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UNIDADE DEMONSTRATIVA NA HORTA COMUNITÁRIA JARDIM LIBERDADE

Gabriele Cristine de Oliveira (Universidade Estadual de Maringá)

Isabella Schneider Trevisan (Universidade Estadual de Maringá)

Ednaldo Michellon (Universidade Estadual de Maringá)

ra113379@uem.br

Resumo: O Centro de Referência em Agricultura Urbana e Periurbana, da


Universidade Estadual de Maringá (CerAUP/UEM), atua na Região Metropolitana de
Maringá (RMM), com suas diversas atividades de Assistência Técnica e Extensão
Rural e Urbana (ATER). Neste caso, o foco será na Unidade Demonstrativa (UD) da
Horta Comunitária jardim liberdade de Maringá (HCs), a fim de fornecer conhecimento
sobre agricultura agroecológica. Por meio dessas UDs e trabalhos de ATER, tem-se
ensinado aos agricultores técnicas adequadas, que contribuem com o aprimoramento
dos conhecimentos prévios, para que possam produzir alimentos mais sustentáveis
de maneira eficiente. Conclui-se que esses trabalhos têm sido proveitosos, e estão
contribuindo na produção de produtos de qualidade e na saúde dos produtores
envolvidos, auxiliando no desenvolvimento da agricultura urbana.

Palavras-chave: Produtores; Agricultura sustentável; Assistência técnica; Saúde.

Introdução

O Centro de Referência em Agricultura Urbana e Periurbana – CerAUP visa


promover atividades no âmbito da agroecologia e da economia solidária, fornecendo
Assistência Técnica e Extensão Rural e Urbana (ATER) para os atores envolvidos em
programas de agricultura Urbana e Periurbana da Região Metropolitana de Maringá
(RMM).
A fim de melhorar o conhecimento sobre agricultura urbana e produção
agroecológica proporcionando segurança alimentar e nutricional aos produtores das
Hortas Comunitárias de Maringá, o CerAUP, juntamente com a Prefeitura Municipal
de Maringá e outros parceiros, em ajudas pontuais, tem promovido diversas
atividades, como encontros, cursos de capacitação e afins com objetivo de capacitá-
los a produção e qualificar a alimentação em bairros periféricos.
Acerca disso, o CerAUP desenvolveu Unidades Demonstrativas (UDs) nas
Hortas Comunitárias na intenção de resolver alguns problemas frequentes nessas,
como controle de pragas, doenças, manejo dos canteiros etc. Logo, a Unidade
Demonstrativa serve como um modelo a ser seguido para os agricultores, além disso,
ela contribui para demonstrar que as orientações dadas pelos bolsistas durante a
ATER realizadas possuem resultados positivos, potencializando a produção, de forma
agroecológica e propiciando melhores condições de cultivo e a consequente colheita
de alimentos bonitos e de qualidade.
No presente trabalho será relatado a experiência obtida na Unidade
Demonstrativa da Horta Comunitária (HC) do Jardim Liberdade, expondo a eficiência
das táticas utilizadas para potencializar a produção, bem como os efeitos causados
em outros agricultores desta HC. Essa HC foi inaugurada em 27 de abril de 2016,
ocupando a posição de número 27 no ranking as Hortas Comunitárias implantadas
em Maringá, contando-se com 46 agricultoras e agricultores urbanos no seu início,
que se mantém ao longo destes sete anos (MICHELLON, 2016).

Desenvolvimento e resultados

A Unidade Demonstrativa foi instalada na HC do Jardim Liberdade pelos


bolsistas do CerAUP em um canteiro fornecido pelo presidente da mesma, seu José,
que forneceu as mudas para plantio, sendo essas, as mesmas utilizadas pelos
agricultores da HC, as quais são fornecidas pela Prefeitura Municipal de Maringá.
Primeiramente, foi estabelecido o canteiro com 10 metros de comprimento e
1,20 metros de largura, e foi feito o preparo do solo, com revolvimento dele no intuito
de destorroá-lo. Posteriormente, foi colocado uma camada generosa de palha seca,
para manter a umidade do solo e contribuir no controle de plantas daninhas na área.
Essa palha não permite a incidência de luz direta, dificultando a germinação das
plantas daninhas, isso porque essas plantas indesejáveis, por conta de sua
agressividade, podem estabelecer potencial competitivo com a cultura principal e
acarretar prejuízo no rendimento e na qualidade da produção (GAZZIERO; ROMAN,
2004).
Na mesma semana, foi efetuado o plantio das mudas. As culturas cultivadas
foram: alface crespa (Lactuca sativa var. crispa), alface americana (Lactuca sativa
var. capitata), alface roxa (Lactuca sativa), cebolinha (Allium schoenoprasum L.),
salsinha (Petroselinum crispum) e coentro (Coriandrum sativum L.) (Figura 1).
Também foi implantado armadilhas adesivas confeccionadas com garrafas pet,
cola entomológica e tinta, sendo que as armadilhas de cor amarela foram utilizadas
para insetos como vaquinha, cigarrinha, pulgão, mosca-branca, mosca-minadora e
psilídeos e as armadilhas de cor azul foram utilizadas para controle de tripes
(CALDAS, 2019). Essas armadilhas foram penduradas sob os canteiros, uma vez que
os insetos que estas capturam tem hábito voador e foram posicionadas de maneiras
que as cores fossem intercaladas (Figura 2 A).
Durante o cultivo, ainda foram efetuadas aplicações de calda bordalesa, calda
de pimenta, alho e cebola e microrganismos eficientes (E.M.). As aplicações foram
feitas de 15 em 15 dias, e quando muita pressão do ambiente era efetuada de 7 em
7 dias, com intuito de evitar danos por pragas e doenças, principalmente as fúngicas,
as quais ocorrem com grande frequência nas HCs de Maringá visto o excesso de
água aplicado via irrigação (Figura 2 B).
Quanto ao manejo do cultivo, as irrigações são feitas conforme o necessário,
evitando-se excessos e déficits hídricos conforme observação feita mediante a
condição do solo. Além disso, são feitas vistorias frequentes pelos bolsistas,
retirando-se plantas doentes, plantas daninhas e são feitos outros tratos culturais. As
colheitas são cedidas aos agricultores para consumo próprio e/ou comercialização,
para que realizem manutenções da HC com o excedente.
Ademais, a Unidade Demonstrativa tem sido de grande valia, pois os
resultados positivos na produção do canteiro dos bolsistas têm impactado os
agricultores levando-os a reproduzirem as ideias propostas. Também tem contribuído
de forma significativa na produção, mostrando ser uma forma eficiente de ensinar os
processos do cultivo, bem como, a resoluções dos entraves encontrados na produção
de maneira agroecológica e sustentável.
O CerAUP planeja continuar cultivando no canteiro, para que ocorra o incentivo
dos agricultores das HCs e servir de modelo aos novos agricultores que possam vir a
participar do programa.
Figura 1. Mudas plantadas no canteiro da Unidade Demonstrativa

Fonte: Arquivo do CerAUP, 2023.


Figura 2. Táticas utilizadas no canteiro da Unidade Demonstrativa
A) Armadilhas adesivas; B) Aplicação de caldas

A B
Fonte: Arquivo do CerAUP, 2023.

Considerações finais

Acredita-se que por meio das unidades demonstrativas, bem como das
atividades de assistência técnica e extensão rurbana prestadas, obtêm-se um
resultado positivo na capacitação dos agricultores e agricultoras das hortas
comunitárias, gerando uma agricultura mais sustentável, com potencial melhorias,
que posteriormente tornarão os produtos visivelmente mais bonitos e desenvolvidos,
atendendo às exigências dos consumidores.
Por último, quanto à UEM, o CerAUP e parceiros estão alinhados à
indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão em prol dos atendimentos dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o número 2 – Fome
Zero.
Referências

CALDAS, Joana. Projeto de SC sobre armadilhas de baixo custo para insetos vence prêmio de
ecologia. Elas são feitas com garrafas PET e podem capturar moscas e outros animais que causam
danos em lavouras. Iniciativa foi desenvolvida em Caçador, no Oeste., [s. l.], 14 maio 2019. Disponível
em: <https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/campo-e-negocios/noticia/2019/05/14/projeto-de-sc-
sobre-armadilhas-de-baixo-custo-para-insetos-vence-premio-de-ecologia.ghtml>. Acesso em: 6 set.
2023.

GAZZIERO, Dionisio. Luiz. Pisa.; L.; ROMAN, Erivelton Scherer. Manejo e controle de plantas daninhas
em soja. In: VARGAS, Leandro; ROMAN, Erivelton Scherer Manual de manejo e controle de plantas
daninhas. 1. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2004. p. 595-636.
MICHELLON, Ednaldo. Hortas Comunitárias de Maringá: Um modelo de Agricultura Urbana. Maringá:
Clichetec, 2016.

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