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RAZÕES POR QUE SOU CATÓLICO

1 – PORQUE MARIA É MÃE DE JESUS


a) Não teve mais filhos
C.I.C. (Catecismo da Igreja Católica) 487 a 511

A passagem de Mc 6,3 cita-se como “irmãos” de Jesus, Tiago, Judas, José e Simão, porém, como podemos
notar em Mt 10,2-3, os dois Tiagos, um é filho de Alfeu e o outro é filho de Zebedeu. Tiago tem um irmão
chamado Judas, que é o Tadeu relatado no Evangelho de S. Mateus, conforme é confirmado em Jd 1 (Obs.:
A carta de S. Judas é composta por 1 só capítulo, por isso este número refere-se ao versículo) e Lc 6,16. E
em Mt 27,56 e Mc 15,40 encontramos outra Maria que é a mãe de Tiago (o Menor) e José, sendo que esta
Maria não é a mãe de Jesus. Outro fator importante a ser lembrado é que a Palavra de Deus sempre cita
fulano, filho do beltrano, por ex., Mt 1,1; Lc 5,10; Mt 10,2-3; ou então fulana, mãe de beltrano, por ex., Mt
27,56; Mc 15,40, e nós notamos que a Bíblia não cita “filhos de Maria”, mas em Mc 6,3 diz: “Não é ele o
carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós
também suas irmãs?”, só Jesus é referido como O FILHO DE MARIA (com artigo definido) e não diz que
os outros são “filhos de Maria” e sim irmãos (primos) de Jesus. Aqueles nomes aqui citados como sendo
irmãos de Jesus têm outros pais que não são José e Maria, SENDO APENAS PRIMOS ENTRE SI. Por
isto temos:
JOAQUIM E ANA pais de JACÓ pai de:

MARIA SS. S. JOSÉ CLÉOFAS ou


ALFEU

casado com
MARIA DO
CALVÁRIO
pais de:

JESUS TIAGO JOSÉ JUDAS SIMÃO


PRIMOS

Vejamos as provas bíblicas que comprovam que não existem as palavras “primo” e “sobrinho” no hebraico:
conforme podemos ver em Gn 13,8 e 14,12, embora Abraão seja somente tio de Lot, ele o chama de
“irmão”, pois na língua hebraica não existe outra palavra para designar este tipo de parentesco, isto é,
“sobrinho”. E ainda, de acordo com o que nos relata Lv 10,1-4 e Ex 6,18-23, Nadab e Abiú são filhos de
Aarão, enquanto que Misael e Elisafon são filhos do tio de Aarão, que se chamava Oziel. O que fica claro é
que os dois filhos de Aarão e os dois filhos de Oziel são na verdade “primos-segundos”, porém não existe a
palavra para designar “primo” no hebraico, o que levou Moisés a tratá-los como “irmãos”. Como podemos
ver, nas línguas hebraica e aramaica existe somente uma palavra para designar qualquer parentesco (parente
ou irmão em hebraico e aramaico = “ha”), por isso que não se pode entender a palavra irmão no hebraico só
como irmão de sangue, pois seria um grave erro.

Além disso, vimos também em Lc 2,41-52, Jesus aos doze anos, foi com José e Maria a Jerusalém,
permanecendo aí os sete dias da festa de Páscoa (vers. 43). Contando com os dias de viagem de ida e volta,
a Sagrada Família deve ter ficado cerca de quinze dias fora de casa. Ora, Maria não pode ter deixado no lar,
e por tanto tempo, filhos pequenos. Donde se conclui com muita verossimilhança que aos doze anos Jesus
era filho único, já que a Bíblia não cita os ditos “irmãos de Jesus” neste texto, mas só seus pais e o próprio
Senhor.
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b) José não “conheceu” Maria e esta permaneceu virgem

Em Mt 1,25 vemos que Maria deu à luz a Jesus sem que José a tivesse “conhecido”. Conhecer,
biblicamente falando, significa ter intimidade. A passagem mostra que José não teve intimidade com Maria.
Ele a havia rejeitado secretamente em seu coração, até que o anjo lhe falou que foi por obra do Espírito
Santo que ela havia concebido (Mt 1,18-21). Triste é saber que muitos católicos têm rejeitado a Mãe de
Jesus! Com relação à sua virgindade, conforme a profecia contida em Is 7,14, fica-nos claro que Deus havia
prometido, 560 anos mais ou menos antes da vinda do Senhor, uma virgem para ser sua mãe e palavra não
nos fala que ela perdeu sua virgindade após o nascimento do Messias.

Quanto a esta questão da virgindade perpétua de Nossa Senhora, os protestantes não são unânimes. Por
exemplo, citamos o testemunho de John Wesley, fundador da Igreja Metodista:

“Creio que (Jesus Cristo) foi feito homem, unindo a natureza humana à divina em uma só pessoa; sendo
concebido pela obra singular do Espírito Santo, nascido da abençoada Virgem Maria, que, tanto antes
como depois de dá-lo à luz, continuou virgem pura e imaculada.” (Carta a um católico escrita em 18 de
junho de 1749).

c) A oração da “Ave-Maria”
C.I.C. 2673 a 2682

Em Lc 1 (inteiro), vemos que a oração da “Ave-Maria” é bíblica. E observamos que um anjo chama Maria
de “cheia de graça” (vers. 28), isto é, ausente de pecado. E quem sou eu para contradizer o que foi dito pelo
anjo do Senhor? Acaso sou eu melhor que Gabriel que assiste diante de Deus e foi enviado para falar o que
estava no coração do Pai? Isabel continua a oração da Ave-Maria (vers. 42). A segunda é nosso pedido de
intercessão, pois confiamos no pedido da mãe (Jo 2,1-12 e Item f desta apostila), aquela que antecipa a
hora dos milagres de Jesus, pois ela conhece as necessidades de seus filhos.

d) Não está morta, mas ascendeu ao céu


C.I.C. 966

Em Ap 12,1.4-5.13-14, descreve claramente que Maria está coroada no céu como Rainha e mostra em
seguida como foi arrebatada ao céu, pois vemos que esta Mulher tem na cabeça uma coroa de 12 estrelas e
só rainha e rei têm coroas e diz ainda que deu à luz um Filho, um menino que deve reger todas as nações
com cetro de ferro, mas que foi arrebatado para junto de Deus e seu trono. Agora me diga, de quem você
acha que a Palavra de Deus se refere? Quem deu à luz um Filho que foi arrebatado para o céu? E vemos
ainda que a essa Mulher foram dadas asas de águia, a fim de voar para o lugar de seu retiro, longe do alcance
da cabeça da serpente, e em que lugar do universo pode se ficar longe do alcance da cabeça da serpente? No
céu, é claro. Portanto, o Apocalipse, usando a linguagem figurada que lhe é própria, nos mostra com clareza
a ascensão de Maria. Só não vê quem não quer! Também vemos em Mt 17,1-11 que relata a
Transfiguração, a presença de Moisés e Elias na glória do Céu, porém como sabemos, em Dt 34 e Jd 9,
Moisés morreu e Elias foi arrebatado vivo (cf. 2Rs 2). Seriam porventura, Moisés e Elias mais importantes
que a Mãe de Jesus?

e) É Mãe de Jesus e Mãe da Igreja


C.I.C. 148, 149, 273, 437, 963 a 975

Jo 19,25-27 – Aqui está outra prova de que Maria não tinha mais filhos é que ela vai morar na casa de um
amigo de Jesus, o discípulo fiel, ao passo que se o Senhor possuísse mais irmãos, Maria moraria com um
deles, já que era costume entre os judeus confiar a mãe ao irmão mais velho (se Maria de fato os tivesse,
seria justo que ela morasse com seu filho mais velho) e Jesus como fidelíssimo observador da Lei de Moisés
seguiu esse costume inteiramente judaico confiando sua mãe ao seu amigo fiel, pois não tinha nenhum outro
irmão para deixar sua mãe com ele. Quem é discípulo fiel leva Maria para dentro de sua casa e de seu
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coração. Jesus nos deu Maria como Mãe na hora mais agonizante e importante de sua missão entre nós,
sendo que o discípulo fiel simboliza toda a humanidade.

f) É intercessora
C.I.C. 1014

Em Caná da Galiléia, Maria se mostra como nossa intercessora (Jo 2,1-12). Na nota de rodapé da Bíblia
Ave-Maria temos a seguinte observação, tomando-se o sentido literal da passagem, a respeito da resposta de
Jesus a Maria, dizendo que “Minha hora ainda não chegou”: “Em si nós nada temos a ver com esta falta de
vinho. Minha hora de fazer milagres ainda não chegou. Contudo, a teu pedido, antecipo esta hora”.

Há quem diga baseado em Ecl 9,3-10, que após a morte tudo se acaba e, portanto, os santos e Maria já não
podem fazer mais nada. É importante lembrar que o Sheol (Região dos mortos) era uma crença dos judeus
do Antigo Testamento, para onde todos os homens sem exceção bons e maus iam após a morte, mas Jesus
com Sua morte conquista a ressurreição para aqueles que lá estavam e a entrada deles na Cidade Santa, ou
seja, no Céu (Mt 27,52-53). Em 2Cor 5,8, S. Paulo diz que prefere ausentar-se deste corpo, para ir habitar
junto do Senhor e ainda a Palavra do Senhor nos diz que Deus não é o Deus dos mortos, mas “o Deus dos
vivos” (Mc 12,27) e Ap 14,12-13 nos fala claramente que podemos até apelar para a paciência dos Santos,
aqueles que morreram, os quais suas obras os seguem. Estes santos intercedem junto a Jesus por aqueles
que sofrem. Pedir o auxílio de um santo não configura como necromancia, uma vez que o próprio Jesus
conversou com Moisés (Mt 17,1-11), santificado pelo Senhor. Sabemos que, de acordo com o livro do
Êxodo inteiro, mas principalmente nos capítulos 32 e 33 que Moisés se colocava como o grande intercessor
perante Deus para implorar por Israel. Se nós pecadores (cf. Tg 5,16 e 1Ts 5,25) e até os santos do céu (veja
também Sb 18,20-22, onde mostra o valor da intercessão do santo) podem interceder junto a Jesus, por que
Maria não pode?

E também devemos lembrar a promessa de Jesus em Jo 11,25-26 e também Jo 6,40.51.54.56, que quem crer
Nele e comer seu corpo e beber seu sangue viverá eternamente, ou seja, a morte não terá domínio sobre a
pessoa e em Cl 1,18, S. Paulo nos fala que Jesus é a cabeça da Igreja, que é seu corpo, portanto estamos
ligados ao Senhor para sempre ainda que não mais vivamos nesta terra, viveremos com o Senhor
eternamente, pois o corpo e a cabeça formam um só. E na Igreja Católica, temos provas concretas de muitos
santos que seus corpos, ou parte deles, não foram corrompidos pela morte, por exemplo: o corpo de Santa
Clara de Assis e de Santa Verônica Giuliani, a língua de Santo Antônio de Pádua, foram preservados, sem
contar tantos santos “mártires” (testemunhas) que derramaram seu sangue pelo Senhor e Sua Igreja, sem
medo pois creram na promessa do Senhor (Mt 16,24-25). A Igreja Católica nasceu e é sustentada pelo
Corpo e Sangue do seu fundador e foi regado pelo sangue de tantos amigos do Senhor, isto é, dos santos, as
almas dos justos que chegaram a perfeição (Hb 12,22-23).

Obs.: Somente existe um intercessor entre Deus e os homens, isto é, Jesus (cf. 1Jo 2,1), porém, Maria e os
santos intercedem junto a Jesus para que Ele leve ao Pai nossas orações, uma vez que vemos que as almas
dos justos (que significa santos) pedem, isto é, intercedem junto a Deus, para que o Senhor faça justiça (Ap
6,9-11;20,4). Também é um grave erro achar que Maria é como Deus, ela é uma criatura privilegiada de
Deus, pois o Pai não escolheria uma mulher qualquer para ser a Mãe de seu Filho. É um absurdo, portanto,
chamar Maria de “mulher qualquer”! Prova maior de que Maria não é uma “mulher qualquer” é que ela é a
única criatura do universo que pode dizer a Jesus: Ossos de meus ossos, carne de minha carne, sangue de
meu sangue!

g) Maria é bem-aventurada, bendita entre as mulheres

Em Lc 1,41-43, vemos que Isabel, parente de Maria, ficou cheia do Espírito Santo ao ouvir a saudação de
sua prima, pois esta estava já plena do Espírito Santo e quem tem fogo, leva fogo; quem tem alegria, leva
alegria e quem tem o Espírito Santo, só pode levar o Espírito Santo, onde quer que vá. E Isabel cheia do
Espírito Santo, portanto, não sob a inspiração humana, mas falando segundo o que Deus inspirava ao seu
coração disse: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra
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de vir a mim a mãe de meu Senhor?” Quem havia lhe revelado que Maria carregava o Senhor no seu
ventre? Podemos ver que o Espírito Santo foi revelando a Isabel tudo o que acontecera com Maria e ainda
ela completa no vers. 45: “Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte
do Senhor te foram ditas!” E aí então, também Maria, cheia do Espírito Santo, proclamou: “Minha alma
glorifica o Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para a sua pobre
serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações.” (Lc 2,47-48). Portanto,
se você, verdadeiramente, segue a Bíblia, você só pode proclamar Maria como bendita e bem-aventurada e
de forma alguma dizer que ela é uma mulher qualquer, pois tenho certeza de que se você pudesse construir
uma casa, um templo ou uma igreja para Jesus morar, você faria a melhor construção que pudesse, não é
mesmo? Então por que você acha que Deus escolheria uma mulher qualquer para ser a Mãe do Seu Filho e
não lhe daria a melhor? Se até o lugar onde a sarça pegou fogo no deserto se tornou santo, por ocasião do
chamado de Deus a Moisés (Ex 3,1-5), o que não dizer do seio virginal de Maria, onde o Filho de Deus
habitou por nove meses?

Há algumas pessoas que erram, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus (Mt 22,29) e dizem
que o próprio Senhor chamava sua mãe de “Mulher”, isto é, não lhe demonstrando nenhum tipo de respeito.
Gostaria que você se questionasse por alguns segundos: Hoje, você chamaria sua mãe de “Mulher”? Pois
bem, se Jesus não respeitasse sua mãe, teria pecado, pois em Ex 20,12, encontramos o mandamento de
Deus: “Honrar pai e mãe” e vemos também em Mc 7,10-13 que Jesus duramente chama a atenção dos
fariseus por não auxiliarem seus pais nas suas necessidades, ou seja, por não os honrarem. Portanto como
está em 2Cor 5,21; Hb 4,15; 1Pd 2,22 e Is 53,9, sabemos que o Senhor Jesus jamais pecou.

Mas o que o levou então, a chamar sua mãe de “Mulher”? É importante lembrarmos que estamos em uma
época totalmente diferente da nossa e que não podemos pensar em português, mas em hebraico; portanto
temos que, esse termo semítico equivale ao nosso termo “Senhora” de hoje, portanto bastante respeitoso.
Mas numa segunda análise bíblica, podemos dizer que Jesus não poderia chamar Maria de “mãe”
simplesmente, mas de “Mulher”, visto que Ela é realmente a (com artigo definido) “Mulher do Gênesis e
do Apocalipse”, cf. vemos em Gn 3,15 e Ap 12 inteiro (mas mais especificamente no vers. 17), vemos que
há 2 descendências a da serpente (dragão) e a da Mulher que estão em combate constante pois existe entre
seus filhos uma inimizade eterna, então como Jesus sabia disto chamou-a de “Mulher”, que combate a
serpente e que a vence não por ser deusa, mas por sua obediência e humildade, pois o diabo detesta estas
duas coisas, já que ele foi desobediente e orgulhoso desde o princípio. Agora então me diga, de qual
descendência você faz parte, da serpente ou da Mulher?

2 – PORQUE A IGREJA TEM O SACRAMENTO DO PERDÃO


C.I.C. 1385, 1390, 1422s, 1650, 1856, 2040, 2490

Muitos dizem que não devemos nos confessar com outros homens, pois também eles são pecadores e tanto
eles quanto nós, católicos, sabemos que só Deus pode perdoar os pecados. Mas a quem foi confiada, aqui na
Terra, a autoridade de, em nome do Senhor, selar este perdão? É importante lembrar que já no Antigo
Testamento era preciso que os homens se confessassem uns aos outros (cf. Nm 5,6-7), em Tg 5,16, também
vemos que não basta se confessar só com Deus para que sejamos inteiramente perdoados e em At 19,18, fala
que muitos dos que creram, confessavam-se publicamente, portanto também o Novo Testamento nos
convida à confissão dos pecados a outras pessoas e não só a Deus. Gostaria de lembrar um fato que está em
Mc 2,1-12, que quem negava a Jesus o poder de perdoar os pecados e até o taxava de blasfemador, eram os
orgulhosos escribas. Este poder Ele confiou a homens pecadores, aos Apóstolos e seus legítimos sucessores,
no dia mais solene, o da sua Ressurreição quando lhes apareceu, cf. Jo 20,21-23 e lhes disse: “Como o Pai
me enviou, assim também eu vos envio a vós” (vers. 21). Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles e
acrescentou: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e
àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (vers. 23). Não resta dúvida que o sopro de Cristo
ressuscitado e as palavras: “Recebei o (dom do) Espírito Santo...” expressam claramente que os Apóstolos
não obtiveram o poder de perdoar os pecados em virtude de sua santidade ou impecabilidade, mas como um
dom especial, merecido por Cristo e a eles conferido pelo próprio Senhor, em favor das almas, remidas pelo
sangue derramado na cruz.
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A única Igreja Apostólica (isto é, que vem verdadeiramente dos Apóstolos) é a Igreja Católica, assim sendo
é a única que tem a autoridade de em nome do Senhor perdoar os pecados! Por isso os católicos, mesmo que
sejam papas, bispos ou reis, dobram humildemente suas cabeças diante de tão claras palavras de Jesus e
confessam seus pecados diante dum simples sacerdote, para receber o perdão de Deus.

Cada pecado é um ato de orgulho e desobediência contra Deus. Por isso, “Cristo humilhou-se, tornando-se
obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8) para expiar o orgulho e a desobediência dos nossos pecados
e nos merecer perdão. Assim nos é necessário este ato de humildade e de obediência, na confissão
sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do seu representante, legitimamente ordenado.
E conforme a sua promessa: “Todo o que se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.” (Lc
18,14). A doutrina católica fala de pecado venial (leve) e mortal, porém alguns dizem que isso é pura
invenção da Igreja, pois não há diferença entre os pecados; o que não é justo, pois em 1Jo 5,16-17 nós
encontramos tal doutrina, pois S. João nos fala de pecado que leva a morte (mortal) e que não leva a morte
(venial). Portanto, está biblicamente provado que a Igreja não inventou absolutamente nada.

Daí dizer: “Eu não me confesso com os padres, porque eles também são pecadores” demonstra igual
insensatez, como afirmar: “Eu não vou, com a minha doença, procurar conselho e remédio dos médicos,
porque eles também ficam doentes.” Pense bem nisto.

3 – PORQUE A IGREJA TEM O SACRAMENTO DA EUCARISTIA


C.I.C. 611, 671, 737, 766, 790, 838, 864, 893, 950, 1000s, 1074, 1094, 1097, 1106, 1113, 1118, 1162,
1210s, 2177s

1Cor 11,23-30 – Isto é o meu corpo. (Preste bastante atenção ao verbo: “é”. S. Paulo não usou “representa”
ou “simboliza” e ainda diz: “Eu recebi do Senhor o que vos transmiti...”, portanto o apóstolo recebeu
diretamente do Senhor a “consagração do pão e vinho” em “Corpo e Sangue do Senhor”).

Obs.: No culto dos irmãos protestantes é distribuído cálices com suco de uva (ou vinho) e pedaços de pão,
porém ao final o pastor diz: “Isto não é o corpo de Cristo, mas simboliza, representa”. Não podem dizer
“Isto é o meu corpo”, pois na ceia por eles comemorada não existe a bênção das ofertas, ou consagração,
embora S. Paulo deixa claro que o cálice que ele abençoa (consagra) é o sangue de Cristo: 1Cor 10,16.

Outro fato muito interessante é encontrado em 1Cor 11,27-30, onde S. Paulo começa nos falando que:
“Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpável do Corpo
e do Sangue do Senhor.” (vers. 27) e continua no vers. 29: “Aquele que o come e o bebe sem distinguir o
Corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação”. Ora pois, se S. Paulo, nos fala de condenação e
culpa, é óbvio que a Celebração da Ceia do Senhor não era uma mera encenação, nem lembrança,
simbolismo ou representação para os primeiros cristãos, mas bem ao contrário, era verdadeiramente o Corpo
e o Sangue do Senhor que eram celebrados, pois ninguém poderia sofrer condenação e culpa se estivéssemos
falando só de símbolos.

Ao lermos o capítulo sexto do Evangelho de S. João (inteiro) fica claro que a Eucaristia é o Corpo de
Cristo, conforme lemos neste trecho: “Eu sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão viverá
eternamente. (ou seja, a morte não é o fim para os cristãos, mas bem ao contrário, a cabeça é o Cristo Jesus e
nós Igreja, somos o corpo, portanto quando morremos continuamos vivos e podemos interceder junto ao
Senhor pelos irmãos, pois viveremos eternamente se comermos o Corpo do Senhor dignamente) E o pão que
eu hei de dar é a minha carne para a salvação do mundo”. (Jo 6,51). Notamos outro fato muito
interessante no vers. 60 onde os discípulos começaram a murmurar dizendo: “Isso é muito duro! Quem o
pode admitir?”, pois Jesus usou os termos “comer a minha carne e beber o meu sangue” literalmente
falando e isto assustou a muitos de seus seguidores e no vers. 66 encontramos algo terrível: muitos a partir
deste momento deixaram de segui-lo. (Gostaria de chamar a atenção para algo interessante, pois estamos
lendo Jo 6,66, note bem o número que se formou “666” e este versículo fala daqueles que abandonaram
Jesus quando Ele os convidou a comer o seu Corpo e a beber o seu Sangue). Porém o Senhor, por sua vez,
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pergunta aos doze: “Quereis vós também retirar-vos” (vers. 67) e podemos notar aqui que Jesus foi muito
firme quando viu muitos abandonando-o, Ele não voltou atrás e disse: “Olhem, vocês não entenderam, eu
não quis dizer que vocês comeriam de minha própria carne, era só uma simbologia, um jeito de falar”, mas
ao contrário, questiona se seus doze apóstolos não quereriam ir embora também, mas graças a Deus, nós,
Igreja Católica ficamos com o primeiro papa, Pedro, cf. vers. 68 e 69: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu
tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!” Por que os irmãos
separados não levam ao pé da letra as palavras de Jesus sobre a Eucaristia?

4 – A IGREJA TEM O SACERDÓCIO INSTITUÍDO


C.I.C. 63, 611, 662, 782, 803, 857, 873, 877, 886s, 897, 1070, 1088, 1105, 1119s, 1141, 1174 a 1175, 1188,
1256, 1268, 1273, 1279, 1290 a 1291, 1424s, 1535 a 1540, 1554s, 1564, 1572

Sabemos que os sacerdotes já existiam desde o Antigo Testamento, cf. Ex 28,1-3; Lv 21,1, mas é preciso
levar em consideração que Jesus nos diz em Mt 5,17, que não veio abolir, ou seja, acabar, com a Lei judaica,
mas levá-la a perfeição e ainda fala de uma Nova Aliança feita no seu sangue (cf. Mt 26,28), pois era
necessário que a Antiga Aliança feita através do sangue de animais, portanto imperfeita, fosse levada à
perfeição. Assim, podemos ver claramente que o sacerdócio judaico foi levado a perfeição pelo sacerdócio
cristão, que fora instituído por Jesus. A palavra de Deus mostra ainda que o sacerdote é escolhido dentre os
homens para ser mediador e oferecer sacrifícios pelo povo: Hb 5,1-4. Os sacerdotes são homens sujeitos à
fraqueza, mas investidos de autoridade: Hb 7,28.

Além de sacerdotes a Igreja do Deus Vivo tem que possuir bispos: At 20,28. São os sucessores de Jesus
Cristo: 1Pd 2,25. São chamados a uma vida de dignidade: Tt 1,7. Portanto a Igreja tem que ter o corpo
hierárquico como o descrito na Bíblia: bispos e sacerdotes. Não nos esqueçamos de que o Papa é o Bispo de
Roma. Se tanto o Antigo quanto o Novo Testamento mostra que a Igreja tem que ter o “sacerdote”, por que
as outras denominações têm apenas a figura do “pastor”?

Certos irmãos perguntam: “Por que os padres católicos não se casam, assim haveria mais vocações e menos
escândalos, já que a própria Bíblia o recomenda em 1Tm 3,2?” Devemos ter em mente que o próprio
apóstolo Paulo não era casado (cf. 1Cor 7,8) e ainda recomendava que fossem como ele. Numa de suas
cartas ele pede: “Sejam meus imitadores, como eu sou de Cristo” (1Cor 11,1). Escrevendo a Timóteo, que
também era bispo celibatário, não lhe podia recomendar casamento. Porém, por falta de candidatos
celibatários para a função episcopal (naquela época, é claro!), ele lhe recomenda escolher também homens
casados e virtuosos, e vemos que S. Paulo não dá ênfase à palavra “casado”, mas nas palavras “uma só vez”
(ou seja, ainda que a esposa viesse a falecer, não poderia casar-se novamente) e não duas ou três vezes,
mesmo que sucessivamente, o que seria sinal de moleza e muita paixão, deixando pouco zelo e dedicação
para Deus e as almas. Ainda em 1Cor 7,25-28.32-34, Paulo nos aconselha a permanecer virgens (ou seja,
solteiros) e fala também da diferença entre os homens e mulheres solteiros (que devem cuidar das coisas do
Senhor) e os casados (que devem em primeiro lugar buscar agradar aos seus cônjuges), portanto podemos
notar que S. Paulo apresenta argumentos favoráveis ao celibato.

A Igreja Católica reconhece que a exigência do celibato dos padres não é de lei divina, mas de lei eclesial,
que em circunstâncias especiais poderia ser abolida, mas opta pela maior perfeição, já que por este motivo
os Apóstolos de Jesus deixaram a convivência matrimonial e familiar, para se dedicar inteiramente à
propagação do Reino de Deus, cf. podemos ver em Lc 18,28-30 que Pedro pergunta ao Senhor: “Vê, nós
abandonamos tudo e te seguimos.” Ao que Jesus responde: “Em verdade vos declaro, ninguém há que tenha
abandonado, por amor do reino de Deus, sua casa, sua mulher, seus irmãos, seus pais, ou seus filhos, que
não receba muito mais neste mundo, e no mundo vindouro a vida eterna.” Assumindo livremente o celibato,
o sacerdote imita a maneira de viver de Jesus (que era celibatário) inteiramente dedicado às coisas do Pai e
de seu Reino.
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5 – PORQUE A IGREJA TEM O BATISMO CORRETO
C.I.C. 14, 168, 172, 189, 249, 265, 404s, 507, 535s, 628, 683, 691, 695, 701, 784, 790, 798, 818, 838, 871 a
872, 897, 903, 916, 950, 977, 1002, 1290, 1298s

Em 1Cor 10,1-2, S. Paulo nos fala que os hebreus foram batizados no mar durante a fuga do Egito, porém
sabemos que eles passaram a pé enxuto (nem sequer molharam os seus pés, talvez apenas tocaram a areia
úmida do fundo do mar, quando as águas se abriram, cf. Ex 14,22), mostrando que não é a quantidade de
água que importa no batismo. Aliás, quem recebeu o batismo por “imersão” foram os egípcios, sendo que
eles morreram. Vemos também em 1Pd 3,20-21, que 8 pessoas foram batizadas na arca, sendo que não
mergulharam, mas ao contrário, foram os impenitentes que morreram sob as águas do dilúvio. Outra
passagem que mostra que não é necessário mergulhar para ser batizado é At 8,26-40, onde o etíope foi
batizado no caminho de Jerusalém a Gaza onde não há nenhum rio (cf. se pode notar no último mapa da
Bíblia Ave-Maria), mas apenas nascentes bem pequenas e rasas, onde não dá para realizar o batismo de
imersão. Em At 9,17-18, quando Paulo foi batizado ele estava na casa de Judas na Rua Direita, portanto não
estava em um rio e nem piscina tinha lá.

Criança pode e deve ser batizada, sim senhor! Em At 10,24.47-48, vemos toda a família de Cornélio
recebendo o batismo, bem como a família de Lídia (At 16,14-15) e também a do carcereiro (At 16,33). E
qual é a família daquela época que não tinha crianças? Alguns dizem que a criança não tem capacidade de
entender o que está acontecendo e por isso não pode assumir a fé em Jesus Cristo, mas em Lc 2,21-40,
notamos que Jesus ao ser circuncidado tinha apenas 8 dias e logo após foi apresentado ao templo
obedecendo a Palavra do Senhor que está em Lv 12, mas com certeza Ele não entendia nada, mas foi
educado por seus pais segundo o Judaísmo e por isso, foi um excelente judeu e aprendeu a amar, a adorar o
Deus Todo-Poderoso, pois José e Maria instruíram-no corretamente. Na Igreja Católica, a criança é batizada
segundo a fé dos pais e dos padrinhos e com o compromisso dos mesmos de educar seu filho dentro dos
ensinamentos da Igreja. Então podemos assim assumir, que o erro não está na Doutrina da Igreja Católica
(como vimos até então), mas nos pais que só se preocupam em batizar os filhos como um fato social e não
assumem as responsabilidades que exige tal sacramento.

Dizem também outros que a criancinha não tem pecado nenhum, então não há razão para batizá-la. Mas
será que é o que a Bíblia diz? Notamos no Sl 50,7, que Davi inspirado pelo Espírito Santo diz: “Eis que
nasci na culpa, minha mãe concebeu-me no pecado” e S. Paulo em 1Cor 15,22, fala que todos morreram
em Adão (devido ao seu pecado) e que todos viverão em Cristo e ainda temos Rm 5,12, deixa claro que o
pecado passou para o gênero humano por um único homem. Portanto, somos todos biblicamente falando
filhos de Adão e Eva e devido seu pecado, já trazemos em nós esta mancha, chamada pela Igreja de pecado
original, como o próprio rei Davi acima reconhece que já nasceu pecador. Ora, podemos ver claramente que
se faz mais que necessário o batismo também para as criancinhas.

Há pessoas ainda que dizem que o Senhor foi batizado já em idade adulta. Aqui é preciso um
esclarecimento muito importante: Jesus não recebeu o sacramento do Batismo (uma vez que foi o próprio
Senhor que o instituiu em Mt 28,18-20), mas sim, como João Batista deixa bem claro, um batismo só de
penitência, cf. Mt 3,11 e que quem batizaria no Espírito Santo e no fogo seria outro maior que ele, isto é, o
Cristo Jesus. Além do mais a Bíblia em lugar nenhum especifica a idade para ser batizado. Todos nós
nascemos como os outros animais ou criaturas, mas o que nos faz ser reconhecidos como filhos de Deus e
termos nosso nome inscrito no Livro da Vida (Ap 3,5) é o Batismo, que seria como nossa certidão de
nascimento para Deus. Para que eu seja reconhecido como um cidadão brasileiro ou americano ou italiano,
preciso ter uma certidão de nascimento no dito país, não é? Se não tenho tal documento é como se eu não
existisse perante a lei humana. Mas, o Senhor diz que existem pessoas que não têm seus nomes inscritos no
Livro da Vida (Ap 13,8). Onde você quer estar? Se eu posso ter meu nome no Livro da Vida quando
criança, por que vou esperar ficar adulto para receber tal graça?

Mas, na família que está em estado irregular (amasiamento), ou naquelas que não frequentam a Igreja, é
comum que não se aceite o batismo das criancinhas, pois a Igreja somente batiza crianças pequenas em
famílias “fermento de fé”, como as de Lídia, Cornélio e do carcereiro. Onde a família não vai à Igreja, é
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melhor que se espere que as crianças cresçam e elas optem pela fé depois. Por isso, que é tão importante
chamar padrinhos (do latim “pequeno pai, paizinho”) que tenham fé e sejam modelos de cristãos e não os
chamar apenas por amizade ou por questões sociais, para que se evite termos tantos batizados que não vivem
o seu batismo.

Não podemos nos esquecer de falar também daqueles que negam seu batismo, isto é, ao abandonar a Igreja
Católica recebem outro batismo (se é que isso é possível), cometendo assim um grave pecado que não tem
perdão como o próprio Senhor nos alerta em Mt 12,31-32; Mc 3,28-29; Lc 12,10, pois renegam o Espírito
Santo que no batismo haviam recebido, o que seria uma blasfêmia contra Ele, assim estariam afirmando que
não o receberam quando na realidade isto aconteceu.

6 – PORQUE A IGREJA VENERA AS IMAGENS


C.I.C. 475, 1159s, 2130s, 2691, 2705

A passagem de Dt 5,4-10 nos mostra que Deus proíbe que se façam imagens para “render culto”, ou seja,
para adorar. Realmente é falta contra Deus adorar ídolos, acreditar que eles podem realizar algo, quando são
de barro, pau ou gesso e nem podem responder: Ez 14,3.

O mesmo Deus que proíbe que se façam ídolos para a adoração, é o mesmo que manda que se faça imagens
para a veneração (que é a mesma coisa que respeito, assim como respeitamos os heróis de nossa Pátria,
erguendo bustos e usando seus nomes em edifícios importantes, mas não estamos adorando-os por causa
disso, estamos? Mas vemos neles pessoas importantes que devem ser amadas, respeitadas, admiradas e até
imitadas), como podemos verificar em 1Rs 6: O Senhor manda Salomão edificar-lhe um templo e fazer dois
querubins (anjos) com 10 côvados de altura cada (aproximadamente 5 metros) cf. vers. 23-25 e pintar várias
figuras nas paredes e também esculpi-las nos batentes das portas (vers. 29-35) e vemos depois no cap. 9,
vers. 3 que o Senhor consagrou aquela casa (templo), ou seja, Ele não ficou irado devido às imagens que lá
estavam, mas pelo contrário, disse que fixaria seu nome ali e que seus olhos e seu coração estariam ali
perpetuamente. Conforme podemos ver em Ex 25,10-22, Deus pede que se construa a arca e que se
coloquem nela dois querubins de ouro sobre ela e diz também que se comunicará com Moisés e seu povo
através deles. Deus também manda que se faça uma serpente de bronze e a coloque num poste para que os
israelitas, que murmuravam contra Deus, não fossem mortos pelas picadas das cobras: Nm 21,4-9. Esta
mesma passagem é relatada por Jesus que compara a serpente esculpida e colocada num poste com a sua
própria Cruz: Jo 3,14-16.

As imagens não foram feitas para adoração, mas as imagens sacras servem como instrumento de Deus
(como o cajado de Moisés). Se uma serpente esculpida curava o veneno das serpentes (pois ao olharem para
a imagem de bronze lembravam-se do seu pecado, pediam perdão a Deus e o Senhor os curava), o que não
nos faz pensar o crucifixo?!? Quando os homens olham para a cruz de Jesus lembram todo o amor que Ele
teve por nós, ao ponto de morrer por nossos pecados. A cruz deve lembrar-nos de que a morte foi vencida,
que tanto a cruz como o túmulo de Jesus ficaram vazios e ELE ESTÁ VIVO!!! ALELUIA!!! Em toda a
história da salvação Deus sempre se utilizou de figuras humanas, isto é, terrenas para representar as coisas
do céu (cf. Hb 9,1-2.23). As figuras e imagens devem apenas representar as coisas do céu, devem ser
veneradas (respeitadas) para aumentar nossa fé, mas não adoradas, pois isto somente deve ser feito a Deus,
pois o Senhor quer que os homens adorem só a Ele (Jo 4,23-24). Já que o próprio Cristo é imagem de Deus
invisível (Cl 1,15).

É necessário que se faça distinção entre imagem e ídolo, pois a imagem nos reporta a algo celestial, ao passo
que o ídolo nos leva à idolatria e ao afastamento de Deus. É importante lembrar que os cristãos primitivos,
usavam a imagem do peixe para referir-se a Jesus. Atualmente o homem elegeu para si outros ídolos mais
sutis, como o sexo desordenado, o poder, o ter, o dinheiro. Muitos encontram-se tão fascinados por estes
ídolos que não cabe em seus corações o conceito de Deus.
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7 – PORQUE A IGREJA ESTÁ FUNDADA EM PEDRO
C.I.C. 880 a 887

Mt 16,18-19 – “Pedro, tu és pedra e sobre ti edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela.” Atualmente no mundo são mais de 5.000 denominações, mas a Igreja Católica é una, mesmo
com todo o joio que já foi semeado dentro dela. Das 5.000 denominações diferentes mais de 95% foram
fundadas há menos de 50 anos e os outros 5% tem menos de 500 anos, pois nasceram da reforma protestante
de Martinho Lutero e Calvino no séc. XVI. Desde de S. Pedro (que morreu em 67), passando por S. Lino, o
segundo papa (que morreu em 76) até João Paulo II, foram 264 papas, sempre mantendo o vínculo
Apostólico. Nenhuma das outras denominações possui este vínculo desde Pedro.

Outro fator muito importante e praticamente ignorado por muitos é que Jesus, no texto acima citado, diz A
MINHA IGREJA, no singular, portanto é única; o Senhor não fundou “várias igrejas”, mas bem ao
contrário, Ele roga a Pai pela unidade da Sua Igreja, cf. Jo 17,20-23. Os que vão criando por conta própria
suas denominações, ditas cristãs, não estão em acordo com a Palavra de Deus e o desejo do Salvador, mas
estão dividindo, por orgulho e prepotência, o corpo do Senhor (Rm 12,5; Cl 1,18).

Seria uma ignorância muito grande chamar o papa de “besta-fera” ou de Anticristo, como fazem algumas
pessoas, pois não conhecem as palavras de S. João: “Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que
o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora. Eles saíram
dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco” – 1Jo
2,18-19. Portanto, o Anticristo sairá das fileiras daqueles que abandonaram a Igreja Católica.

Em Ap 13,18, encontramos o número da besta, o 666. Este versículo supõe os costumes hebreu, grego e
latino de atribuir às letras do alfabeto valor numérico; a soma desses valores equivalia então a uma palavra
ou a um nome. Algumas correntes protestantes julgam que esse nome é o título latino abaixo (que quer
dizer: Vigário do Filho de Deus e que supostamente designaria o Papa):

V I C A R I U S F I L I I D E I
5 1 100 1 5 1 50 2 500 1 = 666

Em latim as letras A R S E e F não têm valor numérico; por isto não são computadas. Além disto, a grafia
do U era igual à do V; por isto apresenta-se como o valor 5. O texto do Apocalipse exige que a Besta seja
um homem e não um cargo (por exemplo, de chefe da Igreja Católica). Mas, no entanto, nenhum Papa, até
hoje, usou o título de “Vigário do Filho de Deus”. Os papas foram sempre chamados de “Servo dos servos
de Deus”, “Bispo de Roma”, “Vigário de Jesus Cristo”, “Patriarca do Ocidente”.

Para entender completamente a Bíblia, é necessário compreender bem seu ambiente geográfico e histórico,
assim é falso procurar na língua latina a decifração do número 666, pois nunca os leitores para quem o
Apocalipse foi primeiramente escrito que residiam na Ásia Menor, teriam entendido o significado do
número, pois eles não conheciam o latim, que na época ainda era um dialeto falado só no centro da
península itálica. Temos que procurar nas línguas hebraica e grega (faladas na Ásia Menor) e entre os
personagens históricos conhecidos pelos cristãos do século I a decifração do número 666. E se por acaso
descobrissem, na tradução latina, esta acusação contra o Papa, iriam rejeitá-la como calúnia diabólica; pois
tanto S. Pedro como os 30 Papas dessa época, foram todos martirizados por sua fidelidade a Cristo. Se
atendemos a estas exigências, podemos dizer com muita probabilidade que tal número corresponde ao nome
de César Nero escrito com letras hebraicas do seguinte modo (ler da direita para a esquerda)

N V R N R S Q
50 6 200 50 200 60 100 = 666

Aqui está a equivalência das letras hebraicas ao alfabeto português e seu valor numérico:
‫( נ‬nun) = N = 50; ‫( ו‬vav) = V = 6; ‫( ר‬resh) = R = 200; ‫( ס‬samekh) = S = 60; ‫( ק‬qof) = Q = 100.
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Tal interpretação é bem fundamentada, pois Nero foi o primeiro imperador romano a decretar a
perseguição aos cristãos; por sua crueldade tornou-se o tipo dos adversários da Igreja e ainda exigia para si
as honras divinas e mandou matar os Apóstolos Pedro e Paulo e milhares de outros cristãos. Alguns de seus
sucessores fizeram o mesmo. Se nos basearmos, só no latim para calcular o número da Besta, poderíamos
também considerar Ellen Gould White, a grande doutora adventista, como a Besta do Apocalipse:

E L L E N G O U L D W H I T E
50 50 5 50 500 5+5 1 = 666

Em suma, é totalmente despropositado e antibíblico identificar a Besta do Apocalipse com o Papa.

Somente a Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu como a pedra de sua Igreja (e não de
suas “igrejas”). Entregou-lhe as suas chaves, institui-o pastor de todo o rebanho (Jo 21,15-17). Porém a
autoridade de ligar e desligar, que foi dada a Pedro, consta que também foi dado ao colégio dos apóstolos
unidos ao seu chefe (Jo 20,23). Entretanto, alguns dizem que essa autoridade, foi dada só a Pedro, mas que
após sua morte, rompeu-se o vínculo com esta promessa, mas não é o que vemos na Bíblia, pois em At 1,15-
26, podemos ver que a Igreja elegeu um outro apóstolo (Matias) para assumir o lugar de Judas Iscariotes,
que havia se enforcado após trair o Senhor, pois era necessário que estivesse completo o número das
testemunhas da ressurreição de Jesus. Ora pois, se a Igreja teve tamanho zelo em substituir um traidor e
ladrão (cf. Jo 12,6;18,2), como não se preocuparia em ter substitutos para o Chefe da Igreja do Senhor.
Seria, sem dúvida, uma insensatez.

É uma graça de Deus termos o Papa como nosso pastor, pois ele representa Cristo aqui na terra, na figura de
Pedro, pelo vínculo apostólico guardado pela Igreja nesta sucessão contínua dos 265 papas que estiveram
regendo e pastoreando a Igreja de Cristo. Temos que nos orgulhar desta sucessão que nunca se rompeu por
mais de 2000 anos! Que o Senhor tenha misericórdia destes que só jogam pedras e não semeiam boas
sementes! Que o Senhor proteja a Igreja de todo o joio que já foi semeado dentro dela por tantos
impostores.

Muitos gostando ou não, historicamente sabemos que a Igreja Católica foi a primeira, mas afinal de contas,
quem fundou a sua Igreja? Se você não sabe, dê uma olhada na tabela baixo:

IGREJA FUNDADOR ANO LOCAL


Católica Jesus Cristo AD 30 Jerusalém
Luterana Martinho Lutero 1517 Alemanha
Calvinista João Calvino 1517 França
Anglicana (Episcopal) Henrique VIII 1534 Inglaterra
Presbiteriana John Knox 1560 Escócia
Congregacional Robert Brown 1580 Inglaterra
Batista John Smith 1611 Inglaterra
Metodista John Wesley 1738 Inglaterra
Adventista William Miller 1831 EUA
Mórmons Joseph Smith 1831 EUA
Espiritismo Irmãs Fox 1848 EUA
Testemunhas de Jeová Charles T. Russel 1874 EUA
Pentecostal vários ministros 1914 EUA

Tudo isso é provado pela História, portanto não é a Igreja quem diz. Agora, analise e veja qual desses
fundadores deu a vida pela sua igreja, derramando seu sangue numa cruz por ela e você verá claramente qual
é a verdadeira e qual nasceu do coração do nosso Deus. Ainda que humanamente falando, isto é, olhando
com os olhos humanos, achamos que uma ou outra é melhor, não podemos esquecer que é preciso olhos
espirituais para compreender os desígnios de Deus e quem segue verdadeiramente o Filho de Deus (Jesus
Cristo) fica com a Sua Igreja, aquela que Ele mesmo fundou, derramando sobre ela o Espírito Santo que
havia prometido (At 1,4-8 e 2,1-13), portanto, aquela que recebeu o verdadeiro Pentecostes (e Maria estava
lá, não se esqueça disso).
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Conheça agora os 266 papas da Igreja Católica:
1. S. PEDRO 68. S. Adeodato I 135. Bento VII 202. Urbano VI
2. S. Lino 69. Bonifácio V 136. João XIV 203. Bonifácio IX
3. S. Cleto (Anacleto) 70. Honório I 137. João XV 204. Inocêncio VII
4. S. Clemente I 71. Severino 138. Gregório V 205. Gregório XII
5. S. Evaristo 72. João IV 139. Silvestre II 206. Martino V
6. S. Alexandre I 73. Teodoro I 140. João XVII 207. Eugênio IV
7. S. Xisto I 74. S. Martino I 141. João XVIII 208. Nicolau V
8. S. Telésforo 75. S. Eugênio I 142. Sérgio IV 209. Calisto III
9. S. Higino 76. S. Vitaliano 143. Bento VIII 210. Pio II
10. S. Pio I 77. Adeodato II 144. João XIX 211. Paulo II
11. S. Aniceto 78. Dono 145. Bento IX 212. Sisto IV
12. S. Sótero 79. S. Agatão 146. Silvestre III 213. Inocêncio VIII
13. S. Eleutério 80. S. Leão II 147. Bento IX 214. Alexandre VI
14. S. Vítor I 81. S. Bento II 148. Gregório VI 215. Pio III
15. S. Zeferino 82. João V 149. Clemente II 216. Júlio II
16. S. Calisto I 83. Cônon 150. Bento IX 217. Leão X
17. S. Urbano I 84. S. Sérgio I 151. Dâmaso II 218. Adriano VI
18. S. Ponciano 85. João VI 152. S. Leão IX 219. Clemente VII
19. S. Antero 86. João VII 153. Vítor II 220. Paulo III
20. S. Fabiano 87. Sisínio 154. Estevão IX 221. Júlio III
21. S. Cornélio 88. Constantino 155. Nicolau II 222. Marcelo II
22. S. Lúcio I 89. S. Gregório II 156. Alexandre II 223. Paulo IV
23. S. Estevão I 90. S. Gregório III 157. S. Gregório VII 224. Pio IV
24. S. Xisto II 91. S. Zacarias 158. B. Vítor III 225. S. Pio V
25. S. Dionísio 92. Estevão II 159. B. Urbano II 226. Gregório XIII
26. S. Félix I 93. S. Paulo I 160. Pascoal II 227. Sisto V
27. S. Eutiquiano 94. Estevão III 161. Gelásio II 228. Urbano VII
28. S. Caio 95. Adriano I 162. Calisto II 229. Gregório XIV
29. S. Marcelino 96. S. Leão III 163. Honório II 230. Inocêncio IX
30. S. Marcelo I 97. Estevão IV 164. Inocêncio II 231. Clemente VIII
31. S. Eusébio 98. S. Pascoal I 165. Celestino II 232. Leão XI
32. S. Milcíades 99. Eugênio II 166. Lúcio II 233. Paulo V
33. S. Silvestre I 100. Valentim 167. B. Eugênio III 234. Gregório XV
34. S. Marcos 101. Gregório IV 168. Anastácio IV 235. Urbano VIII
35. S. Júlio I 102. Sérgio II 169. Adriano IV 236. Inocêncio X
36. Libério 103. S. Leão IV 170. Alexandre III 237. Alexandre VII
37. S. Dâmaso I 104. Bento III 171. Lúcio III 238. Clemente IX
38. S. Sirício 105. S. Nicolau I 172. Urbano III 239. Clemente X
39. S. Anastácio I 106. Adriano II 173. Gregório VIII 240. B. Inocêncio XI
40. S. Inocêncio I 107. João VIII 174. Clemente III 241. Alexandre III
41. S. Zózimo 108. Marino I 175. Celestino III 242. Inocêncio XII
42. S. Bonifácio I 109. S. Adriano III 176. Inocêncio III 243. Clemente XI
43. S. Celestino I 110. Estevão V 177. Honório III 244. Inocêncio XIII
44. S. Xisto III 111. Formoso 178. Gregório IX 245. Bento XIII
45. S. Leão I 112. Bonifácio VI 179. Celestino IV 246. Clemente XII
46. S. Hilário 113. Estevão VI 180. Inocêncio IV 247. Bento XIV
47. S. Simplício 114. Romano 181. Alexandre IV 248. Clemente XIII
48. S. Félix III 115. Teodoro II 182. Urbano IV 249. Clemente XIV
49. S. Gelásio I 116. João IX Bento IV 183. Clemente IV 250. Pio VI
50. Anastácio II 117. Leão V 184. B. Gregório X 251. Pio VII
51. S. Símaco 118. Sérgio III 185. B. Inocêncio V 252. Leão XII
52. S. Hormisdas 119. Anastácio III 186. Adriano V 253. Pio VIII
53. S. João I 120. Lando 187. João XXI 254. Gregório XVI
54. S. Felix IV 121. João X 188. Nicolau III 255. Pio IX
55. Bonifácio II 122. Leão VI 189. Martino IV 256. Leão XIII
56. João II 123. Estevão VII 190. Honório IV 257. S. Pio X
57. S. Agapito I 124. João XI 191. Nicolau IV 258. Bento XV
58. S. Silvério 125. Leão VII 192. S. Celestino V 259. Pio XI
59. Virgílio 126. Estevão VIII 193. Bonifácio VIII 260. Pio XII
60. Pelágio I 127. Marino II 194. B. Bento XI 261. João XXIII
61. João III 128. Agapito II 195. Clemente V 262. Paulo VI
62. Bento I 129. João XII 196. João XXII 263. João Paulo I
63. Pelágio II 130. Leão VIII 197. Bento XII 264. João Paulo II
64. S. Gregório I 131. Bento V 198. Clemente VI 265. Bento XVI
65. Sabiniano 132. João XIII 199. Inocêncio VII 266. FRANCISCO
66. Bonifácio III 133. Bento VI 200. B. Urbano V
67. S. Bonifácio IV 134. Bento VII 201. Gregório XI
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8 – PORQUE A IGREJA PROFESSA A RESSURREIÇÃO
C.I.C 298, 519, 537, 542, 625s, 728s, 992s, 1013, 1023 a 1060, 1337s, 1680s

Algumas pessoas (baseadas em 1Ts 4,13), pensam que quando se morre, se fica dormindo, mas conforme
podemos ver em Lc 16,19-31, se morto ficasse dormindo, o rico não estaria conversando com Deus.
Também Moisés após a morte conversa com Jesus (Mt 17,1-11). S. Paulo nos mostra que quando
morremos, logo em seguida vem o juízo e não se morre senão uma vez somente: Hb 9,27. Aquele ladrão
alcançou o Paraíso no mesmo dia de sua morte, quando Jesus lhe dá a feliz notícia: “Em verdade te digo,
hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43).

Este erro de interpretação vem da origem das palavras “ressurreição” e “morte” no hebraico e no grego,
pois eles não tinham uma palavra específica para o verbo “ressuscitar”, então usavam o verbo “despertar”
(ἐγείρειν: egeirein, grego), mas no entanto, tinham o verbo “morrer”, mas que por ser uma expressão
extremamente forte, preferiam usar o eufemismo (expressão mais suave ou indireta de uma idéia
desagradável, grosseira ou indecente) “adormecer” (κοιμᾶσθαι: koimâsthai, grego), pois já que para
dizerem ressuscitar usavam “despertar”, só podiam dizer “adormecer” para suavizar o verbo morrer, já que
despertar e adormecer são idéias opostas, assim como às vezes, fazemos na língua portuguesa, dizemos que
“alguém foi dessa para uma melhor”, ou como alguns protestantes dizem: “O Senhor recolheu o irmão tal”,
para dizer que ele morreu usando expressões mais suaves, mas o próprio Jesus desfaz esse engano em Jo
11,11-15, pois até entre eles essas expressões geravam confusões.

Jesus afirma a ressurreição e não a reencarnação, pois quem não acredita na ressurreição não crê no próprio
Jesus: Jo 11,25. Quem não crê na ressurreição é vã sua fé: 1Cor 15,12-19. Uma vez que morremos, não
mais retornamos: Sb 2,5 e 2Sm 14,14. Jesus mesmo acaba com toda a doutrina reencarnacionista em Lc
23,39-43, pois o dito bom ladrão (S. Dimas) pede ao Senhor que se lembrasse dele ao entrar em Seu Reino,
se Jesus aceitasse a reencarnação teria dito a ele que seria impossível, pois ele fora ladrão e teria que se
reencarnar várias vezes até conseguir eliminar seu “karma”; mas o Senhor lhe diz: “Em verdade te digo,
hoje estarás comigo no paraíso”. Se que me salvasse sozinho, a paixão e morte de Jesus teriam sido puro
teatro, perda de tempo, teria sido tudo em vão o que Jesus sofreu, mas a Palavra de Deus nos diz o contrário,
que fomos salvos (curados) por suas chagas, cf. 1Pd 2,24 e que não há salvação fora de Jesus, cf. At 4,12.

No entanto, alguns para satisfazer suas próprias paixões se desviam da verdadeira doutrina (2Tm 4,3-5) e
mutilam a palavra de Deus atraindo para si a maldição (Ap 22,18-19). O Evangelho segundo o Espiritismo
de Allan Kardec mutilou e retirou da Palavra do Senhor só o Decálogo, ou seja, os 10 mandamentos, do
Antigo Testamento e do Novo, as partes da moral e das parábolas de Jesus, acrescentando outras coisas que,
de acordo com ele, vieram dos assim ditos espíritos de luz (que na realidade cf. 2Cor 11,13-15, não passam
do próprio Satanás). “O Reformador” na pág. 236 (ed. outubro/1955) afirma que nem o sacrifício de um
Deus na cruz e sangue algum é capaz de perdoar os pecados. Para Allan Kardec não existe salvação no
sangue e na cruz de Jesus, assim para o espiritismo não há sentido algum o sacrifício de Jesus na cruz, pois
no “Livro dos Espíritos” de Allan Kardec das págs. 1 a 5, ele defende a tese de que o espiritismo faz de seu
suporte principal o contato com os mortos e não o contato com o próprio Deus, caindo assim no pecado da
necromancia.

Após morrermos, na ressurreição teremos um corpo incorruptível, que receberemos na segunda e gloriosa
vinda de Jesus: 1Cor 15,35-44.51-57, por isso, não é admissível que Deus nos dê uma alma já “usada” e
também Deus seria injusto para comigo, fazendo me pagar por pecados que não cometi, além do mais, não
creio que o Deus que fez digitais diferentes para bilhões de pessoas, iria copiar as almas, seria bem
contraditório, não é mesmo? Sem contar que matematicamente a reencarnação é impossível, basta vermos o
número de habitantes que tínhamos no mundo no ano 1000 e quanto temos agora, portanto o número atual é
muito maior do que o de tempos atrás. MARANATÁ! (Vem, Senhor Jesus!)

Em 2Mc 12,40-46, Judas manda que se faça uma celebração do perdão dos pecados daqueles que morreram,
pois ele acreditava na ressurreição. Não se trata aqui de necromancia (consulta aos mortos), a qual é
proibida pela Palavra de Deus: Dt 18,9-14, sendo que o Senhor não permite que freqüentemos nenhuma
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seita que consulte os mortos: Lv 19,31 e 20,6 e também é proibida pelo “Decreto da Santa Sé” de 1917
que não permite a nós, católicos, assistirmos a sessões espíritas, quer para indagar dos mortos a verdade, ou
ainda, buscar contato e trabalhos, etc e tal.

Alguns dizem que ao pedirmos a intercessão dos santos, estamos cometendo o pecado da necromancia, isto
é, entrando em contato com os mortos como fazem os espíritas. Gostaria de esclarecer um fato aqui, o
espírita “incorpora” um espírito e este fala e age através do “médium”, o que é totalmente proibido por
Deus, como nós já vimos, ao passo que na Igreja Católica não evocamos (chamamos) nenhum espírito para
que ele “se incorpore, se manifeste ou fale conosco e através de nós”, mas bem ao contrário, pedimos a
intercessão (isto é, a oração) dos santos para que eles que já estão na presença de Deus e fazem parte da
Igreja Triunfante, possam pedir, rogar, suplicar pelas nossas necessidades, assim não mantemos nenhum
contato físico, espiritual ou psíquico com eles, como talvez muitos pensem, sem conhecer a beleza da
doutrina católica sobre a intercessão dos Santos (veja também o Item f desta apostila). A oração pelos
heróis, que morreram com ídolos sob suas túnicas, portanto em pecado, era porque Judas Macabeu
acreditava no perdão de Deus e na própria ressurreição. Isto nos mostra que podemos oferecer missas e orar
por aqueles que já se foram. Nós não entramos em contato com os mortos, mas pedimos a Jesus por eles,
conforme era costume dos judeus numa época, anterior a Jesus.

Portanto, o sacrifício de Judas Macabeu mostra que era tradição judaica, orar pela salvação dos mortos que
não foram condenados ao fogo do inferno, mas que também não alcançaram a salvação eterna e, por isso,
precisam passar por uma última purificação (C.I.C. 1030 a 1037), que é o Purgatório (que constitui um
dogma de fé) que se entende como o estado (não um local) em que as almas dos fiéis que morrem no amor
de Deus, mas ainda portadoras de inclinações desregradas, se libertam destas escórias do pecado mediante
uma purificação do seu amor; o amor tíbio, incapaz de extinguir tendências incoerentes, é então fortalecido
de modo a não tolerar mais nenhum resquício do pecado.

No entanto, é verdade que não se encontra esta palavra na Bíblia, no entanto a Palavra de Deus descreve
situações, estados ou lugares que se identificam com a idéia de purgatório. Ao mencionar que o pecado
contra o Espírito Santo não seria perdoado nem neste século, nem no século vindouro, fica claro que muitos
pecados são perdoados neste século (nesta vida), ao passo que faltas menos pesadas podem ser perdoadas no
século vindouro, isto é, após a morte (Mt 12,31-32). Na passagem de Mt 5,25-26 nos deixa claro, que o juiz
que não deixa que saia o faltoso da prisão sem pagar sua falta, é Deus. Nosso Deus misericordioso purifica
com seu fogo de amor aqueles que não foram condenados à eterna ex-comunhão (por sua livre e espontânea
escolha) e que também não chegaram a uma perfeita santidade: 1Cor 3,11-16. Não podemos esquecer que
nada de impuro ou profano entra no céu (Ap 21,27), por isso, Deus seria extremamente injusto se depois de
lutarmos nossa vida toda para vivermos santamente (1Cor 9,24-27), fôssemos para o inferno devido nossas
pequenas faltas.

Entre outras testemunhas cristãs dos primeiros séculos, escreve Tertuliano (séc. II-III): “A esposa roga pela
alma de seu esposo e pede para ele refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece
sufrágios (isto é, orações pelos mortos) todos os dias aniversários de sua morte.” (De Monogamia, 10). Por
isso tudo, sábia e biblicamente a Igreja defende o dogma do Purgatório.

9 – PORQUE A IGREJA PREGA A INDISSOLUBILIDADE DO MATRI-


MÔNIO
C.I.C. 373, 1113, 1210, 1534, 1601s, 2101, 2201s, 2225, 2333, 2350, 2360s, 2685

Cf. Mt 19,1-12, o casamento é indissolúvel, não pode ser anulado pelo divórcio da Lei Civil. A fidelidade é
defendida desde o Antigo Testamento: Ml 2,14-16. Se houver a separação não pode ter um novo
casamento: 1Cor 7,10-11, pois o homem que repudia sua mulher e vice-versa e torna a se unir com outra
comete adultério: Mc 10,11.

Somente a Igreja Católica (obediente à Palavra de Deus) guarda o casamento como indissolúvel, quando é
comum ver em outras denominações, até os pastores se casarem novamente. É de se espantar que as outras
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doutrinas não levem ao pé da letra o ensino de Jesus sobre o matrimônio, o que nos leva a refletir que
aqueles que mudam para lá estão colocando em risco o seu próprio casamento!

10 – PORQUE A IGREJA GUARDA O DOMINGO


C.I.C. 1166S, 1175, 1343, 1389, 1571, 2043, 2174, 2698

A Lei de Moisés, entre as suas prescrições mais antigas, mandava que os judeus descansassem no sétimo dia
ou sábado (shabbath), dedicando-o totalmente ao Senhor (Ex 20,8;23,12;34,21). A palavra shabbath, em
hebraico, significa “repouso”; está relacionada com sheba, “sete” em hebraico. Donde vemos que o
conceito de sábado envolve tanto a idéia de repouso como a de sétimo dia. Mas vemos em Mc 2,27-28 que
Jesus é o Senhor do sábado, ou seja, Jesus atribuiu a si mesmo o poder de modificar ou suspender a guarda
do sábado e por causa disso, os doutores da Lei o incriminavam (Jo 5,9). Foi, por certo, esta atitude de
Jesus que inspirou aos antigos cristãos uma certa liberdade em relação ao sábado. Então, como podemos ver
abaixo, com o passar do tempo, os cristãos foram deixando pouco a pouco a observância do sábado e
assumindo o primeiro dia da semana, e chamando-o de o “dia do Senhor” devido à Ressurreição de Jesus e
tornando-se este o dia dedicado em especial ao Senhor e à celebração da Eucaristia:

Lc 24,1-12 – Jesus ressuscita no primeiro dia da semana


Jo 20,19.26 – Aparece ressuscitado no primeiro dia da semana
At 20,7 – No primeiro dia da semana, Paulo reúne a Igreja para a Eucaristia (“partir o pão”)
1Cor 16,2 – S. Paulo pede que se faça a coleta para os pobres de Jerusalém no “primeiro dia da semana”
Ap 1,10 – A Palavra de Deus chama o domingo como “o dia do Senhor” (Dominica die, latim)

Podemos crer que S. Paulo, arauto da abolição das observâncias judaicas, não tenha imposto a celebração do
sábado aos cristãos convertidos do paganismo. O apóstolo chegava mesmo a acautelar os fiéis contra a
infiltração de idéias judaizantes: “Ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies
de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é
Cristo.” (Cl 2,16-17). Portanto, quem guarda o sábado ainda está na Lei Antiga, ao passo que quem guarda
o domingo, está sob a Nova e Eterna Aliança, feita por Jesus Cristo Ressuscitado.

11 – PORQUE TEM A TRADIÇÃO TRANSMITIDA PELOS APÓSTO-


LOS
C.I.C. 75 a 83

Em Jo 21,25, nos deixa muito claro que Jesus fez muitos outros milagres que não estão escritos nos
evangelhos, ou seja, foram transmitidos verbalmente. Outra prova clara da tradição transmitida verbalmente
pelos apóstolos é, At 20,35, onde S. Paulo lembra-se das palavras de Jesus e estas não estão contidas em
nenhum dos Evangelhos. E também S. Paulo em 1Cor 11,23, reforça a certeza da tradição, o que recebeu
do Senhor é o que ele transmitiu. A Bíblia ainda continua falando que a Palavra de Deus não é de
interpretação pessoal (1Pd 1,20), mas de acordo com aquilo que nos foi transmitido por tradição oral pelos
próprios apóstolos por séculos a fio, cf. 2Tm 2,1-2; 1Ts 2,13 e 2Ts 2,15.

Ora, está mais do que comprovado que não somente a inspiração divina (Espírito Santo), mas também a
tradição, nos ajuda a compreender melhor as Escrituras e existem pessoas que insistem em dizer o contrário,
desconhecendo totalmente o que não está escrito.

Então, para finalizar cito as palavras do pastor Juan Carlos Ortiz em “O discípulo”, pág. 132 da Ed. Betânia:
“Não obstante o que a Bíblia ensina, também nós os protestantes temos as nossas tradições: as
denominações. Jesus tem somente uma esposa, a Igreja. Ele não é polígamo. No entanto, chegamos até a
dizer que as denominações fazem parte da vontade de Deus. Assim, nós culpamos a Deus pelas nossas
divisões e falta de amor. E depois criticamos os católicos pelas suas tradições. Pelo menos, suas tradições
são mais antigas que as nossas. Não devemos tentar remover o argueiro dos olhos dos católicos, enquanto
não tirarmos a trave que se encontra diante do nosso”.
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12 – PORQUE A IGREJA É MARCADA COM O SINAL DA CRUZ
C.I.C. 1235, 1668, 1671, 2166

Por que fazemos o sinal da Cruz? Cf. Ez 9,4-6, os marcados com o sinal da Cruz (quer dizer, marcados com
um Tau “T”, que é a letra final do alfabeto hebraico e que, como podemos notar, tem o formato de uma cruz,
mas às vezes é também traduzida como “sinal”, sendo um sinal de preservação para o fim e no cristianismo,
tornando-se símbolo da Cruz salvadora), serão poupados do total extermínio, como foram protegidas as
casas marcadas com o sangue do cordeiro (Ex 12,13).

A Igreja não tem, não teve e nunca terá medo da Cruz de Cristo e nem é inimiga dela (Fl 3,18), mas tem nela
sua glória (Gl 6,14) e segue concretamente aquilo que nos foi ordenado pelo Senhor, ou seja, segui-lo
tomando a cruz (Mt 16,24) e ainda Mt 10,38, que nos diz que quem foge da cruz não é digno do Senhor.

13 – PORQUE A IGREJA TEM A DEFINIÇÃO DOS DOGMAS


C.I.C. 88 a 90

A Igreja não cria, nem inventa nada, como muitos pensam, mas tudo o que Nela ocorre é inspiração do
Espírito Santo, por isso, lhe é dada a graça de definir os dogmas segundo a autoridade a Ela concedida pelo
próprio Senhor. Uma vez que ao Cristo foi concedida toda a autoridade no céu e na terra (Mt 28,18) e tudo
lhe foi entregue pelo Pai (Lc 10,22), Ele concedeu à Sua Igreja e ao papa a autoridade necessária para ligar e
desligar qualquer coisa na terra e nos céus (cf. Mt 18,18 e Mt 16,18-19) portanto, para definir um dogma
também.

Afinal, o que é um dogma? É um princípio de fé definida, isto é, verdade que a Igreja, revestida de
infalibilidade, define como revelada por Deus. Talvez, passe pela cabeça de algumas pessoas, que o dogma
é definido arbitrariamente, como se de repente um papa acordasse e dissesse: “Hoje vou criar um dogma
novo.” De forma alguma! Lembremos, então, o que Jesus nos disse em Jo 16,12: “Muitas coisas ainda
tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade,
ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvi, e anunciar-vos-á as
coisas que virão.”; portanto vemos claramente que em 3 anos Jesus não pôde ensinar todas as coisas aos
seus discípulos, mas que toda a verdade nos seria anunciada pelo poder do Espírito Santo, por isso, pouco a
pouco a Igreja vai recebendo as revelações da parte do Pai, através dos dogmas da fé.

Infelizmente, vários protestantes não compreendem corretamente o dogma da Infalibilidade Papal (C.I.C.
891), e dizem que a Igreja Católica proclama que o Papa não falha, nem peca nunca. Isto é um absurdo!
Jamais a Igreja disse ou divulgou tal coisa. Sabemos através da Palavra de Deus que todos nós somos
pecadores (cf. 1Jo 1,8-10) e mais do que ninguém, nossos papas têm falado da necessidade da conversão e
da santidade. A Infalibilidade Papal consiste, na realidade, no fato de que o Sumo Pontífice não erra, nem
falha em matéria de doutrina católica, ou seja, quando há um impasse para uma definição doutrinária, o Papa
assistido pelo Espírito Santo, define claramente o que é correto e justo segundo o coração de Deus e a Sua
Palavra. Ficou claro agora, o que realmente é a Infalibilidade Papal?

14 – PORQUE A IGREJA GUARDA AS RELÍQUIAS DOS SANTOS


C.I.C. 1674

A Igreja, por séculos, respeitosamente tem conservado as relíquias dos Santos, isto é, o resto do corpo deles,
ou objetos que lhes pertenceram e isto tem sido motivo de chacota e até de desprezo de alguns, dizendo que
a Igreja está tão desorientada que acham que até os ossos e outros objetos que pertenceram a santos realizam
milagres.

Entretanto, na Bíblia encontramos várias passagens que nos mostram que Deus usa de objetos e até mesmo
de ossos para curar e até ressuscitar pessoas. Vejamos onde estão elas: 2Rs 13,21 fala que um morto, ao
tocar os ossos de Eliseu, voltou à vida, e pôs-se de pé; em Mt 9,20-22 a mulher hemorroíssa dizia que se ela
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ao menos tocasse as vestes do Senhor, seria curada, e, por isso foi realmente liberta do seu mal; continua
ainda a Palavra do Senhor em At 19,11-12, onde Deus através de Paulo fazia milagres extraordinários, de
modo que lenços e até outros panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos e estes eram
curados e libertos dos espíritos malignos e ainda em At 5,15-16 vemos que até a sombra de S. Pedro curava
e libertava os doentes e possessos.

É obvio, que esses objetos não tinham em si poder algum, mas era o poder de Deus que através deles curava
e libertava, deixando assim bem claro que o Senhor pode, e não só pode, como utiliza dessas coisas visíveis
para realizar seus prodígios. Portanto, a Igreja, sempre obediente à Palavra de Deus, continua a usar todos
os meios pelos quais o Senhor manifesta Seu poder.

15 – PORQUE A IGREJA TEM AS PROCISSÕES


C.I.C. 1674

Na Bíblia, vemos várias situações, onde o povo de Deus se reúne para manifestar sua alegria, fé, esperança e
até dor, marchando juntos como Igreja do Senhor.

Já, no Antigo Testamento, em 1Sm 6,10-12 e 2Sm 6,3-5, vemos que eram comum as caminhadas
religiosas, isto é, as procissões, para a trasladação da Arca da Aliança que era coberta de ouro e era a coisa
mais sagrada para os judeus, pois dentro dela estava uma urna de ouro contendo o maná, a vara de Aarão e
as tábuas da aliança, (cf. Hb 9,4), porém em 2Sm 6, 12-15, vemos que Micol, filha de Saul, ao ver Davi
dançando para manifestar sua alegria perante o Senhor, desprezou-o em seu coração (como muitos fazem ao
ver os católicos em suas procissões, cantando, orando, louvando a Deus e reconhecendo também a santidade
de homens e mulheres que hoje, no céu, intercedem por nós). Porém, nos vers. 20 a 22 notamos, entretanto
que Davi quando foi abençoar sua família e questionado por Micol sobre sua atitude, que na opinião dela
fora tão desapropriada e sem pudor para um rei, respondeu tranqüilamente que foi perante o Senhor que o
escolheu que ele dançou e que se abaixaria muito mais perante os olhos dela, mas não deixaria de honrar o
seu Deus.

Mas, também no Novo Testamento, vemos que Jesus ao entrar em Jerusalém montado em um jumentinho, a
multidão o precedia e seguia com ramos nas mãos e clamava: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito seja
aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” (Mt 21,7-9), deixando assim claro que
já era um costume do povo realizar as procissões para louvar o Santo de Israel. Portanto, aí está mais que
comprovada a autenticidade bíblica das procissões católicas.

É comum também o uso de velas durante as procissões, celebrações e reuniões entre os cristãos, que de
forma alguma fere nossa fé e a Palavra de Deus, já que como vimos no nº 14 desta apostila, Deus usa de
coisas materiais para manifestar sua glória. Então, temos que Jesus em Jo 8,12 diz que Ele é a luz do mundo
e que aquele que o segue jamais andará em trevas e sabemos que os primeiros cristãos usavam lâmpadas de
azeite (At 20,8) ou tochas, até mesmo por necessidade, já que não tinham energia elétrica. Mas com o passar
do tempo, foram adotadas as velas pela praticidade e ao mesmo tempo simplicidade, mas o simbolismo nelas
encontrado é fortíssimo, pois nos lembram a luz do Cristo Ressuscitado que nos convida a ser a luz do
mundo (Mt 5,14) e ao mesmo tempo termos nossas lâmpadas sempre acesas e cheias de azeite (Mt 25,1-13).

16 – PORQUE A IGREJA CRÊ NAS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA


Na verdade, para os cristãos, as aparições nada têm de estranho, pois na Bíblia, vemos estas manifestações
de Deus aos homens. Por exemplo, no Antigo Testamento, em Gn 12,1-3, vemos o Senhor manifestar-se a
Abraão assim como em Ex 3 (inteiro) vemos a manifestação de Deus a Moisés através da sarça ardente e
também várias passagens onde anjos do Senhor se manifestam aos profetas e aos justos (2Rs 1,3; Dn 3
(inteiro); Gn 32,24-30).

No Novo Testamento, o Arcanjo Gabriel, manifesta-se a Nossa Senhora e a Zacarias, a pedido de Deus, Lc
1,5-38 e ainda vemos as várias manifestações de Jesus Ressuscitado aos seus apóstolos e discípulos (Jo
17
20,11-29 e 21,1-14; Lc 24,13-28). Mas não só as aparições de Jesus e de Deus são relatadas na Bíblia,
vemos, por exemplo, que após a morte de Jesus, os corpos de muitos justos ressuscitaram e que “saindo de
suas sepulturas, entraram na cidade santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas
pessoas.” (Mt 27,53). Vemos que para aqueles que verdadeiramente conhecem a Palavra de Deus não se
espantam com tais manifestações celestiais. Como já provamos Nossa Senhora está no Céu (Item d do nº 1
desta apostila), portanto segundo o desejo do Pai Eterno, também ela pode manifestar-se ao povo de Deus
para levá-lo a conversão.

O que não podemos é evocarmos a presença de um santo ou de Nossa Senhora para que se manifestem, pois
isto é necromancia, como também já vimos, isto é proibido pelo Senhor; mas Deus tem o poder de fazer com
que aqueles que estão na Sua presença, se apresentem esporadicamente ou sempre que necessário para o
amadurecimento da fé, pois as aparições são dirigidas principalmente aos mais fracos, para ajudá-los a um
reencontro com Deus, pois, para nós católicos, nossa fé não depende desta ou daquela aparição, pois “A fé
provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” (Rm 10,17).

No entanto, o mais importante das aparições é na realidade a mensagem da qual ela é portadora, por
exemplo: em todas as aparições de Nossa Senhora, ela convida o povo de Deus à conversão, à fé, à oração, à
penitência, ou seja, a tudo aquilo que a Palavra de Deus nos recomenda com insistência. Acabamos, então,
de provar que as aparições de Nossa Senhora e também dos santos estão inteiramente de acordo com a
Palavra de Deus.

17 – PORQUE A IGREJA TEM A BÍBLIA COMPLETA


C.I.C. 120, 138

Quase sempre somos acusados pelos protestantes de termos colocado certos trechos e mais 7 livros no
Antigo Testamento, ou seja, enquanto na Bíblia Católica encontramos 46 livros, nas protestantes, somente
39. Porém, essa diferença no número de livros não é tão simples quanto parece, pois gera diferenças naquilo
que católicos e protestantes acreditam.

É importante que, para compreendermos esta diferença, nós nos reportemos às origens da Palavra de Deus.
No século I da era cristã, começaram a aparecer os primeiros livros cristãos (cartas de São Paulo,
Evangelhos...) que se apresentavam como a continuação dos livros sagrados dos judeus. Eles, porém, não
tendo aceitado o Cristo, trataram de impedir que se fizesse a aglutinação de livros judeus e cristãos. Então,
reuniram-se no Sínodo de Jâmnia, ao sul da Palestina, por volta do ano 100 d.C., a fim de estabelecer as
exigências que deveriam caracterizar os livros sagrados ou inspirados por Deus. Foram estipulados os
seguintes critérios:

1) O livro sagrado não pode ter sido escrito fora da terra de Israel;
2) Não em língua aramaica e grega, mas somente em hebraico (língua pátria do povo israelita)
3) Não depois de Esdras (458-428 a.C.);
4) Não em contradição com a Torá ou Lei de Moisés.

Assim, os judeus da Palestina fecharam seu cânon sagrado sem reconhecer livros e escritos que não
obedeciam a tais critérios. Acontece que em Alexandria (Egito), havia uma próspera colônia judaica que,
vivendo em terra estrangeira e falando língua estrangeira (o grego), não adotou os critérios nacionalistas
estipulados pelos judeus de Jâmnia. Os judeus de Alexandria chegaram a traduzir os livros sagrados
hebraicos para o grego entre 250 e 100 a.C., dando assim origem à versão grega dita “Alexandrina” ou “dos
Setenta Intérpretes (LXX)”, ou ainda “Septuaginta”. Essa edição grega encerra livros que os judeus de
Jâmnia não aceitaram, mas que os de Alexandria liam como Palavra de Deus; assim são os livros: Tobias,
Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 dos Macabeus, além de Ester 10,4-16,24 e Daniel
3,24-90;13-14.

Por isso, podemos dizer que havia 2 cânones entre os judeus no início da era cristã: o restrito, da Palestina e
o amplo, de Alexandria. Acontece que os apóstolos e evangelistas, ao escreverem o Novo Testamento em
18
grego, citavam o Antigo Testamento, usando a tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta diferia
do texto hebraico, por exemplo: Mt 1,23 (cita Is 7,14 que em hebraico usa a palavra “moça ou jovem” ao
passo que a versão grega usa “virgem”); Hb 10,5-7 (cita Sl 40,6-8 ou Sl 39,7-9, dependendo da tradução da
Bíblia); em Jo 10,22, vemos falar da festa de dedicação; festa esta que só aparece nos 2 livros dos
Macabeus (1Mc 4,59; 2Mc 1,9.18;10,1-8). Esta tornou-se a forma comum entre os cristãos; em
consequência, o cânon amplo, incluindo os 7 livros citados acima, passou para o uso dos cristãos.

Entre os séculos II e IV houve dúvidas entre os escritores cristãos com referência aos 7 livros, sendo que
alguns se valiam da autoridade dos judeus de Jerusalém para hesitar. Finalmente, porém, prevaleceu na
Igreja a consciência de que o cânon do Antigo Testamento deveria ser o de Alexandria, portanto, o amplo,
que era adotado pelos apóstolos e isto foi confirmado em vários concílios. Assim, durante a Idade Média
pode-se dizer que houve unanimidade entre os cristãos a respeito do cânon. No século XVI, porém,
Martinho Lutero (1483-1546), querendo contestar a Igreja, resolveu adotar o cânon dos judeus da Palestina,
deixando de lado os 7 livros que a Igreja recebera dos judeus da Alexandria. É esta a razão pela qual a
Bíblia dos protestantes não tem os 7 livros e os fragmentos que a Bíblia Católica inclui.

Há certas denominações cristãs e não cristãs que abandonando a Palavra de Deus criaram novos evangelhos,
diferentes daquele que recebemos de Jesus. Em Gl 1,6-10 nos fala que só há um evangelho autêntico.
Assim, vemos nos vers. 7-8 o seguinte: “De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam
a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo. Mas, ainda que alguém – nós ou um anjo
baixado do céu – vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema,
isto é, excomungado.”

A Bíblia nos fala do Evangelho segundo Mateus, Marcos, Lucas e João, portanto não vemos em lugar
nenhum dela “o Evangelho segundo o espiritismo”, pois não existem 2 evangelhos, assim podemos perceber
qual é o verdadeiro e qual é o falso, não é? Também há “o Livro de Mórmon”, da Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias, que nos diz na sua introdução (pág. 5): “O livro de Mórmon é um volume de
escrituras sagradas comparável à Bíblia”, portanto semelhante ao Evangelho, em outras palavras, seria outro
Evangelho; mas ainda continua a introdução: “Depois de terminar seus escritos, Mórmon entregou o relato a
seu filho Moroni, que acrescentou algumas palavras suas e ocultou as placas no Monte Cumora. A 21 de
setembro de 1823, o mesmo Moroni, então um ser ressurrecto e glorificado, apareceu ao Profeta Joseph
Smith e instruiu-o a respeito do antigo registro e da tradução que seria feita para o inglês.” A Palavra de
Deus nos deixa bem claro que ninguém, nem um anjo do céu, pode anunciar um evangelho diferente, por
que, então, que os mórmons aceitam tranquilamente esta pretensa revelação de Deus, vinda de um ser
ressurrecto (como eles mesmos dizem) chamado Moroni?

Temos ainda as Testemunhas de Jeová que rejeitam a salvação em Jesus, dizendo que este foi só um profeta
poderoso enviado por Deus, nada mais que isso e defendem também que o verdadeiro nome de Deus é
“Jeová” (e muitos protestantes também concordam com esse nome), quando na realidade biblicamente
falando o nome de Deus é “Javé”, mas na Bíblia protestante traduzida por João Ferreira de Almeida na sua
2ª edição revista e atualizada no Brasil, na pág. 8 (Explicação de formas gráficas especiais, títulos,
referências e notas) fala: “A palavra ‘Senhor’ sempre é escrita ‘SENHOR’, com letras maiúsculas, quando
no texto original hebraico aparece o nome de Deus ‘Javé’”, deixando a certeza que também os protestantes
reconhecem o verdadeiro e único nome de Deus. Mas, não obstante isto, também os Testemunhas de Jeová,
tem um livro que é equivalente à Bíblia, chamado de a “Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas”,
portanto também não seguem o Evangelho único de Jesus.

Meu caro irmão ou irmã em Cristo Jesus, espero que a partir de hoje você conheça
verdadeiramente as “Razões pelas quais você é católico”, se orgulhe de pertencer à verdadeira
Igreja de Jesus Cristo e aprenda a defendê-la das acusações injustas e antibíblicas.

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