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Tiago Quiroga
Pós-doutorado [2017-2018] Interdisziplinäre Zentrum für Historische Anthropologie, Freie Univer-
sität (FUB), Berlim, Alemanha. Bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec-
nológico (CNPq). Doutorado [2009] Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes
da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES). Mestrado [2004] Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da
72 Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ). Bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq). Especialização em Fotografia como Instrumento de Pesquisa em
Ciências Sociais pela Universidade Cândido Mendes [2001]. Bacharel em Jornalismo [2000] Escola de
Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ). Professor adjunto da Faculdade
de Comunicação (FAC), Universidade de Brasília (UnB).
E-mail: tagorj@terra.com.br
Tatiana Castro
Doutoranda em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade
de Brasília (UnB), linha de pesquisa Imagem, Estética e Cultura Contemporânea. Mestre em Educação
pela Universidade de Brasília. Área de Concentração: Comunicação e Educação
E-mail: tatica.mota@gmail.com
RESUMO
ABSTRACT
Positioned as from the controversial alliance between the culture of neo-conservatism and the
advances of the practical patterns of neoliberalism, this paper discusses the issues around the vul-
nerability of the Lower Amazon community. Giving emphasis on youth, one of the social strata
most susceptible to the entrepreneurial state, the article explores the appropriation (Hall, 2006)
of communication as a form of organization and resistance. The empirical analysis brings debates
about the program “A Hora do Xibé”, which is being broadcasted since 2007, on a rural radio in 73
Santarém-PA. From the perspective of hybrid identity, the dialectic of cultural struggle and com-
munication as strategic spaces of action.
RESUMEN
justificar o próprio incremento da modernização forma de destacar a negatividade da cultura como dispositivo para-
digmático de tensões históricas cujo acúmulo reflexivo seria agora
social. Ou seja, ele inverte o jogo de causas e efei-
colocado em xeque pela articulação entre o neoconservadorismo dos
tos com relação ao diagnóstico da crise contem- costumes e o tipo modernização social até aqui empreendido.
porânea. Para os neoconservadores, a origem dos 2 Carta dos Guarani, Guarani Mbya, Ava Guarani, Kaingang e Xok-
leng, enviada ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
problemas econômicos (e sociais) está na singu-
Maia, em repúdio ao Projeto de Lei 191/2020, que visa à abertura
laridade da cultura como elemento explosivo da de terras indígenas para mineração, garimpo, hidrelétricas, agrone-
modernidade. Nas suas diferentes inteligibilida- gócio, exploração de petróleo e gás natural. Disponível em: <https://
des – étnicas, formativas e estéticas – a cultura www.socioambiental.org/sites/blog.socioambiental.org/files/nsa/ar-
quivos/carta_povos-sul.pdf>.
teria implodido toda sorte de eticidades conven-
3 Relatório apresentado em março de 2020, pelo líder indígena da
cionais que nos caberia restaurar, pois seriam elas etnia yanomami, Davi Kopenawa, no Conselho de Direitos Humanos
a solução para as atuais crises econômicas (Ha- da Organização das Nações Unidas.
cional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam um dade e promovendo o respeito às diferenças, ele
aumento de 80% nos índices de desmatamento atua na produção de retrocessos, como a própria
e invasão de terras indígenas (TIs) em 2019, em ideia de integrar indígenas à comunhão nacional,
comparação aos de 2018. Segundo o Conselho que vai de encontro à Carta Magna de 1988 que,
Indigenista Missionário (Cimi, 2019), no perío- pela primeira vez, reconheceu a identidade indí-
do compreendido entre 2003 a 2017, mais de mil gena como algo a não ser superado e assimilado.
indígenas foram assassinados no Brasil. Também Ou seja, além de atrofiar processos histórico-
cabe lembrar a atual política anti-indígena, que -culturais, dificultando a compreensão das dife-
instaura o fundamentalismo religioso no órgão rentes identidades étnicas como constituintes da
público de proteção aos indígenas: a Fundação formação brasileira, a atual combinação neolibe-
Nacional do Índio (Funai). Como afirmou o an- ral com o neoconservadorismo da cultura amplia
tropólogo Viveiros de Castro (2019), “Estamos o chamado estado de exceção (Agamben, 2004)
assistindo a uma ofensiva final contra os povos sobre os povos que se opõem ao avanço do ca-
indígenas”. Uma tentativa de eliminar todo o as- pital. Tais aspectos, portanto, merecem especial
pecto cultural, identitário e material dos povos atenção. Eles emergem do contexto em que, dife-
tradicionais. “Destruir o que há de indígena nos rente da fobia do Estado e da defesa de um fun-
povos indígenas”.4 cionamento natural do mercado, o neoliberalis-
Emblemática, no reforço das palavras de Vivei- mo investe num amplo processo educacional que
ros de Castro, é a sentença5 do Judiciário brasilei- supõe fundamentalmente adaptação ao fatalismo
ro que alegou inexistentes as etnias Borari e Ara- do mercado, assim como a um Estado forte capaz
pium, situadas na região do Baixo Tapajós, oeste de “purificar o mercado concorrencial através
do Pará. Os motivos ressaltados tiveram como de um enquadramento jurídico cuidadosamente
justificativa a concepção de que não haveria mais ajustado” (Dardot & Laval, 2016, p. 69).
tradicionalidade nos modos de vida desses po-
vos. A miscigenação a teria eliminado e estaria 2. Juventude indígena, mídia e produção 75
entre os fundamentos para a negação da identi- de estereótipo
dade indígena. Em síntese, em todas as situações, A edição 134a do programa “Copiô, Parente”, o
chama atenção o tipo de protagonismo do Esta- primeiro podcast, com notícias de Brasília, pro-
do brasileiro. Em vez de se constituir instância da duzido para os povos indígenas e povos da flores-
efetivação dos direitos, respeitando a plurietnici- ta, traz informações que relatam o grau de vul-
nerabilidade e de sofrimento dos ameríndios ao
ser submetidos à integração forçada: “Os Nambi-
4 Entrevista disponível em: <https://apublica.org/2019/10/viveiros-
-de-castro-estamos-assistindo-a-uma-ofensiva-final-contra-os-po-
kwara, que vivem entre o Mato-Grosso e Rondô-
vos-indigenas/>. Acesso em: 20 de fev. de 2020. nia, antes do contato, a etnia contava com cerca
5 “No dia 26 de novembro de 2014, o juiz Airton Portela, da Jus- de 10 mil indivíduos, 9 mil morreram em decor-
tiça Federal do Pará, estado do Pará, determinou que o relatório
rência de epidemias, sarampo, gripe, coqueluche
produzido pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em 2011,
que identifica e delimita a Terra Indígena Maró, onde vivem indí-
e gonorreia” (Podcast Côpio Parente, 2020). Para
genas Borari e Arapium, não tem validade jurídica e que a FUNAI além da particularidade dos povos ameríndios,
deve se abster de qualquer procedimento demarcatório em rela- o programa de podcast introduz dois aspectos
ção a essa TI”. Nota emitida pela Comissão de Assuntos Indígenas
centrais à análise aqui empreendida. Primeiro, a
(CAI) da Associação Brasileira de Antropologia (ABA). Disponível
em: http://www.portal.abant.org.br/images/Noticias/Nota_sobre_ vulnerabilidade de povos indígenas, já mencio-
senten%C3%A7a_%C3%ADndios_borari_arapium_dez_2014.pdf nada no tópico anterior, especialmente no con-
texto do protagonismo do Estado empresarial; em boa medida pela apropriação das redes e cir-
em seguida, a centralidade das narrativas midiá- cuitos de comunicação. Tomadas pela intensifi-
ticas na divulgação de tal condição. No caso de cação do sensorialismo generalizado, marca do
tal suscetibilidade, destaca-se particularmente a hiper-realismo contemporâneo, quando nossas
juventude indígena como um dos grupos sociais percepções sensoriais passam a ser mais reais que
mais desprotegidos em relação aos ataques da o próprio real, as tecnologias de comunicação
nova racionalidade. De fato, numa época obscu- (sejam elas tradicionais, como rádio, televisão,
ra, que amplia o estado de exceção sobre os povos jornal, ou mais recentes, como internet, satélites,
indígenas, a juventude torna-se um estrato social entre outras) constroem práticas sociais que mol-
sensível. Ela carece de formas de resistência capa- dam cada vez mais nosso sentido de realidade.
zes de frear a agressividade do capital desenvol- Falamos do contexto em que esse último resulta
vimentista. Todavia, ela representa também um menos de um tipo de percepção geográfica e mais
dos segmentos de maior responsabilidade na luta de uma nova topologia eletrônica (Virilio, 2014).
para que direitos indígenas não retrocedam. Ou Trata-se agora de inteligibilidades fundadas nos
seja, trata-se de um grupo estratégico no desafio regimes de visibilidade midiáticos, que plasmam
de construir formas de organização que mante- territórios aos protocolos digitais, fazendo da
nham no horizonte indígena cosmologias que os comunicação lugar central. Desde já, portanto,
representem. Daí, como afirma Gersem Baniwa a questão aponta para uma leitura crítica acerca
(2017, p. 6), a importância da criação de canais do tipo de discursividade produzida nos meios
de diálogo que garantam a participação dos mo- de comunicação, especialmente, naqueles de or-
vimentos de juventude indígena. Segundo o an- dem hegemônica (Hall, 2006). A rigor, eles apre-
tropólogo, “uma nova democracia só será efetiva sentam uma imagem indígena estereotipada,
se conseguir incorporar essas vozes. [Afinal], os que reforça o preconceito e uniformiza as iden-
jovens indígenas são atores fundamentais para tidades, criando, dessa forma, um protótipo de
76 a inovação política e social, não somente como índio. Quando ele não é tratado de forma pejo-
críticos, mas também como construtores de no- rativa pelos programas jornalísticos, é colocado
vos modelos”. Apesar de ser uma das categorias – por meio de filmes, novelas e outros gêneros
que mais absorve e expõe tais conflitos sociais, a − na perspectiva folclórica, reforçando o senso
juventude constitui uma categoria marcada por comum de que a juventude indígena é homogê-
uma intensidade e vontade de viver, cuja curiosi- nea, não reconhecendo, assim, suas diferenças.
dade pelo novo a inclinaria ao revolucionário. De De fato, tal tendência é reforçada pelos próprios
acordo com Peralva (1997, p.6), trata-se de um estudos sobre o tema, que não dão conta dessa
grupo social em que “o desvio é inerente à expe- diversidade em face da pouca literatura sobre a
riência (...), o jovem é aquilo ou aquele que se in- juventude do campo, principalmente quando se
tegra mal, que resiste à ação socializadora, que se trata de juventudes indígenas. Há mais pesqui-
desvia em relação a um certo padrão normativo”. sadores especializados na origem e no desenvol-
Ora, dentre essas novas formas de organização vimento da juvenilidade produzida nas grandes
destaca-se o uso e as apropriações dos meios de cidades do que no campo, aldeias, quilombos etc.
comunicação por parte da juventude indígena. Tal invisibilidade, portanto, intensifica o precon-
De fato, não parece restar dúvida de que vivemos ceito acerca desses segmentos sociais. Trata-se
uma época em que o capital simbólico (Bour- de narrativas que suprimem saberes, principal-
dieu, 2004) dos diferentes grupos sociais passa mente dos povos colonizados, colocando-os em
espaços de subalternidade, retirando do cenário culturas. Aqui no Brasil, temos a rádio web
participações, resistências, formas e vozes. Em Yandê, considerada a primeira rádio web
suma, as narrativas midiáticas hegemônicas se indígena do país, que foi criada em 2013 por um
constituem distintas formas de racismo em que grupo de jovens comunicadores e que também
a “a história colonialista se recicla nos discursos tem como objetivo a difusão da cultura indígena.
públicos contemporâneos” (Hall, 2006). Mais recente, em 2017, durante o Acampamento
Todavia, não obstante tal predominância, novas Terra Livre (a maior reunião de povos indígenas
formas de comunicação e modos de resistência se no Brasil, que na atualidade está em sua 16a edi-
desenvolvem segundo uma concepção dialógica, ção), surgiu o Mídia Índia, um projeto de comu-
que contempla a diversidade e complexidade dos nicação “feito por jovens indígenas e para jovens
diferentes atores sociais, apresentando, portanto, indígenas”. Com o slogan A voz do povo, a Mídia
rupturas na construção linear e padronizada da Índia ocupa a internet com diferentes tecnologias
informação. A mídia alternativa, ou, para John comunicacionais, como rádio/áudio, texto, foto-
Downing (2002), a mídia radical constrói uma grafia, vídeo, fanzine, entre outros.
narrativa contra-hegemônica nas temáticas que
envolvem as questões indígenas. No espaço de 3. A “Hora do Xibé”
disputa entre o consumo de produtos e informa- Na mesma trajetória dessas mídias radicais ci-
ções dominantes versus a construção da imagem tadas acima, temos “A Hora do Xibé”, programa
de si pelos próprios sujeitos, mediante estratégias de rádio veiculado, desde 2007, na rádio rural de
e expressões de transgressão, destaca-se o que Santarém (uma emissora católica com conces-
Hall (2006), ao tratar do processo de codifica- são pública educativa), que também integra um
ção/decodificação da mensagem, chama do lugar projeto de extensão6 da Universidade Federal do
decisivo da recepção no processo comunicativo. Oeste do Pará (Ufopa). Com a participação de jo-
Para o autor, apesar do discurso hegemônico vens estudantes de diferentes etnias e estudantes
construir códigos informativos poderosos, com quilombolas, e com transmissão também on line, 77
base nos grandes conglomerados empresariais, pelas mídias sociais, o programa vai ao ar todo sá-
o caráter dominante, que garante a interpretação bado a partir de 10h, com duração de uma hora,
de sentido, não é único. Isso porque o lugar de aproximadamente. A programação conta com a
recepção é polissêmico. São as práticas sociais valorização e a divulgação dos saberes, crenças,
que decodificam os códigos da mensagem e que mitos, história, cultura e identidade dos povos
constroem novas significações. Daí a força das originários da região amazônica, especialmente
experiências de comunicação que não necessa- a região do Baixo Amazonas. “A Hora do Xibé”
riamente ocorrem no regime discursivo hegemô- tem gestão coletiva desenvolvida pelos próprios
nico. No caso da juventude indígena, elas têm o estudantes, e são os jovens participantes do pro-
potencial de descontruir discursos, de realizar a jeto de extensão que fazem a produção, a direção
apropriação dos meios e ressignificar mensagens e o roteiro. O nome do programa significa o mo-
a partir de seus repertórios étnico-culturais. mento de tomar o xibé, alimento de origem indí-
Como exemplo, pode-se citar a Rádio gena feito com farinha de mandioca e água, que
Insurgente, pertencente ao movimento mexicano pode ser consumido em diferentes momentos,
zapatista, que nasceu com o objetivo de fortalecer entre eles as longas reuniões (assembleias) polí-
os processos de autonomia das comunidades
indígenas, provendo assim a difusão de suas 6 Programa de Extensão “Patrimônio Cultural na Amazônia” (PEPCA).
ticas dos povos indígenas. Os programas trazem oferta elementos da cultura dominante, ora per-
em seu conteúdo notícias locais e nacionais que corre as linhas complexas da resistência, trans-
envolvem os povos tradicionais da Amazônia; formando o espaço da cultura “em uma espécie
músicas da região, como carimbó,7 cantorias au- de campo de batalha permanente, onde não se
torais de grupos indígenas, alguns hits de sucesso tem vitórias definitivas, mas onde há sempre po-
da indústria fonográfica, além de entrevistas com sições estratégicas a serem conquistadas ou per-
lideranças de comunidades e trocas de mensa- didas” (Hall, 2006, p. 239). Talvez mais do que
gens entre os ouvintes. Em abril de 2019, “A Hora antes, os jovens participantes da rádio, especifi-
do Xibé” trouxe para as ondas do rádio a temática camente os indígenas, saem de suas aldeias para
do abril indígena, referente à consideração de 19 entrar na universidade, ou já ocupam o espaço
de abril, no Brasil, ser o dia do índio. No primeiro urbano e trazem consigo elementos de suas tra-
programa da série, a fala de abertura de umas das dicionalidades, construindo novas formas de ser
locutoras cita uma música da banda de rock Le- e se colocar no mundo. As temporalidades, as
gião Urbana ao mencionar que “todo dia é dia de histórias, as identidades são, portanto, construí-
índio” e, mais adiante, informa que “no programa das e constituídas de interpenetrações e rupturas
de hoje vamos falar da luta dos povos indígenas que se intensificam agora. Ou seja, vivemos num
aqui do Baixo Tapajós”. Em outra edição, a varie- universo multicultural e plural em que diferentes
dade de linguagens é ressaltada, termos indígenas comunidades culturais convivem e tentam (re)
são constantemente usados, lendas amazônicas construir uma vida em comum, ao mesmo tem-
são interpretadas e referências à Semana Santa, po em que retêm algo de sua identidade “origi-
uma das manifestações religiosas mais importan- nal”. Reconhecer essa intersecção introduz a pro-
tes para a Igreja católica, são destacadas. blemática referente à aceitação das diferenças e
“Ser indígena nesse país não é fácil, se assumir ao reconhecimento da alteridade como eixo fun-
indígena não é fácil”, comentam os locutores em damental da construção das identidades indíge-
78 um sábado pela manhã. Ainda debatendo as cau- nas na contemporaneidade. Como afirma Castro,
sas dos povos da floresta, a entrevistada de mais “continuidade histórica não é identidade imóvel,
um programa conta como foi a participação dos tradição não é clonagem, indianidade não é ge-
indígenas da região no maior encontro indígena nética, e mistura cultural não invalida o direito à
do país, o ATL, Acampamento Terra Livre. Rei- escolha de referências privilegiadas” (Viveiros de
vindicação dos direitos indígenas, denúncias de Castro, 2015).8
opressão por parte da polícia e da força nacional, Nesse contexto, portanto, o rádio constitui
relato sobre as lutas indígenas referentes à saúde um instrumento decisivo das lutas contem-
e à educação, descrição da capacidade organiza- porâneas por autonomia. Sabe-se que ele é
tiva/criativa dos povos indígenas e a consciên- um veículo extremamente popular, de grande
cia política da juventude, foram os destaques da alcance de público e com imensas possibilidades
edição, que também abordou a proximidade do de comunicação, tanto em relação à técnica
mês das mães. Ora, notamos nessas construções quanto às questões que derivam de sua função
programáticas a dialética da luta cultural, que ora
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