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Ortopedia

Princípios de Consolidação e Tratamento de Fraturas


HISTÓRICO TRATAMENTO

Primeiras tentativas de tratamento conhecidas datam Pode ser:


de mais de 5000 anos
▪ Conservador
Egito Antigo: utilização de pedaços de madeira ou ✓ Tudo que não precisa de cirurgia, ou
casca de árvores amarradas no membro fraturado seja, não precisa abrodar de forma
invasiva
Gesso:
▪ Cirúrgico
▪ Rhazes Athuriscus (900d.C): prmieiro a usar ✓ Pode ser obtido de duas formas para a
tiras de algosão e papel em gesso para formar fixação da fratura: direto ou indireto
talas
▪ Tira de linho embebifas numa mistura de cal e
TRATAMENTO CONSERVADOR
clara de ovo
▪ Ataduras gessadas: Antonius Mathysen (1854) Quando tem-se uma fratura é importante
IMOBILIZAÇÃO para o tratamento
CONCEITO DE FRATURA
Objetivo: manter o posicionamento dos fragmentos
Fratura → ruptura do tecido ósseo
ósseos e impedir a mobilidade
▪ Qualquer descontinuidade óssea
PRINCÍPIOS DA IMOBILIZAÇÃO
Possui conjuntamente lesões de partes moles locais
Bloquear uma articulação proximal e uma articulação
As lesões de partes moles são importantes na distal à articulação acometida
avaliação, tratamento e prognóstico da fratura, pois
• Precisa imobilizar no mínimo 2 articulações →
elas representam a vascularização
uma distal e no local

Proteção de saliências ósseas para evitar complicações


CONCEITO DE REDUÇÃO cutâneas, como, úlceras de pressão

Reposicionar os fragmentos ósseos na posição original Adequa pressão externa para evitar evolução para
síndrome compartimental
▪ Exemplo: ligamentotaxia → utiliza arcabouço
de partes moles como trilho para fragmentos Posição funcional das articulações
ósseos voltarem para a posição original
▪ Colocar em posição anatômica neutra

Tempo de imobilização adequado para diminuir a


OBJETIVO DO TRATAMENTO DE FRATURAS
incidência da rigidez articular
Fratura
▪ Tempo que uma articulação suporta → 6 a 8
 semanas de imobilização

Boa posição dos fragmentos IMOBILIZAÇÕES

 Provisórias: capaz de remover para trocar e higienizar

Consolidação ▪ Enfaixamentos
✓ Colar cervical
✓ Oito
✓ Velpeau
✓ Esparadagem
▪ Tração
✓ Cutânea Haste Intramedular:
✓ Esquelética
▪ Material utilizado dentro da medular do osso
▪ Apoio
▪ NÃO fornece estabilidade absoluta
✓ Tipoia
▪ SEMPRE faz estabilidade RELATIVA → propicia
▪ Talas gessadas
alguma movimentação
▪ Orteses em geral
▪ Sempre tem formação de calo na consolidação
Definitiva: não deve ser substituida até o final do
Fio Percutâneo:
tratamento
▪ Fio de aço → fio de Kirschner
▪ Gesso circular
▪ Fixação da fratura de forma minimamente
✓ ATENÇÃO! Quando tem potencial de
invasiva
instabilidade muito alto
▪ Estabilidade RELATIVA
▪ Também é usado como guia para utilzizar
ATENÇÃO! Se houver comprometimento de outra fixação
articulação, SEMPRE precisa fazer fixação com
Fixador Externo:
estabilidade absoluta, ou seja, precisa imobilizar
▪ Estabilidade RELATIVA
▪ Minimamente invasivo
EXEMPLOS COM IMAGEM → ler depois na transcrição ▪ Em caso de politraumatizado, além de permitir
estabilização da fratura, também permite que
TRATAMENTO CIRÚRGICO
os curativos sejam feitos diariamente, ou seja,
OSTEOSSÍNTESE permite que as partes moles se recuperem
adequadamente para depois fazer tratamento
Intervenção cirúrgica que tem por finalidade reunir definitivo
mecanicamente os fragmentos ósseos de uma fratura,
por intermédio de uma peça metálica, que propicie a Illizarov:
consolidação óssea
▪ Fixador externo, com objetivo de tratamento
▪ Fixação de fratura com material externo definitivo
▪ Na maioria das vezes, de aço ou titânio ▪ Consegue tirar a rotação do membro
▪ Finalidade: reunir mecanicamente os ▪ Minimamente invasivo
fragmentos
Placa em Ponte:
▪ O tratamento cirúrgico, além de propiciar uma
consolidação óssea mais adequada ▪ Estabilidade RELATIVA
anatomicamente, também agiliza o processo ▪ Minimamente invasiva
de consolidação ▪ Introdução da placa na parte distal e proximal
do foco fraturário, sem abrir o foco
▪ Escorrega a placa e coloca os parafusos → 2 a
IMPLANTE (OSTEOSSÍNTESE)
3 parafusos longe e 2 a 3 parafusos perto e no
A função do implante é imobilizar até a consolidação, meio sem nenhum
mantendo estabilidade suficiente para permitir a ▪ Permite movimento no foco da fratura → por
reabilitação isso é relativa

O implante ou a cirurgia não leva a consolidação mais Placa de Compressão


rápida da fratura, porém permite uma reabilitação
▪ Estabilidade ABSOLUTA no foco fraturário
precoce
▪ Abre o foco da fratura, reduz e coloca a placa
▪ Permite a reabilitação mais cedo, com os parafusos perto de onde está quebrado
automaticamente facilita a vida do paciente ▪ Com isso, impede a movimentação do foco da
fratura
Tipos De Implantes ▪ NÃO tem formação de calo mole
ATENÇÃO! Conteúdo importante → saber o tipo e qual ▪ Precisa alinhar o foco da fratura, moldando a
estabilidade faz, ou seja, se é relativa ou absoluta placa
ATENÇÃO! Pergunta da prova passada → diferença FASES DA CONSOLIDAÇÃO
entre placa em ponte e placa de compressão
Fases:
QUESTÃO DE PROVA:
▪ Inflamatória
"Paciente, 32 anos, chegou ao Pronto Socorro depois ▪ Consolidação
de um acidente de moto com fratura diafisária de Tibia ✓ Calo Cartilaginoso
fechada. Quais são os tipos de estabilidade que você ✓ Calo Ósseo
pode aplicar?" ▪ Remodelação

▪ Resposta → Estabilidade relativa e FASE INFLAMATÓRIA


estabilidade absoluta
Fase onde acontece a fratura

Quando acontece a fratura vai ter:


Banda de Tensão:
▪ Edema
▪ Estabilidde ABSOLUTA
▪ Recrutamento de células para tentar recuperar
▪ Fixação através de 2 fios que servirão de trilho
o tecido e dar estabilidade
▪ Faz uma fixação em X
▪ Movimentação vai fazer cada vez mais a Nessa fase, quando temos uma fratura em que a região
compressão, mas não tem movimentação do está muito inchada, o paciente sente dor quando
foco fraturário encosta, mas geralmente não sente tanta dor ao
movimento, porque aquele edema faz tanta pressão
CONSOLIDAÇÃO DA FRATURA
que estabiliza a fratura
Depende do movimento do foco de fratura e, portanto,
Essa fase dura cerca de 7 dias
do tipo de estabilização utilizada
Fase inflamatória:
▪ Muito movimento → intabilidade → não
consolida ▪ Fase inicial
▪ Pouco movimento → estabilidade relativa → ▪ Formação da parte inflamatória, com edema e
consolida com calo ósseo chegada de células para região
▪ Ausência de movimento → estabilidade
absoluta → consolida SEM calo ósseo FASE DE CONSOLIDAÇÃO

ATENÇÃO! Nos casos de estabilidade absoluta, se ATENÇÃO! A fase de consolidação que conseguimos
houver pouca vascularização, pode ocorrer isquemia pular quando fazemos uma estabilização absoluta é a
local, logo, não haverá nutrientes suficientes para fase de calo cartilaginoso
formação do osso, podendo levar a uma Quando fazemos uma estabilidade absoluta,
PSEUDOARTROSE automaticamente você faz a unidade funcional do osso
▪ Pseudoartrose → quando o osso não junta, ter contato direto com o outro lado da fratura e com
formando uma falsa articulação isso você não forma calo ao redor, não temos ação dos
▪ Pseudoatrose por ausência de movimento → condrócitos, vamos direto para os osteócitos e
fica como se fosse uma ponta de lápis, ao redor osteoblastos
é corroido e só fica uma ponta A fase de calo cartilaginoso geralmente dura de 7 a 12
▪ Quando ocorre uma pseudoartrose por dias, em média
excesso de movimento, fica como se fosse uma
pata de elefante → o osso vai ficar com um Fase de Calo Cartilaginoso:
calo imenso ao redor, mas no meio, onde ▪ Presença de unidade formadora de osso
deveria colar, não vai ter osso (osteócito) agindo
ATENÇÃO! Não pode ser estabilidade demais e nem ▪ Está formando calo cartilaginoso
pouca estabilidade A fase do calo duro, isto é, calo ósseo mesmo, é a fase
mais importante

A partir desse momento liberamos o paciente para


movimentar e/ou tirar a tala para fazer o raio-x
Geralmente, depois de 21 dias, porque você já tem Métodos para Estabilidade Relativa
certeza que não tem mais calo mole
Repouso:
Isso é importante, porque se você solta aquela
▪ Colocação de uma tala, com uma órtese que dê
imobilização com um calo que está mole, instável (calo
estabilidade
cartilaginoso), tem risco de perder a redução da fratura
Tração:
Mas se você solta essa imobilização quando tem calo
duro, com estabilidade, não tem mais esse risco ▪ NÃO trata com tração → gera uma
estabilidade relativa, mas que não vai ser
FASE DE REMODELAÇÃO
suficiente para conduzir uma consolidação
Geralmente vai acontecer depois de 3 meses até 18 óssea
meses
Aparelho gessado:
ATENÇÃO! A fratura não cola tão rápido assim, você
▪ Consegue imobilizar bem, mas permite
consegue realmente dar mais movimento para aquele
movimento do foco de fratura, então é
foco fraturário depois de 21 dias, mas você só libera
estabilidade RELATIVA
realmente a imobilização daquele paciente com 6 a 8
semanas, que é quando você vai estar entrando nessa Fixador Externo:
fase de remodelação, que dura até 18 meses
▪ Geralmente, NÃO se usa para tratar
ATENÇÃO! Paciente que fez Osteomielite ou rejeição
do material depois de 03 meses Placa em ponte:

Se essa fase de remodelação dura até 18 meses, ▪ Estabilidade relativa, porque tem algum
significa que se eu soltar aquela síntese, vai perder a movimento de foco de fratura
redução

Se não tiver jeito, se for algo grave, vamos ter que tirar ATENÇÃO! Quando tem uma fratura articular NÃO usa
mesmo, mas na maioria das vezes tentamos levar com estabilidade relativa
antibiótico, internação e limpeza mecânica até 18 ▪ Se tiver movimentação do foco fraturário na
meses, que é quando sabemos que não vamos perder articulação terá desvio dos fragmentos e perda
aquela consolidação daquela fratura do alinhamento da fratura dentro da
INSTABILIDADE articulação, logo, haverá deformidade dentro
da articulação, que depois irá gerar artrose
▪ Movimento excessivo no foco ▪ Condena o paciente a ter futuramente uma
lesão naquela articulação pela falta de
Fratura sem imobilização ou em caso de perda de
congruência dos fragmentos fraturários
síntese, por exemplo, se colocou a placa e ela quebrou,
fica instável de novo
Haste Intramedular:
ESTABILIDADE RELATIVA
▪ Estabilidade relativa
▪ Pouco movimento no foco
ESTABILIDADE ABSOLUTA
Quando utilizar Estabilidade Relativa:
▪ Ausência de movimento no foco
▪ Fraturas Diafisárias e Metafisárias
✓ Geralmente, na fraturas diafisarias Quando impede a mobilização do foco fraturário
mas pode ser usado nas fraturas
metafisarias Formação direta de osso → pula a fase de calo
cartilaginoso
Objetivo:
ATENÇÃO! Quando fizer uma estabilidade absoluta
▪ Alinhamento ósseo precisa seguir o traço da fratura → PERPENDICULAR ao
▪ Manutenção do comprimento ósseo e da traço da fratura
rotação do membro
▪ Por exemplo: uma fratura oblíqua precisa
serguir perpendicular ao traço da fratura
▪ O tratamento conservador não vai ser
estabilidade absoluta
Quando realizar Estabilidade Absoluta:
▪ Exemplo: uma tala, atadura, é uma
▪ Fraturas Intra-articulares estabilidade relativa

Objetivo: Estabilidade da síntese é variável

▪ Redução anatômica → sempre Mesmo implante - estabilidades diferentes:


▪ Consolidação sem formação de calo ósseo
▪ Por exemplo a placa ponte é relativa e a placa
▪ Reabilitação para voltar a função normal
de compressao é absoluta
▪ Ganho de amplitude articular
▪ Ganho de força muscular Redução articular ≠ diáfise e metáfise:

▪ Redução anatômica sempre, não da para


COMO REALIZAR AUSÊNCIA DE MOVIMENTO esquecer isso

Como conseguir ausência de movimento no foco: Implante suporta stress até a consolidação, mas se o
stress for demais pode quebrar
▪ Redução Anatômica
▪ Compressão Infragmentária → mais Reabilitação adequada a cada caso
importante
▪ Quando a fratura é articular sempre tem que
ATENÇÃO! Quando tem fratura intra-articular SEMPRE preocupar com a mobilidade articular
precisa fazer redução anatômica

Métodos para Estabilidade Absoluta

Parafusos:

▪ Fraturas diafisárias precisam ter no mínimo 3


parafusos proximais e 3 parafusos distais ao
foco da fratura
✓ Quando tem menos que isso precisa
deixar mais tempo imobilizado, visto
que tem mais chance de deixar
✓ São 3 parafusos para membros
superiores e 4 para membros
inferiores
▪ NÃO deixar o parafuso para fora → atrito
direto no parafuso

Banda de tensão

▪ Passa dois fios que serve de trilho e causa


estabilidade absoluta

Parafuso + Placa:

▪ Passa o parafuso por dentro da placa

RESUMO

2 tipos de consolidação, através de:

▪ Estabilidade relativa Tratamento conservador: tipoia, gesso, tala


▪ Estabilidade Absoluta
Redução incruenta: reduzir na marra sem você abrir
Todo tratamento conservador é relativo:
Redução cruenta: você tem que abrir, tem que ver o
osso

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