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Movimentos
de extrema-direita
e violência contra
as minorias no
contexto do Brasil
Discursos de ódio
e colonização
do imaginário
Denise Osório Severo | Maria da Graça Luderitz Hoefel |
José Joclison Nascimento Silva
INTRODUÇÃO
A expansão de movimentos de extrema-direita constitui RESUMO
Desse modo, sustentam que o principal determinante de tal ascensão decorre da neces-
sidade que o próprio sistema possui de manutenção de sua reprodução, tal como refe-
rido por Shivji:
«O terreno para o declínio da democracia liberal foi preparado pelo próprio capitalismo
monopolista. A grande burguesia monopolista não compra a democracia liberal. [...]
Movimentos de extrema-direita e violência contra as minorias... Denise O. Severo | Maria da Graça L. Hoefel | José J. N. Silva 069
sobretudo por meio de fake news. Sua campanha e gestão têm sido ancoradas na rejeição
dos direitos humanos, na apologia à ditadura, ao golpe militar, à tortura e à violência,
bem como na militarização da sociedade8.
Após três anos e meio de ascensão da extrema-direita ao poder no Brasil, os impactos
sociais, políticos, econômicos, culturais e, por que não dizer, civilizatórios, são imen-
sos. É notório que o país imergiu em processos que geraram profundas fraturas sociais
e humanas, refletidas cotidianamente na cristalização de relações sociais permeadas
pela intolerância, propagação do ódio e por expressivas formas de violência, especial-
mente contra as minorias, embora existam insuficientes dados científicos que permitam
trazer à luz essa situação.
A escassez de informações talvez decorra do fato de ser um processo social recente e
em fase de consolidação, como também pode ser atribuída à complexidade do fenômeno
ou aos desafios epistemológicos, teóricos e políticos inerentes ao tema, além das difi-
culdades relativas ao registro de dados sobre violência contra as minorias no Brasil.
Nesse cenário, o lugar da diferença e diversidade política, epistemológica, sexual, cul-
tural e artística se torna uma zona gris e imprecisa, quase um «não-lugar», uma espé-
cie de «corpo estranho» indesejado, plasmado na figura de povos indígenas, lgbtq,
mulheres, migrantes, camponeses, quilombolas, negros e demais minorias que repre-
sentam, em verdade, maiorias, cujo cotidiano é cada vez mais atravessado pelo femi-
nicídio, homofobia, xenofobia, discriminações étnicas e raciais, entre tantas outras
formas simbólicas também emergentes.
Isso posto, esta pesquisa visa analisar as relações entre a ascensão da extrema-direita
no Brasil e a violência contra as minorias. Desse modo, busca identificar as possíveis
interfaces entre as violências existentes e os discursos que fundamentam os movimen-
tos de extrema-direita, com vista a refletir em que medida esses movimentos evocam
discursos promotores da cultura da violência. Ademais, almeja identificar lacunas na
literatura que possam nortear o desenvolvimento de pesquisas e a construção de polí-
ticas públicas favoráveis à garantia dos direitos humanos da população.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa, de abordagem qualitativa, que visa analisar as
relações entre a ascensão da extrema-direita no Brasil e a violência contra as minorias
no período histórico entre 2015 e 2020. Este recorte temporal foi escolhido em função
da convergência com a alteração na correlação de forças e articulação da extrema-direita
no contexto do Brasil, bem como suas consonâncias com o cenário global, identifica-
das no fortalecimento de partidos da extrema-direita no Parlamento Europeu, eleição
de diversos representantes alinhados a tal espectro político no contexto da Europa,
Brexit e cenário norte-americano, para citar alguns.
Em consonância com Botelho et al.9, a pesquisa seguiu as seguintes etapas: identifica-
ção do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento dos critérios de inclu-
Artigos excluídos pelo Artigos retirados por
Seleção (147)
filtro (323) duplicidade (13)
Artigos selecionados para
Leitura (147) Títulos e resumos lidos (147)
leitura integral (63)
SCOPUS WILE Y O. L. SAGE
Artigos incluídos neste estudo (52)
(12) (18) (22)
A análise dos dados foi realizada a partir da análise de conteúdo de Bardin10, obedecendo
às etapas de pré-análise, codificação e categorização, o que conduziu à emersão da
categoria intitulada «Fundamentos da extrema-direita/populismo: discursos de ódio,
colonização do imaginário e normalização da violência».
Movimentos de extrema-direita e violência contra as minorias... Denise O. Severo | Maria da Graça L. Hoefel | José J. N. Silva 071
RESULTADOS E ANÁLISE
2020 Populism in the era of Twitter: how social Zúñiga, H. G.; Michalska, K. K.;
media contextualized new insights Römmele, A.
into an old phenomenon
2020 Samir Amin on democracy and fascism Shivji, I. G.
2020 Varieties of neoliberalism in Brazil Filho, A. S.
(2003–2019)
2020 Dons’t cry for me, Latin America Robinson, W. I.
2020 Producing antipetismo: media activism Davis, S.; Straubhaar, J.
and the rise of the radical, nationalist right
in contemporary Brazil
2020 The banishment of the poor from public Brown, K. J.
space: promoting and contesting neo-
liberalisation at the municipal level
2020 Confronting the international political Abrahamsen, R. et al.
sociology of the new right
2020 Anti-media populism: expressions of media Bhat, P.; Chadha, K.
distrust by right-wing media in India
2020 Black Athenians: making and resisting Papadantonakis, M.
racialized symbolic boundaries
in the greek street market
2020 Agrarian social movements: the absurdly Jr, S. M. B.
difficult but not impossible agenda
of defeating right-wing populism
and exploring a socialist future
2020 The dark sides of social policy: Fischer, A. M.
from neoliberalism to resurgent
right-wing populism
2020 Close the ports to African migrants Iocco, G.; Cascio, M. L.; Perrotta, D. C.
and Asian rice!: the politics of agriculture
and migration and the rise of a “new”
left-wing populism in Italy
2020 The resurgent far right and the black Perry, K. Y.
feminist struggle for social democracy
in Brazil
2020 The “populist” right challenge to Putzel, J.
neoliberalism: social policy between a rock
and a hard place
2019 American caudillo: princely performative Vacano, D. V.
populism and democracy in the Americas
2019 Bureaucracy between populism and Rockman, B. A.
technocracy
2019 The weaponization of language: discourses Pascale, C. M.
of rising right-wing authoritarianism
2019 The term “populism” as a combat-concept Lara, M. P.
and a catchword
2019 The future of globalisation: neo-fascism Harris, J.
or the green new deal
2019 The paradox of emancipation: populism, Azmanova, A.
democracy and the soul of the left
2019 Voting for victors why violent actors win Daly, S. Z.
postwar elections
2019 Introduction to special issue on Fabry, A.; Sandbeck, S.
“authoritarian neoliberalism”
2019 Introduction: gender and the rise of the Gaff, A.; Kapur, A.; Walters, S. D.
global right
2019 Fragments of an anti-fascist geography: Ince, A.
Interrogating racism, nationalism,
and state power
2019 Global capitalist crisis and twenty-first Robinson, W. I.
century fascism: beyond the Trump hype
2019 Cyclical evolution of the global right Chase-Dunn, C.; Grimes, P.; Anderson,
E. N.
Movimentos de extrema-direita e violência contra as minorias... Denise O. Severo | Maria da Graça L. Hoefel | José J. N. Silva 073
(cont.)
Movimentos de extrema-direita e violência contra as minorias... Denise O. Severo | Maria da Graça L. Hoefel | José J. N. Silva 075
No entanto, apesar das referidas distinções, comumente os significados e fundamentos
atribuídos são muito semelhantes, ainda que apresentem especificidades e linhas
argumentativas próprias. Em relação à diversidade de interpretações e termos adotados,
bem como às aproximações e distanciamentos entre o populismo e o fascismo, Chase-Dunn
et al. pontuam:
«[O] populismo fala em nome dos pobres contra os pobres. Exalta a nação como uma
identidade distinta. Ele constrói seu discurso em uma plataforma moral e ética, e não
em terreno político e socioeconômico. [...] privilegia “Deus e o país” em vez de povos e
nações. Subjacente às exortações do líder é muitas vezes uma espécie de evangelismo.
Até líderes religiosos estabelecidos falam do líder como um presente de Deus para o seu
povo escolhido. [...] concentra o poder e destrói outros centros potenciais de poder real
ou potencial. O poder está concentrado no executivo, marginalizando o parlamento;
dentro do executivo, o poder reside no líder que emerge como o líder supremo [...]
o líder se torna a fonte da verdade a quem seu partido e governo devem lealdade. [...]
todas as mediações representativas entre o líder e as massas se tornam extintas. O líder
fala com as massas, mobiliza e discursa diretamente. [...] o populismo reacionário monta
um ataque conjunto a verdadeiros centros de pensamento, especialmente as universidades»24.
Movimentos de extrema-direita e violência contra as minorias... Denise O. Severo | Maria da Graça L. Hoefel | José J. N. Silva 077
inúmeras formas de violência, simbólicas e reais, ancoradas em valores morais
conservadores e excludentes. Desse modo, configura um impacto social profundo que
tende a reverberar a longo prazo, justamente por atuar não somente no plano concreto,
mas na dimensão cultural e simbólica, no plano dos valores que norteiam as sociedades
e balizam o contrato social civilizatório estabelecido.
Alguns autores argumentam que a nova direita estaria utilizando a estratégia da «meta-
política», ancorada na corrente teórica da nouvelle droite27. Esta corrente foi constituída
no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, por representantes de movimentos de
extrema-direita francesa, e ancora-se inicialmente nas ideias do líder político e intelec-
tual Dominique Venner, consolidando-se posteriormente com o pensamento de Alain
de Benoist e Guillaume Faye28. A metapolítica enfoca a disputa no plano cultural e
ideológico como fundamento para a construção, a longo prazo, de um novo projeto
político de sociedade, o que estaria inserido em uma estratégia de guerra de posição
adotada pela nova direita, na perspectiva gramsciana29. Essa questão coaduna com a
colocação anterior, no sentido de atentar para a importância da dimensão cultural e
suas implicações não somente imediatas, mas em planos futuros.
De fato, a dimensão cultural é talvez o terreno mais sensível e sobre a qual a extrema-
-direita/populismo demonstra expressiva atuação. Grande parte dos artigos refere que
a xenofobia, o sexismo, a misoginia e a homofobia constituem fundamentos da extrema-
-direita/populismo. Nesse sentido, a religião ocupa um lugar importante que se articula
na propagação do conservadorismo de gênero.
Graff et al. destacam a magnitude das intersecções entre os fundamentos centrais da
extrema-direita/populismo, o combate às questões de gênero e o fundamentalismo
religioso, tal como pode ser observado no seguinte extrato:
Com efeito, outros autores alertam sobre o importante papel que a religião desempenha
nos movimentos de direita contemporâneos, «como força de mobilização, construção de
coesão e esforço para restaurar a autoridade de famílias patriarcais e líderes religiosos»31.
Em verdade, o conservadorismo de gênero encontra abrigo e ressonância em distintas
religiões em diferentes países do mundo. No Brasil atual, é preciso dizer que a articulação
com a Igreja Neopentecostal constituiu elemento chave, embora não único, para a ascensão
da extrema-direita ao poder32. Além disso, o combate aos direitos das mulheres e da popu-
Movimentos de extrema-direita e violência contra as minorias... Denise O. Severo | Maria da Graça L. Hoefel | José J. N. Silva 079
Os discursos de ódio que fomentam a violência são traços inscritos como fundamentos
que ancoram toda a plataforma da extrema-direita/populismo/fascismo, configurando
o eixo norteador das propostas e políticas adotadas, tanto no Brasil como no mundo,
cujos alvos são as populações historicamente oprimidas, quais sejam: mulheres, negros,
imigrantes, população lgbtq, ciganos,
OS DISCURSOS DE ÓDIO QUE FOMENTAM quilombolas, entre outras minorias existen-
A VIOLÊNCIA SÃO TRAÇOS INSCRITOS tes em cada região e contexto.
COMO FUNDAMENTOS QUE ANCORAM TODA Cabe aqui acentuar novamente a importân-
A PLATAFORMA DA EXTREMA-DIREITA/POPULISMO/ cia do discurso e das linguagens nesse pro-
/FASCISMO, CONFIGURANDO EIXO NORTEADOR cesso. Evidentemente, a violência não se
DAS PROPOSTAS E POLÍTICAS ADOTADAS. limita à retórica, mas se expressa na mate-
rialidade da vida em sociedade, tanto por
meio das referidas políticas como nas violências simbólicas que impregnam o imagi-
nário e o tecido social. Nessa perspectiva, Robinson adverte que a extrema-direita busca
implantar sua plataforma por meio do uso de repertórios discursivos que exaltam uma
cultura militarista e machista que normaliza a violência, a guerra, a dominação social
e o desprezo pelos mais vulneráveis44.
De fato, Pascale assinala que a forma de atuação da extrema-direita conjuga estratégias
de violência simbólica e material45. Nessa perspectiva, a «linguagem armada» é uma
estratégia central e poderosa de violência simbólica adotada sistematicamente, que
constitui uma espécie de preâmbulo para a violência física. É uma linguagem agressiva
ancorada em narrativas que moldam o pensamento da população e possibilitam atro-
cidades sistemáticas.
Por fim, importa realçar que uma das formas de linguagem armada adotadas pela
extrema-direita são as fake news, utilizadas com o objetivo de distorcer informações,
ferir a liberdade de expressão e atacar os direitos humanos46. Emcke também menciona
o papel das mídias sociais na viralização de discursos de ódio e em manifestações
violentas crescentemente promovidas pela extrema-direita47. Como pode ser observado,
a desinformação é também uma forma de violência, haja vista que subtrai da sociedade
o direito de acesso aos dados e aos fatos, de tal forma que se torna impossível discer-
nir entre a verdade e a mentira.
Com efeito, no Brasil e no mundo, a extrema-direita cotidianamente revela mais e mais
suas relações com as fake news. Fatos passados recentes evidenciam o uso político de
fake news por parte de governos de extrema-direita, tal como o escândalo envolvendo
Estados Unidos e Rússia nas eleições de Donald Trump48, a utilização massiva de fake
news por parte dos governos da Hungria49 e da Polônia50, as denúncias de fake news
relacionadas às eleições do Governo Bolsonaro e sua propagação de informações falsas
que negligenciam a gravidade da covid-19, bem como a notável disputa em torno de
fake news travada na atual guerra entre a Rússia e a Ucrânia, revelando o quanto esse
elemento pode ser perverso e violar inclusive o direito à vida.
Denise Osório Severo Professora do Departamento Memória». Doutora em Saúde Coletiva pela
de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília. Universidade de Brasília.
Membro do Laboratório de Saúde do Trabalhador, > Departamento de Saúde Coletiva – Universidade
Saúde Indígena e Saúde dos Migrantes/UnB. de Brasília | Campus Universitário Darcy Ribeiro,
Investigadora colaboradora do Centro de Brasília-DF, 70910-900, Brasil | denisesevero.
Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e unb@gmail.com
Maria da Graça Luderitz Hoefel Professora do Espaço e Memória». Doutora em Sociologia pela
Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
de Brasília. Coordenadora do Laboratório de Saúde > Departamento de Saúde Coletiva – Universidade
do Trabalhador, Saúde Indígena e Saúde dos de Brasília | Campus Universitário Darcy Ribeiro,
Migrantes/UnB. Investigadora colaboradora do Brasília-DF, 70910-900, Brasil | gracahoefel@
Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, gmail.com
Movimentos de extrema-direita e violência contra as minorias... Denise O. Severo | Maria da Graça L. Hoefel | José J. N. Silva 081
José Joclison Nascimento Silva Investigador do > Laboratório de Saúde do Trabalhador, Saúde
Laboratório de Saúde do Trabalhador, Saúde Indígena e Saúde dos Migrantes, Universidade de
Indígena e Saúde dos Migrantes da Universidade Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília-
de Brasília e Fiocruz. DF, 70910-900, Brasil | josesc.unb@gmail.com
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