Traumatismo dento -
muita das vezes, indicar o diagnóstico do
alveolar
O traumatismo dento-alveolar possui sua
maior prevalência em crianças, porém,
também pode ser muito corriqueiro em
adultos. Sendo os elementos dentais
superiores anteriores os mais
acometidos.
relato do caso
O primeiro passo a ser dado é avaliar,
cuidadosamente, o caso em questão,
pontuando questões como: onde foi o
acidente? Como foi? e quando foi?
Quando aconteceu o acidente? - O
tempo decorrido do acidente até o
momento da ida do paciente ao
profissional diz muito sobre o prognóstico
do caso. Ou seja, quanto mais tempo
decorrido, mais desfavorável o
prognóstico.
Como aconteceu o acidente? - O modo
como o traumatismo aconteceu, pode,
Larissa M
trauma.
Traumatismos em superfícies mais acolchoadas -
comum o fraturamento da raiz mas não da coroa.
Traumatismo em superfícies mais duras - comum
o fraturamento da coroa mas não da raiz.
Dentes com rizogênese incompleta - Tendem a
avulsionar.
Onde aconteceu o acidente? - O local
do acidente é de extrema importância,
pois, é a partir da resposta do paciente
que será avaliado se há necessidade de
prescrição antibiótica (superfícies
contaminadas) e, também, se há
necessidade do paciente ser vacinado
contra o tétano.
Exame do paciente
1- Exame Físico (Geral)
- Houve algum período de inconsciência?
- Vômitos?
- Sangramentos? - Nariz? ouvido?
- Sonolência?
- Diplopia?
- Cefaléia?
- Dificuldade respiratória?
- Dificuldade de verbalização?
2- Exame físico Extra oral
- Lacerações de tecidos?
- Escoriações?
- Hematomas?
- Contusões?
3- Exame físico Intra oral
- Tecidos moles (lábios, língua, mucosa
jugal, palato e assoalho da boca).
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 - Tecidos duros (mandíbula, maxila, todos
os dentes e suas estruturas de suporte).
Testes realizados
Esse exame é importante pois, se houver
trincas, posteriormente, elas podem se
tornar canais de passagens de bactérias
do fluido bucal.

Os testes são realizados com o intuito de

Exames radiográficos
direcionar o diagnóstico correto e
posteriormente, a conduta a ser tomada,
O exame radiográfico é realizado tanto
sendo assim, os testes são:
em tecido duro, quanto em tecido mole.
Entretanto, para realizar o exame em
Teste de mobilidade dentária:
tecido mole, o tempo de exposição é
- Todos os dentes se movimentam em um
bloco: fratura de alvéolo. diminuído.
- A coroa se movimenta: Fratura de coroa
…
Teste de percussão:
- Esse teste é realizado geralmente com o
auxílio do dedo de preferência.

Teste de palpação:
- O teste de palpação é realizado em todo
fundo do vestíbulo.
fraturas coronárias
Testes de sensibilidade pulpar a
serem realizados
1- Fratura de esmalte
O teste elétrico é inconclusivo nesses
casos, então NÃO é realizado. Com isso,
o diagnóstico de sensibilidade é dado
através do estímulo ao frio (endoice)
ou estímulo ao calor (guta percha
aquecida).

Os testes térmicos no primeiro momento Tratamento:

são realizados como parâmetro somente, - Restaurações;
pois, o que deve ser priorizado é o tecido - Colagem do fragmento.
de suporte do paciente e, somente então,
posteriormente, realizado o tratamento 2- Fratura do esmalte e dentina com
endodôntico, se necessário. exposição pulpar

Exame de transiluminação

Esse exame é realizado com o auxílio do

fotopolimerizador, com o intuito de avaliar
se há presença de trincas no elemento
dental acometido.

Larissa M 2
Nesse caso é necessário realizar uma
avaliação criteriosa em certos fatores,
com o intuito de determinar o tratamento
correto a ser realizado, sendo assim, é
preciso avaliar:
- Idade do paciente (ápice aberto ou fechado?)
- Tamanho da exposição
- Condição da exposição;
- Tempo de exposição;
- Aspecto da polpa;
- Presença de dor espontânea.
Tratamento:
- Capeamento pulpar;
- Pulpotomia;
- Pulpectomia.
O tratamento vai ser de acordo com tais
fatores:
1) Estágio de desenvolvimento do dente;
2) Tempo entre o trauma e o tratamento;
3) Extensão da injúria periodontal;
4) Plano de tratamento restaurador.
3- Fratura corono - radicular
Cemento - Dentina - Polpa
Nesse tipo de fratura o nível de
acometimento vai determinar o
tratamento a ser realizado.
Tratamento:
- Exodontia: Fratura maior do que ⅓ ao
longo eixo do dente;
- Exposição cirúrgica / tracionamento
ortodôntico/ tratamento endodôntico …
Larissa M
fraturas radiculares
A fratura de raiz também envolve o
cemento, a dentina e a polpa. Porém, ela
não é tão frequente.
É necessário avaliar os dois segmentos
radiculares pois, em quase sua totalidade
o segmento apical se encontra vivo e
o segmento coronário pode necrosar
ou não.
A parte apical se mantém viva em quase
100% dos casos pois quando ocorre a
separação dos fragmentos, o segmento
apical mantêm a nutrição através do
forame.
Se o segmento coronário necrosar, o
tratamento endodôntico será realizado
apenas nesse segmento.
PROGNÓSTICO:
- Fratura no ⅓ cervical: prognóstico
desfavorável.
- Fratura no ⅓ apical: prognóstico
favorável.
Tratamento:
- Reposicionamento do segmento;
- Contenção semi rígida de 2 a 4
semanas.
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Antigamente a contenção utilizada era a rígida, ou seja, a linha entre os fragmentos é
entretanto, poderia ocasionar uma anquilose na bem mais distinta.
região e posteriormente uma reabsorção por
substituição.

REPARO: Existem 3 tipos de reparos

radiculares favoráveis e 1 desfavorável,
sendo eles:

OBS.1: Quando temos fratura de raiz é

sempre importante radiografar em 3
posições, sendo elas: orto, mésio e disto.
Tecido calcificado: É visualizado
radiograficamente uma linha visível e um
íntimo contato entre os fragmentos.
Reparo positivo.
Tecido interproximal inflamatório:
Nesse reparo é possível visualizarmos
um aumento da linha de fratura e
desenvolvimento de uma área
radiolúcida.

Reparo positivo.

Tecido conjuntivo interproximal: Entre Reparo negativo.

os fragmentos existe a presença de
tecido conjuntivo.
INJÚRIA AO SEGMENTO
Radiograficamente os fragmentos PERIODONTAL
parecem separados por uma estreita
linha radiotransparente.
As injúrias no segmento periodontal
podem atingir o aparato de inserção e
também ao suprimento sanguíneo do
dente.

Sempre o que será tratado primeiro é o

aparato de inserção, para que,
posteriormente, venha ser intervenido no
Reparo positivo. aparato de suprimento sanguíneo
(polpa).
Tecido conjuntivo e osso
interproximal: Nesse reparo é possível
visualizarmos tecido conjuntivo e osso,

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1- Concussão: Refere-se a quadro Geralmente a coroa vai ser deslocada para um
ocasionado por um trauma de baixa lado e a raiz para o outro.

intensidade.
- Mobilidade dentária;
- Sem mobilidade;
- Deslocamento do dente no alvéolo;
- Ausência de deslocamento dentário;
-Sangramento sulcular;
- Sensibilidade à percussão.
- Dor a percussão - som mais metálico;
- Pode ser observado a presença de
Tratamento: Oclusão ajustada e
fraturas ósseas.
alimentação líquida.
É preciso realizar no mínimo 2
Proservação: Testes térmicos e RX 3
radiografias periapicais.
semanas após.
- Testes periódicos trimestrais -
Tratamento: Reposicionar o dente no
semestrais - anual.
alvéolo + colocação de uma contenção
semi rígida de 7 a 10 dias + tratamento
endodôntico em até 3 semanas (ápice
fechado).

Tempo com a contenção:

2- Subluxação: Essa injúria parece
- Sem fratura: de 7 a 10 dias.
muito com a concussão, porém na
- Com fratura : 4 a 8 semanas.
subluxação existe a presença de um
pequeno sangramento gengival.
O tratamento endodôntico é
- Ligeira mobilidade;
realizado quando o paciente
- Sensibilidade à percussão;
for remover a contenção e,
- Sangramento gengival;
É importante realizar o tratamento com
- Ausência de deslocamento dentário.
trocas de hidróxido de cálcio, pois, com o
hidróxido de cálcio o ph é aumentado,
Tratamento: Oclusão ajustada e
evitando processos de reabsorções
alimentação líquida.
dentárias.
Proservação: Testes térmicos e RX 3
4- Luxação Extrusiva: Nesse caso,
semanas após.
existe um deslocamento extrusivo do
- Testes periódicos trimestrais -
dente no alvéolo, porém, o mesmo não é
semestrais - anual.
deslocado totalmente para fora.
- Aumento do espaço do ligamento
periodontal radiograficamente.

Tratamento: Reposicionar o dente no

3- Luxação lateral: Essa injúria refere-se
ao deslocamento lateral do dente no
alvéolo.
alvéolo + colocação de uma contenção
semi rígida de 7 a 14 dias + tratamento
endodôntico em até 3 semanas (ápice
fechado).

Larissa M 5
OBS.2: Em casos de ápices abertos,
tanto na luxação lateral como na
extrusiva, é realizado o
acompanhamento periódico antes do
tratamento endodôntico para verificar se
houve revascularização.
5- Luxação Intrusiva: Nesse tipo de
injúria o elemento dental entra para o
interior do alvéolo, sendo considerado o
pior tipo de luxação.
- Deslocamento para dentro do osso
alveolar;
- Ausência de dor à palpação e
mobilidade;
- Som alto e metálico à percussão.
Na luxação intrusiva o feixe
vásculo
nervoso é esmagado no
ápice do dente, ou seja, não existem
condições de restabelecimento desses
feixes, gerando necrose do canal em
100% dos casos.
Já na luxação extrusiva, essas tiras são
alongadas, podendo rasgar ou apenas
ficarem esticadas, ou seja, pode não
ocasionar uma necrose do canal.
Nesse caso é necessário realizar 4
radiografias: 1 oclusal + 3 periapicais.
Larissa M
Tratamento:
- Dentes com rizogênese incompleta:
Pode ocorrer a reposição espontânea do
dente.
- Dentes com rizogênese completa:
Reposicionamento do dente na arcada =
tratamento ortodôntico ou extrusão
cirúrgica + contenção semi rígida de 7 a
10 dias + tratamento endodôntico de 1 a
3 semanas após.
Complicações das luxações
➢ Necrose pulpar
Subluxação - 12 a 20%
Luxações laterais e extrusivas - 50%
Luxação intrusiva - quase 100%
➢ Obliteração do canal
radicular (L. extrusiva e
lateral).
➢ Reabsorção radicular
Reabsorção radicular inflamatória
externa
Reabsorção radicular inflamatória
interna
Anquilose + reabsorção por
substituição (L. intrusiva).
6- Avulsão dentária: Nesse caso é
necessário prescrever antibióticos para
TODAS as situações.
O antibiótico ajuda a manter a região livre
de infecções.
Tratamento - Dentes já reimplantados:
- Montagem de contenção semi rígida 7 a
10 dias;
- Radiografia do dente posicionado;
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- Início do tratamento endodôntico - 7 a
10 dias (ápice fechado).
Meios de armazenamento dos
dentes avulsionados
1) Leite;
2) Saliva;
3) Soro fisiológico;
4) Água;
5) HBSS - Viaspan;
6) Save - A Tooth.
A preparação da raiz depende da
maturidade do dente e do tempo de
ressecamento do dente antes de ser
colocado em meio de armazenamento.
O ideal é que o elemento dental fique de
15 a 20 minutos fora do boca, no
máximo. Porém, até 60 minutos com o
dente fora da boca é aceitável também.
Tratamento de dentes não
reimplantados - ápice fechado - menos
de 60 minutos extra oral.
- Irrigação do alvéolo com solução salina;
- Emdogain - substância que pode ajudar
na revascularização do dente.
- Reimplante com leve pressão digital;
- RX 3 incidências;
- Moldagem da contenção semi rígida;
- Tratamento endodôntico - 7 a 10 dias.
Tratamento de dentes não
reimplantados - ápice aberto - menos
de 60 minutos extra oral.
- Irrigação do alvéolo com solução salina;
- Embeber a raiz em doxiciclina ou
recobrir com minociclina (5 minutos) -
ajuda na revascularização;
- Reimplante com leve pressão digital;
- RX 3 incidências;
- Contenção semi rígida 7 a 10 dias;
- Procurar por sinais de revascularização;
Larissa M
- Proservar a cada 3 a 4 semanas.
Tratamento de dentes não
reimplantados - armazenados em meio
seco - ápice fechado - mais de 60
minutos extra oral.
- Raspagem radicular + imersão em
ácido cítrico por 5 minutos (remoção do
ligamento periodontal);
- Embeber em solução fluoretada a 2%
por 5 minutos;
- Realizar o tratamento endodôntico extra
oral ou intra oral.
- Reimplante;
- Radiografia do dente posicionado;
- Contenção semi rígida por 7 a 10 dias.
Tratamento de dentes não
reimplantados - ápice aberto - mais de
60 minutos extra oral.
- Reimplantar para manter o
comprimento e a largura do osso;
- Deve-se fazer o tratamento endodôntico
extra oral;
- Mesmos passos para o dente com
ápice fechado;
- Segunda consulta: Se o tratamento
endodôntico não foi realizado fora da
boca, iniciar os passos de apicificação.
➔ Uso de antibiótico em todos os
casos;
➔ Analgésicos e antiinflamatórios de
acordo com cada caso;
➔ Reforço de higiene oral;
➔ Uso de enxágues com clorexidina;
➔ Reforço contra tétano (48H).
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