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Recuperação de Áreas Degradas/Agronomia.

Nome: Ulisses Riani Martins Marçal.

Resenha: “Recuperação de áreas degradadas por mineração: uma revisão de


métodos recomendados para garimpos”.

O presente artigo traz uma perspectiva acerca das práticas envolvidas na


Recuperação de Áreas Degradadas (RAD), quando em locais que sofreram
alterações do ecossistema pela atividade de mineração, especificamente o garimpo
a céu aberto. O artigo relata exemplos de minas de ágata, uma variedade de
quartzo, no município de Salto do Jacuí, Rio Grande do Sul (RS), onde é utilizado o
garimpo a céu aberto de forma semimecanizada. É comum nestes casos a falta de
planejamento anterior ao início da exploração da mina, o que ocasiona maior
dificuldade na elaboração do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas
(PRAD). Desta forma este estudo busca trazer métodos utilizados na recuperação
de áreas degradadas, com o intuito de auxiliar no melhoramento das tomadas de
decisão trazendo algumas práticas que podem ser implementadas.
Na legislação que trata a respeito desta atividade é estabelecido que, para
que se poça instalar o garimpo de determinada mina mediante licença ambiental é
necessário que se faça o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) com o respectivo
Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), de modo a atenuar os
impactos decorrentes da operação da mina durante e pós-operação. No entanto não
tem especificado algum modelo padrão recomendado pelo respectivo órgão
ambiental.
Dentre os métodos de RAD trazidos neste estudo se encontram os
procedimentos referentes ao ajuste do relevo necessários para o sucesso da
implantação da flora nestes locais, os procedimentos necessários para revegetação
do local em si, e por fim os métodos utilizados para o monitoramento do progresso
das plantas já implantadas.
O ajuste do relevo se mostra de fundamental importância neste tipo de
projeto, de modo a amenizar o processo de erosão nestes locais. Ações que visam o
remodelamento dos taludes, como o aterro de áreas erodidas, instalações de
estruturas de drenagem e lagoas de sedimentação, o uso e manejo de materiais
estéreis provenientes da própria mina, o manejo do solo com técnicas agronômicas
como a escarificação, e o preparo da área para realização do plantio, principalmente
através da instalação de barreiras físicas, favorecem a manutenção do solo que se
encontra descoberto durante as etapas que precedem o plantio e durante o
desenvolvimento inicial das plantas.
As etapas envolvidas no processo de revegetação dos locais de mineração
são essenciais para o sucesso do PRAD. Através do reflorestamento é possível
reestabelecer o equilíbrio ecológico de uma área antes degradada, isso inclui a volta
da fauna, microfauna e microrganismos, essenciais para funcionamento ecológico
destes locais e do entorno. Estas etapas incluem o estabelecimento de áreas
prioritárias para o plantio de modo a estabilizar o local, a seleção e o
estabelecimento da quantidade de espécies que melhor se adaptam ao local, a
aquisição das espécies selecionadas, seja por meio da coleta de sementes ou
propágulos de fragmentos florestais da região próxima, o estabelecimento da
estratégia de plantio, sendo o mais recomendado para esta situação o sistema de
nucleação, que envolve uma área central onde se concentra as espécies tardias
juntamente com as espécies pioneiras, rodeada por fragmentos constituídos por
pioneiras bem distribuídos pela área, e por fim a técnica para o plantio, sendo o mais
recomendado o plantio que consorcia a utilização de sementes com propágulos
como as mudas.
O método mais utilizado para o monitoramento do progresso da revegetação
é o método de Análise Funcional de Ecossistema/Paisagem – conhecido como EFA,
em inglês (Ecosystem/Landscape Function Analy-sis). Este método utiliza
programação computacional e georreferenciamento para a análise de aspectos da
paisagem no decorrer do tempo, utilizando como referencial algum fragmento
florestal da mesma zona ecológica, desta forma é possível saber o andamento e a
etapa em que se encontra o projeto de recuperação e se é necessária alguma
intervenção.
Fica evidente que o estabelecimento do PRAD, projeto de recuperação de
área degradada, possui uma grande variedade de possibilidades no que se refere ao
método que pode ser empregado, o que permite traçar estratégias para cada caso.
Mas para isso é necessário que haja melhorias em alguns aspectos, como o
investimento na produção de mudas nativas que possam ser implementadas e uma
mudança de mentalidade por parte das mineradoras, de modo a facilitar o processo
de prevenção e correção dos impactos ambientais provenientes desta atividade,
desde o planejamento inicial da atividade.

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