tomar
a sede do governo, o Palácio Rio Negro. O governador César do Rego Monteiro estava na Euro-
pa, e seu sucessor Turiano Meira que estava no palácio, fugiu. A revolta que iniciou na capital
ganhou adesão em regiões do interior do estado.
Ribeiro Júnior conseguiu isolar a cidade bloqueando as estações de Telégrafos e Telefonia.
A revolta se estendeu por municípios do estado do Pará, Alenquer, Santarém e Óbidos. Nesse
último município os tenentistas conseguem tomar o forte. A revolta seguiu para o estado do
Maranhão, onde também teve apoio popular. O líder Ribeiro Júnior apreendeu propriedades de
empresas e fundos bancários de integrantes de oligarquias, instituiu do “tributo da redenção”
(para reaver o dinheiro retirado do Tesouro, o governo realiza confiscos bancários, leilões de
bens móveis, faz cobranças de impostos atrasados a empresas inglesas) e a extinguiu a força

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policial do estado, substituindo-a por uma “guarda cívica”. Assim, o comandante da revolução
se tornou um herói para a população do norte do Brasil.
Durante os dias 23 de julho até 28 de agosto de 1924, a Comuna de Manaus conseguiu
realizar grandes atos para o cumprimento de suas reivindicações políticas e protesto contra
ações econômicas abusivas.
Porém apesar dos feitos, a Comuna de Manaus foi reprimida por forças federais. Diferente-
mente da Revolta Paulista ocorrida a poucos meses atrás onde muitos militares foram mortos
e feridos, na Comuna de Manaus os militares se renderam e receberam penas brandas de pri-
são. O principal motivo para essa conduta do governo em julgar os rebeldes foi em virtude de
a população apoiar a revolta, podendo se unir e gerar novas revoltas futuras.

010. (UFAM/PSC/2007)
Em 1924 o Amazonas presenciou uma das mais importantes revoltas tenentistas do Brasil,
com a tomada do poder pelo tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior, que assumiu o desafio da
adoção de impactantes medidas administrativas. Constam dentre elas:
a) A concessão de aumento salarial ao funcionalismo público e a extinção dos partidos
políticos.
b) A expropriação dos bens das elites oligárquicas e a reforma agrária.
c) A anulação de todos os contratos de concessão com as firmas inglesas e norte americanas
d) A instituição do “tributo da redenção” e a extinção da força policial do estado, substituindo-a
por uma “guarda cívica”.
e) A isenção fiscal para que firmas e empresas estrangeiras pudessem atuar no estado.

As medidas tomadas por Ribeiro Junior objetivaram reaver o dinheiro emprestado às oligar-
quias para organizar a economia do estado.
Letra d.

3.3. “Era dos Interventores”


Querido, as oligarquias mineira (Partido Republicano Mineiro) e paulista (Partido Republi-
cano Paulista) dominavam a cena política durante a República Velha (1889-1930), revezando
presidentes escolhidos. Em 1929, esperava-se que a candidatura fosse de um político indicado
pelos mineiros. Entretanto, o presidente Washington Luís apoiou a candidatura do paulista Jú-
lio Prestes para a presidência da República e de Vital Soares para a vice-presidência.
Assim, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formalizaram a Aliança Liberal, com a
candidatura de Getúlio Vargas para presidência e de João Pessoa para vice. Contaram, ainda,

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com o apoio do movimento tenentista e grupos de oposição. Dentre suas principais propos-
tas, listamos:
• A representação popular pelo voto secreto;
• anistia aos insurgentes do movimento tenentista na década de 1920;
• reformas trabalhistas;
• a autonomia do setor Judiciário;
• a adoção de medidas protecionistas aos produtos nacionais para além do café.

A eleição aconteceu em 1º de março de 1930, com vitória de Júlio Prestes. A Aliança Li-
beral contestou a eleição, mas se retraiu até que, em 26 de julho de 1930, João Pessoa foi
assassinado por conflitos políticos regionais. A Aliança Liberal se aproveitou do incidente para
se organizar e pegar em armas para tomar o poder. Entraram em contato com os generais das
Forças Armadas para apoiarem a deposição de Washington Luís e garantirem que Getúlio Var-
gas se tornasse o próximo dirigente do país.
Em 3 de outubro de 1930, começou a intervenção. Na região Nordeste do país, Juarez
Távora liderou as incursões armadas. Na região Sul foi o general Góis Monteiro o responsável
por tomar o poder. As tropas se dirigiram ao Rio de Janeiro onde depuseram Washington Luís
e entregaram a presidência da República à Getúlio Vargas.

011. (CESPE/CEBRASPE–CBM/AL/ASPIRANTE DO CORPO DE BOMBEIROS/2017)


Julgue o item a seguir relativo ao processo de independência do Brasil e aos períodos imperial
e republicano da história brasileira.
A denominada Revolução de 1930 resulta de uma série de rebeliões de jovens oficiais do exér-
cito que se opunham ao poder oligárquico da Primeira República e pretendiam moralizar a
administração pública.

Cuidado! A afirmação da questão diz que a Revolução resulta de rebeliões de jovens oficiais.
Está correto. O tenentismo foi sim uma das causas da Revolução de 1930, mas não a única. O
que não invalida a informação.
Certo.

O projeto de Getúlio Vargas se caracterizava por uma progressiva centralização política


administrativa, o que causou uma perda relativa da autonomia que os estados desfrutaram du-
rante a Primeira República. Assim, Vargas promoveu um processo de transição para um regime
de força com a instituição, em 1930, de um Governo Provisório.

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A Revolução chegou ao Amazonas com o Tenente Coronel Cordeiro Junior, o Dr. Alves
Souza Brasil e o Cidadão Francisco Pereira Silva. Essas três personagens tomaram o poder e
formaram a junta governativa do Amazonas.
Depois de consultar representantes de correntes políticas locais, Juarez Távora, chefe da
revolução no Norte e Nordeste do país, indicou Álvaro Maia para a interventoria do estado do
Amazonas. Empossado no dia 20 de novembro, o interventor tomou medidas para equilibrar o
orçamento público, anulou várias concessões latifundiárias, concentrou recursos no combate
à lepra e no desenvolvimento da instrução popular, e reformou o Tribunal de Justiça do estado.
Esse último ato provocou reações e, no início de agosto de 1931, quando se encontrava no Rio
de Janeiro, Álvaro Maia foi convidado a rever sua decisão. Inconformado, exonerou-se do car-
go e retirou-se provisoriamente da atividade política, permanecendo no Distrito Federal na con-
dição de inspetor de ensino secundário e professor do Ginásio São Bento e da Escola Alemã.

o movimento de outubro de 1930 instaurara, no país, uma política intervencionista do Estado na es-
fera econômica. E a ação governamental das interventorias que governaram o Amazonas na década
de 30, segundo Eloína Monteiro, estava pautada pela prioridade de equilibrar o orçamento do esta-
do, visto que a situação econômico-financeira do estado do Amazonas não era nada confortável,
resultado da desvalorização de seu principal produto de exportação, a borracha. O que podemos
perceber nos primeiros anos da década de 1930 é uma preocupação eminente dos interventores
em reorganizar a máquina administrativa estadual. Esta preocupação antecede o governo provisó-
rio, segundo Mensagem enviada à Assembleia Legislativa pelo Presidente Dorval Porto em 1930, o
regime centralizador do Decreto n. 240, de 15 de junho de 1929, subordinou todos os serviços, repar-
tições, institutos, mantidos pelo Estado à Secretaria Geral, menos a Policia Militar e a Policia Civil.
Havia uma preocupação em torno da arrecadação de impostos, visto que a situação econômica
do estado estava em situação precária, consequência da desvalorização da borracha e era urgente
reorganizar e equilibrar o orçamento do estado, como aponta Eloína Monteiro. É explicitada nesta
mensagem as desvantagens que o Estado possuía quanto ao regime latifundiário, pois era quase
que impossível de recorrer ao imposto territorial, para aqueles que possuíam grandes extensões de
terras, o que fazia o estado se apegar aos impostos de exportação, a qual são denominados, nesta
Mensagem enviada à Assembleia Legislativa, de antieconômicos.2

Em setembro de 1933, a convite de Vargas, Nélson de Melo tornou-se interventor federal


no Amazonas em substituição a Antônio Rogério Coimbra, demissionário por motivo de saúde.
Após uma administração caracterizada pela austeridade, foi substituído em fevereiro de 1935
por Álvaro Maia, que retornou eleito a cargo de governador pela Assembleia Constituinte esta-
dual, dentro do processo de reconstitucionalização dos estados.
Entre outubro e novembro de 1937, Francisco Negrão de Lima realizou a mando de Getúlio
Vargas uma viagem a diversos estados, especialmente os do Norte e Nordeste, com a incum-
2
SOUSA, Romulo Thiago Oliveira de. Trabalho e cidade em Manaus nos anos de 1930: o governo do Estado do
Amazonas e a questão social. Universidade Federal do Amazonas PIB-H/0072/2014. Disponível em: https://riu.
ufam.edu.br/bitstream/prefix/4546/1/ROMULO_THIAGO_OLIVEIRA_DE_SOUSA.pdf Acesso em: 26/12/2021.

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bência de arregimentar apoio dos chefes dos governos locais para o golpe que, chefiado pelo
próprio Vargas, implantou o Estado Novo em 10 de novembro de 1937. Álvaro Maia foi um dos
governadores consultados e, depois da mudança do regime, foi convertido em interventor fe-
deral no Amazonas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939, a demanda da borracha nos merca-
dos nacional e internacional se intensificou, valorizando o principal produto então extraído da
região amazônica. Para regular a produção, em abril de 1941 Álvaro Maia emitiu um decreto
classificando os diversos tipos de borracha, iniciativa que também foi adotada em junho pelo
governo federal. Seguindo a mesma política, em 9 de julho de 1942 foi criado o Banco de Cré-
dito da Borracha, com 40% de capital norte-americano.
Em fins de 1944, quando os rumos da guerra estavam praticamente definidos em favor
dos Aliados e as pressões pela redemocratização do país ganhavam força, o governo federal
deu instruções aos interventores no sentido de começarem a organizar um partido político
nacional que apoiasse Vargas na transição do regime. Das articulações então desenvolvidas
começou a nascer o Partido Social Democrático (PSD), que Álvaro Maia ajudou a formar no
Amazonas. Em 1945, com o enfraquecimento do Estado Novo, a oposição passou a contar
com maior poder de pressão sobre o governo federal e as interventorias. Nesse ano, instado
pela imprensa a esclarecer episódios relativos à migração de nordestinos para a Amazônia
durante a “batalha da borracha”, Álvaro Maia publicou uma prestação de contas de toda a sua
administração.3
Em 29 de outubro de 1945, Vargas foi derrubado por um golpe liderado pelo ministro da
Guerra, general Pedro Aurélio de Góis Monteiro, iniciando-se em seguida a substituição dos
interventores nos estados e garantindo-se a realização de eleições, já convocadas, para a Pre-
sidência da República e a Assembleia Nacional Constituinte. Substituído no governo estadual
por Emiliano Estanislau Afonso no dia 3 de novembro, Álvaro Maia candidatou-se e foi eleito
senador constituinte pelo PSD em 2 de dezembro. Na mesma data, o general Eurico Gaspar
Dutra, também apoiado pelo PSD, venceu as eleições para a presidência da República. Chegava
ao fim a Era dos Interventores nos Estados.

012. (CESGRANRIO /TCE-RO/ANALISTA DE SISTEMAS/2007)


“Para reajustar o organismo político às necessidades econômicas de o país garantir as medi-
das apontadas, não se oferecia outra alternativa além da que foi tomada, instaurando- se um
regime forte, de paz, de justiça e de trabalho.” FENELON, Dea. Proclamação de Getúlio Vargas
in 50 Textos da História do Brasil. SP: Hucitec, 1974, p. 159.

3
FGV. Verbete Biográfico: Álvaro Botelho Maia. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/ver-
bete-biografico/alvaro-botelho-maia Acesso em: 26/12/2021. 20:30

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Com esta proclamação, irradiada por todo o país, Getúlio Vargas anunciava o Estado Novo.
Assinale, dentre as opções abaixo, a que caracteriza a repercussão dessa ditadura implantada
na região amazônica, em especial, no Território Federal do Guaporé.
a) Todas as decisões políticas referentes ao território eram tomadas pelo Presidente da Repú-
blica e pelo Ministério da Defesa.
b) Os prefeitos dos municípios e os deputados federais eram eleitos por sufrágio univer-
sal direto.
c) O Ministério do Interior era o único responsável pela administração da região da Estrada
de Ferro Madeira- Mamoré, enquanto ao governador cabia a administração do restante do
Território.
d) Os funcionários públicos, denominados cutubas, eram nomeados pelo governo federal, atra-
vés do voto indireto do colégio eleitoral.
e) O governador era nomeado pelo Presidente da República, não existindo Poder Legislativo
em âmbito estadual ou municipal.

Durante a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-1945), houve uma centralização
política e Vargas indicava os interventores (governadores) dos estados, suprimindo as câma-
ras estaduais e municipais.
Letra e.

3.4. “Clube da Madrugada”


Fundado em 1954, o Clube da Madrugada abrigou poetas, artistas, professores e intelectu-
ais que marcaram o Amazonas com obras reconhecidas nacionalmente.
Aos pés de uma árvore na Praça da Polícia, como é popularmente conhecida a Praça He-
liodoro Balbi, no centro de Manaus, uma placa celebra o movimento renovador que nasceu no
início dos anos 50 e se tornou um dos mais importantes movimentos culturais no Amazonas:
“Neste local, desde 1954, reúnem-se intelectuais e livres pensadores do Clube da Madrugada’’
O Clube da Madrugada, fundado em 22 de novembro de 1954 por jovens intelectuais de
Manaus, entre eles Saul Benchimol, Teodoro Botinelly, Celso Melo e Luiz Bacellar, surgiu com
o objetivo de resgatar a literatura manauara. A intervenção na imprensa através de publicação
em periódicos, a criação de uma revista literária, a amplitude e a diversidade de interesses cul-
turais além do acentuado caráter libertário, são algumas características que fizeram do Clube
da Madrugada um movimento artístico e literário típico do século XX.
O movimento teve, ainda, o próprio estatuto. Publicado no Diário Oficial do Estado do Ama-
zonas, em 20 de dezembro de 1961, o documento defende a livre manifestação do pensa-
mento e tem por propósito o estudo, desenvolvimento e a divulgação dos diversos ramos da
ciência, das letras e das artes.

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013. (VUNESP/UEA/VESTIBULAR/2012/PROVA 1)
O decênio de 1950, no Brasil, foi um período de transformações econômicas, culturais, políti-
cas, artísticas. Novos padrões de desenvolvimento industrial, a Bossa-Nova, o Cinema Novo
são exemplos dessas modificações que se estenderam aos anos 60. Conectado a esse quadro
amplo de inovações, surgiu, em Manaus, um movimento cultural, o Clube da Madrugada, cujos
protagonistas
a) vinham dos setores sociais marginalizados da sociedade amazonense e procuravam ex-
pressar em seus poemas o modo de falar típico da região.
b) atuavam na imprensa amazonense, ao mesmo tempo em que procuravam difundir para a
população em geral as suas experimentações artísticas.
c) consideravam as expressões culturais do folclore indígena amazonense como fonte exclu-
siva de suas produções artísticas.
d) desenvolveram uma arte literária elitista, com caraterísticas românticas, sem projetos esté-
ticos, políticos e sociais.
e) eram ligados à situação política amazonense e objetivavam empregar os procedimentos
artísticos como meio de propaganda política.

Os membros do “Clube da Madrugada” utilizavam-se dos jornais, revistas e periódicos para


divulgar suas ideias.
Letra b.

3.5. Zona Franca de Manaus


A década de 1950 foi marcada por tentativas do governo federal de realizar investimentos
na Amazônia. Uma dessas tentativas foi a criação em 1953 da SPVEA (Superintendência do
Plano de Valorização Econômica da Amazônia). Contudo, os planos do governo começam a sair
do papel somente no final dessa década, quando a estrada Belém-Brasília foi aberta em 1958.
A partir de 1960, a Amazônia começou uma nova etapa de sua história com a abertura de
estradas, descoberta de minérios e início da colonização agropecuária. Nesse período, a BR-
010, ligando Belém a Brasília, e a BR-364, de Cuiabá até Rio Branco, começaram a ser cons-
truídas. No caso dos minérios houve descobertas de cassiterita (matéria-prima do estanho),
em Rondônia, e de ouro no rio Tapajós (Pará), além da descoberta da maior mina de minério de
ferro do mundo na Serra dos Carajás (Pará) em 1967.

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Contudo, a base da economia da região amazônica ainda era o extrativismo de produtos


naturais – por exemplo, castanha-do-pará – e a agricultura de subsistência. No Estado do Pará,
depois de 1920, a extração de castanha substituiu em parte o extrativismo da borracha.
Os extratores envolvidos na coleta eram principalmente os negros ex-escravos que, pouco
a pouco, no final do século XIX, foram abandonando seus quilombos na região das cachoeiras
(ao norte do Amazonas) para morar às margens do médio Trombetas. Nesses novos territó-
rios, ricos em castanhais, eles se tornaram castanheiros livres e autônomos. Ou seja, nego-
ciavam a venda do produto diretamente com os atravessadores (regatões) que, por sua vez,
transportavam e revendiam a castanha.
Entretanto, colonos brancos interessados nos lucros da exportação passaram a ocupar
essa área e exercer poder e controle territorial. Isto é, eles tornaram legítima a posse, o arren-
damento, a compra e a venda de terras dos quilombolas, que eram considerados extratores
e grupos nômades. Assim, entre os anos 1940 e 1960, esses colonos já haviam se tornado
donos da terra e patrões dos castanhais. Embora os negros desse território tenham mantido
as características da sociedade de quilombos, em meados do século 20, eles haviam perdido
a autonomia e o controle exclusivo de suas antigas terras.
A ocupação das áreas de florestas na Amazônia ainda estava restrita às margens das
novas estradas, e o desmatamento provocado pelos diferentes usos da terra na época era in-
cipiente. O processo de ocupação da Amazônia será intensificado somente a partir da década
de 1970 e, como veremos, provocará mudanças profundas na sua paisagem, resultando em
grandes mudanças sociais e econômicas.
Na década de 1970, a Amazônia passa a ser prioridade para o governo militar da época. Os
objetivos eram atrair agricultores do Centro-Sul e do Nordeste para ocupar grandes extensões
de florestas da região, extrair riquezas minerais e iniciar o aproveitamento do seu potencial
hidrelétrico.
Assim, grandes projetos foram implantados na Amazônia, por exemplo, os projetos de mi-
neração de Carajás e do rio Trombetas; a construção de hidrelétricas como Tucuruí; a abertura
de estradas como a Transamazônica e a Santarém-Cuiabá; e a instalação de fazendas de gado
bovino, a qual deu início ao desmatamento de grandes extensões de floresta. Nesse período,
a região experimentou um aumento expressivo na população – passando de 11,2 milhões de
pessoas, em 1980, para 24 milhões em 2010.
Diferente do que se esperava, o modelo de ocupação baseado em grandes projetos causou
impactos no modo de vida das populações tradicionais da floresta, gerando vários conflitos
sociais. Por consequência, os resultados na melhoria da economia regional foram limitados.
O final dos anos 1970 e início dos anos 1980 também marcaram a pesquisa geológica e a
descoberta de vários minérios na Amazônia. Entre eles, a bauxita (alumínio), no rio Trombetas,
que passou a ser explorada pela Mineração Rio do Norte em 1975. Atualmente, esta é a maior
produtora de bauxita do Brasil. Nessa mesma região houve tentativas de instalação de outros

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projetos de extração mineral, e hidrelétricas em Cachoeira Porteira (rio Trombetas) e Cachoeira


Pancada (rio Erepecuru), porém todas foram abandonadas.
Os investimentos públicos nos chamados grandes projetos (estradas, mineração e hi-
drelétricas) combinado com subsídios e crédito barato para agropecuaristas resultaram em
mudanças rápidas e dramáticas na Amazônia a partir da década de 1970. O rebanho cresceu
de apenas 2 milhões, em 1970, para cerca de 80 milhões de cabeças em 2010 (quase 4 animais
para cada habitante). E o desmatamento, que até 1975 afetava menos de 1% da Amazônia,
atingiu quase 19% da região (ou seja, três vezes o tamanho do Estado de São Paulo) em 2013.
Os conflitos sociais também se intensificaram no final do século 20 com disputas violentas
pela posse da terra nas áreas de fronteira. Na década de 1980, as terras acessíveis via rodovias
já possuíam ocupantes (posseiros ou populações tradicionais) e a prática da grilagem contri-
buía para o agravamento das disputas fundiárias. O grileiro costumava tomar posse da área à
força, expulsando famílias que ocupavam o local há décadas.
Esses conflitos foram combatidos inicialmente pela criação das Pastorais da Terra (uma
iniciativa da Igreja Católica), as quais buscavam proteger os camponeses da Amazônia. Por
outro lado, o governo também criou órgãos específicos para tratá-los e passou a titular terras
e assentar os camponeses na região.
Além disso, ao final da ditadura militar, os sindicatos rurais já estavam fortalecidos e capa-
citados para buscar informações sobre a veracidade dos documentos. Contudo, essas iniciati-
vas não foram suficientes para reduzir os conflitos pela terra e o aumento da violência no cam-
po. As vítimas desses conflitos incluíram desde pequenos produtores rurais do sul do Pará,
passando por seringueiros no Acre, até populações indígenas ao longo da Transamazônica.

014. (ISAE/PM-AM/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


Com relação à integração da Amazônia às dinâmicas territoriais comandadas pelo Centro-Sul,
analise os trechos a seguir.
I – Um vetor oriental de ocupação estruturou-se a partir da década de 1960. Nas décadas se-
guintes, uma vasta mancha de povoamento, nucleada por áreas de intensa modificação das
paisagens naturais, organizou-se em torno do vetor oriental.
II – Um vetor ocidental de ocupação estruturou- se a partir da década de 1970. A colonização
agrícola impulsionada por imigrantes do Centro- Sul originou dezenas de núcleos urbanos,
dando origem a uma rede urbana original, complexa e diferenciada.
Assinale a alternativa que apresenta os eixos viários que induziram, respectivamente, o vetor
oriental e o vetor ocidental:
a) Belém-Brasília e Brasília-Acre;
b) Transamazônica e Cuiabá-Santarém;
c) Manaus - Boa Vista e Porto Velho - Manaus;
d) Carajás - Itaqui e Ferrovia Norte - Sul.

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Daniel Vasconcellos

O vetor oriental da Amazônia se estruturou na década de 1960 em torno da Belém-Brasília. Ali


se iniciou a exploração de minérios na Serra dos Carajás, a Estrada de Ferro de Carajás, o Porto
de Itaqui e a hidrelétrica de Tucuruí. Se estende até São Luís (MA). Já o vetor ocidental de ocu-
pação se estruturou a partir da década de 1970 em torno do segmento sul da Cuiabá-Santarém
e da Brasília-Acre. No Mato Grosso e em Rondônia, migrantes do Centro-Sul iniciaram uma co-
lonização agrícola que fez surgir vários centros urbanos. Além disso, a criação e consolidação
da Zona Franca de Manaus transformou a capital em um importante polo industrial, reforçando
seus vínculos com o capital do Centro-Sul – e substituindo Belém como metrópole regional.
Disponível em:
https://fichasmarra.wordpress.com/2011/03/16/amazonia/ Acesso em 27/12/2021.

Letra a.

3.5.1. Criação da Zona Franca e seus Impactos

A partir de 1967, um decreto presidencial transformou Manaus em Zona Franca, imedia-


tamente instalando uma série de indústrias e anunciando uma oferta de 50 mil empregos. No
que tange à divisão do trabalho, as indústrias da Zona Franca operavam as fases finais de mon-
tagem e acabamento do produto — fases estas que exigiam um número maior de mão de obra.
Aproveitando a legislação, essas indústrias se estabeleceram numa área da cidade de Ma-
naus, no chamado Distrito Industrial, onde receberam terrenos a preços irrisórios, totalmente
urbanizados, como nenhum conjunto habitacional supostamente para pessoas de baixa ren-
da recebeu.
E, assim, entrou em atividade um parque industrial de “beneficiamento”, produzindo em
toda a sua capacidade e operando numa área onde as facilidades eram, na verdade, uma con-
juntura favorável. Para completar, como extensões de grandes complexos, as indústrias da
Zona Franca são administradas de maneira direta e seu capital pouco é afetado pela disponi-
bilidade local.
A participação de capital oriundo do tradicional extrativismo foi mínima e era possível no-
tar, por volta do final da década de 1970, grandes comerciantes do extrativismo de outrora, hoje
atrelados como sócios minoritários, com cargos simbólicos nas empresas altamente subsidia-
das instaladas em Manaus. Eram indústrias que tudo trouxeram de fora, da tecnologia ao capi-
tal majoritário, e que do Amazonas somente aproveitaram a mão de obra barata e os privilégios
institucionais. Com essa estrutura industrial altamente artificial, a Amazônia Ocidental teve o
seu quinhão da política de integração nacional.

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015. (CESPE/CEBRASPE/2019/TJ-AM-ASSISTENTE JUDICIÁRIO - SUPORTE AO USUÁRIO DE


INFORMÁTICA)
Com relação a aspectos econômicos de Manaus, julgue o item subsecutivo.
O polo industrial da Zona Franca de Manaus, grande produtor de eletroeletrônicos, motocicle-
tas e bens de informática, além de desenvolvedor de atividades termoplásticas e químicas,
gera números expressivos de empregos e circulação de renda no município e região.

A Zona Franca de Manaus funciona como uma área de atração de indústrias, operando prin-
cipalmente por meio do oferecimento de incentivos fiscais para as empresas ali instaladas,
como a redução ou isenção de impostos e também facilitações burocráticas. Essa política de
atração de investimentos gera empregos e promove a circulação de renda, apesar dos graves
problemas sociais e urbanos derivados da criação da Zona Franca de Manaus.
Certo.

A promessa de 50 mil empregos não se cumpriu, mas ajudou a provocar uma explosão
demográfica em Manaus. De cerca de 150 mil habitantes em 1968, a cidade pulou para 600
mil em 1975.
O aceno de 50 mil empregos atraiu uma população de migrantes que nunca mais cessou
de aportar em Manaus. A rápida instalação de empresas comerciais, as lojas de artigos impor-
tados que pululavam pelo centro histórico da cidade, a chegada de empresas multinacionais
no Distrito Industrial, as firmas de consultoria, os institutos de pesquisas, as novas sucursais
de instituições públicas, a horda de turistas em busca de aparelhos eletrônicos baratos e a
vaga de migrantes em busca de novas oportunidades transformaram a cidade. É daí que vem
o termo “Miami Brasileira”.
Especialmente porque tal demanda chegava num momento em que a estrutura da cidade
estava decadente. Em 1960, Manaus ainda conseguia acomodar seus 200 mil habitantes, em-
bora tudo estivesse à beira do colapso. As telecomunicações eram impraticáveis, a distribui-
ção de luz e água precária e os prédios públicos estavam quase em ruínas.
Em 1984, a cidade continuava com a mesma infraestrutura apodrecida, e Manaus come-
çava a inchar, com inúmeras favelas surgindo por todos os lados. O fenômeno do crescimento
desordenado de Manaus faz parte dos problemas gerados pelos programas de desenvolvi-
mento postos em práticas pelo governo federal, desde 1964.
Um dos problemas óbvios é o aumento da população urbana na Amazônia, configurando
uma das maiores fronteiras urbanas do mundo. O Censo de 1980 mostrava que metade da po-
pulação amazônica vivia em cidades. Dez anos depois, 58% da população estava urbanizada.

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Capitais como Manaus, Belém e Porto Velho sofreram declínio de importância regional, con-
forme certos aglomerados urbanos espalhados pelo interior se organizaram e estabeleceram
ligações diretas com os centros econômicos nacionais e internacionais.

https://www.thinglink.com/scene/879045410440609793

Mas as capitais tradicionais da região continuam a desempenhar seu papel local, por se-
diar as sucursais das agências federais, controlar os orçamentos públicos estaduais e manter
as máquinas administrativas e burocráticas. No entanto, enfrentam novos desafios, como as
massivas imigrações, a criação de mais favelas e o crescimento do setor informal na perife-
ria urbana.
A partir dos anos 1990, a região assistiu a uma mudança urbana bastante drástica, que
foi o declínio da cidade de Belém em relação a Manaus. A cidade de Belém, que representa-
va 43,9% da população regional em 1950, caiu para 23,0% em 1990, enquanto Manaus expe-
rimentava uma verdadeira explosão demográfica. A vitória da capital amazonense na velha
competição entre as duas cidades foi apenas aparente. Mesmo com todo o capital nacional
e internacional chegando em Manaus, enquanto as elites de Belém não conseguiam reverter
o processo, a capital do Amazonas saiu perdendo como centro urbano. Belém pôde se dar ao
luxo de preservar seu patrimônio urbano, sua arquitetura eclética, seus parques neoclássicos
e suas avenidas sombreadas por mangueiras, enquanto Manaus se deixou atacar pela especu-
lação imobiliária e viu muitos de seus marcos arquitetônicos desaparecerem, em troca de uma
arquitetura medíocre.

Enquanto a capital paraense soube impor sua cultura e as tradições de sua civilização, a cidade de
Manaus foi culturalmente colonizada pela massa de imigrantes oriundos das partes mais atrasadas
do país, pessoas originárias do mundo rural, onde não havia nenhuma mobilidade social, nenhuma
educação, nenhuma esperança. É impossível prever o que vai ser culturalmente da cidade de Ma-
naus no futuro, depois que o processo da Zona Franca passar. Belém ainda tem sua importância
regional, embora não mais exerça liderança e tenha perdido o posto de portão da Amazônia. É em

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Belém que ainda estão algumas das agências governamentais importantes, enquanto a cidade de
Manaus tende a se transformar num polo tecnológico, num centro de biodiversidade de alta tecno-
logia. Para que isso aconteça, a capital do Amazonas deve superar a tentação populista, oferecer
uma rápida integração das massas de imigrantes através de processos educacionais e culturais,
acumulando, ao lado do capital financeiro, um capital intelectual com massa suficiente para fazer
de sua população mais do que reserva de mão de obra e energia humana escravizada em prol da
expansão global do capitalismo. (SOUZA, 2019)

016. (ISAE/PM-AM/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


Um fato responsável pelo agravamento dos problemas espaciais da cidade de Manaus nas
últimas décadas foi a:
a) criação da Região Metropolitana;
b) adoção do Plano Urbanístico;
c) instalação da Zona Franca;
d) política de Desenvolvimento Sustentável.

Como vimos, a criação da Zona Franca de Manaus não foi acompanhada de investimentos em
serviços e em urbanização, gerando graves problemas socio espaciais.
Letra c.

Querido(a), chegamos ao final da parte teórica de nosso curso. Na sequência, já sabe, es-
tude o resumo e os mapas mentais e faça todos os exercícios.
Por fim, peço que avalie esta aula. Preciso saber se estou conseguindo atendar às suas
expectativas!
Nos encontramos na nossa aula 80/20.
Abraço,
Professor Daniel

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RESUMO
Fronteiras do Brasil

Acre:
• Bolívia x Brasil
• Ocupação do Acre por Brasileiros (pertencia à Bolívia)
• Tratado de Petrópolis (1903):
• Anexação do Acre ao Brasil mediante indenização de 2 milhões de libras
• Compromisso de construção da Ferrovia Madeira-Mamoré: Capital norte-americano
• Cessão de faixas de terra na foz do rio Abunã (MT, AM)

Amapá:
• França x Brasil
• Descoberta de ouro em Calçoene: Despertou interesse francês
• Tratados: Definiam o rio Oiapoque como fronteira.
• Laudo Suíço 1/12/1900: favorável ao Brasil

Guiana Inglesa:
• Inglaterra x Brasil
• Mediação da Itália: Vitor Emanuel III – Deu ganho de causa à Inglaterra.

Amazônia Cosmopolita: Belle Époque:


• Paris dos Trópicos: riqueza da borracha
• Coronéis da borracha: opulência
• Urbanização, serviços públicos, Teatro Amazonas

Decadência da economia gumífera:


• Contrabando de sementes de seringueiras pelo inglês Henry Alexander Wickham: Culti-
vo nas colônias britânicas na Ásia
• Aumento da miséria.

Batalha da borracha: contexto da Segunda Guerra Mundial


• Acordos de Washington: Empréstimo dos EUA ao Brasil/ fornecimento de borracha aos
aliados na guerra. Produtores de borracha na Ássia sob domínio japonês.
• Aumento da produção durante a Segunda Guerra, mas o pico (20.000 t) não chegou à
metade do pico de exportação em 1912 (42.000 t).

Rebelião de 1924: Tenentismo


Governo Revolucionário: 23 de julho até 28 de agosto de 1924
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Alfredo Augusto Ribeiro Júnior: tributo da redenção (reaver dinheiro público com confisco
bancário, leilões, cobranças de impostos e dívidas), extinção da força policial substituída pela
guarda cívica.
Era dos Interventores: (1930-1945)
Governadores indicados por Getúlio.
Álvaro Maia: Principal nome, tomou medidas para equilibrar o orçamento público, anulou
várias concessões latifundiárias, concentrou recursos no combate à lepra e no desenvolvimen-
to da instrução popular, e reformou o Tribunal de Justiça do estado.
Clube da Madrugada 1954:
• Saul Benchimol, Teodoro Botinelly, Celso Melo e Luiz Bacellar
• Uso da imprensa através de publicação em periódicos, a criação de uma revista literária,
a amplitude e a diversidade de interesses culturais além do acentuado caráter libertário,
são algumas características que fizeram do Clube da Madrugada um movimento artísti-
co e literário típico do século XX.

Zona Franca de Manaus


• 1967: Decreto presidencial. Promessa de 50.000 empregos
• Incentivos fiscais, infraestrutura e facilidade burocrática para empresas.
• Miami Brasileira: paraíso de compras.
• Crescimento populacional desordenado
• Degradação da estrutura socio espacial: falta de projetos de urbanização, diminuição
dos serviços públicos, desemprego, miséria, “cidade flutuante”.

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MAPAS MENTAIS

Planos de Desenvolvimento Regional


Superintendência para o Desenvolvimento
SUDAM
da Amazônia
Superintendência da Zona Franca de
SUFRAMA
Manaus
Instituto Nacional de Colonização e Reforma
INCRA
Agrária
BASA Banco da Amazônia
Projeto RADAM Reconhecimento da Amazônia
PIN Programa de Integração Nacional
PICs Projetos Integrados de Colonização

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Planos de Desenvolvimento Regional


Programa de Polos Agropecuários e Agro
POLAMAZÔNIA
minerais da Amazônia
Zona Franca de Manaus 1967 Incentivos fiscais
Transamazônica 1972

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (FGV/PGE/RO-ANALISTA DE PROCURADORIA/2015)

O tratado descrito no texto e a principal razão para sua sanção por parte do governo brasileiro
são, respectivamente:
a) Tratado de Madri - expansão do território nacional;
b) Tratado de Petrópolis - interesse em explorar as seringueiras no território anexado;
c) Tratado de Ayacucho - riquezas minerais descobertas no território acreano;
d) Tratado de Petrópolis - alto valor indenizatório a ser pago pelo governo boliviano;
e) Tratado de Ayacucho - construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

002. (FGV/PGE/RO/ANALISTA DE PROCURADORIA/2015)


O processo de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré pode ser comparada a de um
livro de aventura tanto são os personagens envolvidos e as reviravoltas no processo de cons-
trução. A obra deixou um rastro de mortes, dificuldades na execução e gasto excessivo de
recursos. Apesar de tudo, a ferrovia foi inaugurada em abril de 1912. A construção da ferrovia
foi viabilizada principalmente pelo(a):
a) capital privado nacional oriundo das oligarquias da região;
b) presença do capital privado nacional através do Barão de Mauá;
c) presença do capital externo norte-americano na execução da construção da obra;
d) financiamento concedido pelo governo brasileiro através do Banco da Amazônia;
e) esforço da população que encampou forte campanha para arrecadação de fundos.

003. (FCC/PC/AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2017)


A fronteira entre a Guiana Francesa e o Brasil foi alvo de constantes divergências e conflitos
entre os dois países. A chamada “Questão do Amapá” só foi legalmente solucionada
a) após a atuação da diplomacia brasileira, quando o Barão do Rio Branco obteve posicio-
namento favorável da arbitragem internacional do governo da Suíça, que reconheceu que o
Brasil tinha direito às terras localizadas ao sul do rio Oiapoque, antes pertencentes ao Império
Português.

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b) depois da derrota das tropas francesas que haviam invadido parte do território do Amapá,
avançando até o rio Araguari, e foram vencidas pelo Exército Brasileiro, com a colaboração de
milícias armadas enviadas pela Guiana e pelo Suriname.
c) mediante um acordo pacífico entre a França e o Brasil, que estabeleceu os limites frontei-
riços definitivos, em troca de favorecimentos comerciais envolvendo as cidades de Caiena e
Macapá, bem como a livre navegação dos rios de ambos os territórios envolvidos.
d) durante a Segunda Guerra Mundial, quando França e Brasil apoiaram conjuntamente os Alia-
dos, e cessaram suas disputas por fronteira em nome do Tratado Interamericano de Assistên-
cia Recíproca, firmado no Rio de Janeiro por diversos países sul-americanos.
e) por pressão do governo dos Estados Unidos, interessado na exploração de minério de ferro e
manganês na região, a qual estava sendo prejudicada pelos conflitos territoriais, solucionados
com a vinda de peritos que deram ganho de causa ao Brasil.

004. (ISAE/PM-AM/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


No início da República, os principais problemas de fronteira, na Região Norte, encontravam-se
nos dissídios com a França e a Inglaterra, em função dos limites com as Guianas, e com a Bo-
lívia e o Peru, em razão do Acre.
Na solução da questão do Acre, graças à assinatura do Tratado de Petrópolis, a diplomacia
brasileira baseou-se no seguinte princípio:
a) recorrer à arbitragem internacional como forma eficaz de estabelecer a posse;
b) levantar a nacionalidade dos cidadãos que habitavam a área para definir a posse;
c) marcar um plebiscito para que a população da área em litígio definisse a posse;
d) avaliar a superioridade étnica e econômica dos brasileiros para definir a posse.

005. (UEA/VESTIBULAR/GERAL/2012)

O Teatro Amazonas de Manaus, inaugurado em 31.12.1896, antecipou-se à construção de tea-


tros municipais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Sua construção comprova o surto de desen-
volvimento econômico por que passou a região. O Teatro Amazonas traz informações sobre o
universo cultural das elites amazonenses, principalmente,

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a) no estilo arquitetônico, que emprega elementos clássicos e ecléticos, como colunas.


b) nas suas linhas, que expressam as singularidades arquitetônicas brasileiras.
c) no modernismo, manifestado na despreocupação para com a simetria construtiva.
d) na utilização de material construtivo extraído inteiramente da floresta tropical.
e) no diálogo que mantém com o estilo arquitetônico das ocas indígenas.

006. (UFAM/PSM/2003) “A nova sociedade cabocla, enriquecida pelo comércio da borracha,


esnoba. Substitui a velha tapera de taipa pelos modernos ‘bangalôs’ como forma de esconder
o passado colonial de uma cidade erguida sobre os escombros de um cemitério indígena.”
(FIGUEIREDO, A. N. História Geral do Amazonas)
O autor cita uma transformação na paisagem urbana de Manaus em decorrência da explora-
ção gomífera. Com relação à cidade de Manaus, podemos afirmar que outra transformação
ocorrida no período da borracha foi:
a) A educação formal e a produção intelectual foram banidas institucionalmente, pelo temor de
se tornarem instrumentos de denúncias contra a elite dominante.
b) A valorização da cultura nativa como mercadoria para venda e atração estrangeira.
c) O desaparecimento da massa de trabalhadores urbanos que, após inúmeras greves reprimi-
das, dirigiram-se aos seringais.
d) O vertiginoso crescimento demográfico, de 200.000 para 900.000 habitantes, em virtude da
grande atração gerada pela oferta de empregos nas indústrias emergentes.
e) A construção do Teatro Amazonas, símbolo da “Manaus Dourada”, em contraste com a “Ma-
naus Favelada”, representada pelo surgimento da Cidade Flutuante.

007. (UFAM/PSC/2007)
A Segunda Guerra Mundial trouxe de volta preocupações dos países desenvolvidos com os
estoques mundiais de borracha, gerando novos empreendimentos na Amazônia. Um dos mais
destacados foi a montagem de colônias agrícolas pelos norte americanos. Delas, é corre-
to afirmar:
a) Embora a plantação de seringueiras em Belterra e Fordlândia tenha tido sucesso, foram
abandonadas após a entrada da borracha sintética no mercado mundial.
b) Instaladas em Tomé-Açu, acabaram por dinamizar o cultivo de pimenta do reino, além da
extração de borracha.
c) Tiveram sucesso apenas parcial, já que algumas pragas dizimaram as plantações de For-
dlândia, deixando apenas as cultivadas em Vila Amazônia, no município de Parintins.
d) Localizaram-se em Fordlândia e em Belterra, tendo fracassado no intuito de desenvolver o
cultivo de seringueiras.
e) Foram superadas pelo plantio racional desenvolvido pelos ingleses no Ceilão e na Malásia.

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008. (FGV/PGE/RO-ANALISTA DE PROCURADORIA/2015)


Em função da participação do Brasil na II Guerra Mundial (1939/1945), ocorreu uma segunda
corrente migratória para a região amazônica a fim de aumentar a oferta de mão de obra para
a exploração da borracha. Estima-se o número de seringueiros que chegaram a região em
34.000 pessoas só no ano de 1942.
Em relação a tal processo de migração, é correto afirmar que:
a) a presença de população do sul do país foi a característica principal nesse processo;
b) a presença de retirantes nordestinos foi a tônica desse processo;
c) a presença da população sem-terra da região centro-oeste foi majoritária nesse processo;
d) a presença da população açoriana de Santa Catarina foi a mais importante nesse processo;
e) a presença exclusiva da população paulista foi fundamental para o desenvolvimento des-
se processo.

009. (UFAM/PSC/3ª ETAPA/2014)


A Segunda Guerra Mundial levou os governos de Getulio Vargas e de Franklin D. Roosevelt
à celebração dos Acordos de Washington; formalidade que resultou na chamada Batalha da
Borracha (1942-1945) durante a qual “os nordestinos recrutados para trabalhar nos seringais
foram chamados de soldados da borracha, mas jamais receberam soldo nem medalhas” (NE-
VES, Marcos Vinícius. In: História Viva, n.o 8, 2004).
Assinale a alternativa correta:
a) O governo brasileiro comprometia-se em fornecer aos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra
e França) um mínimo de 100.000 toneladas de borracha silvestre anuais, tal volume deveria
substituir a produção do sudeste asiático, região que estava sob o domínio dos nazi-facistas
japoneses.
b) Com o advento dos Acordos de Washington a Amazônia voltou protagonizar no cenário
mundial, era mais uma oportunidade para o desenvolvimento social e econômico da região,
pois foi nesse período de esplendor cosmopolita que as cidades de Belém e Manaus viveram
a chamada Belle Époque.
c) Os soldados da borracha, também conhecidos por arigós, chegaram a Amazônia em três
grandes levas migratórias administradas pelas seguintes órgãos governamentais: DNI (Depar-
tamento Nacional de Imigração); RDC (Rubber Development Corporation), SEMTA (Serviço Es-
pecial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia) e a CAETA (Comissão Administrati-
va de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia).
d) O número de imigrantes nordestinos que foram deslocados para a Amazônia durante a
Batalha da Borracha é controverso, alguns contam 60.000 ou 100.000 trabalhadores, enquan-
to que Samuel Benchimol no seu livro Romanceiro da Batalha da Borracha estima que pelo
menos 500.000 “soldados da borracha”, recrutados no Nordeste foram encaminhados para
a Amazônia.

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e) O novo fluxo migratório aumentou o número de habitantes da Amazônia, assim como os


resultados da Batalha da Borracha foram satisfatórios, pois o volume da produção de borracha
em 1945, superando as exportações desse produto registrado no ano de 1912, algo em torno
de 43.000 toneladas.

010. (UFAM/PSC/2007)
Em 1924 o Amazonas presenciou uma das mais importantes revoltas tenentistas do Brasil,
com a tomada do poder pelo tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior, que assumiu o desafio da
adoção de impactantes medidas administrativas. Constam dentre elas:
a) A concessão de aumento salarial ao funcionalismo público e a extinção dos partidos
políticos.
b) A expropriação dos bens das elites oligárquicas e a reforma agrária.
c) A anulação de todos os contratos de concessão com as firmas inglesas e norte americanas
d) A instituição do “tributo da redenção” e a extinção da força policial do estado, substituindo-a
por uma “guarda cívica”.
e) A isenção fiscal para que firmas e empresas estrangeiras pudessem atuar no estado.

011. (CESPE/CEBRASPE/CBM/AL-ASPIRANTE DO CORPO DE BOMBEIROS/2017)


Julgue o item a seguir relativo ao processo de independência do Brasil e aos períodos imperial
e republicano da história brasileira.
A denominada Revolução de 1930 resulta de uma série de rebeliões de jovens oficiais do exér-
cito que se opunham ao poder oligárquico da Primeira República e pretendiam moralizar a
administração pública.

012. (CESGRANRIO/TCE-RO/ANALISTA DE SISTEMAS/2007)


“Para reajustar o organismo político às necessidades econômicas de o país garantir as medi-
das apontadas, não se oferecia outra alternativa além da que foi tomada, instaurando- se um
regime forte, de paz, de justiça e de trabalho.” FENELON, Dea. Proclamação de Getúlio Vargas
in 50 Textos da História do Brasil. SP: Hucitec, 1974, p. 159.
Com esta proclamação, irradiada por todo o país, Getúlio Vargas anunciava o Estado Novo.
Assinale, dentre as opções abaixo, a que caracteriza a repercussão dessa ditadura implantada
na região amazônica, em especial, no Território Federal do Guaporé.
a) Todas as decisões políticas referentes ao território eram tomadas pelo Presidente da Repú-
blica e pelo Ministério da Defesa.
b) Os prefeitos dos municípios e os deputados federais eram eleitos por sufrágio univer-
sal direto.
c) O Ministério do Interior era o único responsável pela administração da região da Estrada
de Ferro Madeira- Mamoré, enquanto ao governador cabia a administração do restante do
Território.

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d) Os funcionários públicos, denominados cutubas, eram nomeados pelo governo federal, atra-
vés do voto indireto do colégio eleitoral.
e) O governador era nomeado pelo Presidente da República, não existindo Poder Legislativo
em âmbito estadual ou municipal.

013. (VUNESP/UEA/VESTIBULAR/2012/PROVA 1)
O decênio de 1950, no Brasil, foi um período de transformações econômicas, culturais, políti-
cas, artísticas. Novos padrões de desenvolvimento industrial, a Bossa-Nova, o Cinema Novo
são exemplos dessas modificações que se estenderam aos anos 60. Conectado a esse quadro
amplo de inovações, surgiu, em Manaus, um movimento cultural, o Clube da Madrugada, cujos
protagonistas
a) vinham dos setores sociais marginalizados da sociedade amazonense e procuravam ex-
pressar em seus poemas o modo de falar típico da região.
b) atuavam na imprensa amazonense, ao mesmo tempo em que procuravam difundir para a
população em geral as suas experimentações artísticas.
c) consideravam as expressões culturais do folclore indígena amazonense como fonte exclu-
siva de suas produções artísticas.
d) desenvolveram uma arte literária elitista, com caraterísticas românticas, sem projetos esté-
ticos, políticos e sociais.
e) eram ligados à situação política amazonense e objetivavam empregar os procedimentos
artísticos como meio de propaganda política.

014. (ISAE/PM-AM/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


Com relação à integração da Amazônia às dinâmicas territoriais comandadas pelo Centro-Sul,
analise os trechos a seguir.
I – Um vetor oriental de ocupação estruturou-se a partir da década de 1960. Nas décadas se-
guintes, uma vasta mancha de povoamento, nucleada por áreas de intensa modificação das
paisagens naturais, organizou-se em torno do vetor oriental.
II – Um vetor ocidental de ocupação estruturou- se a partir da década de 1970. A colonização
agrícola impulsionada por imigrantes do Centro- Sul originou dezenas de núcleos urbanos,
dando origem a uma rede urbana original, complexa e diferenciada.
Assinale a alternativa que apresenta os eixos viários que induziram, respectivamente, o vetor
oriental e o vetor ocidental:
a) Belém-Brasília e Brasília-Acre;
b) Transamazônica e Cuiabá-Santarém;
c) Manaus - Boa Vista e Porto Velho - Manaus;
d) Carajás - Itaqui e Ferrovia Norte - Sul.

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015. (CESPE/CEBRASPE/2019/TJ-AM - ASSISTENTE JUDICIÁRIO - SUPORTE AO USUÁRIO DE


INFORMÁTICA)
Com relação a aspectos econômicos de Manaus, julgue o item subsecutivo.
O polo industrial da Zona Franca de Manaus, grande produtor de eletroeletrônicos, motocicle-
tas e bens de informática, além de desenvolvedor de atividades termoplásticas e químicas,
gera números expressivos de empregos e circulação de renda no município e região.

016. (ISAE/PM-AM/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


Um fato responsável pelo agravamento dos problemas espaciais da cidade de Manaus nas
últimas décadas foi a:
a) criação da Região Metropolitana;
b) adoção do Plano Urbanístico;
c) instalação da Zona Franca;
d) política de Desenvolvimento Sustentável.

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QUESTÕES DE CONCURSO
017. (FGV/DPE-RO-ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA/ANALISTA JURÍDICO/2015)
“Há sinais desse movimento desde a época do descobrimento, mas foi no governo de Getúlio
Vargas (1930/1945) que a colonização da floresta passou a ser vista como estratégica para
os interesses nacionais. Era a época da Marcha para o Oeste. (...) Durante a ditadura militar, a
política para a Amazônia ficou conhecida pelo lema ‘Integrar para não Entregar’.“ (Peixoto, Fa-
brícia. Linha do tempo: Entenda como ocorreu a ocupação da Amazônia. Disponível em www.
bbc.co.uk)
A ocupação da Amazônia ganhou fôlego no século XX, como mostra o trecho da reportagem
acima. Sobre as consequências dessa ocupação, pode-se destacar:
a) o desenvolvimento econômico baseado nos princípios da sustentabilidade, que garantiu a
preservação da floresta;
b) a demarcação das terras dos grupos indígenas que viviam na região, evitando conflitos
por terras;
c) a forte deterioração do bioma da região norte, como consequência da exploração desenfre-
ada da região;
d) a adoção de um padrão de transportes ferroviário, distinto do restante do país;
e) a abertura das fronteiras à penetração de países vizinhos que exploravam a região.

018. (FGV/CBM-MA/SOLDADO DO CORPO DE BOMBEIRO/2012)


Observe a imagem a seguir.

Nas primeiras décadas do Brasil republicano, um dos problemas mais graves do sistema elei-
toral eram as fraudes, às quais se refere a charge para a revista Careta (1927).

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A respeito da charge, é correto afirmar que


a) ilustra o controle político que os grandes fazendeiros exerciam sobre os eleitores, conduzin-
do-os a votar nos candidatos que apoiavam.
b) denuncia a falsificação das atas eleitorais, com a alteração do número de votantes, resultan-
do nas “eleições a bico de pena”.
c) representa o mecanismo fraudulento de incluir novos nomes na lista dos votantes, de modo
a aumentar o número de eleitores.
d) critica o recurso conhecido como “degola”, usado para eliminar o candidato eleito conside-
rado não idôneo, anulando sua eleição.
e) mostra a ação dos “fósforos”, isto é, das pessoas que assumiam a identidade de eleitores
mortos ou ausentes para fraudar as eleições.

019. (UNAMA/2011) Em 1904, o escritor Euclides da Cunha esteve em Belém e ficou im-
pressionado.
“Nunca esquecerei a surpresa que me causou aquela cidade. Nunca São Paulo e Rio de Janeiro
terão as suas avenidas monumentais, largas de 40 metros e sombreadas de filas sucessivas
de árvores enormes. Não se imagina no resto do Brasil o que é a cidade de Belém, com os seus
edifícios desmesurados, as suas praças incomparáveis e com a sua gente de hábitos euro-
peus, cavalheira e generosa. Foi a maior surpresa de toda a viagem”.
Euclides da Cunha está descrevendo a cidade de Belém
a) edificada pelo artista italiano Antônio José Landi na segunda metade do século XVIII e que
no início do XX ainda se apresentava como uma cidade moderna.
b) urbanizada no final do século XIX e início do XX pelo intendente Antônio Lemos, cujo gover-
no se norteou sob três pilares: higienização, estética e modernidade.
c) reconstruída pelos governos cabanos, visto que, entre seus planos governamentais estava a
urbanização da velha cidade construída pelos portugueses no século XVII.
d) construída pelos governos que assumiram o poder após a adesão do Pará à independência,
isto porque a cidade ficara destruída pelas lutas que a antecedera.

020. (UFAM/PSC/2005) “Enquanto restrito à crítica de grupos econômicos localizados (...) a


greve dos estivadores poderia ser tolerada e até mesmo incentivada por certos setores da
sociedade (...) [mas] o vigor com que entabulavam suas reivindicações e a capacidade de arti-
culação interna demonstrada pelos trabalhadores, ensejava receios de uma ampliação desme-
dida do movimento paredista que, suscitando apoios e solidariedades de outras categorias e
mostrando-se um caminho alternativo dos trabalhadores para a conquista de melhorias efeti-
vas, poderia por em xeque a própria estrutura social”.
(PINHEIRO, Maria Luiza U. A cidade sobre os ombros: trabalho e conflito no Porto de Manaus
-1889-1925. pp.163/4)

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A autora se refere à greve dos estivadores de Manaus, deflagrada em 1889. A relação entre a
situação descrita no texto e fatos ocorridos na época, é expressa corretamente por:
a) A mecanização dos portos e a queda vertiginosa no crescimento da indústria de pneumá-
ticos reduziram a necessidade dos estivadores, que foram dispensados e reivindicaram suas
recontratações.
b) Os estivadores articulavam-se para combater a concorrência de mão-de-obra com os mi-
grantes nordestinos que, ao chegarem a Manaus, em vez de seguirem para os seringais, em-
pregavam-se nos serviços de estiva.
c) A principal reivindicação dos grevistas era o reajuste do pagamento de suas diárias, depre-
ciadas pelo aumento da jornada de trabalho, não sendo portanto suficientes para acompanhar
a alta do custo de vida.
d) A Associação Comercial do Amazonas deu apoio incondicional aos estivadores temendo
que uma greve prolongada pusesse seus negócios em risco.
e) Atos de repressão violenta levaram à greve geral e à radicalização do movimento dos estiva-
dores que receberam o apoio do Sindicato dos Carroceiros e da Federação Marítima.

021. (INSTITUTO ACESSO/SEDUC-AM/PROFESSOR ENSINO INDÍGENA 20H/HISTÓRIA /2018)


A notícia pode ser boa para quem está esperando uma redução de preços antes de embarcar
na nova geração. A Microsoft recebeu nesta quinta-feira (14), a autorização necessária para
que o Xbox 360 e o Xbox One comecem a ser produzidos na fábrica da Nokia na Zona Franca
de Manaus. A novidade foi publicada pelo Kotaku. Desde 2011, a empresa já possui fabrica-
ção de consoles no país, mas elas funcionam a partir de um contrato de terceirização com a
Flextronics, o que já havia possibilitado a aplicação de um preço menor que o da rival, a Sony.
Agora, tudo muda, já que a Nokia foi comprada pela Microsoft, que passará a usar a unidade
na capital do Amazonas, para produção própria do console. O pedido foi aprovado pela Supe-
rintendência da Zona Franca de Manaus e prevê investimentos de US$ 52 milhões ao longo dos
próximos três anos, dentro dos quais a fabricação nacional deve começar. Ainda não há data
para que a produção inicie por aqui, e menos ainda para uma redução no valor dos consoles
por aqui.”
Fonte: http://newgameplus.com.br/xbox-one-vai-comecar-a-ser-fabricado-em-manaus/ Acesso em 11 de maio
de 2018.

O texto acima, de 2014, informa a produção dos videogames da Microsoft na Zona Franca de
Manaus, fato que barateou o preço dos consoles para os consumidores. Sobre a Zona Franca
de Manaus é INCORRETO afirmar:
a) A Zona Franca de Manaus é um modelo econômico de desenvolvimento que foi instaurado
na cidade de Manaus, em 1967, pelo Decreto-Lei 288, durante o regime militar, mas que já havia
sido planejado desde o governo de Juscelino Kubitschek.

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b) A usina hidrelétrica de Balbina, localizada no Amazonas, foi construída com a finalidade de


abastecer a demanda de energia elétrica da Zona Franca de Manaus. Esse projeto teve ampla
aceitação e, atualmente, a usina é considerada uma das principais hidrelétricas do país.
c) A administração das instalações e serviços da Zona Franca é exercida pela Superintendên-
cia da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).
d) A Zona Franca de Manaus, quando foi implementada, visava à integração entre os Esta-
dos do Norte e tinha o intuito de promover a ocupação da região norte, gerando empregos e
oportunidades.
e) Algumas vantagens decorrentes do estabelecimento da Zona Franca de Manaus são: o de-
senvolvimento comercial e econômico da região, a redução de taxas alfandegárias e a geração
de renda e empregos.

022. (CESPE/CEBRASPE/SEDUC/AM–PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011)


Julgue os itens seguintes, referentes a acontecimentos históricos do Amazonas.
O crescimento econômico da zona franca de Manaus na década de 90 do século XX permitiu
ao governo estadual implantar projetos emigratórios para o interior do estado, o que dinamizou
a redistribuição populacional e ativou o setor agropastoril da região.

023. (ISAE/PM-AM/ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR/2011)


Até meados do século XX, a vida das populações amazônicas se organizou em torno dos rios.
A partir daí, os interesses se deslocaram para as riquezas minerais e pela decisão política de
integrar o espaço amazônico ao resto do país.
Assinale a alternativa que indica o padrão de organização espacial que passou a orientar a
ocupação da Amazônia a partir da segunda metade do século XX:
a) rodovia – várzea - indústria extrativa;
b) rio – várzea - floresta;
c) rodovia - terra firme - agricultura empresarial;
d) rio - terra firme - urbanização

024. (ISAE/PM-AM/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


O período autoritário (1964-1985) promoveu grandes transformações na Amazônia. Os mi-
litares, amparados por uma suposta ameaça de internacionalização, adotaram uma política
de incentivos fiscais e de implantação de grandes projetos para viabilizar o desenvolvimento
econômico da Região Amazônica.
A partir do texto, assinale a alternativa que apresenta a ideia síntese do discurso oficial dos
governos militares.
a) Brasil, ame-o ou deixe-o;
b) A marcha para oeste;
c) Preservar para desenvolver;
d) Integrar para não entregar.

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025. (FUNCAB/SEDS-TO/ASSISTENTE SOCIOEDUCATIVO-TÉCNICO EM ENFERMAGEM/2014)


Funai estima que 69 grupos estejam isolados
A Funai estima que haja no país 69 grupos isolados, espalhados principalmente pelos Estados
da Amazônia Legal – Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia, Amapá, Tocan-
tins e parte do Maranhão. Há indícios de um grupo que viveria nas proximidades da cidade de
Cavalcante, em Goiás.
Segundo o Coordenador-Geral do Departamento de Índios Isolados da Funai, há nove gru-
pos que estão mais vulneráveis às ações predatórias. (Folha de S. Paulo 2 de jun. de 2008.
Adaptado.)
As ações predatórias referidas no texto são promovidas por:
a) fiscais federais
b) outras etnias indígenas.
c) madeireiros.
d) policiais armados

026. (IDECAN/DETRAN-RO/MOTORISTA/2014)
Um marco histórico do desenvolvimento Amazônico completou 100 anos e ex-funcionários
trabalham para preservar a memória da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Essa foi uma gran-
de obra estrangeira construída no Brasil, considerada uma verdadeira loucura: “Construir uma
estrada na floresta, na mais violenta do mundo, é uma aventura que só os grandes titãs ousa-
ram enfrentar”, afirma o historiador Francisco Matias. A estrada mencionada teve um investi-
mento vultoso subvencionado diretamente.

a) pela França.
b) pela Inglaterra.
c) pela Alemanha.
d) pela, então, URSS.
e) pelos Estados Unidos.

027. (CESPE/TCE-RO/CONTADOR/2013)
Tendo em vista que o período da ditadura militar foi marcado por alterações no processo de
ocupação da Amazônia, julgue os itens seguintes, relativos a esse processo.

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Nesse período, adotou-se uma política de reforma agrária com base na propriedade coleti-
va da terra.

028. (CESGRANRIO/TCE-RO/ANALISTA DE SISTEMAS/2007)


A Região Norte do Brasil sempre teve sua economia marcada pelo extrativismo vegetal e, pelas
próprias condições socioespaciais, pela utilização da mão de obra indígena. Contudo, no início
do século XX, duas mudanças são sentidas: o aparecimento de uma mão de obra não indígena
e a queda da borracha no mercado internacional.
Apesar da queda sofrida pela produção amazônica da borracha, um novo surto de exportação
acontece em terras amazônicas nos anos 40 do século XX. Assinale a opção que explica cor-
retamente o fato citado.
a) O trabalho era coletivo, o que beneficiava os investimentos no abastecimento dos seringais
e na comercialização do produto.
b) A criação das reservas extrativistas comunitárias facilitou a sustentabilidade do uso dos
recursos naturais, o que acarretou o aumento da produção de látex.
c) A descoberta do processo de vulcanização da borracha, em meados do século XX, aumen-
tou a demanda de matéria-prima, não suprida pela produção da Malásia.
d) A entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial desviou os esforços da produção norte-americana
da borracha para a indústria bélica, o que levou o Brasil a retomar seu lugar nas exportações.
e) Com os seringais da Malásia nas mãos dos japoneses, os norte-americanos passaram, por
determinação dos Acordos de Washington, a reativar a exploração e o fornecimento da borra-
cha para as suas indústrias.

029. (UEA/VESTIBULAR/GERAL/2012)
As migrações nordestinas para a região amazônica foram motivadas por fatores de expulsão
de indivíduos de suas sociedades de origem e fatores de atração concernentes à Amazônia. A
migração foi particularmente acentuada no final do século XIX e voltou a se intensificar duran-
te a Segunda Guerra Mundial, como resultado
a) da diminuição das exportações brasileiras de carne e couro de ovinos e da consolidação da
produção do cacau na Amazônia.
b) da urbanização das regiões do Nordeste e da procura de mão de obra especializada pela
indústria têxtil na Amazônia.
c) das sucessivas guerras sertanejas, produzidas por razões religiosas, e dos desmatamentos
na Amazônia.
d) do desenvolvimento do capitalismo no interior do Nordeste e da fragilidade da economia
amazônica no cenário internacional.
e) da gravidade das secas no sertão nordestino e dos vínculos da economia extrativista com
mercados internacionais.

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030. (UFAM/PSC/2006)
A chamada “Batalha da Borracha” refere-se:
a) As disputas por mercados entre a borracha extrativa da Amazônia e a borracha cultivada do
Ceilão e da Malásia;
b) Ao processo que culminou com a anexação do Acre ao Brasil;
c) Aos conflitos armados entre seringueiros e índios do vale do rio Purus;
d) A retomada do processo extrativo vinculado ao esforço de guerra que visava aumentar os
estoques do produto para os aliados durante a 2ª Guerra Mundial;
e) As disputas fiscais entre os estados do Pará e Amazonas pela cobrança dos impostos da
borracha oriunda do então Território do Acre.

031. (ISAE/PM-AM/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


Crescimento demográfico de Manaus:
Ano -------- População aproximada
1950 ------- 280.000
1960 ------- 321.000
1970 ------- 473.000
1980 ------- 922.000
1990 ------- 1.011.000
2000 ------- 1.347.000
2010 ------- 1.802.000
Assinale a alternativa que indica a década de maior crescimento relativo e a razão que o
justifica.
a) 1970/79 – as políticas públicas de incentivo à Zona Franca;
b) 1980/89 – os investimentos externos devido aos choques do petróleo;
c) 1990/99 – a abertura da economia brasileira graças à legislação liberalizante;
d) 2000/09 – o protecionismo estatal estimulando o investimento do capital especulativo.

032. (FCC/TCE/AP-ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO-CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2012)


Considere as seguintes afirmações sobre a história do Amapá.
I – A costa do Amapá foi descoberta pelo espanhol Vicente Pinzón.
II – Pelo Tratado de Tordesilhas apenas metade do atual espaço amapaense era de Portugal.
III – Durante séculos, ocorreram disputas entre brasileiros e ingleses pela delimitação das
fronteiras.
IV – Em meados do século XVIII, o Marques de Pombal ordenou o povoamento de Macapá com
colonos açorianos.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e II.
b) I e III.

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c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

033. (FCC/PREFEITURA DE MACAPÁ–AP/ADMINISTRADOR HOSPITALAR/ 2018)


As políticas do regime militar para a Região Amazônica, em nome da integração nacional e mo-
dernização econômica da região, tiveram forte impacto no então Território do Amapá, e foram
marcadas pelas seguintes medidas:
a) Repressão política a grileiros, reforma agrária e criação da Zona Franca da Foz do Amazonas.
b) Incentivos fiscais, política de distribuição de lotes de terra e abertura de estradas.
c) Construção de conjuntos habitacionais, criação de zonas industriais e construção de quar-
téis na Calha Norte.
d) Intervenção federal, militarização da atividade mineradora e programa de desmatamento
controlado.
e) Estatização da pesca da Lagosta, criação de zonas de preservação ambiental e introdução
da mineração

034. (FCC/TCE/AP-TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO/2012)


Na disputa final pela posse do território que mais tarde comporia o estado do Amapá, em 1899,
teve grande importância a argumentação apresentada
a) por Francisco Xavier da Veiga Cabral.
b) pelo senador Candido Mendes Ferreira.
c) por Joaquim Caetano da Silva.
d) pelo Barão do Rio Branco.
e) por João Severiano Maciel.

035. (FGV/FISCAL DA RECEITA FEDERAL/2010)


No final do século XIX, o Brasil e a França envolveram-se numa disputa com relação a demar-
cação dos limites entre o Amapá e a Guiana Francesa - a chamada Questão do Amapá. A ar-
gumentação brasileira estava centralizada na localização de um rio e no texto de um tratado.
O rio e o tratado são, respectivamente:
a) Calçoene e Westfália.
b) Oiapoque e Utrecht.
c) Araguari e Madrid.
d) Oiapoque e Santo Ildefonso.
e) Caciporé e Westfália.

036. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA–RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018)


Entre 1907 e 1915, Cândido Rondon comandou a Comissão de Linhas Telegráficas Estratégi-
cas do Mato Grosso ao Amazonas. A respeito dessa iniciativa, assinale a afirmativa correta.

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a) Estendeu a linha telegráfica entre Campo Grande e Santo Antônio do Madeira, superando o
isolamento da região.
b) Contribuiu para a formação de povoados, como Marco Rondon, Cacoal, Colorado do Oeste
e Rolim de Moura.
c) Complementou o telégrafo com rádios de poste, para maior alcance social na transmissão
de informações.
d) Incluiu o levantamento topográfico e a demarcação de fronteiras, além de pesquisas etno-
gráficas, linguísticas e geológicas.
e) Integrou os “sertões do noroeste” ao sistema produtivo nacional, abrindo linhas de escoa-
mento para a borracha.

037. (CESPE/CEBRASPE/TCE/RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013)


Julgue os itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
Na solução da questão da disputa com a Bolívia pelo território que hoje corresponde ao estado
do Acre, o governo brasileiro comprometeu-se a construir uma ferrovia para ligar o porto de
Santo Antônio, localizado no rio Madeira, até Guajará-Mirim, no rio Mamoré.

038. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA–RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018)


A partir de 1970, o então Território Federal de Rondônia foi objeto de uma política territorial que
se concretizou na implantação de projetos de colonização agrícola, objetivando proporcionar o
acesso à terra para milhares de famílias camponesas. O governo federal organizou e estimulou
a migração regional e a ocupação das terras, além de orientar o uso do território e sua produ-
ção para a economia de mercado.
As afirmativas a seguir descrevem consequências dessa política territorial em Rondônia, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) A introdução de uma nova política indigenista, pela qual o indígena é um cidadão pleno, com
direito à propriedade sobre as terras das reservas, agora mercantilizadas.
b) A substituição progressiva da economia extrativista pela agricultura camponesa e empresa-
rial, promovendo um uso capitalista da terra na região.
c) A redução da massa florestal, substituída por áreas agrícolas voltadas fortemente para a
agropecuária e obtidas por meio de desmatamento e queimadas.
d) A criação de assentamentos rurais, destinados a famílias de camponeses migrantes, que
ajudaram a desenvolver uma agricultura caracterizada pelo trabalho familiar camponês.
e) A transformação da rede de circulação, do predomínio fluvial à combinação deste com o
sistema rodoviário, responsável pelo aumento dos fluxos populacionais e de mercadorias.

039. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA–RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018)


A respeito da colonização da Amazônia enquanto política de Estado no período da Ditadura
Militar (1964-1985), relacione as iniciativas estatais, listadas a seguir, à respectiva descrição
de seus objetivos.

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Daniel Vasconcellos

1. SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), em 1966.


2. PIN (Programa de Integração Nacional), em 1970.
3. PICs (Projetos Integrados de Colonização), entre 1970-75.
4. POLAMAZÔNIA (Programa de Polos Agropecuários e Agro minerais da Amazônia), em 1974.

( ) Induzir a alocação de colonos do centro-sul em lotes próximos a estradas vicinais e


escolas, além de fornecer assistência em saúde, educação e orientação técnica.
( ) Estabelecer incentivos fiscais para atrair investidores privados, nacionais e internacio-
nais que financiassem o desenvolvimento econômico na região.
( ) Assentar camponeses nordestinos em lotes de 100 ha ao longo das rodovias em cons-
trução, a Transamazônica e a Cuiabá-Santarém.
( ) implantar polos agrícolas regionais para incentivar a fixação populacional em áreas de
mineração e de interesse estratégico.

Assinale a opção que apresenta a sequência correta, segundo a ordem apresentada.


a) 1, 2, 3 e 4.
b) 1, 3, 4 e 2.
c) 2, 4, 1 e 3.
d) 3, 1, 2, e 4.
e) 4, 2, 3 e 1.

040. (FGV/SEFIN/RO-TÉCNICO TRIBUTÁRIO/2018)


Assinale a opção que indica corretamente políticas federais voltadas para a integração do atu-
al território rondoniense ao resto do país, no período militar (1964-1985).
a) A abertura de rodovias, como a BR-364, para aumentar o povoamento da região e permitir o
desmembramento do Estado de Rondônia do de Mato Grosso.
b) Os projetos integrados de colonização, como os do Incra, para organizar a ocupação de es-
paços considerados vazios e alavancar a produção agrícola.
c) A instalação de usinas hidrelétricas, como a de Samuel, para abastecer as indústrias extra-
tivistas de borracha, cassiterita e diamantes.
d) Os projetos industriais, como o Polo-noroeste, para financiar o agronegócio da soja e conce-
der isenção fiscal para a abertura de grandes empreendimentos na região.
e) Os programas sustentáveis, como o Planaforo, voltados para a demarcação de unidades de
preservação e assentamentos quilombolas.

041. (FGV/PGE/RO-ANALISTA DE PROCURADORIA/2015)


A partir do século XX, diversos governos brasileiros determinaram a execução de uma política
de ocupação e exploração da Região Amazônica. O período varguista (1930/1945) e o Regime
Militar (1964/1985) foram dois desses períodos com projetos audaciosos de integração da

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região amazônica ao restante do país. Dentre as consequências desse processo, percebe-se a


deterioração da região norte em função de vários aspectos, sendo um dos mais importantes:
a) a falta de um equilíbrio entre os projetos de exploração da região amazônica e a preservação
da região;
b) a opção prioritária pelos projetos ferroviários para interligar a região;
c) o monopólio do capital estrangeiro sobre a exploração da região amazônica;
d) o interesse exclusivo no desenvolvimento do transporte naval na região;
e) a exclusividade dada ao capital externo na exploração da atividade mineradora.

042. (UNCISAL/VESTIBULAR - 1º DIA/2016) O ciclo da borracha foi um importante momento


da história econômica e social do Brasil. Esse período está relacionado com a extração e a
comercialização da borracha. [...] Seu marco ocorreu na região amazônica, proporcionando a
expansão da colonização. Tal fato acarretou grandes transformações socioculturais, forman-
do vilas e povoados, na beira de rios, que depois se transformaram em cidades. Manaus, Porto
Velho e Belém, entre outras, foram algumas das cidades que enriqueceram expressivamente
durante o breve ciclo. D’AGOSTINI, S. et al. Ciclo econômico da borracha – seringueira.
Páginas do Inst. Biol., São Paulo, v. 9, n.1, p. 6-14, jan./jun., 2013.
Esse ciclo econômico provocou
a) o estabelecimento de uma política de ocupação territorial para a Amazônia baseada na pre-
ocupação com o meio ambiente.
b) o aumento da demanda brasileira por equipamentos industriais necessários à extra-
ção do látex.
c) a reordenação do espaço amazônico, que passou a ter sua economia voltada para o merca-
do interno.
d) a inserção do Brasil no mercado mundial de borracha, dominado até então pelos ingleses.
e) a “Questão do Acre”, resolvida com a assinatura do tratado de Petrópolis.

043. (FUNCAB/SESACRE - TÉCNICO EM ENFERMAGEM/2013)


“[...] A negociação que se abriu [...] entre o Brasil e a Bolívia permitiu a solução consagrada pelo
Tratado de Petrópolis, que dispunha a incorporação ao Brasil de 190.000 km² de territórios de
população brasileira, a cessão à Bolívia de pouco mais de 3.000 km², o pagamento de 2 mi
lhões de l ibras (hoje correspondentes a quase 180 milhões de dólares) a título de compen-
sação pela permuta desigual [...]” (RICUPERO, Rubens. Rio Branco:o Brasil no mundo. Rio de
Janeiro: Contraponto – Petrobrás, 2000, p. 31).
Com o Tratado de Petrópolis, além das negociações a que o texto se refere, o Brasil assumiu
coma Bolívia o compromisso de:
a) construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
b) gerar energia elétrica para as províncias bolivianas.
c) proteger as reservas indígenas contra a expansão agrícola.

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d) criar unidades de conservação em 30% do território acreano.


e) liberar a aquisição de terras brasileiras por empresas bolivianas.

044. (FGV/TJ/RO-TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015)


A presença da exploração da borracha no Vale do Madeira impulsionou a prosperidade eco-
nômica da região em razão da grande demanda internacional por esse produto entre o final
do século XIX e o início do século XX. Em relação à mão de obra utilizada na região, é correto
afirmar que:
a) a imigração de europeus foi decisiva para suprir a necessidade de mão de obra na região;
b) a presença de imigrantes asiáticos foi a saída encontrada para a mão de obra da região;
c) a migração da população gaúcha e catarinense supriu a necessidade de mão de obra
da região;
d) a migração da população oriunda dos grandes centros urbanos do Sudeste atendeu à de-
manda da região;
e) a migração da população do nordeste foi a solução para suprir a necessidade de mão de
obra da região.

045. (FUNRIO/SESAU/RO–ADMINISTRADOR/2017)
A história da construção da ferrovia Madeira-Mamoré passa pela questão do Acre (1899-1902),
que ocasionou a assinatura de um importante tratado em 1903. Esse tratado define a compra
da Região do Acre por 2 milhões de libras esterlinas e viabiliza a construção da Estrada de
Ferro Madeira-Mamoré por parte do governo brasileiro, então vivamente interessado na explo-
ração da borracha do Acre e do noroeste boliviano.
Esse documento é conhecido como Tratado de:
a) Madri.
b) Petrópolis.
c) Paris.
d) São Paulo.
e) Manaus.

046. (CESPE/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012)

O texto acima se refere à

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a) Rodovia Transamazônica.
b) Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
c) Usina Hidrelétrica de Jirau.
d) Reserva Ecológica Nacional Ouro Preto do Oeste.
e) Estrada de Ferro Carajás.

047. (FGV/SEFIN-RO/CONTADOR/2018)
A Questão Acreana foi resolvida, diplomaticamente, graças à intervenção do Barão do Rio
Branco, que obteve a assinatura do Tratado de Petrópolis entre os governos do Brasil e da Bo-
lívia, em 1903.
Sobre os objetivos alcançados com a assinatura desse tratado, assinale a afirmativa correta.
a) O alcance do Atlântico e do Caribe pelos bolivianos, através do acesso ao Rio Amazonas.
b) O arrendamento do controle das alfândegas entre os dois países por uma concessionária
norte-americana.
c) O compromisso boliviano de financiar a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
d) A abertura do Rio Amazonas à navegação das nações da América do Sul.
e) A permuta de territórios e outras compensações, estabelecendo novos limites entre o Brasil
e a Bolívia.

048. (FGV/SEFIN-RO/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/2018)


As opções a seguir caracterizam corretamente os impactos da produção de borracha em larga
escala na Amazônia, entre 1870 e 1920, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Impulsionou o surgimento de cidades e povoados e alimentou os processos de urbanização
em cidades já existentes, como Belém e Manaus.
b) Atraiu uma migração de nordestinos para extração da borracha, principalmente do Ceará,
que sofria as consequências das secas do final do século XIX.
c) Incentivou a construção de uma ferrovia ao longo dos rios Madeira e Mamoré, com o propó-
sito de escoar a borracha e outros produtos amazônicos para os portos do Pacífico.
d) Resultou em conflitos e disputas fronteiriças em função da busca, por trabalhadores brasi-
leiros, de novas seringueiras nas florestas do território da Bolívia.
e) Implementou relações de trabalho baseadas na interdependência entre seringueiros, aviado-
res e casas exportadora

049. (FGV/AL-RO/CONSULTOR LEGISLATIVO-ASSESSORAMENTO EM ORÇAMENTOS/2018)


A demanda da borracha nos países industrializados desencadeou o primeiro Ciclo da Borra-
cha, entre 1877 e 1912. Sobre a expansão da produção gomífera nesse período, assinale a
afirmativa correta.
a) O deslocamento de grande contingente de mão de obra para sua exploração, sobretudo in-
dígenas, por estarem mais aptos para a extração do látex.

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b) O enriquecimento e as transformações urbanas de Porto Velho, Manaus e Belém, principais


portos de exportação do látex para a Europa, a Ásia e os Estados Unidos.
c) A incorporação de novas áreas de exploração e a ocupação de parte do território da Bolívia
por brasileiros, tensionando a relação entre os dois países.
d) O desenvolvimento do sistema de aviamento, que financiava a compra de terras e de equi-
pamentos para a produção e a exportação da borracha para os seringalistas.
e) A introdução da monocultura da seringueira, facilitada pela fertilidade do solo e pela abertu-
ra de clareiras na floresta, garantindo ao Brasil o monopólio da produção gomífera.

050. (FGV/AL-RO/ASSISTENTE LEGISLATIVO/2018)


Leia as afirmativas a respeito do auge do primeiro ciclo da borracha (1879-1912) e assinale V
para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
I – ( ) A partir da segunda metade do século XIX, em função da crescente demanda inter-
nacional por borracha, os seringalistas recrutaram grande quantidade de nordestinos para a
extração do látex nos Vales do Juruá e Purus, com a ajuda financeira das Casas Aviadoras de
Manaus e Belém.
II – ( ) De 1877 até 1911, houve um aumento considerável na produção da borracha que, devido
às técnicas de extração então empregadas, estava associado à expansão do sistema de culti-
vo intensivo das seringueiras.
III – ( ) Como a mão de obra disponível na região foi direcionado para a extração do látex, ocor-
reu uma diminuição da produção agrícola e as Casas Aviadoras passaram a fornecer também
gêneros agrícolas.
As afirmativas são, respectivamente,
a) V - V - F.
b) V - F - F.
c) F - F - V.
d) V - F - V.
e) F - V - F.

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GABARITO
1. b 37. C
2. c 38. a
3. a 39. d
4. a 40. b
5. a 41. a
6. e 42. e
7. d 43. a
8. b 44. e
9. c 45. b
10. d 46. b
11. C 47. e
12. e 48. c
13. b 49. c
14. a 50. d
15. C
16. c
17. c
18. a
19. b
20. c
21. b
22. E
23. c
24. d
25. c
26. e
27. E
28. e
29. e
30. d
31. a
32. c
33. b
34. d
35. b
36. d

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GABARITO COMENTADO
017. (FGV/DPE-RO-ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA/ANALISTA JURÍDICO/2015)
“Há sinais desse movimento desde a época do descobrimento, mas foi no governo de Getúlio
Vargas (1930/1945) que a colonização da floresta passou a ser vista como estratégica para
os interesses nacionais. Era a época da Marcha para o Oeste. (...) Durante a ditadura militar, a
política para a Amazônia ficou conhecida pelo lema ‘Integrar para não Entregar’.“ (Peixoto, Fa-
brícia. Linha do tempo: Entenda como ocorreu a ocupação da Amazônia. Disponível em www.
bbc.co.uk)
A ocupação da Amazônia ganhou fôlego no século XX, como mostra o trecho da reportagem
acima. Sobre as consequências dessa ocupação, pode-se destacar:
a) o desenvolvimento econômico baseado nos princípios da sustentabilidade, que garantiu a
preservação da floresta;
b) a demarcação das terras dos grupos indígenas que viviam na região, evitando conflitos
por terras;
c) a forte deterioração do bioma da região norte, como consequência da exploração desenfre-
ada da região;
d) a adoção de um padrão de transportes ferroviário, distinto do restante do país;
e) a abertura das fronteiras à penetração de países vizinhos que exploravam a região.

Os impactos ambientais do desenvolvimento desenfreado da região norte são visíveis.


Letra c.

018. (FGV/CBM-MA/SOLDADO DO CORPO DE BOMBEIRO/2012)


Observe a imagem a seguir.

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Nas primeiras décadas do Brasil republicano, um dos problemas mais graves do sistema elei-
toral eram as fraudes, às quais se refere a charge para a revista Careta (1927).
A respeito da charge, é correto afirmar que
a) ilustra o controle político que os grandes fazendeiros exerciam sobre os eleitores, conduzin-
do-os a votar nos candidatos que apoiavam.
b) denuncia a falsificação das atas eleitorais, com a alteração do número de votantes, resultan-
do nas “eleições a bico de pena”.
c) representa o mecanismo fraudulento de incluir novos nomes na lista dos votantes, de modo
a aumentar o número de eleitores.
d) critica o recurso conhecido como “degola”, usado para eliminar o candidato eleito conside-
rado não idôneo, anulando sua eleição.
e) mostra a ação dos “fósforos”, isto é, das pessoas que assumiam a identidade de eleitores
mortos ou ausentes para fraudar as eleições.

O “voto de cabresto” era um meio de os coronéis controlarem o resultado das eleições. Como
o coronel era uma líder político local, usava seu poder para obrigar aqueles que dependiam de
sua atividade econômica a votarem em seus candidatos.
Letra a.

019. (UNAMA/2011) Em 1904, o escritor Euclides da Cunha esteve em Belém e ficou im-
pressionado.
“Nunca esquecerei a surpresa que me causou aquela cidade. Nunca São Paulo e Rio de Janeiro
terão as suas avenidas monumentais, largas de 40 metros e sombreadas de filas sucessivas
de árvores enormes. Não se imagina no resto do Brasil o que é a cidade de Belém, com os seus
edifícios desmesurados, as suas praças incomparáveis e com a sua gente de hábitos euro-
peus, cavalheira e generosa. Foi a maior surpresa de toda a viagem”.
Euclides da Cunha está descrevendo a cidade de Belém
a) edificada pelo artista italiano Antônio José Landi na segunda metade do século XVIII e que
no início do XX ainda se apresentava como uma cidade moderna.
b) urbanizada no final do século XIX e início do XX pelo intendente Antônio Lemos, cujo gover-
no se norteou sob três pilares: higienização, estética e modernidade.
c) reconstruída pelos governos cabanos, visto que, entre seus planos governamentais estava a
urbanização da velha cidade construída pelos portugueses no século XVII.
d) construída pelos governos que assumiram o poder após a adesão do Pará à independência,
isto porque a cidade ficara destruída pelas lutas que a antecedera.

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Belém, assim como Manaus, devido ao ciclo da borracha, apresentava uma organização urba-
na cosmopolita.
Letra b.

020. (UFAM/PSC/2005) “Enquanto restrito à crítica de grupos econômicos localizados (...) a


greve dos estivadores poderia ser tolerada e até mesmo incentivada por certos setores da
sociedade (...) [mas] o vigor com que entabulavam suas reivindicações e a capacidade de arti-
culação interna demonstrada pelos trabalhadores, ensejava receios de uma ampliação desme-
dida do movimento paredista que, suscitando apoios e solidariedades de outras categorias e
mostrando-se um caminho alternativo dos trabalhadores para a conquista de melhorias efeti-
vas, poderia por em xeque a própria estrutura social”.
(PINHEIRO, Maria Luiza U. A cidade sobre os ombros: trabalho e conflito no Porto de Manaus
-1889-1925. pp.163/4)
A autora se refere à greve dos estivadores de Manaus, deflagrada em 1889. A relação entre a
situação descrita no texto e fatos ocorridos na época, é expressa corretamente por:
a) A mecanização dos portos e a queda vertiginosa no crescimento da indústria de pneumá-
ticos reduziram a necessidade dos estivadores, que foram dispensados e reivindicaram suas
recontratações.
b) Os estivadores articulavam-se para combater a concorrência de mão-de-obra com os mi-
grantes nordestinos que, ao chegarem a Manaus, em vez de seguirem para os seringais, em-
pregavam-se nos serviços de estiva.
c) A principal reivindicação dos grevistas era o reajuste do pagamento de suas diárias, depre-
ciadas pelo aumento da jornada de trabalho, não sendo portanto suficientes para acompanhar
a alta do custo de vida.
d) A Associação Comercial do Amazonas deu apoio incondicional aos estivadores temendo
que uma greve prolongada pusesse seus negócios em risco.
e) Atos de repressão violenta levaram à greve geral e à radicalização do movimento dos estiva-
dores que receberam o apoio do Sindicato dos Carroceiros e da Federação Marítima.

Os estivadores entraram em greve em 1889 com o objetivo de reivindicar uma melhor corres-
pondência entre seu trabalho e custo de vida com os salários que recebiam. O trabalho do
estivador era fundamental no contexto do ciclo econômico da borracha e no desenvolvimento
em geral da região amazônica, haja vista que empregava sua força de trabalho no transporte
de cargas.
Letra c.

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021. (INSTITUTO ACESSO/SEDUC-AM/PROFESSOR ENSINO INDÍGENA 20H/HISTÓRIA /2018)


A notícia pode ser boa para quem está esperando uma redução de preços antes de embarcar
na nova geração. A Microsoft recebeu nesta quinta-feira (14), a autorização necessária para
que o Xbox 360 e o Xbox One comecem a ser produzidos na fábrica da Nokia na Zona Franca
de Manaus. A novidade foi publicada pelo Kotaku. Desde 2011, a empresa já possui fabrica-
ção de consoles no país, mas elas funcionam a partir de um contrato de terceirização com a
Flextronics, o que já havia possibilitado a aplicação de um preço menor que o da rival, a Sony.
Agora, tudo muda, já que a Nokia foi comprada pela Microsoft, que passará a usar a unidade
na capital do Amazonas, para produção própria do console. O pedido foi aprovado pela Supe-
rintendência da Zona Franca de Manaus e prevê investimentos de US$ 52 milhões ao longo dos
próximos três anos, dentro dos quais a fabricação nacional deve começar. Ainda não há data
para que a produção inicie por aqui, e menos ainda para uma redução no valor dos consoles
por aqui.”
Fonte: http://newgameplus.com.br/xbox-one-vai-comecar-a-ser-fabricado-em-manaus/ Acesso em 11 de maio
de 2018.

O texto acima, de 2014, informa a produção dos videogames da Microsoft na Zona Franca de
Manaus, fato que barateou o preço dos consoles para os consumidores. Sobre a Zona Franca
de Manaus é INCORRETO afirmar:
a) A Zona Franca de Manaus é um modelo econômico de desenvolvimento que foi instaurado
na cidade de Manaus, em 1967, pelo Decreto-Lei 288, durante o regime militar, mas que já havia
sido planejado desde o governo de Juscelino Kubitschek.
b) A usina hidrelétrica de Balbina, localizada no Amazonas, foi construída com a finalidade de
abastecer a demanda de energia elétrica da Zona Franca de Manaus. Esse projeto teve ampla
aceitação e, atualmente, a usina é considerada uma das principais hidrelétricas do país.
c) A administração das instalações e serviços da Zona Franca é exercida pela Superintendên-
cia da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).
d) A Zona Franca de Manaus, quando foi implementada, visava à integração entre os Esta-
dos do Norte e tinha o intuito de promover a ocupação da região norte, gerando empregos e
oportunidades.
e) Algumas vantagens decorrentes do estabelecimento da Zona Franca de Manaus são: o de-
senvolvimento comercial e econômico da região, a redução de taxas alfandegárias e a geração
de renda e empregos.

Inaugurada no final da década de 1980, Balbina é criticada por ter um alto custo e ter causado
um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil. Tendo cada uma das cinco unida-
des geradoras uma capacidade de até 55 MW de energia elétrica, totalizando 275 MW, a usina
é citada como um erro histórico por cientistas e gestores por sua baixa geração de energia em
relação à área alagada, e pelas consequências disso.
Letra b.

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022. (CESPE/CEBRASPE/SEDUC/AM–PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011)


Julgue os itens seguintes, referentes a acontecimentos históricos do Amazonas.
O crescimento econômico da zona franca de Manaus na década de 90 do século XX permitiu
ao governo estadual implantar projetos emigratórios para o interior do estado, o que dinamizou
a redistribuição populacional e ativou o setor agropastoril da região.

A afirmativa é contraditória. Como o dinamismo econômico em Manaus, decorrente da Zona


Franca, poderia promover o êxodo da cidade? Ao contrário, Manaus é um polo de atração po-
pulacional.
Errado.

023. (ISAE/PM-AM/ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR/2011)


Até meados do século XX, a vida das populações amazônicas se organizou em torno dos rios.
A partir daí, os interesses se deslocaram para as riquezas minerais e pela decisão política de
integrar o espaço amazônico ao resto do país.
Assinale a alternativa que indica o padrão de organização espacial que passou a orientar a
ocupação da Amazônia a partir da segunda metade do século XX:
a) rodovia – várzea - indústria extrativa;
b) rio – várzea - floresta;
c) rodovia - terra firme - agricultura empresarial;
d) rio - terra firme - urbanização

A partir do governo JK, passando pelos governos militares, as políticas de colonização da


região foram embasadas em projetos de integração. Daí a construção de BR’s, como a Tran-
samazônica.
Letra c.

024. (ISAE/PM-AM/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


O período autoritário (1964-1985) promoveu grandes transformações na Amazônia. Os mi-
litares, amparados por uma suposta ameaça de internacionalização, adotaram uma política
de incentivos fiscais e de implantação de grandes projetos para viabilizar o desenvolvimento
econômico da Região Amazônica.
A partir do texto, assinale a alternativa que apresenta a ideia síntese do discurso oficial dos
governos militares.
a) Brasil, ame-o ou deixe-o;
b) A marcha para oeste;
c) Preservar para desenvolver;
d) Integrar para não entregar.

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Essa é fácil, exige mais sua capacidade de interpretação. O trecho “amparados por uma supos-
ta ameaça de internacionalização” permite deduzir a afirmativa d.
Letra d.

025. (FUNCAB/SEDS-TO/ASSISTENTE SOCIOEDUCATIVO-TÉCNICO EM ENFERMAGEM/2014)


Funai estima que 69 grupos estejam isolados
A Funai estima que haja no país 69 grupos isolados, espalhados principalmente pelos Estados
da Amazônia Legal – Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia, Amapá, Tocan-
tins e parte do Maranhão. Há indícios de um grupo que viveria nas proximidades da cidade de
Cavalcante, em Goiás.
Segundo o Coordenador-Geral do Departamento de Índios Isolados da Funai, há nove gru-
pos que estão mais vulneráveis às ações predatórias. (Folha de S. Paulo 2 de jun. de 2008.
Adaptado.)
As ações predatórias referidas no texto são promovidas por:
a) fiscais federais
b) outras etnias indígenas.
c) madeireiros.
d) policiais armados

Outra questão de fácil resolução. Ora, das alternativas a única que apresenta atividade preda-
tória é a letra c.
Letra c.

026. (IDECAN/DETRAN-RO/MOTORISTA/2014)
Um marco histórico do desenvolvimento Amazônico completou 100 anos e ex-funcionários
trabalham para preservar a memória da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Essa foi uma gran-
de obra estrangeira construída no Brasil, considerada uma verdadeira loucura: “Construir uma
estrada na floresta, na mais violenta do mundo, é uma aventura que só os grandes titãs ousa-
ram enfrentar”, afirma o historiador Francisco Matias. A estrada mencionada teve um investi-
mento vultoso subvencionado diretamente.

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a) pela França.
b) pela Inglaterra.
c) pela Alemanha.
d) pela, então, URSS.
e) pelos Estados Unidos.

No início de 1907, o contrato para a construção da ferrovia foi encampado pelo empreendedor
estadunidense Percival Farquhar. Foi a primeira grande obra de engenharia civil estadunidense
fora dos EUA após o início das obras de construção do Canal do Panamá,
Letra e.

027. (CESPE/TCE-RO/CONTADOR/2013)
Tendo em vista que o período da ditadura militar foi marcado por alterações no processo de
ocupação da Amazônia, julgue os itens seguintes, relativos a esse processo.
Nesse período, adotou-se uma política de reforma agrária com base na propriedade coleti-
va da terra.

Temendo uma possível internacionalização da floresta, os militares promoveram diversas


obras de infraestrutura para integrar a Amazônia ao restante do país, a principal delas foi a
Transamazônica. A ordem era “Integrar para não Entregar”. Contudo, a oferta de terras pelo
governo atendia aos interesses de grandes proprietários. Portanto, não houve propriedade co-
letiva da terra.
Errado.

028. (CESGRANRIO/TCE-RO/ANALISTA DE SISTEMAS/2007)


A Região Norte do Brasil sempre teve sua economia marcada pelo extrativismo vegetal e, pelas
próprias condições socioespaciais, pela utilização da mão de obra indígena. Contudo, no início
do século XX, duas mudanças são sentidas: o aparecimento de uma mão de obra não indígena
e a queda da borracha no mercado internacional.
Apesar da queda sofrida pela produção amazônica da borracha, um novo surto de exportação
acontece em terras amazônicas nos anos 40 do século XX. Assinale a opção que explica cor-
retamente o fato citado.
a) O trabalho era coletivo, o que beneficiava os investimentos no abastecimento dos seringais
e na comercialização do produto.
b) A criação das reservas extrativistas comunitárias facilitou a sustentabilidade do uso dos
recursos naturais, o que acarretou o aumento da produção de látex.

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c) A descoberta do processo de vulcanização da borracha, em meados do século XX, aumen-


tou a demanda de matéria-prima, não suprida pela produção da Malásia.
d) A entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial desviou os esforços da produção norte-americana
da borracha para a indústria bélica, o que levou o Brasil a retomar seu lugar nas exportações.
e) Com os seringais da Malásia nas mãos dos japoneses, os norte-americanos passaram, por
determinação dos Acordos de Washington, a reativar a exploração e o fornecimento da borra-
cha para as suas indústrias.

Durante a Guerra, os japoneses dominaram o sudeste asiático, produtor de borracha. Os Esta-


dos Unidos, necessitando suprir a demanda de borracha tomada pelos japoneses, realizou os
Acordos de Washington com o Brasil, pelo qual o Brasil forneceria a borracha da Amazônia aos
norte-americanos.
Letra e.

029. (UEA/VESTIBULAR/GERAL/2012)
As migrações nordestinas para a região amazônica foram motivadas por fatores de expulsão
de indivíduos de suas sociedades de origem e fatores de atração concernentes à Amazônia. A
migração foi particularmente acentuada no final do século XIX e voltou a se intensificar duran-
te a Segunda Guerra Mundial, como resultado
a) da diminuição das exportações brasileiras de carne e couro de ovinos e da consolidação da
produção do cacau na Amazônia.
b) da urbanização das regiões do Nordeste e da procura de mão de obra especializada pela
indústria têxtil na Amazônia.
c) das sucessivas guerras sertanejas, produzidas por razões religiosas, e dos desmatamentos
na Amazônia.
d) do desenvolvimento do capitalismo no interior do Nordeste e da fragilidade da economia
amazônica no cenário internacional.
e) da gravidade das secas no sertão nordestino e dos vínculos da economia extrativista com
mercados internacionais.

O motivo de repulsão da população do nordeste foi a seca no sertão, enquanto o motivo de


atração foi a atividade extrativista do látex.
Letra e.

030. (UFAM/PSC/2006)
A chamada “Batalha da Borracha” refere-se:
a) As disputas por mercados entre a borracha extrativa da Amazônia e a borracha cultivada do
Ceilão e da Malásia;

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b) Ao processo que culminou com a anexação do Acre ao Brasil;


c) Aos conflitos armados entre seringueiros e índios do vale do rio Purus;
d) A retomada do processo extrativo vinculado ao esforço de guerra que visava aumentar os
estoques do produto para os aliados durante a 2ª Guerra Mundial;
e) As disputas fiscais entre os estados do Pará e Amazonas pela cobrança dos impostos da
borracha oriunda do então Território do Acre.

Recorde comigo: A batalha da borracha se refere aos esforços de produção de borracha reali-
zados pelos “soldados da borracha” a partir das ações do Estado Novo em virtude dos Acordos
de Washington.
Letra d.

031. (ISAE/PM-AM/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2011)


Crescimento demográfico de Manaus:
Ano -------- População aproximada
1950 ------- 280.000
1960 ------- 321.000
1970 ------- 473.000
1980 ------- 922.000
1990 ------- 1.011.000
2000 ------- 1.347.000
2010 ------- 1.802.000
Assinale a alternativa que indica a década de maior crescimento relativo e a razão que o
justifica.
a) 1970/79 – as políticas públicas de incentivo à Zona Franca;
b) 1980/89 – os investimentos externos devido aos choques do petróleo;
c) 1990/99 – a abertura da economia brasileira graças à legislação liberalizante;
d) 2000/09 – o protecionismo estatal estimulando o investimento do capital especulativo.

De acordo com os dados, podemos relacionar a Criação da Zona Franca de Manaus, a partir de
1967, com o grande aumento populacional de Manaus.
Letra a.

032. (FCC/TCE/AP-ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO-CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2012)


Considere as seguintes afirmações sobre a história do Amapá.
I – A costa do Amapá foi descoberta pelo espanhol Vicente Pinzón.
II – Pelo Tratado de Tordesilhas apenas metade do atual espaço amapaense era de Portugal.

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III – Durante séculos, ocorreram disputas entre brasileiros e ingleses pela delimitação das
fronteiras.
IV – Em meados do século XVIII, o Marques de Pombal ordenou o povoamento de Macapá com
colonos açorianos.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

Querido(a), a alternativa “II” está errada porque afirma que o atual espaço amapaense era me-
tade português de acordo com o Tratado de Tordesilhas. Na verdade, a região do Amapá per-
tencia à Espanha pelo Tratado. A afirmação “III” também está errada porque as disputas secu-
lares pela região aconteceram entre portugueses e franceses. Não que não tivessem ocorrido
conflitos com os ingleses, mas estes foram durante as primeiras décadas do século XVII.
Letra c.

033. (FCC/PREFEITURA DE MACAPÁ–AP/ADMINISTRADOR HOSPITALAR/ 2018)


As políticas do regime militar para a Região Amazônica, em nome da integração nacional e mo-
dernização econômica da região, tiveram forte impacto no então Território do Amapá, e foram
marcadas pelas seguintes medidas:
a) Repressão política a grileiros, reforma agrária e criação da Zona Franca da Foz do Amazonas.
b) Incentivos fiscais, política de distribuição de lotes de terra e abertura de estradas.
c) Construção de conjuntos habitacionais, criação de zonas industriais e construção de quar-
téis na Calha Norte.
d) Intervenção federal, militarização da atividade mineradora e programa de desmatamento
controlado.
e) Estatização da pesca da Lagosta, criação de zonas de preservação ambiental e introdução
da mineração

Meu(minha) caro(a), os governos militares buscaram a integração econômica da Amazônia


através de incentivos fiscais (Zona Franca de Manaus), da distribuição de terras e da constru-
ção de rodovias como a Transamazônica e a Belém-Brasília.
Letra b.

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034. (FCC/TCE/AP-TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO/2012)


Na disputa final pela posse do território que mais tarde comporia o estado do Amapá, em 1899,
teve grande importância a argumentação apresentada
a) por Francisco Xavier da Veiga Cabral.
b) pelo senador Candido Mendes Ferreira.
c) por Joaquim Caetano da Silva.
d) pelo Barão do Rio Branco.
e) por João Severiano Maciel.

O Brasil enviou o Barão de Rio Branco para resolver o problema, já que ele também havia li-
derado a comitiva que venceu uma questão territorial com a Argentina. A equipe brasileira foi
bem-preparada, enquanto a França enviou diplomatas com pouco conhecimento, já que estava
mais interessada na colonização da África. Desta maneira, no dia 1 de dezembro de 1900, o
tribunal na Suíça expediu a decisão favorável ao Brasil. Como resultado, o país incorporou 260
mil km² ao seu território.
Letra d.

035. (FGV/FISCAL DA RECEITA FEDERAL/2010)


No final do século XIX, o Brasil e a França envolveram-se numa disputa com relação a demar-
cação dos limites entre o Amapá e a Guiana Francesa - a chamada Questão do Amapá. A ar-
gumentação brasileira estava centralizada na localização de um rio e no texto de um tratado.
O rio e o tratado são, respectivamente:
a) Calçoene e Westfália.
b) Oiapoque e Utrecht.
c) Araguari e Madrid.
d) Oiapoque e Santo Ildefonso.
e) Caciporé e Westfália.

O Tratado de Utrecht foi firmado entre Portugal e a França para estabelecer os limites entre
os dois países na costa norte do Brasil. Estas disposições serviram, quase dois séculos após,
para defender a posição brasileira na questão do Amapá.
Letra b.

036. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA–RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018)


Entre 1907 e 1915, Cândido Rondon comandou a Comissão de Linhas Telegráficas Estratégi-
cas do Mato Grosso ao Amazonas. A respeito dessa iniciativa, assinale a afirmativa correta.

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a) Estendeu a linha telegráfica entre Campo Grande e Santo Antônio do Madeira, superando o
isolamento da região.
b) Contribuiu para a formação de povoados, como Marco Rondon, Cacoal, Colorado do Oeste
e Rolim de Moura.
c) Complementou o telégrafo com rádios de poste, para maior alcance social na transmissão
de informações.
d) Incluiu o levantamento topográfico e a demarcação de fronteiras, além de pesquisas etno-
gráficas, linguísticas e geológicas.
e) Integrou os “sertões do noroeste” ao sistema produtivo nacional, abrindo linhas de escoa-
mento para a borracha.

Com a intenção de ampliar ainda mais o alcance das linhas telegráficas federais, Affonso
Penna, Presidente da República entre os anos de 1906 e 1909, criou a Comissão de Linhas
Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, também conhecida como “Comis-
são Rondon”.
Letra d.

037. (CESPE/CEBRASPE/TCE/RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013)


Julgue os itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
Na solução da questão da disputa com a Bolívia pelo território que hoje corresponde ao estado
do Acre, o governo brasileiro comprometeu-se a construir uma ferrovia para ligar o porto de
Santo Antônio, localizado no rio Madeira, até Guajará-Mirim, no rio Mamoré.

Querido(a), muito fácil não é mesmo! Celebrado em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Pe-
trópolis estabeleceu um acordo em que o Acre seria território brasileiro e, como compensação,
a República Brasileira se comprometeria em construir a ferrovia Madeira-Mamoré, importante
para o comércio boliviano.
Certo.

038. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA–RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018)


A partir de 1970, o então Território Federal de Rondônia foi objeto de uma política territorial que
se concretizou na implantação de projetos de colonização agrícola, objetivando proporcionar o
acesso à terra para milhares de famílias camponesas. O governo federal organizou e estimulou
a migração regional e a ocupação das terras, além de orientar o uso do território e sua produ-
ção para a economia de mercado.
As afirmativas a seguir descrevem consequências dessa política territorial em Rondônia, à
exceção de uma. Assinale-a.

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a) A introdução de uma nova política indigenista, pela qual o indígena é um cidadão pleno, com
direito à propriedade sobre as terras das reservas, agora mercantilizadas.
b) A substituição progressiva da economia extrativista pela agricultura camponesa e empresa-
rial, promovendo um uso capitalista da terra na região.
c) A redução da massa florestal, substituída por áreas agrícolas voltadas fortemente para a
agropecuária e obtidas por meio de desmatamento e queimadas.
d) A criação de assentamentos rurais, destinados a famílias de camponeses migrantes, que
ajudaram a desenvolver uma agricultura caracterizada pelo trabalho familiar camponês.
e) A transformação da rede de circulação, do predomínio fluvial à combinação deste com o
sistema rodoviário, responsável pelo aumento dos fluxos populacionais e de mercadorias.

O governo dos militares incentivou a criação de assentamentos agrícolas através do INCRA.


O que torna a alternativa “A” errada é o fato de que os índios, sendo proprietários de reservas
indígenas, torna-la mercantilizada. Não existe reserva indígena mercantilizada!
Letra a.

039. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA–RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018)


A respeito da colonização da Amazônia enquanto política de Estado no período da Ditadura
Militar (1964-1985), relacione as iniciativas estatais, listadas a seguir, à respectiva descrição
de seus objetivos.
1. SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), em 1966.
2. PIN (Programa de Integração Nacional), em 1970.
3. PICs (Projetos Integrados de Colonização), entre 1970-75.
4. POLAMAZÔNIA (Programa de Polos Agropecuários e Agro minerais da Amazônia), em 1974.

( ) Induzir a alocação de colonos do centro-sul em lotes próximos a estradas vicinais e


escolas, além de fornecer assistência em saúde, educação e orientação técnica.
( ) Estabelecer incentivos fiscais para atrair investidores privados, nacionais e internacio-
nais que financiassem o desenvolvimento econômico na região.
( ) Assentar camponeses nordestinos em lotes de 100 ha ao longo das rodovias em cons-
trução, a Transamazônica e a Cuiabá-Santarém.
( ) implantar polos agrícolas regionais para incentivar a fixação populacional em áreas de
mineração e de interesse estratégico.

Assinale a opção que apresenta a sequência correta, segundo a ordem apresentada.


a) 1, 2, 3 e 4.
b) 1, 3, 4 e 2.
c) 2, 4, 1 e 3.

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d) 3, 1, 2, e 4.
e) 4, 2, 3 e 1.

SUDAM: A Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) é uma autarquia do


governo federal do Brasil, criada no governo do presidente Castelo Branco em 1966, com a
finalidade de promover o desenvolvimento da região amazônica, gerando incentivos fiscais e
financeiros especiais para atrair investidores privados, nacionais e internacionais.
PIN: O Programa de Integração Nacional (PIN) foi um programa de cunho geopolítico criado
pelo governo militar brasileiro por meio do Decreto-Lei N.1106, de 16 de julho de 1970, assina-
do pelo Presidente Médici.[1] A proposta era baseada na utilização de mão de obra nordestina
liberada pelas grandes secas de 1969 e 1970 e na noção de vazios demográficos amazônicos.
São cunhados aqui os lemas “integrar para não entregar” e “terra sem homens para homens
sem terras”.
PICs: Iniciava os anos 70, o INCRA deu início à implantação de Projetos Integrados de Colo-
nização, com investimentos de valores para a demarcação e distribuição de lotes de terras
rurais, abertura de estradas, construção de pontes, implantação de infra-estrutura básica e
atendimento aos colonos.
POLAMAZÔNIA: O Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia (Polama-
zônia) foi um programa do governo brasileiro durante a ditadura militar. O Polamazônia tinha
como objetivo a implantação de polos agrícolas regionais que permitissem fixação populacio-
nal nas áreas de mineração e de ineteresse estratégico, formando zonas de integração, permi-
tindo a concentração de capitais e formando novos espaços de desenvolvimento.
Letra d.

040. (FGV/SEFIN/RO-TÉCNICO TRIBUTÁRIO/2018)


Assinale a opção que indica corretamente políticas federais voltadas para a integração do atu-
al território rondoniense ao resto do país, no período militar (1964-1985).
a) A abertura de rodovias, como a BR-364, para aumentar o povoamento da região e permitir o
desmembramento do Estado de Rondônia do de Mato Grosso.
b) Os projetos integrados de colonização, como os do Incra, para organizar a ocupação de es-
paços considerados vazios e alavancar a produção agrícola.
c) A instalação de usinas hidrelétricas, como a de Samuel, para abastecer as indústrias extra-
tivistas de borracha, cassiterita e diamantes.
d) Os projetos industriais, como o Polo-noroeste, para financiar o agronegócio da soja e conce-
der isenção fiscal para a abertura de grandes empreendimentos na região.
e) Os programas sustentáveis, como o Planaforo, voltados para a demarcação de unidades de
preservação e assentamentos quilombolas.

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Um dos objetivos estratégicos do governo dos militares era povoar a região e desenvolver
sua economia.
Letra b

041. (FGV/PGE/RO-ANALISTA DE PROCURADORIA/2015)


A partir do século XX, diversos governos brasileiros determinaram a execução de uma política
de ocupação e exploração da Região Amazônica. O período varguista (1930/1945) e o Regime
Militar (1964/1985) foram dois desses períodos com projetos audaciosos de integração da
região amazônica ao restante do país. Dentre as consequências desse processo, percebe-se a
deterioração da região norte em função de vários aspectos, sendo um dos mais importantes:
a) a falta de um equilíbrio entre os projetos de exploração da região amazônica e a preservação
da região;
b) a opção prioritária pelos projetos ferroviários para interligar a região;
c) o monopólio do capital estrangeiro sobre a exploração da região amazônica;
d) o interesse exclusivo no desenvolvimento do transporte naval na região;
e) a exclusividade dada ao capital externo na exploração da atividade mineradora.

Questão de interpretação. Entenda, com o aumento das atividades de exploração dos recursos
naturais temos a óbvia dicotomia entre aproveitamento econômico e preservação ambiental.
Letra a.

042. (UNCISAL/VESTIBULAR - 1º DIA/2016) O ciclo da borracha foi um importante momento


da história econômica e social do Brasil. Esse período está relacionado com a extração e a
comercialização da borracha. [...] Seu marco ocorreu na região amazônica, proporcionando a
expansão da colonização. Tal fato acarretou grandes transformações socioculturais, forman-
do vilas e povoados, na beira de rios, que depois se transformaram em cidades. Manaus, Porto
Velho e Belém, entre outras, foram algumas das cidades que enriqueceram expressivamente
durante o breve ciclo. D’AGOSTINI, S. et al. Ciclo econômico da borracha – seringueira.
Páginas do Inst. Biol., São Paulo, v. 9, n.1, p. 6-14, jan./jun., 2013.
Esse ciclo econômico provocou
a) o estabelecimento de uma política de ocupação territorial para a Amazônia baseada na pre-
ocupação com o meio ambiente.
b) o aumento da demanda brasileira por equipamentos industriais necessários à extra-
ção do látex.
c) a reordenação do espaço amazônico, que passou a ter sua economia voltada para o merca-
do interno.

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d) a inserção do Brasil no mercado mundial de borracha, dominado até então pelos ingleses.
e) a “Questão do Acre”, resolvida com a assinatura do tratado de Petrópolis.

Querido(a), as disputas territoriais entre Bolívia e Brasil pela região do atual estado do Acre
estão ligas ao interesse econômico nas seringueiras para a produção de borracha. Como aca-
bamos de ver, essa disputa foi solucionada com a assinatura do Tratado de Petrópolis.
Letra e.

043. (FUNCAB/SESACRE - TÉCNICO EM ENFERMAGEM/2013)


“[...] A negociação que se abriu [...] entre o Brasil e a Bolívia permitiu a solução consagrada pelo
Tratado de Petrópolis, que dispunha a incorporação ao Brasil de 190.000 km² de territórios de
população brasileira, a cessão à Bolívia de pouco mais de 3.000 km², o pagamento de 2 mi
lhões de l ibras (hoje correspondentes a quase 180 milhões de dólares) a título de compen-
sação pela permuta desigual [...]” (RICUPERO, Rubens. Rio Branco:o Brasil no mundo. Rio de
Janeiro: Contraponto – Petrobrás, 2000, p. 31).
Com o Tratado de Petrópolis, além das negociações a que o texto se refere, o Brasil assumiu
coma Bolívia o compromisso de:
a) construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
b) gerar energia elétrica para as províncias bolivianas.
c) proteger as reservas indígenas contra a expansão agrícola.
d) criar unidades de conservação em 30% do território acreano.
e) liberar a aquisição de terras brasileiras por empresas bolivianas.

Essa é pra gabaritar. Uma das compensações pela entrega do Acre ao Brasil, foi o comprome-
timento do governo brasileiro em construir a Ferrovia Madeira-Mamoré, de interesse boliviano
para escoamento de sua produção de látex.
Letra a.

044. (FGV/TJ/RO-TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015)


A presença da exploração da borracha no Vale do Madeira impulsionou a prosperidade eco-
nômica da região em razão da grande demanda internacional por esse produto entre o final
do século XIX e o início do século XX. Em relação à mão de obra utilizada na região, é correto
afirmar que:
a) a imigração de europeus foi decisiva para suprir a necessidade de mão de obra na região;
b) a presença de imigrantes asiáticos foi a saída encontrada para a mão de obra da região;
c) a migração da população gaúcha e catarinense supriu a necessidade de mão de obra
da região;

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d) a migração da população oriunda dos grandes centros urbanos do Sudeste atendeu à de-
manda da região;
e) a migração da população do nordeste foi a solução para suprir a necessidade de mão de
obra da região.

Fugindo da seca que assolava a região nordeste, milhares de nordestinos partiram para Rondô-
nia para trabalhar na extração do látex.
Letra e.

045. (FUNRIO/SESAU/RO–ADMINISTRADOR/2017)
A história da construção da ferrovia Madeira-Mamoré passa pela questão do Acre (1899-1902),
que ocasionou a assinatura de um importante tratado em 1903. Esse tratado define a compra
da Região do Acre por 2 milhões de libras esterlinas e viabiliza a construção da Estrada de
Ferro Madeira-Mamoré por parte do governo brasileiro, então vivamente interessado na explo-
ração da borracha do Acre e do noroeste boliviano.
Esse documento é conhecido como Tratado de:
a) Madri.
b) Petrópolis.
c) Paris.
d) São Paulo.
e) Manaus.

O Tratado de Petrópolis, firmado em 17 de novembro de 1903 em Petrópolis, formalizou a per-


muta de territórios entre Brasil e Bolívia — uma faixa de terra entre os rios Madeira, o rio Abunã
do Brasil para a Bolívia — e o território do atual Acre da Bolívia para o Brasil. O governo brasilei-
ro também se comprometia a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para dar trânsito
às trocas comerciais bolivianas pelo rio Amazonas. No acordo, o governo brasileiro obrigou-se
a pagar à Bolívia a quantia de 2 milhões de libras esterlinas para indenizar Bolivian Syndica-
te, um consórcio de investidores estadunidenses, pela rescisão do contrato de arrendamento,
firmado em 1901 com o governo boliviano. Esse contrato foi motivado pela incapacidade do
governo da Bolívia ocupar o atual território do Acre ante à crescente invasão do seu território
por brasileiros.
Letra b.

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História do Amazonas: República
Daniel Vasconcellos

046. (CESPE/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012)

O texto acima se refere à


a) Rodovia Transamazônica.
b) Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
c) Usina Hidrelétrica de Jirau.
d) Reserva Ecológica Nacional Ouro Preto do Oeste.
e) Estrada de Ferro Carajás.

De fato, a construção da ferrovia Madeira-Mamoré foi uma epopeia.


Letra b.

047. (FGV/SEFIN-RO/CONTADOR/2018)
A Questão Acreana foi resolvida, diplomaticamente, graças à intervenção do Barão do Rio
Branco, que obteve a assinatura do Tratado de Petrópolis entre os governos do Brasil e da Bo-
lívia, em 1903.
Sobre os objetivos alcançados com a assinatura desse tratado, assinale a afirmativa correta.
a) O alcance do Atlântico e do Caribe pelos bolivianos, através do acesso ao Rio Amazonas.
b) O arrendamento do controle das alfândegas entre os dois países por uma concessionária
norte-americana.
c) O compromisso boliviano de financiar a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
d) A abertura do Rio Amazonas à navegação das nações da América do Sul.
e) A permuta de territórios e outras compensações, estabelecendo novos limites entre o Brasil
e a Bolívia.

A Bolívia cedeu o Acre ao Brasil que, por sua vez, cedeu parte do território do Mato Grosso e
pagou uma indenização. Além disto, o Brasil se comprometeu em construí a ferrovia Madeira-
-Mamoré para favorecer o escoamento da produção boliviana.
Letra e.

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048. (FGV/SEFIN-RO/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/2018)


As opções a seguir caracterizam corretamente os impactos da produção de borracha em larga
escala na Amazônia, entre 1870 e 1920, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Impulsionou o surgimento de cidades e povoados e alimentou os processos de urbanização
em cidades já existentes, como Belém e Manaus.
b) Atraiu uma migração de nordestinos para extração da borracha, principalmente do Ceará,
que sofria as consequências das secas do final do século XIX.
c) Incentivou a construção de uma ferrovia ao longo dos rios Madeira e Mamoré, com o propó-
sito de escoar a borracha e outros produtos amazônicos para os portos do Pacífico.
d) Resultou em conflitos e disputas fronteiriças em função da busca, por trabalhadores brasi-
leiros, de novas seringueiras nas florestas do território da Bolívia.
e) Implementou relações de trabalho baseadas na interdependência entre seringueiros, aviado-
res e casas exportadora

Querido(a), a ideia era escoar a borracha e outros produtos para portos do Atlântico, não
do Pacífico.
Letra c.

049. (FGV/AL-RO/CONSULTOR LEGISLATIVO-ASSESSORAMENTO EM ORÇAMENTOS/2018)


A demanda da borracha nos países industrializados desencadeou o primeiro Ciclo da Borra-
cha, entre 1877 e 1912. Sobre a expansão da produção gomífera nesse período, assinale a
afirmativa correta.
a) O deslocamento de grande contingente de mão de obra para sua exploração, sobretudo in-
dígenas, por estarem mais aptos para a extração do látex.
b) O enriquecimento e as transformações urbanas de Porto Velho, Manaus e Belém, principais
portos de exportação do látex para a Europa, a Ásia e os Estados Unidos.
c) A incorporação de novas áreas de exploração e a ocupação de parte do território da Bolívia
por brasileiros, tensionando a relação entre os dois países.
d) O desenvolvimento do sistema de aviamento, que financiava a compra de terras e de equi-
pamentos para a produção e a exportação da borracha para os seringalistas.
e) A introdução da monocultura da seringueira, facilitada pela fertilidade do solo e pela abertu-
ra de clareiras na floresta, garantindo ao Brasil o monopólio da produção gomífera.

A alternativa faz referência à disputa entre Brasil e Bolívia pelo Acre.


Letra c.

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050. (FGV/AL-RO/ASSISTENTE LEGISLATIVO/2018)


Leia as afirmativas a respeito do auge do primeiro ciclo da borracha (1879-1912) e assinale V
para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
I – ( ) A partir da segunda metade do século XIX, em função da crescente demanda inter-
nacional por borracha, os seringalistas recrutaram grande quantidade de nordestinos para a
extração do látex nos Vales do Juruá e Purus, com a ajuda financeira das Casas Aviadoras de
Manaus e Belém.
II – ( ) De 1877 até 1911, houve um aumento considerável na produção da borracha que, devido
às técnicas de extração então empregadas, estava associado à expansão do sistema de culti-
vo intensivo das seringueiras.
III – ( ) Como a mão de obra disponível na região foi direcionado para a extração do látex, ocor-
reu uma diminuição da produção agrícola e as Casas Aviadoras passaram a fornecer também
gêneros agrícolas.
As afirmativas são, respectivamente,
a) V - V - F.
b) V - F - F.
c) F - F - V.
d) V - F - V.
e) F - V - F.

I – Certa. As casas aviadoras eram estabelecimentos comerciais que despachavam mercado-


rias aos seringais mediante pagamento pela borracha. Também recrutavam mão de obra de
outras regiões, notadamente do Nordeste.
II – Errada. A extração, à época, era extensiva.
III – Certa. As casas aviadoras eram organizações de comércio que atendiam às demandas
da região.
Letra d.

Daniel Vasconcellos
Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013).
Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15
anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia
Científica, no Ensino Médio, Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.

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