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KER DUKEY

the elite seven


KER DUKEY

Disponibilização: Eva

Tradução: Juzita, Drika, Lexy, Rezinha

Revisão: Faby

Leitura Final e Formatação: Eva

the elite seven


KER DUKEY

Luxúria:
Eu nasci com riqueza, capacidade atlética e aparência que poderia derreter a
calcinha de uma freira.
Eu tinha um caminho claro para o sucesso.
Até que o destino me desferiu um golpe cruel, deixando-me vazio e precisando de
propósito.
Meu único foco agora é tornar-me parte da Elite — uma sociedade secreta de uma
das faculdades mais prestigiadas do mundo.
Mas tudo tem um preço e, com a Elite, você precisa ganhar seu lugar.
Sorte para mim, ser pecador está no meu DNA.
O único obstáculo à iniciação plena é a minha prova: seduzir a não-seduzível, a
proibida e atraí-la com os pecados da carne.
Fácil para um homem como eu... em teoria.
Ela começou como minha prova, mas o que acontece quando as linhas entre a
luxúria e o amor se confundem, e a necessidade de poder se enfurece contra a
necessidade por ela?

Aceite seu pecado com sabedoria, pois as provas dadas para conquistar seu lugar
não são para os fracos — elas são para a Elite. Esta é minha vida, minha chance,
meu legado.
EU SOU RHETT MASTERS.
EU SOU LUXÚRIA.

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KER DUKEY

PREFÁCIO
the elite seven

Desde 1942, a Elite Seven Society criou e guiou líderes


influentes, moldando o país em algo melhor. Esta sociedade nasceu
através de Malcom Benedict II, que queria mais para os
americanos. Mais riqueza. Mais influência. Mais poder. Alguns
líderes têm as habilidades, mas não a influência, e isso
simplesmente não era justo, de acordo com o Sr. Benedict. Ele
investiu o seu dinheiro e tempo para construir uma sociedade que
criaria o melhor dos melhores, ano após ano.
Mas para ser o melhor, você deve ser implacável.
Bons líderes fazem sacrifícios. Às vezes os sacrifícios são
difíceis, mas as recompensas são abundantes. O Sr. Benedict fez
questão de satisfazer esses líderes com o maior desejo deles. Como
católico devoto, ele projetou uma sociedade que recompensava
seus líderes com os pecados que eram desaprovados. Se eles
estavam desistindo de amor, felicidade e alegria pela melhoria do
país, mereciam algo para compensar isso.

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Orgulho (Pride), Inveja (Envy), Ira (Wrath), Preguiça (Sloth),


Cobiça (Greed), Gula (Gluttony) e Luxúria (Lust).
A escolha de líderes para essa sociedade requer foco intenso.
Apenas sete serão selecionados e o investimento e o tempo serão
aplicados aos novos sete escolhidos a cada quatro anos. O reitor
interino da universidade se comporta como uma ligação para a
sociedade, levando os candidatos aos antecessores para que a
seleção possa começar. Os membros da sociedade que saírem
devem apresentar um candidato para que a sociedade vote e
aprove.
Depois de escolhidos, os iniciados recebem um símbolo e um
convite para a iniciação. A iniciação testa seu caráter e capacidade
de fazer o que é certo para o melhoramento da sociedade. Uma vez
que os iniciados passam no teste, são discretamente marcados com
a marca da sociedade e preparados através de desafios durante o
curso de sua educação de elite para transformá-los nas pessoas
influentes que deverão ser.
Uma vez na Elite Seven, não há como sair. O dinheiro e o
poder são a recompensa deles. Se escolherem se desviar ou
quebrar as regras, a sociedade lhes retira tudo. Qualquer coisa que
eles já tiveram será retirado. Oportunidades nunca surgirão. Eles
não terão mais o apoio da sociedade. Até hoje, não houve
ocorrências conhecidas de alguém da sociedade ser banido. Todo
jovem, homem e mulher aspira ser parte do grupo de elite
sussurrado entre os privilegiados. Qualquer um que seja alguém
sabe do grupo e secretamente espera que seu filho ou filha seja
selecionado, pois a boa sorte será derramada sobre a família nas
próximas décadas.

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KER DUKEY

Essas delícias violentas têm fins violentos ~


William Shakespeare.
— Romeu e Julieta

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KER DUKEY

PRÓLOGO
Rhett

20h15

O relógio no meu painel me ridiculariza. Atrasado é um


eufemismo.
Punindo o acelerador, eu desejo que meus pneus fiquem
estáveis na estrada molhada enquanto a tempestade sacode o céu
acima de mim. Como se estivesse liberando a porra do Kraken.
Eu amo morar em Nova Orleans, mas o clima na temporada
de furacões é uma cadela bipolar. Chuva com ventos fortes que
poderiam arrancar a pele de um crocodilo em um minuto, ou mais
quente que o idiota do Satã no outro.
Meus limpadores lutam para me dar uma boa visão quando
passo a placa me dizendo que falta oitocentos metros para virar.

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Ruído estático vem do rádio, arruinando os vocais da nova


música do Post Malone, e bater na coisa não parece resolver o
problema.
Esta noite virou uma porcaria muito rápido e só vai piorar
quando minha mãe descobrir o quão atrasado estou para pegar
meu irmão mais novo.
Gemendo pelo tempo que está passando, tento me
concentrar, minha velocidade devorando o pavimento.
Luzes azuis e vermelhas piscam através do nevoeiro da chuva
na minha frente, desacelero o carro antes de conseguir alcançar a
saída que preciso pegar.
Perfeito.
Batendo minhas mãos no volante, eu olho através da
enxurrada de água caindo ao redor.
Cones alaranjados bloqueiam a estrada, forçando-me a parar
o carro.
A chuva castiga o para-brisa, embaçando minha visão,
tornando quase impossível entender o que está acontecendo lá
fora.
Porra.
Como se eu precisasse dessa merda.
Tudo o que posso pensar é em Robbie esperando sozinho do
lado de fora da sua escola de Karatê, encharcado e, sem dúvida,
morrendo de fome.
Sou um grande irmão egoísta. A culpa está aumentando e o
que quer que tenha acontecido aqui é ruim. Eu não vou me mexer
tão cedo.
Ignorando o bipe constante do meu celular com mensagens
da nossa mãe ansiosa, eu abro uma mensagem do meu melhor
amigo me pedindo para abandonar a festa hoje à noite e ir na
corrida de carros com ele em vez disso.

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Ele tem um desejo de morte por arriscar corridas de carro


neste clima. Não rola.
Eu respondo dizendo a ele para ir à festa por algumas horas
primeiro, depois jogo meu celular no banco do passageiro.
Vou deixá-lo bêbado esta noite – o que é muito fácil para ele
– e tirar suas chaves. Nenhuma corrida e morte esta noite.
Abro a janela e tento acenar para um dos policiais que coloca
os cones para evitar que o tráfego passe pelo outro lado.
“Senhor, eu realmente preciso passar por aqui”, digo,
acenando com o braço em uma tentativa de chamar sua atenção.
Um trovão ressoa acima, seguido por um show de luzes
dançando nas nuvens.
Esta tempestade não vai parar até amanhã.
A chuva imediatamente começa a entrar pela janela aberta,
encharcando-me e o interior de couro do meu novo Dodge Charger.
Sendo o idiota egoísta que sou, me irrita que estou nessa situação.
Eu deveria estar me preparando para a festa em casa, do
outro lado da cidade.
Nosso pai deveria pegar Robbie, mas mais uma vez, ele teve
que trabalhar até tarde. Não seria tão ruim se seu escritório não
estivesse a cinco quarteirões.
Idiota.
A maioria dos garotos admira o pai, mas eu não. O meu é um
idiota pretensioso que odiaria se eu escolhesse buscar uma bolsa
de futebol em vez de pegar seu dinheiro e segui-lo no mundo das
finanças.
Ele nunca escondeu que Robbie é o seu filho favorito e,
diabos, eu não o culpo. Só porque somos parentes, não há regras
que digam que não podemos nos confrontar – e nós nos
confrontamos.

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Um policial se aproxima da minha janela usando uma capa


de plástico que não faz nada para impedir que os ventos fortes
soprem a chuva de lado em seu rosto. Pobre coitado.
“Você precisa retornar, senhor”, ele instrui e irritação me
domina.
Eu praticamente posso ver o prédio através da copa das
magnólias do lado oposto da estrada.
Inspirando uma respiração frustrada, olho para a grama do
meu lado e, em seguida, aceno para o policial. “Tudo bem.”
Observo-o se afastar pelo meu retrovisor, indo até um carro
estacionando atrás de mim, sem dúvida lhes dando as mesmas
instruções para retornar.
Foda-se. Vou ter que correr o resto do caminho e me molhar.
Estacionando meu carro, pulo para fora e imediatamente me
arrependo da escolha de não usar um casaco hoje. Minhas botas
batem no asfalto que está se tornando mais como um rio do que
uma estrada.
O policial corre de volta para mim, apressado e chateado,
apontando para o meu carro.
“Você não pode deixar o seu carro aqui”, ele grita, balançando
a cabeça.
Eu olho atrás dele para uma ambulância parando perto de
dois carros da polícia estacionados em um ângulo estranho na
estrada. Estreito os olhos e vejo uma caminhonete além deles.
Parece que colidiu com uma árvore.
Só posso ver a traseira e não reconheço a placa, ainda bem.
“Eu só preciso passar por ali e pegar meu irmão na escola de
karatê dele. Estou atrasado e ele tem apenas doze anos, senhor”,
eu digo, tentando apelar para sua humanidade.
A chuva dificulta a fala. Está caindo sobre mim, encharcando
minhas roupas. Sem uma jaqueta, minha camisa se torna uma

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segunda pele, lisa e grudada em mim como cola. Meu jeans fica
pesado e um arrepio gelado percorre minhas costas enquanto a
Mãe Natureza respira no meu pescoço.
Eu odeio o barulho das minhas botas enquanto dou um passo
para frente, passando a mão pelo meu cabelo para removê-lo dos
meus olhos.
As folhas caem das árvores e dançam ao ritmo da velocidade
do vento.
O policial fica em silêncio. Ele olha através das árvores para
onde eu gesticulo, depois de volta para a visão do incidente.
As sirenes soam pela noite quieta e meus olhos vasculham a
estrada quando um carro de bombeiros se aproxima.
Aceno para o acidente. “Isso é ruim, hein?” Eu estremeço,
cruzando meus braços para afastar um pouco do frio que me
domina.
“Qual é o nome do seu irmão?” Ele pergunta, me impedindo
de ser um intrometido tentando dar uma olhada atrás dele sobre o
dano.
Vendo um cara sentado na parte de trás de um dos carros de
policial envolto em um cobertor, pergunto, “Aquele é o motorista?
Ele está bem?”
“Qual é o nome do seu irmão, filho.” Ele vira a cabeça para
me ouvir melhor, ignorando minha pergunta.
Merda. Robbie deve estar enlouquecido. Ele é um garoto
sensível e está ficando escuro. Eu realmente preciso ir.
“Robbie e ele vai ficar muito preocupado. Ele estava
esperando minha mãe há uma hora”, confesso, meus ombros
tremendo de culpa.
Eu sou um idiota. Minha mãe me pediu para vir buscá-lo
porque ela estava presa com algo e o papai usou a desculpa de
trabalho atrasado com ela.

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Ela me fez prometer que não esqueceria ou me atrasaria, e eu


estava muito ocupado recebendo a atenção da capitã do time de
líderes de torcida. Muito idiota.
Eu estava tentando colocá-la na minha lista desde que
comecei naquela escola, e ela resistiu – até hoje. Ela é uma vadia
má também. Faz uma garganta profunda como uma profissional.
Suja e sedenta por pau, ela superou todas as minhas
expectativas.
“E você disse que ele tem onze anos?” O policial continua,
afastando-me da memória dos lábios dela no meu pau.
“Doze”, eu corrijo com um grunhido frustrado.
Cara, não tenho tempo para isso. Porra, espero que ele não
esteja pensando que nós o negligenciamos ou alguma merda.
Mamãe vai me matar por isso.
“Você tem uma foto dele?”
“O quê? Por quê?”
Que diabos? Por que diabos ele quer uma foto?
Bombeiros entram em cena, suas vozes são levantadas para
serem ouvidas sobre a torrente, tornando seu trabalho duas vezes
mais difícil.
Eu me esforço para ouvir e sinto uma enorme angústia com
as palavras deles.
“Ele está preso do peito para baixo. Assim que afastarmos a
caminhonete, ele vai cair. Precisamos proteger seu corpo.”
Porra, isso soa brutal.
“Eu preciso ir. Prometo que serei rápido”, grito para o policial
enquanto começo a correr. Ele chama por mim, mas já perdi tempo
suficiente.
Circulando o caminhão de bombeiros, atravesso no meio das
árvores. O vento uiva, balançando os galhos violentamente. Eles
me batem no rosto, arranhando minha pele. Meus pés afundam no

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chão a cada passo, submergindo em mais uma poça, inundando


minhas botas.
No momento em que atravesso os arbustos, estou uma
bagunça. Minhas botas e jeans sujos de lama, e posso muito bem
não estar vestindo uma camisa. Meu cabelo escuro cai sobre meus
olhos, me cegando.
Mamãe vai me dever por essa merda.
Atravesso a rua e meu estômago revira quando não vejo a
silhueta de Robbie sob o poste de luz onde ele deveria esperar.
Merda.
Escaneando o estacionamento, procuro por qualquer área
abrigada que ele possa ter se refugiado, mas não há onde ele possa
estar.
Correndo para o prédio, eu pego a maçaneta da porta e dou
um puxão, mas está trancada e não há luzes vindo de dentro.
Mamãe me avisou que essa era a última aula da noite e eles
trancariam o prédio então Robbie ficaria do lado de fora sem
nenhuma maneira de voltar.
Eu sou um idiota.
Há uma batida no meu peito – uma vibração, energia nervosa
tentando rasgar debaixo da minha pele a cada segundo que ele não
está se materializando na minha frente.
Onde você está?
O céu escurece a cada respiração curta que eu tomo, meu
corpo treme com o trovão enquanto ele irrompe a noite.
O desconforto se instala no meu peito e pânico corre pela
minha garganta enquanto chamo por ele.
“Robbie!” Eu grito, água espirrando dos meus lábios.
Nada.

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“Robbie”, tento novamente, meu tom é urgente. Procuro nos


meus bolsos pelo celular, mas já sei que o deixei no carro. Porra.
Porra.
As luzes dos veículos de emergência me provocam através das
árvores, então alguém emergindo através do mesmo caminho de
onde acabei de sair chama minha atenção e vou em sua direção.
Vou andando devagar quando vejo que a silhueta é muito
grande para ser Robbie.
É o policial de antes.
Que diabos?
Meu carro nem está no caminho de ninguém, e encontrar meu
irmão é mais importante. O idiota pode me dar uma multa se
quiser.
“Qual é o seu nome, filho?” Ele pergunta, parando na minha
frente.
“Rhett. Rhett Masters, porquê?” Eu respondo, raiva e medo
me corroem.
Ele olha atrás de mim, para o prédio onde Robbie deveria
estar, depois de volta para mim.
“Ele não está aqui”, digo a ele antes que suspeite que estou
fazendo merda.
Onde você está, Robbie?
“Ok, eu preciso que você me ouça e se prepare para o que vou
lhe dizer.” Seus olhos seguram os meus com uma intensidade que
faz todos os cabelos do meu corpo arrepiarem.
Baque.
Minha cabeça flutua, e há um conhecimento tomando conta
da minha mente, que eu não posso prever, mas minha cabeça vira
para o caos de emergência que acontece através das árvores e
cambaleio para trás.
Robbie.

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“Espere. Espere, não, não.” Balanço minha cabeça,


estendendo meu braço para ele. Eu não estou preparado para ouvir
o que sei que ele vai me dizer.
Eu só sei que ele dirá alguma coisa ruim.
A escuridão da noite iminente envolve seu punho furioso em
volta da minha garganta e começa a apertar.
“O acidente... uma caminhonete saiu da estrada e atingiu um
garoto.”
Pare.
Não diga isso.
“Acreditamos que ele tenha cerca de onze ou doze anos de
idade.”
Cale-se. Eu não posso ouvir isso.
“Ele está vestindo um quimono de Karatê.”
Baque. Baque. Baque.
Robbie.
Névoa espessa começa a se mover dentro da minha mente,
deixando-me tonto. Meu estômago revira e eu sinto vontade de
vomitar.
Não é Robbie. Isso não é real.
Não.
De jeito nenhum.
Eu tento dizer à minha mente que não é real, mas sinto a
verdade constringindo meu coração.
Robbie tentou ir andando porque o deixei aqui e agora ele está
preso por uma caminhonete a uma árvore.
“Ele não sobreviveu”, o policial diz, colocando uma mão no
meu ombro. “Sinto muito, filho.”
Não.

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Minha cabeça balança de um lado para o outro


freneticamente, eu tiro sua mão de cima de mim.
“Ele morreu no impacto. Ele não sentiu nada.”
Retire o que disse.
Não é Robbie.
“Você pode vir comigo? Precisamos entrar em contato com
seus pais.” Ele faz um movimento com a mão, mas eu me afasto.
Não.
Cale a boca. Pare de me tocar.
Minhas pernas se firmam, tornando-se sólidas mais uma vez
abaixo de mim em vez de geleia, e eu corro.
Antes mesmo de perceber, atravesso os arbustos e estou na
caminhonete.
Baque... baque...
“Ei, que diabos? Afaste-se agora”, alguém grita, mas meus
joelhos perdem as forças.
“Robbie”, eu grito, lágrimas entopem minha garganta e ácido
queima no meu peito.
É então que eu vejo – sua mochila por cima do para-choque –
seu cabelo encharcado em sua cabeça que está caída para o lado.
Robbie. Meu irmãozinho...
Braços e mãos me agarram, mas eu me afasto, tropeçando
para trás e caindo sentado no chão lamacento. Meu coração vai
estourar no peito, lágrimas queimam meus olhos e vômito persegue
minha alma, desocupando meu corpo.
“Tire-o daqui”, gritam as vozes, mas tudo está ameaçando
desaparecer.
A Mãe Natureza rasga o céu, lamentando junto comigo pelo
que perdi.
Meus braços se esticam, agarrando o ar. “Robbie”, engasgo.

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É minha culpa.
É a porra da minha culpa.

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CAPITULO 1

Nada é real.
Nada mais parece sólido.
O caixão é muito pequeno.
Isso não deveria estar acontecendo.
In the Arms of the Angels atravessa o cemitério dos alto-
falantes invisíveis, e o ar parece tóxico.
Como se eu estivesse respirando e isso está comprimindo
meus pulmões, sufocando-me. Eu gostaria que subisse pela minha
garganta e me estrangulasse, então não precisaria estar aqui para
sentir esse luto.
Meu pai está sentado, controlado e sereno perto de mim, mas
os nós de seus dedos estão brancos enquanto ele aperta as luvas
na palma da mão. Tons escuros emolduram seu rosto, escondendo
sua tristeza atrás deles.

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Arranjos de flores que trazem palavras zombam de mim no


espaço que nos separa do seu caixão.
Filho.
Irmão.
Eu nem sequer reconheço metade das pessoas aqui. Soluços
e suspiros soam em volta de mim, e quero bloqueá-los — agarrar a
lama para encher meus ouvidos para não ter que testemunhar a
dor deles. Ouvir a dor deles.
É tudo muito fodido.
É tudo por minha causa.
Quando o caixão começa a descer ao chão, um som como eu
nunca ouvi antes escapa dos lábios da minha mãe, quebrando o ar
e fazendo com que cada folículo piloso do meu corpo se levante.
Se a morte tivesse um som, seriam os gemidos da minha mãe.
Ela está morrendo, seu coração partido está rasgando-a em
pedaços para todos testemunharem.
Um frio percorre meu corpo, amortecendo minha pele com um
revestimento de gelo.
“Não, não, não! Não meu bebê! Por favor! Eu sinto muito! Eu
sinto muito Robbie...” ela grita, a dor envolvendo-a com seu
domínio atormentador e apertando o ar de seus pulmões.
As dores no peito sinalizam a quebra das minhas costelas
quando o meu coração cai livre aos pés dela.
Isto é minha culpa.
Desculpe-me mamãe.
O céu escurece quando nuvens cinzentas se aproximam como
se convocadas por sua dor. A chuva cai, colocando minha mente
de volta naquela noite.
“Ele não sobreviveu, filho.”

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Lágrimas queimam meus olhos quando eu fico de pé e estendo


a mão para a minha mãe, mas ela afasta minhas mãos e qualquer
alma deixada dentro de mim se dissipa.
“Não me toque”, ela diz. “Eu não posso olhar para você.”
Eu tropeço para longe dela, ignorando as vozes dos meus
melhores amigos e familiares enquanto eles tentam me consolar.
Meus pés se movem e, antes que eu perceba, estou correndo.
Ecos de pessoas gritando comigo desaparecem na distância
enquanto a chuva cai sobre suas palavras.
Minhas pernas queimam, me levando na direção da estrada
principal.
Não sei quanto tempo percorro o asfalto, mas meus pulmões
gritam de alívio. Minhas botas deixam meus pés em pedaços, e a
dor tira a realidade do porque estou correndo.
Concentrando-me na fadiga dos meus membros, eu desejo
que as imagens do meu irmão morto desapareçam da minha
mente.
O caixão abaixando em um buraco no chão.
Quero me sentir entorpecido, por favor, Deus.
O ritmo do meu coração é irregular e difícil quando chego ao
estacionamento onde Robbie fazia karatê.
Não sei por que estou aqui ou quanto tempo levei para chegar
até aqui, mas o dia está se transformando em noite e a chuva está
me ensopando com a lembrança da morte dele.
Estou sufocando no aguaceiro cobrindo meus lábios
enquanto suspiro no ar para acalmar meus pulmões.
Tudo parece suspenso no tempo, como em câmera lenta.
Meus passos se tornam pesados e lentos quando me aproximo dos
troncos e caminho pelos arbustos, com os galhos batendo sob os
pés.

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Quando atravesso a linha das árvores, meu corpo se


solidifica.
A árvore ainda está lá. Parece sem sinais.
Alta e florescente como se nada tivesse acontecido.
A vida do meu irmão terminou e o mundo continua girando,
a vida continua.
Cascatas de água caem ao meu redor assim como aquela
noite, e minha mente dá voltas. Mas não é só a chuva que mancha
minhas bochechas. Soluços escapam e me assolam, dobrando
meus joelhos e me levando para o chão.
Tudo dói. Meu coração quer fugir, mas como punição pelo que
fiz, não pode escapar. Está preso dentro de mim para sofrer em
agonia.
“Rhett?”
“Rhett?”
Eu ouço meu nome, mas não posso dizer o que é real e o que
não é mais.
Fico confuso quando as luzes piscam e um carro estaciona
atrás de mim.
Os faróis iluminam a cena, iluminando tudo o que eu quero
que fique na escuridão.
“Robbie.” Eu suspiro seu nome, meu estômago revirando e
meu corpo perdendo toda a habilidade de me manter de pé. A
escuridão abre seus braços para mim e eu caio para encontrá-la.

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CAPITULO 2
Um mês depois…

Álcool e cocaína percorrem minha corrente sanguínea, dando-


me uma falsa sensação de coragem.
Aplausos soam dos convidados abaixo e a piscina embaça
minha visão.
Segurando a garrafa de Jack Daniels que eu tenho uma breve
lembrança de ser entregue pelo meu melhor amigo, Baxter
Goddard, também conhecido como God, eu grito, “Um!”
God, da piscina abaixo, grita de volta, “Dois!”
A multidão continua a contagem, chamando, “Três!”
Eu bebo o conteúdo da garrafa e dou um pulo correndo do
telhado.

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“Ohhh merda”, soa lá de baixo, mas é tarde demais. O


zumbido de licor percorre minhas veias, o ar passa por mim num
piscar de olhos e então estou batendo na água, o líquido frio me
consumindo na entrada.
Um solavanco levanta meu tornozelo, provocando uma
pontada aguda de dor no meu pé e então todo mundo está
aplaudindo quando eu volto a superfície. Abrindo meus olhos,
flutuo na parte rasa da água.
“Oh foda-se! Há sangue”, alguém grita e a próxima coisa que
sei é que estou sendo arrastado para fora da piscina por God.
Meu sangue? Eu penso comigo mesmo, mas a realidade do
que está acontecendo não penetra na minha neblina embriagada.
“Porra! Chame uma ambulância!”
O riso escapa de mim, sacudindo meu corpo inteiro.
Eu não me sinto humano agora.
Estou perdendo a cabeça?
Um cara branco, corpulento, com a cabeça raspada e
tatuagens no pescoço se ajoelha na minha frente e esfrega o queixo.
“Isso é muito ruim, cara. O osso rasgou a pele.”
“Você está com dor?” God pergunta, e eu bufo, empurrando-
o de brincadeira.
“O assassino do meu irmão recebeu uma multa, porra. Estou
entorpecido”, digo a ele honestamente, então as risadas se
transformam em tristeza, e eu não posso impedir as lágrimas e as
mãos desesperadas puxando minha sanidade.
Alguém está batendo na porta dos recessos da minha mente,
é o velho eu, implorando para que o coloque de volta ao volante.
Foda-se ele.
Recuando, fecho meus olhos para bloquear todos os rostos
olhando para mim.

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Um pulsar começa a bater atrás de minhas pálpebras, tudo


gira ao meu redor como um tornado, me arrastando para a calma
da tempestade.

Está quieto demais.


Estranho.
Eu estou no meio da estrada. O asfalto está molhado, mas não
está chovendo.
“Rhett.”
Meu nome é sussurrado na suave brisa que murmura através
das árvores e minha respiração falha.
“Onde você está, Rhett?”
Minha frequência cardíaca está elevada, batendo contra meu
peito, percorrendo minha pele.
Colocando uma mão ali, procuro na linha das árvores por
alguém... por ele.
“Não se esqueça de mim, Rhett.”
“Robbie!” Eu grito.
“Estou aqui.”
Meu corpo inteiro dá um solavanco e eu esfrego meu ouvido,
certo de que o sussurro ecoou dali.
Meus olhos se abrem e sou impelido para a consciência.
Um brilho amarelo opaco ilumina a sala trazendo-a à vista.
As sombras mudam e se movem até que uma figura sai delas,
exalo uma respiração instável.

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Emoção pesada pressiona meu peito, lágrimas queimam


meus olhos.
Minha mãe se aproxima da cama do hospital em que pareço
estar.
“Mãe?” Eu resmungo.
Minha boca parece ter sido deixada aberta por uma semana
e mariposas se instalaram nela.
“Você sabe o quão aterrorizante é receber uma ligação
informando que meu filho está no hospital?” Ela diz, balançando a
cabeça, exausta.
Seu cabelo castanho encaracolado combina com os meus,
bagunçados e caóticos, e os lábios cheios se curvam, deixando feio
seu rosto bonito. Olhos avermelhados me prendem, e a culpa cobre
meu corpo como um cobertor.
“Sinto muito”, digo.
“Eu também sinto, Rhett. Não posso ficar por perto e ver você
se autodestruir. Isso dói demais. Eu perdi muito. Sofri mais do
que...” ela engasga, mas há uma resolução em seu tom que deixa
um buraco no meu estômago.
Minha boca se abre, mas as palavras me faltam.
Sua mão descansa na minha perna, só então noto que minha
outra perna está suspensa no ar, pendurada em uma tipoia com
um gesso da minha canela até os dedos dos pés.
“Você quebrou o osso. Arruinou sua carreira no futebol antes
mesmo de decolar.”
Ela limpa uma lágrima e funga, balançando a cabeça
novamente.
“Suas notas estão caindo e a escola está preocupada com a
sua formatura.”
“Eu não me importo com nada dessa merda”, digo a ela
honestamente.

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Seus traços se transformam de tristeza em raiva e ela


contorna a cama, parando ao lado da minha cabeça.
“É melhor você começar a se importar. Você viveu, Rhett. Você
não morreu naquela noite, Robbie morreu, e serei amaldiçoada se
vou assistir você destruir sua vida pela memória dele. Você deve a
ele mais do que isso — mais que isso!” Ela acentua cada palavra
com um dedo apontado para o meu peito.
Culpa se enraíza até a medula óssea e me infecta. É como
uma doença dentro de mim que não consigo me recuperar.
“Aquele filho da puta que o matou ganhou uma multa — uma
fodida multa! Ele estava acima do limite de velocidade!” Eu choro,
lágrimas transbordando e caindo dos meus olhos. Eu sei que é
egoísmo colocar toda a minha raiva e dor nela. Ela deve se sentir
um milhão de vezes pior do que eu.
Eu odeio isso. Eu odeio. Eu o odeio. Eu me odeio.
Fechando os olhos, ela envolve os braços em sua cintura,
como se precisasse se segurar, ou ela vai desmoronar.
“O sistema está cheio de injustiças. Em vez de se tornar parte
do problema, torne-se parte da solução”, ela diz. “Faça a sua vida
valer para alguma coisa.”
Sem outra palavra, ela sai do quarto.
Nossa casa.
Nossa cidade.
Ela me deixa.

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CAPITULO 3
2 meses depois…

Peça pizza. Trabalhando até tarde. Papai.


Eu bufo com o bilhete deixado na geladeira. É o mesmo que é
colocado pelo menos quatro noites por semana.
Ele quase nunca está em casa e isso me serve muito bem. Eu
pego os vinte dólares que ele deixou e enfio no meu bolso.
Ele diminuiu minha mesada nos últimos dias e pegou meu
cartão de crédito como punição por alugar um hotel inteiro para
mim e meus amigos depois do baile de formatura.
Valeu a pena. Se posso viver na ilusão de quem eu costumava
ser antes da morte de Robbie, isso me ajuda a esquecer – por um
momento. Eu anseio por aqueles momentos em que recebo um
pouco de alívio da raiva, da culpa, da maldita tristeza.

the elite seven


KER DUKEY

Trancando a porta da frente atrás de mim, corro para a rua,


mantendo meus passos leves.
God me encontra no final da calçada com uma lata de
gasolina e um tubo na mão, um sorriso arrogante no rosto.
“Eu não vou chupar”, ele me informa, entregando-me os
instrumentos para a atividade de hoje à noite.
“Você sempre chupa”, eu gesticulo, dando um soco no braço
que ele estende.
Seus olhos castanhos, amendoados, colidem com os meus, há
um brilho travesso neles.
A maioria das pessoas que não nos conhece supõe que somos
parentes com nossa aparência semelhante e vínculo fraternal.
Nós dois somos altos e atléticos, cabelos e olhos escuros,
lábios cheios e mandíbulas esculpidas.
Somos uma dupla dinâmica.
“Por que não podemos simplesmente ir ao posto de gasolina e
enchê-lo?” Ele geme, olhando para os dois lados da rua para se
certificar de que ninguém está por perto para nos ver sugando
gasolina dos carros dos meus vizinhos.
“Porque nós não queremos aparecer em qualquer vídeo de
vigilância que possa ser usado como prova”, digo a ele novamente.
Já passamos por isso algumas vezes.
Perder minha bolsa de estudos foi esmagador uma vez que fez
sentido.
As palavras de despedida de minha mãe no hospital depois do
meu estúpido acidente realmente me atingiram e desde que ela se
foi, meu pai tem sido uma pedra no meu caminho.
Usando dinheiro para a faculdade como uma ferramenta para
me manter na linha.
Foda-se ele.

the elite seven


KER DUKEY

Ele está exibindo sua bunda por toda a cidade, zombando de


seu casamento e da minha mãe.
Eu o odeio e não posso esperar para sair de perto dele.
“Você tem certeza que quer fazer isso? Eu posso falar com
meu pai por você.” God pega seu celular. “Isso pode ser um
engano”, ele resmunga.
“Ou um teste”, lembro-lhe.
Há rumores de que alguém tem provas de que uma sociedade
secreta, a Elite, é de fato uma coisa real.
Para a maioria, é uma lenda urbana, sussurrada entre os
estudantes do ensino médio, mas para aqueles que sabem que ela
existe, sabem que se tornar um membro traz oportunidades,
patrimônio, riqueza, conhecimento e posição social.
O pai de God, Baxter Samuel Goddard IV, ou Four, como seus
amigos o chamam, carrega a marca da Elite em forma de tatuagem,
mas ele ainda não confirmou que é de fato um membro nem para
o seu filho.
De tão secreta e superior que essa sociedade é. No entanto,
eu sei que é verdade.
Quando eu tinha doze anos e ficava na casa do God, um dos
passatempos favoritos do God era me desafiar a fazer merda. Uma
noite, ele me desafiou a me infiltrar no escritório do seu pai e
substituir o ‘bom’ uísque que seu pai mantinha lá com coisas
baratas que ele pagou a um idiota para comprar para ele na cidade.
God sempre teve problemas com o pai, como eu disse; nós somos
muito parecidos.
Eu estava prestes a sair do escritório de Four depois de
completar o desafio, quando ouvi seus passos pesados se
aproximarem. Eu tive que encontrar um lugar para me esconder.
Para minha sorte, Four precisava de um grande escritório para
encaixar seu enorme ego.

the elite seven


KER DUKEY

6 anos atrás

Eu corro pelo escritório, minha cabeça girando em todas as


direções até notar um espaço entre o sofá e a parede do fundo.
A porta se abre e meus olhos observam seus movimentos. Eu
posso vê-lo claramente, seu celular colado ao ouvido.
Meus olhos o acompanham enquanto ele vai para o enorme
retrato dele posicionado no centro da parede principal.
O artista que o criou não notou as características marcantes do
queixo de Four, mas capturou a cobiça sempre acesa em seus olhos.
Quando ele abre a moldura como uma porta, minha boca se
abre, um cofre é exibido atrás dela, embutido na parede.
Isso é legal.
Digitando os números, ele apita e libera a porta do cofre.
Alcançando lá dentro ele puxa um tipo de livro; tem um
emblema de caveira cobrindo a frente com palavras que não consigo
distinguir daqui. Com seu celular no ouvido, ele franze a testa e
depois fala.
“Com ela herdando todos os negócios dele, é ainda mais
imperativo que a recrutemos para a Elite.”
Soltando algumas respirações pesadas, ele balança a cabeça
ligeiramente antes de continuar.
“Isso foi a faculdade. Ela construiu uma carreira desde então,
talvez se nós lhe dermos um pequeno incentivo. Eu quero o nome
dela neste livro.” Ele resmunga, colocando o livro sobre a mesa e
sentando na cadeira antes de pegar um punhado de balas de uma
travessa em sua mesa, enfiando-as na boca como se nunca mais
fosse fazer uma refeição.
“Estou deixando isso para você, faça-o.” Ele quase engasga
com os doces na boca antes de largar o telefone.

the elite seven


KER DUKEY

Curioso por natureza minhas mãos ficam nervosas com a


necessidade de ver este livro. Parece algo que você veria no filme
Jumanji, algum tipo de tesouro.
Pegando uma caneta, ele folheia as páginas até encontrar o
que procura e apoia seu pulso sobre a superfície, adicionando tinta
ao papel.
Fechando o livro, ele se esforça para se levantar e geme
quando seus joelhos se chocam sob a pressão de seu peso. Eu me
movo mais para trás até ficar nivelado com a parede. Ele guarda o
livro e passa pelo sofá em que estou escondido e desaparece do
escritório.

Presente

Foram dois anos depois, quando finalmente consegui ver o


livro.
Os pais de God estavam viajando a negócios e meu melhor
amigo tinha o péssimo hábito de precisar perseguir altos de
adrenalina. Roubar o novo Bugatti Veyron de seu pai lhe daria
exatamente isso.
O carro custava uns dois milhões para que as chaves fossem
guardadas no cofre de Four.
Mal sabia eu que God havia conseguido a combinação um ano
antes.
Havia muita fortuna naquele cofre, mas minha curiosidade
estava em uma coisa. Aquele livro. “Por que você quer olhar em um
livro?” God bufou. Lembro-me de sua indiferença ao encolher os
ombros como se fosse ontem, quando eu disse a ele para me dar
alguns minutos com o livro.

the elite seven


KER DUKEY

4 anos antes

“Seja como for, apenas se apresse, Jasmine e Angela estão


esperando por nós.” Ele sorri.
Alcançando dentro do cofre eu pego o livro.
Parece mais espesso desde a última vez que o vi, mas isso pode
ser apenas porque estou vendo de perto.
É enorme, pesado pelo couro e metal entrelaçados na capa.
Um crânio usando uma coroa é saliente na superfície, eu
deslizo meus dedos sobre os detalhes, sentindo que encontrei algo
sobrenatural. Secreto. Precioso.
Numerais romanos que somam sete são posicionados sob o
crânio e palavras escritas em uma língua que não sei ler estão
rabiscadas embaixo deles.
UNICENDUM NATUS
Abrindo o livro, a primeira página faz meu coração disparar.
Membros da ELITE SEVEN SOCIETY.
Páginas e páginas de empresas e nomes conhecidos
preenchem o papel.
Minhas mãos tremem quando chego a uma página com meu
sobrenome escrito no topo.
MASTERS
Há uma lista da nossa árvore genealógica escrita abaixo e um
registro de todas as empresas pertencentes a membros da família.
Como uma sociedade pode ter tanta informação sobre todos?
Meu estômago revira quando meus olhos leem um selo
rejeitado em grandes letras vermelhas ao lado de cada pessoa
marcada lá.
Rejeitado de quê?

the elite seven


KER DUKEY

“Rhett, vamos homem, temos borracha para queimar.” God me


chama e tira o livro do meu alcance, colocando-o de volta no cofre.

Presente

Meu nome não estava lá. Eu só rezo para que meu nome seja
adicionado agora e um carimbo de aceitação seja marcado nele. Eu
nunca vi o livro desde então.
Quando Four retornou de sua viagem, ele foi informado das
travessuras de God, dirigindo pela cidade em um carro de
propriedade de apenas alguns homens em todo o mundo.
Era difícil negar que roubamos o carro para um passeio
divertido.
Four aumentou seu sistema de segurança e estamos
bloqueados desde então.
Estou convencido de que o nome de God aparecerá nessa
lista, e quero estar nela com ele.
Desde que perdi minha promissora carreira no futebol, fiquei
obcecado com a Elite. Mas há pouca informação sobre eles. Tudo
o que realmente sabemos é que apenas sete membros são iniciados
a cada ano e esses membros devem ser os melhores dos melhores
— membros que podem se tornar um trunfo para a sociedade — e
a missão desta noite é solidificar meu nome entre esses sete.
Surgiu um rumor de que um documento que prova que a Elite
existe será vazado para a imprensa local. Um envelope pardo
contendo detalhes incriminatórios foi publicado hoje na assessoria
de imprensa.
A maioria das pessoas revirou os olhos para essa fofoca, mas
acho que é um teste.

the elite seven


KER DUKEY

A Elite está testando novos recrutas em potencial para ver se


alguém tentará recuperar o documento.
Eu serei o melhor.
Eu chupo o tubo e cuspo a gasolina quando ela enche minha
boca. Colocando o tubo na lata, sorrio enquanto ela enche.
Desculpe, senhora Barnes. Precisamos mais da gasolina.
Eu tiro do seu sedan branco para a caminhonete do outro
vizinho. É necessário apenas os dois para que a lata seja
preenchida até a borda.
“Isso foi nojento.” Eu cuspo algumas vezes para limpar o
resíduo das minhas gengivas.
Correndo pela rua até o carro de God, uma Ferrari vermelho-
sangue Sergio Pininfarina — uma filha da puta chamativa,
entramos e seguimos em silêncio pelas ruas secundárias para nos
manter longe do radar de câmeras ou da lei.
Eu faço com que ele me deixe a alguns quarteirões do
escritório de triagem.
Todas as correspondências acabam aqui, prontas para serem
entregues e o horário de trabalho é das quatro da manhã às dez da
noite, portanto, o prédio estará vazio.
“Tem certeza de que não quer que eu vá com você?” God
pergunta, estacionando o carro ao lado de um antigo prédio da
fábrica abandonada.
“Não. Apenas me encontre na minha casa e nós poderemos ir
à festa do Winter. Para conseguir um álibi para a noite.”
“Parece bom. Seja cuidadoso.”
Deslizando por trás das estruturas, eu fico nas sombras,
certificando-me de que o capuz do meu casaco cubra a maior parte
do meu rosto, caso haja câmeras em qualquer um dos edifícios.
Quando chego ao escritório de triagem, faço uma ronda no
quarteirão. Já passa das onze, então o lugar deve estar vazio, mas

the elite seven


KER DUKEY

checo duas vezes antes de me tranquilizar. Não há luzes acesas lá


dentro e não há carros no estacionamento.
Soltando a tampa da lata de gasolina, despejo uma barreira
ao redor do prédio. Uma vez que fiz um círculo completo, eu coloco
um pano na boca da lata, acendo e a jogo em uma das janelas.
Ouço um som sibilante e então o cheiro invade minhas
narinas. Não demora muito antes que o som crepitante das chamas
comece a lamber as janelas.
Eu acendo uma trilha do lado de fora do prédio, e em poucos
minutos, todo o lugar acende como uma fogueira.
Sorrindo, eu começo a correr, ignorando a dor intensa que
ataca a lateral da minha perna da minha antiga lesão no pé.
Eu corro por quatro quarteirões, então sou surpreendido.
Luzes azuis piscam e um carro de polícia estaciona.
Porra.

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KER DUKEY

CAPITULO 4

Olhando para o meu pai, eu me concentro em seus lábios se


movendo, mas parei de ouvi-lo uma vez que ele disse que estava
transmitindo a mensagem da minha mãe, porque ela não queria
me ver e falar comigo.
“Você está me ouvindo?” Ele pergunta, e sinceramente nunca
me senti assim desconectado, perdido. Preciso que ele se foda para
que eu possa sair daqui e escapar em bebida e mulheres.
“Desculpe por ter perdido a última parte.” Eu esfrego a mão
no rosto antes de cruzar os braços sobre o peito.
Revirando seus olhos, ele aperta a ponta do nariz e exala uma
respiração furiosa.
“Os termos da sua inscrição é que você verá um orientador
uma vez por semana.”
“Por quê?”

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KER DUKEY

“Porque você esteve arranjando confusão desde a morte do


seu irmão, quebrando ossos e queimando prédios!” Ele grita.
Recosto-me no sofá e encolho meu ombro.
“Não houve prova de que comecei o incêndio. Nenhuma
acusação foi feita contra mim.”
“Ainda”, ele corrige. “Você tem sorte de ser o melhor amigo de
um Goddard.”
Fico de pé, coloco minha jaqueta e pego minhas chaves da
mesa.
“Até então, sou inocente.”
“Onde você pensa que vai?” Ele pergunta exasperado. Eu
odeio o olhar em seus olhos: desdém e arrependimento. Não seria
tão ruim se seus olhos não fossem um reflexo de mim mesmo.
“Sair. Vou comemorar minha entrada na faculdade.” Eu
sorrio forçado.
Pegando as chaves da minha mão, ele as joga de volta na mesa
e caminha ao meu redor, dizendo, “Por pouco esforço da sua parte
e graças aos seus laços de família — foi isso que te colocou na
faculdade. Não há nada que valha a pena comemorar sobre isso.”
O controle sobre meu temperamento ameaça falhar, até que
se desfaz completamente. “Foda-se”, grito.
Ele para abruptamente, seus olhos escuros penetrando os
meus. Marchando em minha direção, ele para muito perto. Seu
peito está inchado e os ombros jogados para trás, mas há uma
cautela em sua abordagem que não estava lá antes desse
momento.
Nossa altura é igual nos dias de hoje. Estou chegando a pouco
mais de 1,80m e meu corpo é um pouco mais magro do que o dele,
devido a todos os exercícios do futebol, mas estou com toda a força.
Se chegar a isso e ele der um soco, sei que posso aguentar e revidar
de forma tão poderosa quanto ele.

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KER DUKEY

“Vá com calma, Rhett. Eu poderia desfazer tudo isso tão


rápido quanto foi arranjado.”
Sua ameaça é hostil e me atinge mais forte do que um soco
jamais poderia.
Foda-se ele.
Irei caminhando até God e nós poderemos festejar lá.
Não planejamos que eu e God acabasse na mesma faculdade,
mas é um bônus que vale a pena comemorar mesmo assim.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 5

Som alto pulsa ao meu redor. A sala está cheia de corpos


pulando com a batida. Todos estão gritando, jogando-se uns nos
outros como idiotas. Eu não tenho a mínima ideia de como acabei
aqui.
Paredes cobertas de cartazes me sufocam e copos vermelhos
enchem o sofá em que estou sentado.
Uma garota está girando no meu colo, fazendo meu pau pular
em minha calça enquanto ela canta junto com algumas letras
sendo gritadas em um microfone.
Eu mal consigo distinguir God do outro lado da sala junto
com uma estranha pulando sem parar. Não estamos acostumados
ou interessados nesse tipo de música, mas ele está agindo como se
gostasse.

the elite seven


KER DUKEY

Isso é típico de God. Ele tem mais dinheiro do que juízo e uma
atitude arrogante que faz a maioria das pessoas normais tremer.
Esse é o pai dele nele — a atitude de ‘eu domino o mundo’.
Vir a uma festa assim é divertido para ele. Sua família é, sem
dúvida, mais rica do que todas as famílias dessas pessoas juntas,
e se divertir com o povo comum o diverte. Ele tem um senso de
humor doentio.
Uma voz soa em um microfone e a atmosfera muda
rapidamente. Cerveja espirra em nós enquanto os copos são
servidos.
A música é interrompida e a voz de alguém ecoa pela sala.
“Obrigado por ter vindo nos apoiar esta noite. Certifique-se de
comprar um CD antes de sair. Apenas cinco dólares.”
Onde nós estamos?
“Você quer vir para a minha casa?” A garota no meu colo
pergunta em um sotaque sulista sexy e profundo.
Examinando-a, tomo nota de um corte de cabelo pixie com
um arco-íris de cor nele.
Piercings no nariz e nos lábios chamam minha atenção e eu
sorrio para ela.
“Onde mais você tem piercing?”
Sua risada é despreocupada e leve.
“Você vai ter que descobrir.”
Escorregando do meu colo, ela pega minha mão, me ajudando
a ficar de pé e me arrastando pela multidão.
Vejo God desaparecendo por uma porta lateral com duas
mulheres. Nunca é simples com ele. Tudo o que ele faz é em
excesso.
“Onde você mora?” Eu coloco um braço ao redor do ombro da
garota e me inclino para mordiscar o lóbulo da orelha dela.

the elite seven


KER DUKEY

Nós saímos da sala para uma brisa fresca e mais corpos


festejando nas ruas.
“Bem ali”, ela suspira, inclinando-se em meus lábios. É então
que percebo que estávamos na garagem de alguém, a algumas
casas de onde essa garota mora.
Não reconheço esta parte da cidade, ou como diabos
chegamos aqui, mas isso não é incomum quando você é amigo de
God. É como se ele encontrasse os piores buracos apenas para
irritar o pai.
Nós entramos pela porta da frente e ela joga as chaves antes
de se virar para me encarar. Ela anda de costas, me puxando junto.
“Você quer uma bebida?”
Foda-se, sim.
“O que você tem?”
Ela morde os lábios, ponderando a minha pergunta, depois
me empurra para uma sala de estar.
“Fique à vontade. Eu vou pegar alguma coisa para nós.”
Um grande sofá laranja domina a sala, chamando-me para
ele. Eu tiro minha jaqueta e desmorono, colocando o meu
comprimento total sobre as almofadas. Isso coça pra caramba, mas
não tenho energia para mover.
A garota aparece de cabeça para baixo alguns segundos
depois, e fico grato por não fechar os olhos. Robbie espera por mim
lá, e é muito doloroso.
“Vodca?” Ela sorri, segurando um copo para mim.
Levanto-me para ficar sentado, pego o copo e bebo o
conteúdo, saboreando o rastro de fogo pela minha garganta.
“Uau, devagar, garanhão.” Ela pega o copo vazio e coloca na
mesa de centro antes de subir no meu colo.
Ela é uma coisinha pequena, usa um jeans minúsculo e uma
camiseta de banda.

the elite seven


KER DUKEY

Seus seios pequenos não enchem minhas mãos, mas a


confiança dela é sexy.
Meu pau contrai e eu tento apagar a voz sussurrando nos
cantos escuros da minha mente.
“Onde você estava, Rhett?”
Quando percebe a minha distração, ela alcança a fivela do
meu cinto, mas eu coloco uma mão sobre a dela, parando-a e
movendo-a do meu colo.
Grandes olhos verdes se expandem e seu sorriso vacila
enquanto eu destruo aquela confiança.
“Tudo certo?” Ela pergunta, sua voz calma. Isso me faz sentir
como um idiota, por fazê-la se questionar.
“Sim, tudo está muito bom. Eu só quero olhar para você.”
Deslizo minhas mãos sob a sua camiseta e empurro para cima,
puxando-a sobre sua cabeça.
A pele clara decorada com tinta se estende até o peito,
terminando nos pequenos mamilos rosados que estão excitados.
Inclinando-me, pego um na boca, girando a língua sobre ele, depois
chupo seu seio inteiro na minha boca antes de soltá-lo com um
estalo alto.
Eu abro os botões do short jeans e o puxo pelas suas pernas.
Ela não está usando calcinha e tem uma pequena quantidade
de cabelo que ela pintou de rosa.
Que porra é essa?
Ela sorri para mim. “Nunca comeu uma buceta rosa antes?”
Uma risada escapa de mim e eu caio de costas divertido.
Porra, ela é interessante.
Deitado, digo a ela, “Coloque essa linda buceta rosa no meu
rosto, querida.”

the elite seven


KER DUKEY

Erguendo a perna, ela monta em meus ombros, seus


pequenos seios subindo e descendo com sua respiração ofegante
pela ansiedade.
Eu nem toquei nela ainda, mas sei que ela será explosiva. Já
posso notar por seus gemidos ansiosos.
Assim que ela desce seus quadris e eu coloco minha língua
para fora para encontrá-la, a porta se abre e um grito atravessa a
sala.
A garota colorida se arrasta para levantar, tropeçando e
caindo no chão.
Eu olho na direção do barulho para ver quem se juntou a nós,
encontrando uma mulher loira olhando para mim com a boca
aberta.
“Que diabos?” Ela diz exasperada. Ela parece familiar, mas eu
não posso identificá-la no meu estado intoxicado.
“Nicky, o que diabos você está fazendo?” A mulher pergunta,
direcionando a pergunta para minha amiguinha arco-íris.
Nicky?
“Você sabe quem é esse?” Ela aponta o dedo para mim.
Espere, eu, o quê?
“Eu o conheci esta noite. Por que, quem é ele?” Minha garota,
Nicky pergunta, pegando suas roupas e vestindo-as.
“Esse é o filho do senhor Masters”, a loira informa.
Sr. Masters? Eu solto uma risada e minha cabeça gira, a
vodca fazendo o seu trabalho.
“O chefe que você estava fodendo?” Garota colorida, quer
dizer... Nicky! Grita.
Espera, o que ela disse?
“O quê?” Eu pergunto através da névoa de álcool, fazendo
meus lábios formarem a pergunta pressionando meu cérebro.

the elite seven


KER DUKEY

“O chefe que me demitiu depois que sua esposa o pegou me


fodendo, sim”, ela diz, ligando um interruptor de luz, inundando a
sala com um branco brilhante.
Porra.
É preciso alguns segundos para os meus olhos se ajustarem,
mas ao vê-la na luz, eu a reconheço do escritório de papai. Melissa
alguma coisa. God e eu simplesmente a chamávamos de lábios
carnudos porque ela tem os maiores lábios que eu já vi.
Ela é sexy como o inferno, mais velha que eu, mas ainda
jovem e disponível para uma transa.
Merda, eu preciso pensar em uma coisa só, o que ela acabou
de dizer?
“Saia. E diga ao seu pai que vou entrar com uma ação por
demissão injusta.”
Suspirando, levanto e passo esbarrando nela.
“Diga a ele você mesma, querida. Eu não vou dizer essa
merda.”
“Ei, ele não precisa ir. Não é culpa dele que o pai seja um
idiota.”
“Nicky!” A loira repreende.
“Está bem. Perdi meu apetite de qualquer maneira.” Um
sorriso curva meus lábios enquanto eu aceno em despedida.
Não sei onde diabos estou, mas começo a andar, absorvendo
o conhecimento de que meu pai é um traidor de merda e minha
pobre mãe sabia.
Merda, não só sabia, mas o pegou no ato.
Não é de admirar que ela nos deixou. Nós dois falhamos com
ela.

the elite seven


KER DUKEY

Acordando no gramado da frente do lado de fora dos portões


da nossa casa, eu gemo com a dor de cabeça que sinto e o fato de
que estou descalço.
Que diabos?
Eu nem me lembro de chegar aqui.
Forço-me a ficar de pé, cada músculo do meu corpo
protestando contra o movimento. Estou suado e com saliva no meu
queixo.
Sentindo olhos em mim, dou uma olhada rápida ao redor,
então passo minhas mãos para limpar a sujeira dos olhos antes de
acenar para o vizinho do outro lado da rua pegando seu jornal.
“Bom dia, senhor Denzel”, resmungo para o velho.
Ele olha para mim, uma carranca marcando seu rosto
enrugado.
“Você está aí desde que acordei às quatro da manhã”, ele
murmura.
Droga. O filho da puta poderia ter jogado um lençol em cima
de mim ou me acordado. Eu poderia ter sido comido por um
animal.
Caminhar pela calçada parece com seguir pelo corredor da
morte, meus ossos imitando os de uma pessoa de oitenta anos.
A porta da frente está aberta quando eu giro a maçaneta e o
frio do ar condicionado atinge minha pele. Vou precisar de um
banho para limpar o orvalho pegajoso da minha pele.

the elite seven


KER DUKEY

Sigo pelo corredor e paro quando vejo meu pai sentado no


balcão da cozinha. Sua cabeça está em suas mãos enquanto ele
olha para o que parece ser uma papelada.
Sentindo que não está sozinho, ele olha para mim em pé na
porta.
Suas sobrancelhas se comprimem e ele exala uma respiração
entrecortada.
“Você parece péssimo. Onde diabos esteve?” Ele pega um copo
do que parece suco de laranja espremido na hora e toma um gole
generoso.
Minha boca se enche de água ao vê-lo. Eu preciso de um
pouco disso.
“Saí.”
Ele range os dentes, sua mandíbula contraindo com
aborrecimento.
Colocando uma mão nos papéis à sua frente, ele os desliza
pelo balcão na direção onde eu estou.
“Sua mãe quer o divórcio.”
Ele diz que o divórcio é como uma maldição, abaixo dele.
“A morte de Robbie nos arruinou”, ele acrescenta e uma mão
fantasma desliza pela minha coluna, fazendo-me tremer.
Raiva, intensa e volátil, queima dentro de mim.
“Ou poderia ser a cadela que ela pegou você fodendo?” Eu
resmungo. Sua boca se abre quando me viro e subo os degraus de
dois em dois.
Preciso de um banho e sair daqui.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 6

Eu coloco purê no meu prato, em seguida, olho para um


entediado God, que está checando o celular, ignorando o pai
falando com ele.
“Uma vez por mês, eu peço um jantar”, diz o Sr. Goddard,
também conhecido como Four.
“Estou aqui, não estou?” God sorri por cima do seu celular.
Revirando os olhos, Four volta sua atenção para mim. Há um
ar sobre ele que faz minhas costas se endireitarem.
Ele detém uma autoridade em sua postura, e seu tom
comanda a sala. Apesar de ser um enorme filho da puta, que pesa
mais de 130 quilos e mal consegue se mexer, há algo nele que exige
respeito. Eu acho que eles chamam isso de dinheiro.
“Diga-me, Rhett, como está sua mãe?” Ele pergunta antes de
sugar a carne do osso de frango. O óleo escorre de seu queixo e eu
reprimo um tremor.

the elite seven


KER DUKEY

Porra. Eu não sabia que ele me perguntaria isso e isso me


desconcerta.
Juntando meus pensamentos, abaixo meu garfo e limpo
minha boca com um guardanapo.
“Nós não falamos muito, senhor. Mas espero que ela esteja
bem.”
Linhas franzem sua testa e ele se inclina para trás em sua
cadeira, o rangido alto enquanto ela protesta contra seu peso.
“Sinto muito por ouvir isso. Eu esbarrei nela enquanto estava
em Nova York a negócios. Ela parece bem. Considerando tudo o
que passou.”
É uma apunhalada no meu estômago.
“Ela mencionou a faculdade. Você decidiu entrar em Direito?”
Ele bebe uísque de um copo e sorri para mim.
God e eu somos amigos desde o jardim de infância, então não
é surpresa que ele e minha mãe tenham falado sobre faculdade; é
o convite para o seu jantar mensal que faz minha mente trabalhar
demais.
Não é coincidência que a investigação policial do incêndio
tenha sido esmagada há alguns dias. Julgado como um ‘acidente’.
God trabalha de formas misteriosas…
“O que o seu pai pensa sobre você querer entrar em Direito?”
Ele pergunta, sem esperar por uma resposta à sua pergunta
anterior.
“Ele usa o dinheiro das minhas mensalidades como forma de
me manter na linha. Ele odeia que eu esteja indo para o Direito e
não finanças como ele, então ele mantém meu futuro pendurado
por um fio.”
God passa os olhos em mim e depois de volta para o pai.
A atmosfera engrossa.
“Espero entrar na Elite”, deixo escapar.

the elite seven


KER DUKEY

God engasga com a bebida e tem um ataque de tosse. Seu pai,


no entanto, permanece tão frio quanto um pepino, nenhuma
surpresa em suas feições.
“Isso é um clube?” Ele pergunta, olhando-me diretamente nos
olhos.
Seus olhos de aço seguram os meus, até eu desviar o olhar.
“Algo do tipo.” Sorrio forçadamente.
“Certo. Eu já terminei”, God anuncia, ficando de pé.
“Você vem?” Ele contorna a mesa, parando ao lado da minha
cadeira.
“Lógico.”
“Foi um prazer vê-lo, Rhett. Não se sinta um estranho por
aqui.” Four limpa a garganta e fica de pé.
“Eu não vou, senhor.”
Ele estende a mão carnuda para mim, que eu encaro por
alguns segundos em admiração antes de agarrar com firmeza e
balança-la.
“Eu acho que você seria um trunfo para qualquer clube.”
Meu peito acelera, e eu travo o queixo para evitar me
emocionar. É patético, mas eu respeito esse homem. Tê-lo me
dizendo isso desperta orgulho dentro de mim.
“Obrigado, senhor.”

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 7

Música. Álcool. Mulheres.


É assim que a maioria das noites acaba para mim e a noite
passada não foi diferente.
Eu preciso do barulho para acalmar a voz gritando para mim
de trás do meu subconsciente.
A queimação do álcool está se tornando um vício — uma
necessidade para dissipar o frio em minhas veias.
E mulheres para me convencer de que ainda estou vivo.
Respirando e não entorpecido.
Os lençóis se enroscam em volta das minhas pernas como
trepadeiras, me prendendo no colchão onde desmaiei na noite
passada.
Flashes das atividades noturnas se projetam atrás de minhas
pálpebras como clipes de filmes.

the elite seven


KER DUKEY

Abrindo meus olhos, ignoro a picada da intrusão de luz que


entra pela janela aberta e olho ao redor do quarto, reconhecendo
minhas porcarias em todos os lugares.
Obrigado caralho.
Isso é um bom sinal. Muitas vezes eu acordei no apartamento
de um estranho cercado pelo pecado da noite anterior.
Bato minhas mãos sobre o meu corpo. Nu, totalmente, exceto
pela camisinha ainda presa ao meu agora pau mole.
Eca.
Isso é desleixo meu.
Normalmente, eu me livraria dessa merda e observaria a água
girar com ela até que eu soubesse que tinha ido embora. Eu não
quero nenhum pequeno Rhett lá fora no mundo. Um é mais que
suficiente.
Mas sei que não há fluidos nela de qualquer maneira.
Desde que perdi Robbie, meu corpo e minha mente se
enfurecem e minha mente sempre vence. Eu nunca me permito
terminar.
As garotas não percebem. Inferno, elas não se importam.
Contanto que elas possam dizer que foram fodidas por Rhett
Masters, é o suficiente para elas.
Soa estúpido, superficial, mas é verdade. E algo que eu me
orgulhava antes...
Todos os meus anos de ensino médio foram construídos sobre
a minha reputação de tirador de calcinha, corretor de imóveis de
buceta, ladrão de corações.
As pessoas queriam ou ser eu ou ficar comigo, era simples
assim.
Dinheiro misturado com capacidade atlética e boa aparência
é igual a poder.

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KER DUKEY

O que posso dizer, os seres humanos são criaturas básicas, e


eu tinha uma reputação da qual não estava pronto para desistir
ainda.
É tudo que me resta.
Uma batida na porta do quarto faz um gemido passar pelos
meus lábios e dispara uma banda desfilando no meu crânio.
Bolas de algodão enchem minha boca enquanto uma corrente
de ácido sobe pela minha garganta, ameaçando expelir a ingestão
de bebidas da noite anterior.
“Cai fora”, eu grito, estremecendo quando a porta é aberta e
bate contra as paredes, sacudindo o espelho fixo na parede do
outro lado.
“Ou entre”, resmungo baixo.
Eu odeio viver aqui, especialmente quando ele está bancando
o papai, como se realmente desse a mínima sobre mim ou o que eu
faço.
Bom dia para você também, papai.
Ele olha para mim, desdém em seus olhos castanhos escuros.
Se eu pudesse abrir totalmente os meus, refletiria aquele olhar de
volta para ele.
Eu o lembro a minha mãe, e ele não admite isso, mas ele me
odeia por causa disso. Ele ainda a ama e sou uma lembrança
constante do que perdeu. Não apenas ela, mas seu filho favorito
também. Agora, tudo o que ele tem sou eu e não o suporto.
“Você está me ouvindo?” Sua voz explode, arrancando-me dos
fantasmas que possuem minha mente.
Não.
Seu celular toca no seu bolso, dando-me um alívio com sua
perturbação.
Soltando uma respiração exausta, ele sai pela porta para falar
em sussurros com quem está ligando tão cedo.

the elite seven


KER DUKEY

Sem dúvida é uma de suas vadias. Ele não faz nenhum


esforço para encobrir seus modos prostitutos agora que sabe que
eu sei que ele traía. Idiota.
Ele foi pego com as bolas no fundo de sua secretária e ainda
tentou culpar seu divórcio pela morte de Robbie. Ele me enoja.
A porra da sua secretária?
Dez anos mais jovem e burra como uma merda, pensando que
se ela o deixasse mergulhar seu velho pau em sua buceta, isso
impulsionaria sua carreira.
Clichê pra caralho.
As pessoas dizem que o amor é poderoso, e isso é verdade,
mas na maioria das vezes, ele é corrompido pela luxúria.
A luxúria é uma força própria. Ela consome a mente e o corpo
e faz com que até os mais leais se entreguem aos seus caminhos
pecaminosos. Ele arriscou tudo por uma rápida foda em cima da
sua mesa.
Ele não pensou no caos que aquela foda causaria.
A luxúria é violenta, destrutiva e incontrolável. Se deixar a
sensação se enraizar, você se torna prisioneiro do seu poder, até
que esteja acordando nos destroços do seu caminho.
E mesmo que seja parte da razão pela qual a mamãe foi
embora, ainda prefiro luxúria do que amor toda maldita vez.
Foda-se o amor.
É mais prejudicial para a alma do que qualquer outra coisa
no mundo.
Perder alguém que você ama é como viver sua própria morte.
A dor é tão brutal, a tristeza rasga a alma em pedaços
enquanto ainda bombeia combustível para o coração.
Nenhum irmão mais velho deveria ter que ver seu irmão mais
novo morrer.

the elite seven


KER DUKEY

Nenhum pai deveria ter que sobreviver ao filho — enterrar seu


filho.
O luto é uma prostituta caprichosa. Ele me atinge em ondas,
lembrando-me sempre o que eu tento esquecer. O remorso me
persegue, e não posso fugir disso, não importa quão imprudente
eu me torne.
“Eu não vou me atrasar, prometo.”
Sou um maldito clichê.
“Se eu não tivesse visto as três garotas escapando daqui
começaria a me preocupar com vocês dois.” Meu velho balança a
cabeça, zombando de algo no chão enquanto volta para a minha
porta, desdém em seu tom.
Levantando-me nos cotovelos, sigo seu olhar e bufo.
God, meu melhor amigo e parceiro no crime está esparramado
no chão, bunda nua, com uma calcinha na cabeça cobrindo os
olhos.
“Não seja homofóbico, pai. Como você sabe que não deixamos
as mulheres apenas assistirem?” Eu provoco, só para ver o
desgosto transformar suas feições.
Pedaço de merda idiota.
Eu queria ser nada parecido com ele enquanto crescia. Robbie
era sua pequena cópia. Costumava sentar em seu escritório por
horas aprendendo as cordas da negociação.
Nosso velho gostava de bancar o bonzão, e ele era rico, mas o
dinheiro e o poder da nossa mãe eram maiores que os dele. Ele
jogou fora a única coisa que fez certo, casar com ela, deixando seu
ego e seu pau controlarem as coisas.
Minha mãe era uma das mais populares moradoras e donas
de empresas nesta cidade, herdou propriedades do seu pai e agora
não suportava ficar aqui. Ela foi embora, deixando-me à mercê do
meu pai impiedoso.

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KER DUKEY

“Vista-se e saia. A faculdade começa hoje. Eu tive que mexer


muitos pauzinhos para colocar você lá, então toda essa merda tem
que parar. Vou fazer apenas isso antes de lavar as mãos com você,
garoto.”
Ele diz ‘garoto’ com um grunhido, e lhe ofereço o dedo do
meio, então caio de volta no meu travesseiro. A almofada macia
protege minha ressaca.
Tenho a intenção de recuperar o respeito da minha mãe,
deixá-la orgulhosa e fazer meu pai se arrepender de me dizer que
eu não chegaria a nada e que deveria ter sido eu quem morreu
naquela noite.
Isso é algo que podemos concordar, mas não da mesma
forma.
Estudar Direito será minha nova promessa à memória dele.
Vou me certificar de que os filhos da puta não escapem tão
levemente quando destruírem vidas.
“Rhett”, o papai fala novamente, alertando-me para o fato de
que ele não aceitou minha saudação do dedo do meio como uma
dica para ir se foder.
“Levanta sua bunda e, pelo amor de Deus, vista alguma
roupa.”
A porta se fecha e God levanta a cabeça do chão.
“Ele disse meu nome?”
Sorrindo, jogo meu travesseiro na cabeça de God.
“Idiota.” Ele resmunga.
É hora de levantar. Desemaranhando-me eu levanto da cama
antes de arrastar minha bunda para o chuveiro.
Eu não precisava dele acordando a minha bunda. Não tenho
intenção nenhuma de foder meu primeiro dia.
Há merda que preciso provar.

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KER DUKEY

Vendo minha imagem no espelho, eu gemo. Minhas íris


escuras estão acompanhadas de manchas vermelhas, colorindo o
branco dos meus olhos.
Meus lábios carnudos estão secos e meu cabelo castanho está
em todas as direções imagináveis.
Esfregando a mão no meu peito, percebo que perdi peso
ultimamente, fazendo com que meu tanquinho pareça mais reto.
Eu preciso comer mais.
“Você terminou de se verificar?” God bufa, entrando no
banheiro e fazendo xixi.
“Pareço uma merda”, gemo, abrindo o chuveiro e permitindo
que o vapor preencha o espaço.
“Eu tenho dito isso a você há anos. As garotas discordam, no
entanto. O que você pode fazer?” Ele zomba, sacudindo sua coisa
e me deixando lá.
Entro debaixo do jato do chuveiro e a água me castiga um
grau abaixo de uma briga. Eu permito que o calor me limpe dos
meus pecados da noite anterior enquanto tento evocar a lembrança
de com quem eu estava, mas as mulheres todas se fundem em
uma.
God estava certo sobre as garotas vendo ouro onde eu via
cobre. Eu não sei porque fodem comigo, mas elas não têm o
suficiente. Não importa se não me lembro os seus nomes no dia
seguinte.
Eu sempre fui um festeiro.
Capitão do time de futebol, rico, e de acordo com a minha
professora de inglês, ‘estupidamente bonito’.
Isso é o que ela ofegou conforme me acariciava enquanto eu
transei com ela em sua mesa no último dia da escola no verão.
Ela vinha implorando por isso desde que me viu me trocando
no corredor uma vez.

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KER DUKEY

Seus olhares sutis e desculpas para me manter para trás


depois da aula, tornaram óbvio que ela queria sentir o gosto, então
eu dei a ela e ela me deu a nota que eu precisava.
Todas queriam sentir um gostinho e eu sempre estive disposto
a dar a elas — até recentemente. Eu perdi minhas necessidades
desde a morte do meu irmão. A gratificação sexual me lembrava
muito do motivo pelo qual eu estava atrasado naquela noite e por
mais que eu faça o papel de ser o caçador de bucetas cheio de
tesão, há um buraco do tamanho de uma cratera no meu peito
ameaçando me consumir a qualquer momento.
God me faz passar por cada dia ainda respirando. Ele tem
seus próprios problemas e, juntos, somos uma mistura letal de
caos e pecado.

“Você vai usar isso?” God sorri quando saio do banheiro


completamente vestido em uma calça de terno, uma camisa e
gravata, meu cabelo escuro arrumado com gel, dando-me um
visual profissional em vez da aparência de recém-saído do
chuveiro.
“Entrar na Elite é a minha única maneira para sair do
dinheiro e da porra da tutela do meu pai. Eu preciso que eles me
ajudem a pegar o homem que matou meu irmão. Então preciso me
vestir adequadamente”, eu o lembro.
“Cara, parecer um geek maluco não vai te colocar dentro da
Elite. Você já preparou o terreno, precisa que eu fale com meu pai?”
“Não, está tudo bem.”
É o meu pai que é o problema.

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KER DUKEY

Meu problema com a lei depois de queimar os correios quase


manchou o nome da nossa família aos olhos do meu pai, agora ele
está sendo um idiota.
O que ele não sabe é que meu problema com a lei era parte
da minha preparação do terreno para ser escolhido para a Elite.
O papai disse que tinha sido por um triz e que ele não pegaria
leve.
“É um milagre que eles estejam considerando que foi um
acidente.”
Mas eu sabia melhor. Não era um milagre; a Elite resolveu o
problema.
A Elite poderia cuidar das minhas mensalidades e me dar os
meios para me estabelecer no meu próprio lugar, cortar os direitos
dos meu pais e me libertar. E conseguir as informações que preciso
sobre o idiota que matou Robbie e me ajudar a acabar com ele. Ele
merece mais castigo do que uma pequena multa.

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KER DUKEY

CAPITULO 8

Engolindo o resto do meu café da manhã na forma de uma


bebida energética gigante, eu bato meus dedos no volante,
tentando criar coragem para sair do carro.
É uma sensação estranha estar fora da minha zona de
conforto, especialmente em um ambiente do tipo universidade.
God estava certo sobre a roupa. Nenhuma pessoa aqui estava
vestida com outra coisa que não roupas casuais. Fico feliz que ele
me fez trazer uma troca de roupa.
“Quer se encontrar para o almoço?” Volto minha atenção para
God, que cochilou por todo o caminho até aqui e agora está olhando
o celular, bocejando. Ele é tudo ou nada — ou a toda velocidade
em qualquer coisa em que ele possa colocar suas mãos ou se
arrastando quando cai.
“Não, cara. Eu tenho uma merda para fazer. Podemos nos
encontrar à noite.”

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KER DUKEY

Franzindo a testa, pego seu celular e desligo a coisa.


“Cara, que porra é essa?” Ele ri, estendendo a mão para mim.
“Você não vai para a aula?”
Ele bufa e pega o telefone de volta.
“Ninguém vai para aula na semana dos calouros.”
Abrindo a porta do carro, ele desliza para fora e me saúda.
Eu faço o mesmo, gritando, “Por que diabos você veio até aqui
então?”
Sorrindo, ele se vira para andar para trás, afirmando. “Para
apoiar você… e eu não queria ficar com o seu velho. Ele olha para
mim esquisito. Eu acho que ele tem uma queda.”
Mostro o dedo do meio para ele e ele ri, correndo pelo
estacionamento.
A calça que estou vestindo está esmagando meu saco e a
gravata parece um laço no meu pescoço. Que porra eu pensei
quando imaginei que poderia seguir com essa merda.
Abrindo o porta-malas, pego minha bolsa e abro-a puxando
minhas roupas.
God me conhece melhor do que eu me conheço metade das
vezes, eu durei uma viagem de carro inteira antes de precisar me
trocar.
Tiro a gravata, em seguida, desabotoo minha camisa, dando
uma rápida olhada ao redor do estacionamento. Existem alguns
corpos espreitando, mas foda-se.
Puxando minha calça para baixo, ignoro um cara parado a
poucos metros de distância saindo do seu carro. Seus olhos se
arregalam e me dão uma olhada antes dele segurar o celular e tirar
uma foto, ousado pra caralho.
Como se não houvesse um milhão de fotos minhas seminu na
internet.

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KER DUKEY

“Suprimentos para bater uma depois?” Pisco e ele cora antes


de correr para longe, claramente inconsciente de ser pego em
flagrante. Pervertido.
Depois de deslizar uma calça jeans preta pelas pernas, tiro
minha camisa, substituo-a por uma camiseta preta e visto a fiel
jaqueta de couro Tom Ford que God me trouxe de um desfile de
moda que sua mãe esteve envolvida no ano passado.
Eu fecho o porta-malas e coloco minha mochila no ombro.
Inclinando-me para me ver na janela do carro, eu corro
minhas mãos pelo meu cabelo para bagunça-lo todo.
Este sou eu, não consigo tirar o visual filhinho de papai.
O ritmo no meu peito aumenta, e eu puxo uma respiração
profunda. Eu estou tomando o controle de volta, ainda me sinto
como um menino começando o jardim de infância pela primeira
vez.
O terreno da universidade se expande além do que meus
olhos podem absorver. É como um jardim contínuo coberto por
uma abundância de grama e arbustos.
Bancos estão sob grandes árvores, altas e orgulhosas contra
o pano de fundo de pedra do edifício real.
Sinto-me fora do meu ambiente e isso é inquietante. Eu
sempre estive no controle, dei as cartas, fiz as regras, mas, por
alguma razão, estou ansioso pra caralho.
Toda a minha carreira no ensino médio foi para me trazer a
este lugar, e agora que estou aqui, sei que não posso aproveitar a
onda da minha fama de futebol. Aquele navio partiu sem mim a
bordo. Entrar na faculdade vai exigir trabalho real, estudo,
concentração e menos brincadeira.
Tomando fôlego, sigo em frente, absorvendo tudo.
Tijolos de pedra branca empilhados até o alto, com pilares
redondos como torres de castelo, fazem o lugar parecer quase
mítico, e atingir alturas vertiginosas.

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KER DUKEY

Grandes janelas decorativas com entradas arqueadas dão


uma sensação de realeza. A aparência, por si só, me faz engolir em
seco. Nós não estamos mais no ensino médio, com certeza.
Esquivando-me de algumas adolescentes correndo como se
estivessem atrasadas, meus olhos vão para alguns alunos
distribuindo panfletos para qualquer um e todos incluindo eu.
“Ei, mano, baixe o aplicativo”, diz um cara, empurrando um
cartão de negócios na minha mão.
É estranho estar em um campus onde ninguém realmente me
conhece e me trata como todo mundo.
Os olhares das meninas ainda caem sobre mim, mas ao
contrário do ensino médio, não há uma multidão se formando em
torno do meu carro para me cumprimentar, puramente baseado na
porra da minha chegada.
As pessoas me cumprimentam com uma inclinação de
cabeça, mas é isso.
Eu não sou mais o rei da escola.
Não. Ninguém dá a mínima.
Sou apenas outro garoto rico que pagou sua entrada, e esse
pensamento me perturba.
Meus planos de vir aqui e ser uma aposta certa para a Elite
começam a desaparecer do meu ponto de vista. O simples tamanho
do campus já é assustador.
Dúvida, lentamente invade minha consciência com o medo do
fracasso. As palavras da minha mãe disparam para o meu cérebro
como uma metralhadora.
“Você deve isso a ele.”
O ar ao meu redor engrossa, e a escuridão começa a se
infiltrar na minha medula, me provocando com os fantasmas que
me assombram.

the elite seven


KER DUKEY

Eu faria o que fosse preciso para me tornar um membro da


Elite, mas a possibilidade real de não entrar só agora me ocorre.
As coisas que mais importam para mim são as coisas que não
tenho controle agora.
Um suor frio cobre a minha pele, e meu peito começa a bater
forte, bradando nos meus ouvidos.
Há pessoas passando por mim, suas vidas arrumadas, seus
caminhos definidos e postos, e aqui estou eu, uma porra de
confusão.
O campus parece aumentar de tamanho na minha frente,
mostrando-me o quão pouco eu importo.
As palavras do meu pai ecoam em meus pensamentos.
“Dou seis meses antes dele foder tudo e ser expulso. Ele é um
atleta, Caroline, não um potencial universitário.”
Ao contrário de qualquer outro pai na história, o meu odiava
que eu jogasse futebol. Ele não queria que eu desperdiçasse meu
cérebro fazendo com que os adversários fossem eliminados por
mim em campo. Envergonhava-o que eu gostasse de esportes e não
dos negócios familiares.
“Futebol é para pessoas que não têm outras escolhas.” Ele
costumava zombar de mim enquanto gastava o dinheiro da minha
mãe e trabalhava para uma empresa que o pai dela criou e passou
para ela.
Assim que meus pulmões começam a perder a vida, um baque
suave bate nas minhas costas, e uma menina cai no concreto ao
meu lado.
Papéis chovem em torno dela como confete, e um ‘oomph’ sai
de seus pulmões conforme um livro cai em cima do seu peito com
um baque.

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KER DUKEY

Orgulho e Preconceito.
Jane Eyre.

“Cristo”, ela grita, olhando para cima para mim com olhos
arregalados e claros, e um O perfeitamente formado em seus lábios
grossos e carnudos.
“Eu sinto muito”, ela diz rapidamente, esfregando as palmas
das mãos juntas antes de tirar o livro e pegar alguns papéis,
empurrando-os dentro das páginas.
Abaixando-me, ajudo a recolher seus papéis, meus olhos
vagando rapidamente por um.
É um panfleto para um clube do livro. Reuniões em um
sábado. Quem diabos vai a um clube de livro em um sábado?
“Eu honestamente devo olhar para onde estou indo. Sou
desajeitada e estava tão absorta no meu livro — e então Bang. E
agora estou sentada no chão resmungando para o cara mais bonito
que já vi.”
Ela ri sem jeito, corando com um vermelho selvagem e depois
cobrindo a boca para tentar empurrar as palavras de volta para
dentro.
Eu levanto uma sobrancelha e seus olhos se arregalam atrás
de óculos com armação vermelha. “Eu disse isso em voz alta?”
Uma risada ressoa do meu peito, e é então que percebo que
ela tirou meu ataque de pânico de dentro de mim.
Cachos loiros bagunçados caem sobre seus ombros, parando
em seus seios escondidos dentro de uma blusa coberta por um
suéter fofo rosa. Pernas cor de creme saem debaixo de uma saia
preta que está em suas coxas. Sapatilhas de bailarina planas
terminam seu visual. É fofo, sensível, mas com uma vibração
sensual escondida que vem de sua pele de pêssego, apenas o
suficiente para atrair, mas não o suficiente para fazê-la parecer
vadia.

the elite seven


KER DUKEY

Eu recuo por cima do seu corpo e pego seus olhos me


observando.
Grandes olhos azuis, ocupam seu rosto em forma de coração.
Eles são quase violetas e dançam com curiosidade. Seu pequeno
nariz enruga, puxando seu lábio superior carnudo para cima.
“Ei”, ela finalmente diz, oferecendo-me sua mão.
“Rhett Masters.” Eu pego sua pequena mão na minha e
balanço.
Um vinco se forma na testa dela. “Da Escola Garden Grove
High?” Ela coloca isso como uma pergunta, mas o reconhecimento
brilha em seus olhos azuis.
“Acho que não sou tão desconhecido aqui como eu pensei.”
Eu pisco para ela, e ela não faz o que todas as outras mulheres da
minha vida fizeram.
Ela não se derrete.
Bem, porra.

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KER DUKEY

CAPITULO 9

Levantando-se, ela limpa a saia, depois abraça o livro em seu


peito como um colete à prova de Rhett.
“Você me tem em desvantagem, doçura.” Vou para o charme,
passando minha língua para molhar os lábios. Ela observa o
movimento, e o rosa de sua pele se espalha pelo pescoço.
Se eu abrisse sua blusa, aposto que estaria rosado até os
seios dela, fazendo seus mamilos formigarem.
“Você jogou contra o nosso time de futebol no verão passado.
Era uma coisa esportiva de caridade, do contrário eu nunca teria
comparecido.”
Ela enruga o nariz novamente, mas desta vez, com desgosto,
como se tivesse cheirado algo que ofendeu seu olfato.
Há algo que mudou sua atitude de apologética, quase
flertando, para reclamação. Talvez seja o futebol, ou melhor, um

the elite seven


KER DUKEY

jogador de futebol — eu. Nós vencemos o time dela? Nós vencemos


todos os times.
“E?” Tento persuadi-la. Eu joguei muitos jogos e preciso que
ela elabore mais isto.
Colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, ela empurra
os óculos para cima do nariz e olha para seus pés.
“Você pegou a minha melhor amiga, depois nunca ligou para
ela.” Ela franze a testa, pegando seus papéis da minha mão e
guardando-os com o resto.
Eu passo uma mão pelo cabelo e dou um suave encolher de
ombro. Isso a faz vacilar. É leve, mas ela está desconfortável, ou
mesmo brava, com a minha resposta.
“Não vou mentir, querida. Eu não faço a coisa de ligar e devo
ter deixado isso claro para a sua amiga antes de fodê-la.”
Um suspiro sai dela e ela balança a cabeça, seu pequeno nariz
se enrugando mais uma vez. É fofo pra caralho.
Ela é como um tipo de bibliotecária sexy e inocente. Não é o
que eu normalmente procuraria, mas não há como negar sua
beleza.
“Eu disse pegou, não... o que você disse.”
“Foder”, digo, só para ver o rubor da sua pele.
Ela não me decepciona. Perfeito.
Aposto que é a mesma cor que ela fica depois de gozar. Meus
pensamentos viram imaginando-a nua, e me pergunto se os cachos
loiros são um tema para cada parte dela.
“Ela não fez isso com você”, estala, exigindo o meu foco.
Eu levanto minhas mãos em sinal de rendição. Porra, essa
garota precisa relaxar. Desde quando pegar não significa foder? E
desde quando dizer foder é ofensivo?
“Bem, prazer em conhecê-la...?”

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KER DUKEY

“Chastity”, ela quase sussurra.


Claro que esse é o nome dela. Um sorriso levanta meus lábios
enquanto ando para trás alguns passos para que eu possa alocar
todas essas curvas na minha memória. Faz um tempo que
pensamentos luxuriosos não criam raízes na minha mente e isso
quase me faz sentir como o velho eu.
No momento em que entro, os corredores estão silenciosos,
com apenas algumas pessoas circulando. Eu olho meu relógio e,
em seguida, o mapa que me foi dado por algum cara alto astral na
entrada.
Minhas mãos estão carregadas com centenas de outros
panfletos empurrados para mim por estudantes recrutando para
casas de fraternidade, colegas de quarto e convites para festas.
Diferente do ensino médio, ninguém parece ser excluído das festas.
Cada pessoa que passava tinha os papéis enfiados em suas mãos.
Eu navego pelo corredor e chego ao escritório do conselheiro.
Melhor acabar com isso.
Batendo na porta, eu ignoro as batidas do meu coração no
peito. Não quero fazer isso — não quero falar sobre as coisas. Sobre
ele.
“Entre”, uma voz feminina chama e quando abro a porta, a
ideia de ser capaz de seduzir uma mulher para que eu não tenha
que compartilhar informações passa pela minha cabeça.
Uma mulher magra e pequena se levanta para me
cumprimentar e sou pego de surpresa por quão jovem ela aparece.
Na verdade, eu esperava um cara velho, mas essa mulher tem que
ter uns trinta no máximo — e ela é gostosa.
O cabelo preto da cor de piche está puxado para trás em um
rabo de cavalo alto, olhos de gato me olham com intriga e lábios
finos e pintados de vermelho oferecem uma sugestão de sorriso
quando ela se apresenta.

the elite seven


KER DUKEY

“Sou a Sra. Griffin, mas permito que os alunos me chamem


de Lillian.”
Griffin... o nome do reitor não é Griffin?
“Sim”, ela responde a minha pergunta não formulada. “Sou a
esposa do reitor, mas garanto que isso não afeta meu trabalho.
Qualquer coisa que você diga para mim não é falada fora desta
sala, a menos que eu acredite que você esteja em perigo ou os
outros.”
Ela está sentada atrás de sua mesa, com as mãos no colo.
“Tudo bem”, é tudo o que digo. Isso parece estranho pra
caramba.
Ela gesticula para a cadeira do lado oposto da mesa. “Por
favor, sente-se.”
Soltando minha mochila no chão, sento minha bunda na
cadeira e absorvo o cenário.
A sala está cheia de luz natural da janela alta.
Um armário de arquivos domina a parede do fundo, mas além
disso, é uma decoração minimalista e espaçosa. Sua mesa está
posicionada no centro da sala e a cadeira é estupidamente grande.
Ela parece uma criança colocada em um trono.
“Então, Sr. Masters, Rhett, você prefere ser chamado pelo seu
nome ou existe outro nome que você usa?”
A maioria das garotas me chamam de Romeu.
“Rhett está bom.” Eu concordo.
“Ok. Há algo que você gostaria de falar hoje, Rhett?”
“Não, eu estou bem”, digo a ela e um silêncio desconfortável
segue.
Ela definitivamente conseguiu esse emprego por causa do
marido. Ela parece fora de lugar.

the elite seven


KER DUKEY

Movendo-se em sua cadeira, ela lê um pedaço de papel em


sua mesa, em seguida olha para mim.
“Como você está se sentindo sobre suas aulas? Você
frequentou a recuperação de verão para melhorar suas notas? Você
quer me dizer por que elas caíram em primeiro lugar?”
Não. Por que diabos fazem perguntas para as quais já sabem
as respostas?
“Tenho certeza de que, se essa informação está naquele
pedaço de papel, as razões também estão.”
Ela estreita os olhos brevemente, depois sorri e concorda com
a cabeça.
“Sim, estão, mas quero ouvir a resposta de você.”
“Por quê?”
“Para te entender melhor.”
Dores afiadas apunhalam meu coração enquanto flashes
daquela noite correm na minha mente.
“Meu irmão morreu e isso me fodeu”, afirmo, irritado.
Ela parece tentar franzir a testa, mas sua testa não se move.
Dobrando os braços sobre a mesa, ela pergunta: “Você se
sente culpado?”
“Foi minha culpa.” Eu dou de ombros. Emoções correm
através de mim, deixando um zumbido irritado para trás.
“Nós temos que falar sobre essa merda? É o primeiro dia e
não quero perder minha primeira aula.”
Olhando para o relógio, ela sorri para mim.
“Sinto muito. Você está certo. Podemos discutir isso em outra
hora. Eu queria que você viesse e me visse porque sei o quão
assustador pode ser quando suas escolhas de vida mudam,
especialmente de uma forma tão dramática.”

the elite seven


KER DUKEY

Ela aponta para algo na folha de papel. “Você era um jogador


de futebol, mas sofreu uma lesão e decidiu entrar para o Direito?”
“Eu quero ajudar as pessoas a terem justiça quando o sistema
lhes rouba isso.”
“Então é pessoal.” Ela sorri.
“Você pode dizer isso.”
“Bem, essa é outra discussão para outro dia. Eu recrutei um
tipo de mentor para ajudá-lo a se estabelecer e ajudar a mostrar a
você sua primeira semana aqui. Se por algum motivo você quiser
conversar, minha porta está sempre aberta. Você está na minha
agenda para consultas quinzenais que são obrigatórias, receio. Se
eu não te ver antes do nosso próximo encontro, espero que você
tenha um bom começo de ano letivo.”
Com isso, uma batida suave soa na porta e ela fica de pé.
“Bem na hora.”
Andando em torno de sua mesa, ela vai até a porta e eu faço
o mesmo.
Cachos louros entram na sala, e eu mordo o interior da minha
bochecha para parar de sorrir.
Os olhos da Chastity aumentam antes de se estreitarem em
mim.
“Essa é Chastity. Chastity, Rhett Masters”, ela nos apresenta.
Eu estendo minha mão, mas ela não aceita. “Nós nos
conhecemos”, ela informa Lillian.
“Oh… bem, isso é um ótimo começo. Eu tenho uma consulta,
então tenham um bom dia.” Os olhos de Lillian cortam para um
cara alto e moreno que parece um pouco fora de lugar ao seu redor.
Sua aparência e estilo são mais duros, mais vagabundo do que
rico, como o resto dos estudantes no campus. Seus olhos se
chocam com os meus brevemente e sem uma palavra ou instrução,
ele se levanta e desaparece para dentro do escritório da Lillian.

the elite seven


KER DUKEY

Seguindo Chastity pelo corredor, eu levanto minhas mãos


mais uma vez em rendição.
“Eu claramente passei a impressão errada e acho injusto você
me julgar por algo que fiz no passado com alguém que nem me
lembro.”
Seu rosto se contrai em uma carranca de ódio e ela me deixa
em silêncio quando levanta a mão e bate na ponta do meu nariz.
“Você é um idiota.”
Eu ainda estou de pé lá, segundos depois, observando sua
bunda se arrastando pelo corredor sem mim.
Que mentora ela é.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 10

A observação casual de God sobre ninguém comparecer à


semana de calouros não parece ser o caso.
Minha primeira aula está lotada. A porta bate atrás de mim
quando entro, trazendo todos os olhos para mim. O professor para
de conversar e me observa enquanto faço um estardalhaço,
tentando passar por pernas e mochilas para conseguir um dos
únicos lugares disponíveis no centro da sala.
Perfeito.
Quando finalmente coloco minha bunda no lugar, o professor
cruza os braços e caminha pela frente da sala.
“Primeira coisa que eu quero que saibam, vocês não estão
mais no ensino médio. Não há atrasos ou passadas no banheiro.
Espero que vocês sejam independentes, responsáveis e pontuais.”

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Seus olhos me procuram, e ele olha diretamente para mim


quando diz: “Nada deixa uma pior impressão do que entrar
atrasado.”
Ele então olha em volta para os outros estudantes e sorri.
“Também faz com que encontrar um lugar seja um pesadelo.”
Risos soam, zombando de mim, e eu ofereço a ele um sorriso
tenso enquanto tiro meu laptop e concordo.
Entendido. Primeira lição aprendida. Checado.
Uma luz toca em um quadro branco, então aparece uma lista
com os títulos dos livros que precisaremos ler para este semestre.
Ele deve gostar do som de sua própria voz, porque ele passa
a próxima hora falando sobre como acabou sendo um professor
aqui. Quando saímos da sala de aula, já fiz um pacto comigo
mesmo para chegar cedo a todas as aulas que tenho a partir de
agora.
O dia passa sem nenhum desentendimento com a
encantadora Chastity ou qualquer sussurro sobre a Elite. Não que
eu esperasse que eles se anunciassem.
Checo meu celular e ignoro todas as mensagens que não são
de God, então ligo para o seu número. Ele responde no terceiro
toque, e pelo som da linha ruim, sei que ele está dirigindo.
“Onde você esteve?”
“Na academia. Estou saindo, no entanto. Encontre-me no
meu pai.”
Ele termina a ligação, não me dando escolha.

Quando chego à casa de God, o portão de entrada está aberto,


o que geralmente significa uma coisa: os pais de God estão fora da
cidade e ele planeja dar uma festa. Ele mora na cidade, mas gosta

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de fazer festas na casa dos pais já que é enorme pra caralho. Além
disso, quando tudo acaba, ele faz os funcionários limparem.
A longa e sinuosa entrada de automóveis ladeada por grandes
e exuberantes carvalhos leva pelo menos dez segundos para subir
antes que a casa seja vista. Meus pais são ricos, mas os de God
são estupidamente ricos — possuem seu próprio avião — e God é
o único filho. Criado por um casal com fome por dinheiro e por
causa disso, God gosta de tudo em excesso.
Ele tem uma garagem cheia de carros que a maioria das
pessoas nem sonharia em ter a vida toda, e ele só tem dezoito anos
e ainda tem que deixar sua marca no mundo dos negócios.
A casa deles é uma casa de fazenda construída em 1700, com
varandas para cada um dos dezesseis quartos, várias garagens,
casas de piscina e hectares de terra.
Paro meu carro ao lado da sua Ferrari, saio e subo as escadas
até a porta da frente, que está aberta. Chamo o nome dele e minha
voz ecoa, saltando do chão de madeira de carvalho e correndo pelo
corredor. Algumas batidas depois, um arrastar de pés vem em
minha direção, na forma de Wendy, a maravilhosa e leal
governanta dos Goddards.
Muitas vezes, essa mulher manteve comida na minha barriga
e lavou roupas quando eu testei minha sorte em casa e precisei
bater aqui ao longo dos anos.
“Rhett, meu querido garoto, é tão bom ver você. Você está
muito magro, deixa eu te alimentar”, ela diz em um tom
reconfortante que me faz lembrar da minha falecida avó.
“Como vai você, Wendy? Não a vi em nenhuma festa
ultimamente”, provoco e ela me recompensa com um tapa nos
braços e um sorriso divertido.
Guiando-me pela casa até a cozinha, ela faz um gesto para eu
me sentar no balcão do café da manhã.

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KER DUKEY

“Onde está God?” Pergunto, aceitando o copo de limonada


fresca.
“Ele está tomando banho. Voltou coberto de tanta terra que
nunca sairá de suas roupas.” Ela revira os olhos, acenando com a
mão frustrada enquanto tira as coisas da geladeira para fazer um
sanduíche.
Eu nem quero saber porque ele estava coberto de terra. God
é o filho da puta mais louco que conheço e às vezes é melhor não
saber. Se eu não sei, ninguém pode me perguntar sobre isso. Esse
foi o melhor pacto de fidelidade que fizemos há tempos...
E funciona para nós. Dizemos um ao outro coisas
importantes, mas além disso, precisamos saber o que é melhor.
“Aqui, coma.” Wendy empurra um sanduíche na minha
direção.
Dou a ela um sorriso agradecido e levo meu sanduíche até o
quarto de God comigo.
O chuveiro zumbe em sua suíte, o vapor saindo pela porta
aberta.
Eu dou uma mordida no sanduíche e meu estômago ronca.
Esta é a primeira vez que como desde que comi uma barra de
chocolate no almoço.
Jogando minha bolsa na mesa do computador dele, eu caio
em sua cama, ignorando a puxada do colchão me chamando para
tirar um cochilo.
Uma pilha de roupas amarrotadas despejadas em seu cesto
de lixo me chama a atenção, e eu coloco o prato com meu
sanduíche meio comido e pego o suéter que God saiu vestindo esta
manhã.
Manchas marcam o material branco, mas não é sujeira, é
sangue.
Meu celular vibra com uma notificação de um dos aplicativos
de festa que adicionei hoje, e eu ofego.

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KER DUKEY

O endereço é a casa de God. Eu sabia que ele daria uma festa.


Como diabos ele conseguiu isso? Ele nem estava no campus hoje.
Ouvindo o chuveiro desligar e os pés dele pisarem no chão,
eu levanto sua blusa.
Pausando brevemente quando entra no quarto e me vê, ele
coloca as mãos na cintura, esperando as perguntas que sabe que
virão.
“Wendy disse que você tinha manchas de terra em suas
roupas. Isso não é terra.”
Levantando uma sobrancelha, ele caminha até mim, vestindo
apenas uma pequena toalha enrolada na cintura, mostrando sua
coisa para mim.
“Wendy é cega como um morcego.”
“Cara, eu queria ser.” Eu brinco. Virando a cabeça, jogo o
suéter para ele para cobrir sua porcaria. Eu já vi a porcaria do God
tanto quanto a minha ao longo dos anos, mas quero aliviar o clima.
“Então, você quer me dizer o que é isso?”
“Nada a dizer. Não é meu sangue.” Ele sorri, pegando meu
sanduíche inacabado e engolindo-o.
“Você sabe que eu te daria cobertura, não importa em que
merda você entre, certo? Você é meu irmão antes de mais nada”,
digo, apenas colocando isso para fora.
Deixando a toalha cair, ele veste uma calça jeans e passa a
mão pelo cabelo molhado.
“Um idiota não gostou de perder para mim. Ele ficou tagarela,
então fechei sua boca para ele.”
Isso parece certo. God não aceita nada de ninguém. As
pessoas geralmente sabem melhor do que sequer tentar.
“Como diabos você conseguiu organizar uma festa sem nem
mesmo ir para a aula hoje?” Pergunto, me jogando de volta na cama
dele. Eu quero tanto descansar. Estou esgotado.

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KER DUKEY

“Queremos nos tornar conhecidos, as pessoas falando,


estabelecer-nos entre os nossos pares.”
Ele está certo, como sempre. Se eu quiser que meu nome se
espalhe entre a Elite, preciso me misturar com membros em
potencial. Uma festa é perfeita.
Meus olhos se fecham brevemente, mas Robbie me encontra
lá, causando um arrepio frio pela minha espinha.
“Você quer dar uma cochilada?” God pergunta, mas eu já abri
meus olhos e fiquei de pé.
“Não. Mas vou tomar um banho, no entanto.”

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CAPITULO 11

Como God faz festas a esse extremo por capricho, está além
da minha compreensão.
Uma banda ao vivo toca da área do átrio, comidas e bebidas
são servidas por garçons, e o lugar está quase no limite da
capacidade.
Passando pelos corpos dos nossos colegas, cumprimento as
pessoas com um aceno de cabeça e caminho para a piscina nos
fundos, sabendo que haverá cerveja por lá.
Estou exausto e precisando dormir, mas antes que eu possa
ceder à exaustão, tenho que colocar uma parede na minha mente,
e cada bebida que consumo adiciona um tijolo a essa parede,
bloqueando os pensamentos. Pesadelos
Uma cerveja é entregue a mim, quando saio para o lado de
fora, por uma garçonete carregando uma bandeja de copos

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vermelhos. É a merda mais estúpida que já vi, mas aceito a bebida


e pego outra.
Música filtra pelas portas abertas com alto-falantes bem
posicionados, estendendo a festa para o espaço aberto. A casa de
God poderia sediar um festival de música se ele quisesse. Estou
surpreso que isso ainda não tenha acontecido.
“Eu não consigo escapar de você.” Uma voz ofegante penetra
no meu ouvido atrás de mim.
Virando-me para o som, um sorriso puxa meus lábios. Deve
haver cem pessoas aqui, mas ela se destaca entre todas elas.
“Ou você está me perseguindo. Você não tem livros para ler?”
Eu a provoco, virando o conteúdo do primeiro copo, depois o
segundo, tentando o meu melhor para não olhar para a silhueta de
Chastity que foi espremida em um vestido preto justo e brilhante.
Eu falho.
Seu cabelo está afastado do rosto e ela não está usando os
óculos. As lentes de contato fazem seus olhos parecerem mais
claros, mesmo sob a luz fraca da lua. Não tenho certeza de qual
visual que eu mais gosto nela. Acho que ela poderia usar um saco
e ficar atraente.
Meus olhos perseguem a cremosa cavidade do seu pescoço
elegante e descansam nos montes rechonchudos do seu decote em
exibição. Uma pequena sarda está no vale do seu decote, e minha
mente traça o caminho com a minha língua, querendo arrancar o
tecido fora da sua pele e ver se ela tem mais sardas em outro lugar.
Eu sei que estou falhando em fingir desinteresse em seu
corpo, mas porra, ela é totalmente linda e sua atitude só me faz
querer derrubá-la e fazê-la implorar pelo meu toque.
Levanto meus olhos para os dela. Há um silêncio nos
encobrindo, apesar da música e do barulho à nossa volta. É como
se tivéssemos sido sugados para um vácuo e ninguém mais
existisse.

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KER DUKEY

A recém-chegada oferece à Chastity um copo do que eu


suponho ser vinho pela cor, mas ela recusa com um leve
movimento de cabeça. A garota encolhe os ombros e me estuda com
uma curiosidade que estou acostumado a receber do sexo oposto
— inferno, até mesmo do mesmo sexo.
“Você conhece a minha melhor amiga, Maggie”, Chastity
exclama, estreitando aqueles olhos azuis em mim. Eu mordo meu
lábio e conto até dez na minha cabeça para me impedir de jogá-la
por cima do meu ombro e foder todo aquele desafio fora dela.
Olhando para a amiga, tento evocar reconhecimento, mas nada me
vem à mente. Ela é mais baixa do que Chastity e é mais volumosa
na sua bunda e quadril, que ela espremeu em um jeans muito
pequeno.
“Não, nós não tivemos o prazer”, a menina responde para mim
com um ronronar sedutor, empurrando-se para frente e me
oferecendo sua mão.
“Rhett.” Eu pego sua mão e dou um beijo, só para aproveitar
a reprovação que recebo da Chastity.
“Este é Rhett Masters, Maggie. Lembra?” Chastity reproduz
meu nome como se fosse uma difamação ofensiva.
Uma mão serpenteia em volta do meu ombro e God se
aglomera no meu espaço, inclinando-se para sussurrar no meu
ouvido. “Eu preciso sair um pouco. Você fica bem segurando a
merda aqui embaixo?”
“Este é Rhett Masters”, a ruiva rosna, apontando sua unha
pintada de rosa para God.
God nem mesmo presta atenção nela e apenas espera que eu
concorde com a cabeça em resposta à pergunta que ele fez. Assim
que ele recebe a confirmação que precisa, desliza para o mar de
pessoas e desaparece de vista.
“Hein. Ele nem sequer me reconheceu,” Maggie exala.

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“Aquele não é Rhett, Maggie”, Chastity informa a ela,


aborrecimento enche o seu tom.
Há vergonha visível colorindo as bochechas de Chastity. Parte
de mim quer deixá-la livre por me odiar hoje quando na verdade foi
com God que sua melhor amiga ficou. Mas ela traz para fora a
mesquinhez em mim, então em vez disso, dobro meus braços e
balanço a cabeça para ela. “Aposto que você se sente muito idiota
agora?”
A ruiva olha entre nós dois, depois se afasta. “Vou pegar
algumas bebidas para nós.” Ela desliza para um bar no outro lado
da área da piscina, deixando sua amiga e eu em um olhar fixo.
“Você quer começar seu pedido de desculpas agora, ou
precisa de tempo para estudar como fazer isso?”
Ela se vira para olhar para qualquer coisa além de mim,
cruzando os braços e cutucando sua bochecha interna com a
língua.
“Então, ela cometeu um erro. Poderia ter sido facilmente você.
Vocês são parecidos”, ela se defende finalmente.
Estalando minha língua, franzo meus lábios. “Isso é
realmente uma desculpa e um argumento de merda. Você acha que
isso resistiria no tribunal? Ele pode ser quem matou aquelas
pessoas porque se parece com o homem que realmente fez isso,
então acuse-o de qualquer maneira.”
Soltando os braços, ela enruga suas feições bonitas. “Isso
ficou pesado.”
“Você está dançando em volta do ponto.”
“Esse ponto é discutível. Você provou ser um porco quando
fomos apresentados.”
Fingindo estar ferido, eu seguro a mão sobre o meu coração.
“Suas palavras têm o poder de ferir, Chastity. Não eu, porque acho
que você é uma puta arrogante — mas elas podem machucar
alguém, algum dia.”

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KER DUKEY

Uma dor atinge minha canela e levo alguns segundos para


perceber que ela me chutou.
“Você acabou de me chutar na canela como uma criança de
cinco anos de idade?” Eu bufo.
Ela fecha as mãos pequenas em punhos ao seu lado. “Sim.
Não me chame de puta. Se eu tivesse uma bebida agora, você
estaria vestindo-a.”
Eu abro minha boca para acusá-la de ser uma pirralha
quando braços envolvem minha cintura por trás e um corpo
pequeno e quente empurra minhas costas. Então uma voz que eu
reconheço canta, “Romeu, Romeu, onde está você.” Sunny Bishop
desliza pelo meu peito e coloca-se ao meu lado.
“É onde você está”, Chastity zomba, revirando os olhos.
“Oh, me desculpe, Shakespeare.” Sunny ri, alto e estridente
“Quem é o livro?” Sunny olha para mim, tentando o seu melhor
para me oferecer um sorriso sedutor.
Não a vejo desde o fim da escola e ela está toda em cima de
mim como se fosse minha garota ou alguma merda.
Virando para sair, Chastity sorri e imita, “Tchau, Romeu”,
balançando os dedos.
Separando Sunny do meu corpo, eu a empurro para longe e
alcanço o braço de Chastity antes que ela possa fugir
completamente. Sua respiração fica ofegante quando a balanço de
volta para me encarar, nossos corpos quase se tocando. Eu posso
sentir o cheiro dela infectando meus sentidos e sei que ele se
recusará a sair muito tempo depois que ela se for.
“Você me deve alguma coisa”, eu a lembro. Seus olhos
exploram cada centímetro do meu rosto, e de repente, ela é
acertada pelo lado e cai. Seus olhos estão arregalados e os lábios
carnudos formam um enorme O enquanto ela tenta se segurar,
mas falha, puxando meus braços para baixo com ela. Tudo
acontece rápido demais para eu reagir, para aumentar meu aperto

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KER DUKEY

para salvar nós dois. No instante seguinte, a água fria corre ao


nosso redor conforme submergimos, as profundezas do líquido nos
consumindo e me roubando o fôlego.
Eu subo para a superfície da piscina, ofegando por ar. Meu
cabelo estúpido gruda na minha testa e me cega. Passando a mão
no meu rosto para limpá-lo, espero que ela apareça. Quando o faz,
ela solta um guincho trêmulo. “Você me empurrou.”
Sunny aponta para nós e gargalha como a porra de uma
bruxa. “Ooops, desculpe”, ela zomba, sorrindo.
“Festa na piscina”, algum idiota bêbado grita e corpos
começam a bater na água.
Eu não estou bêbado o suficiente para essa merda. “Você quer
entrar e sair daqui?” Ofereço a Chastity, mas o calor que senti dela
brevemente é muito frio agora, e a careta de ódio está de volta em
seu rosto bonito.
“Coma um saco de paus”, ela exclama, em seguida, tenta
soprar o cabelo do rosto sem sucesso.
“Por que um saco inteiro? Isso é errado”, respondo.
“Você é todo errado. Fique longe de mim.” Ela estremece,
arrepios correndo pela sua pele.
“Que seja, princesa do gelo.”
Saindo da piscina, tiro a roupa e fico apenas com minha boxer
para os assobios dos festeiros e deixo minhas roupas molhadas
onde fico de pé.
Foda-se. É hora de entorpecer os sentidos.

Meu zumbido é forte de uma rodada de doses colocadas no


bar interno. Estou um pouco instável em pé e me vejo me movendo
na batida de alguma garota tocando através dos alto-falantes ou

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um microfone ou qualquer outra coisa. Enfio outro pedaço de carne


na minha boca de um dos muitos pratos em volta. A multidão
diminuiu um pouco, mas todos estão de bom astral bebendo,
dançando e se beijando.
A piscina está cheia de idiotas. Lá no fundo eu sei que deveria
dizer para eles saírem, mas foda-se.
“Por que você está nu?” God pergunta, entrando pela porta da
frente sóbrio como uma pedra fria. Onde diabos ele esteve a noite
toda? Eu olho para baixo para mim mesmo. Ainda estou usando
minha boxer, que agora está seca. “Sunny me empurrou na
piscina”, eu soluço.
“Tudo bem”, é tudo o que ele diz, desaparecendo para a sala
de recreação.
Quero ir atrás dele e perguntar onde ele esteve, mas eu
preciso mijar.
Conseguindo subir as escadas, saltos altos me seguem. Sem
olhar, eu sei que é Sunny. Ela esteve com os olhos em mim a noite
toda como uma trepadeira, esperando nas sombras para a presa
ficar bêbada o suficiente para seduzir.
Passo pelo banheiro de hóspedes principal e vou para o quarto
de God, abrindo a porta e deixando-a entreaberta para ela seguir.
“Eu pensei que você ia me deixar pendurada a noite toda.” Ela
fecha a porta atrás de si e segue meus passos até a cama.
Correndo meu olhar sobre ela, eles caem para a garrafa de
Jim Beam que ela está carregando, balançando-a na mão para mim
como se fosse um prêmio que eu ganhei.
Desenroscando a tampa, ela caminha os últimos passos,
tentando me tentar mais do que a bebida. Ela é gostosa, sempre
foi, mas fica pegajosa, então nunca mais visitei nossos momentos
juntos apesar de seus melhores esforços.

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“Você quer?” Ela lambe os lábios antes de tomar um gole da


garrafa. Então se inclina para frente e pinga o fogo âmbar na minha
boca.
Isso é excitante.
Empurrando meus ombros, ela me guia para deitar na cama,
separa meus joelhos e desliza entre eles.
Eu pego a garrafa dela e bebo até cada parte da minha
garganta e estômago se encher de lava.
Meus pensamentos estão nadando alto, sem qualquer
sentido, e isso é bom — é disso que eu preciso.
Dedos ágeis seguram minha boxer, liberando meu pau. Uma
mão quente segura firme e forte ao longo do meu eixo. Há uma voz
fraca na parte de trás da mente me avisando que é uma má ideia,
mas eu tento lavá-la com o zumbido do álcool na minha corrente
sanguínea.
Meu pau luta para ganhar seu apetite duro habitual. Meu
maldito cérebro não desliga apesar das administrações de Sunny.
“Você quer a minha boca, Romeu?” Sua voz goteja com desejo,
mas simplesmente não consigo focar nisso. Se eu estivesse sóbrio,
não chegaria perto dela. Ela tinha sentimentos por mim no ensino
médio e usá-la só a fará pensar que há algo aqui que não existe.
Eu não preciso usar garotas e suas paixões por favores
sexuais. Posso pegá-los de garotas de festa que, como eu, só
querem uma fuga e uma diversão.
Desejando que meu cérebro grogue se concentre, sento e guio-
a pelos braços para ficar em pé.
“Algo errado, baby?” Ela pressiona as pontas dos dedos nos
lábios e, por mais que eu queira escolher as palavras certas para
dizer, eu estou longe demais. A névoa da bebedeira me faz nadar
em um mar negro sem holofotes.
“Romeu?” Ela engasga agora, e eu fico de pé, balanço e puxo
a cueca sobre a minha bunda.

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“Você pode sair? Eu preciso mijar e dormir.”


Porra, preciso dormir.
“Que tal —?”
“Summer, apenas vá.”
Tapa.
Filha da puta. Alfinetadas minúsculas se expandem sobre o
meu rosto da palma da mão dela batendo na minha bochecha.
Antes mesmo de perceber que estão fechados, estou abrindo
meus olhos e estreitando-os nela.
“Ow.”
“Você me chamou de Summer. Meu nome é Sunny. Você me
conhece há seis anos!”
Eu ando passando por ela e me seguro na porta para me
equilibrar. “Foi divertido.”
Ela está furiosa. Seus braços agora estão dobrados sob os
seios e há uma careta no seu rosto.
“Você é um porco, sabe disso?” Ela rosna, passando correndo
por mim.
“Aparentemente sim”, respondo, batendo a porta atrás de sua
bunda.
Eu arrasto meus pés para o banheiro. Assim que alcanço a
porta, meu coração pula na minha boca. Uma figura me
cumprimenta de dentro.
“Merda”, respiro, agarrando meu peito para ter certeza que
meu coração não explodiu.
“Eu não estou perseguindo você.” Chastity franze a testa. Ela
está no vaso, com a tampa abaixada e uma toalha enrolada em
volta do corpo. Seu vestido preto está pendurado na porta do
chuveiro.

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“Se soubesse que você estava esperando por mim, teria vindo
mais cedo.” Sorrio, mas não sinto o sorriso. Há uma agitação no
meu estômago.
“Maggie não queria ir embora, então me esgueirei aqui em
cima para esperar meu vestido secar e ela ficar pronta. Ela nos
trouxe”, Chastity se defende.
Meu estômago se contrai e um gemido sai dos meus lábios.
“Você vai vomitar?” Ela ofega, pulando para ficar em pé. Seu
cabelo ainda está úmido, pendurado em cachos ao redor do rosto.
Toda maquiagem foi removida pela água, ou talvez alguns dos
produtos do God. Ela está nua e sua voz é estranhamente
reconfortante.
“Não.” Balanço a cabeça. “Eu preciso me deitar. Você fala
comigo por alguns minutos?”
“O quê? Por quê?” Ela zomba.
Minha testa franze, e a bebida nas minhas veias oferece a ela
verdade nas minhas palavras. “Estou tão cansado, mas com medo
de dormir.”
Baixando os olhos para os meus pés, eu coço uma coceira
inexistente na parte de trás do meu pescoço.
Seus pés se arrastam então ela fala. “Posso pegar algumas
roupas emprestado primeiro?”
Andando de volta para a cama, deixo cair meu peso nela e
aponto para o closet de God. “Fique à vontade. Ele não vai notar.”
Alguns minutos depois, a cama afunda e ela senta ao meu
lado, ao estilo de Buda.
“Sobre o que você quer falar?” Ela pergunta docilmente.
“Conte-me uma história.”
Bufando, ela empurra as mangas de um suéter muito grande
para o corpo dela em cima dos braços.

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“Vou te contar a história de Romeu e Julieta, porque não


tenho certeza se você ou a vadia que me empurrou na piscina
sabem que Romeu não era um mulherengo.”
Uma risada aperta meu abdômen. Eu coloco uma mão lá e
uma sobre meus olhos para cobrir a luz picando minhas retinas.
“É isso que você pensa que eu sou, um mulherengo?”
Sua coxa se move, tocando a lateral do meu braço, e meu
coração salta. Isso é patético. É a porra de sua coxa vestida, pelo
amor de Deus, e conhecendo-a, aconteceu sem querer.
“Eu acho que deveriam chamá-lo de Casanova, não Romeu.”
“Ok, me conte a história de Romeu e Julieta.”
Um cobertor cobre minha metade inferior, e eu sorrio quando
ela força minha cabeça a levantar e enfia um travesseiro embaixo
dela.
“Tudo começou com duas famílias rivais...” ela começa.

“Esta é uma festa de dois ou alguém pode participar?” Eu me


assusto com o som da voz de God.
Um farfalhar de cobertas e pânico acontecendo ao meu redor
me alerta para Chastity pulando em pé, o cabelo está bagunçado
como um ninho de pássaros e vincos do cobertor marcam sua
bochecha macia.
Sua voz me embalou para dormir, sua presença me deu um
tipo de tranquilidade, seu corpo e pulso ao lado do meu me levou
nas sombras da minha mente, uma rede de segurança na
escuridão dos meus sonhos.
“Porcaria. São quatro da manhã”, ela murmura, seus olhos
pulando entre God e eu.

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KER DUKEY

“Boa noite?” God sorri.


“Ela me chamou de Casanova.”
Um travesseiro me atinge na cabeça e eu sorrio. Pode ter sido
apenas quatro ou cinco horas de sono, mas é o mais descansado
que já me senti.
“Eu te odeio”, ela exclama, pegando suas coisas.
“Não é a resposta habitual que você recebe.” God bufa, tirando
os sapatos.
“Eu também te odeio, rainha do gelo.” Recebo uma saudação
com um dedo antes dela fugir do quarto.
Meu estômago protesta quando vou me sentar, meu corpo
odiando meu hábito de beber e se recusando a cooperar.
“God”, eu gemo no travesseiro.
“Hmmm?”
“Você pode se assegurar que ela pegue um táxi ou algo assim?
A amiga dela era sua carona e duvido que ela ainda esteja aqui.”
Eu não deveria me importar em como ela chegará em casa,
mas me preocupo. Devo a ela pelo sono sem sonhos.

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CAPITULO 12

Vinte segundos é quanto tempo passou desde que me sentei


em frente a orientadora escolar. Nenhum de nós fala.
Um pneu furou na metade do caminho para cá e tive que
correr o resto do caminho, deixando meu carro na beira da estrada.
“Chastity”, ela finalmente diz. “Como ela tem sido como
mentora para você?”
Mexo-me no meu lugar para tirar a mochila da minha coxa e
balanço a cabeça.
A semana passou sem novidades. Eu consegui chegar a todas
as minhas aulas cedo e fiz alguns novos conhecidos, mas todas as
coisas da Elite estavam obsoletas. Nem mesmo um murmúrio
sobre a sociedade secreta — e isso me deixa no limite. Eu presumi
que haveria uma atmosfera em volta da faculdade, todo mundo
esperando para ver se seriam escolhidos, mas na realidade, é
realmente secreto e sob o radar da maioria das pessoas.

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KER DUKEY

Esse é o ponto principal, mas descobrir informações sobre


eles é realmente difícil.
“Rhett”, Lillian fala suavemente, lembrando-me que ela me fez
uma pergunta.
“O que fez você pensar que seria um bom jogo?” Eu quase ri,
a memória de Chastity me mostrando o dedo antes de fugir da festa
de God brincando na minha mente.
Eu vi pouco a Chastity desde a festa de God, e não contava
com mudança nisso, mesmo que ela fizesse com que o competidor
dentro de mim a perseguisse apenas para ela mudar de ideia sobre
mim. Ou também fazê-la falar enquanto eu dormia.
Foda-se. Tenho coisas mais importantes para me preocupar.
“Ela é muito querida no campus e conhece o terreno melhor
do que a maioria”, Lillian me diz, então inclina a cabeça para o
lado, me estudando.
“Houve algum problema?”
“Além da Chastity odiar a espécie masculina? Não.”
Sorrindo, Lillian passa os dedos pelo teclado, digitando algo
que não consigo ver no computador dela.
“Estou surpresa que você não conseguiu persuadi-la do
contrário.”
Ela está flertando?
“Os briguentos tendem a morder. Melhor deixá-los em paz.”
Dou de ombros.
Ela muda de assunto para meus pais e eu passo os próximos
vinte minutos concordando ou sacudindo a cabeça para suas
perguntas. Eu não quero falar sobre por que minha mãe não está
por perto agora, ou que eu vi mais a Chastity na semana passada
do que meu pai.
“Existe alguma coisa que você gostaria de falar?”
Não.

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KER DUKEY

“Eu estou bem.”


“Ok. Bom, tenha um bom dia. Vejo você na semana que vem.”
Ela não me segue até a porta como da última vez, e quando
abro a porta, quase colido com ninguém menos que Chastity.
Há uma espécie de impasse na porta, ambos se recusando a
pedir desculpas ao outro ou sair do caminho, embora seja
claramente sua bunda desajeitada que quase nos derrubou.
Um doce aroma de maçã a envolve, deixando minha boca
cheia d’água. Seus olhos me perfuram com desafio, uma sugestão
violeta mais proeminente que o azul hoje.
Preguiçoso e sedutor, eu me inclino e inalo seu cheiro antes
de piscar para ela.
“Você cheira realmente doce hoje.”
Ela estreita os olhos. “É chamado de banho.” Então se inclina
para frente e cheira a minha camisa. “Já ouviu falar disso?”
Sei que por correr até aqui eu devo feder, mas isso não é nojo
nas suas feições bonitas. Ela está tentando se convencer de que
não está atraída por mim e isso é bonitinho demais.
Eu coço meu queixo e, em um tom baixo, digo, “Não, você
pode explicar?”
“Sabonete, água, pesquise.” Ela tenta se mover ao meu redor,
mas eu balanço meu corpo para imitar seus movimentos apenas
por esporte.
“Não é onde você fica todo nu e ensaboando a pele cremosa
com bolhas?”
Aproveitando o tom de suas bochechas, eu passo por ela,
deixando-a entrar no escritório, e falo por cima do meu ombro,
“Obrigado pelas imagens, a propósito, a toalha do fim de semana,
estarei pensando sobre ela o dia todo,” e a vejo explodir.

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“Você me faz enjoar”, ela diz, em seguida, pega suas palavras.


Seus ombros se endireitam, e um sorriso puxa alto nos meus
lábios.
“Sim, com certeza, querida.” A porta se fecha e uma risada
verdadeira ressoa do meu interior. Porra, isso é bom.

“Você quer ir almoçar no Gaspe?” God pergunta, olhando para


o celular.
“Você está esperando uma ligação?”
Olhando para mim pela primeira vez desde que saímos, ele
balança a cabeça.
“Só checando minha roupa de futebol.”
O meu escárnio quase me faz engasgar. “Okay, certo.”
Dois caras jogando uma bola para frente e para trás a alguns
metros de distância entram na minha visão.
“Vamos só comer no campus”, digo a ele, segurando minhas
mãos para cima como que para pegar uma bola.
O Gaspe é o meu lugar favorito para comer. É caro e a trinta
minutos de carro. God não pensa em nenhuma dessas coisas; ele
vive sua vida em um tom completamente diferente do resto do
mundo.
“Ok. Vou manda-los entregar aqui.”
Inacreditável.

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KER DUKEY

Valsando para o estacionamento, meus pés derrapam no


cascalho sob meus pés. Nenhum carro. Esqueci de arrumar uma
carona e God caiu fora depois do almoço. Puxando meu celular, eu
mando uma mensagem para ele de qualquer maneira.
Onde você está? Preciso de uma carona.
Alguns segundos depois, ele responde.
Ocupado pelas próximas duas horas.
Perfeito.

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CAPÍTULO 13

Estantes após estantes de livros em dois andares enchem o


espaço da biblioteca. A área é arejada e esparsa, perfeita para
estudar enquanto espero que God me busque.
Encontrando uma mesa escondida no fundo da sala, sento
minha bunda na cadeira e observo as pessoas por um tempo.
Quando isso fica chato, pego a mochila para pegar meus livros. Um
envelope branco cai com meu nome enrolado em tinta vermelha na
frente.
Meu coração começa a trovejar no meu peito. Poderia ser isso
— o convite para a Elite?
Parece muito fácil.
Eu olho a biblioteca em busca de pessoas em potencial que
poderiam tê-lo escondido na minha bolsa, mas não há muitas
pessoas aqui, e onde estou sentado é isolado. Qualquer um poderia

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KER DUKEY

ter colocado isso na minha mochila em qualquer momento hoje.


Eu o abro, encontrando dentro um convite para um clube.
Que porra é essa? É apenas um convite para uma festa? Nós
temos um aplicativo para isso, pessoal.
Minha esperança diminui e eu coloco o envelope de volta na
minha bolsa e pego meus livros.

Tentando ignorar os olhares e sussurros não tão sutis de um


grupo de mulheres sentadas à mesa a uns seis metros de distância,
releio a mesma página cinco vezes e ainda não sei o que ela diz.
Fechando o livro, sento na cadeira e fecho os olhos. Já faz mais de
duas horas e eu atingi meu limite depois de uma hora. Preciso de
comida e tomar banho.
“Você está no meu lugar”, uma voz feminina familiar informa
minha forma quase adormecida.
Abrindo um olho, suspiro e forço o outro olho a abrir. Com
certeza, Chastity está em pé com os braços cruzados sobre o peito
amplo, dando-me um pequeno vislumbre do seu decote.
“Você tem certeza de que não está me perseguindo?” Eu
pergunto, não me mexendo.
“Desejo seu, Romeu.” Ela diz Romeu como um insulto, mas
só me faz querer transar com ela apenas para ouvi-la murmurar
isso em seus lábios.
“Esta biblioteca é enorme e você está me assediando pelo meu
lugar?”
“Meu lugar”, ela corrige.
Faço uma demonstração de olhar por cima do assento, depois
dou de ombros com um sorriso satisfeito.

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KER DUKEY

“Seu nome não parece estar nele.”


Bufando, ela enfia a mão na bolsa, tira um livro, abre e então
o joga na mesa na minha frente.
Uma lista de nomes, datas e horas é colocada em colunas na
página.
“Reservei este local das seis às oito.”
Isso tem que ser uma piada. “Você reservou um lugar na
biblioteca?” Eu zombo.
“Área de estudo, sim. Este lugar fica realmente muito ocupado
à noite — não que você saiba, é a primeira vez que vejo você aqui.”
Ela coloca a mochila no pé da minha cadeira.
“Então, você esteve procurando por mim”, suponho com um
sorriso.
Sua boca abre e fecha, então ela se vira e vai até a recepção.
Vejo-a falando em voz baixa, depois aponta para mim. Os olhos do
cara seguem seu dedo antes dele levantar-se atrás do balcão.
Ela me mostra um sorriso que diz, ‘Eu ganhei’, então volta
para mim com o cara da biblioteca quente em seus calcanhares.
“Sinto muito, cara, mas essa mesa está reservada a partir das
seis. Você terá que se mudar para um local não reservado”, o cara
diz, deixando uma pequena placa de reservada na mesa.
Que pirralha.
“Sem problemas. Eu estava saindo de qualquer maneira.”
Levanto minhas porcarias e fico em pé. Chastity fica com os ombros
para trás, uma postura de vitória.
O cara nos deixa para voltar a fazer seu trabalho de alocar
áreas de estudo. Que piada.
“Sabe”, eu digo, levando meu corpo dentro do espaço pessoal
dela. “Se você tirasse essa vara do seu traseiro, eu poderia
substituí-la pelo meu pau, isso poderia aliviar um pouco essa
tensão que você parece ter.”

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KER DUKEY

“Você é nojento.” Ela zomba.


“Hmm ou você poderia colocar esses lábios em uso em vez
disso.”
Seus olhos captam cada parte do meu rosto antes de
mergulharem para baixo na minha virilha. “Tentador, mas vou
passar. Já comi salsicha Viena no almoço. Uma é o suficiente para
toda a vida.”
“Ha!” Eu solto. É natural e é um choque para nós dois. Ela
faz piadas e isso me pega de surpresa.
“Shhh”, um cara sibila de uma mesa onde ele tem pelo menos
dez livros abertos de uma só vez. Nerd. Quando estou prestes a
dizer-lhe para calar a boca ou vou calá-lo, God aparece atrás dele,
inclinando-se para sussurrar algo em seu ouvido. O rosto do cara
empalidece.
“Ele está ameaçando o cara?” Chastity pergunta, sua voz
preocupada.
God marcha até o meu lado, batendo a mão no meu ombro.
“Nós temos lugares para ficar”, ele me informa, ignorando a
beleza na nossa frente e saindo da mesma forma que veio.
“Acho que é a minha dica.”
“Sim. Espero não te ver por aí.” Ela sorri, e isso me faz sentir
estranho. Aquela cara bonita não combina com a canalhice, e é
estranhamente intrigante.
“Você provavelmente deveria parar de me procurar então.” Eu
bufo, deixando-a fumegando atrás de mim.
Quando saio, God está no meu carro. Ele parece brilhante e
novo, e eu dou uma segunda olhada para ter certeza de que é
realmente meu e não algo que ele decidiu comprar por um
capricho.
Olhando para cima do seu celular, ele diz, “Eu os fiz dar uma
geral enquanto ficaram com ele.”

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KER DUKEY

“Você sabe que eu te amo, certo?” Abro o porta-malas e jogo


minha mochila dentro, em seguida, caio no banco do motorista.
“O que está acontecendo com a garota?” Ele pergunta,
acenando com a cabeça em direção à biblioteca.
“Ela está caída por mim, só não sabe ainda”, eu o informo,
ligando o motor e saindo.
“Você a tocou.”
“Não. Ela é difícil pra caralho. Eu teria que trabalhar muito
para isso.”
Eu nunca tive que trabalhar para isso.
“Você nunca teve que trabalhar para isso.” God me cutuca no
braço, verbalizando meus próprios pensamentos.
“Você quer me dizer para onde estamos indo?” Eu pergunto.
Enfiando a mão no bolso, ele pega um envelope que combina
com o que encontrei e o levanta.
“Diz que você tem um desses?”
Olhando entre ele e a estrada, eu sacudo a cabeça, acenando
que sim.
“É apenas um convite de festa, certo?”
O acelerar do meu coração está de volta com força total.
“Você olhou ele?”
“Rapidamente. Eu estava muito desapontado para ver a porra
da coisa.”
Ele levanta o papel e eu dou de ombros. “A festa será realizada
no Club Envy na cidade.”
“E daí.”
“Cara”, ele grunhe, apontando para alguma escrita na parte
inferior.
CONVITE AO DEADLY SINS.

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KER DUKEY

“Quais são os pecados mortais?” Pergunto, mantendo minha


atenção na estrada, apesar da necessidade desesperada de querer
olhá-lo e ver no que ele está chegando.
“Não me deixe esperando, cara”, eu solto.
“Deadly Sins1 é um clube clandestino, não é aberto ao
público. Você só pode acessá-lo pela parte de trás do Club Envy, e
as minhas fontes me disseram que é um clube da Elite.” Ele sorri.
Parando, eu desligo o motor e pego o convite da sua mão.
“Quem te deu o seu?” Pergunto, verificando a coisa atrás de
qualquer indício de que seja realmente isso, nosso caminho para
dentro.
Puxando um cigarro eletrônico, ele dá uma tragada forte,
depois enche o carro com uma nuvem de vapor com cheiro de
maconha.
“Você vai ficar chapado?” Pergunto.
“Foda-se, sim eu vou.”
“Desde quando você fuma isso?”
Sorrindo ele encolhe os ombros. “Uma criança vendeu para
mim.”
Pegando o cigarro eletrônico, dou uma tragada. “Wow! É isso!”
Grito.
“Porra sim, é. Vamos tomar banho e tal. Eu tenho algumas
roupas sendo entregues em casa. Precisamos nos vestir direito.”
Ele sorri.
Sim, nós precisamos.

1
Pecados Mortais.

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KER DUKEY

Ficar bonito sempre foi algo fácil para mim, mas esta noite eu
me sinto bem também.
Isso é o que quero e estive trabalhando para ter, e esta noite
pode ser a noite que acontecerá para mim.
God enviou roupas que cheiram a riqueza e superioridade. O
relógio pendurado no meu pulso custa mais do que o meu carro,
graças ao joalheiro do God me emprestando o Rolex de vinte e
quatro quilates de ouro.
O convite foi escaneado por um código de barras invisível
quando chegamos e, ao contrário do que supúnhamos, fomos
direcionados a elevadores que nos levaram a um clube acima do
Envy, não abaixo dele.
God me dá um aceno de aprovação quando as portas do
elevador abrem e a música nos acaricia como uma onda suave
batendo na praia. Ao contrário da maioria dos clubes, o som não
abala a sala. Em vez disso, um pulso rítmico corre através da sala,
parecendo a batida de um coração.
Corpos rangem e balançam em uma pista de dança iluminada
por luzes estroboscópicas brancas, movendo-se com a batida da
música. Mesas de vidro que parecem terem sido esculpidas em
cristal se alinham nas paredes dos fundos e estão ocupadas.
Há pessoas de todas as idades se divertindo, e a vibração está
em um nível que eu nunca experimentei antes.
A bebida é colocada nas mesas por garrafas entregues por
garçonetes vestindo calças apertadas e pretas. O tecido abraça
suas silhuetas de forma sedutora sem ser vulgar.

the elite seven


KER DUKEY

God puxa seu cartão de crédito preto e desliza-o pelo bar.


“Vamos encher a cara.” Ele rola a cabeça sobre os ombros e bate
nas minhas costas. O barman coloca as bebidas na nossa frente,
mas balança a cabeça para o cartão de crédito, empurrando-o de
volta para God. As bebidas são gratuitas.
Sortudos.

Existem várias salas privadas em todo o clube. As luzes são


brandas dentro destes quartos, apenas uma tonalidade azul emana
do teto. O álcool se agita, intoxicando meus pensamentos.
Mulheres dançam ao meu redor, esfregando seus corpos
contra meus músculos duros.
Entortando um dedo, uma loira faz um show colocando uma
pílula em sua língua, em seguida, toma minha boca na dela,
transferindo a droga para mim.
Nossas línguas se juntam e os corpos se misturam, música
pulsando através de mim. Eu me torno parte disso, minha essência
entrando na atmosfera ao meu redor como o vapor do cigarro do
God.
Tudo é bom pra caralho. Mais bebidas são consumidas, até
que parece que estou vivendo fora do meu corpo em outro plano de
existência.
Estou me perdendo.
Minhas pálpebras estão pesadas. Meus membros lentos.
Minha mente se foi.
Estou flutuando no vazio do espaço.

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KER DUKEY

CAPITULO 14

A névoa nubla minha mente e ouço Robbie me chamando


através da neblina.
“Rhett, não esqueça de mim.”
Eu não vou, EU prometo.
Eu prometo.
Eu prometo.
A água encharca meu corpo conforme a chuva me castiga. As
gotas se transformam em ácido, corroendo minha pele, me
queimando até o osso. Os sons cortam e mudam enquanto minha
visão entra e sai, e há um zumbido constante através da torrente.
TOC. TOC. TOC.
Tudo está cinza, escorrendo pelas paredes do meu
subconsciente, até as imagens se transformarem em nada e sou
puxado para a consciência.

the elite seven


KER DUKEY

Meu batimento cardíaco é errático e muito alto em meus


ouvidos. O suor umedece minha pele, saturando os lençóis em que
me encontro.
O toque está vindo do meu bolso. Estou na minha cama. Que
porra é essa? Eu nem me lembro de sair do clube. Estou sem
camisa, mas ainda usando o jeans preto que parece giz preto
derretido contra a minha pele. Minha pele zumbe com uma coceira
de mil pequenas pernas rastejando sobre a superfície. Minha
cabeça está grogue pra caralho.
O toque para e imediatamente começa novamente. Eu pego
meu celular no bolso e algo vem com ele, caindo no chão com um
tilintar.
Inclinando-me para o lado da cama, faço a náusea retroceder
e franzo a testa para a moeda de ouro que está no chão.
Uma imagem de crânio com escrita embaixo dela decora um
lado. Pegando-a do chão, coloco na palma da minha mão. Elite
Seven está gravado do outro lado, e um arrepio se espalha pelo
meu corpo. Meu celular vibra na minha mão, e o nome de God
pisca na tela. Eu deslizo para responder a sua chamada.
“Já era hora”, sua voz ecoa na linha, mas está perto demais.
Minha porta abre e God entra, jogando seu celular na cama e
depois caindo no espaço ao meu lado.
“Estou tentando ligar para você há horas.” Ele parece
cansado. Sombras cobrem seus olhos, mas sua pele está mais
pálida que o normal.
“Eu nem me lembro de voltar para cá”, digo a ele. “Acordei
com isso.” Ofereço-lhe a moeda, e ele se apoia em um cotovelo,
pegando a moeda e sorrindo.
Entregando de volta para mim, ele enterra a mão em seu bolso
e tira uma réplica.
“Verifique sua mesa de cabeceira”, ele murmura.

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KER DUKEY

Eu faço e encontro outro convite com coordenadas e nada


mais.
“Estamos dentro?” Respiro fundo. Afundando de volta na
cama, o peso de uma tonelada se solta dos meus ombros. God bate
a mão em mim, pegando meu braço e meu peito.
“Estamos dentro irmão.”
Suspirando, um sorriso verdadeiro puxa meus lábios.
“A propósito, uma garota loira atendeu a porta de roupa
íntima. Eu pensei que ela estivesse me seguindo para o seu quarto,
mas ela entrou no quarto do seu pai.” God estremece.
Gemendo, eu saio da cama e vou para o chuveiro. Estou farto
da crise de meia idade do meu pai e tenho coisas mais importantes
para pensar.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 15

Vento sopra através das árvores, fazendo-as soar como ondas


do mar batendo contra a rocha. Um rastro da lua brilha através de
uma fenda nas nuvens, iluminando a grande parede de tijolos que
fica a pelo menos doze metros no ar, escondendo o convento
abandonado dentro de seus braços de concreto.
“Tem certeza de que é onde eles estão?” Pergunto a God, que
pega o cartão com as instruções.
“Faz sentido para mim. É assustador e tem uma vibe de
sociedade secreta, com certeza”, ele diz, balançando as pernas para
fora do carro e testando os portões de ferro.
“Os portões da garagem estão trancados, mas o portão da
passagem está entreaberto.” Ele pisca, acendendo o celular e
segurando-o sob o queixo. “Você está com medo?” Ele zomba.

the elite seven


KER DUKEY

Deixando o carro estacionado sob um dossel de árvores do


outro lado da rua, corro até ele e me espremo através do espaço
deixado pelo portão.
Os terrenos se expandem como areia negra em vez de grama
sob o manto da noite. A cerca de quatrocentos metros de onde
entramos há um edifício alto, parecido com uma igreja coberta pela
escuridão, tudo está escuro exceto uma vela acesa que cintila na
porta de entrada aberta.
“É tão Manto e Adaga2”, God diz, quase rindo.
Isso não é uma piada para mim. Ele não precisa da Elite e
pode pegar ou largar, mas eu preciso deles.
A enorme porta de madeira range contra a tensão e ecoa pelos
corredores de pedra que nos saúdam. Os pisos de pedra
transportam os nossos movimentos, tornando a nossa presença
conhecida à medida que entramos mais.
Chegamos a uma sala circular iluminada por mais velas. A
sombra da silhueta de um homem sobe pela parede como um
fantasma, fazendo-me procurar na sala pelo seu dono.
Uma figura larga sai de um pilar, largo e alto, cabelos negros
curtos e olhos duros como aço nos fazem sair pelo limiar do espaço
entre nós.
“Ei.” Ele levanta o queixo em nossa direção. Reconheço-o da
sala de espera de Lillian. Ele também a vê.
Antes que eu tenha tempo de me debruçar sobre ele, mais
passos soam da porta e mais dois homens se juntam a nós. Eu
reconheço um deles do campus e o outro do clube ontem à noite.
Há uma antecipação ponderada no ar, enviando uma emoção
quente de energia nervosa pelas minhas veias.

2
História em quadrinhos.

the elite seven


KER DUKEY

“Então, esperamos aqui ou…?” Um dos rapazes pergunta


enquanto olha ao redor da sala e cruza os braços sobre o peito.
Ambos são atleticamente construídos como God e eu.
“Já passei por todo o lugar. Esta é a única sala iluminada, e
eu encontrei isso,” o cara largo com o cavanhaque diz, segurando
uma coisa tipo pergaminho e aponta para um banco contra a
parede.
“Estava lá.” Ele acena com a cabeça.
“O que isso diz?” God pergunta, puxando o celular para ligar
a lanterna, usando-a para procurar as partes mais escuras da sala.
O lugar está vazio. Folhas e detritos se espalham pelo chão, e
alguns grafites foram escritos nas paredes de pedra.
“Diz que temos que esperar que todos os sete estejam aqui.”
Um silêncio constrangedor enche a sala por alguns segundos,
até que outros dois homens se juntam a nós, parecendo
envergonhados e nervosos. Cabelos desgrenhados estão
pendurados nos olhos verdes de um cara. Eles são insanos, como
a porra de uma joia. O outro está bem posicionado, com o cabelo
arrepiado na cabeça.
“Ei”, eles dizem, entrando na sala.
God move o dedo para cada pessoa na sala, contando-nos,
depois sorri. “Já somos sete.”
O cara grande está diante de nós e abre o pergaminho. É um
pouco enigmático, mas a maioria das fraternidades tem iniciações
idiotas, então isso é manso em comparação com as histórias de
horror que saem da maioria dos campi — e isso não é uma
irmandade.
Limpando a garganta, o grandalhão diz: “Se está nesta sala,
você é testemunha dos candidatos escolhidos. A Elite Seven.” Ele
olha para cima para inspecionar sua audiência antes de continuar.
“Orgulho. Ira. Luxúria. Preguiça. Gula. Cobiça. Inveja.”

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KER DUKEY

“Nós escolhemos? Porque eu posso me ver sendo orgulhoso.”


God pisca para mim.
Eu o cutuco com um “Shhh” sussurrado e continuo a ouvir o
que está sendo dito.
“A Elite é composta do melhor que a nossa universidade tem
para oferecer, e você tem a honra de se mostrar digno.”
O cara à minha esquerda aperta as mãos e as esfrega.
“Seu juramento à sociedade será dado em ação. Você realizará
tarefas para mostrar sua obediência e dedicação à Elite. Em troca,
você será bem recebido em uma sociedade abastada, não apenas
em riqueza, mas em status, influência, oportunidades. Você foi
escolhido como o crème de le crème da St. Augustine e se juntará
às fileiras dos membros mais poderosos e influentes da sociedade.”
O homem flexiona sua mandíbula, e há uma faísca em seus
olhos quando ele olha para nós novamente. Ele está animado,
assim como eu estou. Nós precisamos disso.
“Acima de tudo, nos orgulhamos de candidatos que
prosperarão muito depois do fim da faculdade. A Elite é para a vida.
Isso se tornará parte de você. Manter o segredo da sociedade é de
extrema importância, e qualquer indiscrição será punida com toda
a força da sociedade.”
Respirando, ele endireita seus ombros. “Nosso poder é
inimaginável e tudo o que é dado pode ser removido se você quebrar
seus juramentos.”
A tensão no ar engrossa e pulsa. Isso é uma ameaça se eu já
ouvi uma.
“Sua iniciação começa com a união dos sete. Os homens nesta
sala são seus irmãos. A irmandade dos sete é inflexível. Você não
é mais uma pessoa, você tem sete.”
Um assobio baixo do cara de olhos verdes perfura o ar, seu
cabelo bagunçado balança com o vento batendo em sua cabeça.

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KER DUKEY

“Eu sempre quis irmãos.” Ele sorri, e há algo selvagem e


indomável dentro dele.
Ignorando sua declaração, o cara grande continua.
“Ser escolhido para a Elite é a mais alta honra e, por essa
razão, o Orgulho é sempre escolhido como o canal entre os
membros iniciantes e a Elite.”
“Eu”, God levanta o queixo em um sussurro.
“Orgulho leva os sete. Prove-se digno da iniciação plena, e
você será bem recebido na melhor sociedade que o mundo tem a
oferecer. Seu pecado dado reflete suas habilidades e personalidade
na vida, assim como reflete seu pecado.”
Soltando um sopro de ar antecipado, ele nos expulsa da
miséria do suspense.
“Mason Blackwell, Orgulho.” Ele olha para cima e aponta para
o peito. “Este sou eu.”
A postura de God se torna rígida.
“Samuel Gunner, Ira”, ele lê em seguida, e o cara com o cabelo
perfeito dá um passo à frente.
“Rhett Masters…” Silêncio. “Luxúria.”
Luxúria. Claro que sou luxúria. Eu levanto a mão para deixar
os outros saberem que sou Rhett.
“Eles não o chamam de Romeu por nada”, God bufa.
“Rush Dempsey, Preguiça.” Debruçando-se contra a parede
do fundo, um dos dois que chegou primeiro avança, nenhuma
emoção aparecendo em suas feições.
“Micah Dixon, Cobiça.” Um ombro se encolhe, seguido por:
“Eu sou insaciável, o que posso dizer?”
“Sebastian Westbrook, Inveja.” O cara com o ar frio sobre ele
estreita os olhos para o Orgulho, depois ri antes de envolver um
braço em volta dos meus ombros como se fôssemos velhos amigos.

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KER DUKEY

“Eu invejo você. Luxúria, né? Legal”, ele se inclina e rosna de


maneira brincalhona.
“Baxter Samuel Goddard, o último, Gula.”
Gula para God? Ele ama tudo em excesso. Eu o estudo para
ver uma reação, mas suas feições são ilegíveis, e então o Orgulho
continua falando, me distraindo.
“Boa sorte, e que seus pecados sejam dignos.”
Estou em choque, porra. Isso é tudo que eu queria.
“Há um cartão”, Orgulho anuncia, segurando um cartão tipo
convite como os que estamos recebendo.
God dá os três passos para o Orgulho, e arranca-o da mão
dele, abrindo-o.
“Para unir sua fraternidade, você se entregará aos pecados do
corpo, na luxúria.”
Ele sorri, acenando a coisa como um fã. Agarrando o pulso de
God para deter seus movimentos, Orgulho pega o cartão e o
examina. “Há um endereço. Vamos lá.”

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KER DUKEY

CAPITULO 16

O silêncio enche o carro enquanto God se desloca da faixa


para a estrada, observando em seu espelho retrovisor Ira e Inveja,
para chegarmos juntos. Suas pupilas são do tamanho de alfinetes,
e sua mão bate no volante incessantemente.
“Você está se sentindo bem?”
Sua cabeça se vira para mim e a estrada enquanto ele balança
a cabeça, depois ri.
“Sim, por quê?”
“Você parece mais agitado do que o habitual.”
Ele funga e balança a cabeça. “Eu só queria malhar antes de
fazermos a cena da festa.”
God é um maluco na academia. Nós dois estamos em forma,
mas ele levou isso para um novo nível e tem o corpo para provar
isso. Ele é como mármore esculpido.

the elite seven


KER DUKEY

“Eu tenho certeza que você se exercitará hoje à noite.”


Balanço minhas sobrancelhas e ele me dá um sorriso conhecedor.
A casa que chegamos está fechada, uma casa de fazenda
como a de God, mas não tão grande.
Um segurança nos encontra na entrada, sua estrutura
volumosa ocupa toda a janela lateral do motorista. Ele bate os nós
dos dedos no vidro e eu abro a janela.
“Tatuagem ou moeda?” Ele pergunta.
Apalpando meus bolsos, remexo e tiro a moeda com a qual
acordei depois da noite no clube. God abre o porta luvas no painel.
Nós dois as seguramos e o cara as leva, inspecionando sua
autenticidade. Satisfeito, ele as devolve, então acena para irmos em
frente.
Os portões se abrem para uma pequena entrada que leva à
impressionante casa. Os pilares brancos ficam orgulhosos em
torno da propriedade, uma grande varanda envolvendo todo o
andar superior.
Estacionando o carro, God me mostra uma sobrancelha
levantada e eu sorrio para ele.
“Você está com medo?” Repito suas palavras de volta para ele.
“Pergunte de novo quando estivermos dentro. E para o seu
conhecimento, não vou foder o cara Orgulho. Ele parece legal.”
“Ha!” Eu grito, segurando meu estômago. “Eu não acho que
nós temos que foder um ao outro, mas é bom saber que você está
a bordo com tudo que teremos que fazer para começar a iniciação
completa”, brinco com um soco suave em seu braço.
“O que é engraçado?” Inveja pergunta, chegando atrás de nós,
mas o interesse dele muda rapidamente para a casa à nossa frente.
Com um baixo grunhido de lobo, ele absorve tudo o que ela pode
oferecer.
“God estava apenas me dizendo o quanto ele está disposto a
ser fodido pela irmandade.”

the elite seven


KER DUKEY

Eu pisco.
“Amém para isso.” Inveja sorri.
Os outros se juntam a nós, e com um pouco de apreensão em
nossos passos, subimos os degraus que levam ao alpendre.
“Pronto para vender sua alma para a Elite?” Orgulho grunhe,
batendo os dedos na porta.
Quando se abre, somos levados a um mundo de prazer e
pecado.
Música suave faz amor com o ar, dando o tom. Mulheres,
muitas e muitas fodíveis mulheres, desfilam em lingeries sexy e
com máscaras sedutoras cobrindo seus rostos.
“Deixe sua moral na porta, pessoal.” Inveja lambe seus lábios
e desaparece no mar de carne.
Isso é muito mais fácil do que eu pensava que seria.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 17

Drogas, uísque, pele, suor, gemidos de prazer. Mãos em todos


os lugares, lábios em novos lugares e posições que eu nunca usei
na minha vida.
Se todas as tarefas de iniciação são como a de algumas noites
atrás, essa merda será uma brisa e eu serei um membro completo
em um momento.
Os corredores de St. Augustine me parecem mais ricos agora.
É estranho, mas quase sinto que sou parte da história — como se
eu fizesse parte.
Mudando de classe, vejo tudo com novos olhos. Eu não o
tinha notado antes, mas olhando em volta da minha aula de
economia, vejo Orgulho no canto mais distante, seus olhos já em
mim, avaliando. Ele é intenso e eu gosto disso nele. Ele parece
focado na Elite, como eu. Quero saber sua história. Ele se inclina
para o garoto sentado ao lado dele, e quando o garoto pega suas

the elite seven


KER DUKEY

coisas e fica em pé, Orgulho levanta o queixo, depois inclina a


cabeça, gesticulando para que eu tome o assento ao lado dele.
“Essas não são cadeiras da aula de música.” O professor
suspira enquanto eu caminho para o assento vago.
“Ei”, eu o cumprimento, e ele bate sua caneta no meu pulso.
“Bom relógio.”
Sim é.
Eu ainda tenho que devolvê-lo ao God. Não que ele dê uma
merda. Se eu quisesse mantê-lo, ele apenas pagaria seu joalheiro
por isso. Mas acabei com os presentes. Eu vou ganhar minhas
coisas.
Permitindo-me alguns segundos para olhar o Orgulho, tomo
nota de que ele não usa roupas de marca. Suas botas são de estilo
militar, fabricadas para durar e não para a moda. Ele não vem do
dinheiro como o resto de nós e isso me intriga. Pelo que ouvi falar
da Elite, eles geralmente só olham para membros de origens ricas.
Nomes de prestígio. Talvez eles estejam mudando as coisas.
“Encontre-me no local da iniciação daqui a duas noites”,
Orgulho sussurra, e então ele está de pé, deixando a classe no meio
da aula.
Ele me fez mudar de lugar só para isso?

No almoço, sou acompanhado por Inveja e Ira. Nós nos


sentamos em silêncio no início, então, como se tivesse abelhas em
suas calças, Inveja bate a mão na madeira antes de subir em cima
da mesa para plantar sua bunda.
“Nós devemos fazer algo esta noite. Vamos sair.”

the elite seven


KER DUKEY

“Estou dentro.” Sorrio, bebendo meu refrigerante. “Eu preciso


de diversão, e a ligação com nossos irmãos é o que deveríamos
fazer, certo?”
“Certo,” Inveja se anima. Ele está quase vibrando. Eu não
ficaria surpreso se ele já estiver usando algo. De repente ele fica
mortalmente parado, seus olhos quase escurecendo como os meus.
Seguindo seu olhar, meu olhar pousa em uma menina vindo
em nossa direção. Os olhos cinzentos olham para nós através de
um véu de cabelo castanho, e um ótimo físico é exibido em um
vestido de verão sedutor. Ela para na nossa mesa e entrega algo
para Ira. “Você esqueceu sua carteira esta manhã.” Ela não espera
pela resposta dele. Seus olhos se lançam nos meus e permanecem
por um momento, depois ela sai.
“Quem é ela?” Inveja pergunta, ficando de pé, seu olhar ainda
a seguindo.
“Minha irmã, então pare de olhar a bunda dela”, Ira quase
rosna.
Um sorriso puxa meus lábios. Isso deve ser um pesadelo para
ele. Ela é deslumbrante. Eu apostaria minha vida no fato de que
todo amigo que ele já teve gostou dela — ou queria, no mínimo.
“Ela olhou para mim.” Inveja anuncia, e eu tusso para
encobrir o meu riso. Ele deve estar tentando irritar o Ira. Aquela
garota nem olhou para o lado dele.
“Se foi o olhar para um homem aparentemente morto, você
está certo”, Ira adverte, jogando uma batata frita para ele.
“Ela frequenta aqui?” Ele pergunta, testando sua sorte.
Saltando de pé, Ira o agarra e lhe dá um mata leão. Eles
brigam enquanto eu termino meu sanduíche.
Liberando-o, Ira nos saúda e começa a se afastar. “Onde
devemos nos encontrar?”
“Minha casa”, digo a ele. “Vou escrever o endereço.”

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KER DUKEY

“Eu já sei onde é”, Orgulho me informa.


Franzindo a testa, eu recolho minhas coisas e jogo meu lixo.
“Stalker?” Eu brinco, mas seu rosto se entristece como se eu
tivesse batido nele. “Estou brincando. Encontre-me por volta das
nove.” Eu lhe asseguro.
Ao entrar, meus pés param quando cachos loiros passam por
mim com pressa, ela quase é atingida no rosto com a porta.
“Você precisa ir mais devagar”, digo, estendendo a mão para
ela. Chastity não luta com meu aperto em seu pulso, mas não se
volta para mim também.
Uma fungada soa e depois um leve resmungo. “Você pode me
soltar agora?”
Movendo-me em torno dela, eu coloco seu cabelo caído atrás
da orelha sem pensar e meu coração aperta.
Seus olhos bonitos brilham com lágrimas. Listras vermelhas
marcam suas bochechas macias e pálidas.
“O que há de errado?” Pergunto com minha voz baixa.
Eu não entendo isso, mas há uma preocupação real no meu
tom. Vê-la tão distraída faz algo desconfortável tensionar o meu
estômago.
“Nada. Estou resfriada. Por favor, deixe-me passar”, ela
implora, tentando me contornar.
Bloqueio a saída dela e a seguro pelos ombros, movendo-a
para fora do caminho da porta de saída para um canto isolado.
Ela bufa, mas me permite guiá-la antes que saia do meu
aperto. Enxugando os olhos, um soluço esquisito escapa, e então
ela está rindo.
“Oh meu Deus, estou uma bagunça”, ela diz. Não é natural e
vejo uma dor verdadeira em suas feições. Mas estou fora da minha
zona de conforto. Minha mãe sempre foi muito privada com suas
emoções, além de quando Robbie...

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KER DUKEY

“Estou cansada de ser eu, sabe? A expectativa. Quando


poderei respirar e respirar profundamente?” Ela ofega, me puxando
de volta do fantasma de Robbie.
Eu não digo nada, permitindo que ela desabafe.
“Meu pai é um escravo de seus impulsos, mas espera que eu
seja uma máquina de estudo e não pare uma única vez, sabe?” Ela
continua, vira e dá alguns passos.
Chastity pega o tecido de sua blusa sobre o peito, logo acima
de seus seios, e bate a mão para baixo, atraindo meus olhos para
lá.
“Eu só quero me divertir um pouco sem me preocupar com o
que virá dele”, ela bufa, eleva sua postura e me encara.
Sua observação em mim é quase obscena.
Olhos brilhantes acariciam cada centímetro meu, demorando
no meu pau por muito tempo antes de voltar aos meus lábios.
Seu escrutínio me faz contorcer. É inesperado e quente pra
caralho.
Surpreendendo-me e me confundindo pra caralho, seu corpo
se lança em mim. Antes que eu perceba o que diabos está
acontecendo, lábios macios e cheios esmagam nos meus, mãos
encontram o caminho para o meu cabelo, e seios macios
pressionam contra o meu peito enquanto sua língua quente desliza
na minha boca.
É apressado, áspero, inexperiente e perfeito, porra.
Seu perfume de maçã doce envolve seus braços ao meu redor,
me envolvendo no momento. Eu a envolvo no meu abraço e a
empurro contra a parede, devorando sua boca, mordiscando e
acariciando. Meu pau endurece, exigindo que eu empurre contra
ela. De repente, seu corpo enrijece debaixo do meu e suas mãos
caem para os meus ombros e me empurram.
Afasto-me, tonto com luxúria. Eu respiro fundo, pronto para
foder com ela bem aqui no corredor.

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KER DUKEY

Lábios vermelhos e inchados tremem, olhos loucos e insanos


por sexo, dançam com ansiedade.
“Eu sinto muito. Oh meu Deus, o que estou fazendo?” Ela
quase grita. “Isso foi...” Ela franze a testa.
“Quente pra caralho?” Eu ofereço.
“Um erro.” Ela foca esses olhos azuis em mim.
“Um belo erro”, digo com um toque da minha língua em meus
lábios.
“É melhor não contar a uma alma sobre isso. Prometa-me.”
“O quê?”
“Promete?” Ela diz, mais urgente.
“Quem se importaria?” Eu sorrio, mas seus olhos se estreitam
quase em fendas.
“Eu não quero ser uma das suas conquistas”, ela rosna antes
de cruzar os braços e sair.
A quem diabos eu contaria?

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KER DUKEY

CAPITULO 18

Gemidos, falsos e agudos, cumprimentam-me quando eu


chego em casa. A forma nua de uma mulher foi colocada no chão
da sala de estudos sobre o que parece ser uma lona.
Que porra é essa?
Eu me aproximo e depois paro. Meu pai está em pé acima
dela, pairando sobre sua cabeça, segurando seu pau. Ele começa
a mijar nela enquanto ela se esfrega e esfrega como se fosse um
néctar dos deuses.
Que diabos é isso? Nojento. Ele sempre pareceu tão tenso e
baunilha. Eu não consigo ver essa merda. É melhor que ele não
tenha feito essa merda com a minha santa Mãe, esse pervertido do
caralho.
“Eu tenho pessoas chegando, então se você pudesse concluir
isso, ou pelo menos fechar a porra da porta, seria ótimo.” Eu

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KER DUKEY

grunho, revirando os olhos. Deixo cair as minhas chaves no balcão,


ignoro a mulher e saio enquanto ela tenta se levantar.
Seria cômico pra caralho se não fosse a casa da nossa família
e não fosse a sala de estudo da minha mãe.
Sua crise de meia idade está ficando cansativa.
Coloco um desenho animado, pego suco e jogo minha bunda
no sofá da sala de estar, observando pela porta quando a mulher
que se parece com a antiga secretária coloca suas roupas e se
apressa em ir embora.
Vestindo apenas um par de calças baixas, meu velho entra na
sala de estar e fica de frente para mim, linhas vincando seus olhos
e testa. Eu odeio o quanto ele me lembra de mim. Não quero ser
nada parecido com ele.
Suas mãos vão para os quadris para intimidar. Idiota.
“Nós precisamos conversar.”
Sento-me para frente, descansando meus braços nos joelhos.
“Sobre suas putas na casa da minha mãe?”
“Minha casa”, ele grita.
Ele é patético. Conseguiu a casa no divórcio, mas esta sempre
será a casa da minha mãe.
“Você vai se acostumar a ver Melissa por aqui. Ela não é uma
aventura e certamente não é uma prostituta.”
Melissa. Essa era a porra da sua secretária.
“Se você diz,” respondo, ficando de pé.
Fico de pé na sua frente, a mão dele sai rapidamente, pegando
uma caixa e a jogando pela sala.
“Você vai aprender a me respeitar, Rhett. Estou farto da sua
besteira desrespeitosa”, ele se irrita.

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KER DUKEY

Eu o desrespeito? Ele deve estar drogado para acusar alguém


disso quando ele é uma desgraça. O único nome sendo sussurrado
e prejudicando a reputação da nossa família é o dele.
Fodendo putas com a metade da sua idade e traindo minha
mãe com sua secretária.
Ele não dá a mínima para minha mãe, para mim ou para a
memória do seu filho. Nem uma vez ele falou sobre Robbie ou foi
ao seu túmulo. Eu me pergunto se ele ainda pensa nele. Robbie o
visita quando ele fecha os olhos como faz comigo?
“Você está me ouvindo?”
Não.
“Eu respeito as pessoas que me R.E.S.P.E.I.T.A.M.” Meu tom
aumenta, o sangue corre pelas minhas veias como uma corrente
furiosa.
Eu vejo isso chegando, mas o impacto é muito rápido para
evita-lo. O punho dele bate no meu queixo, enviando minha cabeça
para o lado.
Não é a primeira vez que ele me acerta, mas é a primeira vez
desde que eu sou tão grande quanto ele e a primeira vez com o
punho fechado.
Meus músculos se movem enquanto minha mente explode
como uma bomba-relógio chegando a zero. Eu revido.
Choque registra em seus olhos antes de meu ombro colidir
com sua barriga, derrubando-o.
Nós batemos com força no chão de madeira, fazendo o ar sair
dele. Eu me levanto para chover uma rajada de socos nele, mas
paro quando seu corpo não se move.
Seus olhos estão fechados... e nada acontece.
Que porra é essa?
Empurrando-me para longe dele, eu me afasto, procuro vida
em seu corpo.

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KER DUKEY

O que diabos aconteceu? Meu pulso galopa


incontrolavelmente e então meu estômago revira.
Uma piscina líquida vermelha se infiltra sob sua cabeça como
vinho derramado.
Oh foda-se, oh foda-se, oh foda-se!
Isso não pode estar acontecendo.
Como? Eu nem sequer bati nele.
O sangue escorre, e a imagem evoca o medo no fundo da
minha alma. Eu o matei.
O aperto no meu estômago se intensifica, e eu corro para o
banheiro para expulsar meu almoço.
Eu o matei.
Eu o matei.
Porra.
Porra.
Com as mãos trêmulas, pego meu celular e chamo a única
pessoa em quem posso confiar.
“Eu não estou atrasado. Você disse nove”, ele grita antes que
eu possa dizer qualquer coisa.
“Eu preciso que você venha agora.” Minha voz soa rouca aos
meus ouvidos.
“O quê? Você parece estranho.”
“Venha agora. Algo aconteceu. Eu preciso que você venha
agora.”
Vozes tagarelam pelo receptor. Ele não está sozinho.
O pânico toma conta de mim como uma névoa úmida.
“Quem está com você?”
“Rush.”
“Quem?”

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KER DUKEY

“Preguiça, idiota”, ele diz, com irritação em sua resposta. Ele


odeia que eu chame todos pelo seu nome de pecado em favor dos
seus nomes reais.
“Estamos a caminho.” Ele encerra a ligação antes que eu
possa dizer a ele para vir sozinho.
Porra.
Cenários das consequências pulsam na minha cabeça.
Morte acidental. Minha vida continua.
Legítima defesa. Minha vida continua.
Acusações de assassinato. Eu vou para a prisão até estar
decrépito, esquecido e deixado para apodrecer.

Estou andando no chão do vestíbulo quando God e Preguiça


chegam. Eles entram direto, e eu me repreendo por não trancar a
maldita porta. Qualquer um poderia ter entrado aqui e então
minhas escolhas estariam fora do meu controle.
“Tranque a porta”, eu peço, recebendo carrancas dos dois.
“Eu chamei os outros. Estão todos a caminho”, God diz sem
se mexer para trancar a porta.
“Por que diabos você faria isso?” Eu grito em alarme.
Andando em minha direção, God coloca as mãos nos meus
ombros, fazendo-me olhar para ele.
“Você está me assustando. Você tomou alguma droga e está
muito louco?”
Eu não estou drogado. Porra, eu queria estar.
“Eu o matei”, vomito.

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KER DUKEY

Silêncio. Tic-tac. Tic-tac.


“Como é?” Preguiça diz, dando um passo à frente e virando o
rosto para me ouvir melhor. “O que ele acabou de dizer?”
Um barulho de botas soa na porta da frente e Orgulho se
junta a nós, seguido pelos outros alguns segundos depois.
Nem mesmo faz uma semana inteira que fomos chamados e
agora todos eles estão na minha casa, testemunhas de assassinato.
Eu matei meu pai.
Minha garganta aperta e eu engasgo, tossindo em um frenesi.
“O que está acontecendo?” Reconheço a voz rouca do Orgulho.
God me segura, acariciando minhas costas. “Você está bem?”
Típico dele se preocupar com meu bem-estar e não com o fato
de que eu lhe disse que matei alguém.
“Oh foda-se”, alguém grita e toda a atenção desliza para quem
se aventurou na sala de estar.
Eu os sigo enquanto eles descem para o espaço onde meu pai
está morto no chão.
“Tudo bem”, God diz balançando a cabeça e olhando entre o
corpo e eu.
Orgulho aponta para o meu queixo e depois para o meu pai.
“Ele fez isso com você?”
Por que nenhum deles está pirando? Eu alcanço o hematoma
aparecendo lá.
Preguiça parece ser o único a tomar isso pelo que é. Eles estão
todos envolvidos com assassinato. Ele é solene, suas pernas o
afastam e ele cai no sofá.
“Isso é ruim”, ele murmura.
“Ele me bateu e eu acabei derrubando-o. Eu não... eu não...”
“Respire,” Cobiça me diz, assentindo. “Você não está sozinho
nisso.”

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KER DUKEY

“Vamos nos livrar do corpo.” Inveja dá de ombros, como se ele


estivesse falando sobre mover um sofá. “O pântano. Os crocodilos
cuidam disso.”
“Não assim. É uma pessoa do caralho. Cristo,” Ira range,
passando a mão pelo cabelo.
“Não, Inveja está certo. Nós protegeremos nosso irmão. Vamos
nos livrar das evidências.” Orgulho diz.
“E quando alguém perguntar onde ele está?” Ira exige.
“Ele está fodendo todas nesta cidade. Rhett diz que ele saiu
com uma mulher. Ninguém vai pensar de outra forma”, God bufa.
“Nós nos preocupamos com isso depois. Por enquanto,
precisamos nos livrar dele”, Inveja diz.
Posso fazer isso? Deixar os jacarés comerem o seu corpo?
“Há lona no escritório”, eu anuncio, apontando nessa direção.
Orgulho segue minha linha de visão. “Queremos saber por
que há lona no seu escritório?”
“Não, você realmente não quer. Tem mijo nele, então seja
cuidadoso ao pegá-lo.”
Olhares curiosos apontam para mim.
“Chuva dourada.”

Dentro e fora, dentro e fora. Eu me concentro na minha


respiração quando Inveja e Orgulho envolvem meu pai na lona
usada em seus jogos sexuais. Aposto que ele nunca esperou esse
resultado quando o comprou para suas perversões.
“Que carro usaremos?” Ira pergunta, olhando pela sala.
“O dele”, eu respondo. “Está na garagem. Ninguém nos verá
carregando o corpo nele.”

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KER DUKEY

“Boa.” Orgulho acena tranquilamente com a cabeça.


“Eu vou ficar e limpar o sangue”, Ira se oferece.
“Vou ajudar com isso, cuidarei para ter certeza de que ele
consiga tirar tudo”, Preguiça diz sem se mover. Ira sai da sala. O
som de armários abrindo e fechando vem da cozinha.
“O resto de nós se descartará do corpo”, Orgulho comanda.
Descartar o corpo.
Descartar o corpo.
Descartar o corpo.
Correndo para fora da sala, eu corro até as escadas para
vomitar onde eles não podem me ouvir.

Preso como sardinhas no carro, sinto que estou flutuando


acima da cena e não sou na verdade uma parte dela. É surreal, se
eu não pudesse sentir um cotovelo em minhas costelas e não
tivesse nenhum sinal de Robbie, eu juraria que estava sonhando.
A noite reivindicou o céu, nos dando a capa da escuridão que
precisamos.
Orgulho dirige enquanto God o direciona para alguns
pântanos além da linha das propriedades de God. Ele nos falou
que compraram isto porque é inabitável e ninguém vai lá, esse era
o propósito. É uma lixeira perfeita para serial killer.
Ou garotos adolescentes jogando homens velhos.
“Obrigado”, deixo escapar do banco de trás. Não preciso
elaborar. Todos sabem pelo que sou grato. Eles estão arriscando
todo o seu futuro por mim: um estranho.
“Somos uma irmandade”, Orgulho grita, e o silêncio segue.

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KER DUKEY

Virando em uma estrada de terra que se torna apenas sujeira


e arbustos depois de um minuto, Orgulho desacelera o carro e
para.
“O carro não vai muito mais longe. Não podemos nos arriscar
a ficar presos.”
“Podemos andar o resto do caminho”, Inveja diz, quase
normal demais. Ele abre a porta e pula do carro como se
estivéssemos em uma viagem.
Os olhos de Cobiça se chocam com os meus, sua sobrancelha
se levanta com a atitude otimista de Inveja nessa situação. Nós
abrimos o porta-malas como se não soubéssemos se o corpo ainda
está realmente lá, todos rezando e sonhando esta noite. Mas não é
um sonho. Seu corpo está exatamente onde foi colocado.
Aproximando-se, Orgulho joga-o sobre seu ombro como se
não tivesse peso. Nem mesmo um grunhido. Ele é uma fera.
“Vamos fazer isso”, ele resmunga, e anda por entre as árvores.
“Não é o que eu pensei que estaríamos fazendo hoje à noite.”
God bate a mão nas minhas costas.
Antes que eu possa responder, Orgulho pula para trás,
jogando o corpo embrulhado no chão com um baque. Ele rola pelo
chão, se desfazendo, e o corpo do meu pai se liberta — e se move.
Ele está se mexendo.
Com movimentos lentos, ele levanta de joelhos, gemendo de
dor. Merda.
“Que diabos?” Ele geme, levantando-se ainda mais e tentando
ficar de pé. Segurando a mão na parte de trás da cabeça, ele
estremece e checa a palma da mão em busca de sangue.
Eu preciso mexer meu queixo e dizer alguma coisa, mas as
palavras não se formam além da pedra que se instalou na minha
garganta.

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KER DUKEY

Balançando com os pés instáveis, ele olha em volta até me


ver. Piscando como se para limpar seus pensamentos, ele geme. “O
que está acontecendo, Rhett?”
Porra. Porra. Porra.
Orgulho vira seu olhar zangado para mim. “Você checou a
porra do pulso dele?”
Bem, merda.
“Eu... er...”
“Alguém?” Orgulho bufa.
Uma gargalhada ruge no ar e Inveja se inclina para dar um
tapa em seu joelho.
“Clássico.” Ele limpa as lágrimas dos olhos. “Eu resolvo isso”,
ele diz. Puxando uma lâmina de uma cinta no tornozelo, ele dança
em direção ao meu pai, fazendo-o andar para trás e tropeçar no
terreno irregular com medo por sua vida.
Estou solidificado, as raízes do pântano me prendendo ao
meu lugar enquanto o calor corre pela minha espinha e brota suor
por todo o meu corpo.
Ele não está morto.
“Cara”, God diz a Inveja.
Orgulho interrompe seu avanço com um puxão no braço e
uma sacudida de cabeça.
“O quê?” Inveja pergunta, confuso.
“Cara?” God diz novamente, balançando a cabeça. “Coloque a
faca longe.”
“Onde diabos você conseguiu a faca?” Cobiça ergue o rosto,
julgando que Inveja é louco.
“Rhett, o que está acontecendo?” Meu pai pergunta, com um
tremor em sua voz. Mosquitos picam a nossa pele e o sussurro das
árvores faz com que o lugar pareça assombrado pra caralho. Eu

the elite seven


KER DUKEY

inalo a primeira respiração de verdade desde que derrubei sua


bunda hoje mais cedo. Sugando o ar para encher meus pulmões,
parece que eu estive sufocado, o diabo respirando no meu pescoço,
o inferno subindo na minha alma.
“Você me bateu”, respondo, sem saber o que diabos está
acontecendo comigo mesmo. Eu pensei que ele estava morto. Em
meu pânico, nem chequei seu pulso.
“Minha cabeça dói”, ele geme.
“Você caiu e bateu com a cabeça”, God diz a ele.
“Por que estamos aqui e quem são essas pessoas?” Ele
pergunta, cauteloso.
Dando um passo à frente, Orgulho se ergue sobre a forma
encurvada do meu pai e seu corpo sólido é intimidante pra caralho.
“Nós somos seus irmãos e estamos dispostos a fazer o que for
necessário para protegê-lo, e seu futuro, mesmo que isso signifique
que você perca o seu”, Orgulho avisa, a sua ameaça é afiada.
“O que aconteceu esta noite?” God lhe pergunta. A multidão
fica em volta dele como serpentes prontas para atacar.
Gaguejando e ofegando por ar, meu pai examina a matilha
que o rodeia e concorda com a cabeça. “Eu caí e bati minha cabeça.
Rhett me levou ao hospital. É isso aí.”
“É isso”, Orgulho repete, o aviso é tão alto quanto o rugido de
um leão.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 19

God sempre esteve lá por mim, mas saber o quanto os outros


estão dispostos a ir por mim me dá uma sensação de
invencibilidade e o sentimento de família que tenho sentido falta
ultimamente.
Meu pai me deu uma boa distância desde aquela noite. E o
vínculo entre nós sete parece uma vida inteira de amizades, não
uma semana.
Orgulho já está no convento quando eu chego. Velas acesas
estão ao nosso redor enquanto ele lê um cartão em suas mãos.
“Só nós?” Ele pergunta enquanto eu faço a minha presença
conhecida.
“God”, eu chamo e meu melhor amigo sai de trás da porta.
De pé, Orgulho acena e segura o cartão entre o dedo e o
polegar.

the elite seven


KER DUKEY

“Foi-me dada a sua tarefa.” Seus lábios se apertam em uma


linha fina.
Antecipação estremece o meu corpo. É isso — o que vai custar
para minha filiação.
“Você quer que eu leia em voz alta, ou...?” Eu pego o cartão
da mão dele e engulo.
“Você deveria saber”, ele diz, sério e firme. “A moeda dada a
você pela Elite lhe oferece uma troca ou um favor futuro. Se você a
descontar, ao perder sua prova, você não terá a opção da segunda
prova escolhida para você. Você precisará seguir ou ser expulso
como candidato. Usar sua moeda agora não lhe deixa favores
futuros, você nunca poderá pedir algo que não seja dado livremente
pela Elite.” Ele insiste com um aperto firme no meu ombro. “Pense
cuidadosamente sobre essa escolha. Você só tem uma.”
“Anotado.” Abro o cartão e leio a tinta elegantemente escrita
no papel.

Luxúria, sua tarefa é o pecado da carne.


Srta. C. Griffins.
Pupila acadêmica.
Herdeira da fortuna de sua família.
Filha do reitor do St. Augustine.
Seduza o fruto proibido.
Documente o pecado.
Suborno, a Elite sempre precisará disso.

É assinado com o selo, o mesmo logotipo da moeda.


“Ela soa como uma candidata perfeita para a Elite”, eu zombo.

the elite seven


KER DUKEY

“Talvez ela seja.” Orgulho arqueia uma sobrancelha, um


sorriso perverso levanta seus lábios.
Mãos nuas vem sobre meus ombros por trás, God me aperta.
“Romeu, Romeu”, ele fala de maneira brincalhona.
Pegando o cartão da minha mão, Orgulho o segura. “Você
entendeu?”
“Fácil”, ofereço-lhe um sorriso, mas é tudo bravata. Seduzir
mulheres a tirar suas calcinhas não é um problema para mim, eu
tenho sido um profissional nisso desde que minhas bolas
desceram, mas filmar uma foda sem o conhecimento dela e
entregá-la para sabe quantas pessoas verem isso não parece tão
bem para mim.
Eu sou um idiota, mas será que sou tanto assim?
Puxando um isqueiro de prata do bolso, Orgulho queima o
cartão, as chamas tomam conta, consumindo minha prova.
Deixando cair o chão, todos nós assistimos fixamente
enquanto a chama âmbar se apaga e cinzas é a única coisa que
resta.
Agora, tudo que preciso fazer é descobrir quem é a Srta.
Griffin.
Chegando em casa, encontro na garagem a caminhonete de
um eletricista e meu pai correndo pela casa.
“Você precisa pedir o jantar”, ele diz, correndo para o carro.
“O que há com os trabalhadores?” Pergunto enquanto ele sai.
“Isso é o seu melhor amigo que está fazendo, não sou eu”, ele
grita de volta.
God me oferece um sorriso perverso e entra na casa, subindo
as escadas de dois em dois degraus.
Eu o sigo para o meu quarto e o encontro no banheiro anexo.
“O quê...?”

the elite seven


KER DUKEY

A luz no meu banheiro é agora uma luz negra.


“Você vai querer ver a sua tatuagem uma vez que você
esmagar essa prova”, ele me informa.
“As tatuagens só aparecem sob essas luzes. É por isso que
nunca vi a do meu pai.”
Eu bufo. “Isso, e a dele provavelmente está escondida nas
bolas dele”, brinco.
Ignorando o meu insulto, ele diz: “No clube, vi uma na coxa
de uma mulher.” Ele abaixa as sobrancelhas.
“Você acha que é errado eu me filmar transando com ela?”
Pergunto, mudando de assunto e finalmente deixando um pouco
da minha apreensão aparecer.
“Desde quando você tem moral?” Ele me cutuca no braço.
“Você conseguirá isso feito em pouco tempo. Não se deixe pensar
nela, isso é sobre você.”
Sobre mim.
“Não importa qual seja a tarefa, lembra-se”, ele me lembra de
minhas próprias palavras.
“Certo. Temos que fazer isso”, digo, não só para ele, mas para
mim mesmo.
“Não importa o quê,” eu reafirmo.
Seguindo-o de volta para baixo, ele vasculha nossos armários,
achando nada.
“Cara, onde está a porra da comida?”
Franzindo uma sobrancelha, puxo meu celular para fora.
“Acalme-se, glutão, vou pedir uma pizza.”

the elite seven


KER DUKEY

Duas horas depois, comi dois terços da pizza e tomei um litro


de refrigerante, e God não tocou a dele. Em vez disso, ele está
esperando não tão pacientemente para eu me preparar para ir
correr com ele.
Ele vai ficar chateado quando eu não for. Só quero ficar
chapado e tentar dormir.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 20

God está ausente do campus novamente. Minha mensagem


desta manhã foi às quatro horas e ele ainda estava fora.
God: Quer ficar chapado?
Eu já estava chapado e revirando os lençóis encharcados de
suor.
Sonhos com Robbie se misturaram com sonhos de uma
mulher desconhecida chorando. Um vídeo foi espalhado pelo
campus dela sendo fodida em cada orifício por mim.
Minha alma está pesada. Talvez essa garota seja a porra de
uma idiota e então eu não me sentirei tão mal.
Mentiras.
Orgulho está na sala de espera quando chego na sala da
conselheira. Será duas vezes mais difícil falar com ela agora,
sabendo que tenho que foder sua enteada.

the elite seven


KER DUKEY

A dúvida agita meus pensamentos a respeito do porquê


Orgulho tem que vê-la. Ele perdeu alguém como eu?
“Está tudo bem?” Ele me pergunta.
“Você tem compromisso?” Eu pergunto, verificando o relógio.
Já passa das dez, que é quando meu compromisso começa.
Ele balança a cabeça negativamente, depois ergue uma pasta,
mas não revela o que está nela.
“Tenho que entregar isso.”
A porta se abre e Lillian aparece bem arrumada e fresca. Seu
cabelo está puxado tão apertado que seus olhos estão esticados
como fendas.
“Rhett. Vá para dentro”, ela ordena, saindo do seu escritório
e caminhando para o Orgulho.
Sim, senhora.
Fechando a porta atrás de mim, bato em uma parede de ar
abafado. Movendo-me para a janela dela, abro a coisa. O tempo
está úmido pra caralho, é como estar em uma sauna. Você pode
sentir o gosto das pessoas nos corredores, é tão pegajoso.
Meu interesse se move para as prateleiras dela dominando a
parede do fundo. Livros, arquivos, fotos. Meu coração tropeça
quando meus dedos traçam uma foto de família de Lillian, o reitor,
e ninguém menos que a Chastity.
Merda.
A abertura da porta me alerta para a chegada de Lillian. Ela
me pega com a foto na minha mão e levanta uma de suas
sobrancelhas perfeitamente formadas.
“Chastity”, eu digo, apontando para a imagem como um
idiota.
“Sim”, ela confirma, tirando a foto da minha mão e colocando-
a de volta na prateleira.
Como eu não percebi isso até agora?

the elite seven


KER DUKEY

“Ela é minha enteada, por isso ninguém conhece o caminho


pelo campus tão bem quanto ela.” Lillian sorri.
“Eu tenho que ir”, digo a ela, caminho com minha mochila no
ombro e virando no meu calcanhar, fujo da sua sala.
Chastity é quem eu tenho que seduzir e filmar?
Isso ficou muito mais complicado. Por um lado, ela nem gosta
de mim, e dois, eu a conheço, mais ou menos. É imoral e
desprezível. É o preço.
“Ei.”
Porra, falando do diabo.
“Ei”, eu a imito, olhando ao redor do corredor para qualquer
pessoa, menos ela.
“Olha, eu quero me desculpar pelo que aconteceu no outro
dia.” Ela suspira e franzo minha sobrancelha. Por que diabos ela
sente muito? Fui eu que não a deixei fugir para chorar e depois me
aproveitei dela em crise.
“Sério?” Pergunto, apreensão colore meu tom.
“Eu estava uma bagunça e coloquei isso em você, e isso não
é quem sou. Eu agi e cometi um erro, mas você não fez questão de
usá-lo contra mim e ninguém mencionou isso, então...” ela diz,
empurrando os óculos no nariz.
Eu estive muito ocupado para usar isso contra ela, e a quem
eu diria? Ah, claro, com ela sendo a filha do reitor, sem dúvida já
foi usada no passado por essa mesma razão.
“Rhett, estou me desculpando.” Sua voz é firme e um pouco
irritada por eu estar olhando para o espaço e por não levar suas
palavras a sério como ela pensa.
“Obrigado.”
Eu acho.
Silêncio.

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KER DUKEY

Ela olha para os sapatos e depois para mim. Estou deixando-


a nervosa?
“Maggie vai dar uma festa neste fim de semana. Seria bom ver
você lá, se você não quiser... ir... não precisa... eu realmente não
me importo de nenhuma maneira...”
“Eu estarei lá”, respondo, parando sua divagação. Por que
diabos ela está facilitando isso para mim?
“Como amigos”, ela afirma. “Seria bom ver um amigo lá… uma
cara amiga… familiar…”
“Certo”, paro-a novamente. “Quem não precisa de mais
amigos?” Eu sorrio.
Enfiando o cabelo atrás da orelha, ela pula na ponta dos pés
e morde os lábios.
“Certo. Ok. Ótimo.”
Ela anda ao meu redor e eu me viro para vê-la fugir. Ela para
a alguns metros de distância e se vira para mim. “Oh, você pode
precisar do endereço.”
Não digo a ela que estará no aplicativo da festa porque essa
Chastity atrapalhada é a garota que esbarrou em mim no primeiro
dia de aula. Eu gosto deste lado dela.
“Telefone?” Ela estende a mão e espera que eu coloque meu
celular na palma da sua mão.
Ela passa os polegares pelo teclado e o devolve.
“Eu gravei meu número e me mandei uma mensagem, então
tenho o seu número. Eu enviarei o endereço. É mais fácil assim.”
Ela acena com a cabeça, mordendo o lábio inferior. Um tom
vermelho rola sobre suas bochechas e rasteja pelo pescoço dela.
“Obrigado”, digo, sabendo que ela só queria o meu número.
Já usei o mesmo método mais vezes do que posso contar.
Sinto um corpo aparecendo antes que os olhos de Chastity se
movam para a sombra atrás de mim.

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KER DUKEY

Ela coloca as mãos no bolso da jaqueta e se vira sem voltar


para trás dessa vez.
“Pelo olhar que ela deu a você, eu diria que você já está no
meio do caminho para completar sua prova”, Orgulho brinca.
Então, ele sabe exatamente quem ela é. Estudando minhas
feições, eu me viro para enfrentá-lo e sorrio. “O que posso dizer?
Está no meu DNA.”
Nós caminhamos juntos, indo em direção à praça de
alimentação.
“Falando do seu DNA, como está seu pai?”
Ele está com muito medo de dizer algo para mim. Ver o quão
fácil seria para eu me livrar dele, assustou-o.
“Bem”, é tudo que eu digo.

Os dias seguintes passam depressa e como se o mundo


soubesse qual é a minha prova e queira facilitar para mim, o
destino continua colocando a Chastity no meu caminho.
Estacionei ao lado dela esta manhã sem perceber que era o
seu carro. Ela estava em três das minhas aulas hoje e dentro do
espaço respiratório dos meus pulmões. Seu perfume me cercou,
chamando, provocando, me desafiando a dar uma mordida em sua
deliciosa inocência.
Como se ela fosse atraída por um puxão magnético, seus
olhos se dirigiam para mim mais do que deveriam.
Ela me mandou uma mensagem com o endereço da festa de
sua melhor amiga. E então enviamos mensagens aleatórias ao
longo do dia que não faziam sentido.

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KER DUKEY

“O que pode ser ao mesmo tempo curativo e venenoso?”


“O brilho do que revela os outros?”
Eu não tenho certeza se ela está enviando para o número
errado ou ela envia spams. De qualquer forma, não faziam sentido.
Fechando meu livro, eu tropeço no corredor e limpo o suor da
minha testa. Correr com sono zero e tomando a medicação de
ansiedade da minha mãe que ela deixou quando nos abandonou,
deixa meu corpo letárgico. Eu preciso de uma bebida açucarada
para me animar.
Correndo para uma máquina de venda automática, dou um
tapinha nos meus bolsos, em seguida, bato na máquina quando há
apenas uma entrada para cartões, que eu preciso lembrar de pedir
ao meu pai. Acho que ele vai reavaliar a minha necessidade de
cartão de crédito depois que eu quase herdei tudo o que ele tem na
semana passada.
“Aqui”, Orgulho desliza seu cartão na máquina. Eu aperto o
botão para um refrigerante e coloco vinte dólares no bolso da
jaqueta dele.
“Essa foi uma bebida cara.”
“E nem sequer fiz sexo.” Eu pisco.
Aceno um tchau por cima do meu ombro enquanto me dirijo
para a saída. Empurrando a porta para o ar abafado, eu gemo
quando a onda de calor me atinge como um banho de suor. Quando
não está chovendo aqui o ar é muito pesado, eu odeio isso.
Quando finalmente chego ao meu carro, há uma linda loira
encostada nele.
“Chastity”, eu a cumprimento.
Ela está deixando isso muito fácil. Pensei que ela seria um
desafio, mas parece que não espalhar rumores sobre ela me beijar
foi o suficiente para me garantir status de amizade.
Quão fodido as pessoas foram com ela no passado?

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KER DUKEY

“Aqui.” Ela me entrega um presente embrulhado. Um


barbante amarra o papel marrom enrolado em algo que parece um
livro. Não tenho certeza do que dizer.
“Obrigado”, digo, levantando uma sobrancelha.
Ela ri e revira os olhos. “Relaxe, não é uma cobra em uma
caixa.”
“Isso é muito escuro”, digo, repetindo suas palavras.
Balançando a cabeça, ela vai até o seu carro e grita: “É para
pesquisa e para ajudá-lo a dormir.”

Soltando o pacote na minha cama, pego o barbante e desfaço


o papel.
Um som rico ricocheteia do meu peito. Riso. Autêntico e
profundo.
Romeu e Julieta por William Shakespeare.
Eu abro o livro e um USB cai. Quais são as chances de que
isso seja uma fita de sexo e ela fez minha tarefa por mim?
Alcançando meu laptop, eu conecto o pendrive e deito na
cama.
“Romeu e Julieta narrados por Chastity Griffin, para Rhett
Masters, para ensiná-lo que ele está longe de ser um Romeu.” A
voz se espalha nos alto-falantes para o quarto, me envolvendo.
Há. Ela ainda tem sua vantagem resoluta.
Sua voz acaricia as palavras, cobrindo-me com uma melodia
suave, e meus olhos se aproximam para submergir no mundo dos
Capuletos e Montéquios.

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KER DUKEY

Durmo oito horas inteiras e isso quase me traz lágrimas aos


olhos. Sem chuva. Sem vozes. Sem Robbie. Somente ela.
Sem drogas para acalmar minha mente. Somente ela...

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KER DUKEY

CAPITULO 21

Ira, Inveja e Orgulho se juntam a mim para a festa de Maggie,


mas não tenho certeza de quanto tempo eles durarão. Ao contrário
da maioria das festas de faculdade, esta não tem pessoas se
derramando no gramado da frente ou música vibrando as
fundações. Uma doce melodia de filtros azuis atravessa a sala, e
todos estão vestidos com trajes dos anos vinte. Não houve alerta
para essa festa ou mensagem da Chastity me avisando que havia
um tema.
Há talvez trinta pessoas aqui, e pela maneira como falam
animadamente, elas parecem se conhecer.
Inveja me reprova com os olhos e o Orgulho tenta segurar sua
diversão.
“Coisas que fazemos por uma bunda.” Ira flexiona sua
mandíbula e pega uma bebida de um cara de terno branco e
chapéu de gângster. “Tome isso”, Inveja sibila para ele quando
para, para desafiar sua bebida a ser tomada.

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KER DUKEY

“Relaxa. Vamos ficar trinta minutos”, Orgulho diz, estudando


a sala.
“Vinte”, Inveja e Ira dizem em uníssono.
Meu telefone emite um bipe com uma mensagem de texto.
Chastity: Desculpa. Não pude ir. Estou presa em casa. Fica
para a próxima.
Inacreditável.
Acenando meu telefone, viro-me para a saída. “Que tal um
minuto.”
“Oh, Romeu, levante-se?” Inveja canta.
“Ela está em prisão domiciliar.”
“Então, vá vê-la.” Inveja sorri maliciosamente.
“Alguém sabe onde o reitor mora?” Eu ofego, apenas
brincando.
Nós entramos no carro do Orgulho e decolamos em direção à
cidade.
“Eu sei onde ele mora”, Inveja diz.
Claro que ele sabe.

A névoa cobre a estrada quando a noite desce, trazendo


consigo um frio no ar.
“Pegue a direita aqui, então a segunda à esquerda”, Inveja
direciona.
Descemos uma estrada com casas altas e modernas — nada
como eu esperaria que ela morasse. “Aquela.”
“Queremos saber como você sabe disso?” Ira estremece, o ar
frio entra no carro.
“Eu acho que sua esposa está em forma.”
Todas as cabeças giram em direção a ele, julgando-o.

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KER DUKEY

Estendendo as mãos, ele enruga a testa. “Relaxe. Eu estava


passando numa noite a caminho da casa de um amigo e a vi na
janela. Jesus Cristo.”
Orgulho para o carro e eu saio, passando os olhos pela
estrutura.
Uma das janelas do primeiro andar está aberta. As cortinas
ondulam na brisa suave, nos dando vislumbres de um quarto rosa
e um vislumbre de Chastity enquanto ela lê um livro em sua mão.
“Boa sorte”, Ira grita do carro antes de decolar, as rodas
gritando e levantando poeira, deixando-me ao lado da rua. Filhos
da puta. Andar para casa será uma droga.
Dando minha atenção de volta para a janela, eu vejo Chastity
olhando para mim através da abertura, seus olhos arregalados e o
queixo caído.
Ela desaparece, depois reaparece, digitando alguma coisa no
celular.
Um segundo depois, o meu bipa.
Chastity: O que você está fazendo aqui? Meu pai vai surtar
se ele te ver.
Eu: A festa da Maggie era entediante. E a pessoa que eu
queria ver não apareceu.
Aceno minha mão para que ela desça e fale comigo, mas ela
balança a cabeça veementemente.
Chastity: Meu pai está com raiva de mim e vai me castigar
por toda a vida.
Quero lembrá-la de que ela tem dezoito anos, mas, como meu
próprio pai, eles nos dominam com dinheiro e um teto sobre nossas
cabeças.
Eu: Eu vou subir.
Posso sentir seu pânico antes de o ver em seu rosto pálido.

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KER DUKEY

Apontando para uma treliça de flores presa ao lado de sua


casa, eu me movo para ela e dou uma sacudida. Ela balança um
pouco, mas deve ficar bem.
Eu subo depois de quase dois acidentes, a madeira de treliça
quebra sob os pés. O teto se projeta, margeando o primeiro andar,
me dando acesso fácil para chegar até a janela dela.
Ela está tremendo e observa o terreno enquanto debruça
quase metade do corpo pela janela.
“Ei”, eu digo, respirando pesado e limpando a sujeira das
minhas mãos.
“Você é louco”, ela diz.
“Ou romântico.” Eu curvo uma sobrancelha.
Bufando, ela diz: “Sim, muito Romeu da sua parte.”
Enquanto eu me movo em direção a ela, meu pé escorrega no
musgo, e meu estômago revira.
Alcanço o parapeito da sua janela, mas quase caio.
Seus braços se agitam para me alcançar, mas é tarde demais.
Eu deslizo, encontrando o ar, então aterrisso no gramado da frente
com um baque pesado.
Minhas costelas rugem, queimando de dor quando caio
diretamente de lado.
“Filho da puta”, eu murmuro.
As luzes da varanda piscam e ouço um barulho.
Ficando apressadamente em pé, faço uma varredura ao redor
da propriedade e me escondo enquanto a porta se abre.
“Olá?” Uma voz rouca grita.
Justamente quando eu acho que me livrei e ele vai se retirar,
meu telefone emite um sinal sonoro.
“Quem está aí?” Ele grita.

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KER DUKEY

Levanto-me com os joelhos agachados através da moita de


arbustos, os galhos e detritos arranhando buracos em minhas
bochechas. Se não doesse pra caralho, essa merda seria hilária —
algo que definitivamente não compartilharei com o grupo.
Quando o silêncio é a minha única companhia, fico de pé,
limpo-me e puxo o celular para fora.
Chastity: Romeu, Romeu, onde você está?
Eu: A despedida é uma tristeza tão doce que eu direi boa noite
até amanhã.
Chastity: Você está lendo.
Eu: Escutando. É a única coisa que me ajuda a dormir. Eu
tenho que agradecer por isso.
Chastity: Então me agradeça.
Eu: Vou pessoalmente.
Chastity: Que tal amanhã à noite?
Eu: Diga o lugar.
Chastity: Encontre-me no final da minha rua. Oito horas.
Eu: Feito.
Chastity: Boa noite, Rhett Masters.
Eu: Boa noite, Chastity Griffin.

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KER DUKEY

CAPITULO 22

Ignorando o telefonema de God, deslizo meu carro para o


estacionamento no final da rua da Chastity e saio.
Ontem à noite eu dormi como um bebê. Nenhuma droga foi
necessária. Ouvir os áudios da Chastity tem sido uma revelação.
Sua voz me acalma a um estado de paz.
Ela está fazendo coisas comigo e eu não sei como tudo isso
acabará quando minha parte estiver completa.
A culpa me corrói quando a vejo correndo em minha direção.
Ela não é como a maioria das garotas da nossa idade. Ela tem
a sabedoria além de seus anos, mas tem sido protegida e isso é
visível.
Aposto que ela é uma maldita virgem — e isso faz com que
minha tarefa seja dez vezes pior.

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KER DUKEY

Você pensaria sobre o quão poderosa é a Elite, que o reitor


seria alguém dentro de suas fileiras, mas não, então eles recorrem
a táticas sujas para necessidades futuras.
“Ei, você veio”, ela diz, sem fôlego por correr até mim.
“Claro. Você achou que eu não viria?” Sorrio.
Um pequeno levantar de seus ombros me diz a resposta.
Gesticulando para o carro, pergunto: “Para onde, minha
senhora?”
Balançando a cabeça, ela envolve o suéter sobre o pequeno
corpo e empurra o queixo na direção da rua.
“Há um parque por ali. Vamos andar.”
Eu não ando por um parque desde que eu tinha sete anos,
mas essa garota é diferente e preciso aceitar isso se tiver intenções
de seduzi-la.
Você tem essas intenções? Meu subconsciente pergunta,
silencio as vozes fazendo suas perguntas.
“Então, Srta. Griffin, huh? É difícil ter pessoas sabendo que
a orientadora e o reitor são seus pais?”
“Ela não é minha mãe.” Chastity sacode a cabeça, olhando
entre a rua e eu.
Assunto sensível?
“Oh, me desculpe…”
“Não, tudo bem, é só que ela é a esposa do meu pai, é isso.
Sua escolha não é minha.”
Assinto com minha cabeça em compreensão, pergunto.
“Você é filha única?”
Acenar com a cabeça faz seu cabelo cair em seu rosto, e eu
sinto vontade de deslizá-lo atrás da orelha e acariciar sua
bochecha, tomar sua boca com a minha.

the elite seven


KER DUKEY

“Sim. Minha mãe morreu no parto.” Uma careta de dor toma


conta de seus belos traços.
Isso é difícil.
“E quanto a você?” Ela pergunta inocentemente, mas a dor
me atinge mesmo assim.
Seus olhos assustados ficam impossivelmente grandes, e
quase violentamente, ela chega em mim e me puxa para seu corpo.
“Eu sinto muito”, ela sufoca. “Não sei porque perguntei
quando eu já sei. Foi insensível e idiota, um acidente... eu não
tentaria te machucar — ou alguém — assim,” ela divaga, eu me
liberto e sorrio para aliviar sua tesão.
Deslizando meus dedos em seu cabelo, finalmente o coloco
atrás da orelha, em seguida, deixo a ponta do meu polegar acariciar
sua bochecha.
“Está bem. Honestamente, não se preocupe com isso.” Depois
de uma pausa silenciosa, continuamos andando.
“Eu pesquisei sobre você”, ela diz, sacudindo seu olhar
envergonhado para o meu, interrompendo nossos movimentos. “É
assim que eu sei...” ela engole em seco, mexendo em um fio
invisível em seu casaco de lã, “sobre seu irmão.”
A costumeira dor constritiva envolve meu coração como
sempre à menção de Robbie.
“Sinto muito. Isso deve ter sido...”
“Morte”, grito. “Como a morte”, acrescento, inspirando ar em
meus pulmões quebrados. “Senti como se eu tivesse morrido com
ele.”
“Mas você não morreu”, ela sussurra, quase me fazendo a
pergunta em vez de fazer uma declaração.
Uma risada sem humor sacode meu peito. “Como é que
dizem? O que não te mata só te fortalece?” Eu vomito minha
verdade, surpreendendo a ambos com minhas emoções.

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KER DUKEY

“Você sempre parece tão cheio de vida, feliz...”


O luto, absorvido de nossas experiências compartilhadas,
enche seus olhos.
“Isso é apenas uma máscara, estou me afogando, mas com
um sorriso no rosto, sei que não posso ser salvo”, confesso,
abrindo-me para ela.
“Isso deve ser exaustivo.” Ela murmura e linhas vincam sua
testa.
É exaustivo pra caralho.
Minha mente é como um carrossel girando em círculos.
Cenários diferentes trazem resultados diferentes, mas não podem
ser alterados, não importa o quanto eu deseje. Estou dizendo a
mim mesmo essas verdades tanto quanto estou dizendo a ela.
“Meu mundo é uma bagunça agora, de arrependimento e
tristeza.” Quase engasgo com a última palavra, a dor me enchendo
da pontas dos pés até as raízes do meu cabelo, meu mundo
tremendo embaixo de mim, ameaçando consumir tudo o que sou.
Sua mão quente desliza na minha, apertando,
carinhosamente, reconfortando. O chão assenta e eu posso
respirar.
“Você está bem aqui”, ela diz quase em um sussurro. Sua
outra mão descansa no meu peito, onde meu coração bate devagar
sob o abrigo. “Você não tem permissão para morrer com ele. Você
tem que viver por vocês dois.”
Minha postura cai e minha cabeça se inclina para a frente,
pesada demais para os meus ombros.
“Eu prometi a mim mesmo que é o que eu faria pela minha
mãe”, ela diz, vulnerabilidade agita sua voz. “Ela não desejaria que
eu deixasse a crueldade do destino me impedir de viver minha
melhor vida, então como um fantasma ligado ao meu coração, ela
está comigo. Ele bate por nós duas. Nós duas estamos vivendo.”

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KER DUKEY

Estendendo minha mão sem pensar, eu a descanso contra o


coração dela. Ela não se afasta e nem vacila. Isso não é sobre eu
tocar seu corpo — são duas pessoas compartilhando a dor,
aprendendo a viver, e encontrando uma conexão para nos ajudar
a continuar vivendo, continuar respirando, ficar de pé, um pé na
frente do outro, até parar de machucar.
Tum-Tum Tum-Tum Tum-Tum.
“Vamos.” Ela sorri, quebrando o contato e recomeçando nosso
caminho. Eu não falei com ninguém sobre o Robbie, e isso ajuda
— realmente ajuda.
Andamos em silêncio por algum tempo, mas não é
desconfortável, é tranquilo.
Cutucando-me em direção a uma linha de árvores, ela se vira
para se aventurar pelo matagal.
“Você vai me atrair para lá e depois vai se aproveitar de mim?”
Eu falo.
Batendo-me de brincadeira, ela me empurra mais para dentro
das árvores, sujeira se acumulando em nossas botas.
“Se você quer dizer chutar sua bunda, então talvez.”
“Eu posso ser um sádico”, sorrio, caminhando mais para a
terra de ninguém.
“Acho que você vai achar que é um masoquista”, ela aponta,
evitando o mato em crescimento.
Quando estou prestes a perguntar qual é a diferença, as
árvores se abrem e um velho parque surge em uma clareira. O
terreno está coberto de vegetação rasteira, o arcabouço do
escorregador e do balanço enferrujados por estar sem uso. É
assustador e lindo ao mesmo tempo.
“Tenha cuidado com as cobras”, ela diz, seu sotaque sulista é
mais potente quando fala sobre os perigos.

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KER DUKEY

“Por que isso está aqui?” Pergunto, pegando a mão dela para
ajudá-la a manobrar sobre alguns galhos caídos.
“Fazia parte da propriedade Miller no final dos anos
cinquenta. Eles morreram há mais de duas décadas e suas terras
foram abandonadas. Esta parte foi reivindicada de volta pela
natureza. A casa foi vandalizada e acabou sendo demolida quando
uma garota alegou que foi sequestrada e levada para lá.”
Franzindo a testa, eu sento no balanço ao lado dela e tento
movê-la. Ele protesta em voz alta, mas eventualmente começa a se
mover, chovendo ferrugem na minha cabeça.
“Isso ficou sombrio”, afirmo, e ela sorri, dentes brancos em
exibição.
“Você não está com medo de vir aqui, né?” Pergunto,
procurando na mata enquanto o sol se põe. A temperatura cai,
tornando o lugar duas vezes mais assustador que antes.
“Porque eu estaria? Quais são as chances de nós dois sermos
serial killers?” Ela pergunta, estreitando os olhos em mim.
Demora alguns segundos, mas nós caímos em uma
gargalhada.
Eu gosto dela mais e mais, caralho.
“Sério, no entanto, não venha aqui sozinha”, aviso, minha
proteção aumentando, surpreendendo a nós dois.
“Eu não venho, prometo. Este pode ser o nosso lugar.”
Nosso lugar. Gosto disso.
Nós conversamos por horas, sobre nada, sobre tudo, na luz
azul da lua cheia acima. Logo, eu sei que nossa noite chegará ao
fim, mas não quero que isso aconteça.
É tão pacífico aqui, longe da expectativa e do estresse da
escola. Longe da reputação e dos rumores.
“Por que as garotas são sempre atraídas pelos bad boys?” Ela
pergunta no caminho de volta para o meu carro.

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KER DUKEY

“Eu sou um bad boy?” Levanto uma sobrancelha desafiadora.


“A pergunta que você deveria fazer é: eu sou uma boa
menina?” Ela responde enquanto desaceleramos até parar no meu
carro.
“Você é?”
A tensão entre nós é palpável. Minha pele zumbe com
eletricidade enquanto ela fecha o espaço entre nós. Olhando nos
meus olhos, ela murmura: “Eu não quero ser, quando estou perto
de você.”
Seus lábios estão tão próximos agora. Segurando seu rosto,
eu coloco meus lábios nos dela, castos e doces, antes de recuar.
“Então me deixe ser bom por nós dois”, digo a ela, ignorando o
esforço do meu pau e o pulsar do meu sangue gritando para mim
como um rastreador noturno sedento de sangue querendo devorá-
la inteira.
Ela toca um dedo nos meus lábios, os olhos pesados e
bochechas coradas.
“Boa noite, Rhett Masters.”
“Boa noite, Chastity Griffin.”
Vejo-a caminhar até sua casa e desaparecer de vista antes de
soltar a respiração que estou segurando e apoio meus braços
contra o teto do carro para firmar o meu batimento cardíaco.
Eu honestamente nunca senti esse tipo de necessidade antes,
e de todas as pessoas, tinha que ser com ela.
Estou fodido.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 23

Os dias passam em uma névoa de todas as coisas sobre


Chastity. Ela se tornou meu vício, ocupando todos os meus
pensamentos. Na universidade, ela me oferece sorrisos tímidos,
seguidos de mensagens que fazem referência a citações ou
trivialidades de Romeu e Julieta.
Normalmente, esse tipo de merda me faria correr pelas
colinas, mas não com ela.
Eu evito fazer qualquer coisa com ela, somente um beijo nos
lábios dela aqui e ali, mas há uma tensão tão densa entre nós, que
tenho certeza que a atmosfera ao nosso redor brilha com grandes
sinais indicando o quanto nós queremos foder um ao outro.
“Rhett, por favor, guarde seu telefone por alguns segundos”,
meu pai diz, há nervosismo em sua voz.
Ele está preocupado comigo — não, não comigo, do que sou
capaz. Ele sabe que sou parte da Elite, ou serei, porque God não é

the elite seven


KER DUKEY

sutil quando fala sobre isso quando está aqui, o que é cada vez
menos frequente. É minha culpa. Estou muito preocupado com
Chastity.
“Certo.” Coloco meu celular no balcão e tomo a bebida
energética que abri há uma hora. Está quente, mas ainda sacia a
minha sede.
“Sua mãe virá à cidade no fim de semana. Ela tem alguns
negócios. Pode ser bom para todos nós jantar...”
Ácido lático inunda meus músculos e liquefaz meu coração.
“Ela quer isso?” Ouço a necessidade na minha voz. Não é o tom de
um homem adulto; é a voz de um garotinho que ainda precisa da
mãe e sente falta dela.
“Sim. Foi ideia dela.”
Ideia dela. Ela quer ir jantar.
“Ok. Apenas deixe-me saber onde e quando.”
“Ótimo.”

Há uma leveza em meu caminho e isso não passa


despercebido por Orgulho, que me encontra na cafeteria do
campus.
“Você transou?” Ele bate nas minhas costas e oferece um soco
para eu bater.
“Não, ainda não.” Balanço minha cabeça, rindo, mas é tenso.
Há um limite de tempo para levar Chastity para cama?
“Então, qual o motivo desse bom humor?” Ele bufa, tomando
seu café e estremecendo.
“Nada, mas enquanto estamos no assunto.”
“O assunto sobre nada?” Ele sorri.

the elite seven


KER DUKEY

“Você sabe o que eu quero dizer. Há um limite de tempo?”


“Antes de nos formarmos seria bom”, ele zomba de mim.
“Então não?”
“Não o quê?” Ira pergunta, sentando-se conosco. Ele parece
estranho nos últimos dias, preocupação nublando seus olhos.
“Tudo certo?” Orgulho pergunta, vendo a mesma tensão.
“Sim. Eu preciso ir para a aula.” Com isso, ele levanta e se
afasta.
“Isso foi estranho”, afirmo.
“Você é todo estranho,” Orgulho grunhe, joga seu copo cheio
no lixo e levanta sua mochila.
“Então não?” Eu grito atrás dele.
Ele me ignora. Idiota.
As lições se mesclam em uma, à medida que o dia passa
lentamente.
Chastity: O parque de diversão está na cidade.
Eu: O parque de diversão está sempre na cidade ao seu redor.
Você cheira a algodão doce e maçãs.
Chastity: Isso é bom?
Eu: Isso é muito bom. Gemidos.
Chastity: Se você me levar, vou deixar você me beijar no túnel
do amor.
Eu: Aceito.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 24

A antecipação aperta meus músculos. Minhas mãos se abrem


e fecham. Desde que ela disse que me deixaria beijá-la no túnel do
amor, só tive uma coisa em mente.
A roupa que ela escolheu está me deixando louco. Estou
prestes a quebrar um botão na minha calça. O jeito que ela me faz
sentir é tão diferente de mim, mas não quero me afastar disso —
quero correr em direção a ela com força total.
Ela retém a dor, a tristeza e o medo de não ser bom o
suficiente para sobreviver e minha mãe me odiar por isso. Ela faz
a tempestade furiosa se acalmar para que eu possa respirar através
dela.
“Você está me olhando de novo.” Ela morde o lábio, virando-
se para mim.
“Eu nem vou negar isso, você está incrível.” Digo a ela,
passando os olhos pelo vestido de verão que abraça seus seios e

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KER DUKEY

cintura, depois se lança para flertar com o topo de suas coxas


delicadas. Ela é sexy e inocente, tudo embrulhado em um pacote
delicioso e proibido.
“Vamos pegar algodão-doce.” Ela sorri, pegando minha mão e
me puxando para uma tenda.
“Dois, por favor”, eu digo, mas Chastity levanta o dedo.
“Apenas um. Nós vamos compartilhar.”
A garota que cuida da máquina procura minha confirmação.
“Um.”
Corpos quentes se movem ao nosso redor como coadjuvantes
de filmes. Esta noite é apenas sobre nós dois. Ninguém mais existe
em nossa realidade.
Enrolando algodão doce em volta do dedo, ela faz um show ao
passar a língua para comer.
“Você quer provar?” Ela sorri, empurrando a nuvem rosa em
direção ao meu rosto.
Sim, eu quero.
Puxando seu pulso, eu a puxo para mim, então roubo seu
grito com meus lábios. Eu chupo seu lábio cheio na minha boca e
libero-o com um estalo.
“Delicioso.” Eu pisco. Ela apenas olha para mim, respirando
pesada e descontroladamente.
“Beije-me, Rhett Masters”, ela exige, deixando cair o açúcar
pegajoso no chão e jogando os braços em volta do meu pescoço.
Seu corpo flexível empurra com força contra o meu. “Beije-me
como se ninguém estivesse assistindo”, ela respira, seus olhos
brilhando com a necessidade.
Batendo meus lábios nos dela, eu dreno o ar de seus pulmões
e exalo com esforço.
Meus braços envolvem sua cintura, prendendo seu corpo ao
meu e eu a provoco, implacável. Eu vagueio por sua boca com a

the elite seven


KER DUKEY

minha língua, explorando, acariciando. Seu corpo é tão sensível ao


meu, que ela estremece em meus braços, devolvendo tudo o que
estou dando a ela.
Nervosismo e excitação brilham no meu interior como se fosse
a minha primeira vez. Eu não posso explicar isso. Tudo o que sei é
que isso é novo, isso é real, isso significa alguma coisa — como se
o mundo parasse e tudo o que existe é eu e ela.
As vaias rompem a neblina inebriante da luxúria e o mundo
inunda de volta. Eu relutantemente a deslizo pelo meu corpo e a
firmo quando ela balança.
“Peguem um quarto”, alguém bufa enquanto passam, nos
dando um olhar de reprovação.
Ignorando o público, ela bate a mão sobre o peito acima do
coração e sorri.
“Estou definitivamente vivendo a melhor vida. Uau.” Ela ri.
Segurando-a atrás do pescoço, puxo sua cabeça contra meu
peito e beijo o topo da sua cabeça, levando um momento para
inalar o cheiro de maçã do seu xampu.
Suas mãos apertam minha camisa, e meu pau se estende e
pulsa contra o zíper do meu jeans, desesperado para mergulhar em
seu corpo.

Agora que já estamos mais íntimos, ela não consegue afastar


seus lábios dos meus e não consigo impedir que minhas mãos
percorram cada curva do seu belo corpo. Colocando minha palma
contra a parte inferior das suas costas, eu ajudo seu corpo a se
sentar no assento do barco do amor.
Quem sonhou com essa merda? Barco do Amor? E desde
quando quero ir a algo assim?

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KER DUKEY

Seu sorriso se ilumina e meu coração vacila. Desde ela.

Nós fomos em todos os passeios que existem, todos menos a


casa dos espelhos. Os insetos picaram nossa pele e estamos
bêbados com comida e doces. Chastity vem carregando um urso
cor-de-rosa gigante que ganhei no ringue e recusa-se a deixar que
eu o jogue em um banco do parque.
Ela segura nossos ingressos para a casa dos espelhos e aperta
o urso fofo através da barra de proteção.
Uma vez lá dentro, ela me provoca tentando se esconder. É
cômico quando está carregando um urso maior que ela.
“Eu vejo você”, aviso, balançando-me para frente e
estendendo a mão. Para minha surpresa, bato no vidro e tropeço
para frente, batendo no espelho. Abrindo-se como uma porta
secreta.
Merda.
“Eu te peguei”, Chastity diz atrás de mim.
“Acho que quebrei a casa.”
Sua boca se abre e depois fecha. A intriga brilha em seus
olhos curiosos. Andando ao meu redor, ela enfia a cabeça e desliza
para dentro.
“Onde você vai?” Eu grito, seguindo sua bunda para dentro,
então empurro o espelho para que ninguém veja o que fizemos.
Isso leva a uma área tipo um camarim, onde a equipe se
movimenta e se instala. Está escuro e ninguém está aqui, exceto
nós.
Sem seu urso esquecido, ela me escala como se eu fosse uma
árvore, e sorrio do seu desespero. Ela não é nada como pensei que
seria.

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KER DUKEY

O calor da sua buceta descansa contra a minha cintura


quando ela aperta os braços ao redor do meu pescoço e as pernas
na minha cintura.
Seus lábios me atacam, beijando minha boca, minha
bochecha, meu pescoço. Agarrando sua bunda, eu rosno e exijo
sua boca, dominando seus lábios trêmulos com os meus. Encontro
a parede dos fundos e a empurro para que eu possa moer meu pau
contra a buceta dela. “Toque-me, Rhett. Faça a dor ir embora”, ela
pede entre beijos.
Seus quadris balançam, carentes e persistentes. Não há
nenhuma maneira de eu fodê-la nos fundos de um parque de
diversão, mas posso aliviar sua tensão. “Coloque suas pernas para
baixo”, eu ordeno entre beliscar seus lábios e morder seu pescoço.
Lentamente, ela desliza pelo meu corpo, sua buceta roçando
a ponta do meu pau.
Segurando suas bochechas, derramo beijos em seu rosto e
lábios, pelo seu pescoço, em seu seio. Deslizo minhas mãos pelo
mesmo caminho, desabotoando o primeiro par de botões em seu
vestido, expondo a curva de seus seios.
Permitindo-me um pouco de prazer, afundo meus dentes em
sua pele, depois lambo a dor quando ela geme. “Eu vou cuidar de
você”, conforto-a.
Seu corpo está tremendo tanto que ela está quase se
levantando do chão.
Deslizando minhas mãos para baixo, traço o caminho com
beijos sobre o tecido do seu vestido até que estou de joelhos diante
dela, as palmas das minhas mãos descansando logo abaixo da
bainha do seu vestido.
“Tem certeza que quer isso?” Eu pergunto, mas ela está
respondendo: “Sim, sim”, antes mesmo de terminar a frase.

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KER DUKEY

Deslizando minhas mãos pelo seu vestido, acaricio e provoco


suas coxas, esfregando a ponta do meu polegar sobre o algodão da
sua calcinha, quando chego ao meu destino.
Movendo-me para seus quadris, puxo sua calcinha, fazendo-
a ofegar.
Quando as tenho nos tornozelos, ela prontamente sai, seu
peito arfando. Ela já está tão perto do limite, porra.
Puxando sua calcinha até o meu rosto, eu inalo sua deliciosa
essência. Pré-gozo escoa da ponta do meu pau, umedecendo meu
jeans.
Porra. Eu nunca tive esse tesão de dar prazer a uma mulher
antes, e nem sequer comi sua buceta ainda.
Agarrando seu tornozelo, levanto-o e coloco o pé no meu
ombro.
Ela está murmurando palavrões, que da sua boca é adorável.
Ela sabe o que está por vir.
Em cerca de um minuto.
“Segure seu vestido para que eu possa olhar para sua linda
buceta, Chastity.”
“Você é um menino mau”, ela sussurra, e eu mordo meu lábio
para sufocar a risada que suas palavras trazem.
“Só quando você precisar”, eu a informo, inclinando-me para
frente e lambendo a parte interna da sua coxa.
Levantando seu vestido, lenta e deliberadamente, ela expõe a
pele suave um centímetro de cada vez, até que estou olhando para
um pequeno aglomerado de cabelos loiros sobre seu monte,
decorando a buceta mais bonita que eu já vi. Seus lábios são lisos
e cheios como os lábios da sua boca. Porra, ela é a perfeita.
“Vou saboreá-la agora”, aviso.

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KER DUKEY

Agarrando seu quadril com uma mão para firmá-la e


envolvendo o outro braço em torno da sua bunda, esmago sua
buceta no meu rosto.
Ela treme quando minha língua separa suas dobras,
provando todo aquele néctar escondido lá dentro.
Porra, eu me regozijo com ela como um homem faminto
comendo pela primeira vez.
Seu clitóris lateja contra a minha língua enquanto eu giro e
chupo, adicionando pressão onde ela precisa, pegando meus sinais
de seus gemidos e o aperto que ela dá no meu cabelo.
Ela move seus quadris comigo, pegando o que precisa,
moendo e ofegando. “Oh Deus”, ela clama, suas pernas tremendo
com o orgasmo iminente.
Tirando uma mão do seu quadril, chupo um dedo para
lubrificá-lo, em seguida, alcanço entre suas pernas, deslizando o
dedo em sua buceta convidativa.
Ela aperta em torno dele com avidez quando eu mergulho
profundamente, em seguida, puxo de volta, repetindo o processo.
Eu acelero com suas respirações, até que ela está latejando e
pulsando ao meu redor, seu orgasmo cobrindo minha mão.
Seu corpo estremece e ela se enrola em mim, agarrando meu
cabelo com força.
Apertada, sexy e linda pra caralho.
Uma vez que se recupera, eu tiro meu dedo para fora dela e
olho em seu rosto corado quando o deslizo em minha boca,
sugando cada gota dela.
“Doce como maçãs doces”, eu falo e ela ri, cobrindo a boca
com a mão. Ajudo-a a vestir a calcinha, pego a mão dela e agarro
seu urso, seguindo o leve lampejo de luz que vem do outro extremo
do espaço do corredor.
Há uma porta de saída que nós empurramos para sair atrás
das barracas e passeios.

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KER DUKEY

“Você está pronta para ir?” Pergunto a ela, envolvendo meu


braço em sua cintura.
Ela cai em mim, derretendo-se ao meu lado. “Sim. Estou
exausta.
Sim, ela está.

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KER DUKEY

CAPITULO 25

Eu não suportaria tomar banho ontem à noite, para lavar o


cheiro da Chastity. Ela foi tudo e muito mais — deliciosa, proibida,
doce como o pecado.
Seu corpo é tão sensível, tão carente, tão perfeito.
Havia um monte de caras no ensino médio que reclamavam
de chupar uma mulher, mas para mim, não há nada melhor —
nada mais masculino do que fazer uma mulher tremer e gozar em
sua língua. Eu beberia sua excitação se pudesse.
Meus pensamentos vagam para God. Perdi ligações dele, mas
se eu atender a chamada, ele me perguntará como estou indo com
a minha tarefa, então ele exigirá saber o que está me tomando tanto
tempo e por que estou o evitando.
Prometi a ele e o fiz me prometer que nós faríamos nossas
tarefas não importando quais fossem as consequências. Mas eu
não estava preparado para me sentir assim.

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KER DUKEY

Colocando meu celular no bolso, procuro no estacionamento


por um de seus carros extravagantes, mas como de costume, ele
está ausente da universidade, fazendo com que evitá-lo seja muito
mais fácil.
Ele não é a única pessoa que estou evitando. A Sra. Griffin
também está na minha lista dos evitados. Olhá-la nos olhos e falar
sobre coisas que não quero compartilhar com ela, porque
conversar com Chastity é estranhamente terapêutico, não é algo
que eu queira confessar a ela.
E saber que há tensão entre ela e Chastity não me faz gostar
dela. É mesquinho, mas escolhi um lado no minuto em que provei
os lábios da sua enteada.
Meu telefone vibra com um texto da mulher que está em todos
os meus pensamentos ultimamente.
Chastity: homens educados são tão impressionantes.
Um sorriso persegue minha bochecha e então eu a sinto antes
de ter tempo de responder. Braços quentes vêm ao redor do meu
peito por trás. “Adivinha quem é?” Ela murmura contra a minha
mochila.
“Quantos palpites tenho?” Provoco-a e ela aperta minha
bunda um pouco forte, fazendo-me empurrar para frente.
Ela contorna meu corpo com um brilho sonhador nos olhos.
“Demonstração pública de afeto no corredor?”
Encolhendo os ombros, ela se aproxima e sussurra com um
sotaque sensual: “Corredores, parques de diversão.”
Minha mão a agarra, capturo-a por trás do seu pescoço e
puxo-a para mim, meus lábios tomando os dela em um beijo
profundo. Sua pequena mão envolve meu pulso para se manter
firme enquanto eu roubo o ar de seus pulmões e o sabor da sua
língua.
Ela teve morangos no café da manhã.

the elite seven


KER DUKEY

Forçando-me a libertá-la, eu aprecio a marca vermelha em


torno de seus lábios que meu beijo deixou.
“Uau”, ela diz baixinho cheia de admiração. Ela é tão adorável,
é dolorosamente adorável.
“Você não está preocupada com as pessoas vendo você beijar
um bad boy?” Eu provoco, mas ela não morde. Em vez disso, ela
olha para mim como se eu fizesse o sol nascer.
“Desde que ele seja apenas o meu bad boy, traga os
fofoqueiros.” Seu tom é calmo, buscando segurança.
“Se você está disposta a ser minha boa menina, só minha,
então eu prometo ser um homem de uma só mulher.” Sorrio para
aliviar a tensão que engrossa em torno de nós. Eu nunca tive esse
tipo de conversa antes. Sempre desisti antes de chegar a esse
ponto. Isso é novo para mim, e há uma vibração nervosa e excitante
acontecendo no meu íntimo que me deixa feliz e irritado ao mesmo
tempo. Ela está sorrindo tão lindamente e grande, sua esperança,
seu coração são meus para serem tomados.
Como eu poderia deixar isso acontecer? Porra, estou me
apaixonando por essa garota. Este não era o plano. Eu tenho
segredos destrutivos que ela nunca pode descobrir.
“Você quer fazer alguma coisa hoje à noite?” Ela pergunta,
checando o relógio.
“Vou jantar com minha mãe hoje à noite, mas eu poderia ver
você depois?”
Chegando na ponta dos pés, ela solta um beijo casto em meus
lábios e se afasta de mim. “Liga mais tarde.”
Seu corpo colide com outro aluno e ela pede desculpas e
depois se volta para mim quando o cara acena e não para.
Ela desaparece na multidão e eu lembro de um trecho do seu
áudio.
Eu: Vá com sabedoria e devagar. Aqueles que correm
tropeçam e caem.

the elite seven


KER DUKEY

Enviado. Está perfeito.

Odeio estar sentado conversando com meu pai, é tão estranho


e forçado. Deveria ser tão difícil?
O telefone do papai começa a tocar uma música dos anos
oitenta, fazendo com que todo o restaurante vire a cabeça em nossa
direção.
Atendendo ao chamado, ele se levanta, deixando cair o
guardanapo no prato vazio. Estou morrendo de fome e já deveria
estar no segundo prato, mas minha mãe está atrasada.
Eu agito o refrigerante no fundo do meu copo. Depois de ficar
sentado quarenta minutos com meu pai, gostaria de ter adicionado
Jack Daniels a ele.
Uma mão pousa no meu ombro, surpreendendo-me e me
fazendo quase derrubar o copo.
Meu pai franze a testa, olhando para mim. “Algo aconteceu
com o carro da sua mãe. Ela não vai conseguir chegar.”
Meu estômago revira. Ela está dando desculpas para não vir
ao jantar. Ela não está pronta para me perdoar.
“Nós ainda podemos comer”, meu pai corta.
“Não, obrigado. Eu disse que encontraria alguns amigos,
então ela não aparecer é melhor para mim”, digo, passando por ele.
Eu preciso de uma bebida.

Tropeçando na casa, quase caio no portal, mas me seguro.

the elite seven


KER DUKEY

“Você está bêbado?” Meu pai faz uma careta.


“Nãaaaooo”, eu falo.
“Essa é realmente a sua solução para algo que não aconteceu
do jeito que você queria? Você se importa com o que aconteceu com
o carro da sua mãe?
“Nãaaoo”,
“Você está sendo imaturo.”
“Ha, diz o homem que fode uma mulher com metade da sua
idade.”
Cruzando os braços sobre o peito, ele estreita o olhar em mim.
Seus braços parecem maiores, forçando sua camisa. Ele deve estar
malhando mais. O pântano da morte o assustou. Eu sorrio apesar
de tudo, e seu olhar fica ainda mais irritado.
“Você terminou?” Eu pergunto, tentando não balançar em
meus pés.
“Quando terminar de ser um pirralho, você deve falar com seu
melhor amigo.”
God? Que porra ele tem a ver com alguma coisa? Ele sempre
teve problema com God. Provavelmente porque ele tem mais
dinheiro do que ele.
Eu navego pelas escadas e desmorono no meu quarto,
perdendo a cama e aterrissando com um baque no chão. Filho da
puta, isso doeu, e é desconfortável, está tudo ruim aqui, mas eu
não tenho as habilidades de mobilidade para me levantar agora.

Estou em chamas. O fogo do inferno me repreende e gotas


duras caem sobre mim, tentando me colocar para fora. Mas é
gasolina, não água.

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KER DUKEY

Meu corpo balança violentamente pelo terror correndo em


mim.
“Rhett, onde você está?”
Ouço a voz de Robbie chamando através do rugido do fogo.
A árvore aparece através do laranja das chamas e então estou
escorregando pela lama debaixo dos meus pés que está me
consumindo, mãos me puxam para baixo.
“Não, pare, não”, eu sufoco.
“Rhett?”
“Estou indo, Robbie”, eu choro, rastejando na lama,
ignorando a dor em cima de mim.
“Rhett. Está bem. Está bem.” A voz de Robbie se transforma.
“Acorde.”
A chuva se torna fria — não é chuva ácida, mas água do
chuveiro.
Ladrilhos duros contra a minha pele. Estou ofegando
pesadamente. Completamente acordado, eu tento ficar de pé, mas
escorrego e caio para trás. Não estou sendo arrastado para o
inferno. Estou no meu banheiro.
Meus olhos se ajustam e Chastity preenche minha visão. Ela
está encharcada, completamente vestida, sentada comigo no
chuveiro. O que diabos está acontecendo?
“Chastity?”
“Sim, oh Deus. Rhett, você me assustou”, ela soluça,
envolvendo seus braços ao meu redor.
“O que você está fazendo aqui?” Pergunto, minha garganta
arde, um gosto amargo cobre minha língua.
“Você me mandou uma mensagem para vir.”
Eu mandei?
“Encontrei você de cara no seu próprio vômito.”

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KER DUKEY

Então esse é o gosto nojento na minha língua.


“Eu tive que pedir ajuda ao seu pai para te trazer ao chuveiro.
Ele ficou chateado e foi embora.”
“Você quer dizer louco?” Eu pergunto, um pulsar começa no
meu crânio.
Tremendo, ela levanta e desliga o jato do chuveiro.
O cabelo dela está grudado no rosto, a maquiagem mancha
seus olhos e a tristeza estraga seus traços bonitos. “Não, ele não
estava bravo, estava angustiado quando você estava...” ela faz uma
pausa.
“Estava o quê?”
“Você estava chamando por seu irmão e chorando.” Ela
sussurra, pegando minha mão e entrelaçando nossos dedos.
Porra. “Estou uma bagunça.”
“Você está sofrendo, mas está tudo bem. Vou enfrentar essa
dor com você. Você não está sozinho, Rhett. Acha que eu não posso
ver a dor em seus olhos, a tristeza encharcando seu corpo?” Ela
agarra meu rosto, absorvendo minha agonia comigo.
“Não vou fingir que sei como você se sente, mas se eu pudesse
suportar um pouco dessa dor, esse fardo seu, eu o faria, porque
estou me apaixonando por você.”
Tiro meus olhos dos dela, envergonhado de olhá-la depois de
me permitir ficar tão imprudente.
“Olhe para mim. Olhe nos meus olhos. Você não está mais
sozinho. É você e eu agora e não deixarei você se afogar. Você não
pode fazer isso para si mesmo.”
Ela me segura enquanto eu me afasto. Não é uma garota que
está se apaixonando por um garoto, ou um garoto encarregado de
seduzir uma garota por quem ele se apaixona. É um ser humano

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KER DUKEY

compartilhando a dor de outro ser humano quando eles sabem que


não podem carregá-la sozinhos.

Seco-me e visto roupas secas, então admiro a Chastity


vestindo minha camiseta, ela a engole, mas é tão sexy. Eu sei no
meu coração que quero vê-la vestindo minha porcaria depois de
passar a noite. Depois que eu estive dentro do corpo dela. Fazer
amor com ela de uma maneira que nunca adorei o corpo de uma
mulher antes.
“Você quer que eu faça um café para você?” Ela pergunta,
escovando o cabelo para trás do rosto com uma das velhas escovas
da minha mãe.
“Não”, eu a olho de cima a baixo. De jeito nenhum meu velho
irá vê-la usando apenas uma camisa.
“Vou pegar alguma bebida quente, sinta-se em casa.” Eu digo
e noto que ela ou meu pai devem ter limpado o vômito porque o
quarto cheira a alvejante e não há sujeira.
Meus pés ainda estão instáveis enquanto desço as escadas
até a cozinha, que está mergulhada na escuridão.
Ligando a luz, meu coração pula. Meu velho segurando uma
caneca de algo está na mesa de café da manhã.
“Por que você está sentado no escuro?” Minha voz é rouca e
meu corpo parece ter passado por um ciclo de lavagem intensivo.
“Você tem pesadelos”, ele afirma.
Paro para observá-lo do outro lado do balcão.
“Eu ouço você à noite. Eles pararam por um tempo, mas hoje
à noite...” Ele franze a testa, passando a mão pelo cabelo, puxando
os fios.
“Eu bebi demais”, confesso.

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KER DUKEY

“Você se culpa?”
Ele já sabe a maldita resposta para isso.
“Todos me culpam”, corrijo.
Ele cobre o rosto. Ele está chorando?
“Não é sua culpa”, ele diz.
Mentiroso.
“Negação. Foi mais fácil colocar a culpa em outro. Perder
Robbie foi a coisa mais difícil que já tive que enfrentar na minha
vida.” Ele admite.
Ele nunca se abriu assim antes. Eu gostaria de ter ouvido isso
meses atrás.
“Fui eu.” Ele coaxa.
Minhas mãos seguram o balcão, meus dedos ficando brancos.
“O que você fez?”
Fungando, ele enxuga o nariz no antebraço. “Eu disse a
Robbie para andar.” Ele quebra.
Minha cabeça gira. Eu não entendo “Quando... como?” Eu
sacudo minha cabeça. Ele não está fazendo sentido.
“Ele não estava se sentindo bem. Ligou para mim usando o
telefone do amigo dele. Eu lhe disse que ele tinha que esperar por
você, mas quando ele disse que se sentia enjoado, disse a ele para
caminhar até o meu escritório.”
Ele puxa seu cabelo, punindo-se.
A tensão endurece meu corpo.
“Por quê? Por que você não foi buscá-lo?” Exijo.
Náusea ameaça me atingir com sua confissão.
Ele sabia dessa merda todo esse tempo e escondeu. Ele é um
maldito egoísta. Pobre Robbie, decepcionado por nós dois.

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KER DUKEY

Meu dia mais sombrio foi perder Robbie, foi quando a


escuridão me envolveu e ele tinha essa informação o tempo todo.
Ele está me encarando agora, o queixo tremendo, as lágrimas
vazando de seus olhos.
Foda-se ele.
“Eu estava no meio de uma foda.” Ele confessa. “Melissa
estava saindo de férias e eu queria ter uma última foda antes de
não a vir por duas semanas.”
O suporte de utensílio na minha frente voa pela sala antes
mesmo de eu me ver jogando nele.
“Você me deixa doente”, rosno.
Meu corpo inteiro ameaça desmoronar com o peso de suas
palavras.
Foi culpa dele, não minha. Eu não matei Robbie.
“E se ele chegasse ao escritório?”
“Nós estávamos terminando”, ele confessa, desgosto em sua
própria língua.
Minha mente repete aquela noite várias vezes, o tempo que
levaria para andar seria vinte minutos, talvez? Trinta para Robbie,
cujas pernas eram mais curtas que as minhas.
“Você se perguntou por que ele não apareceu?” Eu fervo.
Engolindo em seco, ele se recompõe em seu assento e bebe o
que quer que esteja em sua caneca.
“Sua mãe.” Ele exala antes de continuar: “Ela nos pegou.” Ele
resmunga sobre o copo.
Aquela noite é a noite em que ela o pegou fodendo sua
secretária?
“É por isso que ela queria que você pegasse Robbie, ela estava
verificando o meu maldito escritório como um investigador.”

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KER DUKEY

Contornando o balcão com energia revivida, eu o empurro


com força, fazendo-o tropeçar no banco e cambaleando de volta
pela cozinha.
Apontando um maldito dedo para ele, rosno. “Não a culpe ou
zombe do que ela tinha que fazer para provar que sua sanidade
não estava pregando peças nela. Todo mundo sabia que você era
um filho da puta, mas ela não, ela sempre o apoiou. E você
estragou tudo. Por aquele pedaço loiro de bunda? Realmente, valeu
a pena?”
Viro-me de costas, eu nem posso olhar para ele. Incita-me a
espanca-lo até que ele fique como uma massa de sangue e ossos,
estou no meu limite, mas ele fodeu minha vida o suficiente, não
conseguirá mais.
Entrando no meu quarto, sinto-me uma pessoa diferente. Um
fardo pesado em minha alma saiu. “Você está bem?” Chastity
pergunta de sua posição empoleirada na minha cama.
“Sim, acho que estou.”
Seus lábios se curvam em um sorriso e ela dá um tapinha no
espaço ao seu lado.
“Você pode ficar à noite?” Eu pergunto.
Ela morde o lábio nervosamente, um rubor colore suas
bochechas. “Apenas para dormir, Chas, por favor?”
“Está bem. Vou ligar para o meu pai e dizer-lhe que estou
dormindo na casa da Maggie.” Ela tenta se levantar, mas eu levanto
minha mão para impedi-la.
“Fique e ligue para ele, preciso fazer uma ligação, vou lá fora.”

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KER DUKEY

Todos os meus demônios correm dentro da minha cabeça


enquanto espero que o Orgulho chegue. Eu mandei a mensagem
assim que deixei meu pai chorar na miséria que ele criou. Isso não
poderia ser feito pelo telefone.
Dez minutos depois, ele está atravessando a rua. Há uma
energia nervosa pulsando através do que estou prestes a fazer, mas
sei que tem que ser feito. Não há outra maneira.
“Você parece uma merda”, ele diz, encontrando-me no meio
do caminho.
“É bom ver você também, idiota.”
Ele acena com a cabeça para o carro da Chastity e sorri.
“Essa é a razão de eu estar aqui? Você tem algo para mim?”
Empurrando a mão no meu bolso, fecho meus olhos
brevemente antes de tirar a moeda.
“Eu tenho, mas não o que você pensa.” Coloco o metal
dourado na palma da sua mão e espero o sermão que não vem.
“É o que eu esperava. As tarefas não são feitas para todos nós
e para ser honesto, não gosto muito dessa merda. Só sei que você
não pode controlar ou perder o que vem a seguir. Se você fizer...”
“Estou fora. Eu sei.”
Eu simplesmente não posso perder mais nada. Como se lesse
meus pensamentos, Orgulho coloca a mão no meu ombro. “Perder
um irmão esmaga a alma, acredite em mim, eu sei, então se ela te
ajudar, até mesmo a esquecer por um segundo, eu não arriscaria
tudo por uma prova também.”
Porra. Exalo uma respiração pesada. Eu precisava tanto ouvir
isso.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 26

Todas as noites esta semana, a Chastity vem dormir. Ela está


se esgueirando pela cerca estúpida ao lado da sua casa e me
encontrando no final da rua para vir para minha casa.
Ela está ansiosa para experimentar coisas novas, suas mãos
exploram novas áreas a cada noite, mas tenho pavor de desapontá-
la, arruinando sua confiança quando sou incapaz de gozar.
Desde a confissão do meu pai eu não tenho mais pesadelos,
mas isso também pode ser devido ao fato de que Chastity tem
compartilhado minha cama todas as noites.
Deixando o banheiro, eu aperto o interruptor e quase gozo em
minhas calças.
A Chastity está ao pé da minha cama esperando por mim,
mas ela não está usando a habitual camiseta que pega emprestada
da minha gaveta. Ela não está usando nada.

the elite seven


KER DUKEY

Eu não posso vê-la rápido o suficiente, meus olhos computam


e armazenam cada centímetro de pele suave, seus mamilos duros
e rosados, sua buceta com pequenos cachos de cabelos loiros.
Minha boca enche de água e eu penso em lamber sua buceta
até ela estar delirante e não poder nem andar.
Ela se move na minha direção, seus movimentos lentos e
sugestivos, mas suas mãos flexionando revelam sua ansiedade
nesse momento.
Dedos inseguros alcançam minha cintura puxando a barra
da minha boxer. Apertando minha mão sobre a dela, eu sussurro
tenso. “Não.”
Meu pau incha com a necessidade sobre o tecido, mas estou
com medo de falhar. O que diabos há comigo?
“Tudo bem, eu quero isso.” Ela implora.
Meu rosto se contorce em frustração e dor. “Desde Robbie, eu
luto, eu não posso...”
“Shhh”, ela me acalma, colocando a mão sobre o meu coração.
“Somos apenas nós aqui.”
Ela toca o ritmo de nossos batimentos cardíacos irregulares e
em sincronia.
Tum-Tum Tum-Tum Tum-Tum Tum-Tum Tum-Tum.
“Saia dos pesadelos, silencie as vozes que dizem que você não
é digno disso.” Ela diz me implorando com seu olhar hipnótico.
“Você não matou seu irmão. Foi um acidente de merda,
injusto e cruel, mas ele não quer que você se culpe, pare de viver,
pare de sentir, de ter alguém que te ama.”
Tum-Tum Tum-Tum Tum-Tum Tum-Tum Tum-Tum.
“Sua cabeça é uma tempestade, tensa e destrutiva. Você
precisa encontrar o centro, a calma. Deixe-me ser isso para você.”

the elite seven


KER DUKEY

Tomando minha mão, ela me leva para a cama e senta na


beirada olhando para mim através dos seus cílios grossos.
“Diga-me como você goza, como você se toca.” Ela implora
escorregando minha cueca pela bunda, meu pau pulsante salta
livre como a porra de um animal. Olá querido. Seus olhos
arregalam e ela passa a língua para umedecer o lábio inferior.
Foda-me.
“Mostre-me como você faz isso, Rhett.”
Foda-se, ela é tudo o que um cara sonha em um pequeno
pacote apertado. Eu nunca acreditaria que ela era essa pequena e
sensual garota se eu não estivesse vendo isso por mim mesmo. Eu
acertei na loteria das namoradas.
Merda, namorada. Eu tenho uma namorada.
“Rhett, você precisa de algo para pensar?” Ela morde o lábio
e depois explode a porra da minha mente. Recostando-se nos
cotovelos, ela levanta os pés para descansar na beira do colchão.
Suas dobras sensuais se abrem para mostrar toda aquela linda
buceta rosa.
Chupando as pontas de dois dedos em sua boca, ela faz uma
cena girando sua língua ao redor deles e, em seguida, os liberta e
abaixa para sua buceta, massageando seu clitóris só para mim.
Limpo o pré-sêmen que sai da ponta do meu pau duro e
latejante. Eu sofro para montá-la como um homem das cavernas,
fodendo até gozar dentro dela.
Segurando meu pau, acaricio-o e isso faz com que ela suspire.
Seus seios sobem com suas exaladas irregulares. Ela mantém o
ritmo que eu coloquei, acariciando-o.
Cada puxão parece quase doloroso, as veias saltam com a
tensão de estar tão duro para ela.
Sua buceta aperta, excitação brilha em seu buraco apertado.
“Goze para mim, Rhett. Goze comigo, baby.” Ela implora, seus
gemidos atingem um tom febril. Suas costas arqueiam e suas

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KER DUKEY

palavras são a coisa mais sexy que já ouvi. Calor rasga minha
espinha, músculos tensionam e ondas eufóricas me atingem
quando eu me movo entre suas pernas e gozo em seu corpo.
Ondas de prazer me estremecem, líquido quente cobre seu
peito e mamilos, pingando em sua buceta.
Se eu pudesse replicar isso em forma de arte, penduraria na
parede para sempre.
“Porra.” Eu gemo. Minhas pernas tremem com o orgasmo
intenso. Meu pau engrossa novamente de imediato e eu mal posso
esperar para senti-la. Inclinando-me, beijo seus lábios.
“Obrigado.” Digo a ela antes de devorar sua boca. Pego-a sob
as axilas, então levanto-a sobre a cama, suas mãos puxam meu
cabelo freneticamente enquanto nossos lábios dançam e as línguas
duelam.
Seus seios pressionam meu peito enquanto esfrego nossos
corpos, suas coxas enrolam na minha cintura. Ela é foda e eu
planejo fazer tudo o que ela puder suportar.
Minha excitação cobre nossa pele enquanto eu passo meu
pau na sua buceta.
“Não me provoque.” Ela implora.
“Eu não quero apressar e machucar você.” Digo a ela
honestamente.
“Não sou virgem, Rhett.” Ela de repente fica tensa.
Bem, maldição.
“Namorado do colegial há três anos. Eu finalmente cedi e o
deixei tirar minha virgindade. Ele pressionou, depois contou a
todos e disse ao meu pai. Ele ameaçou me mandar para o
internato.”
Eu odeio esse idiota. Assim que não estiver à beira de entrar
em seu corpo, vou pedir o nome desse filho da puta e fazer uma
visita.

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KER DUKEY

“Desculpe... você achou...?” Ela relaxa sob o meu corpo.


“Não. Eu queria que sua primeira vez fosse melhor para você,
mas isso não muda nada para mim.”
Por que deveria, eu comi mais mulheres do que jantares
quentes.
“É a minha segunda vez, mas a minha primeira vez com
alguém que eu amo.” Ela sussurra.
“Eu também”, digo a ela honestamente. Um suspiro satisfeito
deixa seu corpo e então estamos nos tocando, sentindo, amando
um ao outro.
Quando eu finalmente me empurro no calor do corpo dela, sei
que estou em casa. Ela é minha nova casa. Meu tudo.

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KER DUKEY

CAPITULO 27

Levantar-me ao amanhecer para que Chastity possa


esgueirar-se de volta em sua casa antes do seu pai acordar é
cômico. Eu tenho dormido como um maldito bebê desde que ela
está me cansando a semana toda. Ela é insaciável. Eu assisto sua
bunda se mexer enquanto ela sobe a treliça para o telhado.
Na semana passada, enquanto seu pai e Lillian estavam fora
da cidade para uma conferência, eu apareci e reforcei a coisa para
ter certeza de que seria seguro e resistente para ela. Nunca
repararam porque é do lado da casa que está coberto
principalmente por arbustos.
Ela rasteja pela janela e me dá um beijo, quando volto para o
meu carro eu já tenho mensagem dela.
Chastity: A despedida é uma tristeza tão doce.
Antes de responder, meu telefone apita novamente com uma
mensagem do Orgulho.

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KER DUKEY

Orgulho: Você pode me encontrar antes da aula?


Eu: Claro, onde?
Orgulho: Lugar de iniciação.

Nervosismo volta a comer minhas entranhas, um bocejo sai


enquanto eu caminho para afastar o frio da manhã.
O lugar está congelando, a pedra segurando o frio e
encapsulando como uma tumba. Ouço o som de passos e vejo
Orgulho na sala do convento. “E aí cara.”
Meus dedos estão quase dormentes quando eu pego o cartão
que ele oferece. Sem conversa. Deve ser muito ruim.
“Você tem que estar brincando”, bufo lendo a única linha que
importa em voz alta.
“Seduzir a esposa do reitor?”
Não é culpa dele, mas minha fúria está apontada para ele
agora.
“Não tenho nenhuma participação nas provas”, ele me
informa, endireitando os ombros. “Odeio isso tanto quanto você.
Eu só quero que isso acabe.”
Pegando o cartão de mim, ele o incendeia e o deixa cair no
chão.
“Eu não posso fazer isso, porra!” Respiro, caio de joelhos e
seguro minha cabeça nas mãos. Depois da confissão do papai,
quero sair de perto dele mais do que antes, mas a esse preço?
Isso mataria a Chastity, e Lillian seria até mesmo seduzível?
Claro que ela é. Não conheço uma mulher que não seja.

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KER DUKEY

“Apenas faça isso rápido. Entre e saia”, Orgulho grunhe.


“Não é uma visita para dizer oi, eles querem que eu foda com
ela”, grito.
Mexendo os pés, ele suspira alto o suficiente para alcançar
meus ouvidos.
“A Elite vem com um preço, como tudo na vida. Sacrifícios
precisam ser feitos.”
Eu não sei, porra.

Sentado no carro olhando para o prédio de pedra já atrasado


para a minha primeira aula, tento mexer minhas pernas, mas
estou congelado. A garrafa de Jack Daniels está no banco do
passageiro disposta a me oferecer coragem.
Beba, deixe o álcool me convencer de que ainda sou esse cara.
Meu estômago revira e eu pego a garrafa e a jogo no banco de trás.
Eu não posso transar com ela, de jeito nenhum.
Não há nada que me convença de que eu seja o mesmo cara
que era antes da Chastity e ela merece mais do que isso.
Mais que isso.
Eu sei que ela só tem duas aulas esta manhã e depois estará
livre para o dia, então eu pego meu telefone e envio uma mensagem
para ela me encontrar na minha casa para o almoço.
O almoço, quero dizer, foder um ao outro.

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KER DUKEY

Ela desliga o carro para me encontrar onde estou, sentado


nos degraus, como um pré-adolescente doente de amor esperando
por uma nota de amor a ser entregue.
Eu me sinto aliviado.
“Ei, amor”, ela sorri, se lançando para mim quando eu fico de
pé. Seus braços envolvem meu pescoço, suas pernas em volta da
minha cintura.
“Você está com fome?” Eu rosno.
“Sim.” Ela sorri.
“Por comida ou pau?” Eu provoco. Suas bochechas ficam
rosadas e ela enterra a cabeça no meu pescoço rindo.
Eu fodi com ela de cinco maneiras, em várias posições. Tive
meu pau, dedos e língua dentro de sua buceta, mas ela ainda cora
com as palavras pervertidas. Ela é adorável. Então eu ouço, é fraco,
mas claro. “Pau.”
Foda-se, sim.

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KER DUKEY

CAPITULO 28

A batida na porta traz uma risada aos meus lábios. Ela deve
ter esquecido alguma coisa. Ela é uma tola por ter voltado porque
agora vou mantê-la aqui por mais tempo.
Seu rosto não é o que me cumprimenta na porta do meu
quarto. A Sra. Griffin sim.
É como se o destino se realinhasse para facilitar minhas
provas, mas é mais atormentador do que qualquer coisa.
“O que você está fazendo aqui?”
Ela entra no meu quarto, colocando a bolsa na minha mesa.
“Lugar legal”, ela elogia.
“Obrigado? Como você entrou aqui?”
“Você tem me evitado. Os termos da sua inscrição foram
claros para você.”
Porra.

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KER DUKEY

“Eu acho que sei porque você está me evitando.”


O vapor do chuveiro começa a ondular pela porta aberta.
Segurando um dedo, eu me desculpo para desligar a água. Os
conselheiros de orientação podem fazer visitas domiciliares aos
quartos dos estudantes?
Desligando o chuveiro, o respiradouro entra em ação,
limpando o vapor, e meus olhos saltam da minha cabeça quando
me viro para encontrar a Sra. Griffin na porta usando nada além
de lingerie de renda preta e meias pretas.
Que porra está acontecendo?
“Eu vejo o jeito que você olha para mim, a maneira como você
verifica minhas fotos, e está tudo bem. Eu também sinto isso.
Como podemos negar algo que parece tão poderoso?” Ela diz,
passeando sua bunda seminua em cima de mim.
Seus braços sobem em volta do meu pescoço e tensão enche
meus ossos.
Eu dormi? Como diabos ela pode pensar que eu olhei para ela
de alguma forma — e agi sobre isso?
Não que eu tenha… tenha… feito — porra, agora minha voz
interna soa como Chastity. Merda... Chastity.
Eu agarro seus braços e os puxo ao redor do meu pescoço,
colocando-os contra seu peito. “Não”, eu afirmo, com firmeza.
“O quê?”
“Não rola. Não vai acontecer. Não estou interessado.”
“Mas...”
Maldita mulher. Ela claramente nunca foi rejeitada antes. A
verdade é que, antes de Chastity, eu poderia tê-la fodido por nada
e prontamente, mas depois da Chastity? De jeito nenhum. Eu não
quero foder outra alma.
Os lábios de Lillian ficam em uma linha fina, seus olhos se
estreitam. “Você não quer isso?”

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KER DUKEY

Então eu vejo. Meu estômago revira e calor explode na minha


espinha. Sob a luz negra que God colocou aqui, a marca da Elite
brilha.
“Você é da Elite?” Balanço minha cabeça, agarro seu pulso e
verifico o braço. Ela tenta soltá-lo do meu alcance, mas ela é muito
fraca.
Eu levanto o braço dela acima da sua cabeça. Bem perto da
sua axila está a marca da Elite, Inveja escrita abaixo do logotipo.
Ela é a Inveja e só Deus sabe desde quando.
Por que eles querem que eu foda um membro?
Eu enfraqueço meu aperto e ela puxa o braço para trás. “Você
vai se arrepender disso”, ela diz.
Eu a sigo pelo meu quarto. Ela se inclina para pegar seu
blazer, a única coisa cobrindo sua forma escassamente vestida.
“A Elite colocou você para me seduzir?” Eu pergunto perplexo.
Ela me olha com pena, balançando a cabeça para mim.
“Por que a Elite desejaria que eu te seduza?” Boa pergunta. É
tão estranho dar-me uma prova para transar com ela e aqui está
ela fazendo o trabalho por mim.
“Eu pensei que você queria isso.” Ela ri sem humor, colocando
os sapatos e pegando a bolsa.
“Verei você na nossa sessão na próxima semana”, ela diz por
cima do ombro, batendo a porta do meu quarto como se nada
tivesse acontecido.
Porra, preciso falar com o Orgulho.

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KER DUKEY

Eu chego ao final da minha rua e franzo a testa quando vejo


o carro de God estacionado na esquina com ele dentro. Parando o
lado dele, eu abaixo minha janela, e ele faz o mesmo.
“Ei”, ele diz, hesitante.
“O que você está fazendo aqui?”
“Você disse para fazer o que for preciso”, ele me lembra.
“Sim, bem, acho que alguns de nós estão dispostos a ir além
dos limites. A porra do carro da minha mãe, God? Depois de tudo
que ela passou com Robbie?”
Rangendo o queixo, ele bate a mão no volante.
“É só um carro, ela agora tem um novo. Estou na Elite apenas
por você!” Ele disse você com um grunhido.
“E agora eu ouço que você entregou sua moeda? Do fodido
Orgulho, de todas as pessoas, eu ouço isso?”
Qual é o problema dele com o Orgulho?
“Estou fora da Elite”, afirmo e o enjoo com o pensamento de
realmente estar fora agita meu estômago. Não sei o que eu pretendo
fazer sobre a faculdade e para sobreviver e qualquer outra coisa
certa. Só não consigo deixar a Chastity.
Ela é tudo que importa. Eu sei que ele não entenderá isso,
não até que isso aconteça com ele um dia.
É como estar debaixo d'água por toda a sua vida e, finalmente,
ser puxado para cima e respirar.
“Você precisava da Elite. Isso foi tudo ideia sua — seu plano.”
Ele diz.
Eu aceno com a cabeça, concordando. “Eu sei, mas eles
queriam algo que eu não podia dar a eles. Vou contar para o
Orgulho e os outros em nossa próxima reunião. Eles me
substituirão.”
Com isso, ele levanta a janela e sai da propriedade.

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KER DUKEY

CAPITULO 29

Sacrifício. É quando você sabe que ama alguém, quando está


disposto a desistir de algo que deseja para algo que precisa. Eu
preciso dela, sua felicidade, seus sorrisos, seu toque, amor.
Entregar a minha moeda foi uma das coisas mais difíceis que
fiz. Mas era o único caminho. Não havia como completar minha
prova e essa nova também causaria danos à Chastity, tudo para
chegar ao pai dela? Por que não poderia ser apenas eu a me foder?
É uma merda, mas não tem outro jeito.
Orgulho está parado no estacionamento quando chego ao
campus, encostado no carro de Cobiça, de braços cruzados, com
um vinco na testa.
Estaciono no espaço ao lado dele, ele vem e entra no lado do
passageiro.
“Ei”, digo com cautela.

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KER DUKEY

“Eu sei que deve ter sido difícil para você fazer isso, mas é o
suficiente. Você está dentro”, ele diz e eu franzo a testa, confuso.
Ele deixa cair a minha moeda na minha mão e acena com a
cabeça. “Eu informarei os outros sobre seu status.”
De que diabos ele está falando?
Ele leva minha confusão com surpresa. “O vídeo?” Ele diz
como se eu soubesse do que diabos ele está falando.
Puxando o telefone, ele brinca com a tela e então meu celular
emite um bipe.
Minhas entranhas apertam e o sangue escorre das minhas
veias.
É um vídeo de Chastity e eu no parque de diversão na parte
de trás do espelho mágico, ou seja, lá o que diabos aquilo é
chamado.
Eu comendo sua buceta. Êxtase em sua expressão quando eu
a levei ao clímax. Filho da puta.
O vídeo está em um celular sendo segurado do que parece ser
do lado de fora da porta de saída traseira.
Vergonha e culpa me enchem. Isso vai matar a Chastity.
“Você não me enviou isso?” Orgulho pergunta.
“O quê? Foda-se, não. De onde veio isso?”
“Nenhum número. Eu pensei que você o enviou do telefone
que filmou. Então você não sabia que estava sendo filmado?”
Ele é burro? “Não”, eu grito alto, minha raiva queimando.
“Bem... merda.”
“Você já mostrou isso para alguém?” Oh Deus, e se for viral
para alguém usar contra mim, ou ela, ou nós dois, ou apenas
alguém nos pegou e está sendo um idiota.
“Entreguei para a Elite, Rhett. Desculpe, irmão. Eu pensei
que você tivesse mudado sua decisão.”

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KER DUKEY

“Porra. Porra. Porra”, grito, batendo minhas mãos contra o


volante.
“Talvez haja uma maneira de rastrearmos o remetente?” Ele
resmunga.
“Isso não importa agora. Está lá fora.” Eu exalo, fechando os
olhos para afastar a dor de cabeça iminente.
“Sinto muito, Rhett.”
Com isso, ele abre a porta e sai.

Andar pelos corredores é um tipo especial de tortura. Eu vejo


todo mundo. Geralmente estou perdido em meus próprios
pensamentos, mas não hoje. Estou estudando cada pessoa que eu
passo.
Eles sabem? Eles já viram isso? Foram eles?
Evitar Chastity é uma forma de tormento. Ela é aquela com
quem quero estar em uma crise. Eu vou perdê-la por isso. Ela
saberá que não fui eu? Certamente o ângulo da câmera prova isso.
Arrasto meus pés para o encontro semanal com Lillian. As
coisas são muito estranhas para ela exigir que eu ainda venha vê-
la. Vou contar a ela hoje. Terminou. Perguntarei o que ela sabe
sobre a Elite.
Vozes levantadas soam em sua porta, provocando olhares
preocupados em uma garota na área de espera.
É a voz da Chastity. Não.
Empurrando a maçaneta, abro a porta e meu mundo se
inclina, meu coração implode. Olhos vermelhos e manchados,
bochechas encharcadas de lágrimas, um telefone tocando o vídeo
em sua mão. Sua madrasta idiota se inclina contra a mesa na
frente dela, braços cruzados, um sorriso nos lábios.

the elite seven


KER DUKEY

“Chas”, eu coaxo.
Seu peito sobe e desce com o coração partido.
Ficando de pé, ela entrega o telefone de volta para Lillian e
passa por mim.
Acabou. Eu sei disso sem ela me dizer e a perda é como um
maremoto me derrubando.
Batendo a porta fechada, a raiva corre pelo meu sangue como
uma droga.
“Sua puta”, rosno.
Descontraída, a prostituta sorri. “Ela tinha que saber com
quem ela estava se envolvendo.”
“Como se você desse a mínima para ela”, eu bufo.
“Ela é minha enteada. Claro que dou. O orgulho e a alegria do
meu marido”, ela zomba na última frase, ódio claro em suas
palavras.
“Ninguém pode se comparar à sua doce Chastity, mesmo que
ele tente a encontrar em garotas parecidas.” Ela cospe seu veneno
— ciúme, ódio, vingança.
“Preservar sua inocência é sua preocupação, então também é
minha.”
“Você se arrependerá disso”, aviso, jogando sua própria
ameaça de volta para ela. Seus olhos frios e redondos se estreitam
e ela ri.
“Esta reunião acabou.” Ela aponta para a porta. “Feche a
porta ao sair.”
“Foda-se, idiota”, grito, abrindo a porta. Atravesso-a,
deixando bater contra as dobradiças e se abrir novamente.
Dando uma corrida, eu verifico o banheiro das garotas e cada
canto que Chastity poderia ter fugido, mas está vazio. Empurrando
uma das saídas, desço correndo os degraus e fico quieto quando
Maggie está no meu caminho.

the elite seven


KER DUKEY

“Onde ela está?” É tudo que eu pergunto. Não preciso de um


sermão dela.
“Eu ia perguntar o mesmo a você. Ela saiu como um morcego
do inferno. Ela estava...” Maggie respira fundo. “Eu nunca a vi tão
chateada. Quebrada.”
Eu a quebrei.
Entrando no meu carro, eu dirijo até a casa dela e expiro
quando vejo seu carro mal estacionado na garagem. Pelo menos ela
está em casa e chegou segura.
Bater na porta não me dá resposta, então eu tento a
maçaneta, mas está trancada.
Porra.
“Chastity”, chamo até a janela, desespero sangrando em
minha voz.
Silêncio.
Depois de mais quatro tentativas, ela aparece em sua janela,
o vidro levantado para que ela possa se inclinar para fora.
“Por que você está aqui?” Ela parece tão rouca, tão perdida,
tão derrotada. Eu fiz isso com ela, fiz ela sentir essa dor.
“Eu te amo”, digo. A verdade é tudo que tenho.
“Eu era uma prova para você. Um desafio!” Ela grita.
“Isso não é verdade”, imploro.
“Você deixou alguém nos filmar e depois compartilhou. Com
ela, Rhett. De todas as pessoas”, ela soluça.
“Não fui eu. Eu não... eu nunca faria...”
“Pare de mentir. Você foi pego. O jogo acabou. Você ganhou.”
“Não é um maldito jogo. Por favor, não faça isso. Eu preciso
de você.”
Ela me estuda em silêncio por alguns minutos, depois
balança a cabeça. Seus olhos se voltam para algo atrás de mim,

the elite seven


KER DUKEY

uma transeunte parando com seu cachorro e sendo uma idiota


intrometida.
“Foda-se, sua vadia intrometida”, grito, tentando encontrar
qualquer lugar para a minha raiva. Ela fica pasma e sai correndo,
puxando o pobre cachorro junto com ela.
“Você é um verdadeiro estúpido, sabe disso, certo?”
“Chas, deixe-me entrar. Vamos conversar sobre isso, por
favor.”
“Não há nada que você possa dizer que deixará tudo bem.
Você me deixou te amar.” Ela engasga com as palavras, a mão
chegando à boca como se fosse vomitar.
“Nunca mais me ligue. Quando você me ver no corredor, finja
que não existo — porque não existo mais para você.”
Uma faca teria sido menos dolorosa. A derrota me envolve em
um estrangulamento, e me esforço para encher meus pulmões com
o ar necessário. Acabou.
O amor é mais perigoso que a luxúria. Eu sabia e joguei o jogo
a contragosto, até que fosse tarde demais. Eu perdi.
Arrastando minha bunda de volta para o carro, pego a garrafa
do banco de trás e me afogo em auto piedade.
O preço de amar alguém é demais, muito difícil. Não vou
passar por isso.
A bebida aquece meu sangue e me dá falsas esperanças,
depois me leva a miséria, quando eu tento repetidamente que ela
venha até a porta. As horas passam quando ando entre a casa dela
e o carro.
Minhas funções motoras se tornam menos coordenadas. Ela
nem sequer vem para a janela, e quando tentei subir a treliça de
flores, eu caí no mato — e tenho certeza que caí na merda de um
gato também.

the elite seven


KER DUKEY

Meus pés tropeçam enquanto jogo minhas mãos no ar,


derrotadas. Acabou mesmo. Lágrimas queimam meus olhos, e eu
não me importo se estou sendo idiota. Essa merda dói mais do que
jamais pensei ser possível.
Enfraquecendo minha garganta com o Jack Daniels, eu me
vejo passando pelo carro e descendo a estrada, pelo mato, até
encontrar o parque escondido.
Puxo meu celular e ele cai. Toda vez que tento pegá-lo, tropeço
um pouco. É o pior jogo de todos os tempos. Finalmente consigo
pegá-lo, abro no nome de God e aperto o número.
Dois toques e ele responde. Não importa o que aconteceu com
a gente, ele sempre será meu irmão.
“Estou dentro”, digo.
“Rhett?”
“Estou dentro e a perdi.” Eu soluço, então resmungo:
“Custou-me ela. Alguém nos gravou. Ela viu isso. Pensa que fui
eu.” Estou chorando, as palavras arrastadas e minha respiração
pesada fazendo um som estranho no telefone.
“Onde você está?”
“Lugar algum. Estou perdido no mar novamente. Ela era meu
farol, minha Julieta, minha boa menina.”
“Rhett, onde diabos você está?”
Termino a ligação e vou deitar no escorregador. Está frio e
úmido, mas estou muito bêbado para me importar.

As estrelas giram acima de mim. Quando o sol se pôs?


Vozes ecoam através das árvores e devo estar sonhando
porque soa como God.

the elite seven


KER DUKEY

“Lá”, alguém grita. Esse é o Preguiça?


Eu tento me sentar e focar, mas minha visão se desvanece.
“Woah, isso é legal”, Preguiça diz.
“É assustador”, God diz a ele.
“Rhett?”
“Como você me achou?” Eu murmuro, minha garganta está
dolorida.
“Rastreamos seu celular. Você tem o GPS ligado.”
Bem... merda.
“Você deveria desligar isso. Qualquer um pode rastreá-lo.”
“É provavelmente como alguém o pegou com a garota...”
Porra.
“Obrigado por vir para mim, God, sei que as coisas estão
estranhas entre nós agora.” Eu soluço.
Balançando a cabeça, ele faz um som de pstt.
“Cara, estou chateado, tive que vir perambulando pela lama e
floresta e merda para salvar sua bunda bêbada.”
“Estou morrendo”, declaro, esfregando minhas mãos no meu
rosto. Eu quero ser deixado aqui para apodrecer.
Deixe a terra me reivindicar de volta.
Segurando meu braço, God me puxa para cima, coloca meu
braço por cima do seu ombro e agarrando minha cintura. “Não,
hoje você não vai”, ele resmunga.
Eu não posso andar. Meu corpo parece muito pesado e a
escuridão continua me roubando.
“Estou surpreso que ele ainda esteja respirando. Ele cheira
como uma cervejaria.”
“Ela se foi”, murmuro. “Ela se foi, eu a perdi.”
“Shhh. Como sempre, vou resolver essa merda”, God me diz.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 30

Soldados de brinquedo dançam sobre o meu couro cabeludo,


batendo seus tambores. O enjoo agita meu estômago e a sede me
agarra. Eu abro um olho e suspiro quando vejo a água na minha
mesa de cabeceira.
Lembro-me brevemente de God me jogando na cama na noite
passada. Como diabos acabei com ele é um mistério.
E então a dor cai em mim, roubando minha respiração.
Chastity. Como se meu coração a chamasse, ela aparece na
minha linha de visão. Estou sonhando?
“Estou sonhando?” Eu pergunto, esfregando meus olhos.
“God veio a mim na noite passada. Ele confessou que foi ele
quem nos filmou e você não sabia. Que era alguma prova que era
importante demais para você foder ou algo que não fazia sentido
para mim.” Ela sacode a cabeça. “O ponto é, eu sei que você não
me filmou... nós... isso...”

the elite seven


KER DUKEY

“Eu nunca faria isso. Sinto muito que isso tenha acontecido.”
Assentindo com a cabeça, ela franze a testa. “Eu sei que você
não faria. Não entendo tudo isso. Provas... e eu era um desafio ou
algo assim?”
Sento-me, apesar do meu crânio se partir em dois, eu a
alcanço e quase choro como uma cadela quando ela não se afasta.
Seu corpo se abaixa para a cama e ela estuda minhas mãos
segurando as dela.
“Você já ouviu falar da Elite?” Eu pergunto, colocando tudo
para fora.
Seus olhos se trancam com os meus, depois ela os fecha.
“Claro que você é parte da Elite.” Ela exala uma respiração
trêmula.
Então ela ouviu falar.
“Meu pai falou sobre a Elite para mim. Era para eu dizer a ele
se eles se aproximassem de mim.”
“Eles tentaram?”
“Não.” Ela sacode a cabeça.
“Quando você é recrutado por eles, recebe uma prova para
concluir.”
“Ok.”
“Eu te conheci antes de me darem a prova. Foi pura
coincidência que os dois se misturaram.”
Não estou explicando isso bem.
“Entrar na Elite significava tudo para mim, Chas. Era tudo
que eu queria — até você. Eu perdi a minha chance porque me
recusei a te machucar assim.”
“Eu não entendo porque eles querem que você me
machuque?”

the elite seven


KER DUKEY

“Eu também. E sinto muito. Mas você deve saber, Lillian é um


membro, Chas, ela usa sua marca.”
Suspirando pesadamente, ela sacode a cabeça. “Isso não me
surpreende, mesmo que devesse. Sua família, seu irmão, é um
homem muito poderoso.”
Agarrando suas mãos com mais força, eu imploro.
“Eu não sabia que a iniciação seria algo tão...”
“Repugnante? Degradante? Pessoal? Ilegal?” Ela diz, soltando
as mãos do meu aperto.
Não. Ela não pode me deixar.
“Por favor, não me deixe.” Coloco minha vulnerabilidade para
fora. Cru e verdadeiro.
“Seu melhor amigo é um idiota e não estou bem com o que ele
fez ou com você fazendo parte desta Elite. São más pessoas, Rhett.
Mas aquelas poucas horas que não houve um nós, foi como a
morte. Nunca mais. Vamos fazer um pacto agora que nada vai ficar
entre nós novamente.”
“Eu prometo.”
Meu mundo se centra quando ela rasteja no meu colo e me
permite segurá-la.
Inalo o seu cheiro, tocando cada centímetro dela. Eu nunca a
deixarei ir.
Eu sei que God não foi quem nos filmou. Ele não se rebaixaria
a essa merda. Ele só disse a ela para trazê-la de volta para mim.
E eu nunca a deixarei ir.

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 31

“Você precisa perdoá-lo.” Eu digo a minha mãe quando ela


escolhe sua comida, sentada à minha frente no restaurante.
Finalmente estamos jantando juntos, menos meu pai.
“Ele destruiu o meu carro, Rhett. Conheço esse menino toda
a sua vida, amo-o como se fosse meu.”
Eu paro de comer e imploro a ela. “Eu sei e é por isso que você
precisa oferecer um pouco de folga, ele nunca faria
intencionalmente qualquer coisa para machucá-la.”
Acenando sua mão ela diz, “Eu sei disso e, claro, o pai dele
pode ser persuasivo em deixar as coisas acontecerem.” Ela revira
os olhos.
“Four até se ofereceu para pagar suas mensalidades
escolares.” Ela bufa ofendida. “Como se eu precisasse dele para
colocar meu filho na faculdade.”

the elite seven


KER DUKEY

“Não quando eu tenho o meu pai para me fazer ganhar as


propinas.” Eu zombo.
“Eu pago suas mensalidades e tudo o que espero é um esforço
com as aulas, Rhett, isso não é pedir muito.” Ela zomba, bebendo
sua bebida.
Espere, espere... “O quê?” Eu pergunto perplexo.
Minha mãe se senta à minha frente, parecendo um pouco
confusa.
“Paguei as mensalidades da faculdade no início do semestre.
Por quê? Você acha que seu pai está pagando?”
Filho da puta.
Ela não me dá tempo para responder antes de falar
novamente.
“Eu também investi em uma propriedade que eu quero que
você considere se mudar. Eu ficarei lá também, se você me quiser?”
Ela é de verdade?
“Eu senti sua falta, mãe.”
Lágrimas enchem seus olhos.
“Senti sua falta também, muito. Eu sei que você pensou que
eu estava sendo dura com você ao sair como fiz e não te culpo por
não querer me ver, mas...”
“Espere”, digo, interrompendo-a.
“Você pensou que eu não queria ver você?”
Ela brinca com o guardanapo, rasgando-o em pequenos
pedaços. “Seu pai disse que você estava com raiva que eu fui
embora.”
“Esse pedaço de merda”, eu rosno. “Ele me disse que você não
estava pronta para me ver!”
Minha mãe fica branca como um lençol. “Você é meu filho. Eu
nunca desejaria não o ver.”

the elite seven


KER DUKEY

Alcançando através da mesa, ela pega minha mão. “Eu te


amo, Rhett. Mais do que tudo nesse mundo.”
Emoção entope minha garganta. Eu não sabia o quanto
precisava ouvi-la até ela dizer isso. Minhas lágrimas se acumulam
em meus olhos e eu os fecho para afastar as gotas salgadas.
“Você não acreditaria no que passei para tentar parar o meu
pai de pagar a faculdade.” Eu sorrio, mas é tenso.
Seu corpo endurece e ela toma um gole do seu vinho.
“Eu acredito, na verdade. Seu pai me informou sobre a Elite.
Eu não vou mentir, Rhett, isso quebra meu coração, você estar
envolvido com eles.”
Isso me faz sentar ereto na cadeira.
“Você sabe sobre a Elite?”
Rindo nervosamente, ela levanta a mão para sinalizar o
garçom.
“A Elite está por aí muito antes de você ser um sonho meu.”
Ela sorri para mim. O garçom enche seu copo, e ela agradece a ele
antes de continuar.
“Eles sempre quiseram recrutar um de nós. Nossa família é
proprietária de empresas nesta cidade. Eles queriam nos recrutar
desde que seu avô as adquiriu.”
Memórias antigas devem flertar em sua mente porque um
sorriso reminiscente toca seus lábios.
“Foi-me oferecido um lugar na Elite, sabendo que eu herdaria
o legado do meu pai.”
Ela bufa e toma outro gole de vinho, girando o líquido
vermelho em volta do copo.
“Eu não estava interessada. Meu pai me informou tudo o que
eu precisava saber sobre eles então. São más notícias. Você sempre
estará ao seu alcance e Deus me livre de suas dívidas, Rhett.”
Ela exala antes de continuar.

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“Paguei suas mensalidades, e com tudo o que aconteceu com


Robbie, eu pensei que eles não tentariam...” Ela suspira. “Só tome
cuidado, Rhett. Você é tudo que me resta neste mundo.”
Eu gostaria que tivéssemos tido essa conversa meses atrás.
“Pensei que eles poderiam me ajudar a entrar no Direito. Eu
quero entrar, então motoristas bêbados não sairão apenas com
multas quando matarem crianças”, eu digo.
Suspirando, ela balança a cabeça, fechando os olhos
brevemente.
“Rhett, ele saiu por causa da Elite. Ele é Elite.”
Silêncio.
Saltando do meu lugar, corro para o banheiro e vomito.
Todo esse maldito tempo. Aqueles filhos da puta. Esse é o
serviço que você recebe com a Elite. Eles te dão uma multa quando
você mata uma criança. O que eu fiz?
Lavando minha boca com água, cuspo e me componho. Estou
farto de drama em minha vida, a felicidade sempre sendo
sombreada pela escuridão. Eu preciso viver no sol por um tempo.
Florescer em vez de murchar.
Voltando para a mesa, eu sento no meu lugar.
“Você está bem?” Minha mãe pergunta.
“Eu tenho alguém na minha vida”, digo, me contorcendo um
pouco. “Alguém que eu quero que você conheça”, acrescento.
Ela sorri para mim, seu sorriso alcançando seus olhos e se
tornando intrigado. Antes que possa se controlar, ela grita um
pouco e bate palmas. “Rhett, oh Deus, isso me faz tão feliz.”
“Eu também, mãe.”

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CAPITULO 32

Caminhando para o escritório de Lillian, ela nem sequer se


levanta quando eu entro como um furacão pousando na terra.
Eu dei um tapa no papel que mandei mamãe escrever para
mim em sua mesa e gesticulei para sua caneta.
“Assine isso.”
Apertando os olhos para mim, ela pega o papel.
“O que é isso?”
“É uma carta que me retira dos seus serviços. Não há mais
reuniões. Nunca mais.” Eu grito.
“E eu deveria assinar isso porque?”
“Porque se você não fizer eu vou arruinar você, ou matar você,
ainda não decidi.”
Ela gargalha como uma bruxa fodida.

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“Por mais divertidas que sejam suas ameaças, não tenho


motivos para continuar nossas sessões. Não há nada que eu possa
fazer por alguém com seus problemas.” Ela bufa pegando a caneta
e rabiscando sua assinatura na linha pontilhada. “Feche a porta
ao sair.” Ela ferve me entregando o papel.
Arrancando-o da mão dela, eu saio deixando a porta aberta.

Depois de arquivar a carta na reitoria, de modo que esteja no


meu arquivo, saio da universidade e respiro o ar fresco. Estou
prestes a ir para o estacionamento quando vejo Preguiça vindo em
minha direção. Eu nunca conheci alguém tão descontraído como
ele, mesmo seus movimentos são lentos como se ele tivesse todo o
tempo do mundo.
“Ei.” Bato meu punho e ele bate com o seu.
“E aí cara?” Encorajo-o a conversar.
“Eu realmente estive procurando por você, God disse que você
estava no campus.”
“Você me encontrou.” Eu sorrio, empurrando minha mochila
sobre o ombro e começando uma caminhada lenta. Ele caminha ao
meu lado, suas botas pesadas raspam o concreto conforme ele
anda.
“Eu tenho algo para você.” Ele me entrega um envelope grande
e marrom.
Intrigado, eu paro para abri-lo, tiro uma foto.
“O pai dele é dono de boates, ele é o caçula de seis irmãos e
tem surtos de depressão. Tudo começou quando ele descobriu que
havia criado dois filhos e descobriu que eles não eram dele, sua
esposa estava tendo um caso de nove anos com seu irmão mais
velho.”

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Eu não preciso ouvir tudo. Não importa.


“Um dia ele chegou em casa e ela estava vazia. Ela o deixou e
estava se divorciando dele para que pudesse se casar com seu
irmão. Para piorar a situação, a família ficou do lado do mais velho
e esperava que ele simplesmente aceitasse isso.”
Não é desculpa. Eu não me importo.
“Ele se tornou dependente de álcool para aliviar a dor de
tudo.” Ele diz através de uma nuvem de fumaça.
Isso é erva no campus? God está o influenciando. Eles acham
que as regras não se aplicam a eles.
“À noite ele fica bebendo doses e sentindo pena de si mesmo
quando recebe uma ligação de uma das crianças que ele criou, eles
querem voltar para casa.”
NÃO. ME. INTERESSA.
“A única coisa em sua mente é que seu filho precisa dele.”
Mais tragadas.
“Ele entra em sua caminhonete e o tempo fica ruim, ele bebeu
demais, ele não deveria estar dirigindo, mas...”
“Mas ele porra escolheu entrar naquela caminhonete sabendo
que estava acima do limite.” Eu grito. “Como diabos você sabe essa
merda, onde conseguiu o nome e a foto dele?” Eu pergunto.
Encolhendo os ombros, ele abre seu isqueiro e fecha. “Ele vai
à igreja do meu pai, e gosta de passar e sentar no confessionário.”
Franzindo a testa para ele eu balanço minha cabeça. “Ele
pode nunca se arrepender por isso. Nada será suficiente.”
“Eu sei, e ele também, eles o encontraram morto esta manhã.
Ele se enforcou.”
Eu fico branco com suas palavras. Não há alívio ou prazer
enchendo o buraco da cratera deixada pela morte de Robbie.
“Ele odiava que os laços de sua família o tiraram.”

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“A Elite o tirou.” Eu corrijo.


“A Elite não é o que você pensou que fosse, Rhett.”
“Sim, estou trabalhando nisso, a questão é, se você já sabia
disso, então por que você quis?”
Sorrindo, ele se afasta. “Quem disse que eu queria, talvez eles
me quisessem.”
Bem, isso é enigmático pra caralho.
Balançando a cabeça, cruzo os braços sobre o peito tentando
sentir alguma coisa sobre a morte do homem, mas é estranho. Eu
o odiava pelo que ele tirou de nós, eu desejei sua morte um milhão
de vezes, mas não é assim que eu queria que fosse. Ele também
era uma vítima. E ele se entregou a sua própria justiça, tirando
isso de nós também.
Jogando a foto no lixo eu puxo ar para encher meus pulmões
e deixo os pensamentos do homem lá com ela.
Acabou. Pelo menos acabou.
Eu sou parte da Elite agora, e eu odeio que eles recrutem
pessoas que estão tão dispostas a permitir que coisas como a morte
de Robbie sejam varridas para debaixo do tapete.
E que eles recrutam mulheres vis como Lillian para o
rebanho. Mas talvez fazer parte da sociedade não tenha que ser
uma coisa ruim. Nós podemos fazer mudanças de dentro. Eu sei
que Rush tem mais a dizer sobre o assunto e iremos entrar nisso
em algum momento, agora, mesmo que eu precise parecer bom e
correr com isso. Dou um pouco de paz à minha mente.

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CAPITULO 33

Jogando minhas chaves na mesa, ofereço ao meu velho meu


dedo do meio e levo a última caixa para a caminhonete com minha
mudança.
“Adeus para aquela casa de mentiras”, digo à Chastity.
“Você não vai sentir falta do lugar?”
Bato em minha cabeça e sorrio. “Tenho todas as memórias
que preciso aqui. Todo o resto que preciso virá comigo.”
Pegando-a, eu a carrego e coloco sua bunda no banco do
passageiro, em seguida, empurro sua bunda linda para que eu
possa subir ao lado dela.
“Pronto?” O cara na direção pergunta.
Inclinando meu braço pela janela, bato na lateral da porta.
“Vamos fazer novas memórias.”
Estou feliz e me sinto muito bem.

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Essas delícias violentas têm fins violentos.


Não dessa vez. Isso não é uma tragédia. Nós não somos
Romeu e Julieta. Nós somos Rhett Masters e Chastity Griffin.
O bad boy e sua boa menina... que gosta de ficar um pouco
má.

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EPÍLOGO

Empurrando em sua buceta quente, eu a fodo lentamente


contra a janela onde agora sei que me apaixonei pela primeira vez
por Chastity Griffin.
“O vidro vai quebrar”, ela diz e sorrio. Levantando-a, eu a
movo para a cama. É uma cama de casal coberta de brinquedos
fofos, incluindo o urso rosa gigantesco que ganhei no parque de
diversões. Sua cabeça foi costurada novamente, depois que ela
rasgou durante o nosso pequeno rompimento.
Eu castigo seu corpo, engolindo seus gemidos. Suas unhas
raspam a pele nas minhas costas e isso me faz bater mais forte.
“Foda-me, Rhett. Foda-me mais forte, mais duro, pegue essa
buceta”, ela implora. Ela é uma ninfomaníaca com tesão. Eu pensei
que gostava muito de foder, mas ela mal me deixa comer, dormir,
funcionar. “Eu estou gozando”, ela contorce seu corpo tenso, as

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paredes da sua buceta agarrando meu pau como um vício. Eu a


sigo, deslizando minha pele suada contra a dela.
“Seu monstro.” Ela se esforça embaixo de mim, rindo e se
contorcendo.
“Não se mexa. Você vai me deixar duro de novo”, eu grunho.
“Mmm... realmente?” Ela se mexe.
“Você é insaciável.” Mordo a sua orelha e ela ri mais. Porra,
eu amo esse som.
“Vamos comer e depois foder de novo.” Eu me levanto e
escorrego meu pau para fora dela.
Minha mãe está passando a noite na casa nova e o pai de
Chastity está em algum retiro ou motel enquanto a madrasta
malvada está na propriedade da sua família — o que significa uma
casa vazia para aproveitarmos.
O vídeo não se tornou viral. Nunca foi além do escritório de
Lillian.
Nós dois ficamos surpresos por ela não ter usado isso para
sabotar nosso relacionamento mostrando para o pai de Chas, mas
não houve nem um grito sobre isso.
“Eu comprei mantimentos.” Chastity bate na minha bunda,
passando por mim até o banheiro.
“Você vai pagar por isso”, vou atrás dela, puxando o
preservativo e jogando-o em sua lata de lixo. Eu tenho que lembrar
de esvaziar isso antes de sair.
Puxando minha calça, eu estremeço quando o tecido passa
por cima da minha nova tatuagem. É visível apenas pela pele
vermelha irritada, que está cicatrizando. E então, sem uma luz
negra, não saberá que está lá.
Meu quadril adorna o logotipo da Elite com Luxúria escrito
abaixo dele.

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A prova foi considerada completa, fui iniciado sem ter que


fazer nada ou ter que me recusar a fazer. Depois do que God fez
por mim com Chastity, mentir sobre ele estar por trás do vídeo e
minha insistente merda para fazê-lo entrar, eu não podia deixá-lo
sozinho nisso. Duvido que algum dia saibamos quem enviou o
vídeo, mas isso não importa agora. Sou um membro da Elite Seven,
e eu tenho a garota.

Descendo as escadas de dois em dois, vou até a cozinha e abro


a geladeira. Toda a minha comida favorita me olha de volta. “Eu te
amo, baby”, digo em voz alta, mesmo que ela esteja no andar de
cima tomando banho e não possa me ouvir.
Puxando os ingredientes para um sanduíche, eu quase deixo
cair a comida quando a porta da frente se abre.
Agarrando uma faca do suporte de facas, entro no vestíbulo e
meus pés derrapam até parar.
Orgulho está diante de mim, olhos selvagens e coberto de...
isso é... sangue? Rush passa pela porta segundos depois.
“O que aconteceu com você?”
“Onde diabos ela está?” Ele resmunga.
“Quem?” Pergunto manobrando meu corpo em direção às
escadas para bloqueá-los. Se ele quer dizer minha garota, terá que
me matar para chegar até ela. A coisa mais assustadora sobre isso
é que ele parece enlouquecido o suficiente para tentar.
“Lillian”, ruge, agarrando um vaso da mesa do corredor e
jogando-o contra a parede. Ele se estilhaça em um milhão de peças
no hall.
O chão acima de mim range.
Os olhos insanos do Orgulho seguem o barulho. “Onde está
Lillian?” Ele grita para Chastity, que está segurando uma toalha
contra o seu corpo, tremendo de ponta a ponta.

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“Ela está na casa da família dela. Estamos apenas nós dois


aqui, cara”, eu digo, erguendo minhas mãos, ainda segurando a
faca. Estranho.
“Diga-me o que diabos está acontecendo”, exijo. “De quem é
esse sangue?”
Ele não responde, apenas bate a porta da mesma maneira de
quando entrou.
De quem é esse sangue?

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