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RESUMO PARA PROVA DE HISTÓRIA DA IGREJA MEDIEVAL

CISMA DA IGREJA DO ORIENTE

O Cisma da Igreja do Oriente, também conhecido como Grande Cisma do Oriente ou


Cisma de 1054, foi um evento que resultou na separação entre a Igreja Católica no Ocidente e a
Igreja Ortodoxa no Oriente. Ele atingiu seu ápice em 1054, embora as tensões e
desentendimentos entre as duas partes tenham se acumulado ao longo dos séculos.

As principais causas do cisma foram:

1. **Questões teológicas e doutrinárias:** Divergências teológicas e doutrinárias, muitas vezes


relacionadas a diferenças na formulação do Credo Niceno, contribuíram para as tensões entre
as igrejas.

2. **Autoridade Papal:** A autoridade do Papa em Roma foi um ponto de discórdia. A Igreja


Ocidental, liderada pelo Papa, reivindicava uma autoridade papal mais ampla e uma primazia
sobre outras igrejas. Enquanto isso, a Igreja Oriental resistia a essa ideia, defendendo uma
autoridade conciliar mais descentralizada.

3. **Diferenças litúrgicas e culturais:** Práticas litúrgicas e culturais distintas, incluindo o uso


de diferentes idiomas litúrgicos (latim no Ocidente e grego no Oriente), contribuíram para a
alienação mútua.

O cisma em si foi formalizado em 1054, quando o Papa Leão IX e o Patriarca Miguel


Cerulário de Constantinopla se excomungaram mutuamente. Essa troca de excomunhões é
frequentemente vista como um evento simbólico que marcou a separação final, mas as tensões
e divergências já existiam há muito tempo.

O cisma resultou na divisão duradoura entre a Igreja Católica Romana, com sede em
Roma, e a Igreja Ortodoxa Oriental, com várias jurisdições e patriarcados em diferentes regiões
orientais. As consequências do Cisma de 1054 foram significativas, moldando a história religiosa,
cultural e política do Cristianismo tanto no Ocidente quanto no Oriente.

QUESTÃO DE CELESTINO V, BONIFÁCIO IV E FELIPE IV, O BELO

A disputa envolvendo Celestino V, Bonifácio VIII e Felipe IV, o Belo, refere-se a eventos ocorridos
no final do século XIII, no contexto do papado em Avignon.

*Celestino V (Papa Celestino V):** Eleito papa em 1294, Celestino V era um eremita que, diante
das complexidades do papado, renunciou voluntariamente em 1294, marcando um caso raro de
abdicação papal.

*Bonifácio VIII (Papa Bonifácio VIII):** Sucessor de Celestino V, Bonifácio VIII enfrentou
desafios, incluindo conflitos com Felipe IV, o Rei da França. A disputa central girou em torno da
influência do papado sobre assuntos temporais e questões financeiras, especialmente a
cobrança de impostos sobre o clero francês.

*Felipe IV, o Belo:** Rei da França, Felipe IV buscava controlar o clero francês e limitar a
interferência papal nos assuntos do reino. A relação com Bonifácio VIII se deteriorou devido a
disputas sobre tributos e autoridade temporal.
O conflito atingiu seu auge com a promulgação da bula "Clericis Laicos" por Bonifácio VIII, que
proibia a cobrança de impostos sobre o clero sem a aprovação papal. Em resposta, Felipe IV
convocou os Estados Gerais da França, que rejeitaram a bula papal, levando a uma crise entre o
rei e o papa.

O conflito culminou na captura de Bonifácio VIII pelos emissários de Felipe IV em 1303. Embora
o papa tenha sido libertado, ele morreu pouco depois, alegadamente devido aos maus-tratos
sofridos durante sua prisão.

Esses eventos desempenharam um papel significativo no cenário político-religioso da época,


destacando as tensões entre líderes seculares e a autoridade papal, bem como questões
relacionadas à supremacia temporal e espiritual.

As três bulas:

1. Clericis Laicos: Proíbe a cobrança de impostos sobre o clero sem a aprovação do Papa.

2. Escuta Filhos Caríssimos: Abordar as crescentes tensões entre França e Inglaterra. Pede
que as disputas seja resolvidas de maneira pacífica, mas que o poder temporal não
persuada o poder espiritual.

3. Unam Sanctam: “que a autoridade temporal seja submissa ao poder espiritual (...)o
poder espiritual portanto deve estabelecer o poder terreno e julgá-lo quando erra”. Para
o papa o homem político é também um homem cristão, com todos os seus deveres e
por isso deveria aceitar a submissão ao chefe da Igreja.

O papa angélico” (5 de julho a 13 dezembro 1294)

O Papa Celestino V, também conhecido como "o papa angélico," assumiu o papado em
1294 após uma longa reunião para escolher um novo Papa, marcada por problemas na Igreja,
peste em Roma e intrigas políticas. Sua simplicidade e falta de experiência levaram a um curto
pontificado tumultuado. Diante da crise papal, Celestino V, desejando retornar à vida monacal,
renunciou ao cargo após apenas 5 meses. O cardeal Benedetto Gaetani, vestido como anjo,
influenciou essa decisão. Bonifácio VIII foi eleito como seu sucessor, mas enfrentou
descontentamento e acusações, especialmente da França. Uma disputa entre Bonifácio VIII e
Felipe IV da França se intensificou, culminando em excomunhões e conflitos sobre o poder
espiritual e temporal. O pontificado de Bonifácio VIII encerrou-se em 1303 após um ataque em
Bologna, resultando em sua morte em outubro do mesmo ano.

O Papado de Avignon (França)

O Papado de Avignon foi marcado por uma reunião tumultuada para a eleição do Papa
devido a divisões entre famílias romanas e interferência francesa. Bento XI assumiu brevemente,
excomungou atacantes de seu antecessor Bonifácio VIII, mas morreu em 1304. Clemente V foi
eleito em seguida, apoiado por Felipe IV da França, mas enfrentou desafios como o processo
contra Bonifácio VIII e questões políticas, incluindo a morte do imperador germânico.
Manipulado por Felipe IV, Clemente V praticou nepotismo e cedeu a pressões, anulando
medidas de Bonifácio VIII. Seu pontificado foi marcado por uma mudança da residência papal
para Avignon, França, e a influência contínua da monarquia francesa sobre a Igreja.
A questão dos templários

Durante o período do Papado de Avignon, a ordem dos Templários enfrentou a cobiça


de Felipe IV da França, que resultou na prisão e execução de muitos membros da ordem. Um
concílio em Viena, em 1311, dissolveu os Templários. Clemente V, João XXII, Bento XII e
Clemente VI sucederam-se como papas em Avignon, com destaque para a Peste Negra,
excomunhões e conflitos com o Sacro Império Germânico. Em 1367, Urbano V retornou
temporariamente a Roma, mas o papado permaneceu em Avignon até 1377, quando Gregório
XI mudou-se para Roma, encerrando o período de Avignon. O Papado em Avignon foi marcado
por desafios à autoridade papal, influência francesa e questões internas da Igreja.

A Igreja Tricefala

A eleição de Urbano VI em 1378 levou a uma divisão na Igreja, com Clemente VII eleito
em Avignon. Essa situação inédita gerou dois papas simultâneos, com Urbano VI em Roma e
Clemente VII em Avignon. A divisão se estendeu a cardeais, ordens religiosas e dioceses.
Tentativas de reconciliação foram infrutíferas, levando a uma proposta de demissão de ambos
os papas. Em 1394, Clemente VII morreu, sendo sucedido por Bento XIII. Houve esforços para
reunificar a Igreja, mas a morte de Urbano VI, a sucessão de Inocêncio VII e, posteriormente, de
Gregório XII complicaram ainda mais a situação.

Gregório XII praticava nepotismo e, diante das dissidências, um novo colégio cardinalício
foi formado em Livorno, convocando o Concílio de Pisa em 1409. O concílio, em vez de resolver
o problema, elegeu Alexandre V, sucedido rapidamente por João XXIII. Essa situação agravou a
divisão na Igreja.

TRÊS REFORMAS

Os Olivetanos

Foi Fundado em 1313, por São Bernardo Tolomei. Abriu 43 mosteiros entre 1344 e 1450.
Santa Francesca Romana (1433) com um grupo de abades no convento de Tor de Specchi cria o
grupo feminino, foi um grupo para orações e caridade, não impôs nem a clausura nem os votos
solenes

Servos de Maria

Nasceram como ordem voltada a pobreza e contemplação, transformando-se em ordem


mendicante apostólica. A reforma começou com o retorno ao monte Senário. Abriram outras
casas em Brescia, Vicenza. Em Cremona o Papa Eugenio IV decidiu de constituir uma província
de observância(1440). Em 1473 Monte Senario se separou da observância para atender a
contemplação.

Agostinianos

A Reforma dos Agostinianos de 1387 refere-se a um movimento reformista dentro da


Ordem de Santo Agostinho, uma ordem religiosa católica fundada no século XIII, seguindo a
Regra de Santo Agostinho. Esta reforma específica ocorreu em 1387, quando um grupo de
agostinianos buscou revitalizar a observância da Regra e buscar uma vida mais austera e
dedicada à espiritualidade. Com a peste negra os agostinianos perderam 5.084 frades. A reforma
foi uma “faísca múltipla” começando por Siena (1387) e se espalhando por todos os conventos.
Foi liderada por Thomás de Kémpis, que ficou famoso pela escrita do Livro: A Imitação de Cristo.

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