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João, servidor público estatutário, estável, é investigado pela prática de um ilícito administrativo.
Após a observância do contraditório e da ampla defesa, em um processo administrativo específico,
o agente público é demitido. Guilherme, servidor público estável, passa a ocupar o cargo até então
preenchido por João. Seis meses depois, João obtém decisão judicial favorável, anulando o
processo administrativo disciplinar, em razão da ocorrência de vício formal. Nesse cenário,
considerando os institutos jurídicos afetos ao provimento derivado de agentes públicos, é correto
afirmar que:
a) João será reintegrado ao cargo de origem, sem ressarcimento da remuneração e vantagens não
percebidas, sob pena de enriquecimento sem causa do agente público. Guilherme, por sua vez,
será revertido ao cargo anteriormente ocupado. Caso este esteja preenchido, o servidor será
aproveitado em outro cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente
ocupado;
b) João será reintegrado ao cargo de origem, com ressarcimento da remuneração e vantagens não
percebidas. Guilherme, por sua vez, será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. Caso este
esteja preenchido, o servidor será aproveitado em outro cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado
c) João será reconduzido ao cargo de origem, com ressarcimento da remuneração e vantagens não
percebidas. Guilherme, por sua vez, será reintegrado ao cargo anteriormente ocupado. Caso este
esteja preenchido, o servidor será aproveitado em outro cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado;
d) João será reintegrado ao cargo de origem, com ressarcimento da remuneração e vantagens não
percebidas. Guilherme, por sua vez, será revertido ao cargo anteriormente ocupado. Caso este
esteja preenchido, o servidor será colocado em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço;
e) João será reintegrado ao cargo de origem, com ressarcimento da remuneração e vantagens não
percebidas. Guilherme, por sua vez, será aproveitado em outro cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado.
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão
por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo
de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em
disponibilidade.

CF/88: Art. 41 [...] § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Cláudia é servidora pública federal de carreira, devidamente aprovada em concurso
público para cargo de nível médio, que galgou a estabilidade há alguns anos.
Recentemente, Cláudia foi aprovada em concurso de nível superior do Estado Ômega,
com remuneração bastante superior e que é inacumulável com a anterior; foi convocada
para a nomeação, mas está receosa de eventualmente não ser habilitada no estágio
probatório relativo ao novo cargo.
Diante desta situação hipotética, à luz do disposto na Lei nº 8.112/90, é correto afirmar
que Cláudia
a) já está estabilizada no serviço público, de modo que não pode ser inabilitada no
estágio probatório no novo cargo.
b) deve pedir a exoneração do cargo que ocupa, inexistindo previsão que viabilize o seu
retorno caso não seja habilitada em estágio probatório.
c) não pode pedir a exoneração com viabilidade de retorno em caso de inabilitação no
estágio probatório, na medida em que o novo cargo não é federal.
d) pode pedir a declaração de vacância do cargo de origem, com a viabilidade de
recondução caso seja considerada inabilitada no estágio probatório no novo cargo
e) deve solicitar a disponibilidade, com a possibilidade de ser aproveitada no cargo
anteriormente ocupado, caso venha a ser considerada inabilitada no estágio probatório
no novo cargo.
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I - exoneração;
II - demissão;
III - promoção;
VI - readaptação;
VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
IX - falecimento.
Após ser aprovada em concurso público, Fernanda foi nomeada e empossada como servidora
pública federal, tendo entrado em exercício em 15/02/2022. No mês de março de 2023, Fernanda
gozou trinta dias de férias, referentes a seu primeiro período aquisitivo de férias. No mês de junho
de 2023, Fernanda requereu o gozo de mais trinta dias de férias para o mês seguinte, dentro do
atual período aquisitivo ainda em curso. Apesar de reconhecer que não há necessidade de serviço e
que não haveria qualquer prejuízo ao interesse público, a Administração Pública Federal indeferiu o
pedido de férias de Fernanda para julho de 2023, alegando que seria necessário que a servidora
completasse mais um período aquisitivo de doze meses, o que só ocorrerá em fevereiro de 2024.
Inconformada, Fernanda ajuizou ação judicial pretendendo gozar férias em julho de 2023. Atento à
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e aos termos da Lei nº 8.112/1990, o Juízo Federal
decidiu que;
a) não assiste razão a Fernanda, pois o gozo de cada período de férias somente pode ocorrer após
ser cumprido integralmente o correlato período aquisitivo de doze meses de exercício, e o servidor
não pode gozar de mais de trinta dias de férias por ano;
b) não assiste razão a Fernanda, pois o gozo de cada período de férias somente somente pode
ocorrer após ser cumprido integralmente o correlato período aquisitivo de doze meses de
exercício, e o servidor não pode gozar de mais de sessenta dias de férias por ano;
c) não assiste razão a Fernanda, pois o gozo de cada período de férias somente somente pode pode
ocorrer após ser cumprido integralmente o correlato período aquisitivo de doze meses de
exercício, embora não haja limitação para gozo de férias por ano, desde que haja dias disponíveis
no banco de férias;
d) assiste razão a Fernanda, porque, mesmo no curso do primeiro período aquisitivo de férias, isto
é, nos primeiros doze meses de exercício, o servidor já tem direito a gozar até sessenta dias de
férias, com a devida compensação nos exercícios seguintes;
e) assiste razão a Fernanda, porque é possível ao servidor que já usufruiu o primeiro período de
férias, após cumprida a exigência de doze meses de exercício, usufruir as férias seguintes no
mesmo ano civil, dentro do período aquisitivo ainda em curso
É possível ao servidor que já usufruiu o primeiro período de férias, após cumprida a
exigência de 12 (doze) meses de exercício, usufruir as férias seguintes no mesmo ano civil,
dentro do período aquisitivo ainda em curso, nos termos do § 1° do art. 77 da Lei nº
8.112/90.
STJ. 1ª Seção. REsp 1907153-CE, j. 26/10/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1135) (Info 755).
Alice, servidora pública ocupante de cargo efetivo no Senado Federal há 32 anos, acaba de se
aposentar em 2022.
Sabe-se que, no final de dezembro do ano de 1995, Alice havia completado cinco anos de efetivo
exercício ininterrupto em seu cargo, porém, até a data de sua aposentadoria, a servidora não
gozou os três meses a que fazia jus a título de licença prêmio, tampouco tal período foi contado
em dobro para sua aposentadoria.
Consoante jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, Alice
(A) não tem direito à conversão em pecúnia da citada licença-prêmio, pois já se passaram mais de
cinco anos da data em que a servidora completou o período aquisitivo.
(B) não tem direito à conversão em pecúnia da citada licença-prêmio, independentemente do
lapso temporal transcorrido desde quando foi completado o período aquisitivo, por expressa
vedação legal.
(C) tem direito à conversão em pecúnia da citada licença-prêmio, mediante prévio requerimento
administrativo, mas é imprescindível a comprovação de que essa licença não foi gozada por
necessidade do serviço e que a servidora não se afastou voluntariamente do cargo nos últimos
cinco anos.
(D) tem direito à conversão em pecúnia da citada licença-prêmio, independentemente de prévio
requerimento administrativo, e é prescindível a comprovação de que essa licença não foi gozada
por necessidade do serviço, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração
(E) tem direito à conversão em pecúnia da citada licença-prêmio, mediante prévio requerimento
administrativo, mas é imprescindível a comprovação de que essa licença não foi gozada por
necessidade do serviço, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração.
Presente a redação original do art. 87, § 2º, da Lei n. 8.112/1990, bem como a dicção do art.
7º da Lei n. 9.527/1997, o servidor federal inativo, sob pena de enriquecimento ilícito da
Administração e independentemente de prévio requerimento administrativo, faz jus à
conversão em pecúnia de licença-prêmio por ele não fruída durante sua atividade funcional,
nem contada em dobro para a aposentadoria, revelando-se prescindível, a tal desiderato, a
comprovação de que a licença-prêmio não foi gozada por necessidade do serviço.
REsp 1.854.662-CE, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em
22/06/2022. (Tema 1086)
À luz do art. 227 da Constituição Federal, que confere proteção integral da criança
com absoluta prioridade e do princípio da paternidade responsável, a licença
maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 e regulamentada pelo art. 207 da
Lei 8.112/1990, estende-se ao pai genitor monoparental.
[RE 1.348.854/DF (Tema 1182), relator Min. Alexandre de Moraes, j. 12.5.2022 –
Informativo 1054/2022]
João, técnico federal de Finanças e Controle da Controladoria Geral da União,
respondeu a processo administrativo disciplinar (PAD) que, após regular tramitação, lhe
ensejou a aplicação da pena de suspensão por noventa dias. Inconformado com a
sanção que lhe foi imposta, João ajuizou ação judicial pleiteando a nulidade da pena
disciplinar e a declaração de sua inocência na esfera administrativa, alegando
exclusivamente que, pelos mesmos fatos, também respondeu a processo criminal que
acabou de transitar em julgado, no bojo do qual foi absolvido por falta de provas.
Consoante dispõe a Lei nº 8.112/1990 e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a
pretensão de João deve ser julgada:
a) procedente, diante da vinculação da esfera administrativa à judicial criminal, havendo
necessária repercussão da decisão absolutória penal sobre o processo administrativo
disciplinar, qualquer que seja o fundamento da decisão judicial;
b) procedente, diante da vinculação da esfera administrativa à judicial criminal, havendo
necessária repercussão da decisão absolutória penal por motivo de falta de prova sobre o
processo administrativo disciplinar;
c) improcedente, diante da independência relativa das esferas penal e administrativa, havendo
repercussão apenas em se tratando de absolvição no juízo penal por inexistência do fato ou
negativa de autoria, que não é o caso
d) procedente, diante da vinculação da esfera administrativa à judicial cível ou criminal, havendo
necessária repercussão da decisão absolutória sobre o processo administrativo disciplinar, pelo
respeito à coisa julgada e à segurança jurídica;
e) improcedente, diante da independência das instâncias penal, civil e administrativa, não havendo
necessária vinculação da autoridade administrativa aos fundamentos da decisão judicial que,
contudo, podem contribuir para a valoração da conduta do servidor investigado, a critério
discricionário do presidente do PAD.
Críscia a autoridade competente para analisar determinado recurso administrativo em
processo administrativo disciplinar (PAD), que resultou na demissão de Alísio, em razão
da prática de ato de improbidade administrativa no exercício de suas atribuições
enquanto servidor estável.
Diversas nulidades foram alegadas no mencionado recursa, dentre as quais os vícios
atinentes: a instauração do PAD por meio de denúncia anônima; à ausência de exposição
detalhada dos fatos na portaria inaugural; a utilização de "prova emprestada de processo
judicial, ao excesso de prazo na conclusão do PAD, à impossibilidade de demissão por ato
de improbidade administrativa sem o prévio pronunciamento judicial.
Ao confrontar os referidos argumentos com as súmulas do Superior Tribunal de Justiça
acerca da matéria, Críscia concluiu, corretamente, que a aludida Corte Superior
consolidou orientação de que:
a) a denúncia anônima invalida a instauração de processo administrativo disciplinar,
independentemente do poder dever de autotutela da Administração;
b) é imprescindível que a portaria de instauração de processo administrativo disciplinar
contenha a exposição detalhada dos fatos a serem apurados;
c) é permitida a "prova emprestada" no processo administrativo disciplinar, desde que
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla
defesa
d) a autoridade administrativa não pode demitir servidor pela prática de improbidade,
sem o prévio pronunciamento Judicial;
e) o excesso de prazo para a conclusão de processo administrativo importará
necessariamente na sua nulidade.
Súmula 591 - É permitida a prova emprestada no processo administrativo disciplinar,
desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o
contraditório e a ampla defesa.

Súmula 592 - O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo


disciplinar só causa nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa.

Súmula 611 - Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou


sindicância, é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base
em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à
Administração.
Súmula 635 - Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei n. 8.112/1990 iniciam-se na
data em que a autoridade competente para a abertura do procedimento administrativo toma
conhecimento do fato, interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido - sindicância de
caráter punitivo ou processo disciplinar - e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias
desde a interrupção.
Súmula 641 - A portaria de instauração do processo administrativo disciplinar
prescinde da exposição detalhada dos fatos a serem apurados.

Súmula 650 - A autoridade administrativa não dispõe de discricionariedade para


aplicar ao servidor pena diversa de demissão quando caraterizadas as hipóteses
previstas no art. 132 da Lei n. 8.112/1990.

Súmula 651 – Compete à autoridade administrativa aplicar a servidor público a


pena de demissão em razão da prática de improbidade administrativa,
independentemente de prévia condenação, por autoridade judiciária, à perda da
função pública.
Joaquim, servidor público federal ocupante de cargo efetivo na Autarquia Alfa, ao
atender ao público em seu local de trabalho, colocava seu celular escondido abaixo da
mesa, de maneira que filmava, por meio da câmera do telefone, as partes íntimas de
cidadãs que buscavam atendimento na repartição, assim como de outras servidoras e
funcionárias terceirizadas que precisavam com ele despachar algum expediente. Certo
dia, sua colega de trabalho Maria percebeu a conduta de Joaquim, o filmou na execução
do ato e comunicou ao órgão correcional competente. Foi instaurado processo
administrativo disciplinar, no bojo do qual restou comprovada a conduta antes narrada.
Tendo em vista que a folha de assentamentos funcionais de Joaquim, até então, só
contava com elogios, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a
Joaquim deverá ser aplicada a sanção de:
a) demissão, por conduta escandalosa na repartição
b) suspensão por até noventa dias, por incontinência pública na repartição;
c) suspensão por até noventa dias, por coagir ou aliciar subordinados na repartição;
d) suspensão por até noventa dias, por valer-se do cargo para lograr proveito pessoal,
em detrimento da dignidade da função pública;
e) demissão, apenas se Joaquim tiver sido condenado pelos mesmos fatos na esfera
criminal; caso negativo, deverá ser sancionado com suspensão por até noventa dias, por
ter procedido de forma desidiosa.
9. A "incontinência pública" não se confunde com "conduta escandalosa, na repartição". A
primeira hipótese se refere ao comportamento de natureza grave, tido como indecente, que
ocorre de forma habitual, ostensiva e em público. Nesse sentido: RMS n. 39.486/RO, relator
Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 2/5/2014; AgRg no RMS n.
27.998/AP, relator Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, DJe de 15/10/2012.
Já a segunda modalidade pressupõe aquela conduta que, embora também ofenda a moral
administrativa, pode ocorrer de forma pública ou às ocultas, reservadamente, mas que em
momento posterior chega ao conhecimento da Administração.
10. Nesse contexto, não há como afastar a conclusão firmada tanto pela Comissão
Processante quanto pelo Tribunal de origem, no sentido de que a conduta praticada pelo ora
recorrente – que "filmava, por meio de câmera escondida, alunas, servidoras e funcionárias
terceirizadas", fato, aliás, admitido pelo servidor no âmbito do PAD, conforme consignado no
acórdão recorrido – caracteriza a infração prevista no art. 132, V, parte final, da Lei
8.112/1990.
Ivo, servidor ocupante de cargo em comissão no âmbito da administração pública direta
do Poder Executivo federal, foi flagrado, por outro servidor, no momento em que
praticava ato de dilapidação do patrimônio público nacional.
Sobre a hipótese apresentada, considerando a sistemática estabelecida na Lei nº
8.112/1990, assinale a afirmativa correta.
a) Ivo pode responder a processo administrativo disciplinar e sofrer a sanção de
destituição do cargo, que, caso seja aplicada, não impedirá seu reingresso no serviço
público federal em sendo preenchidos os requisitos exigidos
b) Ivo não pode responder a processo administrativo disciplinar, o que decorre do cago
que ocupa, mas isto não impede a apuração da conduta, de modo a subsidiar eventual
ato de exoneração.
c) Ivo pode responder a processo administrativo disciplinar, mas não poderá sofrer a
sanção de destituição do cargo, considerando a natureza da infração e o critério de
proporcionalidade.
d) Ivo pode responder a processo administrativo disciplinar e sofrer a sanção de
destituição do cargo, a qual, caso seja aplicada, impedirá que Ivo volte a ingressar no
serviço público.
e) Ivo não pode responder a processo administrativo disciplinar, o que decorre do cargo
que ocupa, mas pode ser exonerado ad libitum pela autoridade competente.
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I - crime contra a administração pública;
II - abandono de cargo;
III - inassiduidade habitual;
IV - improbidade administrativa;
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI - insubordinação grave em serviço;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou
de outrem;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117,
incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal,
pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido
ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

I - crime contra a administração pública;


IV - improbidade administrativa;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI - corrupção;
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AÇÃO
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRESENÇA DE ERRO MATERIAL E OBSCURIDADE.
PROVIMENTO.
1. Embargos de declaração contra acórdão que declarou a inconstitucionalidade do art. 137,
parágrafo único, da Lei nº 8.112/1990 e determinou a comunicação do teor da decisão ao
Congresso Nacional.
2. O embargante pede: (i) a retificação da ementa do acórdão, que afirma incorretamente
que a norma foi declarada inconstitucional sem pronúncia de nulidade; (ii) a integração do
acórdão, para que, nas hipóteses descritas no art. 137, parágrafo único, da Lei 8.112/1990,
seja aplicado o prazo de incompatibilidade de 5 (cinco) anos constante do caput desse
mesmo dispositivo, até que o Legislativo fixe outro; e (iii) a modulação dos efeitos da
decisão, com a atribuição de eficácia prospectiva.
3. As situações previstas no dispositivo declarado inconstitucional (demissão por crime
contra a administração pública, improbidade administrativa, aplicação irregular de dinheiros
públicos, lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional e corrupção) são
evidentemente mais graves do que aquelas apenadas com o prazo de incompatibilidade de
5 (cinco) anos do art. 137, caput.
4. Assim, os ex-servidores que nelas se enquadrem devem estar submetidos, no mínimo, à
mesma restrição aplicável a condutas menos reprováveis. Tal medida se impõe seja por um
juízo de proporcionalidade, seja pela possibilidade de enquadramento das condutas como
descumpridoras da vedação prevista no art. 117, IX, da Lei nº 8.112/1990.
5. Embargos de declaração providos para (i) para retificar o erro material constante da
ementa do acórdão embargado, com a exclusão do trecho “sem pronúncia de nulidade”; e
(ii) para esclarecer a aplicabilidade da sanção prevista no art. 137, caput, da Lei nº
8.112/1990 às situações previstas no seu parágrafo único, até que sobrevenha lei a dispor
sobre a matéria.
Alícia, analista tributária da Receita Federal, em 21/08/2015, praticou conduta passível
de demissão, mas que não é tipificada como crime, da qual as autoridades
administrativas tomaram conhecimento em 09/10/2016. O respectivo processo
administrativo disciplinar foi instaurado em 20/07/2017 e, após o regular
processamento, resultou na aplicação da mencionada penalidade em 31/07/2022.
À luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que a pretensão
punitiva em sede disciplinar
a) não está prescrita, pois o prazo de cinco anos aplicável à mencionada hipótese de
demissão deve ser contado da data em que a Administração tomou conhecimento do
fato e foi interrompido com a instauração do processo disciplinar, voltando a fluir por
inteiro, após decorridos cento e quarenta dias da interrupção, de modo que ainda não
havia transcorrido quando da imposição da penalidade
b) está prescrita, pois o prazo de cinco anos aplicável à mencionada hipótese de demissão deve ser
contado da prática da conduta e já havia se consumado quando da imposição da penalidade
administrativa, considerando que não houve qualquer causa de interrupção.
c) não está prescrita, pois o prazo de oito anos previsto na lei de improbidade administrativa, que é
aplicável na hipótese de demissão, deve ser contado da data em que a Administração tomou
conhecimento do fato, de modo que não havia transcorrido quando da imposição da penalidade
administrativa, independentemente de causa de interrupção.
d) não está prescrita, pois o prazo de oito anos previsto para os crimes contra a Administração
Pública, que é aplicável na hipótese de demissão, deve ser contado da data em que a
Administração tomou conhecimento do fato, de modo que não havia transcorrido quando da
imposição da penalidade administrativa, independentemente de causa de interrupção.
e) está prescrita, pois o prazo de cinco anos aplicável à mencionada hipótese de demissão deve ser
contado da prática da conduta e foi interrompido com a instauração do processo disciplinar, após o
que voltou a fluir por inteiro, de modo que já havia se consumado quando da imposição da
penalidade.
Súmula 635 - Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei n. 8.112/1990 iniciam-se na
data em que a autoridade competente para a abertura do procedimento administrativo toma
conhecimento do fato, interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido - sindicância de
caráter punitivo ou processo disciplinar - e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias
desde a interrupção.

1. [...] diante da rigorosa independência das esferas administrativa e criminal, não se pode
entender que a existência de apuração criminal é pré-requisito para a utilização do prazo
prescricional penal. (MS 20.857 - DF)
José, Auditor Fiscal da Receita do Estado Beta, aceitou propina para deixar de constituir,
mediante lançamento, determinado crédito tributário. Diante de tal fato, José está
respondendo a processo administrativo disciplinar e sendo investigado por crime em
inquérito policial.
Sabe-se que o estatuto dos servidores públicos civis do Estado Beta dispõe que os
prazos de prescrição previstos na lei penal se aplicam às infrações disciplinares
capituladas também como crime.
Sobre o caso em tela, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
assinale a afirmativa correta.
a) Não deve ser aplicado, na esfera disciplinar, o prazo prescricional previsto na
legislação penal, porque ainda não houve oferecimento de denúncia criminal.
b) Deve ser aplicado, na esfera disciplinar, o prazo prescricional previsto na legislação
penal, apenas porque já houve instauração de inquérito policial.
c) Não deve ser aplicado, na esfera disciplinar, o prazo prescricional previsto na
legislação penal, porque ainda não foi proferida sentença criminal em primeiro grau de
jurisdição.
d) Não deve ser aplicado, na esfera disciplinar, o prazo prescricional previsto na
legislação penal, porque ainda não foi proferida sentença criminal transitada em
julgado.
e) Deve ser aplicado, na esfera disciplinar, o prazo prescricional previsto na legislação
penal, independentemente de qualquer outra exigência.
João e Maria são servidores públicos de diferentes entes federativos e respondem, de forma
autônoma e por fatos distintos, a processos administrativos disciplinares (PAD´s), instaurados no
mês passado, para apurar a prática, em tese, de falta funcional. Na semana passada, ambos os
servidores requereram suas aposentadorias voluntárias por tempo de contribuição. A
Administração Pública de cada ente não analisou seus pedidos, suspendendo os correlatos
processos administrativos de aposentação, no aguardo da decisão do PAD. João é Auditor-Fiscal da
Receita Federal e seu PAD apura a prática, em tese, de falta funcional punível com a sanção de
suspensão. Por sua vez, Maria é Auditora da Receita do Estado Alfa e seu PAD investiga a prática,
em tese, de falta funcional punível com a sanção de demissão. Sabe-se que inexiste dispositivo na
legislação do Estado Alfa dispondo sobre a possibilidade de aposentadoria voluntária no curso de
PAD.
Inconformados, ambos os servidores públicos, que estão afastados cautelarmente do exercício da
função, impetraram mandados de segurança, entendendo possuir direito líquido e certo à imediata
apreciação de seus pedidos de aposentadoria.
Consoante o texto da Lei nº 8.112/90 e a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
a) assiste razão a João, pois a Lei nº 8.112/90 veda aposentadoria voluntária apenas ao
servidor que responde a PAD que apure falta punível com pena de demissão; não assiste
razão a Maria, pois se lhe aplica, por analogia, a Lei nº 8.112/90.
b) assiste razão a ambos os servidores: a João, pois a Lei nº 8.112/90 veda aposentadoria
voluntária apenas ao servidor que responde a PAD que apure falta punível com pena de
demissão; a Maria, pois não se lhe aplica, por analogia, a Lei nº 8.112/90, pelo princípio
da presunção de inocência.
c) não assiste razão a ambos os servidores: a João, pois a Lei nº 8.112/90 indica que só
pode ser aposentado após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade
acaso aplicada; a Maria, pois é possível que a lacuna na legislação estadual seja suprida
com a aplicação subsidiária da Lei nº 8.112/90
d) não assiste razão a João, pois a Lei nº 8.112/90 indica que só pode ser aposentado
após a conclusão do processo, caso o PAD seja arquivado sem aplicação de sanção;
assiste razão a Maria, pois não é possível aplicação subsidiária da Lei nº 8.112/90, por
ofensa ao princípio da legalidade.
e) não assiste razão a João, pois a Lei nº 8.112/90 indica que só pode ser aposentado
após a conclusão do PAD, independentemente do cumprimento da penalidade acaso
aplicada; assiste razão a Maria, pois não é possível aplicação de analogia in malam
partem em matéria de direito sancionador.
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser
exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do
processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.

A lacuna em Lei Complementar Estadual acerca da possibilidade de


suspender processo de concessão de aposentadoria enquanto tramita
processo administrativo disciplinar deve ser suprida com a aplicação
subsidiária da Lei n. 8.112/1990.
AgInt no AgInt no RMS 61.130-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 27/09/2022.

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