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Princípios Básicos

para Cirurgia
Periodontal

Bernardo de Carvalho Dutra


Fases do Tratamento Periodontal
I II
Fase associada à
Exame
placa

Av. cooperação do III


paciente e resposta
tecidual
IV
Tratamento Cirúrgico

Terapia Periodontal
V
de Suporte
DENTE PROFUNDIDADE DE SONDAGEM PERDA DE INSERÇÃO SANGRAMENTO À SONDAGEM FURCAS MOBILIDADE
(1,2,3) (1,2,3)

D V M L D V M L D V M L

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Tratamento Periodontal
Parâmetros Clínicos de Sucesso

Eliminação ou redução dos sinais


Estabilidade dos níveis de inserção
clínicos de inflamação

SAÚDE PERIODONTAL

Controle do biofilme dental


Controle do processo inflamatório compatível com saúde periodontal
Tratamento Periodontal
Reavaliação

Profundidade de Sondagem Necessidade de


procedimento cirúrgico
Sangramento Gengival

Mobilidade
PERSISTÊNCIA
DOS
ACHADOS
Secreção Purulenta

Lesão de Furca

Nível de inserção clínica


Tratamento Periodontal
Reavaliação
Tratamento Cirúrgico X Tratamento não Cirúrgico

➢ TNC pode apresentar resultados similares a diferentes técnicas de TC no médio e


longo prazo.

➢ TC resulta em maior redução da PS e maior PI.

➢ Independente da técnica cirúrgica é comum ocorrer recidiva na PS em um sítio


tratado.

(Cobb 1996; Noyan et al 1997; Van der weijden & Timmerman, 2002; Eberhard et al., 2008)
Tratamento Periodontal Cirúrgico

Por que e
quando operar?
Objetivos da Cirurgia Periodontal

▪ Acesso para RAR

▪ Controle do biofilme

▪ Estabelecer morfologia dentogengival adequada

▪ Preparação pré-protética

▪ Deslocamento da margem gengival para uma posição


apical em restaurações retentivas de placa

▪ Facilitar a terapia restauradora corretiva

▪ Estética
Métodos de Eliminação da Bolsa

Podem ser classificados em três tópicos

Remoção da
Técnicas de nova Remoção da
parede dentária
inserção parede da bolsa
bolsa
Métodos de Eliminação da Bolsa

Técnica de Nova inserção

Eliminam a bolsa pela regeneração da união dentogengival a uma posição


coronária ao fundo da bolsa preexistente
Métodos de Eliminação da Bolsa

Técnica de Nova inserção


Métodos de Eliminação da Bolsa

Remoção da parede da bolsa

Retração ou Remoção Deslocamento


encolhimento cirúrgica Apical
Métodos de Eliminação da Bolsa

Remoção da parede da bolsa

Retração ou Remoção Deslocamento


encolhimento cirúrgica Apical
Métodos de Eliminação da Bolsa

Remoção da parede dentária da bolsa

Conseguida pela extração do dente ou por uma extração parcial do dente


(hemissecção ou ressecção radicular)
Métodos de Eliminação da Bolsa

Rizectomia

Remoção da raíz devido à lesão de


furca. Normalmente realizada em
molares superiores.

Ressecção Dentária

Eliminação da raiz em pior condição


periodontal. Normalmente realizada
em molares inferiores.
Princípios Gerais da Cirurgia Periodontal

Diagnóstico Planejamento

Cirurgia Periodontal

Saúde Medicação
Aspectos importantes para o êxito do processo cirúrgico

- Manipulação do tecido de maneira delicada;

- Incisões firmes e precisas;

- Uso de técnicas de suturas atraumáticas

- Promoção de uma cicatrização estável da ferida;

Carranza, 2016
Manobras cirúrgicas fundamentais

1. Diérese

2. Exérese

3. Síntese

4. Hemostasia
Manobras cirúrgicas fundamentais

Diérese

“Método utilizado pelo cirurgião para penetrar através dos


tecidos e atingir a área anatômica de interesse cirúrgico”
Manobras cirúrgicas fundamentais

Diérese

Tipos

1. Incisão

2. Divulsão
Manobras cirúrgicas fundamentais

Exérese

“Manobra pela qual retira-se a porção ou o todo de um órgão”


Manobras cirúrgicas fundamentais

Exérese

Tipos

1. Osteotomia

2. Avulsão

3. Curetagem
Manobras cirúrgicas fundamentais

Síntese

“Manobra que visa manter reposicionadas as estruturas anatômicas que foram rompidas
ou interrompidas durante o ato cirúrgico”
Manobras cirúrgicas fundamentais

Síntese
Manobras cirúrgicas fundamentais

Hemostasia

“Manobra que visa a interrupção da perda de sangue”


Manobras cirúrgicas fundamentais

Hemostasia

1. Compressão com gaze


2. Ceras
3. Esponja de fibrina
4. Cauterização
Princípios Gerais da Cirurgia Periodontal

A saúde do paciente
será um fator
fundamental para a
realização e o tipo de
procedimento que
deverá ser feito.
Risco Cirúrgico

QUANDO

POR QUE

COMO
Contra - Indicações

Temporais / Relativas Absolutas

▪ Cooperação ineficiente do paciente Agranulocitose (↓defesa)


▪ Doenças cardiovasculares
▪ Discrasias sangüíneas
▪ Distúrbios Hormonais
▪ Distúrbios neurológicos
Medicação

Pré - Operatória

Pós - Operatória
Medicação

Pré - Operatória ➢ Indicado nos procedimentos de enxerto ósseo e RTG.


➢ Uso profilático em indivíduos com risco endocardite.
➢ Antiinflamatórios não esteróides
➢ Bochecho com gluconato de clorexidina a 0,12%

MALEY, 1996; MURPHY & DeMARCO,1999


Medicação

Pós - Operatória ➢ Depende do procedimento realizado


➢ Antiinflamatórios, antibióticos e analgésicos
➢ Bochecho com gluconato de clorexidina a 0,12%
Anestesia

A anestesia irá depender do procedimento e do local que receberá o tratamento


Lâminas de bisturi

11

12

15

15c

Micro
Incisões

➢ O planejamento da incisão deve considerar principalmente a


anatomia e o objetivo cirúrgico, o desenho do retalho e seu
manejo atraumático.

➢ Incisões limpas e definidas ditarão uma melhor cicatrização


e menos desconforto ao paciente
Incisões

Retilínias Envelope Em arco Trapezoidal


Incisões

Bizel Externo Intrasulcular

Bizel Interno Incisão relaxante


Incisões

Bizel Externo

➢ Incisão contida na gengiva e direcionada para a coroa do dente, cujo objetivo é a eliminação de
bolsas, a melhoria do contorno gengival e o acesso às raízes.

➢ Utilizado em conjunto com as cirurgias a retalho, quando é necessário afinar o tecido externamente,
e deve ser realizada antes de rebater o retalho.

➢Esta incisão é altamente indicada na realização das cirurgias de gengivectomia

Cimões et al., 2014


Incisões

Bizel Externo

➢ A incisão é contida na gengiva e direcionada para a coroa


do dente.

➢ Na incisão em bisel externo, a angulação em 45º é dada em


relação à raiz

Cimões et al., 2014


Incisões

Bizel Interno

➢ Objetivo de remover o epitélio da bolsa para proporcionar o contato direto do osso a um tecido
conjuntivo saudável.

➢remove o revestimento da bolsa, conserva a superfície externa não envolvida da gengiva e produz
uma margem gengival delgada e fina para a adaptação osso-dente.

➢ Posiciona-se a lâmina paralela ao longo eixo do dente, direcionada apicalmente para a crista
alveolar, colocada na crista da margem ou recuada 0,5 a 2mm.

➢O contorno é ditado pela anatomia do dente e pela forma radicular

Cimões et al., 2014


Incisões

Bizel Interno

➢ Posiciona-se a lâmina paralela ao longo eixo do dente, direcionada apicalmente para a crista
alveolar, colocada na crista da margem ou recuada 0,5 a 2mm.

➢O contorno é ditado pela anatomia do dente e pela forma radicular

Cimões et al., 2014


Incisões

Intrasulcular

➢ Realizada quando se deseja preservar todo o tecido queratinizado existente.

➢Insere-se a lâmina do bisturi no sulco gengival, paralela ao longo eixo do dente, em direção à crista
alveolar.

➢ Esta técnica requer a inclusão da maior quantidade possível de papila no retalho.

Cimões et al., 2014


Incisões

Incisão Relaxante

➢Permitem um posicionamento apical e coronário dos retalhos.

➢Realizam-se incisões com o bisturi posicionado perpendicularmente, podendo ou não incluir a


papila no retalho

Cimões et al., 2014


Descoladores / Afastadores

Sindesmótomo

Molt

Espátula 7

Tunelizador
Espessura dos retalhos

Espessura Parcial

Inclui somente o epitélio e uma camada


de conjuntivo
Osso fica recoberto por conjuntivo e
periósteo

INDICAÇÕES:

Cirurgias mucogengivais
Retalhos reposicionados
Espessura dos retalhos

Espessura Total

Todo o tecido mole, incluindo o periósteo,


é deslocado para expor o osso.

INDICAÇÕES:

Aumento de coroa
Exodontia
Bolsas infraósseas
Enxerto ósseo
Curetas

Quando utilizar

Quais utilizar
Fios de sutura

Nylon 3.0

Seda 4.0

Polipropileno 5.0

Reabsorvível 6.0
Fios de sutura

Agulha Fio
Fios de sutura

Agulha

Tamanho

Lee, H. et al., 2003


Fios de sutura

Agulha

Corte Invertido

Tipos Corte Convencional

Corte Cônico/cilíndrico
Fios de sutura

Agulha ➢ Ponta muito afiada.


➢ Forma mais atraumática
➢ Muito utilizado na periodontia

Corte Cônico

Lee, H. et al., 2003


Fios de sutura

Agulha ➢ Mais utilizado na odontologia

➢ Dificulta dilaceração

Corte Convencional

Lee, H. et al., 2003


Fios de sutura

Qualidades do fio ideal

✓ Grande resistência à tração e à torção


✓ Calibre fino e regular

✓ Mole, flexível e pouco elástico

✓ Ausência de reação tecidual

✓ Fácil esterilização

✓ Menor acúmulo de biofilme

✓ Custo baixo
Fios de sutura
Fios de sutura
Pinças de sutura
Suturas
Suturas

Tipos de suturas
Simples Interrompida
Suturas

Tipos de suturas
Colchoeiro horizontal
Suturas

Tipos de suturas
Colchoeiro vertical
Suturas

Tipos de suturas

Cruzada ou em forma de “X”


Suturas

Tipos de suturas

Simples contínua
Suturas

Tipos de suturas
Festonada (Reverdin)
Suturas
Afastadores

Minnesota Branemark Farabeuf Hohmann


Recomendações pós-operatórias

Instruções impressas devem ser lidas e se possível entregues para os pacientes


Remoção da sutura

Instrumentos

Tempo

Cuidados
Remoção do cimento cirúrgico

Instrumentos

Tempo

Cuidados
Remoção do cimento cirúrgico

Indicações

▪ Proteção: - auxilia cicatrização


- minimiza a dor pelo contato
- mastigação melhorada

▪ Pode promover alguma contenção em dentes


com mobilidade

▪ Controla o sangramento pós-operatório


Remoção do cimento cirúrgico

▪ Wondr-Pak Ward – 1923


Com Eugenol ▪Pasta Lysanda
(Alergia) ▪Horus

▪ Coe-Pak - OxZn + Goma + óleos + Loroditol


+ resina + bacteriostático
Sem Eugenol
▪Peridress (OxZn + álcool glicol)

▪Periobond
Remoção do cimento cirúrgico

▪Gengivectomia Camada friável de epitélio

▪ Cirurgia retalho mucosa coberta por camada amarelo-acinzentada ou esbranquiçada


▪ Presença de cálculo dental
▪ Sondagem após no mínimo 8 semanas
▪ Mobilidade dentária
▪ Hipersensibilidade radicular

Comum na prática periodontal


Mais frequente na porção cervical
Importância do controle do biofilme dental
Aplicação de agentes dessensibilizantes
Controle pós- operatório
OBRIGADO
Princípios de Sutura em Odontologia – Silverstein, Lee H. 1ª ed. 2003.
Atlas de Cirurgia Periodontal Reconstrutiva e Cosmética - Edward S. Cohen. 3ª ed.
2008.
COHEN, ES. Atlas de Cirurgia Periodontal Reconstrutiva e Cosmética. 3. ed. São Paulo:
Santos, 2008. OPPERMAN, RV; RÖSING, CK. Periodontia: Ciência e Clínica. 1. ed. São
Paulo: Artes Médicas, 2001.

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