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Era para ser só uma simples viagem de carro, mas o destino tem suas
artimanhas. Agora, a irmã curiosa e o amigo que sabia bem que não se
deve dormir com a irmã do melhor amigo precisam enfrentar as
consequências dos seus atos.
Classificação etária: 18+
(Aviso de conteúdo: Assédio, sequestro, aborto, tentativa de estupro,
abuso sexual e perseguição).
Autor Original: Delly Writes
Livro sem Revisão
E-book Produzido por: Galatea Livros e SBD
https://t.me/GalateaLivros
— Eu vou querer uma vodca com gelo, — eu disse, meu olhar vagando
pelo corpo voluptuoso parado ao lado do meu assento. Nunca perdi a
oportunidade de cobiçar um conjunto de peitos grandes.
Sorri enquanto a aeromoça misturava minha bebida em seu carrinho,
dando uma piscadela sugestiva ao entregá-la. — Obrigado, querida.
Ela revirou os olhos antes de continuar pelo corredor. Tomei um gole
da minha bebida e ri para mim mesmo.
Bem, ok.
Ela provavelmente está perto dos quarenta, mas é gostosa. Uma gostosa é
uma gostosa, independentemente da idade.
E eu flertava descaradamente com qualquer mulher que considerasse
comível.
Quais eram as chances de encontrar uma mulher solteira com menos
de cinquenta anos em um parque de trailers?
Chances baixas pra caralho.
Como diabos eu passaria seis semanas sem sexo?
Eu tinha a intenção de me afundar dentro de Emily todas as noites.
Aquela ruiva era toda feita de peitos e bundas. E agora ela foi substituída
pela estranha irmãzinha de Craig.
Porra.
A namorada chorona e chata de Craig já era ruim o suficiente. Ela não
pertencia ao deserto canadense.
Ah, bem. Você faz o que tem que fazer. Os dez mil vinham a calhar,
sem falar na melhora no meu currículo. E eu estava ansioso para viajar
com meu melhor amigo e fazer algumas coisas legais.
Eu engoli o resto da minha vodca, o álcool deixando uma queimação
agradável na minha garganta enquanto eu olhava pela janela.
O avião sobrevoou o deserto de Nevada, indo para o norte, para o
Canadá. Eu nunca estive fora dos Estados Unidos. Esperava que o
Canadá não fosse muito frio.
Eu não era um daqueles americanos tolos que acreditavam que o
Canadá era coberto de neve e gelo, com todos morando em iglus. Mas
ainda assim. Era o Canadá.
Quando aterrissasse em Vancouver, meus companheiros de viagem
estariam esperando por mim. Eles haviam voado da Costa Leste na noite
anterior e se hospedado em um hotel.
Então pegaríamos nosso carro alugado para dirigir até Honeymoon
Bay, onde alguém da empresa nos encontraria com o trailer.
*
Peguei minha mala da esteira e me dirigi para a saída onde Craig disse
que estava esperando. Eu mandei uma mensagem para ele assim que
pousei.
— Porra de velhos e mulheres estúpidas com carrinhos de bebê.
Nenhuma dessas pessoas pertence ao aeroporto, — eu murmurei
baixinho enquanto ziguezagueava pela multidão de pessoas.
Quando passei pelas portas de vidro deslizantes, uma lufada de ar
quente deu minha primeira aula sobre os verões canadenses. Eles não
eram diferentes dos nossos.
Avistei o Chevy Tahoe vermelho parado no meio-fio e fui em direção a
ele, puxando minha mala atrás de mim.
— Aqui, Abe, — Craig gritou, aparecendo do lado do motorista do
veículo. Ele abriu o porta-malas quando me aproximei.
— Caramba... — A parte de trás do SUV estava carregada de bagagem.
— Você tem algum espaço sobrando?
— Sim, — disse ele, rindo enquanto reorganizava as malas e liberava
um lugar para a minha. — Julie não viaja com pouca bagagem.
— Ela está ciente de que vai acampar, certo? De que não vai a festas e
bailes de caridade todas as noites?
— Eu ouvi isso! — ela gritou do banco da frente, sua voz chorosa
perfurando meus tímpanos.
Porra. Serão longas seis semanas.
— Julie não pode sentar-se atrás, — disse Craig, batendo a porta com
força. — Ela fica enjoada. Então, você tem que dirigir ou sentar no banco
de trás com Cheyenne.
— Eu tomei alguns drinques fortes no avião, então é melhor você
dirigir.
— Sem problemas.
Assim que subi no banco de trás, eu percebi que tomaria muitos
banhos frios no futuro próximo. A irmã mais nova de Craig não era como
eu me lembrava.
Nem um pouco.
Cheyenne Carson estava crescida. E ela era gostosa. Gostosa pra caralho.
E totalmente fora dos limites.
— Oi, Abraham, — ela disse, sua voz suave e macia como manteiga
derretida em uma panela quente.
— Uau. Há quanto tempo não nos vemos? — Lambi meus lábios
enquanto meus olhos observavam seu lindo rosto.
Cabelo loiro comprido, olhos azuis intensos, lábios rosados e
atraentes. Meu olhar viajou por seu corpo longo e ágil, parando
brevemente em seu peito.
Seios rechonchudos e redondos preenchiam sua blusa rosa com
decote apenas o suficiente para me dar um vislumbre da carne macia e
cremosa por baixo.
E suas pernas.
Puta merda.
Bronzeadas, musculosas e longas por quilômetros. Eu me perguntei o
quão alta ela era. Era difícil dizer quando ela estava sentada.
— Sete anos, — ela respondeu com um sorriso tímido quando me
pegou olhando para ela.
— Você cresceu, — eu disse, levantando meu queixo do chão. E muito.
Em todos os lugares certos. — Então, o que você está fazendo
atualmente?
Seu rosto caiu. — Estou meio que entre coisas, agora. Acabei de
terminar a escola de culinária e espero encontrar um emprego como chef
confeiteira.
Uma conversa com Craig se infiltrou em meu cérebro. Cheyenne
tinha acabado de sair de um relacionamento de dois anos. O cara a tinha
pedido em casamento. Em vez de aceitar, ela largou o cara.
Não prestei muita atenção na hora porque não tinha ideia de que
Cheyenne Carson era gostosa e comível.
Eu tinha certeza que meu melhor amigo não aprovaria que eu metesse
em sua irmã mais nova, mas porra. Seria quase impossível me conter com
aquele pequeno mel sexy sob o mesmo teto por seis semanas.
— Quais são seus planos agora que terminou a faculdade? — Ela
olhou para mim, um sorriso conhecedor deslizando por aqueles lábios
sensuais.
Oh. cara. Ela sabia que eu estava babando por ela. E ela estava
gostando da atenção.
— Aceitei um cargo em uma empresa de publicidade na cidade de
Nova York. Começarei uma semana depois de voltarmos.
— Uau. Parabéns. Você deve estar muito animado.
Dei de ombros. — Acho que sim.
Ela riu suavemente antes de se virar para olhar pela janela.
— Qual é a distância até Honeymoon Bay? — Eu perguntei,
inclinando-me para frente entre os assentos.
— Três horas e meia, — Craig respondeu. — Pode ser mais longe,
dependendo da balsa.
— Balsa? — Julie perguntou.
— Sim, — Craig disse com uma risada rápida. — Temos que ir para a
Ilha de Vancouver de alguma forma.
— Eu não sabia disso. Eu não posso andar em barcos. Eu passo mal. —
Ela olhou para Craig. — Por que você não me contou?
— Você tem uma cópia do itinerário. — Ele balançou a cabeça,
concentrando-se no tráfego pesado enquanto saíamos do aeroporto. — E
um barco enorme. Tenho certeza que você vai ficar bem.
Eu me inclinei no meu assento. Cheyenne olhou para mim, revirando
os olhos ao mesmo tempo que eu revirei os meus. Uma risadinha suave
irrompeu de sua garganta.
Eu ri. Muito. Tanto que me dobrei, segurando minha barriga.
Ela jogou a cabeça para trás com um rugido que parecia vir de um
leão, não de uma menina pequena. Na verdade, uma mulher pequena.
Cheyenne era definitivamente uma mulher. — O que há de tão engraçado
aí? — Julie perguntou, virando-se em sua cadeira para nos olhar com seus
olhos verdes redondos.
As lágrimas escorreram pelo rosto de Cheyenne enquanto ela
continuava a rir incontrolavelmente. Eu nem tinha certeza do que
estávamos rindo. Definitivamente Julie.
E eu acho que do fato de termos revirado os olhos ao mesmo tempo.
Então Cheyenne teve soluços. Soluços altos que a fizeram soar como o
latido de uma foca.
— Tome uma bebida, Cheyenne, — disse Craig.
— Aqui. — Entreguei a ela minha garrafa de água. Ela aceitou,
engolindo um grande gole.
— Obrigada, — disse ela, devolvendo a garrafa para mim.
— Sem problemas.
Tomei um gole da garrafa sem tirar os olhos dela. Tinha gosto de
ChapStick de morango. Corri minha língua ao redor da borda da garrafa,
recolhendo cada último gosto dela antes de estalar os lábios.
Então eu pisquei para ela.
Seus olhos se arregalaram, seu rosto se tomando um tom profundo de
escarlate. Ela se virou para olhar pela janela novamente, um pequeno
sorriso brincando em seus lábios.
Capítulo 2
CHEYENNE
— Você não pode ficar sentada no carro por duas horas, — Craig disse,
segurando a porta do passageiro do Tahoe.
— Eu te disse, eu tenho medo de barcos. Se eu ficar no carro, posso
fingir que não estou em um. — Julie cruzou os braços e olhou para a
frente pelo para-brisa.
— Jules, isso é ridículo. A melhor maneira de superar o medo é
enfrentá-lo. Vamos lá. — Ele puxou seu braço.
— Craig! Pare!
— Escute, Craig, — Abe disse. — Você se importa se Cheyenne e eu
formos encontrar comida enquanto vocês decidem isso?
— Não. Vá em frente. Eu alcanço vocês. — Craig olhou para Julie com
um suspiro de frustração.
— Vamos, garotinha, — Abe disse com um sorriso sexy.
— Eu não sou uma garotinha, — eu retruquei enquanto
caminhávamos para as escadas.
— Estou bem ciente, Cheyenne. Bem ciente.
Estremeci de entusiasmo com sua última declaração. Abe estava
flertando abertamente comigo desde o minuto que ele entrou no carro
de volta ao aeroporto.
Ainda bem que Craig estava preocupado com sua namorada chata.
Meu irmão era muito super protetor.
Quando chegamos ao fim da escada, Abe gesticulou para que eu fosse
em frente. E eu sabia, sem dúvida, ele estava olhando minha bunda
enquanto seguia atrás de mim.
— Eu acho que a comida é por aqui, — ele riu, apontando para uma
enorme placa de bufê. — Estou morrendo de fome. Espero que seja boa.
Enchemos nossos pratos e encontramos uma mesa para quatro perto
da janela.
— Acho que você está com fome, — eu ri. O prato de Abe estava cheio
de comida. — Você sabe que pode voltar e se servir novamente, né? Você
não tem que pegar toda a sua comida de uma vez.
— Obrigado. Já estive em um bufê antes, querida. Eu sei como
funciona. — Ele me lançou um sorriso rápido antes de começar a comer,
colocando uma colherada cheia de purê de batata na boca.
Querida. Abraham McLean me dirigiu um termo carinhoso. Eu estava
almoçando com Abe. O cara com quem tenho fantasiado desde os quinze
anos.
E ele estava flertando comigo. Sobre o que era tudo isso? Ele nunca
prestou atenção em mim quando trabalhou em nossa fazenda.
Claro, eu era uma moleca de quinze anos, de peito achatado. Isso pode
ter algo a ver com sua falta de interesse.
A última coisa que eu precisava era de uma aventura com um pegador.
Tinha que ficar longe dos homens e me concentrar na minha carreira.
Quando eu estivesse pronta para outro relacionamento sério, não
seria com alguém como Abe. Craig havia dito que Abe nunca se
acomodaria. Ele gostava de ter uma mulher diferente em sua cama todas
as noites.
— Julie é uma chata doida, — disse ele, limpando a boca com um
guardanapo. — Nunca deveríamos tê-la deixado em nosso grupo quando
decidimos entrar na competição.
— Então, por que você fez isso?
— Porque seu irmão está cego pelo amor. Ela dá ordens a ele, e ele a
deixa. E repugnante assistir.
— Não vai durar. Craig não tem paciência. Eu prevejo que eles vão se
separar antes do final desta viagem.
— Temos muita merda ao ar livre planejada.
Não consigo imaginá-la fazendo nada disso. — Ele balançou a cabeça
e tomou um gole de refrigerante.
— Bem, acho que isso é problema do meu irmão, não nosso, — eu
disse.
Abe ergueu as sobrancelhas quando um sorriso diabólico se espalhou
por seu rosto. — Ora, Srta. Carson, acho que gosto da sua atitude.
Eu sorri enquanto colocava um rolinho Califórnia na boca. Quando
olhei para cima, Abe estava me observando. Terminei de mastigar e
engolir e limpei o rosto. — O quê?
— Nada, — respondeu ele. — Acho que você gosta de sushi.
— Eu amo sushi.
— Não acredito que você colocou tudo isso na boca.
— Sim. Minha boca pode parecer pequena, mas tem uma capacidade
incrível de se esticar. — Eu balancei minhas sobrancelhas
sugestivamente.
— Oh, sério? — Ele jogou a cabeça para trás e riu. — Tenho a sensação
de que você será um problema, Cheyenne.
Oh meu Deus.
Por que eu fiz isso? Eu não queria enviar a mensagem errada. Ou eu
queria?
Eu tinha que parar de pensar em Abe de uma forma sexual. Uma coisa
era fazer isso quando ele estava do outro lado do país.
Mas era algo totalmente diferente quando ele estava viajando em um
trailer comigo, dormindo no mesmo quarto.
O trailer tinha um quarto privado. Mas meu irmão e sua namorada o
reivindicaram.
— Lá vem Craig, — eu disse quando vi meu irmão atravessando o
restaurante.
— Oi, pessoal. Como está a comida?
— Deliciosa, — Abe respondeu, empurrando seu prato vazio. — É
hora da segunda rodada.
— Julie ainda está no carro? — Eu perguntei.
— Sim. Eu desisto.
Fiquei tentada a perguntar o que ele viu nela. Mas pensei melhor.
Teríamos que passar seis semanas juntos em um trailer. Melhor não o
irritar no primeiro dia.
Depois do almoço, subimos ao convés superior para apreciar a
paisagem. Inclinei-me sobre o parapeito, observando a balsa cortando a
água banhada pelo sol.
As montanhas se erguiam acima do oceano, pinheiros imponentes
cobrindo a costa.
— Abe formou-se em fotografia, — Craig explicou enquanto eu
observava com admiração quando ele pegou seu sofisticado equipamento
de câmera.
— Ele é o responsável pela produção de vídeo e fotografia da
campanha. Eles querem muitas fotos para seus materiais promocionais,
mas também esperam atrair um grande número de seguidores nas redes
sociais.
— Fazer com que as pessoas se interessem pelo que estamos fazendo a
cada dia. Uma espécie de reality show. E nós somos os personagens que o
público conhece e ama. Ou odeia.
— Parece divertido. — Puxei meu irmão para um abraço. — Obrigado
por me trazer. E exatamente o que preciso, agora.
— Sem problemas, garota.
Eu inalei profundamente, sentindo o cheiro salgado do mar. Adorava
estar ao ar livre, rodeada pela natureza.
Algum dia, quando abrisse minha padaria, minha cozinha teria uma
parede de janelas do chão ao teto, com portas de jardim que eu poderia
abrir enquanto trabalhava. E eu tiraria muitas férias em lugares bonitos.
Crescer em uma fazenda significava que viagens para a praia ou férias
de qualquer tipo eram poucas e raras. Quando eu tinha oito anos, fomos
para a Disney na Flórida. Meus avós cuidaram da fazenda.
Mas depois que meu pai morreu, quando eu tinha 12 anos, tirar férias
ficou fora de questão. Não tínhamos dinheiro nem ninguém para cuidar
da fazenda.
— O que você está pensando? — Craig perguntou, me cutucando com
o ombro.
— Algum dia, adoraria fazer um cruzeiro ao Alasca. Acho que o
cenário deve ser incrível.
— Faça isso. Use seus dez mil. Encontre um amigo e simplesmente
faça. — Ele sorriu e bagunçou meu cabelo.
— Eu não posso fazer isso agora. Preciso usar o dinheiro com
responsabilidade. E não tenho amigos que possam pagar uma viagem
como essa. Mas algum dia farei.
Capítulo 3
ABE
— Eu tenho que dizer, não há nada mais sexy do que uma garota em
um vestido e botas de cowboy, — Abe disse, olhando para mim com um
sorriso lascivo.
— Eu ainda não consigo acreditar que deixei você me convencer a
usar um vestido para o rodeio Calgary Stampede.
— É tudo pelas fotos, querida. Chama-se marketing. — Ele apertou
ainda mais minha cintura antes de sua mão escorregar para esfregar
minha bunda. — E o acesso fácil é uma boa vantagem para mim.
— Abe, — eu assobiei, dando um tapa de brincadeira no peito dele.
Olhei para trás, esperando que ninguém ouvisse seu comentário.
Estávamos no meio de uma multidão, assistindo ao desfile Stampede.
Meus olhos pousaram em um cara de aparência assustadora parado
bem atrás de nós. Olhos negros como a noite me encaravam de volta.
Olhos sem alma, com anéis vermelhos ao redor das pupilas que me
lembravam um corvo.
O cabelo escuro e áspero cobria seus braços nus e se espalhava pelo
colarinho aberto de sua camisa xadrez de botões. Um arrepio percorreu
minha espinha enquanto aqueles olhos assustadores percorriam meu
corpo antes de parar no meu peito.
— Abe, — eu sussurrei, puxando seu braço. — Podemos ir?
— Claro, — respondeu ele, franzindo a testa quando olhou para o
meu rosto. — O que houve?
— Eu tenho que fazer xixi, — eu menti. Eu só queria me afastar
daquele homem. Se eu contasse a Abe, ele poderia confrontar o cara.
— Ok, bebê, — ele disse, me guiando através da multidão de pessoas.
— Eu disse para você não tomar aquela segunda xícara de café pela
manhã.
— Sim. Você estava certo.
— Eu sinto muito. O quê? Não tenho certeza se ouvi direito.
— Ha-ha, — eu bufei. — Continue andando.
— Divirta-se, — ele riu, gesticulando em direção à fila que serpenteava
para fora do banheiro feminino.
Dez longos minutos depois, saí do prédio quente e fedorento. Abe
estava encostado em uma cerca, despejando confeitos de chocolate
Smarties em sua boca, com a familiar caixa azul de doces em que ele se
viciou.
— Você vai se transformar em um Smartie em breve, — eu ri quando
me aproximei dele.
— Eles são tão bons. Por que não temos isso em casa?
— Não tenho certeza.
Ele jogou a caixa vazia em uma lata de lixo próxima. — Sente-se
melhor?
— Sim.
— Ótimo. — Ele me içou para cima da cerca antes de se acomodar
entre minhas pernas. — Agora, sobre esse acesso fácil.
— Abe! Pare com isso. Estamos em público.
— Nunca, — ele rosnou antes de segurar meu queixo com as duas
mãos, beijando-me profundamente. Eu coloquei minhas mãos em seus
cabelos enquanto ele esfregava sua ereção entre minhas coxas.
— Abe, sério, — eu ri, tentando empurrar sua mão quando ele a
deslizou por baixo do meu vestido.
— Ninguém está prestando atenção em nós, — ele murmurou,
arrebatando meu pescoço.
Ele deslizou um dedo pelo elástico da minha calcinha, esfregando
meu clitóris antes de mergulhar dois dedos dentro de mim. — Não é
bom, bebê?
— Sim, — eu gemi. — Mas eu sinto que estamos sendo observados.
— Tudo bem, — ele suspirou, se afastando e me oferecendo a mão. —
Vamos guardar para mais tarde.
*
As luzes multicoloridas do meio do caminho cintilavam no crepúsculo
enquanto o sol descia por trás das montanhas.
Música retumbava em várias atrações. Os funcionários das barracas
gritavam para os transeuntes irem jogar. O cheiro de comida frita
permeava o ar.
— Hoje foi divertido, — disse Abe enquanto caminhávamos de mãos
dadas.
— Com certeza, foi. Gostei do rodeio.
— Não acho que um dia seja suficiente. Você precisaria de dois ou três
para experimentar tudo. Nós devemos voltar no próximo ano.
As borboletas alçaram voo na minha barriga. Abe disse nós ao falar
sobre planos. Isso significava que ele queria algo de longo prazo?
Eu não estava tendo muitas esperanças. Ele me disse que não estava
procurando um relacionamento. Tínhamos concordado com um acordo
casual que terminaria quando a viagem terminasse. Ele provavelmente
estava se xingando mentalmente por dizer isso.
Mas ele não pareceu se arrepender de sua declaração. Talvez ele não
tenha percebido o que disse. Provavelmente era isso.
— Quer dar uma volta? — ele perguntou quando paramos na frente
da roda-gigante.
— Certo. Por que não?
Quando estávamos prontos para a viagem, Abe passou o braço em
volta do meu ombro e me puxou com força contra seu corpo. Eu
descansei minha cabeça em seu ombro enquanto caminhávamos
lentamente até o topo.
Quando foi a última vez que me senti tão segura e confortável com
um homem? Nunca. Nem mesmo com Simon. Ele era seguro demais.
Meu ex-namorado não se comparava a Abe.
Exceto quando se tratava de disposição para se comprometer.
Abe pegou minha mão e acariciou meu polegar. — Cheyenne?
— Sim? — Eu levantei minha cabeça e nossos olhos se encontraram.
Eu me perdi no mar azul enquanto ele me olhava com amor. Puta merda.
Minha imaginação estava pregando peças em mim. Eu estava
confundindo luxúria com amor? — Abe?
Ele saiu de seu transe e pigarreou. — Eu... Hum... — Ele segurou meu
queixo, correndo os dedos pela minha bochecha antes de trazer seus
lábios aos meus, para um beijo.
Um beijo lento, sensual, cheio de paixão. Um beijo destinado a
expressar sentimentos que ele estava com muito medo de colocar em
palavras.
Eu esperava não estar interpretando mal o que vi em seus olhos e
senti em seu beijo, ou eu estaria em um mundo de dor.
Depois da roda-gigante, vagamos pelo meio do caminho em silêncio
até que um funcionário gritou para nós. — Ei, garotão. Por que você não
vem e ganha um prêmio para sua namorada?
Abe olhou para o jogo. — Eu arraso no Skee-Ball, — ele sussurrou,
puxando sua carteira.
Eu assisti com espanto quando ele rolou cinco bolas nas canaletas de
cem, marcando um jogo perfeito. Ele fez uma careta quando o
funcionário jogou para ele um pequeno bicho de pelúcia. — Jura? Eu fiz
um jogo perfeito.
O funcionário riu enquanto mastigava um palito entre os dentes. —
Você faz isso de novo e pode trocá-lo pelo maior bichinho de pelúcia que
eu tenho. — Ele gesticulou para um alce enorme pendurado no topo da
tenda.
— Desafio aceito, — disse Abe, jogando para baixo outra nota de cinco
dólares. E ele rolou outro jogo perfeito.
— Impressionante, — disse o cara enquanto subia e pegava o alce,
entregando-o a Abe com um sorriso torto que revelou a falta de seus
dentes da frente.
— O que vou fazer com isso? — Eu ri quando Abe colocou o alce em
meus braços.
— Mantenha-o em sua cama. E toda vez que você olhar para ele, você
vai pensar em mim e no nosso tempo juntos.
Eu lutei contra as lágrimas com sua lembrança de que nosso
relacionamento era temporário. Ele certamente não agia como se
fôssemos apenas um caso casual.
Talvez fosse hora de descobrir como ele se sentia. Mas se eu estivesse
errada, o resto da viagem ficaria muito estranho.
Infelizmente, minha boca se abriu antes que meu cérebro pudesse
entender e impedir que as palavras saíssem.
— Se eu o mantiver na minha cama, não haverá espaço para você, —
eu disse, engolindo nervosamente enquanto observava seu rosto por
algum tipo de reação.
— Você não quer um homem como eu na sua cama o tempo todo, —
disse ele com uma risada seca.
— Você ficaria melhor com o alce.
Eu forcei um sorriso. — Sim, provavelmente, — eu disse calmamente.
— Vamos sair daqui. Está ficando tarde e temos uma longa viagem
amanhã.
*
— Eu tenho que esvaziar os tanques de retenção e fazer algumas
outras verificações antes de sairmos, — Abe disse enquanto se inclinava
contra o balcão e bebia seu último gole de café.
— Ok, — eu disse, levantando os olhos brevemente do meu iPad. Ele
olhou para mim por um momento antes de enxaguar a caneca e sair.
Eu provavelmente deveria ter mantido minha boca fechada na noite
anterior. As coisas estavam estranhas entre nós desde o meu comentário
sobre abrir espaço para ele na minha cama.
Quando voltamos do Stampede, eu fui tomar um banho. Ele estava
dormindo quando eu saí. Ou pelo menos ele fingiu estar.
Tomei um gole de café e cliquei no link para nosso site de rede social.
Ainda me impressionava que tantas pessoas estivessem interessadas em
nossa viagem.
11. 569 seguidores.
Eu balancei minha cabeça enquanto rolava a página. As pessoas não
tinham nada melhor para fazer? Alguns dos comentários eram hilários.
Outros, totalmente rudes.
Espere um minuto.
Meus olhos pousaram em uma foto que não postamos. Não era a
primeira vez que um seguidor enviava uma foto que tirou de nós. Alguém
postou o amasso pós-bungee jump E uma de nós no baile em Kamloops.
Mas eu não esperava ver uma foto de Abe e eu nos beijando enquanto
eu estava sentado na cerca do Stampede. Uma foto minha com um
vestido e minhas pernas abertas, com Abe entre elas.
Oh meu Deus!
E se minha mãe visse isso? Ou meus irmãos? Meu sangue ferveu. Esse
era um momento privado. Como alguém se atreve a tirar uma foto dessas
e postar na internet?
Eu dei uma olhada na sinopse abaixo e cliquei no link. Eu me vi em
um site de revista online chamado Quinze Minutos cia Fama. A descrição
do site explicava como eles seguem pessoas comuns que experimentam o
gostinho da fama. Meu estômago embrulhou, ameaçando enviar meu
café de volta. Rolei a página, cambaleando quando várias fotos minhas e
de Abe apareceram na tela.
Quinze minutos de fama alcançaram o casal de ouro quando eles
chegaram a Alberta esta semana-As redes sociais têm falado muito sobre
o jovem casal, desde que eles embarcaram em uma viagem atravessando
o país em um trailer, como parte de uma campanha de marketing do
gigante de parque de campismo, Twenty-First Century Parks-.
A empresa adquiriu recentemente uma série de parques privados como
parte de sua expansão no Canadá.
Abraham McLean e Cheyenne Carson chamaram a atenção dos
seguidores online com seus cabelos loiros, olhos azuis e óbvia atração um pelo
outro.
Os ãs enlouqueceram quando o casal foi pego em um beijo de bungee
jump na semana passada, em Whistler. O beijo alimentou rumores sobre o
relacionamento entre o casal.
Cheyenne foi uma adição de última hora ao grupo original de quatro,
substituindo outra garota que teve que desistir por motivos pessoais.
Craig Carson e sua namorada, Julie Petty, deixaram a viagem cinco dias
após o início da aventura de seis semanas, quando Petty quebrou a perna.
Fontes internas nos dizem que Abraham e Cheyenne não estavam em um
relacionamento antes da viagem. Claramente, eles estão agora. As fotos
exclusivas obtidas por Quinze Minutos da Fama contam a história.
Os pombinhos foram vistos jantando em um restaurante cinco estrelas em
Lago Louise, no início desta semana, de mãos dadas enquanto desfrutavam
de um jantar muito caro.
Não houve menção a esse pequeno passeio em seu feed de redes sociais,
levando os ãs a acreditarem que o jantar intimo não fazia parte de seu
itinerário para os Twenty-First Century Parks.
Abraham e Cheyenne passaram o dia ontem no rodeio Calgary Stampede,
onde Quinze Minutos de Fama os capturaram em várias demonstrações
públicas de afeto-Então, leitores, quanto tempo antes de vermos um anel
no dedo de Cheyenne? Ela vai ter uma barriga em breve? Se aquele trailer
é demais, não venha bater!
As imagens nadaram diante dos meus olhos, minhas lágrimas caindo
no iPad em grandes salpicos.
Abe ia pirar. Ele valorizava sua privacidade. Ele ficava incomodado
quando as pessoas tiravam fotos nossas e as postavam. Ele gostava de ter
controle sobre o conteúdo do nosso site.
Mas os Twenty-First Century Parks se recusaram a impedir que as
pessoas postassem suas próprias fotos. Eles não davam a mínima para
nós.
E por que eles dariam? Estávamos sob contrato para promover seus
acampamentos e, quanto mais atenção atraíssemos, melhor.
Abe evitava compromissos. Meu pequeno comentário na noite
anterior o assustou. Este artigo extinguiria completamente o fogo
queimando entre nós.
Capítulo 16
ABE
Minha boca estava seca. Tão seca que meus lábios ficaram grudados.
Corri minha língua sobre eles algumas vezes.
Água. Eu quero um pouco de água. Mas primeiro preciso abrir meus olhos.
Lentamente, levantei minhas pálpebras pesadas, tentando me
concentrar em meu entorno através da névoa estonteante que pairava
sobre meu cérebro. Quando minha visão clareou, tentei levantar minha
cabeça. Meu crânio parecia ter uma tonelada de tijolos amarrados nele.
Eu gemi e caí de volta no travesseiro. Onde eu estava?
Virei minha cabeça para o lado, o medo paralisante agarrando todos
os músculos do meu corpo quando meus olhos pousaram em um braço.
Um braço masculino, com tatuagens aparecendo através de uma espessa
camada de cabelo preto.
— Olá, querida, — uma voz profunda e sinistra retumbou. — Que
bom que você finalmente acordou.
Eu pulei para cima, minha cabeça girando enquanto olhava para o
meu sequestrador. Um par de olhos negros sem alma me encarou de
volta. Olhos familiares que eu nunca esqueceria enquanto vivesse.
O cara assustador do rodeio de Calgary!
Um sorriso cheio de luxúria se formou em seus lábios quando seus
olhos viajaram até o meu peito. Eu olhei para baixo, horrorizada ao
descobrir que estava vestindo apenas sutiã e calcinha.
— O que você quer? — Eu chorei, agarrando o edredom xadrez azul
enquanto tentava me cobrir. — Onde estão minhas roupas?
— Você não vai precisar delas, bebê, — ele falou lentamente,
lambendo os lábios.
— Quem é você? — Eu gaguejei, envolvendo o edredom firmemente
em volta de mim.
— Eu sou o cara que está te seguindo há semanas. Planejando e
fantasiando sobre este momento. Esperando pacientemente pela
oportunidade de agarrar você.
Eu olhei para ele enquanto meu cérebro lutava para processar sua
revelação.
Ele não era alto, mas era forte. Bíceps grossos esticaram o tecido de
sua camiseta preta. Suas feições cinzeladas eram parcialmente protegidas
por um cavanhaque preto e denso que se estendia em uma barba densa.
— Meu namorado provavelmente está procurando por mim, — eu
disse, olhando para a porta. Eu estava em algum tipo de trailer antigo.
— Ele não vai encontrar você, — disse ele com um sorriso presunçoso.
— Se você se comportar, posso deixá-la ir. Depois que eu usar você até
cansar, é claro. E, oh, bebê, eu vou te usar. Cada buraco. A noite toda.
— Você estava no parque em Bracebridge, — eu disse, tentando firmar
minha voz.
Talvez se eu o mantivesse falando por tempo suficiente, Abe me
resgataria antes que esta fera cabeluda conseguisse o que queria. Se não,
isso não iria terminar bem para mim, porque eu lutaria até a minha
morte antes de deixar esse cara me estuprar.
— Você passou por nós, fora da recepção. E você estava atrás de nós
no rodeio Stampede.
— Isso mesmo.
— Por quê? Por que você nos seguiu?
— Eu já te disse, — ele rosnou, aborrecimento brilhando em seus
olhos. — Eu estive observando e esperando pela minha chance de agarrar
você.
— Você arrombou o trailer e roubou minha fronha e minha calcinha?
Ele se abaixou ao lado da cama e tirou uma frágil caixa de papelão.
Estremeci incontrolavelmente, meu corpo inundado de medo e pavor
enquanto o observava retirar meus pertences perdidos: a fronha, minha
fio-dental vermelha, as roupas que usei para ir a Cavendish Beach e um
batom.
Eu engoli em seco, o aperto na minha garganta dificultando a
respiração. — Você nos seguiu até aquela ilha particular?
— Sim. Eu assisti vocês das árvores. Assisti enquanto você abria as
pernas e deixava seu namorado te foder. Eu vi seu lindo corpo nu.
— Me masturbava enquanto eu imaginava que era meu pau batendo
dentro e fora dessa doce boceta. E essa não foi a primeira vez. Eu estava
na floresta na noite em que ele te fodeu na doca em Kenora.
Meu estômago embrulhou, ameaçando expelir seu conteúdo a
qualquer momento. Eu tinha que sair de lá. Abe já voltou de sua
caminhada? Ele estava procurando por mim? Ele ficou chateado quando
saiu. E se ele ficasse fora por horas?
— Você cortou os pneus do meu irmão?
— Sim, — disse ele, passando meu fio dental entre seus dedos
enormes. — Eu estava com raiva. Eu planejava levar você naquela noite.
Passei o dia todo pensando nisso, me masturbando enquanto eu inalava
o cheiro da sua boceta da sua calcinha.
— Então eles apareceram, e não havia como eu chegar perto de você.
E você se lembra da explosão no parque de nudismo, certo?
— Foi você? — Eu respirei fundo e tentei desacelerar minha respiração
rápida. Se eu tivesse hiperventilação, não teria chance de escapar. De
alguma forma, eu precisava me afastar desse psicopata.
— Sim. Vocês deveriam estar naquele acampamento. Eu planejava te
agarrar depois que seu namorado explodisse. Mas aqueles idiotas que
comandam o lugar?
— Eles bagunçaram meus planos. Colocaram vocês em um lote
diferente no último minuto. Eu já tinha preparado a conexão elétrica. Eu
não poderia desfazer em plena luz do dia, não é?
— Mas aquele pobre homem, — eu disse tristemente. — Ele ficou
gravemente ferido.
— Efeitos colaterais, — disse ele com um encolher de ombros.
— Que coisa horrível de se dizer. Como você pode ser tão arrogante
sobre quase custar a vida de um pobre homem inocente? Seu rosto estava
queimado.
— Pelo menos não era seu namorado. Ele teve sorte naquela noite e se
esquivou de outra bala hoje.
Eu ia te pegar, não importava como. Mesmo se eu tivesse que matá-lo
para chegar até você.
— Para sua sorte, ele facilitou quando deixou você em paz.
— Abe tem muito dinheiro. Talvez você devesse ligar para ele e exigir
um resgate.
— Eu não quero dinheiro, bebê, — ele disse, lambendo os lábios. —
Você sabe o que eu quero e você vai dar para mim.
— Não, — eu sussurrei, recuando na cama.
— Não me lembro de ter perguntado, — ele rosnou enquanto jogava a
caixa no chão. — Agora deite-se e abra essas pernas sensuais.
— Não! — Eu gritei, pulando da cama e alcançando a maçaneta da
porta. Estava trancada! Eu a sacudi, rezando para que ela se abrisse.
— Eu disse, deite de costas! — Ele me agarrou pela cintura por trás e
me jogou na cama. Eu gritei, balançando meu punho para ele e pegando-
o na mandíbula.
— Você gosta de sexo bruto, querida?, — ele grunhiu, prendendo
meus pulsos acima da minha cabeça com uma mão enquanto subia em
cima de mim. Ele alcançou entre minhas pernas, correndo o dedo ao
longo do lado de fora da minha calcinha.
Eu não poderia deixar isso acontecer. Eu não sobreviveria ser
estuprada. E ele poderia me matar depois.
— Pare! — Eu gritei. — Alguém me ajude!
Ele baixou os lábios no meu pescoço, sugando com força minha carne
delicada. Eu trouxe meu joelho para cima, acertando-o diretamente nas
bolas.
— Sua vadia do caralho, — ele amaldiçoou, pulando da cama,
estremecendo de dor.
Fui direto para a porta novamente, rezando para que se abrisse desta
vez. Mas isso não aconteceu. Eu bati meus punhos contra a madeira,
gritando no topo dos meus pulmões.
Ele me agarrou pelo cabelo, me arrastando para trás antes de me dar
um soco no rosto. Eu caí na cama, estrelas dançando diante dos meus
olhos.
— Agora, talvez você seja um pouco mais cooperativa.
Ele desfez o cinto e abaixou o zíper da calça jeans. Eu agarrei meu
rosto onde ele me bateu, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. — Por
favor, — eu implorei. — Por favor, não faça isso.
— Ah, nós estamos fazendo isso, querida, — ele rosnou. — Estou duro
como uma rocha e pronto para foder seus miolos.
Reuni cada grama de força em meu corpo, deixando escapar um grito
horripilante em um último esforço para chamar a atenção de alguém.
Ele rastejou para a cama, forçando minhas coxas a se separarem com
suas mãos grandes e me segurando para que eu não pudesse dar uma
joelhada em suas bolas novamente.
Minhas mãos estavam livres, mas eu não tive a menor chance de lutar
contra ele. Fechei meus olhos, lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
Um estrondo alto veio da direção da porta. Eu não conseguia ver nada,
exceto meu atacante em cima de mim.
Os próximos minutos foram um borrão. Meu suposto estuprador
gritando de dor, todo o peso de seu corpo no meu enquanto eu lutava
para colocar ar em meus pulmões, o alívio quando alguém o empurrou
para longe de mim.
Então Abe estava lá, me embalando em seus braços enquanto eu
soluçava incontrolavelmente.
— Está tudo bem, bebê, — ele sussurrou, pressionando seus lábios no
topo da minha cabeça. — Você está segura, agora.
— Você chamou a polícia? — Eu perguntei quando ouvi sirenes.
— Sim, — disse ele, olhando nervosamente para o corpo inconsciente
do meu sequestrador na cama. — Vamos lá. Vamos sair daqui antes que
ele acorde.
— Não sei onde estão minhas roupas, — murmurei.
Ele tirou a jaqueta e me ajudou a passar os braços pelos buracos antes
de fechar o zíper. — Você está bem, Cheyenne? Você parece sonolenta.
— Ele me drogou com alguma coisa.
— Eu sinto muito, — ele sussurrou, pegando-me em seus braços. —
Eu deveria ter estado lá para protegê-la. Deus, olhe para o seu rosto. Ele
bateu em você?
Eu balancei a cabeça e fechei meus olhos, inclinando minha cabeça
contra seu peito enquanto ele me carregava para fora. Meu corpo ficou
mole.
A onda de adrenalina que me impulsionou a lutar não era mais
necessária. Eu só queria dormir e esquecer que aquela noite havia
acontecido.
Capítulo 26
ABE
Ela acenou com a cabeça, mas não me soltou. Eu tirei suas mãos do
meu corpo quando sua mãe se aproximou e a puxou em seus braços.
— Vamos, Cheyenne, — Sra. Carson disse suavemente, segurando a
filha com força enquanto me afastava, seus soluços cortando meu peito
como um punhal recém-afiado.
Capítulo 27
CHEYENNE