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Deiscência e Evisceração

Vanessa Abreu da Silva


Estomaterapeuta
Mestre em Enfermagem
Doutoranda Programa de Pós-graduação Enfermagem FCM-Unicamp
Enfermeira UTI-Adultos HC-Unicamp
Ferida cirúrgica

Lesão aguda

Evolução rápida

Cicatrização por
primeira intenção

(Bounovas et al., 2008 )


Ferida cirúrgica
Contaminação
bacteriana insignificante

Perda tissular mínima

Curto tempo para


reparação tecidual

(Borges, 2008 )
Ferida cirúrgica

• Pele preparada anti-


sépticos
Menor
potencial de
complicações • Ferida – provocada sob
condições estéreis

(Irion, 2008 )
Deiscência

Séria complicação pós-


operatória

morbidade e
mortalidade
10 a 25%

(Waqar et al., 2005; Spiliotos et al., 2009).


Deiscência
“Rompimento ou
abertura das
margens da
ferida”

Evisceração
(BRANDÃO et al., 2009; DEALEY, 2008).
Evisceração

Intervenção imediata

Ruptura de • Com extrusão ou


todas as exposição de
camadas da vísceras
abdominais
sutura
Epidemiologia

• Incidência 1 – 3%
• 12 % cirurgias de urgência
• 4 % cirurgias eletivas
(Waqar et al., 2005)

• Torno do 5o ao 7o dia de PO
(Eke e Jebbin, 2006).
Deiscência

Aumentar os custos do
tratamento
tempo de
hospitalização

Medicamentos

cuidados tópicos
específicos

(Waqar et al., 2005; Spiliotos et al., 2009).


Deiscência

Falha na cicatrização da
ferida cirúrgica

Pode ser afetada por


múltiplos fatores

Locais
Sistêmicos

(Reaves et al., 2009)


Fatores de risco
Fatores sistêmicos:

• Idade avançada
• corticóides
• anemia
• tabagismo
• Hipoalbuminemia
• infecção
• desnutrição
• sexo masculino
• Obesidade
• hipotermia
• Neoplasias
• oxigenação tissular
• Uremia

(Reaves et al., 2009; Spiliotos et al., 2009; Dealey, 2008; Zeitani et al., 2007)
Fatores de risco
Fatores Locais

• fechamento inadequado da parede abdominal


• hematomas
• técnica cirúrgica
• infecção
• aumento da pressão intra-abdominal
• Drenos na incisão
• Fístulas
• Reintervenção cirúrgica

BORILE, et.al. Diagnóstico epidemiológico de evisceração em cirurgia geral. Rev. Col. Bras. Cir. Vol. 30 - Nº 5: 388-391, Set. / Out. 2003
WHITNEY, J.D. Acute Surgical and Traumatic Wounds. IN: BRYANT, R.A.; NIX, D.P. Acute and Chronic wounds. Thurd edition. Mosby-
Elsevier, 2007
Causas

• Necrose das bordas da ferida

• comprometimento vascular

• infecção

• fragilidade da pele
Causas
• Episódios distensão abdominal

• aumento súbito da pressão abdominal

• ruptura da pele.
Classificação

Precoce Tardia

Processo
Técnica infeccioso
Operatória
Local
Classificação

Parcial Total

todas as
camadas da pele camadas de
ou parte das sutura
camadas de
sutura

comprometer a
função anatômica
e fisiológica do
tecido lesado

(Borges, 2008).
Isquemia
Sinais Bordas
Exsudato
flogísticos

Achados
Clínicos Descolamento
de tecidos
Afastamento
Bordas

Exposição Exposição
Estruturas tecido
anatômicas desvitalizado
Diagnóstico diferencial

• Fístulas

• Feridas abertas intencionalmente

• Peritoniostomia
Conduta terapêutica
Avaliação
multiprofissional

extensão e profundidade
da deiscência

exposição de estruturas

quadro clínico do
paciente
Conduta terapêutica
Abordagem Abordagem
cirúrgica conservadora

limpeza e remoção de
Preparo leito
tecido desvitalizado

Cicatrização
aproximação das bordas
segunda intenção

ressutura da parede
Abordagem Conservadora

• Avaliação da ferida

• Limpeza

• Desbridamento

• Escolha da cobertura tópica apropriada


•manutenção do meio úmido
•Desbridamento
•preenchimento de espaço morto
• prevenção e controle de infecção.
Avaliação da Deiscência
História

Localização Dor

Fístula
Tamanho Achados
Clínicos

Espaço
Exposição morto
Estruturas
anatômicas

Borda e
pele ao
Tecido Exsudato Infecção redor

Dealey, 2002; Sibbaldi, et.al., 2007


Avaliação da Deiscência
História Fatores que
comprometem
a cicatrização

Tempo ferida Avaliação


Produtos Global
utilizados paciente

Finalidade
terapêutica

-Cura
-Paliativo
Sue Rolstad e Ovington, 2007
Avaliação da Deiscência
Localização

-Cura
-Paliativo
Sue Rolstad e Ovington, 2007
Avaliação da Deiscência
Localização

-Cura
-Paliativo
Avaliação da Deiscência

Tamanho

• Cefalo-caudal
• Latero-lateral

-Cura
-Paliativo
Avaliação da Deiscência
Profundidade

-Cura
-Paliativo
Avaliação da Deiscência
Exposição Estruturas Anatômicas

-Cura
-Paliativo
Sue Rolstad e Ovington, 2007
Avaliação da Deiscência
Tecido Cor
Necrose/escara Preta

Esfacelo Amarelo/cinza

Granulação Vermelho

Epitelização Rosa

Nix, 2007
Avaliação da Deiscência

-Cura
-Paliativo
Avaliação da Deiscência
Exsudato
• Quantidade

• Odor

• Coloração
• Seroso
• Sero-sanguinolento
• Sanguinolento
-Cura
• Purulento
-Paliativo
Avaliação da Deiscência
Infecção

-Cura
-Paliativo
Avaliação da Deiscência
Borda e pele ao redor
Íntegra Descolada

Isquêmica Sinais Flogísticos


Avaliação da Deiscência
Borda e pele ao redor
Macerada Ressecada
Avaliação da Deiscência
Espaço morto

7 cm
4 cm

Deiscência de ferida operatória


região abdominal, 2,0x1,0 cm,
1,5cm de profundidade, com
descolamento de tecido de 6-12h
Avaliação da Deiscência
Fístula

-Cura
-Paliativo
Limpeza
 Otimiza a cicatrização e reduz potencial para infecção;
 Tecido desvitalizado
 Exsudato
 Restos metabólicos
 Corpos estranhos
 Bactérias

Atenção !!!
Espaço morto
Yamada, 2003
Limpeza
 Solução fisiológica

 Solução de papaína

 Biguanida

Yamada, 2003
Terapia Tópica

Escolha Terapia Tópica Adequada

• Desbridamento
• Manutenção do meio úmido
• Preenchimento de espaço morto
• Prevenção e controle de infecção

•manutenção do meio úmido


•Desbridamento
•preenchimento de espaço morto
• prevenção e controle de infecção.
Conduta terapêutica
Pequena quantidade de exsudato
• preenchimento gaze estéril
• SF, AGE, hidrogel com alginato ou papaína gel 3% ou 10%

Média ou grande quantidade de exsudato

• utilização de coberturas absorventes


• Alginato de cálcio
• Hidrofibra
• Cobertura com prata
• Carvão ativado
• Espumas
Tecnologias
• Coberturas

• Pressão Negativa

• Oxigenioterapia hiperbárica

• Laser

• Ultrasson
Evisceração
• Repouso no leito

• Oclusão das vísceras com compressas estéreis,


umidecidas com SF morno

• Monitorização intensiva dos sinais vitais

• Encaminhamento do paciente ao CC
• Sutura
• Peritoniostomia
Prevenção
Cirúrgicas eletivas

• Otimização das condições clínicas do paciente


• redução do risco de deiscência

• parar de fumar
• Nutrição adequada
• evitar o uso de corticóides
• controle de morbidades
• diabetes, doenças cardiovasculares e anemia

(Spiliotos et al., 2009).


Prevenção
Durante a cirurgia

• Incisões menores e transversais

• Técnicas laparoscópicas

• Medidas preventivas
• Infecção

• Hipóxia
(Spiliotos et al., 2009).
Prevenção
Pós- operatório

• Nutrição precoce

• Cuidados tópicos - prevenção da infecção

• Identificação precoce da infecção

(Spiliotos et al., 2009).


Obrigada

vanisabreu@hotmail.com

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