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São Luís
2021
CAIRÊ LOPES DE OLIVEIRA SODRÉ
São Luís
2021
CAIRÊ LOPES DE OLIVEIRA SODRÉ
__________________________________________
Profa. Lívia Maria da Graça Costa Aguiar
Orientadora
__________________________________________
Examinador (a) 1
__________________________________________
Examinador (a) 2
AGRADECIMENTOS
Em segundo lugar aos meus pais, Marco Antonio e Claudio José Sodré que sempre
foram e serão meus heróis, estiveram comigo nas horas boas para dividirmos sorrisos e não
só, mas principalmente nas ruins para me levantar.
A minha vó, Hildenê, por ser o alicerce de tudo que a minha família é e ser modelo a
todos de perseverança, resiliência e fé.
A minha tia, Nivia, figura a qual o título de tia chega a ser injusto, minha segunda
mãe, luta pelos seus como ninguém e sempre lutou por mim.
Aos meus irmãos, João, José, Marina, Artur, Rebeca e Sofia, espero servir de exemplo
a todos, que tenham orgulho de mim e nunca esqueçam, ainda que demore a vitória sempre
vem, há sempre de se começar por algum lugar.
Dedico especialmente a minha namorada, que por dias e noites dividiu inquietudes e
incertezas sobre o futuro e sempre foi fortaleza pra mim. Muito obrigado por tudo. Eu te amo,
Alessandra.
Por último, quero agradecer também a Universidade Federal do Maranhão e todo seu
corpo docente, daqui saio para o mundo.
RESUMO
Freedom of expression and protection of honor have been the subject of several discussions
and updates. Such needs have emerged as a reflection of the behavior of the human
population, which has become the holder of greater access to communication channels, but
sometimes has not paid attention to the ruling rules of our legal system. Therefore, it has
become necessary to carry out a comparison of the rights and duties of citizens, linked to
legislative provisions and, in their absence, the jurisprudence that has an clarifying nature for
the judge. It is worth noting that this need has arisen with the trivialization of the concept of
free expression, which ends up outweighing the honor of others. In search of a balance
between the free right of expression and crimes against honor, we used the methodology of
theoretical references to discuss the subject.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
2 CONCEPÇÕES REFERENTES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........................ 10
2.1 Breve panorama acerca dos direitos fundamentais .............................................................. 10
2.2 Princípio da dignidade da pessoa humana................................................................................. 15
3 CRIMES CONTRA A HONRA ........................................................................................ 19
3.1 Calúnia............................................................................................................................... 19
3.2 Difamação .......................................................................................................................... 19
3.3 Injúria ................................................................................................................................ 23
4 LIBERDADE DE EXPRESSÃO ........................................................................................ 26
4.1 A liberdade de expressão nas constituições federais brasileiras .................................. 26
4.2 A liberdade de expressão no estado democrático de direito ........................................ 27
4.3 Pactos internacionais ....................................................................................................... 30
5 LIBERDADE DE EXPRESSÃO E OS CRIMES CONTRA HONRA ........................... 33
5.1 O direito fundamental à liberdade de expressão .......................................................... 33
5.2 Da solução do conflito entre direitos fundamentais .............................................................35
5.3 Aspectos jurisprudenciais da liberdade de expressão e crimes contra a honra .........38
5.4 O STF e os casos representativos da proteção constitucional do pensamento............43
6 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 46
9
1 INTRODUÇÃO
A proteção dos direitos fundamentais por razões judiciais foi consolidada como um
dos pilares do conceito moderno de constituição e foi apresentada como uma característica
inseparável da ideia contemporânea da democracia. Ante a isso, o presente capítulo se
debruça sobre os direitos fundamentais e sua relação frente a dignidade da pessoa humana e
sobre os conflitos referentes a busca dos mesmos especialmente no que tange a preservação
do direito da personalidade.
A proteção internacional dos direitos humanos ganha novos contornos após a primeira
guerra mundial com o Tratado de Versalhes de 1919, com a criação da Organização
Internacional do Trabalho – OIT e com a Liga das Nações em 1920, cuja intenção era impedir
as guerras e assegurar a paz, a partir de ações diplomáticas, de diálogos e negociações para a
solução dos litígios internacionais. O Brasil aderiu, mas se desligou em 1926, por decisão do
então Presidente da República Artur Bernardes, sem a autorização do Congresso Nacional.
Deve-se ao jurista Karel Vasak, uma das maiores contribuições teóricas para o debate
de direitos humanos, a propositura de uma divisão de direitos por “eras” ou “dimensões de
direitos”. Ele sistematizou as categorias de direitos no contexto histórico em que surgiram e
foram sendo incorporadas progressivamente pelos estados nacionais. Existem os direitos de
primeira, segunda e terceira geração, podemos incluir e discutir ainda os direitos de quarta
geração, que já são aceitos por muitos filósofos, juristas e doutrinadores. Bonavides, grande
constitucionalista brasileiro, vanguarda nesta discussão, servindo e sendo base para vários
outros doutrinadores, faz alusão expressa ao termo gerações dos direitos fundamentais para
explicar a inclusão histórica de três gerações sucessivas nas constituições dos países.
No entanto, uma outra parte da doutrina tem questionado o termo “gerações”, tendo
em vista que consideram inadequado para classificar a evolução dos direitos fundamentais,
pois passariam a falsa ideia de que conforme esses direitos fossem evoluindo, seriam
substituídos pela geração seguinte.
Sarlet (2014) defende que a teoria dimensional dos direitos fundamentais aponta para
o caráter cumulativo, complementar e de sua indivisibilidade no contexto do direito
constitucional.
De acordo com Giovanetti e da Silva (2017) a teoria dimensional dos direitos
fundamentais demonstra a compreensão equivocada que os direitos das gerações ou
dimensões antecedentes já estariam instituídos, juridicamente consistentes, e que, a partir de
então, o constitucionalismo deve se direcionar unicamente aos novos direitos, das novas
dimensões.
No dizer de Celso de Melo (2005), o processo de afirmação e consolidação dos
direitos humanos comporta diversos níveis de compreensão e abordagem, que permitem
distingui-los em ordens, dimensões ou fases sucessivas resultantes de sua evolução histórica,
consagrando e pondo em relevo os princípios da liberdade, igualdade e solidariedade.
12
Não à toa em seu art. 1, inciso III, nossa carta magna prega constitui um Estado Democrático
de Direito que tem como fundamento justamente a dignidade da pessoa humana.
O agente jurídico não pode ir contra qualquer entendimento que não preserve a
dignidade humana, mesmo porque como supracitado está expresso em nossa constituição e
em vários tratados internacionais que tem força supralegis. Para combater as crueldades
humanas, a lei deve frear as condutas que podem ser tomadas por homens que usam seu lado
primitivo, ou seja, matam, lesionam e denigrem os outros. Há de se frisar que a produção
legislativa é insuficiente para proteger o homem e os direitos inerentes a ele. A interpretação
da lei, para determinar seu sentido e alcance é a maior arma contra crueldades.
O desenvolvimento da doutrina jusnaturalista contribuiu expressivamente para
compreensão do termo dignidade. Destaca-se que tal processo contou com a contribuição dos
estudos de Kant, o qual identificou a sociedade em duas categorias, sendo estas o preço e a
dignidade. Quanto a categoria referente ao preço, a mesma contempla que o preço seria um
valor externo, de particular interesse no mercado. Já a categoria da dignidade, contempla um
valor moral interno, ou seja, a dignidade não teria equivalente, não seria possível substituí-la
como se faria com um produto. Assim, o autor pontua que o homem é tido como um fim e
não como um meio para alcançar certa finalidade.
Á vista disso, a dignidade da pessoa humana deve ser compreendida como um fim e
não como um meio para o alcance de algum fato. Neste princípio Lisboa (2013) discorre que
o princípio da dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos dispostos pela Constituição
Federal. Dessa forma, é indispensável que as relações jurídicas observem este princípio,
garantindo os direitos da personalidade a todos os membros da sociedade.
Para Tartuce (2016), o princípio da dignidade da pessoa consiste no princípio de maior
relevância, visto que se configura como uma norma direcionada para a proteção da pessoa
humana, a qual o juiz pode fazer uso para a aplicação do direito. Observa-se que “[...] a
pessoa humana é o cerne do direito, orientando todos os institutos jurídicos para promover o
pleno desenvolvimento e a integral proteção do ser humano” (CARVALHO, 2017, p.88).
Conforme cita Angelini Neta (2016, p.68) “O princípio da dignidade da pessoa
humana é hoje compreendido como macroprincípio a conformar toda a ordem jurídica
estabelecida”. Em consonância complementam os juristas portugueses Jorge Miranda e Rui de
Medeiros (t.I, p.53, apud Tartuce, 2016, p.1184):
17
No mesmo sentido afirma Angelini Neta (2016, p.69) que “A dignidade humana
repousa, portanto, na ideia de respeito irrestrito ao ser humano”. Para Maria Helena Diniz
(2014, p.37), o princípio da dignidade da pessoa humana segundo a CF:
direitos fundamentais, sejam eles coletivos ou individuais (DE SOUZA FALÇÃO, 2013).
Frente a isso, o autor elucida que:
3.1 Calúnia
De acordo com o artigo 138 do Código Penal, a calúnia consiste em atribuir uma
"ofensa criminal" a outra pessoa. É punível com pena de seis meses a dois anos de prisão e
multa.
Se a pessoa está ciente de que a acusação que está fazendo é falsa, está cometendo o
crime de calúnia. No caso em que a pessoa investigada por um suposto crime de calúnia é
capaz de testemunhar que os fatos dos quais ele acusa o indivíduo aparentemente caluniado
são verdadeiros, ele não terá que enfrentar nenhuma responsabilidade criminal. Portanto, para
que a calúnia seja considerada como tal, é essencial que a denúncia seja apresentada às
autoridades relevantes, dentro do sistema judicial (KEHL, 2019, p. 97).
Ainda segundo Kehl (2019, p. 98) entre outras questões interessantes, é possível
apontar o problema que grupos ou entidades não personificadas (ou grupos indeterminados)
podem apresentar diante de violações ou ataques em sua homenagem. Há pelo menos dois
problemas:
Embora não seja questionável que a proteção possa ser apelada, parece menos
razoável que seja exigida compensação por danos morais, o ator deve provar que é totalmente
identificável com o grupo que foi insultado e que as expressões lhe causaram danos
compensáveis. (TEIXEIRA et al, 2018, p. 38).
Pode acontecer que uma acusação de calúnia se torne um processo de danos morais.
Depois de julgada como processo criminal e condenada a um determinado período de prisão,
é possível que a acusação também se torne um processo civil, com pedido de indenização por
danos morais. Portanto, são dois processos, julgados por dois fóruns diferentes (TEIXEIRA et
al, 2018, p. 38).
3.2 Difamação
O artigo 139 do Código Penal define difamação como a atribuição a outra pessoa de
um fato ou ação que afeta a reputação dessa pessoa e é punível com pena de três meses a um
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ano de prisão e multa (NUCCI, 2009, p. 105). Para uma definição mais clara, difamação é o
ato de prejudicar a dignidade, honra ou reputação de outra pessoa, divulgando informações
que não são verdadeiras. Quando a intenção da acusação é expor a pessoa ao ódio ou ao
desprezo público, está ocorrendo o crime de difamação (TEIXEIRA et al, 2018, p. 45).
Várias formas de difamação permanecem criminalizadas no Brasil, embora a maioria
das inúmeras ações judiciais que surjam a cada ano tenham sido movidas sob estatutos civis (e
não criminais). Por exemplo, os blogueiros frequentemente são forçados a pagar multas após
processos por difamação por causa de seus relatórios on-line. Essas sanções civis ainda
podem servir para restringir a liberdade de expressão.
Além disso, a mídia enfrenta censura judicial no Brasil. Embora a Constituição de
1988 garanta a liberdade de imprensa e a censura ilegal, políticos, empresários e celebridades
usaram leis destinadas a garantir a privacidade do cidadão comum para silenciar a mídia
(HUNGRIA e FRAGOSO, 2018, p. 67).
Um relatório de 2012 do grupo de liberdade de expressão Artigo 19 observou que a
ameaça de ações judiciais e ordens judiciais leva muitos blogueiros e jornalistas on-line, que
carecem dos recursos de jornalistas apoiados por empresas de mídia tradicionais, a praticar a
autocensura. Em junho de 2015, o Supremo Tribunal Federal votou por unanimidade a
revogação de uma lei de 2003 que permitia que sujeitos de biografias não autorizadas
tentassem proibir a publicação desses trabalhos, alegando que eles violavam seu direito à
privacidade, protegido pela constituição brasileira. O caso foi levado pelas principais editoras
brasileiras após uma série de julgamentos que favoreceram os interesses das celebridades
(HUNGRIA; FRAGOSO, 2018, p. 67).
Em 31 de julho de 2009, um juiz de Brasília concedeu liminar proibindo o jornal O
Estado de S. Paulo de publicar relatórios contendo informações sobre uma investigação
policial federal, denominada " Operação Faktor ", de Fernando Sarney, filho do presidente do
Senado, José Sarney. A liminar solicitada por Fernando Sarney foi concedida um dia depois
de ter sido solicitada ao tribunal. O juiz proibiu o jornal de publicar mais informações sobre a
investigação da Operação Faktor estipulando que, para cada relatório que posteriormente
fosse publicado, desafiando a liminar, o jornal seria multado em R$ 150.000,00. Embora
Fernando Sarney tenha retirado seu pedido de liminar em dezembro de 2009, a liminar contra
o jornal continua, de acordo com um relatório de maio de 2013 (HUNGRIA e FRAGOSO,
2018, p. 67).
Em novembro de 2012, um juiz rejeitou o recurso do jornalista Lúcio Flávio Pinto e
ordenou que ele pagasse aproximadamente R$ 818.000,00 em danos por difamação ao
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infrações, propondo que: (i) a atual pena por difamação de três meses a um ano na prisão
aumentasse para um a dois anos na prisão; (ii) a pena atual para calúnia seria aumentada para
um a dois anos de prisão, em vez dos atuais seis meses a dois anos de prisão; e (iii) a
penalidade pelo crime de "lesão", atualmente em um a seis meses na prisão, seria aumentada
para seis meses a um ano na prisão (FERNANDES, 2020, p. 42).
Além disso, o artigo 140 do projeto de lei 236 criaria um "fator agravante" que
dobraria a pena de difamação e calúnia quando esses crimes forem conduzidos por jornalismo
ou qualquer comunicação que facilite a propagação dos crimes, inclusive por meio de mídia
eletrônica ou digital. (SOUSA, 2016, p.55).
Elaborado em 2014, o Projeto de Lei Federal 215/2015 foi originalmente uma
proposta de reforma do artigo 141 do Código Penal Brasileiro. Pelo texto original, uma quinta
hipótese seria adicionada: (V) “através do uso de redes sociais”. Desde sua proposta, o projeto
de lei foi alterado por vários congressistas e absorveu outros dois projetos posteriores:
1547/2015 e 1589/2015 (SOUSA, 2016, 55).
Também incluiu uma proposta de reforma do Código de Processo Penal, para obrigar
as autoridades competentes a imprimir o conteúdo que constituiria o crime, a fim de
"salvaguardar a cópia do material ofensivo para compor a futura investigação policial e
possível ação criminal”. Também existe uma provisão para tornar os crimes sob os novos dois
parágrafos processáveis pelas autoridades públicas, independentemente de as acusações serem
apresentadas pela parte ofendida (LUZ, 2016, p. 109).
Existe também uma disposição para constituir crimes hediondos os que resultam em
morte da vítima, bem como uma disposição que exclui a possibilidade de fiança no caso do
parágrafo 3. Por fim, o projeto de lei 1589/2015 também inclui uma regra geral, aplicável a
todo crime, que obriga os juízes a estipular uma reparação mínima de danos por
responsabilidade civil em todas as sentenças. (LUZ, 2016, p. 109).
3.3 Injúria
Em outras palavras é um crime em que uma das partes diz algo diretamente desonroso
e prejudicial à outra parte, como chamá-lo de ladrão. É caracterizado por atribuir ações não
realmente cometidas pela pessoa usando epítetos e linguagem ofensiva. (FERNANDES,
2020, p. 44).
Outra forma de injúria, o desacato, constitui proferir quaisquer tipos de ofensa
(semelhante a injúria), a funcionários públicos em pleno exercício da função ou a disposição
deste, está disposto no Art.331. Quanto a punição, o indivíduo que profere xingamentos,
humilhação a um funcionário público pode ser condenado de 6 meses a 2 anos de prisão. Há
duas vertentes nessa lei que são: o exercício da função e o em função deste. Esta lei é muito
debatida e contraria muitas opiniões por ferir a assertividade, que é umas das bases
substanciais do Direito Penal (CAPEZ, 2012, p. 83).
A subjetividade é um modelo de relacionamento interpessoal que se baseia na
compreensão dos direitos e na defesa de uma pessoa, reconectando-se com o resultado de
outras pessoas. Seu uso está vinculado a pessoas maduras, autossuficientes e autônomas.
Ser assertivo não significa querer estar sempre certo, porque consiste em poder
expressar alguns pontos de vista e opiniões, mas não é correto, com a convicção de que temos
que acabar tendo algumas ideias diante de situações que consideramos injustas.
Comportamento assertivo, por exemplo, é o que você reclama de maneira respeitosa e cortês
com um funcionário do restaurante, que troca um copo manchado com batom. Por outro lado,
o comportamento agressivo levaria a um escândalo, e o comportamento passivo usaria o
velame às custas de não decidir nada (KEHL, 2019, p. 101).
É um tipo de comportamento que pode ser introduzido, desenvolvendo a consecução
de seus próprios objetivos e separando-o, respeitando-o e o meio ambiente, agindo e ditando o
que o sujeito pensa na hora certa, com franqueza e sinceridade. Está relacionado aos fatores
emocionais inerentes à personalidade, pois são a falta de caráter da pessoa, que depende de
outras pessoas, baixa autoestima e falta de autoconfiança, pois não são tão assertivos
(STRAZZI, 2016, p. 132).
A principal diferença entre crimes contra honra e danos morais está em que o tribunal
endossará o processo. Calúnia, Difamação e Injúria são crimes e estão previstos no código
penal. Os danos morais fazem parte do direito civil, estão sujeitos a compensação financeira e
são julgados por um Conselho civil. Mas o réu nesse tipo de processo não é preso
(FERNANDES, 2020, p.48).
Existem três projetos de lei que foram consolidados e serão votados em conjunto pelo
Congresso. Dois deles, os projetos de lei 215/2015 e 1547/2015, dizem respeito
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exclusivamente à responsabilidade criminal por crimes contra a honra de indivíduos. Por meio
de ambos, o Congresso busca instituir penalidades mais severas por esses crimes, quando
praticadas através do uso de redes sociais. O último projeto de lei, número 1589/2015, traz
alterações propostas semelhantes ao direito penal, embora atribuindo penalidades mais
severas que as outras duas (HUNGRIA e FRAGOSO, 2018, p. 72).
Como possíveis defesas contra esses crimes, os juízes tendem a analisar cada caso,
levando em consideração se (i) as informações publicadas refletem a verdade ou, pelo menos,
são apoiadas por evidências que permitiram ao jornalista publicar informações confiáveis; (ii)
a divulgação de tais informações representa o interesse público; e (iii) o jornalista
intencionalmente visava prejudicar alguém. (STRAZZI, 2016, p. 133).
26
4 LIBERDADE DE EXPRESSÃO
indivíduo gere algum dano, de ordem material, moral ou à imagem do outro, lhe é assegurado
o direito de resposta, proporcional ao dano que lhe foi causado, além do recebimento de
indenização.
Ou seja, estabelecer uma fronteira para o exercício desse direito é essencial à
sociedade contemporânea. A regulamentação das ações humanas deverá preservar o convívio
harmônico os cidadãos. Todavia, esta liberdade é fundamental para o exercício da
democracia, principalmente relacionado à prática do exercício de diversas profissões no
Brasil, a exemplo do jornalismo.
O jornalismo já foi, e ainda é, alvo de diversas críticas e preconceitos, pois já
houveram casos em que as imagens de determinados indivíduos restaram prejudicados por
uma matéria, notícia ou história publicada de forma dissociada à verdade dos fatos.
Sobre o tema, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), Ministra Carmén Lúcia no seminário do CNJ sobre a liberdade de
imprensa no STF, no ano de 2018, assim se manifestou:
Sem este estudo não poderíamos sequer começar a estudar por que o Brasil é tantas
vezes lembrado no mundo como um dos lugares onde a profissão de jornalista é
tantas vezes agredida, vilipendiada a ponto de não compreendermos como na
democracia esse tema ainda esteja nas nossas agendas
Com o Regime Militar que governou o Brasil nos anos de 1964 a 1985, houve uma
ampla restrição à liberdade de expressão dos indivíduos, com a imposição de censura nas
músicas, trabalhos artísticos e a tudo que tivesse relação com livre manifestação de
pensamentos e opiniões.
Naquele período, só eram permitidas as culturas que demonstrassem conveniência ao
pensamento político e moral da época. Ou seja, qualquer artista que fosse de encontro aos
ideais políticos-ideológicos do Estado estaria sujeito as mais nefastas reprimendas das
autoridades.
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abusivas inerentes ao Regime Militar. A garantia desse direito é indispensável para o bom
funcionamento de uma sociedade verdadeiramente democrática.
É através dele que a imprensa pode fiscalizar as atividades públicas, compartilhar
informações e noticiando assuntos de interesse geral da população. Por meio da mídia é
possível que a sociedade civil tome conhecimento e supervisione eventuais abusos ou
transgressões cometidas pelas autoridades públicas ou pelos próprios particulares.
Entretanto, conforme já explanado, a liberdade de expressão não é absoluta. O direito
brasileiro ressalta a importância de estabelecer limites à liberdade de expressão ao fim de que
determinadas condutas não atinjam a liberdade do outro. A sua previsão e seus limites estão
previstos no artigo 5º da Constituição Federal, especificadamente em seus incisos IX e X.
Vejamos:
1
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal:
Centro Gráfico, 1988. 292 p.
30
para que haja um equilíbrio, de modo que os direitos devam ter sua abrangência limitada por
outros direitos, de maneira que um não seja anulado ou por demais restritos ao outro.
Desde o ano de 1993, junto ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas,
atua o escritório do Relator Especial para a Liberdade de Opinião e Expressão, no qual uma
de suas missões é esclarecer qual o conteúdo desse direito.
O relatório conjunto avalia a situação do direito a liberdade de expressão no país em
que se debruça a avalição e faz as recomendações para a proteção dos jornalistas, realizando
investigações para solucionar os casos de ataques sofridos por jornalistas. O relator costuma
promover relatórios anuais acerca da atualização de conteúdos jurídicos da liberdade de
expressão com novidades teóricas, legislativas e jurisprudências.
A Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão tem a importante e principal
função de encarregar-se do assessoramento à Comissão Internacional dos Direitos Humanos
(CIDH), avaliando casos e enviando relatórios correspondentes. Ela proporciona justiça em
casos específicos que chamam atenção sobre situações paradigmáticas que prejudicam a
liberdade de expressão e pensamento, possui legitimidade para criar importantes
jurisprudências aplicáveis tanto no âmbito internacional dos direitos humanos, como pelas
autoridades nacionais.
Foi por meio de medidas cautelares sobre essa matéria que a Relatoria iniciou a
colaboração com a CIDH, essas medidas são criadas pela necessidade de adotar mecanismos
que evitem um prejuízo grave, iminente e irremediável paras as pessoas subordinadas à
jurisdição de algum Estado.
Ela também participa das Audiências Públicas, intervindo e acompanhando os casos
quando necessário. Podem ainda, ser realizadas visitas in loco a países que tenha necessidade
a coletar informações sobre a situação da liberdade de expressão dentro do território.
O intuito é que sejam promovidos os padrões internacionais sobre o exercício desse
direito, que desta forma haja um incentivo ao uso adequado do sistema interamericano de
direitos humanos. Durantes essas visitas, são feitas reuniões com as autoridades dos governos,
membros dos poderes, representantes, entidades, organizações, entre outros.
O direito a liberdade de expressão está prevista e protegida de forma expressa em
diversos pactos internacionais: Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das
Liberdades Fundamentais; Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos; Declaração
31
Universal dos Direitos do Homem; Resolução 16/4 do Conselho de Direitos Humanos, 2011;
Primeiro relatório recapitulativo da Conferência Geral sobre as medidas adotadas pelos
Estados-Membros para aplicar a Recomendação sobre a Promoção e o Uso do Plurilinguismo
e o Acesso Universal ao Ciberespaço ; Contribuição da UNESCO à Cúpula Mundial sobre a
Sociedade da Informação (Genebra, 2003, e Túnis, 2005); A Declaração de Bucareste.
Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, em seu artigo XIX o direito
a liberdade de expressão está visível nos seguintes termos: “Toda pessoa tem direito à
liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter
opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras” (NAÇÕES UNIDAS, 1948).
Também versando sobre o mesmo assunto, mas já no Pacto Internacional dos Direitos
Civis e Políticos, de 1966, estão estabelecidos em seu artigo XIX, este direito de uma forma
mais detalhada e incluindo restrições:
Artigo 19
1. Ninguém poderá ser molestado por suas opiniões.
2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade
de procurar, receber e difundir informações e ideias de qualquer natureza,
independentemente de considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, em
forma impressa ou artística, ou por qualquer outro meio de sua escolha.
3. O exercício do direito previsto no parágrafo 2 do presente artigo implicará
deveres e responsabilidades especiais. Consequentemente, poderá estar sujeito a
certas restrições, que devem, entretanto, ser expressamente previstas em lei e que se
façam necessárias para: a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das
demais pessoas; b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral
públicas (UNITED NATIONS, 1966).
nesse sistema, consiste em permitir aos participantes da vida pública expressar-se, questionar,
argumentar, criticar e contestar livremente.
A Comissão Internacional de Direitos Humanos, em relação a este assunto, tem como
objetivo fortalecer o funcionamento do regime democrático, com intuito de proteção a livre
manifestação de opiniões. Viabilizando um processo uma abertura e desimpedimento para o
compartilhamento de ideias sobre assuntos que condizem respeito à sociedade.
33
De acordo com Jorge Miranda (1998), temos como Direitos Fundamentais todos
aqueles pertencentes a a viabilização das condições de vida do ser humano, destacando-se o
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à dignidade, o direito de se expressar; o direito ao
trabalho, o direito à educação e à saúde.
Todos estes, fazem formam o comportamento da pessoa humana e são considerados
como individuais, sendo esses, direitos que se integram à pessoa, reconhecidos como
pressupostos indispensaveis para ter uma vida com dignidade.
Jónatas E. M. Machado (2002), faz uma analogia categorica entre a liberdade de
expressão e um pulmão, exemplificando que a liberdade de expressão é o pulmão e o cérebro
da democracia; tendo como missão a condução de força e juízo crítico, requisitos
indispensaveis quanto à ação e à preservação do equilíbrio de forças entre povo e poder:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindose aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:[...] X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação. (BRASIL, CRFB, 2020).
Diante do referido ato que compõe um sistema jurídico milindroso, torna-se de grande
valia, uma vez que, estará em constante atualização para que adapte-se aos remodelamentos
no comportamento da sociedade, como acontece em todos os ambitos do Direito. Como diz
Adalberto Aranha:
Deste modo, compreende-se que a temática estará em constante atualização, haja vista
que amolda-se aos comportamentos da sociedade e no mundo informatizado esses
comportamentos passam por constantes transformações em milesimos de segundos,
resultando em consequências aceleradas, sejam elas em âmbito positivo ou negativo com
relação a honra individual.
A honra, assim como a vida, sempre mereceu a proteção legal. Ela é um atributo da
pessoa, estando de tal modo vinculada a personalidade que não se compreende
alguém sem sua honra. Por sua vez, a honra pode assumir várias formas, já que se
trata de verdadeira virtude que ressalta o caráter de uma pessoa, mas que é capaz,
também, de denegrir a sua imagem, se ela não possuir. Assim o homem, virtuoso
desfruta de bom conceito social e serve de exemplo aos concidadãos, já o homem de
mau caráter não é bem visto e tampouco merece consideração na comunidade em
que vive, (NOGUEIRA, 1995, contracapa).
tudo faz para viver com honestidade, conquistando o apreço de seus concidadãos.
Fala-se em desonra, por outro lado, quando alguém vive à margem dos deveres
sociais, não só infringindo-os como também desrespeitando seus semelhantes. O
homem de mau caráter e desonesto não é bem visto e tampouco merece
consideração na comunidade em que vive, pois, representa uma ameaça aos demais
cidadãos. Já o homem honrado, virtuoso, de caráter ilibado, não só serve de exemplo
como é respeitado e admirado por seus semelhantes, (NOGUEIRA, 1995, p. 5).
Sendo assim, resta-se claro que Constituição Federal de 1988, resguarda e preserva a
honra e a liberdade de expressão, mesmo sendo vistas como bens considerados imateriais.
Esses choques entre direitos nascem por causa das direções opostas em que caminham
alguns desses citados direitos, exemplo: uma vez que o direito à informação, a liberdade de
expressão percorrem o caminho da transparência, da livre circulação de informação, os
direitos da personalidade, vão em direção oposta, do sigilo, da não exposição.
Não importando a solução a ser aplicada nestes conflitos, sempre ocorrerão restrições,
de um ou dois valores tido como fundamentais, visto que todas as situações envolvendo
conflito de princípios são de elevada complexidade. De tal forma, evidencia-se a obrigação de
grande e prolongada ponderação para chegarmos em um denominador comum. Não existe
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Partindo para a parte prática desta resolução de conflitos, destacam-se dois principais
princípios e métodos que são utilizados para a feitura desta ponderação, sendo estes: o
princípio da proporcionalidade e a técnica da ponderação. Sobre estes me debruço.
Marmelstein (2008, p. 372) preconiza que “para se verificar se a lei que limita
determinado direito fundamental é válida ou não, deve-se fazer uso do princípio da
proporcionalidade”.
A proporcionalidade em sentido estrito, uma das três dimensões adotadas pela Corte
Constitucional Alemã ao usarem o princípio da proporcionalidade é aquela ligada a
ponderação. A proporcionalidade, como a própria analise léxica da palavra demonstra, exige
uma análise das vantagens e desvantagens que a definição trará. Pergunta-se: o benefício
alcançado com a adoção da medida sacrificou direitos fundamentais mais importantes do que
os que a medida buscou preservar?
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Barroso afirma (2009, p. 334), que a ponderação é uma “técnica de decisão jurídica,
aplicável a casos difíceis, em relação aos quais a subsunção se mostrou insuficiente”.
O Colegiado assentou, a partir de interpretação dos artigos 5º, inciso IX, e 220 da
Constituição Federal, a ausência do dever de indenizar por parte da empresa.
Entendeu tratar-se de publicação de entrevista de terceiro, assinalando que o meio de
comunicação deixou de manifestar-se quanto ao conteúdo. Frisou estar a atuação do
jornal alcançada pelo princípio da liberdade de imprensa, não se observando conduta
a revelar violação do direito à honra versado no artigo 5º, inciso X, da Lei Maior.
Após desprovimento no campo individual, a Terceira Turma, ao apreciar agravo
interno, reformou o pronunciamento do Relator, determinando a sequência do
especial. Posteriormente, na análise da questão de fundo, proveu-o para julgar
procedente o pedido de indenização. Ementa: LIBERDADE DE EXPRESSÃO -
DIREITO-DEVER DE INFORMAR - REPRODUÇÃO DE ENTREVISTA -
JORNAL - RESPONSABILIDADE ADMITIDA NA ORIGEM - RECURSO
EXTRAORDINÁRIO - REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui
repercussão geral a controvérsia alusiva à possibilidade ou não de responsabilizar
civilmente veículo de comunicação ante publicação de entrevista de terceiro.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reputou constitucional a questão. O Tribunal,
por unanimidade, reconheceu a existência de repercussão geral da questão
constitucional suscitada. Ministro MARCO AURÉLIO Relator. [RE 1075412 RG /
PE – PERNAMBUCO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Julgamento:
17/05/2018; Publicação: 22/06/2018;Órgão julgador: Tribunal Pleno]
conforme preceitua CASTELLS, que “ a web é o tecido de nossas vidas neste momento e o
Judiciário não pode se abster de resolver os conflitos que surgem”(CASTELS, 2003, p.255).
De acordo com Rolim (2002), não existe hierarquia entre os direitos fundamentais,
podendo acontecer o choque entre tais, a depender da situação fática. Afima Canotilho (1991),
que o exercicio dos direitos fundamentais, por si só, gera conflitos de autenticidade quando
colide com outro.
Diante dessa necessidade de solucionar os conflitos, os tribunais tem dirimido
jurisprudências, vejamos um caso concreto ocorrido no Tribunal de Justiça do Distrito Federal
e Territórios decidiu que:
honra do cidadão.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vem julgando e decidindo sobre a competência
para julgamento de crimes contra a honra realizados por meio da web, como Informativo de
Jurisprudência nº 0434:
ofensa.
No julgamento das ADI 5.136 (Lei Geral da Copa), da ADI 4.274 e da ADPF 187, o
STF considerou cabível o pedido de interpretação conforme à Constituição para assegurar o
regular exercício da liberdade de manifestação do pensamento e da liberdade de reunião.
voto: nenhuma lei, seja cível ou penal, pode blindar-se contra a discussão do seu próprio
conteúdo.
É relevante demais para este estudo constatar que em diversos julgados no âmbito do
STF a liberdade de expressão é vista como elemento fundante da ordem constitucional e deve
ser exercida em observância aos demais direitos e garantias individuais fundamentais.
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6 CONCLUSÃO
Diante dos estudos, pode-se concluir que a liberdade de expressão não é um direito
absoluto, mas sim, uma norma permissiva para o livre exercício de pensamento e expressão
individual, desde que não resulte em descumprimento de outra garantia constitucionalmente
consagrado, devendo-se observar a devida limitação e punição.
Os direitos fundamentais passaram por uma lenta e fracionada evolução, pois em cada
fase foram conquistados direitos diversos, e por esse motivo esses direitos foram divididos em
gerações ou dimensões, conforme sua inclusão nas constituições. Bonavides,
constitucionalista brasileiro através de um perfil histórico, agrupou os mesmos em gerações
de direitos.
Ante ao exposto, depreende-se que a finalidade reconhecida pela Constituição frente
aos direitos fundamentais tem relação direta com a proteção da dignidade da pessoa humana,
posto que esses direitos se realizam por intermédio das esferas referentes a atividade humana.
Portanto, o abuso decorrente do exercício da liberdade de expressão, tal como
qualquer outro direito, deverá ser sancionado. Assegurando, desta forma, a independência a
todos, desde que não cause danos a outrem. Pois, caso ocorra haverá a intervenção do Estado
para que haja um equilíbrio, de modo que os direitos devam ter sua abrangência limitada por
outros direitos, de maneira que um não seja anulado ou por demais restritos ao outro.
Diante disso, compreende-se que o avanço da tecnologia, tem ocasionado o aumento
dos crimes virtuais e, por isso, é de suma importância que o ordenamento jurídico atente-se a
essas ocorrências, para que não sejam justificadas como despercebidas da justiça, e possam
ser aplicadas as penas previstas, capazes de preservar a integridade dos ofendidos.
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