Fotossíntese Os seres autotróficos são capazes de sintetizar matéria orgânica a partir de compostos inorgânicos; os que utilizam luz nesse processo são denominados fotoautotróficos ou fotossintéticos. Equação geral da fotossíntese:
Nas plantas, a energia luminosa é captada
por pigmentos fotossintéticos existentes nos cloroplastos. As células do parênquima clorofilino, situado junto à epiderme superior das folhas, têm muitos cloroplastos. Os cloroplastos são organelos limitados por duas membranas – externa e interna – que envolvem um líquido denso designado estroma. No interior do cloroplasto, existem estruturas que se sobrepõem – os tilacoides.
Fig. 1 - A cor verde das folhas deve-se à presença
de pigmentos fotossintéticos localizados na membrana dos tilacoides, e estes existem no interior do cloroplasto. É na membrana dos tilacoides que estão os pigmentos fotossintéticos.
Nas plantas existem pigmentos de cor verde
– clorofila a e clorofila b – e outros de cor amarela ou laranja – carotenoides.
Fig 2 - Resultados de Engelmann e influência dos
diferentes comprimentos de onda do espetro visível na absorção da luz e na fotossíntese. Engelmann pôde comprovar que, sob uma luz verde, praticamente não ocorre fotossíntese.
O espetro de absorção da luz representa a relação
dos comprimentos de onda de luz visível com a sua absorção pelos pigmentos fotossintéticos. O espetro de ação da fotossíntese representa a variação da taxa fotossintética em função dos diferentes comprimentos de onda. As radiações azul-violeta e vermelho-laranja são as mais absorvidas e são também aquelas nas quais a taxa fotossintética é maior. Todas as células utilizam ATP nos processos que necessitam de energia, consumindo-o rapidamente. A desfosforilação ou hidrólise do ATP dá origem a produtos (ADP e Pi) que possuem menos energia que ele próprio – é uma reação exoenergética. A síntese de ATP por fosforilação do ADP é uma reação endoenergética. O processo fotossintético corresponde a um conjunto de reações em cadeia, que ocorrem em duas fases distintas, mas interdependentes: fase fotoquímica e fase química. Nas duas fases da fotossíntese ocorrem várias reações de oxidação-redução. Nestas reações ocorre transferência de eletrões. A molécula que perde eletrões fica oxidada e a que os recebe (molécula aceitadora de eletrões) fica reduzida.
Fig. 3 - O NADPH e o ATP, moléculas ricas em
energia, não constam na equação geral da fotossíntese como produtos ou reagentes, mas são intermediários essenciais.
Fase fotoquímica Ocorre na membrana dos tilacoides.
Os pigmentos fotossintéticos estão associados a
proteínas, em complexos moleculares designados fotossistemas.
Duas moléculas de clorofila, ao receberem a energia
de um fotão captado pelo fotossistema, perdem um par de eletrões – oxidação das clorofilas. Ocorre oxidação da água – esta molécula é dissociada em protões, eletrões e oxigénio, sendo este libertado como subproduto.
Os eletrões provenientes da água e energizados
pelos fotões são conduzidos através da cadeia transportadora de eletrões (CTE) para o NADP + + , que é reduzido a NADPH. A energia dos eletrões da CTE é usada para o transporte ativo de H + + para o lúmen. O regresso dos H + + ao estroma, através da ATP sintase, permite a fotofosforilação do ADP, formando-se ATP. A energia dos fotões é convertida em energia química, acumulada nas moléculas de NADPH e ATP.
Fig. 4 - Fase fotoquímica – síntese de ATP por
fotofosforilação.
Fase química (ciclo de Calvin)
Ocorre no estroma dos cloroplastos. Realiza-se em três etapas: fixação do CO 2 2 ; redução e produção de hidratos de carbono; regeneração da ribulose bifosfato (RuBP). Fixação do carbono – o CO 2 2 é incorporado na estrutura da molécula RuBP. Esta reação é catalisada pela enzima RuBisCO e no final formam- se compostos com três carbonos (C3). Redução e produção de açúcares – os compostos C3 produzidos anteriormente vão ser fosforilados pelo ATP e depois reduzidos pelo NADPH. No final desta fase, forma-se uma triose (G3P), que pode originar glícidos, como a glicose. Regeneração da RuBP – as moléculas de G3P que não forem utilizadas para a formação dos açúcares são fosforiladas pelo ATP, regenerando a RuBP, que fica disponível para fixar mais CO 2 2 , por ação da RuBisCO.
Fig. 5 - Fase química.
Os números indicados correspondem ao número de moléculas necessárias para a síntese de uma molécula de glicose.