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Relacionamentos românticos são um importante marco de desenvolvimento.

Eles vêm com


todas as outras mudanças que acontecem durante a adolescência – física, social e
emocional. E estão ligados ao interesse crescente do adolescente em imagem corporal,
aparência, independência e privacidade.

Relacionamentos românticos podem trazer muitos altos e baixos emocionais para os


adolescentes. Mas esses sentimentos proporcionam uma capacidade maior de cuidar,
compartilhar e desenvolver relacionamentos íntimos. Á partir dos 14-15 anos a maior parte
dos adolescentes começam a interessar-se por pessoas dos mesmos núcleos de amizade
desenvolvendo atração física que pode eventualmente levar a um relacionamento amoroso,
e uma das maiores preocupações nesta idade é o sexo.

É durante a adolescência que grandes paixões são sentidas e os romances são vividos com
profunda intensidade logo é normal que muitas das vezes queiram ter uma certa intimidade
com o seu par. Porém, antes de avançar para um passo como este é necessário saber as
precauções e tudo o que este envolve. E como evitar situações irreversíveis com doenças
sexuais.

Falar ou não de sexo? Eis a questão. Sobre a educação sexual dos jovens já se disseram
muitas coisas, mas a verdade é que muitas vezes estas são desajustadas, criando mitos e
propagando mensagens que não atingem os adolescentes. A verdade é que falar de sexo
não deve ser um tabu, e sim um tema de conversa aberto para dúvidas e opiniões.

O sexo tem 2 pontos de vista, o dos rapazes e das meninas.

“Afirmam que já ter tido sexo dá estatuto, que os rapazes procuram mais as raparigas que
assumem já ter tido relações sexuais porque isso lhes permite viver a experiência mais cedo,
que as raparigas cedem muitas vezes à conversa do ‘quero ter sexo contigo’ porque têm
receio de se não o fizerem, ficar sem o namorado e que as que têm fama de ‘não deixar
fazer nada’ não são tão populares”, conta Cristina Fonseca, uma psicóloga que realizou um
estudo sobre o sexo na adolescência.

“Dizem ainda que as raparigas pensam mais na história de amor e da felicidade e que por
isso cedem muitas vezes, porque sabem que se não fizerem há outras raparigas que vão
fazer e acreditam que eles vão gostar mais delas por causa disso'”, acrescenta.

O medo da não-aceitação ou da perda são fatores importantes no que toca às relações


entre adolescentes. Não fazer sexo por obrigação é uma mensagem importante que os
adolescentes têm de reter, porque apenas eles podem e devem escolher como desfrutar da
sua sexualidade. A psicóloga revela ainda que a conversa deve ser regra entre parceiros e
aconselha os adolescentes a sentirem-se livres para dizer aquilo que querem ou não fazer
numa relação. É assertiva: “Expressa-te e sente-te livre para expressar as tuas dúvidas.”

Dizer não pode parecer um problema, que na verdade vai evitar muitos outros.

É importante também que, tanto os rapazes como as meninas não forcem o seu parceiro
como manipulações e chantagens, em vez disso, devem respeitar o tempo do outro tanto
como as suas decisões pessoais.

Outro aspecto que afeta o emocional dos jovens é a aparência do corpo. Estar à vontade
com o corpo e não fazer dele um inimigo é também um dos primeiros passos para a
aceitação natural da sexualidade. A psicóloga considera que os problemas com a imagem
corporal dificultam vários aspetos da nossa vida e dão origem a problemas alimentares,
sexuais, de auto-estima e humor-deprimido.

Muitos do complexos que surgem associados ao sexo têm a sua origem numa má relação
com o corpo e por isso a psicóloga acredita que “aceitar e gostar de si próprio é
fundamental para a auto-estima e para uma vivência positiva do sexo”.

Além destes, uma das outras preocupações é a carga emocional que o sexo tem e como os
jovens têm banalizado o sexo e tratando como se fosse uma coleção. O que não falta são
jovens que se gabam por terem ido para a cama com x pessoas na mesma noite ou que
tiveram relações sexuais x vezes, e muitas das vezes eles justificam como “ aproveitar o
presente, o momento”, diz a psicóloga. A verdade é que muitas das vezes quando um dos
parceiros após o ato sexual sente-se mais próximo do seu par é visto como emocionado, já
que a intenção nunca foi uma ligação emocional mas sim apenas o prazer sentido. Sendo
assim, para evitar constrangimentos, é importante ambos estarem na mesma página e com
isso pretendo dizer que ambos devem ter as mesmas intenções. Desde que saibam em
consciência gerir os riscos e consequências. Logo para uma relação casual é importante ter á
cima de tudo maturidade.

É importante o adolescente saber que todo o ato tem as suas consequências, logo é
importante prevenirem-se de eventuais doenças sexuais e gravidezes indesejadas. É
importante andar com uma camisinha que evita tanto a gravidez como doenças
sexualmente transmissíveis. Aqui temos um vídeo de especialistas que explicam como se
deve colocar devidamente uma camisinha tanto feminina como masculina. Já no tema dos
métodos contracetivos A escolha do método a ser adotado deve ser feita a partir do perfil
da mulher e em comum de acordo com o parceiro, além disso, é recomendada a orientação
médica.

Cada método possui características próprias de uso, vantagens, desvantagens e um nível de


eficácia que pode variar.

Os mais usados, além dos cirúrgicos, são a camisinha, a pílula anticoncecional, e o DIU
(dispositivo intrauterino)

Existem camisinhas para os dois géneros, contudo, apesar das duas serem eficazes contra
doenças sexualmente transmissíveis, a masculina é mais eficaz que a feminina sendo esta a
mais usada. É comum ouvir casais que não usam camisinha pois a sensibilidade é maior
sem, e optam por outros meios ou pela interrupção do ato sexual antes da ejaculação.
Porém é sempre mais seguro usar os métodos á cima mencionados. A pílula anticoncecional
é utilizada pelas mulheres e pelos homens A pílula anticoncecional masculina, também
chamada de Undecanoato de Dimetandrolona ou DMAU, é uma pílula constituída por
derivados dos hormônios femininos que atua diminuindo a quantidade de testosterona, o
que diminui a produção de espermatozoides e a sua motilidade, interferindo na fertilidade
do homem, porém esta é pouco usada devido aos efeitos colaterais que desencadeia como
acne, diminuição da libido e alteração de humor. A mulher Deve tomar um comprimido por
dia até o final da cartela, sempre no mesmo horário, totalizando 21 dias com o uso da pílula.
Ao fim da cartela, deve-se fazer então uma pausa de 7 dias, que é quando ocorre a
menstruação, e iniciar uma nova cartela no oitavo dia da pausa, independente da
menstruação.

Para a colocação do DIU, a mulher deve ser colocada em posição ginecológica, com as
pernas ligeiramente afastadas, e o médico insere o DIU até o útero. Depois de colocado, o
médico deixa um pequeno fio dentro da vagina que serve como indicativo de que o DIU está
colocado corretamente. Este tem 99,7% de eficácia contra a gravidez, sendo
expressivamente mais eficaz do que os mencionados á cima, além da pílula com 99% de
eficácia quando usada corretamente. Como outras opções temos o contracetivo em forma
de adesivo sendo aplicado na pele para que ocorra a liberação dos hormônios, que acontece
de forma contínua. É muito eficaz contudo há grande probabilidade de descolar ou cair. O
tempo de duração do adesivo é de uma semana, devendo ser substituído durante 3
semanas, atingindo assim, 21 dias. Assim como a pílula, a orientação é que seja feita uma
pausa de uma semana para que o processo seja iniciado.
Como opções cirúrgicas temos a vasectomia um procedimento cirúrgico que impede a
circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos e conduzidos para os canais que
desembocam na uretra, não pudendo ter filhos e a laqueadura, uma cirurgia para a
esterilização voluntária definitiva, na qual as trompas da mulher são amarradas ou cortadas,
evitando que o óvulo e os espermatozoides se encontrem. Estes processos, no entanto, não
evitam doenças sexualmente transmissíveis, sendo algumas destas o HIV, Sífilis, gonorreia e
clamídia.

Além de impedir o surgimento de doenças sexualmente transmissíveis, o preservativo serve


para impedir o surgimento de gravidezes indesejadas, principalmente na adolescência. Uma
das causas principais é a falta de conhecimento sobre métodos contracetivos, ambientes
familiares pouco saudáveis e a violência sexual.

Apontada como uma gestação de alto risco decorrente das preocupações que traz à mãe e
ao recém-nascido, a gravidez nesta faixa etária pode acarretar problemas sociais e
biológicos. Infelizmente, angola encontra-se na segunda posição de países africanos com
maior taxa de gravidez precoce.

Em cada mil mulheres de 15 a 19 anos em Angola, pelo menos 163 deram à luz. O histórico
sexual dos adolescentes mostra que as primeiras relações sexuais acontecem aos 13 anos,
facto que eleva o índice de gravidez na adolescência, de acordo com os resultados
preliminares de uma pesquisa apresentada quarta-feira na cidade do Lubango. O inquérito
revela que 11 por cento das adolescentes tiveram a primeira relação sexual com um
familiar, sobretudo primo, tio, padrasto e, em muitos casos, forçadas. A motivação para a
primeira relação sexual é a atração, a curiosidade em experimentar e a ignorância. Os
resultados mostram que 45 por cento dos adolescentes já tiveram mais de um parceiro
sexual, significando que este grupo esteve exposto ao risco de engravidar precocemente e
de contrair doenças venéreas ou o VIH. Do número de adolescentes entrevistados, os
rapazes são os mais curiosos. Infelizmente essa é a realidade do país, onde o sexo é
sinonimo de opressão e onde o tabu fala mais alto. O mais preocupante é saber que a maior
parte das meninas perdem a virgindade com membros familiares, os mesmos que deviam
ensinar sobre os perigos. Isso leva-nos ao último tópico do nosso trabalho, as violências
sexuais contra a mulher. A violência no namoro acontece quando o/a nosso/a parceiro nos
magoa (física, emocional ou sexualmente) e nos controla a nós e à nossa relação. É um ato
de violência, pontual ou contínuo, que tem como objetivo ter mais poder e controlo do que
a outra pessoa envolvida na relação.
A violência no namoro pode acontecer quer as relações sejam “sérias” ou não, menos ou
mais longas. Quer as raparigas quer os rapazes podem ser violentos para os seus parceiros.
As relações em que existe violência não são todas iguais e não é obrigatório que incluam
violência física. Na mesma relação podem ocorrer várias formas de violência. Física,
emocional ou sexual. Tão pior do que isso, é ser obrigada a ter relações com familiares e
não poder fazer nada. Porque, normalmente, a vítima sente-se oprimida e sem liberdade de
expressão. O mais comum é a ocorrência de estupros pelo fato do parceiro pensar que já
que estão juntos pode ter o direito de forçar a relação, o que está errado. Como já
mencionado devemos respeitar o tempo de cada um.

Concluindo, com essa apresentação podemos concluir que a educação sexual é muito
importante para todos, inclusive para os jovens que estão em fase de crescimento.

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