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AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Avaliação da aprendizagem como processo 1. Introdução
construtivo de um novo fazer
A avaliação, tal como concebida e vivenciada na maioria das escolas
Maria Elisabeth Pereira Kraemer brasileiras, tem se constituído no principal mecanismo de sustentação da
lógica de organização do trabalho escolar e, portanto, legitimador do fracasso,
ocupando mesmo o papel central nas relações que estabelecem entre si os
A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou
profissionais da educação, alunos e pais.
na atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino. Requer preparo
técnico e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos.
Os métodos de avaliação ocupam, sem duvida espaço relevante no
conjunto das práticas pedagógicas aplicadas ao processo de ensino e
Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo
aprendizagem. Avaliar, neste contexto, não se resume à mecânica do
paradigma, é um processo mediador na construção do currículo e se encontra
conceito formal e estatístico; não é simplesmente atribuir notas, obrigatórias
intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos.
à decisão de avanço ou retenção em determinadas disciplinas.
3 – Evolução da avaliação
As funções da avaliação são: de diagnóstico, de verificação e de aprecia- Estes mecanismos permitem que o professor detecte e identifique
ção. deficiências na forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho
didático, visando aperfeiçoá-lo.
4.1 – Função diagnóstica – A primeira abordagem, de acordo com Miras Para Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação formativa visa informar
e Solé (1996, p. 381), contemplada pela avaliação diagnóstica (ou inicial), é a o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das
que proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar atividades escolares e a localização das deficiências na organização do ensino
um processo de ensino/aprendizagem, ou ainda, segundo Bloom, Hastings e para possibilitar correção e recuperação.
Madaus (1975), busca a determinação da presença ou ausência de habilidades
e pré-requisitos, bem como a identificação das causas de repetidas dificuldades A avaliação formativa pretende determinar a posição do aluno ao longo
na aprendizagem. de uma unidade de ensino, no sentido de identificar dificuldades e de lhes dar
solução.
Pode ser chamada também de função creditativa. Também tem o propósito Para Nérici (1977), a avaliação é uma etapa de um procedimento maior
de classificar os alunos ao final de um período de aprendizagem, de acordo que incluiria uma verificação prévia. A avaliação, para este autor, é o processo
com os níveis de aproveitamento. de ajuizamento, apreciação, julgamento ou valorização do que o educando
revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do
processo ensino/aprendizagem.
A avaliação somativa pretende ajuizar do
progresso realizado pelo aluno no final Segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação pode ser
de uma unidade de aprendizagem, no considerada como um método de adquirir e processar evidências necessárias
sentido de aferir resultados já colhidos para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma grande variedade de
por avaliações do tipo formativa e obter evidências que vão além do exame usual de ‘papel e lápis’.
indicadores que permitem aperfeiçoar o
processo de ensino. Corresponde a um É ainda um auxílio para classificar os objetivos significativos e as metas
balanço final, a uma visão de conjunto educacionais, um processo para determinar em que medida os alunos estão se
relativamente a um todo sobre o qual, desenvolvendo dos modos desejados, um sistema de controle da qualidade, pelo
até aí, só haviam sido feitos juízos qual pode ser determinada etapa por etapa do processo ensino/aprendizagem,
parcelares. a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudança devem ser
feitas para garantir sua efetividade.
5 – Objetivos da avaliação
6 – Modelo tradicional de avaliação
X
Modelo mais adequado
Entende-se que a avaliação não pode morrer. Ela se faz necessária para
que possamos refletir, questionar e transformar nossas ações.
Mudando de paradigma, cria-se uma nova Se a avaliação tem sido reconhecida como uma função diretiva, ou seja,
cultura avaliativa, implicando na participação tem a capacidade de estabelecer a direção do processo de aprendizagem,
de todos os envolvidos no processo educativo. oriunda esta capacidade de sua característica pragmática, a fragmentação e a
Isto é corroborado por Benvenutti (2002), ao burocratização acima mencionadas levam à perda da dinamicidade do processo.
dizer que a avaliação deve estar comprometida
com a escola e esta deverá contribuir no
processo de construção do caráter, da Os dados registrados são formais e não representam a realidade da
consciência e da cidadania, passando pela aprendizagem, embora apresentem conseqüências importantes para a
produção do conhecimento, fazendo com que vida pessoal dos alunos, para a organização da instituição escolar e para a
o aluno compreenda o mundo em que vive, profissionalização do professor.
para usufruir dele, mas sobretudo que esteja preparado para transformá-lo.
No entanto, a prática das instituições não encontrou uma forma de agir que
tornasse possível essa isenção: as prescrições suplantam as descrições e os
pré-julgamentos impedem as observações.
A avaliação é a parte mais importante de todo o processo de ensino-
A conseqüência mais grave é que essa arrogância não permite o
aprendizagem. Bevenutti (2002) diz que avaliar é mediar o processo ensino/
aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem. E este é o grande
aprendizagem, é oferecer recuperação imediata, é promover cada ser
dilema da avaliação da aprendizagem.
humano, é vibrar junto a cada aluno em seus lentos ou rápidos progressos.