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Fotossíntese - ​processo metabólico que utiliza a luz como fonte de energia e os

organismos que a utilizam dizem-se fotoautotróficos.

As células dos organismos autotróficos não são capazes de utilizar diretamente as


formas de energia a partir das quais sintetizam matéria orgânica. Para o fazerem
necessitam de uma ​molécula intermediária capaz de armazenar energia e que possa
ser facilmente utilizada pelas células​(​ATP​- A ligação de mais um
fosfato forma a ​ADP​; a ligação de um outro fosfato ao ​ADP​origina a ​ATP​).

NOTA: a ​ energia é armazenada nas ligações químicas que se estabelecem entre os


átomos que constituem as moléculas; a energia é armazenada quando se estabelecem as
ligações químicas e libertada quando estas se rompem.

Na molécula de ATP, as ligações químicas que unem o terceiro e o segundo fosfato


são muito instáveis. Quando, por ​hidrólise do ATP​(separação da molécula
de ATP através da água), a ligação ao terceiro fosfato é ​quebrada​, ocorrem três
fenómenos:
1 - ​o fosfato é removido do ATP, logo, ocorre ​desfosforilação​do ATP;
2 - ​a energia contida na ligação ​liberta-se​
, ou seja, a reação é ​exoenergértica​;
3 - ​o ATP ​transforma-se​, originando ​ ADP​, pela perda de um grupo fosfato.

A reacção​inversa​da hidrólise, ​síntese​de ATP, é uma reação em que também


ocorrem três fenómenos:
1 - ​é ​adicionado​um fosfato ao ADP, logo, ​fosforilação​do ADP;
2 -​é necessário​fornecer energia​para se estabelecer a ligação com o terceiro
fosfato, ou seja, a reacção é ​endoenergética​;
3 - ​forma-se ​ATP​a partir do ADP.

A molécula de ​ADP ​pode ser hidrolisada e originar uma de ​AMP ​(​liberta-se​energia). A


síntese​de ADP a partir do AMP envolve uma ​fosforilação​e o ​fornecimento​de energia.

Do ​catabolismo​resultam transferências de energia que vão ser utilizadas na síntese de


ATP, enquanto que as reações ​anabólicas​, para ocorrerem, necessitam de energia
proveniente da hidrólise do ATP. Desta reação forma-se ADP, que é, posteriormente, usado
na síntese de mais ATP, constituindo-se, assim, um ciclo, denominado por ​ciclo do ATP​.

A ​fotossíntese ​converte a ​energia luminosa em energia química (ATP)​, fixa o ​dióxido de


carbono atmosférico em matéria orgânica​, libertando ainda ​oxigénio​para atmosfera.
Nos seres ​eucariontes​ocorre a nível dos ​cloroplastos​e nos seres ​procariontes​a nível
lamelas internas localizadas no citoplasma ou em expansões da membrana
citoplasmática​.

Os cloroplastos são organitos constiuídos por uma ​dupla membrana​, no interior da qual
existem dois espaços: o ​estroma​, que corresponde a uma matriz, e os ​tilacóides​, que
constituem um sistema membranar interno.
Os ​pigmentos fotossintéticos ​necessários à realização da fotossíntese (que têm como
função ​absorver a energia luminosa e convertê-la em energia química​) ​localizam-se na
membrana que constitui os tilacóides​, juntamente com ​enzimas e transportadores de
electrões.

As ​radiações visíveis​são utilizadas na fotossíntese e estão associadas a partículas de


energia chamadas ​fotões​.
A luz visível é constituída por seis radiações (380 nm - 750 nm de comprimento de onda),
distinguindo-se cada faixa pela sua diferente cor. São, por este motivo, os comprimentos de
onda utilizados pelas plantas na fotossíntese, ​embora absorvidos de forma diferente
pelos pigmentos fotossintéticos​.
As ​clorofilas a e b​​absorvem​, principalmente, as radiações correspondentes às zonas
azul-violeta e laranja-vermelha​, enquanto que, pelo contrário,​refletem​as radiações
correspondentes ao ​verde​.

A ​fase dependente da luz​realiza-se ao nível dos​tilacóides​, sendo caracterizada pela


transformação de ​energia luminosa em energia química​, pela ​decomposição da
molécula de água​(liberta-se oxigénio) e ​pela produção de ATP e de NADPH​necessários
para a realização da fase química.
A planta utiliza ​água​, que, através da acção da​luz​, inicia um ​fluxo de electrões​que
termina na ​formação do NADPH​, ao longo do qual ocorre a​formação de ATP​.

NADP​– é uma coenzima que atua como transportador de átomos de hidrogénio e de


electrões em algumas ​reações de oxidação e redução​. A ​forma reduzida é NADPH​,
enquanto que a ​forma oxidada é NADP+​.

1 - Fotólise da água:​corresponde à ​ decomposição da molécula de água​por ação


da ​luz​(​fotólise​). Desta decomposição resultam ​dois eletrões​, ​oxigénio​(que se liberta
para a atmosfera) e ​dois hidrogeniões ​(H+).

2 - Oxidação da clorofila a: ​as moléculas de clorofila a ​captam luz​. Esta transferência de


energia provoca a ​excitação das moléculas de clorofila a​. Cada uma destas moléculas
perde dois electrões, ficando oxidada​.

3 - Fluxo de eletrões: ​ao nível da membrana dos tilacóides existe uma série de
transportadores de electrões – cadeias transportadoras​- , ao longo dos quais se
verifica uma ​diminuição do nível energético​. Assim, ao longo destes transportadores, os
electrões provenientes das clorofilas a vão ​transferindo energia, que vai sendo utilizada
para a síntese de ATP (fosforilação)​.

4 - Redução de NADP+: ​os ​hidrogeniões​(H+) provenientes da ​fotólise​da água,


juntamente com os ​eletrões que percorreram as cadeias transportadoras​(fluxo de
eletrões), vão ser utilizados na ​redução do NADP+ em NADPH​.

A ​fase química ​(​não dependente da luz​) realiza-se ao nível do ​estroma​. Durante esta
fase ​ocorre fixação do CO2​, isto é, ocorrem reacções de ​síntese de moléculas orgânicas
em que o CO2 é incorporado, utilizando a ​energia química​armazenada na fase
fotoquímica.
O ​ciclo de Calvin​ou do carbono é o fenómeno mais relevante desta fase. Este ciclo é
mantido à custa da ​regeneração de RudP​, a partir de um ​PGAL​, que é o responsável
direto pela formação da ​glicose​. No decorrer do Ciclo de Calvin são consumidos ​CO2
atmosférico​e o ​ATP e o NADPH​​formados durante a fase fotoquímica​.

1 - ​Incorporação do ​dióxido de carbono e 6 moléculas de RudP​, dando origem a ​12 de


PGA.
2 - F​ormação do ​PGAL​. O PGA é ​fosforilado pelo ATP​, formando-se ​dPGA​que, por sua
vez é ​reduzido pelo NADPH​, dando origem ao P ​ GAL​.
3 - ​Regeneração da ​RudP​. 1​ 0 PGAL​vão refazer o ciclo, dando origem a ​6 RuP​que, com a
intervenção de ​6 ATP​, dão origem a ​6 RudP​.
4 - Síntese de Glicose​. “ PGAL originam ​1 frutose disfosfato​que, após duas
desfosforilações, forma 1 glicose​.

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