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Arch Health Invest (2021)10(3):431-435 © 2021 - ISSN 2317-3009

http://dx.doi.org/10.21270/archi.v10i3.5082 Caso Clínico

Fratura de mandíbula tratada através da técnica de Champy: relato de caso


Mandibular fracture treated by Champy technique: case report
Fractura de la mandíbula tratada con la técnica Champy: reporte de caso
Éwerton Daniel Rocha RODRIGUES1
Carla Cecília Lira Pereira de CASTRO2
Thalita Medeiros MELO3
Alan Leandro de Carvalho FARIAS4
Laurindo de Sousa BRITO JÚNIOR5
1
Departamento de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Hospital Universitário Oswaldo Cruz - HUOC, Universidade de Pernambuco – UPE
50100-130 Recife-PE, Brasil
2
Faculdade de Odontologia – FOP/UPE, Universidade de Pernambuco – UPE, 50100-130 Recife - PE, Brasil
3
Faculdade de Medicina FAMED, Universidade Federal de Alagoas – UFAL, 57072-900 Maceio - AL, Brasil
4
Universidade Federal do Piauí – UFPI, 64202-020 Parnaíba - PI, Brasil
5
Hospital Getúlio Vargas – HGV, 64001-020 Teresina - PI, Brasil
Resumo
Os traumas faciais representam um dos mais importantes problemas de saúde pública. As fraturas mandibulares compõem
grande parte das injúrias sofridas pelo complexo maxilomandibular neste panorama. A região mais acometida é o ângulo
mandibular (AM), devido a sua área de seccção transversal e biomecânica, além da presença de terceiros molares. Este artigo
visa relatar um caso clínico de fratura mandibular, evidenciando diagnóstico e terapêutica. O relato de caso trata-se de um
paciente do gênero masculino, 19 anos de idade, que compareceu ao ambulatório do serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial de
um hospital público queixando-se de dor à mastigação e dificuldade de abertura bucal. Ao exame radiográfico foi identificada
solução de continuidade na região de ângulo mandibular, confirmando a hipótese diagnóstica de fratura de mandíbula. O
tratamento proposto foi de procedimento cirúrgico sob anestesia geral para osteossíntese através do método retratado por
Champy, utilizando-se de acesso intrabucal na região da linha oblíqua externa e bloqueio maxilo-mandibular (BMM)
transoperatório com parafusos, seguida a fixação com a utilização de uma placa do sistema 2.0mm e posterior remoção do
BMM. O paciente foi acompanhado durante seis meses e mostrou resultado clínico satisfatório. Conclui-se que a técnica de
Champy é um método eficaz de fixação interna de fraturas, pois reduz o tempo cirúrgico e a dissecção tecidual, diminuindo as
chances de lesões nervosas e complicações pós-operatórias.
Descritores: Mandíbula; Traumatismos Mandibulares; Fixação Interna de Fraturas.
Abstract
Facial traumas represent one of the most important public health problems. Mandibular fractures make up a large part of the
injuries suffered by the maxillomandibular complex in this panorama. The most affected region is the mandibular angle (AM),
due to its cross-sectional and biomechanical area, in addition to the presence of third molars. This article aims to report a clinical
case of mandibular fracture, showing diagnosis and therapy. The case report is about a 19-year-old male patient, who attended
the outpatient clinic of the Maxillofacial Surgery service of a public hospital complaining of pain while chewing and difficulty
opening his mouth. In the radiographic examination, a continuity solution was identified in the mandibular angle region,
confirming the diagnostic hypothesis of mandible fracture. The proposed treatment was a surgical procedure under general
anesthesia for osteosynthesis through the method depicted by Champy, using intra-oral access in the region of the external
oblique line and Intermaxillary fixation (IMF) transoperative with screws, followed by fixation with the use a 2.0mm system board
and subsequent removal of the IMF. The patient was followed for three months and showed a satisfactory clinical result. It is
concluded that the Champy technique is an effective method of internal fracture fixation, as it reduces surgical time and tissue
dissection, decreasing the chances of nerve injuries and postoperative complications.
Descriptors: Mandible; Mandibular Injuries; Internal Fracture Fixation.
Resumen
Los traumas faciales representan uno de los problemas de salud pública más importantes. Las fracturas mandibulares
constituyen una gran parte de las lesiones sufridas por el complejo maxilomandibular en este panorama. La región más
afectada es el ángulo mandibular (AM), debido a su área transversal y biomecánica, además de la presencia de terceros
molares. Este artículo tiene como objetivo informar un caso clínico de fractura mandibular, mostrando diagnóstico y terapia. El
informe del caso es sobre un paciente de sexo masculino de 19 años que asistió a la clínica ambulatoria del servicio de Cirugía
Maxilofacial de un hospital público quejándose de dolor al masticar y dificultad para abrir la boca. El examen radiográfico
identificó una solución de continuidad en la región del ángulo mandibular, confirmando la hipótesis diagnóstica de fractura
mandibular. El tratamiento propuesto fue un procedimiento quirúrgico bajo anestesia general para la osteosíntesis utilizando el
método representado por Champy, utilizando el acceso intrabucal en la región de la línea oblicua externa y el bloqueo
maxilomandibular (BMM) transoperatorio con tornillos, seguido de la fijación con el use del una placa del sistema de 2.0 mm y
la posterior eliminación del BMM. El paciente fue seguido durante seis meses y mostró un resultado clínico satisfactorio. Se
concluye que la técnica Champy es un método efectivo de fijación de fracturas internas, ya que reduce el tiempo quirúrgico y la
disección de tejidos, disminuyendo las posibilidades de lesiones nerviosas y complicaciones postoperatorias.
Descriptores: Mandíbula; Lesiones Mandibulares; Fijación de Fractura Interna.
INTRODUÇÃO
Injúrias ao complexo maxilo-mandibular 23 a 42%5. Para Ellis7 a alta taxa de fraturas de
representam um dos mais importantes AM pode ser explicadas por 3 razões: presença
problemas de saúde no mundo. Um interesse de terceiros molares, área de secção
particular é criado pela alta incidência e transversal menor que a região dentada e pelo
diversidade de lesões faciais1. Dentre as fato de, biomecanicamente, o ângulo ser
fraturas faciais, a mandíbula é um dos ossos considerado uma área de “alavanca”. Além
mais afetados2,3, sendo o ângulo mandibular disso, nessa região há uma mudança abrupta
(AM) a área mais acometida em muitos na forma mandibular, de horizontal para vertical,
estudos2,4,6, com uma prevalência variando de sujeitando o ângulo a forças mais complexas⁷.

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A biomecânica e a posição posterior


fazem o tratamento das fraturas nessa região
desafiador e, não surpreendentemente, Figura 1: A) Imagem
apresentando as maiores taxas de clínica da norma frontal
8 pré-operatória. B)
complicações . O tratamento das fraturas de AM Imagem clínica da
pode ser realizado pelo método de redução norma frontal caudo-
fechada (com o uso de bloqueio maxilo- cranial pré-operatória.
C) Imagem clínica da
mandibular – BMM) ou aberta (com o uso oclusão pré-operatória.
fixação interna – FI)9, porém a possibilidade de
rotação superior do segmento proximal e as
desvantagens da utilização do BMM fazem a
redução aberta e a utilização de FI
rotineiramente necessárias8. Ao exame radiográfico foi possível
Uma variedade de técnicas tem sido observar solução de continuidade na região de
utilizadas para a fixação interna das fraturas de ângulo mandibular, confirmando a hipótese
AM, incluindo osteossíntese com fio de aço, 2 diagnóstica de fratura de mandíbula
placas (borda superior e inferior), uma placa de (Figura 2 A e B).
reconstrução na borda inferior e uma miniplaca
de 2.0mm na borda superior. A escolha da
modalidade de tratamento depende, entre
outros fatores, do padrão da fratura10. Desde
descrição inicial realizada por Michelet et al.11 e
do estudo Champy et al.12 a utilização de uma
miniplaca na borda superior tem sido
considerada aceitável13 com uma diminuição da
taxa de complicação14. Se a utilização de uma
miniplaca proporciona a possibilidade de
reparação óssea, com complicações pós-
operatórias mínimas e simplicidade técnica,
certamente haverá economia de custos e de Figura 2: A) Radiografia póstero-anterior de face evidenciando
fratura de ângulo mandibular esquerdo. B) Radiografia occipto-
tempo cirúrgico. mentual de face evidenciando fratura de ângulo mandibular
Considerando-se a alta prevalência de esquerdo.
fraturas de AM, a variedade das formas de O método de tratamento proposto foi
tratamento e a alta taxa de complicações pós- procedimento cirúrgico sob anestesia geral para
cirúrgicas, o objetivo deste artigo é relatar um osteossíntese, através do método proposto por
caso de tratamento de fratura de AM através do Champy. A cirurgia foi realizada com intubação
método proposto por Champy. nasal, acesso intrabucal na região da linha
CASO CLÍNICO oblíqua externa com descolamento
Paciente do gênero masculino, 19 anos mucoperiosteal total, exibindo a linha de fratura
de idade, compareceu ao ambulatório do (Figura 3 A). Após a realização do acesso foi
serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial de um realizado o BMM transoperatório com
hospital público relatando dificuldade de parafusos, seguido de fixação por meio de placa
abertura bucal e dor à mastigação. Durante do sistema 2.0mm do tipo locking, aplicada na
anamnese o mesmo revelou queda da própria linha obliqua externa (Figura 3 B e C).
altura há 14 dias e não possuir alergias ou
doenças de base. Ao exame físico extrabucal
não se observava alterações significativas do
Figura 3: A) Acesso
contorno facial (Figura 1A), havia a presença de intrabucal e
lesão abrasiva em região mentoniana em exposição da linha de
estágio avançado de cicatrização (Figura 1B) e fratura. B) Fixação da
fratura com mini-
o paciente relatou dor durante à palpação da placa dos sistema 2.0
região goníaca esquerda. Ao exame intra-bucal do tipo locking.
o paciente apresentava má-oclusão classe I de C) Vista oclusal
transoperatória.
Angle (Figura 1C), dificuldade de abertura bucal,
discreta mobilidade na região de ângulo
mandibular esquerdo e dor à manipulação nesta
região.

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A seguir o BMM foi removido e a oclusão suscetível à fraturas4. No estudo retrospectivo


testada, para então, realizar-se a sutura do publicado por Hasegawa et al.4 observou-se que
acesso cirúrgico. O paciente recebeu alta 24 o risco de fratura de AM foi significantemente
horas após a cirurgia, logo após receber as maior em pacientes com suporte oclusal e com
instruções sobre a higiene e cuidados gerais. O a presença de terceiros molares. Foi possível
mesmo retornou após 7 dias para remoção da observar, ainda neste estudo, que não houve
sutura, e manteve acompanhamento semanal correlação significante entre a
no primeiro mês de pós-operatório. No retorno posição/angulação dos terceiros molares e
do sexto mês, observava-se um resultado fratura de AM. Já no estudo realizado por
clínico satisfatório, sem queixas de dor, sem Ma’aita e Alwrikat15 relatou-se que o risco de
dificuldade de abertura bucal e com cicatrização fratura de AM é maior para pacientes com
do acesso cirúrgico satisfatória e radiografia terceiro molares classe 3 posição C e com
panorâmica evidenciando o reparo da fratura dentes numa angulação mais vertical, seguida
com o tempo de pós-operatório por dentes em posição mesioangular.
(Figura 4 A, B, C. D e E). Ainda existe um debate acerca dos
métodos de fixação para as fraturas de AM,
sobretudo pela estabilidade que os esquemas
de FI fornecem. As modalidades de tratamento
devem ser estabelecidas considerando as
características da fratura. Pacientes que
Figura 4: A) Imagem
clínica da norma apresentaram fraturas cominutivas, com grande
frontal no pós- deslocamento e considerável lesão dos tecidos
operatório de 6 moles devem ser tratados com abordagem
meses. B) Máxima
abertura bucal no pós- extraoral, observando os princípios AO / ASIF9.
operatório. C) Oclusão Fraturas simples e pouco deslocadas podem ser
pós-operatória. D)
Aspecto da área de
tratadas pela técnica de Champy et al.12.
incisão no pós- Embora um estudo in vitro tenha demonstrado
operatório. E) que a fixação com 2 miniplacas é um método
radiografia pós-
operatória de 6 mais estável, com um baixo stress no sítio da
meses. fratura, quando comparado com uma única
placa instalada na borda superior16.
Kim et al.2 compararam 3 métodos de
tratamento para fraturas de AM (uma miniplaca
e BMM, duas miniplacas e BMM e duas
DISCUSSÃO
miniplacas sem BMM). Neste estudo não houve
A literatura indica que as causas mais diferença estatisticamente significante nas taxas
comuns de fraturas de mandíbula são o de complicações dos métodos aplicados
resultado de conflitos interpessoais ou colisões durante os 4 meses de acompanhamento pós-
de veículos motorizados. Nesta discussão, as operatório. Por outro lado, Ellis e Walker17
fraturas mandibulares são categorizadas por mostraram que o uso de duas miniplacas teve
mecanismo de lesão e ainda subclassificadas uma taxa de complicação de 28%, considerada
em lesões contundentes de baixa velocidade, inaceitável. Em um estudo retrospectivo de 266
penetrantes de baixa velocidade, contundente fraturas mandibulares, foi relatada uma taxa de
de alta velocidade e penetrantes de alta infecção 2% quando se utilizaram placas de
velocidade. Isso enfatiza o efeito do mecanismo 2.7mm colocadas extraoralmente. Porém, os
na apresentação clínica desses tipos de lesões. pacientes tratados por este método tiveram uma
Quando as fraturas mandibulares são incidência de 8% de alterações no ramo
categorizadas por mecanismo, fica claro que marginal mandibular do nervo facial no pós-
existe uma correlação entre o mecanismo, a operatório, além de cicatrizes proeminentes18.
direção da força e o tipo de fratura3. Um ensaio clínico controlado comparou
Fraturas mandibulares são influenciadas duas abordagens de fixação de fraturas de AM,
por vários fatores, incluindo direção, magnitude no grupo 1 utilizou-se uma placa fixada por
da força, padrão de carga oclusal, densidade acesso intrabucal na linha obliqua externa e no
óssea e até mesmo estruturas anatômicas, grupo 2, uma placa fixada no aspecto lateral da
como os terceiros molares. Acredita-se que zona de tensão por meio da combinação de
quando um terceiro molar mandibular está acesso intrabucal e uso de trocarter6. Nesse
presente a zona de tensão é descontinuada, estudo observou-se que houve um índice de
tornando o AM enfraquecido e, portanto, mais deiscência de sutura de 21% no grupo 1 e de
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9% no grupo 2 (diferença estatisticamente mandibulares. Para fraturas angulares simples e


significante); 36% dos pacientes do grupo 1 pouco deslocadas, a técnica de Champy é um
necessitaram de remoção da placa. Na revisão método eficaz de fixação interna que reduz o
sistemática publicada por Al-Moraissi e Ellis8, tempo cirúrgico e a dissecção tecidual, minimiza
quando se comparou a fixação na linha obliqua o risco para os nervos alveolares inferior e facial
externa com a fixação no aspecto lateral da e permite o retorno precoce da função com
zona de tensão foi possível observar uma taxas aceitáveis de complicações.
diferença estatisticamente significante com REFERÊNCIAS
relação a infecção pós-operatória, deiscência de
1. Brasileiro BF, Passeri LA. Epidemiological
sutura e falha do material de fixação, com o
analysis of maxillofacial fractures in Brazil : A 5-
método de fixação no aspecto lateral da
year prospective study. Oral Surg Oral Med
mandíbula apresentando os melhores Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2004;102(1)
resultados. :28-34.
Outra controvérsia envolve o uso do uso 2. Kim M, Kim C, Han S, Lee JA. A comparison of
do BMM no pós-operatório. Muitos cirurgiões three treatment methods for fractures of the
ainda sentem que a fixação com uma única mandibular angle. Int J Oral Maxillofac Surg;
miniplaca não providencia a estabilidade 2016;45(7):878-83.
adequada e requer a utilização de BMM9. Em 3. Morris C, Bebeau NP, Brockhoff H, Tandon R,
um estudo retrospectivo com 130 pacientes que Tiwana P. Mandibular Fractures: An Analysis of
foram submetidos a fixação de fratura de AM the Epidemiology and Patterns of injury in 4143
com uma placa fixada de acordo com o método Fractures. J Oral Maxillofac Surg. 2015;
proposto por Champy, dos quais 65 pacientes 73(5):95.
foram submetidos à utilização pós-operatória de 4. Hasegawa T, Sadakane H, Kobayashi M,
BMM. A taxa de complicação total no grupo que Tachibana A, Oko T, Ishida Y et al. A multi-
recebeu BMM foi de 17% e no grupo sem BMM centre retrospective study of mandibular
foi de 20%, sem diferença estatisticamente fractures: do occlusal support and the
significante19. mandibular third molar affect mandibular angle
O manejo dos dentes na linha de fratura and condylar fractures?. Int J Oral Maxillofac
também tem sido frequentemente avaliado em Surg. 2016; 45(9):1095-1099.
5. Saito DM, Murr AH. Internal fixation of
relação à incidência de complicações em fratura
mandibular angle fractures with the Champy
de AM. A presença de um dente na linha de
technique. Oper Tech Otolayngol Head Neck
fratura não requer sua remoção. O dente deve
Surg. 2008;19(2):123-27.
ser removido, no entanto, se dificultar a redução 6. Sugar AW, Gibbons AJ, Patton DW, Silvester
da fratura, se houver processo infeccioso KC, Hodder SC, Gray M et al. A randomised
relacionado ao dente, ou houver patologia controlled trial comparing fixation of mandibular
associada5. A desvantagem da remoção angle fractures with a single miniplate placed
rotineira de terceiros molares impactados ou either transbuccally and intra-orally, or intra-
mesmo irrompidos em uma fratura do ângulo orally alone. Int J Oral Maxillofac Surg. 2009;
mandibular está relacionada à possibilidade de 38(3):241-45
criar um déficit de tecido mole no local de 7. Ellis E 3rd. Treatment methods for fractures of
extração. Além disso, existe o risco de converter the mandibular angle. Int J Oral Maxillofac
uma fratura fechada em uma fratura exposta, Surg. 1999;28(4):243-52.
especialmente quando uma abordagem intra- 8. Al-Moraissi EA, Ellis E. What method for
bucal não for utilizada. Outra desvantagem é a management of unilateral mandibular angle
necessidade, em potencial, de remover o osso fractures has the lowest rate of postoperative
para facilitar sua extração. Isso pode complications? A systematic review and meta-
comprometer a qualidade óssea e impossibilitar analysis. J Oral Maxillofac Surg. 2014;72(11):
a fixação de uma placa na linha obliqua 2197-211.
externa10. 9. Paza AO, Abuabara A, Passeri LA. Analysis of
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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tratamento dessas fraturas testemunhou uma 11. Michelet FX, Deymes J, Dessus B.
mudança significativa nas últimas três décadas. Osteosynthesis with miniaturized screwed
Atualmente, várias técnicas são consideradas plates in maxillo-facial surgery. J Maxillofac
aceitáveis para o tratamento de fraturas Surg. 1973;1(2):79-84.

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12. Champy M, Loddé JP, Schmitt R, Jaeger JH, CONFLITO DE INTERESSES


Muster D. Mandibular osteosynthesis by Os autores declaram não haver conflitos de interesse
miniature screwed plates via a buccal
approach. J Maxillofac Surg. 1978;6(1):14-21
13. Laverick S, Siddappa P, Wong H, Patel P, AUTOR PARA CORRESPONDÊNCIA
Jones DC. Intraoral external oblique ridge Éwerton Daniel Rocha Rodrigues
compared with transbuccal lateral cortical plate Faculdade de Odontologia - Universidade de Pernambuco
fixation for the treatment of fractures of the Hospital Universitário Oswaldo Cruz
mandibular angle : prospective randomised trial. Departamento de Cirurgia e Traumatologia
Br J Oral Maxillofac Surg. 2012;50(4):344–9. Bucomaxilofacial
14. Seemann R, Schicho K, Wutzl A, Koinig G, Rua Arnobio Marques 310 – Santo Amaro
50100-130 Recife - PE, Brasil
Poeschl WP, Krennmair G, et al. Complication
E-mail: ewertondaniel27@hotmail.com
rates in the operative treatment of mandibular
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