Você está na página 1de 6

Letícia Huguenin- 8º período

ORTOPEDIA
FRATURAS DE COLO DO FÊMUR
FRATURA DE FÊMUR MECANISMO DE TRAUMA

Idosos: trauma de baixa energia

 Queda ao solo com trauma direto sobre o


trocanter maio
 Rotação externa abrupta e forçada da
extremidade
 Carga cíclica, que produz microfraturas e
macrofraturas (fratura patológica em osso
osteoporótico)

Jovens: trauma de alta energia

 Trauma de alta energia: força direta ao longo


da diáfise do fêmur com ou sem componente
rotacional.
A fratura de fêmur pode acontecer de 3 formas  Fratura por estresse (especialmente
diferentes, em relação a anatomia topográfica: maratonistas e militares)

1. Fratura da cabeça do fêmur QUEDA EM IDOSOS


2. Fratura de colo do fêmur
Queda representa o mais frequente e grave acidente
3. Fratura Transtrocanteriana
doméstico que ocorre com os idosos
 Junção do colo e metáfise do fêmur 
região do trocanter maior e menor  Quanto mais velho, maior a incidência de
 Fratura transtrocanteriana é mais fratura de fêmur proximal
comum no frio  sazonal  Fratura de fêmur proximal  100%
cirúrgica
 Se não operar, tem risco de morte por
infecção urinária, pneumonia, escara e
sepse, devido a imobilização

Principal causa de morte acidental em pessoas acima


de 65 anos, relacionando-se à diminuição relevante da
capacidade funcional do idoso

 Relação com a sarcopenia  paciente não


consegue ter força suficiente para sustentar

Apresenta elevada incidência:


EPIDEMIOLOGIA
 28% a 35% nos idosos acima de 65 anos
 Mais frequente em mulheres brancas  32% a 42% naqueles com mais de 75 anos
 3 mulheres: 1 homem
 90% em pacientes acima de 65 anos
 A idade média dos pacientes que apresentam
uma fratura do colo femoral é de 3 anos mais
jovem do que aqueles com fratura
intertrocantérica
 Ambas acontecem mais comumente após os
70 anos
Letícia Huguenin- 8º período

ETIOLOGIA QUADRO CLÍNICO

Fatores Intrísecos: Fraturas por insuficiência e fraturas impactadas:

 Idade  acima de 65 anos precisa ficar alerta  Deambulação possível


 Sexo feminino  relacionado a questão  Dor na coxa, região inguinal ou medial do
hormonal e maior expectativa de vida joelho
 Medicamentos  Sem deformidade evidente ao exame clínico
 Antidepressivos: algumas classes  Desconforto às manobras de rotação do
causam desmineralização óssea quadril
 Bisfosfonato (Risedronato): uso
Quando você tem uma fratura incompleta ou
crônico pode levar a hipercalcificação
impactada, o peso faz com que o osso encaixe e isso
do osso  osso de vidro
diminui a dor e dá mais estabilidade  pode confundir
 Polifarmácia
ao exame físico
 Condição clínica
 Distúrbios de marcha, equilíbrio e força Fraturas desviadas:
muscular
 Sedentarismo  Dor intensa na região do QUADRIL
 Estado psicológico  Membro inferior encurtado e em rotação
 Deficiência nutricional externa
 Relacionado a absorção de cálcio  Indicativo de fratura de fêmur
 Declínio cognitivo proximal  transcanteriana
 Estado psicológico e doenças ATENÇÃO! Dor, principalmente quando você apoia ou
demenciais quando faz uma rotação do membro leva a suspeita de
 Deficiência visual fratura de fêmur proximal
 Doenças ortopédicas  osteopenia e
osteoporose Se for uma fratura transtrocantérica ou até de colo,
 Estado funcional  cognitivo, visual e social mas principalmente na transtrocantérica que é mais
comum em idades avançadas, o paciente vai chegar
Fatores Extrínsecos: com rotação externa e encurtamento do membro
Os fatores ambientais correspondem a até 50% das AVALIAÇÃO
quedas
Teste do rolamento do membro:
ATENÇÃO! Precisa orientar bem a família para evitar
esses fatores  Pega uma mão mobilizando a região da perna
(canela) e outra no joelho, fazendo rotação
 Iluminação interna e externa
 Obstáculos como tapetes e fios  Paciente vai sentir dor
 Móveis baixos  Às vezes, o examinador pode até sentir uma
 Degraus altos ou estreitos crepitação óssea
 Piso escorregadio
 Ausência de corrimãos ATENÇÃO! Quando faz esse teste já suspeita de fratura,
 Roupas, sapatos e órteses inadequados faz a radiografia e confirma a fratura de fêmur proximal
 Via pública com buracos e irregularidades Nos casos de fratura impactada ou incompleta o teste
de rolamento NÃO é tão específico, mas é muito
sensível
Letícia Huguenin- 8º período

FAIXA ETÁRIA TRATAMENTO DEFINITIVO

Abaixo de 75 anos: ATENÇÃO! O tratamento é CIRÚRGICO

 Interação de alterações fisiológicas do  A técnica cirúrgica depende da topografia


envelhecimento com riscos ambientais anatômica da lesão
 Resultado: tropeções, e escorregões
TÉCNICAS CIRÚRGICAS
Acima de 75 anos:
Fratura de Cabeça de Fêmur:
 Enfermidades: musculoesqueléticas,
Completa com desvio do segmento  Prótese, pelo
cardíacas, neurológicas, uso de medicamentos
risco de osteonecrose pelo comprometimento de
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM vascularização do fêmur

 Radiografia: Em pacientes jovens, pode dar chance para uma


 AP da pelve, AP do quadril com 15º de fixação com parafuso  muito risco, sustenta por
rotação interna e perfil do quadril - apenas 2-3 anos
tração
Fratura de Colo de Fêmur:
 2% dos casos -fratura oculta: padrão ouro é a
RNM Depende do tipo de desvio da fratura
 TC e cintilografia óssea podem ser também
utilizadas  Fratura impactada  quebrou o colo, fez um
pequeno desvio do tipo valgo, mas o osso
TRATAMENTO INICIAL encaixou no outro
 Pode fazer Fixação com Parafuso
ATENÇÃO! Lembrar: para tratar fratura o ideal é
 Tem maior chance de consolidar
IMPEDIR a mobilização do foco
 Maior possibilidade de não fazer
 Prevenir movimentação desnecessária prótese
 Tem maior chance de vascularização
Quando demora para a cirurgia ou ela é inviável no
momento, faz a analgesia com medicamentos e
 Fratura com Desvio Total  quando tem um
bloqueio do nervo femoral
fragmento para um lado e um fragmento distal
 A escolha do analgésico depende do nível, para o outro
podendo variar de fraco, médio e até forte  Na maioria das vezes, o tratamento é
Prótese  substituição da articulação
Antigamente, era usado Tração Cutânea, no entanto,  Nesses casos, como tem um desvio
NÃO tem evidências de que melhore a dor ou facilite a significativo, na maioria das vezes, tem
redução da fratura no intra-op lesão vascular de todas as artérias que
 Amarrava fitas na perna do paciente, passava nutrem a cabeça do fêmur
na roldana, no gancho e na anilha para fazer a  Sendo assim, também tem risco de
tração OSTEONECROSE
 O objetivo era manter o comprimento do
membro e controlar a dor, no entanto, Fratura Transtrocanteriana:
descobriu-se que NÃO muda o prognóstico do
paciente Dividida em classificações:
 Precisa operar de qualquer jeito
 Classificação de Tronzo
Atualmente, tem um tipo de tração que ainda faz   Classificação de Garnier
tração transóssea ou transesquelética  Outras

 É usada quando não tem tempo de fazer outra


coisa e não sabe quando vai poder operar, se
vai ser dentro das 48h como é preconizado
Letícia Huguenin- 8º período

Tem duas técnicas de osteosíntese para tratar fratura


transtrocanteriana do fêmur proximal:

 Através de DHS ou DCS  componente de um


parafuso deslizante do quadril
 Usada quando tem fratura com pouco
desvio, fratura com traço único e
pouco desvio  quebrou, mas a
cápsula está montada, sem muito
desvio
 Através de Haste com Bloqueio Cefálico (PNF)
 Haste intramedular
 Melhora rápida do paciente
 Mais usada atualmente

PRÓTESE
Prótese Total  substitui tanto o componente femoral,
As próteses podem ser: quanto o componente acetabular

 Total: substitui o fêmur poximal e o  Vai substituir as duas articulações


componente ou a superfície acetabular  O acetábulo vai ficar com um metal gigante
 Usada em pacientes mais jovens assim e o fêmur vai ficar com outro aqui,
dentro assim
 Parcial: substitui o componente femoral
Prótese Parcial  substitui só o componente femoral
 Nesses casos, a prótese pega a
superfície articular do quadril e, com
tempo, corrói o osso e faz artrose,
RESUMO DO TRATAMENTO
sendo necessário uma total
 Quando é um paciente idoso, cuja a  Fraturas sem desvio  osteossíntese através
expectativa de vida é menor, pode ser de:
uma opção de escolha  Canulados
 A prótese parcial dura em torno de 10-  DHS
15 anos  Placa bloqueada proximal
 Preferencial em casos que o paciente  Fraturas desviadas
tem expectativa de vida em torno de  Idade maior que 60 - 65 anos 
10-15 anos, pois é mais rápida de Artroplastia
fazer, menos invasiva, não precisa o Total: para pacientes ativos
fazer o acetábulo e tem menos risco de o Parcial: para pacientes
trombo embolia restritos ao domicílio
 Outras indicações: pacientes com  Idade menor que 60-65 anos 
sequelas de AVC, paciente etilista osteossíntese
crônico ou paciente mediativo
ATENÇÃO! Artrose do quadril é contraindicação para
artroplastia parcial
Letícia Huguenin- 8º período

ARTROPLASTIA TOTAL
ARTROPLASTIA/PRÓTESE PARCIAL

Troca apenas o componente femoral


Troca o componente femoral e o componente
Acetábulo NÃO tem nada de metal acetabular

Acetábulo de METAL
Letícia Huguenin- 8º período

COMPLICAÇÕES

 Falha na fixação (colapso em varo)


 Mal posicionamento da prótese
 Pseudartrose
 Não é muito comum para prótese, mas
é comum para fratura de colo de
fêmur
 Osteonecrose da cabeça femoral
 Ausência de vascularização
 Complicações relativas às artroplastias
 Clínicas: TVP, cardiopulmonares, óbito

CUIDADOS PÓS OPERATÓRIOS E REABILITAÇÃO

 Analgesia
 Tromboprofilaxia química e mecânica
 Tratamento da osteoporose
 Fisioterapia motora

Você também pode gostar