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Fratura Facial em Paciente Pediátrico: Sua Abordagem Cirúrgica e Impacto a

Longo Prazo um relato de caso.

YURI MIRANDA OLIVEIRA- ACADEMICO EM ODONTOLOGIA- FACULDADE UNIME


ANHAGUERA SALVADOR, SALVADOR- BAHIA-BRASIL

LUCYA MARIA- RESIDENTE EM CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXIFACIAL-


HGRS/EBMSP- SALVADOR – BAHIA- BRASIL

NILVIA MARIA- RESIDENTE EM CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXIFACIAL-


HGRS/EBMSP- SALVADOR – BAHIA- BRASIL

MATHEUS PINHEIRO- CIRURGIAO BUCOMAXILOFACIAL PELA RESIDENCIA CIRURGIA E


TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL HGRS/EBMSP- SALVADOR-BAHIA-BRASIL

RAVY CARVALHO- PRECEPTOR CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL


HGE/EBMSP- SALVADOR- BAHIA- BRASIL

AUTOR E ENDEREÇO PARA CORRESPONDENCIA:

YURI MIRANDA OLIVEIRA- RUA CAPELINHA DO TORORÓ, SALVADOR, BAHIA, CEP:


40050-120

EMAIL: yuri456miranda@gmail.com

SALVADOR-BAHIA
2023

Introdução

As fraturas faciais infantis são consideradas raras, mas não inexistentes, acontecem
com menor frequência quando comparada as fraturas de face em adultos. Isso se deve
a fatores anatômicos e fisiológicos como a elasticidade e flexibilidade do osso facial,
alta proporção de osso esponjoso ao cortical, uma menor pneumatização dos seios
paranasais. Além de fatores sociais, onde as crianças estão em ambientes
considerados protegidos sob supervisão familiar, sendo menos expostas a grandes
traumas, assim podemos considerar que a maior parte dos acidentes que levam à
esses tipos de fraturas estão associados como: acidentes automobilísticos e acidentes
desportivos como: bicicletas e brincadeiras.

Diante as varias faturas faciais pediátricas, as fraturas mandibulares são as mais


comuns, principalmente nas regiões parassinfisarias e sinfisarias ocorre com maior
frequência , devido ao desenvolvimento dos caninos. Essas regiões sao as mais
acometidas devido ao trauma direto que recebem, podendo resultar nos pacientes
complicações como assimetria facial, crescimento mandibular, limitação de abertura
bucal, diminuição da altura facial posterior, má oclusao e anquilose da articulação
temporomandibular. Logo, é essencial um tratamento adequado e rápido com
acompanhamento a longo prazo de todas as fraturas de mandibula em
desenvolvimento.

O exame físico com os exames de imagem, confirmando o diagnostico de fratura


mandibulares, o seu manejo é considerado totalmente oposto ao tratamento de
fraturas em adultos, já que tratamos um osso em desenvolvimento e crescimento, seu
descolamento, idade do paciente, estagio do desenvolvimento dentário, presença dos
germes dentários ao longo da mandíbula e o possível dano ao crescimento da
mandíbula a longo prazo.

A terapêutica pode variar desde ao tratamento não cirúrgico ou conservador, através


de fisioterapias com o uso do bmm ( bloqueio maxilomandibular), até o tratamento
cirúrgico por meio da redução aberta e fixação interna, utilizando o sistema de
miniplacas, microplacas, e parafusos de titânio e até materiais absorvíveis.

Entretanto, ocorre uma discussão entre a melhor escolha de tratamento para as


fraturas faciais pediátricas, já que existe comprovações cientificas que identificam o
impacto do crescimento após reduções abertas com fixação rígidas. O objetivo desse
trabalho é relatar o manejo cirúrgico de uma fratura em mandíbula em paciente
pediátrico nas regiões de sínfise e angulo lado direito, gerando assimetria facial, má
oclusão.

Relato de caso
Paciente pediátrico H , 10 anos, gênero masculino, referenciado ao serviço de cirurgia
e traumatologia bucomaxilofacial do hospital geral do estado da bahia, vitima de um
acidente desportivo em região mandibular com 02 dias após o trauma. Ao exame físico
nota-se integridade óssea dos terços superiores e médio da face, OPN e maxila
estáveis, MOE preservada e acuidade visual referida, abertura bucal limitada, presença
de mobilidade atípica a manipulação mandibular, oclusão indefinida devido á idade do
paciente , higiene bucal regular. Ao exame de imagem (TC de FACE) , é possível notar
fraturas mandibular na região de sínfise mandibular e angulo mandibular a direita.
Figura 1. Fotografias pré-operatória do paciente extra oral: É possível notar as
descrições do seu exame físico e uma lesão abrasiva em regressão em região malar
à direita, assimetria facial.

Figura 2. Fotografias pré-operatória do paciente intra oral: É possível notar distopia


oclusal com contato pré-maturo posterior a esquerda e mordida aberta anterior.
Figura 3. Fotografias do exame de imagem (TC de face): nota-se fratura no ângulo
mandibular a direita e região de sínfise.

TRANSITO CIRURGICO
Paciente em decúbito dorsal, sob anestesia geral, intubação nasotraqueal, assipseia e
antissepsia com clorexidina, instalação do tampão orofaríngeo, aposição dos campos
cirúrgicos estéreis, infiltração com anestesia local com Bupivacaina 0,5% com
epinefrina 1:200.00, incisão e acesso retromandibular à direita , divulsao por planos,
desbridamento, exposição dos cotos fraturados,definição da oclusao, colocação do
BMM ( bloqueio maxilo mandibular), redução e fixação com 02 placas reta de 04 furos
do sistema 2.0mm e cada com 04 parafusos, incisão e acesso em fundo vestibular
mandibular anterior, descolamento mucoperiosteal, exposição do osso fraturado,
redução e fixação com 01 placa reta de 04 furos do sistema 2.0mm com 04 parafusos,
sutura por planos com Vicryl 4.0 e Nylon 5.0, irrigação abundante com SF 0,9%,
remoção do tampão orofaríngeo e do BMM, checagem da oclusão, limpeza do
paciente, curativo em região retromandibular à direita, encaminhamento do paciente
ao CRPA, fim da cirurgia.
Figura 4. Fotografias do transito cirúrgico com exposição dos cotos fraturados em
região de ângulo mandibular direito e região de sínfise mandibular a esquerda.

Figura 5. Fotografias do transito cirúrgico com exposição dos cotos fraturados em


sua redução com sua fixação com o material de osteossintese sendo 02 placas do
sistema 2.0mm com 04 furos e 04 parafusos cada em região de ângulo mandibular à
direita e na região de sínfise redução com 01 placa do sistema 2.0mm com
espaçamento com 04 furos e 04 parafusos.
Logo após o fim da cirurgia, foi solicitado uma TC de controle para confirmar se o
material de osteossintese estava fixado corretamente.
Figura 6. Fotografias da TC de controle, nota-se material de osteossintese bem
posicionados sem sinais de infecção e bem alinhados na linha de fratura.

DISCUSSÃO

As fraturas faciais em pacientes pediátricos são tidas como raras na literatura, já que
devido a fatores etiológicos e sociais que de uma certa forma, protegem o individuo
afim de evitar uma fratura. Entretanto a porcentagem de fraturas aumenta
constantemente com a idade, já que ocorrem um aumento na pratica de atividades
esportivas ao decorrer do crescimento de suas habilidades e a desinserção gradual do
ambiente protetor familiar. Tendo uma maior incidência em crianças do sexo
masculino.

Dentre as fraturas faciais pediátricas, as fraturas de mandíbula são as mais comuns,


aproximadamente quase metade se ressumem a essa região. Dentre as fraturas
mandibulares as regiões mais afetadas são condilo, seguido de parasssinfise/sínfise
mandibular, do corpo e por fim, área de ângulo.

As fraturas mandibulares exigem uma intervenção cirurgia, já que a mandíbula


desempenha uma função amplamente mecânica necessária para fonação,
deglutinacao e mastigação. Seu uso frequente e mobilidade bem possivelmente pode
impactar na cura passiva e sua redução.

Todavia, existem controvérsias sobre o tratamento escolhido na abordagem, já que a


opção da alternativa de uma redução aberta pode impactar e ou danificar os gemes
dentários, causar restrições ao crescimento devido a utilização da fixação rígida, ou
fraturas quando tratadas inadequadamente geram problemas na oclusão do paciente,
e até levar uma deformidade facial posteriormente, resultando assim numa cirurgia
ortognatica corretiva após maturidade esquelética e por conta disso, gerar um
também um fator psicosocial devido a sua deformidade facial.

Diante dos materiais disponíveis para a realização da fixação rígida interna ( placas e
parafusos), se tem o uso de materiais não reabsorvíveis e reabsorvíveis. Entretanto o
uso de

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