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Ortopedia

Avaliação Radiológica do Trauma


FRATURA ▪ Indicação → suspeita de lesões ligamentares,
músculo-tendinosas, estruturas como disco
Fratura Completa → interrupção da continuidade do
vertebral e lesões neurológicas
osso
▪ Muito utilizada para ver EDEMA ÓSSEO (lesão
Incompleta: quando apenas parte das trabéculas pré-fratura) → quando o trauma não é
ósseas estiver completamente dividida enquanto suficiente para causar fratura, mas lesa
outras estiverem intactas
Contusões ósseas: alteração pós traumática de
RADIOGRAFIA medular óssea, resultante de uma combinação de
hemorragia, edema e lesão microtrabecular
INCIDÊNCIAS
Útil nos casos de trauma da coluna, demonstrando a
ATENLÇÃO! No mínimo 2 incidências relação entre os fragmentos ósseos e a medula
Incidências ortogonais → AP e Perfil espinhal

▪ Normalmente, são suficientes CINTILOGRAFIA ÓSSEA


▪ Principalmente para ossos longos Exame de rastreio, que utiliza marcadores radiológicos
Incidência Oblíqua: pelve, cotovelo, mão e pé ▪ Marcadores → gálio, tecnécio
▪ Importante para tirar a sobreposição óssea Rastreio de lesões com hipermetabolismo
Incidências sob estresse: pedir paciente para fazer ▪ Principalmente, lesões neoplásicas
movimento fora da posição anatômica ✓ Câncer de osso mais comum →
▪ Consegue detalhar qual o tipo da fratura metástase
▪ Imporante para roturas ligamentares e ▪ Também pode ser utilizada para investigar
estabilidade articular inflamação, como por exemplo na osteoartrite
✓ Exemplo: fratura transtrocantérica Consegue detectar fraturas ocultas ou muito sutis

Complicações como osteonecrose


TOMOGRAFIA Fraturas Antigas X Fraturas Agudas
Método com radiação, com qualidade muito boa ▪ Antigas → evolui com artrose, calo, com
A TC além de você conseguir observar uma fratura que hipercaptação
as vezes não consegue ver muito bem no Raio-x, AVALIAÇÃO ACEITÁVEL
consegue também quantificar e qualificar a fratura
A avaliação deve incluir:
ATENÇÃO! Para planejamento de pós operatório, a
tomografia é essencial ▪ Local e extensão da fratura
▪ Tipo de fratura → completa e incompleta
Utilizada para Fraturas complexas ▪ Alinhamento dos fragmentos →
▪ Exemplo: pelve, vértebras deslocamento, angulação, rotação,
encurtamento ou afastamento
Capacidade de oferecer imagens tridimencionais ▪ Direção da linha de fratura em relação ao eixo
Reconstruções multiplanares longitudinal do osso
▪ Características especiais → impactação,
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA depressão ou compressão
▪ Anormalidade associadas → luxação, diástases
Importante na avaliação do trauma do osso, cartilagem
▪ Tipos especiais → fratura de estresse e
e partes moles
patológica
▪ Criança → envolvimento da placa de
crescimento

ATENÇÃO! Em fratura de diáfise:

▪ PRECISA ter 2 articulações visíveis →


articulação antes e depois
▪ Na dúvida do diagnóstico → pedir lado
contralateral

LOCALIZAÇÃO E EXTENSÃO DAS FRTURAS


ARQUEAMENTO PLÁSTICO AGUDO
SEMPRE classificar a lesão quanto a localização e
extensão Ocorre como se fosse um empinação do osso

ATENÇÃO! Fraturas que atingem a articulação sempre


são mais GRAVES Só acontece em crianças → osso mais cartilaginoso

▪ Articulação precisa de estabilidade ABSOLUTA Nesses casos, pode não ter fratura no raio x
▪ Principalmente interarticular Precisa colocar imobilização e analgesia por 2 semanas
LEMBRAR: Fratura de metáfise tem maior chance de e depois de retirar a criança remodela
gerar Pseudoartrose, visto que o osso é mais trabecular FRATURA EM APENAS UMA CORTICAL
e possui uma dinâmica celular maior
Exemplo: galho verde em criança
TIPOS DE FRATURA
FORMAÇÃO DE TÓRUS
Classificar em:
▪ “Bico de Cortical”
▪ Completas ▪ Só acontece em CRIANÇAS
▪ Incompletas ▪ Geralmente em região metafisária
✓ Exemplo: galho verde em criança e ▪ Ocorre por pressão no osso, quando uma
paciente em uso de bisfosfonatos criança cai com a mão espalmada
▪ Não tem força suficiente para fazer uma
fratura completa ou criança tem grau de
elasticidade óssea muito grande → não
fratura, amassa o osso
▪ Ao RX, parece tipo um biquinho de cada lado
→ fratura de tórus
▪ Tratamento → imobilização por 3 semanas

COMINUTIVA

▪ Quando ocorre multifragmentação


ALINHAMENTO ▪ Quando ocorre no fêmur, faz redução por
tração. Já quando ocorre na distal, precisa
Desvio
fazer uma hiperdeformação da fratura
Classifica em:
DIREÇÃO DA LINHA DA FRATURA
▪ Desvio Medial
Classificada em:
▪ Desvio Lateral
▪ Transversa
ATENÇÃO! De acordo com o fragmento desviado →
▪ Oblíqua
SEMPRE observa o fragmento DISTAL (mais longe da
cabeça)

Angulação

Classificado em:

▪ Angulação Medial → VALGO


▪ Angulação Lateral → VARO
✓ Dois fragmentos angulando para FORA
da linha média

Exemplo:

▪ Classificação → fratura cominutiva, com


desvio medial e angulação lateral Espiral: começa de um lado e termina no outro ou
▪ Nesse caso, estabilização RELATIVA, visto que começa na frente e termina atrás ou começa lateral e
não tem traço articular termina anterior... → parece escada de caracol

ROTAÇÃO IMPACTAÇÃO

Classificada em: ▪ Extremidades fraturadas estão comprimidas


entre si
▪ Interna
▪ Externa Fratura impactada, com desvio em valgo

ATENÇÃO! Sempre prestar atenção no comprimento DEPRESSÃO


do membro, rotação e angulação
Tipos de fratura de platô
CAVALGAMENTO
▪ Vai fazer um afundamento
Cavalgamento ou posição de baioneta
COMPRESSÃO
▪ Quando ocorre sobreposição dos fragmentos
▪ Quando tem compressão
▪ É mais difícil de rediz em fratura diafisária
▪ Pode ser um afundamento inteiro
distal
▪ Principalmente em coluna
ASSOCIAÇÃO DE FRATURA ▪ Obliteração ou deslocamento das linhas de
gordura:
▪ Mais de um tipo de fratura
✓ Às vezes você observa que além de
TIPOS ESPECIAIS DE FRATURAS inchado vamos ver que a pele está
enrugada de um lado e mais brilhosa,
estirada, do outro lado
✓ A gente pensa logo que tem uma
fratura ali, pensa que o arcabouço
estrutural ósseo está quebrado

▪ Reações periosteal e endosteal:


✓ Pode ser o primeiro sinal radiográfico
de fratura
Fratura de Estresse: ✓ Serve muito para fratura por estresse
✓ Por exemplo, fazemos o raio x ou RM
▪ Geralmente, ocorre em atletas ou por ou TC e não vemos a fratura, mas
sobrecarga no osso vemos que o periósteo (a cobertura do
▪ Paciente tem MUITA dor, mas não tem perda osso) está mais abaulado
funcional tão aparente
▪ Geralmente não é muito visualizada ao raio x ▪ Derrame articular
→ pedir RNM ou TC ✓ Sinal do coxim de gordura
Fratura Patológica: ✓ Útil em fraturas do cotovelo
✓ Veremos um borramento, uma área
▪ Secundário a Lesão Óssea: mais escura
✓ Exemplo: criança de cisto ósseo ✓ Típico de sangramento
simples, que é uma lesão de região
metafisária hiperinsuflativa → lesão ▪ Nível gordura-líquido intracapsular
expande o osso e deixa mais fraco ✓ Na fratura com extensão intra-
✓ Geralmente, criança tem fratura articular há entrada de sangue e
dentro da lesão gordura da medular óssea na
✓ Fratura no osso patológico, ou seja, articulação e produzem interface
doente → fratura dentro da lesão pré- gordura-sangue
existente ✓ Quando tem uma fratura metafisária e
ela se estende para articulação, as
▪ Insuficiência óssea, osteoporose sem estresse: vezes não vemos a fratura no raio x
✓ Osso não suportou o estresse mínimo mas ao colocar a mão vamos ver que
de um dado movimento tem água, por exemplo água no joelho,
✓ Exemplo: paciente que anda pouco, derrame articular
quase não sai de casa e saiu e sentiu
um estalo e caiu ATENÇÃO! Esses sinais não são patognomônicos de
fraturas, são sinais indiretos que indicam que se deve
rastrear e investigar melhor
SINAIS INDIRETOS
SINAIS DIRETOS
Sinais que não estão diretamente no osso, mas estão
ao redor da lesão: ▪ Linha cortical dupla: linha de fratura não
caracterizada, porém o contorno duplo da
▪ Edema de tecidos moles: cortical reflete a impactação
✓ Associação muito frequente ✓ Quando vemos ponta, espícula, indica
✓ Ausência deste sinal praticamente fratura, pois o osso é reto, regular
exclui fratura aguda ✓ Outra característica é quando vemos
uma área sobreposta à outra (de um
mesmo osso)
▪ Deformidade da cortical: Osteonecrose:
✓ Fratura em tórus pode ser o único sinal
▪ Morte celular do tecido ósseo
de fratura de osso tubular em crianças
▪ Pode ocorrer após fratura quando o
suprimento sanguíneo é interrompido
▪ Ângulos metafisários irregulares:
▪ Pode estar relacionado ao uso de corticoides,
✓ Secundário a pequenas fraturas por
tabagismo, uso de hormônios e traumas
avulsão da metáfise, ou seja, temos
repetitivos
espícula, ou denteados naquela região
▪ Tratamento → anticoagulante para aumentar
COMPLICAÇÕES DE FRATURA a perfusão, retira a carga (estímulo) e realiza
descompressão
Osteoporose por desuso: resultado do desuso por dor
▪ Frequência:
e imobilização do membro
✓ Cabeça femoral: fratura do colo fêmur
▪ Forma grave de osteoporose, que pode ocorrer (60 a 75%)
subsequentemente a fratura ✓ Escafoide: fragmento proximal (10 a
▪ Membro fica muito tempo em desuso, logo, o 15%), esclerose óssea
corpo interpreta que não é mais necessário e, ✓ Cabeça umeral:fratura do colo umeral,
assim, começa a pegar o cálcio para ser infrequente
utilizado → absorção óssea causando
Contratura isquêmica de Volkmann:
osteoporose por desuso
▪ Geralmente ocorre após fratura supracondilar
do úmero
Síndrome de distrofia simpática reflexa:
▪ Causada por isquemia muscular seguida de
▪ Ocorre devido a anormalidades neurológicas e fibrose
vasculares ✓ Quando ocorre uma fratura, na
▪ Por algum motivo a parte neurológica é maioria das vezes, o sangue sai e fica
afetada e o nervo para de transmitir os em algum compartimento
impulsos de forma adequada → atinge a ✓ Isso começa a comprimir a estrutura
sensibilidade e a perfusão sanguínea dentro desse compartimento
▪ Paciente vai relatar pós operação o membro ▪ Verificar os 5 Os:
com contratura, perda muscular, sudorese, má 1. Pulso ausente,
perfusão tecidual, gelado 2. “Pain” → dor
▪ Membro doloroso à palpação, edema de 3. Palidez
partes moles, rigidez articular, instabilidade 4. Parestesia
vasomotora e alterações cutâneas 5. Paralisia
▪ Osteoporose segmentar grave com rápida ▪ Contratura em flexão do punho e das
progressão interfalangeanas, com hiperextensão (ou
▪ Tratamento → vitamina C, imobilização por raramente flexão) das metacarpofalangeanas
mais tempo, fisioterapia e drogas ▪ Atrofia dos tecidos moles
neuromoduladora, mas não adianta muito
Distúrbio de crescimento:

▪ Comum nas fraturas Salter-Harris tipo IV e V


Miosite Ossificante Pós-Traumática:
▪ Formação de ponte óssea entre a epífise e a
▪ Massa dolorosa e crescente de tecidos moles metáfise, provocando aprisionamento da placa
no local do trauma de crescimento
▪ Calcificações na massa após 3 a 4 semanas ✓ Quando a fratura pega a fise de
▪ Periferia da massa mostra osso cortical crescimento
definido organizado após 6 a 8 semanas ✓ Quanto maior o acomentimento,
▪ Área radiotransparente no centro e zona densa maior a luxação fisária, logo, maior a
de ossificação periférica chance de ter uma consolidação com
▪ Fina fenda radiotransparente separa a massa fechamento precoce da fise
da cortical óssea adjacente ▪ Discrepância no comprimento dos membros
Artrite pós-traumática:

▪ Fratura com extensão intra-articular


▪ Incongruência das superfícies articulares que
levam a lesões degenerativas precoces
▪ Redução do espaço articular, esclerose
subcondral, osteófitos marginais

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