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Complicações

Não importam as medidas tomadas, os cirurgiões


às vezes falham
Complicações não podem ser evitadas de maneira
absoluta, mas a frequência com que ocorrem
pode ser reduzida

VISÃO GERAL Depois que fizer a avaliação pré-operatória:


Pode ocorrer problemas no transoperatório e no INDICAÇÃO CIRÚRGICA: analisa as seguintes ques-
pós-operatório tões:
 Existe necessidade de realizar cirurgia?
➢ PREVENÇÃO  Se sim, esse é o momento adequado para reali-
➢ TRANSOPERATÓRIO zar a cirurgia?
- Anestesia, tecidos moles, tecidos duros, estru-
turas adjacentes, deslocamentos e hemorragias PLANO DE TRATAMENTO: Se a reposta for sim
➢ PÓS-OPERATÓRIO para as duas perguntas
- Trismo, equimoses e hematomas, alveolite, in-  Eu consigo realizar esse plano cirúrgico sozi-
fecções, injúrias nervosas nho?
Considerar ENCAMINHAMENTO = pode evitar
*Alguns autores dividem as complicações em: complicações
➢ Complicações transoperatórias
➢ Complicações pós-operatórias
ADESÃO AOS PRINCÍPIOS

*Outros dividem em: ➢ Visualização e acesso adequados ao campo


➢ Acidentes (quando as complicações acontecem operatório
durante a cirurgia) ➢ Força controlada
➢ Complicações (quando acontecem depois da ci- ➢ Assepsia
rurgia) ➢ Manejo atraumático
➢ Fazer o toalete cirúrgico e garantir hemostasia
do paciente
PREVENÇÃO ➢ Instruções pós-operatórias importante

É o melhor tratamento ➢ Conhecimento de fatores ou indicadores de


➢ Se a avaliação pré-operatória for adequada e risco cirúrgico
bem feita, os riscos de complicações diminuem ➢ Indicação correta do procedimento cirúrgico
Seguindo corretamente esses princípios, o risco de
 Avaliar possíveis causas de complicações na complicações é diminuído.
anamnese do paciente (uso de medicamento
anticoagulante, doenças – diabetes, que pode
causar hipoglicemia durante a cirurgia)
 Pedir exames radiográficos
COMPLICAÇÕES TRANSOPERATÓRIAS/ do campo – o instrumental escorre e perfura
ACIDENTES (quando perfura, não pode fechar o ferimento,
porque pode ter ficado algum fragmento)
➢ Relacionadas a Anestesia local
• Solução: deixa para cicatrizar em segunda in-
➢ Aspiração/deglutição de algo (dente, instru-
tenção para que, se houver algum fragmento,
mento...)
tenha a possibilidade de sair
1. Lesões aos tecidos moles
2. Lesões aos tecidos duros
3. Lesões a estruturas nobres
4. Hemorragias

 A comunicação com o paciente ajuda a evitar


algumas complicações (avisar quando for anes-
tesiar; avisar pra não fazer movimentos brus-
cos; anamnese) • ABRASÕES = pode acontecer com o uso prolon-
 Conhecer a anatomia e noção de força gado do Minnesota, causando tração na região
e abrasão
• Solução: proteger a região, controle sintomá-
1. LESÕES AOS TECIDOS MOLES tico com analgésico; pode aplicar laser de baixa
frequência
➢ Lacerações
➢ Perfurações
➢ Abrasões (ferida que não atinge profunda-
mente o tecido conjuntivo)
➢ Queimaduras – química ou térmica

EXEMPLOS:

• QUEIMADURAS = acontece, na maioria das


veze, por efeito térmico. A caneta de baixa ro-
tação pode esquentar demais, principalmente
em motores elétricos (motor de implante, em
cirurgias hospitalares). Geralmente ocorre no
lábio, mas pode acontecer na pele ao redor da
• LACERAÇÃO = quando produz um retalho de ta-
boca
manho ou extensão inadequados
• Solução: mesma da abrasão
• Solução: reposiciona e sutura

SOLUÇÃO PARA CADA LESÃO:


➢ Lacerações: reposicionar e suturar
➢ Perfurações: segunda intenção
➢ Abrasões e queimaduras: analgésicos e poma-
das antibióticas – Nebacetin

• PERFURAÇÕES = quando usa instrumentais de


forma inadequada; quando o paciente está sa-
livando demais e não faz o controle da umidade
2. LESÕES AOS TECIDOS DUROS ➢ Se o fragmento for menor que 3mm, pode ser
deixado no local para cicatrizar, sem grandes
➢ Fraturas do processo alveolar
complicações
➢ Fraturas da tuberosidade da maxila
➢ Fazer o balanço:
➢ Fraturas radiculares
- O risco de tentar remover o fragmento ra-
➢ Dano a dente vizinho
dicular é maior do que o risco de deixar o fra-
gmento no lugar?

FRATURAS DO PROCESSO ALVEOLAR: Ex.: em região de molares inferiores, próximo do


canal mandibular, se usar um instrumento rotató-
É comum em extrações múltiplas que remova fra-
rio pode causar um dano ao canal mandibular e ao
gmentos do processo alveolar junto com o dente,
conteúdo do canal
particularmente na região de tuberosidade. Geral-
mente na extração do 3º molar superior incluso,
semi incluso, ou até erupcionado.
DANO A DENTE VIZINHO:

 No caso do segundo dente da imagem, o frag-


mento de osso foi muito grande, o que causou um Caso de concrescência (união de dentes pelo ce-
defeito ósseo que pode ter sido significativo para mento)
o paciente. Além disso, esse fragmento estava as-
➢ Se for extrair um dos dentes: se torna uma ci-
sociado ao tecido mole, se o profissional se deses-
rurgia extremamente dolorida
perar e puxar o dente bruscamente, além do dano
ao tecido duro, irá provocar um dano ao tecido
mole – laceração da gengiva
 Então, se caso haja uma fratura do processo al-
veolar durante a extração, o correto é:
▪ Parar o procedimento;
▪ Descolar o tecido mole do fragmento fraturado
(para não causar laceração);
▪ Analisa a fratura e a possibilidade de separar o ➢ Um caso clínico do professor: paciente com
dente do fragmento; concrescência; pediu a radiografia panorâmica
▪ Se não, retira o dente com o fragmento com para identificar e a tomografia para verificar.
cuidado No lugar da extração, optou por fazer uma co-
ronectomia, causando menos dano ao dente vi-
zinho
FRATURAS RADICULARES:

PARA EVITAR ESSAS LESÕES:


➢ Planejamento cirúrgico adequado
➢ Força controlada
➢ Técnica adequada
➢ Atenção
3. LESÕES A ESTRUTURAS NOBRES LESÕES A ESTRUTURAS NERVOSAS:
➢ Comunicações buco-sinusais ➢ Neuropraxia:
➢ Deslocamentos indesejados de dentes - Quando não há rompimento do nervo, apenas
➢ Lesões a estruturas nervosas compressão ou estiramento
➢ Axonotmese:
- Rompimento das estruturas nervosas inter-
Deslocamento indesejado: nas; bainha nervosa interna permanece ínte-
gra. A parte prejudicada pode se regenerar.
➢ Neurotmese:
- Secção completa do nervo

Radiografia oclusal. Resto radicular dentro do


seio maxilar, devido a uma técnica inadequada na
extração de um molar superior

Dois nervos importantes: alveolar inferior e lingual


Esses nervos podem ser lesados em uma cirurgia
Acesso ao seio maxilar pela face lateral da maxila. mal planejada
E remoção do resto radicular (nem sempre é fácil)

Ter cuidado com instrumentos rotatórios para não


causar uma neurotmese no nervo alveolar inferior,
Com essa complicação, formou uma comunicação ou até uma hemorragia
buco-sinusal. Nesse caso, foi removido o epitélio
com movimento de lixa e gaze aberta e feito um COMO EVITAR:
retalho palatino (segunda foto) Técnica adequada
*As vezes, a técnica adequada exige (em função
das características anatômicas do caso) que o
nervo seja lesado, de uma forma leve – neuropra-
xia

Fragmento radicular removido e pós-operatório


depois de três semanas
4. HEMORRAGIAS Trismo, dor e lesões a nervos: acontecem no tran-
soperatório e se manifestam no pós-operatório
➢ Uso de medicamentos que alterem a coagula-
ção
➢ História médico-odontológica pregressa OSTEÍTE ALVEOLAR/ALVEOLITE
➢ Exames laboratoriais
• Prevalência de 0,5-35% (mais alto em 3º Mol.)
Importantes para prevenção • Não é infecção – É um distúrbio cicatricial:
• Isquemia local idiopática com dano às células
ósseas seguido de fibrinólise exacerbada (o co-
Para controlar a hemorragia, se acontecer:
águlo vai ser desfeito pelo próprio organismo),
▪ Cera pra osso resultando em tecido ósseo exposto = dor local
▪ Cubo de colágeno (hemospon) intensa, irradiada, acompanhada de halitose
• Normalmente inicia em 3 a 5 dias do PO

FATORES DE RISCO:
• Infecção/doença periodontal/pericoronarite
(quase 100% de certeza)
▪ Ácido tranexâmico: medicamento antifibrinolí- • Trauma cirúrgico
tico • Idade – mais chances em idosos
• Uso de contraceptivos orais (incerto)
• Tabagismo (incerto)

MANEJO:
Precisa ter cuidado ao utilizar, porque tem uma • Irrigar com soro fisiológico com clorexidine
posologia complexa; pode trazer problemas maio- 0,12% ou soro fisiológico + PVPI
res • Se possível, não anestesiar o paciente incial-
mente. Porque ao irrigar o paciente já sente alí-
Pode fazer o uso tópico (mais viável): amassa dois vio da dor = mais um indicador de alveolite
compridos e dissolver em 15ml de água filtrada; • Não curetar, mas remover gentilmente debris e
pede para o paciente bochechar ou aplica em uma coágulo fibrinolisado
gaze e pede para morder • Promover sangramento a partir dos tecidos
moles e resuturar
• Controle sintomatológico (analgésico + anti-in-
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS flamatório)
➢ Hemorragias • Reavaliação frequente
➢ Trismo
➢ Dor
Complicações diminuem na medida em que a ex-
➢ Lesões nervosas
periencia aumenta
➢ Hematomas e equimoses
➢ Osteíte alveolar Planejamento pré-operatório suportado por bons
estudos imaginológicos é fundamental (técnica e
terapêutica)
Busque informações sobre fatores de risco
Hemorragias: orientar a morder uma gaze por 20- Atenção é importante, mas não pode virar ce-
30min e depois trocar gueira; atenção ao paciente!!

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