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Bom dia, gente.

Esse é meu trabalho de Análise da situação de saúde e vou apresentar


sobre a Região Sul.
Só para dar uma noção, a região sul conta com 3 estados, o Paraná, com a capital
Curitiba e 398 municípios; Santa Catarina, com a capital Florianópolis e 294 municípios
e o Rio Grande do sul, com capital Porto Alegre e 496 municípios.
Neste trabalho nós vamos abordar um contexto geral, até porque seria inviável
apresentar todos os municípios de todos os estados. Então, os tópicos abordados são as
séries temporais dos anos de 2010 a 2019 dos casos notificados das doenças
comparando o Brasil e a região sul e posteriormente a região sul e os estados. Além
disso, vou mostrar a série temporal de óbitos de 2010 a 2019 no Brasil comparados com
a região sul, e mais as atividades extras.
As doenças abordadas são a leptospirose e a tuberculose.
Essa aqui é a série temporal do Brasil comparando com a região sul. A partir dos dados
coletados através do SINAN, nós conseguimos fazer a série temporal, onde a gente
observa que há uma maior incidência dos casos nos meses de janeiro a abril. Só que
esses números são absolutos e números absolutos acabam não mostrando a real situação
de saúde porque não se conhece o tamanho da população.
Com isso, é necessário calcular a incidência, que é o número de casos novos divididos
pela população exposta ao risco. Então, a partir dos dados do SINAN e do Censo 2010,
conseguimos calcular a incidência tanto do Brasil, quanto da Região Sul. E o que a
gente observa? Que na região sul a força de propagação da leptospirose é bem maior
quando comparada ao Brasil todo, então a população do sul possui um risco maior de
desenvolver a doença. Nas duas regiões há uma maior incidência de casos entre os
meses de janeiro a abril. Aqui por exemplo, a gente observa a incidência de 7,49 casos a
cada 1.000.000 de habitantes no mês de fevereiro da região sul, contra 2,61 casos a cada
1.000.000 de habitantes no Brasil.
Quando vamos comparar as faixas etárias, o Brasil teve mais casos notificados na faixa
etária de 20 a 49 anos, assim como na região sul.
Fazendo a incidência, constatamos que realmente ela é maior nessas faixas, assim como
é confirmado pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. O fato dessas faixas
etárias serem mais acometidas pode ser devido ao fato que são indivíduos com maior
exposição ocupacional, faixa etária que sai mais à rua, que trabalha.
Quando vamos comparar as raças, tanto no Brasil quanto na Região Sul, pessoas
brancas são mais acometidas quando vemos o número de casos notificados, sendo no
Sul quase a totalidade com 83%.
Na incidência, concluímos que no Brasil e na Região sul as pessoas da raça branca são
mais acometidas, e no caso do sul é provavelmente pelo fato da região apresentar
grande parte da população dessa raça.
Já tanto o Brasil quanto o Sul apresentam maior número de casos em pessoas do sexo
masculino, assim como a incidência dos dois. A leptospirose realmente é uma doença
que ocorre com maior incidência em pessoas do sexo masculino, podendo correr maior
risco devido a sua maior exposição, como tipo de trabalho.
No que se refere à série temporal dos estados, todos eles tiveram casos notificados de
forma muito parecida, com o rio grande do Sul com uma maior notificação de casos.
Quando vamos calcular a incidência, observamos que a maior incidência ocorre em
Santa Catarina, ficando acima até mesmo da região sul e todas elas ocorrem com maior
incidência nos períodos chuvosos e uma época em que há maior aglomeração de
pessoas. Santa Catarina é um estado com praias, então no verão é onde as pessoas
buscam o litoral para passar férias. Toda a região se mantém com a sazonalidade nos
períodos chuvosos
Agora sobre a tuberculose, a série temporal mostra muitos casos notificados no Brasil e
o Sul aparece com poucas notificações quando comparado ao Brasil. Diferente da
leptospirose, a tuberculose não é uma doença sazonal, então não há diferença entre os
meses, ela se mantém com bastante casos durante todo o ano.
Quando vamos calcular a incidência do Brasil e da Região Sul, vemos que a incidência
no Sul se aproxima bastante da do brasil. Então os dois apresentam praticamente os
mesmos riscos de adquirir a doença.
Quando comparamos as faixas etárias, as faixas mais acometidas nas duas regiões são
de 20 a 59 anos. A doença pode atingir todas as faixas etárias, e há uma maior
predominância nos indivíduos economicamente ativos, de 15 a 54 anos.
A incidência também mostra isso, com 210,75 casos em 1.000.000 habitantes no Brasil
e 186,68 casos em 1.000.000 habitantes na Região sul na faixa etária de 20 a 39 anos e
148,14 casos em 1.000.000 habitantes no Brasil e 140,33 na Região Sul na faixa etária
de 40 a 59 anos.
Os casos mais notificados na região sul foram da raça branca, enquanto no Brasil foram
os de raça parda.
E realmente vemos que a maior incidência de casos no Sul foi de pessoas brancas, assim
como no restante do Brasil foram de pessoas pardas. Isso provavelmente se dá pelo fato
de o Sul possuir em sua maioria pessoas brancas, enquanto que no Brasil há maiores
diferenças étnicas.
Na região Sul e no Brasil há uma maior notificação de casos e incidência em indivíduos
do sexo masculino e estima-se que em países em desenvolvimento os homens adoecem
duas vezes mais do que as mulheres.
Quando fazemos a série temporal dos estados, observamos que o Rio Grande do Sul tem
muito mais casos notificados, e há variações no número de casos conforme os meses do
ano. Como a tuberculose não apresenta variações cíclicas ou sazonais, a gente pode
supor que a notificação naquele período foi mais alta por exemplo, ou então deixaram
de notificar nos meses com menor notificação de casos.
Na incidência, o Rio Grande do Sul apresenta uma maior incidência de casos, com
55,59 casos a cada 1.000.000 de habitantes em agosto, enquanto as outras regiões nesse
mesmo período apresentaram 37,66 casos na Região Sul, 32,46 casos em Santa Catarina
e 22,40 casos no Paraná. A gente observa que os estados em geral, tirando o rio grande
sul, possui casos e incidência muito próximos, sendo necessário talvez maior atenção a
esse estado, pois apresenta maior risco de desenvolver a doença.
Agora vamos falar um pouco sobre os óbitos de leptospirose do Brasil comparados à
região sul. De 2010 a 2019, o Brasil apresentou maiores óbitos notificados entre janeiro
a abril, com uma mortalidade anual de 1,66 óbitos por 1.000.000 de habitantes e
letalidade 8,36%. Já a região sul apesar de ter menos óbitos notificados, quando vamos
calcular a mortalidade ele apresenta 2,58 óbitos por 1.000.000 habitantes e letalidade
5,76%.
A série temporal de óbitos de leptospirose entre os estados mostra a região sul e o
paraná com muitas variações a cada ano, com anos com grande crescimento de óbitos
notificados e outros anos com poucos óbitos notificados.
Quando vamos calcular a mortalidade, o Paraná apresenta a maior taxa, com 3,21 a cada
1.000.000 de habitantes, seguido pela Região Sul com 2,58, Rio grande do Sul com 2,41
e Santa Catarina com 1,81. Então observe que apesar de Santa Catarina apresentar
maior incidência de casos, não apresenta a maior taxa de mortalidade, o que podemos
sugerir que os indivíduos conseguem se recuperar da doença. A letalidade em santa
Catarina também é menor, 2,83% de letalidade, sendo maior no Paraná, com 9,59%,
Região Sul com 5,76 e Rio Grande do Sul com 5,41%.
Os óbitos da tuberculose no brasil se mantêm altos, com uma mortalidade média anual
de 23,85 óbitos por 1.000.000 habitantes e letalidade de 5,16%. Nesse caso a região
apresenta uma menor mortalidade, com 16,45 óbitos e letalidade de 4%.
Quando vamos analisar a série temporal por ano da região sul e seus estados, vemos que
Paraná e santa Catarina possuem menos óbitos notificados quando comparados ao rio
grande do sul.
Quando calculamos a taxa de mortalidade, vemos que o rio grande do Sul apresenta
uma mortalidade maior até que a região sul, com 24,47 óbitos em 1.000.000 habitantes,
seguido pela região sul, com 16,45 óbitos, Paraná com 12,04 óbitos e santa Catarina
com 10,08. E o rio grande do Sul realmente apresenta uma maior incidência da doença
quando relembramos o resultado no outro slide. E aí, para a nossa surpresa, quem
apresenta a maior letalidade é o Paraná, com 4,86%. Então quer dizer, que quando
comparados aos outros estados, o indivíduo doente no paraná tem maiores chances de
vir a óbito, porque a doença é mais letal naquela população. O rio grande do Sul e a
região sul apresentam praticamente a mesma letalidade, com 4,04% e 4% e santa
Catarina apresenta 2,86.
Então o que a gente pode concluir com essas doenças? Talvez seja necessário mais
políticas de saúde no que se refere a leptospirose em santa Catarina, pois foi a região
que apresentou uma maior incidência. Entretanto, a mortalidade e letalidade maior da
doença se encontram no Paraná, talvez seja necessário que haja uma melhoria nos
serviços de saúde e rapidez no diagnóstico para que consigamos um desfecho positivo
da doença nesse estado. E essa teoria se fundamenta também nos resultados da
tuberculose, que apesar do rio grande do Sul apresentar a maior incidência e maior
mortalidade, quem apresenta maior letalidade é o paraná.
Agora falando um pouco sobre as atividades. A primeira atividade é para analisar a
mortalidade de leptospirose e tuberculose em função do indicador socioeconômico
renda. Bom, nós já descobrimos que a mortalidade de leptospirose é maior no Paraná,
estado que possui a renda abaixo da região. Isso pode justificar a taxa de mortalidade e
letalidade, pois é uma zoonose de grande importância social e econômica, estando
relacionada com condições precárias de infraestrutura sanitária, que a gente já supõe
que a pessoa com menor renda não vai dispor de uma excelente qualidade sanitária. Já o
rio grande do Sul é o que apresenta a maior mortalidade de tuberculose, e ele está acima
da média de renda da região. A tuberculose é maior observada em áreas de grande
concentração populacional e em precárias condições socioeconômicas e sanitárias. No
caso do rio grande do Sul não se explica muito esse valor quando comparado a renda
média, só observando esse indicador não poderíamos fechar a real situação daquele
estado.
A segunda atividade era para utilizar o sistema de informação sobre nascidos vivos e
avaliar o percentual de cesárea e parto vaginal nas diferentes regiões. A gente observa
que o centro-oeste é onde ocorre a maior porcentagem de parto cesáreos, seguido pelo
sul, sudeste, nordeste e norte. Já parto vaginal o maior percentual é no Norte, depois
nordeste, sudeste, sul e centro-oeste. E quando comparamos a porcentagem entre parto
cesáreo e vaginal, vemos que a maior porcentagem é de partos cesáreos. E realmente, o
Brasil é considerado o segundo país no mundo em número de cesáreas, muitas vezes
feita de forma desnecessária e os fatores que podem contribuir para isso podem ser
hospitais que não favorecem o parto normal, a remuneração na realização de uma
cirurgia, a conveniência para atender a agenda dos médicos e as características
psicológicas e culturais das pacientes. Então é necessário trabalhar bastante essa questão
de que o parto normal é a melhor opção quando não há risco para a mãe e nem para o
bebê.
Houve também bastante diferença na consulta pré-natal entre as regiões, com o norte
com pouquíssimas consultas e o Sudeste liderando o número de consultas. Claro que
aqui nós estamos comparando números absolutos, mas podemos observar que há uma
desigualdade social, e que apesar do SUS oferecer a assistência pré-natal universal, nem
todas usam desse sistema, mostrando a iniquidade em saúde comparando as diferentes
regiões. É necessário fortalecer as ações da atenção básica, porque quanto maior o
número de consultas pré-natal, menores são as taxas de mortalidade neonatal e materna,
menor é a prevalência de bebês prematuros e com baixo peso a nascer, por exemplo. Em
um parto prematuro muitas vezes há a necessidade da fazer uma cesariana, então o
número de consultas pré-natais pode ter relação direta com o número de cesarianas.
A partir da análise da mortalidade em 2019, podemos ver que as doenças do aparelho
circulatório, as neoplasias e as doenças do aparelho respiratório foram as maiores causas
de óbitos em 2019.
A partir disso, analisamos a mortalidade por leptospirose e tuberculose em 2019 no
Brasil. Na leptospirose, a mortalidade ocorre mais em pessoas de 60 a 69 anos, com
5,82 óbitos a cada 1.000.000 de habitantes, e ocorre mais em pessoas do sexo
masculino, que são os que apresentam maiores riscos.
Quando vamos observar a mortalidade por mês, os óbitos ocorrem mais frequentemente
nos períodos chuvosos, como já tinha falado anteriormente. Então o que seria necessário
para melhorar os índices dessa doença no Brasil? Primeiro, a partir do controle de
roedores e ações educativas, podemos conseguir diminuir a incidência de casos. A partir
da melhoria na capacitação dos médicos para saber diagnosticar corretamente e fazer o
tratamento correto conseguimos reduzir a letalidade. E antes de tudo, devemos saber
notificar para que a gente consiga avaliar de modo correto a real situação de saúde de
cada região, de cada município do Brasil.
No que se refere a tuberculose, os óbitos ocorrem mais em pessoas com mais de 80
anos, muitas vezes pode ser pela idade avançada ou também pelo fato de muitos
abandonarem o tratamento. Ela aparece mais em pessoas do sexo masculino.
Quando vemos a mortalidade por mês, vemos que ela é uma doença que não apresenta
variações cíclicas ou sazonais, mantém um alto número de óbitos durante todo o ano. É
justamente por esse fato que há necessidade de novas políticas e campanhas voltadas
para a diminuição da incidência, mortalidade e letalidade da doença, levando em conta a
implementação de ações específicas para cada realidade.

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