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Lesão Medular

Índice
 Epidemiologia
 Definição
 Etiologia
 Fisiopatologia
 Quadro Clínico
 Avaliação
 Prognóstico
 Síndromes Medulares
 Tratamento Médico
 Intervenção Fisioterapêutica
Epidemiologia
 A incidência mundial anual de trauma raquimedular é da ordem de 15 a
40 casos por milhão de habitante1. Nos EUA a incidência é de
aproximadamente 12 mil novos casos por ano, sendo que destes 4.000
vão a óbito antes de chegarem ao hospital e outros mil irão falecer
durante a hospitalização.
 O coeficiente de incidência de lesão medular traumática no Brasil é
desconhecido e não existem dados precisos a respeito da sua incidência e
prevalência, uma vez que esta condição não é sujeita à notificação.
 No Brasil a incidência de TRM é de 40 casos novos/ano/milhão de
habitantes, ou seja, cerca de 6 a 8 mil casos novos por ano, sendo que
destes 80% das vítimas são homens e 60% se encontram entre os 10 e
30 anos de idade.
 Estima-se que ocorram a cada ano no país, mais de 10 mil novos casos
de lesão medular, sendo o trauma a causa predominante7 , o que
representa uma incidência muito elevada quando comparada com outros
países. Trata-se definitivamente de uma patologia de alto impacto sócio-
-econômico no nosso país, sendo que o custo para a sociedade por
paciente permanece alto
Definição

 É definida por uma diminuição ou perda da função


motora (paresia/plegia) e/ou sensitiva
(anestesia/hipoestesia) e/ou autônomo abaixo do nível
da lesão, podendo ser uma lesão parcial ou total,
devido ao trauma dos elementos neuronais dentro do
canal vertebral.
Lesão Medular x Traumatismo Raquimedular

 Quando a lesão é traumática, chama-se


de traumatismo Raquimedular (TRM).
Etiologia
 Lesões traumáticas
 Trauma/agressão
 Acidentes automobilísticos
 Violência (ferimentos por arma de fogo ou branca)
 Acidentes esportivos
 Quedas
 Mergulho em águas rasas
 Processos Inflamatórios (Mielite transversa)
 Processos Degenerativos
 Processos Compressivos (Tumores/hérnia)
 Processos Vasculhares (isquemia/hemorragia medulares)
 Alterações congênitas
Fisiopatologia

Após o Choque

 Edemaciada (Processo inflamatório)


 Esmagada ( impedindo a transmissão das
informações)
 Seccionada parcial ou total
 Comprimida (tumor, hérnia)
 Hemorragia (rompimento dos vasos)
Quadro Clínico

 Plegia ou Paresia
 Hipotrofia ou atrofia
 Arreflexia (fase de choque) ou hiperreflexia (fase de automatismo)
 anestesia ou hipoestesia
 Dor neuropática (alodinia ou hiperalgesia)
 Alterações autonômicas
 Alterações respiratórias
 Bexiga neurogênica (espástica ou flácida)
 Disfunção sexual (sistema autônomo)
Fase de Choque Medula
x
Fase de Automatismo Medular
 Fase de Choque Medular (período agudo)
 Processo inflamatório
 Edema
 Arreflexia
 Hipotonia
É como se o corpo “desligasse” as funções da lesão para
baixo para tentar salvar os neurônios.
 Fase de Automatismo Medular
 A medula age de forma automática, perde a inibição
suprassegmentar. O primeiro neurônio não inibe o segundo neurônio.
 Atividade reflexa aumentada
Avaliação
 Avaliação sensorial
 Dermátomo (porção da pele que representa um segmento medular)
 Avaliação Motora
 Miótomos (músculo que representa um segmento da medular)
ASIA

Nível neurológico
Nível Motor
Nível sensitivo
Tipo de Lesão
Prognóstico

 Nívelda Lesão (quanto mais baixa a


lesão, melhor)
 Extensão da lesão
 Adaptação do paciente
 Reabilitação
Atenção!
Não se realiza prognóstico na fase
de Choque!

Esperar de 6 meses a 1 ano para


avaliar o que a lesão acometeu.
Lesão Transversal x Lesão Longitudinal

 Lesão Transversal
 Espasticidade – Lesiona o 1° neurônio

 Lesão Longitudinal
 Flacidez – lesiona o 2° neurônio (lesiona todo o segmento medular)
Tetraplegia x Paraplegia
Síndromes Medulares

 Síndrome Medular Anterior


 Síndrome Medular Posterior
 Síndrome Centro Medular
 Hemisecção Medular ou Síndrome de Brown Sequart
 Síndrome do Cone Medular
 Síndrome da Cauda Equina
Principais Vias

Trato Corticoespinal – motricidade voluntária


Trato Espinotalamico lateral – Dor e Temperatura
Trato Espinotalamico anterior – Tato e pressão
Fascículo Grácil e Cuneiforme – sensibilidade profunda
Síndrome Medula Anterior

• Comprometimento da sensibilidade
superficial
• Perda parcial da motricidade
• Preservação da sensibilidade profunda

Acometeu os tratos corticoespinal e espinotalâmico


Síndrome Medular Posterior

 Perda da sensibilidade profunda


 Preservação da motricidade e
sensibilidade superficial

Acometeu os fascículo grácil e cuneiforme


Síndrome Centro Medular

• Comprometimento motor importante


dos MMSS e leve/normal nos MMII

• Sem comprometimento sensitivo

Comprometeu o trato corticoespinal - cada região do trato corticoespinal


inerva um membro diferente,
parte medial – MMSS
Parte intermediária - tronco
parte lateral - MMSS
Hemisecção Medular ou
Síndrome de Brown Sequart

• Comprometimento da motricidade
voluntária e sensibilidade profunda
homolateral

• Comprometimento da sensibilidade
superficial contralateral

Via motora decussa no bulbo


Via de sensibilidade profunda decussa no bulbo
Via de sensibilidade superficial comissura na medula
Síndrome do Cone Medular

 Plegia e sensibilidade comprometida abaixo da lesão


 “Anestesia em sela”
 Bexiga flácida
 Ausência de ereção reflexa
 Flacidez (não tem espasticidade)
Síndrome da Cauda Equina

 Lesão do SN Periférico
 Depende da quantidade de raízes
comprometidas
 Anestesia
 Paralisia
 Hipotonia
 Comprometimento da função urinária,
intestinal e sexual
Tratamento Médico Inicial

 Primeiros Socorros
 Estabilização da fratura (cirurgia)
 Imobilização (após Cirurgia)
 Órteses cervicais
 Órteses toracolombosssacrais
Intervenção Fisioterapêutica

 Fase aguda (Paciente No leito)


 Objetivo
 evitar complicações e iniciar a mobilização assim que o médico
autorizar
 Condutas
 Controle respiratório
 Cuidados com a pele (evitar úlcera)
 Amplitude de movimento e fortalecimento
Intervenção Fisioterapêutica
 Reabilitação Ativa (paciente é liberado para participar mais ativamente da terapia
 Objetivo
 Tornar o Paciente mais independente possível e dota-lo da mobilidade funcional
necessária para a vida diária, o trabalho e lazer.
 Trazer a funcionalidade para o paciente.
 Recuperar função
 Condutas
 Treinamento Cardiovascular e da resistência
 Habilidade de mobilidade no leito
 Rolamento
 Transição de decúbito dorsal para posição sentado e vice-versa
 Transferências
 solo para cadeira
 Treinamento Locomotor
 Equilíbrio

Referência Bibliográfica

 Sullivan, Susan. Fisioterapia Avaliação e Tratamento


 www.neuroanatomia.club.hotmart.com
 Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção à pessoa com lesão medular

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