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KER DUKEY

the elite seven


KER DUKEY

Disponibilização: Eva

Tradução: Lexy, Drika, Carol, Dani

Revisão: Lu Marriot e Faby

Leitura Final e Formatação: Eva

the elite seven


KER DUKEY

Ira
Sou um filho sem mãe de um pai que me odeia. A fúria, que vive e respira em meu
coração sombrio, está aqui há tanto tempo, que agora faz parte da minha alma. A única
coisa que sempre me interessou foi proteger minha irmã gêmea, Sabella, do
temperamento do meu pai.
Então, quando a chance de ingressar em uma sociedade secreta se apresenta, não há
dúvida de que farei o que for preciso para me tornar um membro e ganhar o meu lugar
entre a Elite.
Com um gosto pelo errado, sou atraído pelo mais sombrio dos desejos, e ninguém nunca
sai da minha cama ilesa.
Minha tarefa: seduzir Patience Noelle, a queridinha de St. Augustine e a filha amada do
prefeito — e depois partir seu coração.
Pecado é o que vivo, e perversão é a minha paixão. Falhar nunca foi uma opção.
Mas o que acontece quando o meu pecado se torna a minha maldição — quando destruir
a única mulher que eu sempre quis é a minha chave para proteger minha irmã?
Aceite o seu pecado com sabedoria, pois as tarefas dadas para conquistar seu lugar não
são para os fracos... são para a Elite.
Esta não é apenas a minha chance, é o meu legado e direito.
Eu sou Samuel Gunner.
Eu sou a Ira.

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KER DUKEY

PREFÁCIO
the elite seven

Desde 1942, a Elite Seven Society criou e guiou líderes


influentes, moldando o país em algo melhor. Esta sociedade
nasceu através de Malcom Benedict II, que queria mais para os
americanos. Mais riqueza. Mais influência. Mais poder. Alguns
líderes têm as habilidades, mas não a influência, e isso
simplesmente não era justo, de acordo com o Sr. Benedict. Ele
investiu o seu dinheiro e tempo para construir uma sociedade
que criaria o melhor dos melhores, ano após ano.

Mas para ser o melhor, você deve ser implacável.

Bons líderes fazem sacrifícios. Às vezes os sacrifícios são


difíceis, mas as recompensas são abundantes. O Sr. Benedict fez
questão de satisfazer esses líderes com seus maiores desejos.
Católico devoto, ele projetou uma sociedade que recompensava
seus líderes com os pecados que eram desaprovados. Se eles
estavam desistindo de amor e felicidade e alegria pela melhoria
do país, mereciam algo em seu lugar.

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Orgulho (Pride), Inveja (Envy), Ira (Wrath), Preguiça (Sloth),


Cobiça (Greed), Gula (Gluttony) e Luxúria (Lust).

A escolha de líderes para essa sociedade requer foco


intenso. Apenas sete serão selecionados e o investimento e o
tempo serão aplicados aos novos sete escolhidos a cada quatro
anos. O reitor interino da universidade se comporta como uma
ligação para a sociedade, levando os candidatos aos antecessores
para que a seleção possa começar. Os membros da sociedade que
saírem devem apresentar um candidato para que a sociedade vote
e aprove.

Depois de escolhidos, os iniciados recebem um símbolo e


um convite para a iniciação. A iniciação testa seu caráter e
capacidade de fazer o que é certo para o melhoramento da
sociedade. Uma vez que os iniciados passam no teste, são
discretamente marcados com a marca da sociedade e preparados
através de desafios durante o curso de sua educação de elite para
transformá-los nas pessoas influentes que deverão ser.

Uma vez na Elite Seven, não há como sair. O dinheiro e o


poder são a recompensa deles. Se escolherem se desviar ou
quebrar as regras, a sociedade lhes retira tudo. Qualquer coisa
que eles já tiveram será retirado. Oportunidades nunca surgirão.
Eles não terão mais o apoio da sociedade. Até hoje, não houve
ocorrências conhecidas de alguém da sociedade ser banido. Todo
jovem, homem e mulher aspira ser parte do grupo de elite
sussurrado entre os privilegiados. Qualquer um que seja alguém
sabe do grupo e secretamente espera que seu filho ou filha seja
selecionado, pois a boa sorte será derramada sobre a família nas
próximas décadas.

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PRÓLOGO
Encarando minha lição de matemática, não posso evitar, e
me pergunto por que a álgebra foi inventada. Alguém ainda usa
essas coisas na vida real? Ou é apenas colocado aqui para
professores de matemática nos atormentar?

“Isso não deveria demorar tanto. Sua irmã pode fazer isso
enquanto dorme”, meu avô zomba, estreitando os olhos
enrugados para mim. Ele é um homem tão odioso. Faz muito
sentido que meu pai não tenha a capacidade de nos amar.

Ele nunca foi ensinado sobre como fazer isso.

Eu bato meu lápis e balanço a cabeça. “Bem, eu não sou


ela, e é inútil aprender essas coisas. Podemos usar calculadoras
na escola.” Escorrego do meu banco e vou até a geladeira para
pegar um pouco de suco. Nosso pai está de volta à cidade, então
é claro que a geladeira está bem abastecida e estou fazendo bom
uso da comida antes que ele parta de novo.

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Antes mesmo de eu ter a caixa fora da geladeira, a porta


bate, prendendo meu braço, fazendo-me uivar enquanto a dor
dispara através do osso do meu antebraço.

Meu coração dispara quando o medo floresce dentro de


mim. Eu não ofendo os mais velhos desta família. Deixei meu
temperamento tirar o melhor de mim e agora vou pagar por isso.

Meu avô não aparece com frequência, mas a nossa última babá
partiu depois que percebeu que meu pai gostava de transar com
ela quando ele estava de volta à cidade, mas nunca permitia que
ela passasse do status de transa fácil. Ela não deu aviso quando
se foi. Estava aqui em um dia e foi embora no outro. Nosso pai
estava viajando a negócios, então nossa avó teve que intervir para
cuidar de nós até que ele pudesse contratar uma nova babá. Ele
voltou para casa há cinco horas, mas ainda não fez sua presença
conhecida.

A pressão na porta se intensifica quando meu avô empurra


seu peso contra ela, fazendo-me choramingar como um cão
fodido sendo repreendido. Odeio o quão fraco eu sou. Faço uma
promessa para mim mesmo de que nunca serei tão fraco
novamente.

“Você não se serve com nada até que esta lição esteja
completa! Você não tem orgulho nenhum em si, Samuel. É uma
característica que herdou da vagabunda da sua mãe. Ela também
não tinha valor.”

A dor corta meu coração com suas palavras. Eu nunca


cheguei a conhecer minha mãe, mas sei em meu coração que ela
era especial, não a mulher miserável que todos imaginam ser.

Ele solta a porta e meu braço cai frouxo ao meu lado, meu
pulso treme até o cotovelo. Como diabos eu usarei o lápis agora?
Seus olhos enrugados perfuram os meus, provocando-me,
desafiando-me a dizer algo em retaliação.

Mas eu não direi.

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Não posso.

E ele sabe disso.

“Samuel.”

Ao me afastar da geladeira, olho em volta e vejo meu pai


parado ali — todos os 1,90 de altura dele. Como de costume, ele
está usando um de seus ternos sob medida de Henry Poole. Acho
que nunca vi meu pai em outra coisa além de terno. Quando você
tem o alfaiate mais exclusivo de Saville Row em Londres
trabalhando para você, por que usaria qualquer outra coisa? Seu
casaco cinza está abotoado no meio com dois botões de pérola
com o brasão da família estampado a laser. São os menores
detalhes que fazem o homem, ele sempre diz. Ele olha para mim
e coloca a mão no bolso da calça. Parece desconfortável. A
esperança floresce no meu peito, que ele tenha visto o que
aconteceu e que fará algo sobre isso, mas ela desaparece com
suas próximas palavras.

“Onde está Sabella?”

Voltando para a mesa, sento-me e tento pegar o lápis,


estremecendo quando uma forte dor aguda lateja. Eu luto contra
as lágrimas que ameaçam transbordar e engulo o nó que cresce
em minha garganta.

“Não tenho certeza. Acho que ela disse algo sobre um


projeto de crédito extra na escola”, digo a ele, tentando manter
minha voz firme.

“Pelo menos um deles tem algumas células cerebrais”, meu


avô grunhe, e vejo a vergonha nos olhos do meu pai. Eu o
envergonho.

Sabella e eu estamos em escolas diferentes. A dela é uma


escola católica para meninas. A minha é qualquer escola que me
aceite. Eu posso ter onze anos, mas tenho um jeito de me meter
em encrencas.

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Meu pai acena com a cabeça e tira a mão do bolso antes de


encontrar o punho da camisa e puxá-lo para baixo levemente. As
mangas devem terminar acima da mão e mostrar um centímetro
e meio do punho da camisa em todos os momentos. Eu conheço
o mantra.

“Alguém virá para falar de negócios comigo”, ele diz, seus


olhos escuros e pensativos seguram os meus.

Meu pai é uma presença dominadora. Ele comanda uma


sala e todos nela, e agora mesmo, está me ordenando para ouvir
e obedecer. “Ela trará a filha com ela, e eu preciso que você faça
companhia a ela enquanto conversamos.”

Negócios. Ele acha que sou tolo? Vi o tipo de atividade que


ele faz com mulheres que entram e saem... E a última coisa que
você pode chamar é de negócios.

“Sim, senhor”, respondo automaticamente. Você não diz


não ao meu pai.

“Eu preciso que você se comporte, Samuel”, ele ordena. “E


não devemos ser incomodados. Por qualquer razão. Seu avô
cuidará de você até sua avó voltar do seu compromisso.”

O pavor arrepia minha pele.

“Sim, senhor”, digo novamente.

Ele solta um sopro de ar, seu olhar ainda em mim. Parece


que ele quer dizer mais alguma coisa. Alguma coisa importante.
Mas o momento se foi. “Seu cabelo está ficando comprido”,
acrescenta com desdém.

Eu franzo a testa, chegando a tocá-lo. “Vou cortar o


cabelo.”

“Eu vou mandar Maria marcar um horário imediatamente”,


ele diz casualmente antes de sair da sala.

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Quem é Maria? Assim que o pensamento passa pela minha


mente, meu avô bate o dedo na folha da lição de matemática.
“Faça isso, garoto. Eu informarei a nova babá sobre o quão inútil
você é em questões de matemática básica. Ela pode te ensinar.”

Olho para o lugar onde meu pai estava em confusão. Toda


conversa que eu tinha com meu pai era assim: estranha,
desconfortável. Somos estranhos e nenhum de nós faz qualquer
movimento para mudar isso.

Não tenho certeza do que fiz para ele não gostar tanto de
mim, mas deve ter sido ruim. Porém, o que poderia ser tão ruim
que se tornar um fantasma para seus próprios filhos seja o
melhor resultado?

Alguns minutos depois, ouço a campainha e espero com o


lápis na mão, equilibrado sobre a minha lição de álgebra.

“Samuel.” É a voz da minha avó. Eu olho para cima para


ver o olhar da cadela malvada. Ela não está muito feliz em ter que
cuidar de Sabella e de mim nos últimos dois dias. Tem sido um
enorme inconveniente para o seu calendário social. Sem dúvida
vou pagar por isso na próxima semana quando meu pai partir em
outra de suas viagens de trabalho. “Esta é Patience, a filha do
prefeito Noelle.” Ela sorri para Patience, mas eu posso ver pelo
seu sorriso tenso que é falso.

“Onde está o papai?” Eu pergunto, só para irritá-la.

Seus olhos se estreitam em mim. E então a mão firme do


meu avô agarra meu braço bem onde um hematoma está se
formando. Ácido corre na minha garganta com a intensa
queimadura da dor. Ele aperta mais, fazendo-me choramingar.

“Ele está trabalhando em seu escritório e não quer ser


incomodado. É uma reunião de negócios com a mãe de Patience
e você já sabe disso. Você pode ser burro, mas não é surdo”, ele
diz, seus olhos vão para a minha avó que está acariciando o
ombro de Patience.

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Finalmente, soltando meu braço, ele dá um tapinha no


banquinho ao meu lado. “Talvez a menina possa ajudá-lo a
terminar isso”, ele diz.

Meu olhar viaja para Patience. Ela está franzindo a testa,


fazendo seu rosto bonito se contorcer. “Você é boa em álgebra?”
Eu pergunto e ela concorda com entusiasmo.

“Fui campeã das olimpíadas de matemática deste ano”, ela


diz. “Álgebra é a minha praia.” Ela sorri e vem se juntar a mim.
Meu avô resmunga algo baixinho e sai da cozinha, levando minha
avó com ele.

“Bem então, sente-se, Srta. Olimpíadas.”

Eu deslizo do meu lugar e vou para a geladeira enquanto


Patience se senta, largando a bolsa na mesa. “Você quer algo para
beber?” Pergunto, lançando um olhar malicioso para a porta pela
qual meus avós se retiraram. “Nós temos suco de laranja e
refrigerante.”

Patience sorri para mim. “Eu estou bem… A menos que


você queira me alimentar? Vou trabalhar melhor com comida no
estômago. Mamãe não parou no caminho e estou faminta.”

“Agora, isso eu posso fazer”, digo. “Temos frango,


almôndegas de camarão e carne de porco, um pouco de gumbo
ou…” Olho o conteúdo da geladeira.

“Eu adoraria um sanduíche de manteiga de amendoim e


geleia, se não for demais.”

Eu sorrio para ela. “Isso realmente parece perfeito.”


Começo a recolher todos os ingredientes para um sanduíche de
amendoim e geleia, certificando-me de pegar a caixa de suco de
laranja também. Pretendo beber tudo.

Eu faço um prato de sanduíches, e Patience me provoca


por comer como um homem faminto. Ela não tem ideia. Esta
semana inteira que meu pai não esteve aqui, eu tenho vivido de

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farelos. Mas não reclamarei. Nunca reclamo. Em vez disso,


certifico-me de que Sabella tenha o suficiente para comer e esteja
feliz e inconsciente da tragédia que é a nossa vida.

Nós dois pegamos o último sanduíche ao mesmo tempo, o


que faz Patience bater a mão no meu braço. Sou pego
desprevenido, ofego e estremeço quando agulhadas de dor correm
pelo meu braço. Eu assobio em agonia, rangendo meus dentes
contra o latejar.

“Sam?” Patience pergunta, estendendo a mão e pegando


minha mão na dela. Eu assisto em silêncio enquanto ela rola para
cima a manga do meu suéter, seus olhos se arregalam com a
contusão roxa se formando na minha pele pálida. Seus dedos
delicados acariciam a marca, tomando cuidado para não
adicionar nenhuma pressão.

“Sam...”

“Não”, eu digo com firmeza, não querendo ouvir suas


próximas palavras. Já sei quais serão. Quem fez isso? Não quero
ter que dizer a ela que esta nova marca é do meu avô, e as velhas
manchas roxas são as punições da minha avó.

Eu posso sentir minha raiva aumentando.

A raiva se construindo.

Tenho apenas onze anos, mas minha raiva é de um homem


adulto.

E por que não seria? Sou tratado como lixo todos os dias
da minha vida. Há um limite de coisas que uma pessoa pode
aguentar antes de quebrar... Antes de decidir que basta.

“Sam?” Patience sussurra meu nome e olho para ela. Ela


tira o lápis agora quebrado do meu aperto e puxa minha manga.
Eu coro de vergonha. “Você quer ir tomar um pouco de ar fresco?”

“Claro”, eu digo, e me empurro para trás da mesa.

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Patience e eu vamos para fora, e eu respiro o ar abafado.


Está chovendo e nuvens estão rolando à distância, alertando para
mais chuva por vir.

“Você está bem?”

Paro meu pensamento e olho para Patience com um sorriso


forçado. “Sim, estou bem. Não é novidade para mim.” Dou de
ombros.

“Mas você sabe que não é normal, certo, Sam? Você deveria
contar a alguém”, ela me diz.

“A quem eu diria?” Eu zombo. Seus olhos mostram pena e


isso me deixa com raiva. Não preciso da pena dela. Preferiria que
eles atirassem o despeito contra mim do que direcionassem para
minha irmã.

“Seu pai?” Ela franze a testa e eu decido que prefiro vê-la


sorrir.

Fora aquela vez que eu tentei dizer ao meu pai que cadela
psicótica sua mãe era, eu nunca disse à outra pessoa. Uma vez
que você percebe que as pessoas que deveriam amar e cuidar de
você não fará nenhuma dessas coisas, parece inútil.

Em vez disso, vou aguardar até poder dar o fora daqui.

“Ele cresceu sob seu domínio, Patience. Não podemos ter


uma família perfeita como você.”

“Minha família está longe de ser perfeita.” Ela olha à


distância, observando as nuvens estrondosas se formando.

“Que tal nos esquecermos de nossas famílias e nos


divertirmos um pouco?” Eu ofereço com um sorriso.

Ela se move de um pé para o outro, estudando-me. “Por


que tenho a impressão de que ficarei em apuros se disser que
sim?” Ela levanta uma sobrancelha.

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Com um encolher de ombros, eu pego a mão dela. “Porque


você gosta de mim e sabe que sou um problema.”

“Você acha que eu gosto de você, hein?” Ela brinca, em


seguida, desliza a mão na minha e sorri. “Bom trabalho. Eu
também sou um problema.”

Patience sorri, apesar de colocar as mãos sobre a boca para


conter-se. Seu riso faz com que seus enormes olhos castanhos se
expandam amplamente. Eu levo um dedo aos meus lábios,
desejando que ela fique quieta com o meu gesto. Estamos
escondidos no armário do quarto onde meus avós estão
hospedados. Nós viemos aqui para causar uma pequena
confusão com as porcarias deles... Abrir as tampas de todos os
seus produtos, esconder uma meia de cada par, adicionar alguns
insetos à sua cama...

Patience é um ar fresco nesta casa, e me sinto livre com


ela. Meu medo não tem um aperto tão forte com ela por perto.
Mas nosso tempo de diversão termina quando meu avô volta para
o quarto para pegar seus pertences. Parece que eles sairão.

Quando Patience não para de rir por trás de sua mão, eu


coloco a minha sobre a dela. Ela continua e seus olhos travam
com os meus. Meu peito dói e não sei por quê. Não posso respirar
aqui. As portas se abrem de repente, e não tenho tempo para
reagir quando sou arrancado do armário pelos meus cabelos.

“Pare com isso!” Patience grita quando sou jogado no chão.

“O que vocês dois estão fazendo aí?” Meu avô fala.

“Nada”, eu digo, enquanto fico de pé.

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“Por que você está com essa menina no armário?” Ele


rosna.

“Nós estávamos apenas brincando”, Patience defende, mas


não importa o que ela diz. Ele me odeia e já decidiu que estou
errado.

“Você não sabe que sou uma criança má, Patience?” Eu


sorrio. “Não é mesmo, vovô?” Eu zombo, querendo sua atenção
em mim e não nela.

“O mal nem sequer começa a descrevê-lo”, ele resmunga


quando vem em minha direção usando sua bengala para firmar
seus passos. Ele usa uma bengala desde que nasci. Papai nos
contou que ele sofreu uma picada de cobra venenosa e quase
perdeu a vida quando era mais jovem. É uma vergonha ele não
ter perdido.

Eu bufo com uma risada e seus olhos se estreitam em mim.

“Algo engraçado, Samuel?”

Patience, sentindo o tom amargo em sua voz, corre para


ficar na minha frente.

“Não”, respondo.

“Eu acho que você deveria parar de machucá-lo”, Patience


diz, fazendo meu estômago se retorcer.

Meu olhar se move para ela rapidamente, depois de volta


para o meu avô, que está olhando para a minha pequena e
resoluta defensora.

“Está tudo bem, Patience. Apenas desça”, eu digo,


movendo-me para ficar na frente dela.

Meu avô está de frente para nós, sua boca curvada em um


sorriso fino.

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“Não, não está bem, Sam. Isso é abuso!” Ela grita com
raiva.

Jesus Cristo, eu acho que estou apaixonado por essa


garota.

Mas ela vai me causar um mundo inteiro de problemas se


não calar a boca.

“Abuso?” Meu avô zomba. “Como você ousa! É disciplina,


mocinha. É claro que você não recebe o suficiente em casa.”

Ele se move em direção à Patience, todo o seu fingimento


esquecido. Eu assisto em movimentos quase lentos quando a mão
dele recua, mas atravesso seu caminho e levo o golpe na
bochecha para que Patience não seja submetida ao seu ódio.
Gemo de dor, ignorando o suspiro de Patience ao meu lado.

“Sam!” Ela grita meu nome.

Meu avô tenta passar por mim para chegar a Patience, mas
terá que passar por mim se quiser machucar essa garota.

“Seu pequeno bastardo.” Levantando sua bengala, ele me


bate com ela. A dor explode no meu braço e ombro.

“Afaste-se dele”, Patience grita.

“Corra Patience”, eu arfo, gemendo quando a bengala desce


novamente, batendo nas minhas costas e me forçando a ficar de
joelhos. Minhas costas ardem.

Ele olha para mim, batendo em mim de novo e de novo.

Minha visão se turva, e cada parte do meu corpo arde como


se mil abelhas furiosas me atacassem.

Eu deveria pará-lo.

Eu poderia pará-lo.

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Sou grande para a minha idade e ele é velho e fica mais


frágil a cada dia. Mas, claro, não o paro. Foi gravado em mim que
devo aceitar as punições como um homem. Como um Gunner.
Levanto meus braços para proteger meu rosto quando ele me bate
novamente, e de novo e de novo.

“Vou buscar o seu pai”, Patience chora.

Eu pensei que ela já tivesse saído.

Fecho meus olhos e rezo para que termine logo a descida


da bengala.

“Ele é meu filho, mãe!” Meu pai ruge de seu escritório.


“Minha carne e sangue! Sua maldita carne e sangue!”

“Oh, por favor, não me lembre”, ela zomba. “De qualquer


forma, ele deve ter feito alguma coisa para provocar seu pai
assim. As pessoas não perdem o controle sem razão, Maxwell.”
Minha avó responde com calma.

“Isso importa? Ele é um Gunner. Ninguém tem o direito de


colocar a mão no meu filho. Papai tirou sangue dele, por amor a
Cristo. E nada menos que na frente da filha do prefeito.”

O rosto marcado de lágrimas de Patience quando foi


conduzida para fora da casa por sua mãe vai me assombrar para
sempre.

Sabella aperta minha mão, mas meu olhar está fixo na


porta fechada do escritório do meu pai.

Meu avô foi embora, embora tenha sido escolha dele. Meu
pai não o expulsou e insistiu que ele nunca retornasse como um
pai normal faria. Minha avó está lá há mais de uma hora
discutindo com ele.

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“Não seja tão sonhador, Maxwell. Claro, isso importa. Ele é


um pirralho mimado; ambos são. Uma mão firme de vez em
quando nunca faz mal algum.” Ouço o tilintar da garrafa de
uísque do meu pai enquanto vovó se serve uma bebida.

Meu estômago aperta de raiva. Sabella é tudo, menos


mimada. Ela é um doce para as pessoas. É gentil e pura. É boa,
não é mimada.

Meu pai não responde por muito tempo, mas não consigo
decidir se isso é bom. Eu olho para Sabella. Ela está chorando
novamente, lágrimas quentes escorrem silenciosamente por suas
bochechas. Eu a puxo para o meu peito, envolvendo meu braço
em seus ombros, e beijo o topo de sua cabeça, ignorando minha
própria dor que grita para que eu não tenha contato com nada.

“Está tudo bem”, eu digo, mas não está.

“Você tem uma reunião em San Francisco amanhã. Deixe


tudo comigo. Esclareço tudo quando você voltar”, a avó
murmura.

Deus, eu a odeio. Quase tanto quanto o odeio.

“Não acho que ele tem intenção de causar problemas”, meu


pai diz, e eu franzo a testa. Nunca o ouvi dizer nada de bom sobre
mim antes.

“Agora, isso, eu não acredito”, ela responde com uma


risada seca. “Isso vem do DNA dela, não do nosso.”

“Não comece mãe”, ele suspira.

“Eu só estou dizendo, se você tivesse se casado com alguém


de sangue-puro em vez daquela mulher vagabunda, não
estaríamos nessa posição”, ela diz, e eu ouço o tilintar de vidro
novamente. “E então ela morreu daquela forma, deixando você
com aqueles bebês.”

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“Eu disse agora não!” Ele grita, e o som de vidro é alto e


claro. Sabella se encolhe ao meu lado e eu a puxo para mais
perto. “Não foi culpa dela ter morrido, mãe. Ela não escolheu nos
deixar!”

“Então de quem é a culpa, se não é dela? Deles?”

Um calafrio percorre minha espinha.

Certamente ela não pode estar sugerindo que poderíamos


ter matado nossa mãe. Nós éramos apenas bebês, segundos de
idade e totalmente inocentes.

“Sammy?” Sabella sussurra ao meu lado.

“Não é culpa de ninguém”, meu pai murmura, soando


derrotado.

“É sempre culpa de alguém, Maxwell. Ninguém o culparia


por se livrar deles. Você tolerou isso por tempo suficiente. Provou
seu valor para o mundo. Um Gunner nunca se esquiva de suas
responsabilidades. Mas quer você goste ou não, eles são
responsáveis pela morte dela.”

“Ela morreu dando à luz”, ele diz, cansado.

“Dando à luz a ele”, ela corrige. “E olhe como ele pagou sua
memória.”

“Sammy?” Sabella sussurra mais alto desta vez, e eu me


viro para olhá-la. Ela ainda está chorando, mas agora eu também
estou. Seu rosto está embaçado através das lágrimas em meus
olhos, e percebo que estou apertando sua mão com muita força.

“Como você pode até mesmo suportar olhar para eles está
além da minha compreensão”, diz a avó.

Há silêncio, então...

“Eu não posso”, meu pai responde com sua voz grossa de
emoção. “Eles a mataram. Eles a tiraram de mim e eu gostaria de

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perdoá-los, mas não posso. Sei racionalmente que não foi culpa
deles, mas por dentro, não consigo superar isso. Ainda sinto
muita falta dela.”

Sabella está chorando, e eu também estou, mas não é nada


comparado aos sons angustiados vindos do escritório do meu pai.
Meu pai está chorando.

“Vamos lá, Maxwell.”

“Eles não queriam, sei disso”, ele soluça, sua voz profunda
ressoa pela casa... Através da minha alma. “Mas eu os odeio por
isso. Por tirarem-na de mim.”

Eu tropeço em meus pés, precisando me afastar daqui,


para longe dele, longe da dor que preenche esta casa. Não preciso
ouvir mais nada que ele tenha a dizer.

Eu saio correndo da casa para a chuva. Nem sei para onde


estou indo, não que isso importe. O que importa é que não estou
mais dentro daquelas paredes.

Corro até minhas pernas doerem e os pulmões queimarem.


Até minhas lágrimas secarem e as roupas estarem encharcadas
de suor e sangue das minhas feridas que a bengala abriu. Eu
corro, corro e corro.

Mas nunca poderei fugir das lembranças ou das palavras


que me assombram.

Nós a matamos.

Eu a matei.

Sou um assassino

A miséria e a culpa esmagadora que se acumula nos meus


músculos são angustiantes. Tudo machuca. Minha mente
fraturada, meu corpo quebrado, minha alma torturada. Eu corro
até que não posso mais correr. Até que esteja quebrado e tenha
que me recompor como alguém novo.

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Eu paro de correr, minhas pernas estão cansadas e


pulmões exaustos. Todas as lágrimas secaram e prometo a mim
mesmo nunca deixar que alguém me machuque assim
novamente.

Eu deixo a dor me endurecer e me dar força.

Se eles querem alguém para odiar, alguém para culpar,


alguém para ser digno de seus abusos, eu lhes darei exatamente
isso.

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CAPITULO 1
08 anos depois

“Você me enoja”, meu pai zomba, seu bigode se contorce


enquanto ele range os dentes. “Eu não posso nem entender como
estamos relacionados.” Movendo-se ao redor da grande mesa
ornamentada na parte de trás de seu escritório, ele balança a
cabeça, a mão esquerda se move para desabotoar o botão do meio
do terno.

Ele me odeia.

Bom.

O sentimento é mútuo.

Eu sorrio e ele estreita os olhos. “Ela ficaria tão


desapontada com você”, ele diz com total e absoluto desdém por
mim.

É a minha vez de ranger meus dentes agora. Como ele se


atreve a mencioná-la. “Que bom que ela não pode me ver então,
não é?” Eu aperto meus dentes, empurrando minhas mãos

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profundamente em meus bolsos, meu queixo levantado em


desafio.

“Cuidado, garoto”, Ele me encara, mas o ódio em seus olhos


não é nada novo. “Se não pode controlar a sua língua, faço isso
por você.” Sua ameaça inútil não é nada a temer, e ele sabe disso.

Os dias de ter medo do meu pai acabaram há muito tempo.


Não há mais nada que ele possa fazer ou dizer para me controlar.
Suas palavras escorrem em mim como óleo, e ele não levantou a
mão para mim desde que eu tinha onze anos e levei uma surra
do idiota do pai dele. Essa foi a última vez que permiti que alguém
levantasse a mão para mim. Um mês depois, ele partiu em uma
viagem de trabalho e, quando voltou, nenhum de nós era a
mesma pessoa.

O filho da puta não me assusta.

Eu o assusto.

Às vezes até eu me assusto.

Sou um canhão solto no mundo, cheio de raiva e demônios.


Não há traições ou encenação comigo. Não, prefiro lutar com
meus punhos e ver o derramamento de sangue por mim mesmo.
Aprecio o olhar de choque e horror no rosto das pessoas quando
as ataco, batendo-as até a submissão.

Submissão. Eu gosto de submissão no quarto também.


Espero que qualquer mulher que compartilhe minha cama seja
um corpo para eu usar como bem entender, e nunca tive nenhum
problema em encontrar participantes dispostas.

“Este é o seu último aviso, Samuel”, meu pai continua,


como se eu estivesse ouvindo-o quando ele sabe que não estou.
“Eu não tenho tempo, energia ou vontade de continuar tirando
você da merda em que constantemente se mete. É óbvio que você
gosta de estar enterrado nela até o pescoço.”

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Ele olha para mim, esperando por uma reação, já sabendo


que não conseguirá uma.

“Já terminamos?” Eu pergunto com desinteresse. Meu pai,


o grande Maxwell Gunner, é um homem cuidadoso em todas as
partes de sua vida. Tudo e todos são perfeitamente calculados e
controlados... Exceto eu. Sou o indomável. Uma tempestade
implacável em minha busca para destruir tudo o que ele
trabalhou tão duro para conseguir. E amo mais que tudo
pressioná-lo para fazê-lo perder seu controle diariamente.

Ele é o meu pai, só pelo sangue. Este homem nunca foi


nada além de uma sombra escura em mim e na vida da minha
irmã. O ódio é vibrante entre nós.

Seus olhos escuros me olham com mais força, suas narinas


estão dilatadas. Eu deixo um lento sorriso aparecer em meu rosto
com a satisfação de irritá-lo.

“Não, Samuel, ainda não terminamos. Deixe-me lhe dizer


isto, e ouça bem, porque não vou repetir…”

Eu bocejo.

“Eu pedi um favor especial ao George Griffin para você


entrar nesta universidade.”

“Quem diabos ele é?”

“Ele é o reitor da St. Augustine, Samuel”, ele diz. “Escute-


me. Não haverá mais avisos...”

Tiro as mãos dos bolsos e estalo meus dedos. St. Augustine.


Está acontecendo.

“Esta é a última vez que você envergonha a mim e o nome


da família. A última universidade da qual você será expulso. Não
continuarei desperdiçando dinheiro com sua educação se você
não se importar com isso.”

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KER DUKEY

“Eu não preciso de merda nenhuma de você”, jogo de volta


por cima do meu ombro enquanto me viro para ir embora. Meus
lábios se encolhem em desgosto por ele e por tudo que ele
representa. Levanto a mão e lhe mostro o dedo do meio.

Ele bate a mão em sua mesa, o som ecoando na madeira.


“Você não arruinará meu legado como arruinou todas as nossas
vidas”, ele grita enquanto eu me afasto, deixando a porta se
fechar atrás de mim.

Seu legado.

Foda-se ele.

Foda-se, foda-se e foda-se esse maldito barulho.

Eu tive a morte dela jogada na minha cara por toda a


minha vida. Uma mulher que eu nunca tive a chance de
conhecer, ela com certeza lançou uma sombra negra sobre mim.

Meu pai pode continuar com seu dinheiro e minha


herança. Como ele me disse milhões de vezes ao longo dos anos,
eu não mereço isso de qualquer maneira — é o seu dinheiro de
sangue. Mas estou disposto a fazer isso com Sabella?

Eu invado o grande vestíbulo oval e sigo para a porta da


frente, meus passos ecoam pelo grande espaço. Tenho planos,
grandes planos e, em breve, ele não conseguirá fazer nada para
me controlar. Logo, meu pai se arrependerá de me irritar.

“Sammy!” Sabella chama meu apelido de infância quando


passo pela escada curva. “Sammy, espere.”

Eu paro e me viro, observando enquanto ela desce os


degraus de dois em dois, seu longo cabelo ruivo flui atrás dela em
ondas escuras. Ela para na minha frente e eu recuo com o olhar
de decepção em seus olhos.

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KER DUKEY

Sabella, minha irmã gêmea — a única pessoa neste mundo


que pode me fazer sentir mal por qualquer uma das coisas que
faço.

“O que ele disse? Você vai estudar na mesma universidade


que eu?” Ela pergunta com preocupação.

St. Augustine é uma universidade de elite apenas para o


melhor da sociedade. É a universidade dela, não minha. Porque
eu não merecia ir para lá. Ela sabia disso, eu sabia, Max sabia
disso. Inferno, o reitor da St. Augustine sabia disso. O que
nenhum deles sabia era que eu tinha um plano e St. Augustine
sempre foi parte dele.

“Ele diz que sim”, resmungo. “Não há outras universidades


para as quais ele pode me enviar.” Eu sorrio.

“Sammy, isso não é engraçado.”

Eu rolo meus olhos para ela, e ela me cutuca, já aceitando


a minha brincadeira. Ela nunca fica brava comigo por muito
tempo. “Meu irmãozinho deixará as garotas loucas.”

Sou seu irmãozinho com uma diferença de três minutos e


quatro segundos, e ela gosta de se vangloriar disso. Ela é mais
velha e mais sábia do que eu e nosso pai — e do que a mãe que
nunca tivemos. Eu odeio ir para a mesma universidade que ela.
Odeio que possa estragar as coisas para ela. Não há dúvida de
que encontrarei um jeito dormir com as amigas dela, entrar em
uma briga, ou apenas manchar sua reputação com a minha. Isso
é o que sempre fiz.

Sabella e eu somos semelhantes na aparência — pele


bronzeada, cabelos escuros, olhos escuros e lábios grossos —
mas é aí que nossas semelhanças terminam. Enquanto ela se
enterra em seus estudos, eu mal consigo ir às aulas. Enquanto
ela ajuda na Humane Society nos finais de semana e preenche
suas noites fazendo café para qualquer um que apareça no

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KER DUKEY

abrigo, eu preencho meus fins de semana com festas, mulheres


e bebidas, e as noites com lutas clandestinas ilegais.

Somos completamente opostos, mas unidos pela conexão


inexplicável que apenas os gêmeos possuem.

Ela se inclina e me puxa em seus braços como se eu fosse


um dos seus filhotes perdidos no abrigo, e eu deixo, permitindo
que ela seja minha mãe da maneira que só ela sabe, fazendo-me
sentir amado e desejado, apesar de ser uma completa e absoluta
decepção.

Finalmente saio de seus braços para encontrá-la sorrindo,


e não consigo impedir meu próprio sorriso de espelhar o dela.

“Eu prometo, você nem saberá que estarei lá”, digo quando
percebo que ela não está triste por eu ir para sua faculdade e
potencialmente arruinar as coisas para ela, mas animada com a
perspectiva de me ter por lá. Seu sorriso radiante me diz tudo o
que preciso saber sobre como ela se sente.

Ela empurra meu braço, embora eu não me mova nem um


milímetro. “Não tenho dúvidas de que todos saberão que meu
irmãozinho está lá em menos de uma hora.” Ela ri e sacode o
cabelo para trás do ombro. “Apenas fique longe das minhas
amigas.”

“Isso depende”, eu digo. “Elas são gostosas?”

Ela me dá um soco no ombro e eu finjo que dói, fazendo-a


sorrir. Seu rosto se ilumina quando ela sorri, e me pergunto se é
assim que nossa mãe parecia quando sorria. Enterro o
pensamento antes que ele ganhe substância.

Deus, ela é bonita. Espero que encontre um bom rapaz que


a trate como merece. Ela é inteligente, gentil e bonita, e merece a
porra do mundo. Nossa mãe teria ficado orgulhosa da mulher que
ela está se tornando. Pena que não está aqui para ver isso.

“Do que você está falando?” Eu pergunto, fingindo choque.

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KER DUKEY

Ela se vira e começa a subir as escadas. “Você não é


exatamente o tipo tímido e reservado, Sammy. As garotas vão
adorá-lo e você terá as professoras comendo na palma da sua
mão.”

“Se pelo menos eu tivesse elas comendo...”

“Sammy!” Ela sorri, cortando-me. “Você é nojento.”

Eu sorrio e abro a porta da frente antes de olhar para ela,


apenas para encontrá-la olhando para mim, sua expressão
contida. Jesus Cristo, as mulheres são confusas, provavelmente
porque eu gosto de fodê-las e deixá-las.

“E agora?” Pergunto com um suspiro quase imperceptível,


embora nunca consiga ficar com raiva dela.

“Apenas fique longe de problemas. Tipo, um problema real.


Foda quem você quiser, mas fique fora das lutas... Por mim. Não
dê mais munição do que ele já tem.” Seu olhar voa para a porta
fechada do nosso pai. “Ele apenas fará da sua vida um inferno.”

Eu mordo meu lábio inferior e estufo meu peito. “Não se


preocupe com ele, Sab. Eu cuidarei dessa merda.”

Ela franze a testa e balança a cabeça, mas não parece


convencida.

“Você confia em mim?” Eu pergunto, movendo-me em sua


direção. Sorrio quando ela concorda. “Então, confie que já o
manipulei.”

Chego ao final da escada e pego sua mão na minha,


esfregando meu polegar por cima enquanto olho para ela.

“Ele não chegou onde está na vida por ser um fracassado.”


Ela diz, seus olhos inocentes me afogam.

Beijo as costas da sua mão e a solto quando começo a me


afastar novamente. “Sab, não sou o grande Samuel ‘A Máquina’
Gunner?” Sorrio. “Não há homem lá fora que seja páreo para

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KER DUKEY

mim.” Pisco para ela como o filho da puta arrogante que sou e
saio, indo para o meu carro antes de deslizar no banco do
motorista.

Meu carro é um Porsche Cayman cinza metálico com vidros


escuros e assentos de couro vermelho e cinza. Ele é a única outra
coisa na minha vida para quem eu ligo.

Eu dou a partida, amando o som enquanto ele ressoa para


a vida, então acelero pela nossa longa entrada, esperando poder
superar meus demônios.

Claro, você não pode realmente fugir de algo que vive


dentro de você, e meus demônios estão profundamente
enterrados na minha alma.

Alguns podem até dizer que sou o próprio diabo.

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KER DUKEY

CAPITULO 2

Jogo meu cigarro de lado e me agacho, passando a mão


pelo mármore liso do túmulo da minha mãe. Meus dedos
mergulham dentro dos recortes de seu nome e sigo as linhas da
esquerda para a direita.

LOUISA SAMANTHA GUNNER

Você viverá para sempre.

Li essas palavras centenas de vezes ao longo dos anos e


ainda não as entendo. Elas não soam como algo que meus avós
diriam, e meu pai não é exatamente do tipo sentimental. Além
disso, o amor não a salvou. O dinheiro não a salvou. Nada a
salvou.

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KER DUKEY

Minha mãe está morta. Desde o dia em que nasci.

Sou sortudo pra caralho.

Balanço minha cabeça, aborrecido. É tudo besteira e


realmente não importa, mas ainda assim, isso não me impede de
vir aqui pelo menos uma vez por semana na minha busca para
entender quem eu sou e quem ela era.

Eu a odeio e a amo em medidas iguais. Ela era idolatrada


pelo meu pai, ainda assim ninguém mais na família fala dela.
Normalmente sou um bom juiz de caráter, mas é difícil ter uma
ideia de alguém com respostas tão variadas.

Meu pai fala sobre ela como se ela fosse a personificação


do céu, mas minha avó e qualquer outra pessoa da nossa família
a quem você possa perguntar, a despreza. Eles tornam isso óbvio
pelo simples fato de se recusarem a falar sobre ela. E se você
ousar até mesmo dizer o nome dela, então esteja preparado.

Não tenho ideia do que minha mãe fez para merecer tanto
ódio, mas deve ter sido muito ruim para as pessoas continuarem
odiando uma mulher morta e seus filhos depois de todos esses
anos.

Puxo as flores murchas do vaso pesado na base da grande


laje de mármore e as substituo por outras novas antes de me
sentar em um dos três degraus. Certa vez escutei meu pai
dizendo que as margaridas não eram permitidas em casa porque
elas o faziam lembrar-se dela, então, uma vez por semana, é o
que eu faço — trago margaridas para minha mãe.

Minha mãe está enterrada longe do resto da família


Gunner, como se eles tivessem vergonha dela — o segredo
vergonhoso da família. A sepultura está em péssimo estado,
desprezada, suja, e eu passei por ela várias vezes antes de tirar a
sujeira do mármore e ver o seu nome.

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KER DUKEY

Como de costume, o pensamento só me faz odiar mais


Maxwell.

“Eu tenho outra luta mais tarde”, digo a ela, a brisa quente
de Nova Orleans leva minhas palavras embora. “É um grande
negócio. Muito dinheiro e muita credibilidade se eu vencer”,
Sorrio e acrescento: “Quando eu vencer.”

Eu olho em volta, desejando que ela tivesse uma visão mais


bonita. Ela está no final do cemitério, longe de olhares
indiscretos. Seu túmulo está voltado para o quintal de alguém e
sua frágil e velha cerca caindo. Eu gostaria que ela tivesse a visão
de algo bom, algo bonito. Não que isso realmente importe. Pelo
menos ela não está em um dos cemitérios populares ou na cripta
de nossa família, com guias de turismo que ficam
constantemente bisbilhotando e visitantes tirando fotos
enquanto aprendem sobre a sombria história de Nova Orleans.

Sim, uma cerca de merda é melhor que isso.

“Eu tenho que ir.” Suspiro e levanto-me. Pego um punhado


das margaridas mais velhas e faço uma curta caminhada até o
túmulo ao lado da minha mãe antes de colocá-las no vaso lá. Tiro
algumas teias de aranha que se formaram, depois volto para o
túmulo da minha mãe. Não sei quando exatamente comecei a
fazer isso, mas odeio que ninguém nunca venha ver essas
sepulturas. Eles foram pessoas, e todo mundo merece alguém
que se importe, certo?

Beijo meu dedo indicador e médio, depois coloco sobre o


nome dela. “Vejo você em breve, mãe”, digo, em seguida, desço as
escadas, voltando-me para olhar para o anjo de pedra em cima
do seu túmulo antes de partir. Algo sobre isso sempre me faz
sentir melhor, mais calmo.

Só queria vir aqui uma vez, talvez duas vezes. A curiosidade


a respeito de por que meu próprio pai me odeia, e meus avós têm
vergonha de mim, levaram-me a caminhos escuros. Eu nunca

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KER DUKEY

recebi as respostas, mas encontro paz aqui... Às vezes. Quase


como se ela estivesse aqui comigo, ouvindo-me e dizendo que
tudo ficará bem.

Eu não tenho certeza se ela está certa sobre isso, mas


tenho que agarrar todo o amor e paz que posso neste mundo,
mesmo que seja de uma mulher morta que nunca encontrei.

A multidão está louca esta noite. Gritos e aplausos ao meu


nome ressoam pelo porão em ruínas, fazendo meus ouvidos
zumbirem e as paredes tremerem. Eu amo isso. O cheiro de suor,
sangue e cerveja velha. A testosterona que enche o ar é grossa o
suficiente para deixar meu pau duro e as mulheres com tesão.

“Gunner, Gunner, Gunner, Gunner...!”

Eu deixo a emoção da multidão descansar em meus


ombros, permitindo que cada rugido do meu nome penetre em
minha pele enquanto estou sobre os ombros de Sy, meu
treinador. Levanto meus punhos no ar e os gritos ficam mais
altos.

Venci a luta.

Claro que venci. Nunca houve qualquer dúvida.

Deixo a calma fluir em mim. A raiva se dissipa. O único


momento em que me sinto aliviado da raiva que borbulha dentro
de mim é quando estou lutando, batendo em outro homem até
ele se tornar uma massa sangrenta, ou quando fodo uma mulher
até submissão. Agora, posso aproveitar a calma que me cobre
enquanto minha raiva é subjugada, o sangue de André Michaels,
meu oponente agora inconsciente, alimentando a porra da minha
alma torturada e faminta.

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KER DUKEY

“Posso dar uma alegria final para o vencedor do título dos


pesos pesados de hoje e sete mil em dinheiro vivo? Aplausos para
Sam ‘A Máquina’ Gunnnnner!” Daniel, o organizador, entrega o
dinheiro em um grande envelope marrom. Eu sorrio e deixo o
rugido da multidão me acalmar novamente. “Sam, você tem
alguma coisa que queira dizer antes de eu ter que calar essa
merda? A polícia aparentemente está a caminho de estragar a
porra da nossa noite.” Ele sorri.

Sy arrasta o cilindro metálico para o centro do círculo onde


estou de pé. Ele franze a testa para mim, e eu puxo parte do
dinheiro e o coloco contra seu peito. Ele pega antes de balançar
a cabeça e se afastar. Não posso culpá-lo. É muito dinheiro, e eu
ganhei. Nós todos ganhamos. Mas tenho um ponto a provar, e
esta é a única maneira como eu sei fazer isso.

Estou vencendo essas lutas há meses, e agora é hora de


acelerar. Preciso chamar a atenção de alguém e, a menos que
mate meu oponente, esse é o único jeito de fazê-lo.

A sala silencia enquanto coloco meu dinheiro no cilindro,


os sete mil, antes de pegar o microfone de Daniel. Ele parece tão
confuso quanto todo mundo. Eu sorrio, apreciando o controle que
tenho sobre todos.

As pessoas seguram seus celulares e estão me filmando.


Câmeras piscam ao meu redor. Eu jogo meus braços para cima e
deixo outro rugido dos meus fãs rolarem sobre mim.

“Graças a Sy, meu amigo e treinador, e, claro, graças ao


André por ser um maldito viadinho.” Eu aceno para onde André
está sendo carregado, o sangue vermelho quase ofuscante contra
sua pele marrom. “E obrigada a todos por aparecerem para me
ver ganhar mais uma vez.” Eu olho para o cilindro, para o meu
dinheiro, e forço um sorriso amargo em meu rosto enquanto agito
o isqueiro na mão. “Mas principalmente, graças a mim. Quando
se trata dessa merda, sou melhor que o melhor — sou a porra da

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elite!” Faço contato visual com o maior número possível de


câmeras, dirigindo meu ponto de vista.

Solto o isqueiro no cilindro, e ele sobe em chamas com um


som alto quando a gasolina que Sy colocou no fundo acende. A
multidão suspira e eu empurro o microfone de volta nas mãos de
Daniel.

“Que porra é essa?” Ele grita, seus olhos se arregalam


enquanto seu olhar voa de mim para o cilindro de dinheiro em
chamas. “Se eu soubesse que você ia queimá-lo, não teria lhe
dado!”

Não tenho tempo para respondê-lo, não que eu faria isso,


enquanto os caras que cuidam da segurança entram em ação. “A
polícia está quase aqui! Caiam fora agora!”

A multidão começa a correr em todas as direções,


dispersando-se em segundos, eu e o dinheiro somos esquecidos.
Pelo menos por agora. Não há como isso não ser falado, como a
mensagem não ser enviada. Minha pequena cena estará em todas
as redes sociais em menos de uma hora.

Daniel me dá um último olhar chocado por cima do ombro


quando chega à porta. “Você vem?”

Balançando a cabeça, eu o saúdo antes de acender um


cigarro com as chamas que vem do cilindro, então me sento ao
lado da minha obra prima com um sorriso no rosto.

Não corro por qualquer pessoa ou de qualquer coisa,


especialmente quando pretendo ser pego.

Para me livrar de Maxwell e do peso de toda a minha


família, preciso de dinheiro. Dinheiro não fornecido pelo nome
Gunner. Quero me erguer sozinho e olhar para Maxwell enquanto
ele se encolhe, observando enquanto eu queimo tudo pelo que ele
trabalhou. Ele não acha que sou digno dele, do nome dele, da

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universidade da minha irmã e do que há escondido naquela


universidade.

Para minha sorte, eu sei mais do que ele pensa, e tudo isso,
as lutas, ser notado, é o meu plano. Eu estou pronto para
balançar as fundações em que ele construiu seu futuro.

A Elite Seven é uma sociedade secreta da St. Augustine, e


eu pretendo me tornar um deles. Para provar meu valor, e fazer
parte de algo maior que o nome Gunner. Apenas os melhores dos
melhores são convidados para a Elite. Os ricos, os dominantes,
as pessoas da sociedade que fazem a diferença. Sussurros do
poder que este grupo exerce. O dinheiro que eles têm à sua
disposição. Pequenos recortes de informação — de pessoas
levadas ao poder, de ações judiciais que desapareceram, do que
a Elite pode fazer por uma pessoa. Tudo me atraiu.

É o verdadeiro negócio. E eu quero entrar. É o lugar ao qual


pertenço.

Posso ferrar meu pai com a ajuda da Elite. Derrubá-lo e


destruí-lo se eu for parte deles — e ele ficaria impotente para me
impedir. Ele veria que duvidou de mim por toda a minha vida,
mas que estava errado.

Então eu me dediquei, pesquisei e lutei para me tornar


conhecido, ouvido, importante — tudo na esperança de que eles
me notassem.

E esta noite é a última peça do quebra-cabeça que está


sendo colocada.

A Elite é para os fortes, não para os fracos. Para o


importante, não para o despercebido. E me certifiquei de que sou
as duas coisas.

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CAPITULO 3

Meu pai me olha da porta. “Levante-se”, ele grita tão


calmamente quanto pode.

Levanto minhas mãos da mesa e agito meus pulsos


algemados o mais alto possível. “Não posso fazer isso, Maxwell”,
digo, cuspo seu nome. “Os policiais me algemaram. Foi realmente
embaraçoso. Tenho certeza que alguém pode ter pegado uma
câmera também. Desculpe-me por isso. Espero que ninguém
mostre a vovó.” Eu finjo uma careta, sabendo quanta merda ele
terá que ouvir da velha bruxa.

Ele tenta esconder, mas eu vejo a centelha de raiva por trás


de seus olhos quando ele se vira para a oficial ao lado dele. “Tire
as malditas algemas dele agora!” Ele fala.

“Eu observaria seu tom, Sr. Gunner. Não sou um dos seus
funcionários em que você pode simplesmente mandar”, ela
responde antes de se afastar dele.

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KER DUKEY

“Não? Porque tenho certeza de que a contribuição vital que


a Fundação Gunner faz para esta delegacia a cada ano significa
que posso fazer praticamente qualquer coisa que eu queira.
Agora, tire essas algemas dele.” Como de costume, mesmo que
seu tom seja agudo e perigoso, ele está calmo e sereno.

A oficial também está calma e serena, e provavelmente


pareceria bonita se não fosse pelo olhar tenso que enfeita seu
rosto toda vez que olha para mim. Ela vem na minha direção
rapidamente, puxa a chave e inclina-se para que possa me tirar
da mesa. Ela está perto de mim e eu faço questão de respirar
fundo quando ela se aproxima ainda mais.

“Bem, não é que você tem um cheiro delicioso, oficial”, eu


digo em seu ouvido. Suas mãos param momentaneamente antes
de continuar. “Eu adoraria ter você no meu colo”, digo quando
ela finalmente abre as algemas e se levanta, suas bochechas
queimam em um tom vermelho brilhante.

“Eu usarei meu Taser em você”, ela diz com os dentes


cerrados. “Nas bolas.”

O comentário me faz rir. “Promessas, promessas.”

“Samuel”, Maxwell adverte.

Ainda estou usando apenas short e tênis, meu peito nu e


ensanguentado. Minhas mãos ainda estão enfaixadas da luta e o
sangue está espalhado pelas duas. Pareço uma porcaria, sem
dúvida cheiro ainda pior, mas não há como negar o olhar em seus
olhos agora.

Levanto-me, empurro minha cadeira para trás e me movo


em torno dela em direção ao meu pai. Ele está com seu celular
na mão, digitando impacientemente, e olha para cima quando me
aproximo dele.

“Olhe para o seu estado, Samuel”, ele fala. “Você não tem
vergonha?”

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KER DUKEY

Coloco uma mão sangrenta no meu peito. “Desculpe,


Maxwell, não ouvi isso muito bem”, eu zombo, sabendo o quanto
ele odeia que o chame pelo seu nome, mas com certeza não o
chamarei de pai, e não há uma chance no inferno de chamá-lo de
senhor.

A jovem oficial se move para a minha esquerda. “Há alguns


papéis para preencher, então você estará livre para ir. Eu os
encontrarei na recepção.”

Maxwell se move para um lado enquanto ela sai da sala,


mas seus olhos ficam colados em mim, seu olhar furioso queima
no meu. Eu suspiro e estico meus braços acima da minha cabeça.

“Vamos. Vamos indo. Eu preciso de um maldito banho


antes de sair esta noite. Tenho uma festa para ir.”

Max me agarra, pegando-me de surpresa, e me bate contra


a parede com tanta força que o ar sai em rajadas dos meus
pulmões. Seus dedos cravam nos músculos duros do meu ombro
enquanto ele olha para o meu rosto, sua raiva combinando com
a minha.

“Essa é a última luta que você fará. Está me ouvindo agora,


filho?”

“Não sou seu filho”, eu respondo.

“Oh, como eu queria que você não fosse meu filho, Samuel.
Se pudesse voltar no tempo e escolhê-la em vez de você, com
certeza eu voltaria. Seja como for, parece que, pelo menos por
enquanto, estamos presos um ao outro, então me deixe esclarecer
algo para você.”

O mundo se confunde quando a raiva desce sobre mim em


uma névoa vermelha.

Vou matá-lo.

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KER DUKEY

Vou arrancar a porra da sua cabeça e enfiá-la na sua


bunda se ele não tirar as mãos de mim em cinco segundos.

“Você quebra minhas regras mais uma vez e está acabado.


Eu estou farto de você”, ele continua, alheio ao fato de que eu
estou pronto pra caralho para entrar em erupção e destruí-lo.
“Seu avô e sua avó já estão fartos de você. Na verdade, podemos
dizer que toda a família está farta de você. Tudo o que você tem é
Sabella e ela só tem pena de você.”

Eu olho para ele com a mesma frieza, e ele sorri para mim
antes de me soltar.

“Você acha que é tão inteligente, que tem tudo sob


controle.”

Balanço a cabeça. “Eu só não dou a mínima para suas


ameaças.”

“Não?” Ele incita.

Eu balanço minha cabeça. “Não.”

“Então, quanto a isso, resolva sua vida ou ambos serão


cortados. Nenhuma herança, para nenhum de vocês. Se não se
importa com o que acontece com você — tudo bem, então faça
por ela. Porque mais um foda-se, e ambos estão acabados”, ele
rosna.

Balanço a cabeça, a raiva surge em mim me fazendo


tremer. “Seu idiota de merda!”

Cerro os dentes e mantenho minhas feições neutras.


Nunca darei a satisfação de deixá-lo saber o quanto suas palavras
me afetam.

Ele recua, olhando-me de cima a baixo antes de endireitar


o seu terno. “Parece que esta é uma luta que você não conseguirá
vencer, filho.”

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KER DUKEY

Aperto minhas mãos em punhos e seguro as palavras que


quero soltar para ele. Minha raiva se agita como fogos de artifício.
Respiro fundo, deixando meu peito subir enquanto se enche de
ar, então lentamente deixo sair. Ele ganhou? Vou mostrar ao filho
da puta que venceu.

Seu olhar duro segura o meu. “Esta é a última vez que


temos essa conversa”, ele diz, então se vira para sair.

Afasto-me da parede. “Ei, pai?”

Ele se vira, uma carranca no rosto com a minha escolha de


palavras. Levanta uma sobrancelha para mim. “O quê?”

“Vá se foder”, eu rosno.

O choque rapidamente se transforma em decepção antes


dele se afastar com uma sacudida de cabeça, deixando-me
sozinho.

“Vá se foder filho da puta!” Dou um rugido, chutando a


cadeira e a mesa, apreciando o barulho enquanto elas batem no
chão. “Fodido idiota!”

Arrasto as mãos pelo meu cabelo bagunçado e respiro


algumas vezes enquanto tento me acalmar. Não estou bem.
Preciso lutar ou foder ou irei explodir. O inferno dentro de mim
brilha. Tudo o que posso pensar é em perseguir meu pai de merda
pela rua e rasgá-lo, pedaço por pedaço.

Saio da sala e vou para a recepção para pegar minhas


coisas. A oficial está atrás da mesa com a cabeça baixa, mas olha
para cima quando me aproximo antes de se abaixar para o lado
e levantar uma bolsa de couro marrom.

“Você precisa assinar aqui para liberar seus pertences”, ela


diz, apontando para uma folha de papel na frente dela quando
me passa uma sacola clara com as poucas coisas que eu tinha
comigo quando fui trazido. “E seu pai deixou isso para você”, ela
diz, seu olhar percorre meu peito nu enquanto me entrega a

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KER DUKEY

mochila. Apesar do seu trabalho, ela está me fodendo com os


olhos como se eu fosse um pedaço de algodão doce e ela quisesse
uma lambida da minha bondade açucarada. Porra, eu a deixaria
fazer isso. Buceta é buceta.

“Você provavelmente deve se trocar antes de sair”, ela diz


com um movimento do queixo em direção ao banheiro masculino.
“Não queremos prendê-lo por atentado ao pudor.”

“Quer se juntar a mim?” Respondo sem rodeios. Ela zomba


e balança a cabeça, e eu sorrio, lançando um olhar casual em
torno de nós. “Não há ninguém aqui para impedi-la, oficial.”

Ela balança a cabeça novamente, seu queixo se levanta.


“Você está falando sério?”

“Sobre foder você? Sim.” Eu concordo.

“Sou uma policial, Sr. Gunner, e você é um criminoso, caso


tenha esquecido”, ela diz, incrédula.

Meu sorriso se alarga e eu me inclino. “Isso é o que fará


isso ser tão bom.” Dou um passo para longe do balcão, pegando
a mochila quando me afasto. “A perda é sua.” Dou de ombros com
uma risada e vou para o banheiro para me trocar.

O bom e velho pai não poderia deixar seu filho constrangê-


lo mais se eu saísse da delegacia, meio nu. Claramente, ele parou
quando veio para providenciar as roupas, porque tudo ainda tem
as etiquetas. Eu bufo uma risada enquanto deslizo na camisa,
ignorando a porra estúpida que ele me deu. O fodido me vestiu
como se eu fosse um advogado se preparando para o tribunal. Na
verdade, talvez seja apropriado depois de tudo.

Uma vez vestido, saio do banheiro e sigo para a delegacia,


piscando para a oficial atrás da mesa quando saio. Uma pena ela
ser uma cadela tão tensa. Poderia ter me divertido muito com ela.

Lá fora, o entardecer virou noite, meu horário favorito, e as


ruas estão ganhando vida. Meu carro está estacionado próximo

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ao quarteirão graças a Sy. Ele é um bom amigo e um ótimo


treinador. É uma pena que esteja indo para L.A em busca de
melhores oportunidades. Sempre confiei nele para praticamente
qualquer coisa. Sentirei falta dele. Ainda assim, se as coisas
saírem como eu espero, terei um bando de irmãos ao meu lado
em breve.

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CAPITULO 4

Está tarde. Tão tarde, que alguns podem dizer que é cedo.
A festa em que estou ainda continua fervendo, apesar do quão
tarde é. Eu realmente não queria festejar depois do dia que tive,
mas Daniel insistiu que esta era a festa para estar. Está sendo
realizada no French Quarter em um prédio de apartamentos
maravilhosamente restaurado. O lugar todo fede à riqueza e
excesso. Daniel e um de seus amigos foram à academia mais
cedo, brincaram na esteira de alta tecnologia e quase deixaram
cair os pesos no pé de Daniel. Quase foram expulsos da festa.
Aparentemente, essa é a única sala neste lugar que é uma área
proibida.

Quem mora aqui deve ser realmente um chato do caralho


se a academia é o seu lugar especial.

A música ainda está batendo. As pessoas continuam a


balançar com a batida pesada que sai dos enormes alto-falantes
de chão na grande sala de estar. As luzes pulsam, dando a tudo

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um brilho quase etéreo. Ou talvez seja o efeito do que eu tomei


antes. Este não é o tipo de festa que Daniel costuma frequentar,
onde copos vermelhos e cerveja barata prevalecem. Este lugar é
elegante pra caralho. Garrafas de licor caras cobrem a grande ilha
da cozinha, e pego um copo da bandeja na mesa e sirvo um pouco
de uísque antes de pegar um punhado de gelo do balde de
champanhe, deixo-os cair na minha bebida com um respingo.

Tomo um gole, gemendo em satisfação enquanto o líquido


desliza pela minha garganta. Porra, isso é bom. Meu apreço pelo
bom uísque é a única coisa que Maxwell e eu compartilhamos,
então estou acostumado a beber coisas decentes, mas isso é
muito melhor do que o uísque mais caro que já tomei.

Puxo meu celular do bolso e olho para as doze ligações


perdidas de Sabella antes de empurrá-lo de volta em meu bolso.

Estou irritado.

Puto e chapado.

Agora não é hora de falar com ela.

Não ouvi nada sobre a Elite desde que queimei meus sete
mil e fui preso ontem. Estou começando a pensar que imaginei
toda essa merda de Elite. Que talvez eles sejam uma invenção da
minha imaginação. Foi apenas uma conversa que me colocou
nesse caminho de qualquer maneira, então obviamente confundi
as coisas em algum lugar ao longo da linha.

Tomo outro gole, pensando naquele dia.

“Eu quero Sabella dentro. Ela merece isso. Ela é a candidata


perfeita.” A voz de Maxwell soa baixa de seu escritório.

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“Eu não acho que ela pode suportar a Elite. As coisas que
precisam ser feitas são para um tipo particular de pessoa, e não
vejo aquela sua filha perfeita tendo nenhuma das qualidades
desejadas, Maxwell”, uma voz de mulher que não reconheço
responde.

Faço uma careta e me aproximo da porta para poder ouvir


melhor. Elite? O que diabos é essa elite?

“Sabella pode ser inocente, mas isso não significa que não
seja adequada. Eu tenho os fundos e ela estará pronta para
prometer quando chegar a hora. Eu realmente...”

“E o garoto? Samuel? Ele parece a pessoa certa para a


Elite”, ela diz, interrompendo-o. Minha atenção aumenta ainda
mais, e olho em volta do saguão para ter certeza de que ninguém
está por perto. “Ouvi dizer que ele é rebelde. Um selvagem, como
dizem.”

Maxwell sorri. É profundo, estrondoso e irrita todos os meus


nervos. Minhas mãos se fecham em punhos apertados, e minha
mandíbula aperta com aborrecimento.

“Samuel não tem as qualidades da Elite”, ele diz


simplesmente, como se isso fosse uma explicação suficiente.

“Não?”

“Não.”

“E por que não?” Ela questiona. Eu ouço o clique de seus


saltos enquanto ela anda ao redor do escritório de Maxwell. O som
corta suas próximas palavras para mim, mas a batida da mão de
Maxwell na mesa é fácil de distinguir.

“Eu disse não!” Ele brada. “Ele não é bom o suficiente.”

“É você que está dizendo.”

“Ele é muito bruto, imprudente, e não é confiável. Sabella é


o que você quer. É aquilo que a Elite precisa.”

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Outra mulher sorri, o som é como uma gargalhada de bruxa.


“Deixe-me esclarecer algo para você. A Elite não precisa de
ninguém, Sr. Gunner. As pessoas precisam da Elite. Ficaremos
com Sabella, mas somente se conseguirmos que o irmão se
matricule em St. Augustine também. Tenho a sensação de que ele
será útil para nós. Talvez não na Elite, mas útil mesmo assim.”

Há um enorme silêncio, e faço uma careta para a porta


fechada, desejando estar lá dentro para ver essa outra pessoa,
mas principalmente para poder ver o olhar no rosto de Maxwell.
Nunca conheci ninguém que tivesse algum poder sobre ele, mas
essa mulher — essa Elite — claramente tem.

“Preciso pensar sobre isso”, ele finalmente responde.

“Não pense por muito tempo, ou a escolha será tirada de


você. A Elite não espera por ninguém”, ela fala. “A Elite é apenas
isso... a Elite. O topo da sociedade. Samuel já está no nosso radar,
mas Sabella... Bem, ela não fez nada para se destacar para nós.
Nada para chamar nossa atenção. Meus favores se estendem a
você por um tempo limitado. Meu irmão nunca poderá saber desta
oferta.”

“Tudo bem”, Maxwell responde.

Seus sapatos clicam no chão novamente, vindo em direção


à porta, e eu corro de volta pelas escadas, chegando ao topo assim
que ela abre a porta do escritório e sai.

Tento ter um vislumbre dela, mas o máximo que recebo é o


longo cabelo preto puxado para trás em uma faixa de cabelo.

Saio para a varanda, respirando fundo o ar de Nova


Orleans. Eu me sinto impaciente, apesar da mistura de drogas e

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bebida no meu corpo. Meu humor está sombrio, e quanto mais


penso, mais escuro fica.

O riso irrompe da varanda e olho para os dois caras


conversando. Eles parecem estar compartilhando alguma piada
interna, uma amizade claramente forte. Nunca tive isso — uma
amizade de verdade. Realmente nunca quis, mas esta noite, por
algum motivo, ver esses dois me faz ansiar por algo além da triste
existência que vivo.

Duas mulheres vão até os dois rapazes, penduraram-se


neles, rindo. Seus vestidos são tão curtos e decotados que suas
bundas estão praticamente expostas, e seus peitos enormes
saltam para fora. Um dos caras agarra uma das mulheres pela
cintura e arrasta seu corpo para o dele. Ele se inclina, agarrando
o rosto dela com as mãos e enfia a língua no interior da sua boca.
Ela praticamente derrete com o contato. Parece que alguém tem
um toque de Romeu.

“Samuel”, Daniel chama meu nome e se levanta da cadeira


de ferro forjado em que está sentado. Ele pega a mão da garota
com quem está e começa a andar na minha direção. Ele não se
encaixa nesse lugar, com esse tipo de pessoa. Destaca-se de longe
com suas roupas sujas e cabelos desarrumados. Para não
mencionar que o cara está fora de si, sua pele pálida e suada, e
seus olhos praticamente rolando.

Ele coloca a mão no meu ombro quando me alcança,


parando enquanto arrasta a garota que está agarrada ao peito
dele. “Essa coisinha linda está olhando para você a noite toda”,
ele provoca, beijando o topo de sua cabeça. “Parece que ela não
consegue acreditar que sou o melhor homem.” Ele encolhe os
ombros e sorri.

A garota é pequena. Ela sorri para mim através de grossos


cílios escuros que não podem ser reais.

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“Isso é porque você não sabe do que está falando”, eu digo,


olhando de lado para Daniel. “Todo homem e mulher aqui sabe
que sou o melhor homem.”

“É mesmo?” Ele responde.

“Irmão, você sabe que eu só falo a verdade”, respondo


sombriamente.

Daniel solta uma gargalhada estridente. “Isso é verdade.”


Ele se vira para a garota. “Casey...”

“Connie”, ela corrige. “É Constance, mas meus amigos me


chamam de Connie.”

“Connie, esse homem aqui responderá a qualquer pergunta


honestamente.”

Ela solta uma risada nervosa e eu acendo um baseado,


observando-a.

“O que há de tão estranho nisso?” Ela pergunta, dando de


ombros sob o peso de Daniel enquanto ele se inclina sobre ela
pesadamente, muito bêbado para se manter por conta própria.

Ele balança e tropeça novamente em uma cadeira do pátio


com outra risada. “Pergunte a ele. Pergunte qualquer coisa. É
hilário.”

Connie se vira para me olhar intrigada. Ela morde o lábio


inferior em pensamento por um momento antes de finalmente
decidir sobre sua pergunta. “Ok, que dia é hoje?”

Eu reviro meus olhos. “Terça.”

Ela sorri. “Eu não entendi.”

Daniel pega o baseado da minha mão e eu o deixo pegar.


“Não, não, você tem que fazer uma pergunta verdadeira. Veja.”
Ele olha para mim e balanço a cabeça.

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“Não faça isso, cara. Você sabe que nunca gosta das
respostas que recebe.” Aviso.

O sorriso de Daniel diminui, mas ele ainda faz sua maldita


pergunta. “Por que somos realmente amigos?”

A coisa com Daniel é que ele é realmente um bom cara —


no fundo, apesar da besteira de ser o pequeno criminoso perfeito.
Seus pais são idiotas. Sua irmã é uma puta. Ele não se formou
no colegial e não tem planos para a faculdade. Sua principal
maneira de ganhar a vida é vender drogas, organizar lutas e fazer
praticamente qualquer outra coisa que queira para ganhar
dinheiro rápido.

“Nós não somos amigos”, eu respondo, minha expressão


em branco, porque me recuso a sentir pena pelo que estou
dizendo. Não que ele não saiba a verdade.

“Por que você veio a esta festa comigo então?” Ele


questiona, uma pequena carranca se forma em seu rosto.

“Você tem uma erva muito boa.”

“Por que mais?”

“Eu me senti mal.”

“Por quê?”

Estendendo a mão, eu pego meu baseado entre os dedos e


dou uma tragada profunda. Odeio jogar este jogo com ele. As
pessoas sempre acham que podem lidar com a verdade até que
isso aconteça, e então elas desmoronam.

Daniel segura meu olhar, uma fraca tentativa de me


mostrar que ele não se importa que eu tenha queimado todo o
dinheiro depois da luta — que ele realmente não dá a mínima que
leve o mês inteiro para juntar dinheiro, ao qual eu ateei fogo e
todos riram como se não fosse nada.

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Connie ri enquanto olha para nós. “Ok, ok, eu entendi. É…


Você acha que eu sou bonita?” Ela pergunta flertando.

Seguro o olhar de Daniel por mais tempo antes de voltar


minha atenção para Connie. Olho para ela de cima a baixo. “Sim.”

Suas bochechas esquentam e ela sorri mais. “Tudo bem”,


ela diz, levantando uma sobrancelha enquanto sua coragem
cresce. “Quão grande você é?” Ela pergunta, surpreendendo-me.

Levanto uma sobrancelha novamente. “1,95”, digo com


cuidado, jogando o jogo dela.

Ela ri alto. “Não, eu quero dizer... Quão grande você é?”


Estendendo a mão, ela cobre meu pau sobre minha calça jeans,
o álcool e a maconha em seu corpo tornando-a ousada. Ela não
tem a mínima ideia do que está procurando.

“Eu sabia o que você quis dizer”, respondo, e ela abre a


boca e ofega.

Daniel se recosta na cadeira e puxa um baseado de trás da


orelha. “Eu continuo dizendo que você não seria bom para ela,
cara.” Ele acende e solta um anel de fumaça, embora eu mal o
ouça enquanto Connie continua a me acariciar com força sobre
meus jeans, seu olhar embriagado no meu.

“Há um quarto no corredor. Porta da esquerda”, Daniel diz,


e fecha os olhos enquanto dá outra tragada. “Você limpa sua
própria bagunça.”

Pego Connie pela mão e a puxo para trás, enquanto


entramos, passando por pessoas bêbadas desmaiadas no
corredor ou conversando em voz baixa. Este apartamento está
cheio de luxo e excesso. Nenhuma despesa foi poupada. E as
pessoas que vêm aqui para a festa são os intocáveis. Os ricos e
mimados. Aqueles que olham com desprezo para pessoas como
Daniel enquanto simultaneamente compram as drogas dele. Eu
piso em cima de algum adolescente universitário cujos tênis

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parece que valem mais do que toda a casa de Daniel e do faraó


Tut. Rico ou pobre, o álcool nos deixa do mesmo jeito.

Vou para o quarto de hóspedes no final do corredor, fecho


a porta atrás de nós e me viro para Connie.

“Você deveria saber de uma coisa antes de fazer isso”, eu


digo, lentamente desabotoando minha camisa.

“O quê?” Connie responde, puxando sua camiseta


vermelha apertada por cima da cabeça, seu grosso cabelo afro
salta em volta dos ombros. Ela estende a mão e solta o sutiã,
liberando seus seios, e meu olhar cai para seus duros mamilos
marrons. Deslizo a língua pelos meus lábios enquanto ela agarra
seus seios em suas mãos e os aperta, dando um gemido falso.

“Estou no comando. Você faz o que eu digo, quando digo, e


como eu digo para fazer isso. Compreende?”

“O quê?” Ela para de se despir enquanto deslizo minha


camisa e a penduro na maçaneta da porta. Ela olha para mim,
seu olhar mergulhando no meu peito firme. “O que você quer
dizer?”

“Eu quero dizer”, respondo, seguindo em frente e soltando


meu cinto antes de deslizá-lo para fora das alças da minha calça,
“você ouve, compreende, e faz o que eu digo. Em troca, prometo-
lhe a melhor noite da sua vida.”

Estendo uma das minhas mãos, e ela a olha incerta antes


de abaixar a mão na minha. Aceno para a outra mão dela e ela
faz o mesmo.

“Nós temos um acordo?” Eu pergunto, e ela balança a


cabeça, muito ansiosa para concordar, mesmo que realmente não
entenda com o que está concordando.

Eu levanto o cinto e o envolvo em torno de seus pulsos


antes de apertar com força para que suas mãos fiquem
amarradas, então faço um laço extra na outra ponta do cinto. Seu

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peito arqueia quando ela olha entre mim e seus pulsos amarrados
e passa a língua ao longo de seu lábio inferior, medo e excitação
umedecem suas feições.

Estendo a mão e acaricio sua bochecha antes de acariciar


seu lábio inferior com meu polegar. “Está tudo bem. Eu não te
machucarei, Connie.”

Segurando a ponta solta do cinto, eu a puxo em direção à


parede onde um saco de pancadas está pendurado, depois a solto
por um segundo para estender a mão e solto-a antes de colocá-la
de lado. Então pego o laço do cinto e coloco no gancho. Ela está
na ponta dos pés e extremamente desconfortável, transmitindo
isso pela careta e a expressão dos olhos arregalados no rosto,
enquanto tenta manter o equilíbrio.

Começo a desabotoar minha calça. “Fique quieta”, ordeno.


Ela continua a se balançar e se friccionar e faço uma careta
quando a seguro, parando-a instantaneamente. “Eu disse para
ficar quieta”, exijo. Ela para de se mexer, seus músculos da
barriga ficam tensos, enquanto se esforça ao máximo para não
balançar. Ela balança a cabeça, e mantém seus olhos nos meus.

Eu a deixo. “Precisamos de uma palavra segura.”

Seus olhos se arregalam. “Uma palavra segura?”

Um pequeno sorriso levanta os cantos da minha boca. “No


caso de ficar... Um pouco demais para você.”

O alívio inunda suas feições e ela morde o lábio inferior,


flertando. “Que tal Budweiser?” Ela sorri, embora eu possa ver a
tensão em seu rosto aumentar. Sua respiração está se tornando
rápida através da excitação e do nervosismo.

Eu puxo um preservativo do meu bolso e empurro minha


calça e boxer pelas coxas musculosas, observando enquanto seu
olhar cai para o meu pau pesado. Ela engole, seu peito sobe e
desce rapidamente, estou surpreso que ela não esteja

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hiperventilando. Ela lambe os lábios, os olhos ainda estão no meu


pau latejante.

Dou um passo em direção a ela antes de estender a mão


para acariciar sua cintura. “Que tal... Tesuda?”

“Tesuda?” Ela sorri, seu olhar se aproximando do meu.

Rasgo o preservativo com os dentes, jogo o invólucro para


o lado antes de deslizá-lo pelo meu eixo latejante. Olho para ela
com fome. “Sim, tesuda.”

Sua boca se abre como um peixe fora da água, e eu caio de


joelhos a menos de um centímetro de distância de sua buceta.
“Ok, ok”, ela concorda rapidamente.

“Então será tesuda”, digo com um sorriso antes de agarrar


a parte de trás de sua bunda e levantá-la para que suas pernas
se agarrem aos meus ombros e sua buceta molhada fique em meu
rosto. Enterro a língua em suas dobras, lambendo sua excitação
enquanto coloco um dedo dentro dela e começo a dedilhar seu
corpo.

Connie se agita contra mim, esfregando contra o meu rosto


e mãos, tanto quanto tenta se afastar da intensidade. Eu uso
ambas as mãos para afastar ainda mais suas coxas, deslizando
a língua ao longo dela e mergulhando-a em seu centro quente
antes de chupar seu clitóris. Ela grita, ofegando enquanto
continua a moer sua buceta latejante contra o meu rosto.

“Oh Deus, sim!” Ela geme no ar.

De repente, paro e olho para ela. Eu arrasto a mão na


minha boca, enxugando-a e sorrio sombriamente.

“O quê? Não pare!” Ela implora, olhando para mim. “Estou


tão perto, não pare!”

Eu solto as pernas dos meus ombros e lentamente me


levanto. Deslizo minha língua da sua barriga até os seios, onde

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chupo cada um de seus mamilos escuros e agarro sua bunda com


firmeza em minhas mãos. Eu me levanto completamente,
curvando levemente meu pescoço, então estamos cara a cara.

“Você não controla nada, eu controlo. Eu decido se você


goza ou não, entendeu?” Digo, meus estão lábios contra o lado do
pescoço dela. Deslizo a língua pela sua garganta até alcançar o
lóbulo da orelha, então o chupo, deixando-o escapar com um
estalo alto.

Alcanço entre nós, lentamente deslizando dois dedos nela,


meus olhos se fixam nos dela enquanto ela se engasga.
“Entendeu?” Movo meus dedos para dentro e para fora dela, a
ponta do meu polegar pressionando seu clitóris.

Ela balança a cabeça rapidamente. “Sim!” Ela se inclina


para me beijar e eu me afasto da sua boca.

“Eu não beijo”, respondo.

Ela parece magoada, mas não dou a mínima. “Não seja


bobo. É só um beijo”, ela diz antes de tentar me beijar novamente.

“Você faz o que eu digo, e como eu digo, lembra?” Respondo


friamente, meus dedos tocando seu corpo mais rápido. “Agora,
fique quieta. Não quero ouvir nada de você a menos que seja sua
palavra segura, entendeu?”

Ela parece confusa e magoada, mas acena de qualquer


jeito.

Puxo meus dedos e a giro para enfrentar a parede. Corro


minhas grandes mãos para cima e para baixo em seu corpo,
juntando um pouco da umidade entre suas pernas e esfregando-
a contra a sua bunda antes de lentamente deslizar um dedo
dentro dela no meu trajeto para cima. Ela geme e se levanta
contra mim, mas não faz nenhum som.

“Boa menina.” Eu me pressiono em suas costas, agarrando


meu pau duro em uma mão e envolvendo meu outro braço em

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sua cintura para mantê-la imóvel enquanto empurro contra sua


entrada apertada e molhada. “Não sou um homem gentil,
Connie”, rosno em seu ouvido, girando meus quadris, então
mergulho a cabeça do meu pau dentro e fora dela, provocando
seu corpo perfeito.

“Mas o que me falta em gentileza, eu compenso com


prazer.” Empurro-me completamente nela, e ela ofega contra a
intrusão. Deixo minha espessura se acomodar dentro dela,
permitindo que sua buceta apertada se ajuste ao meu tamanho.
Agarro seus quadris rudemente com as mãos e mordo seu ombro.

“Você se lembra da sua palavra segura, Connie?” Eu


pergunto.

Ela acena freneticamente.

“Diga-me qual é.” Mordo-a novamente, a cabeça do meu


pau pulsa em sua entrada.

“Tesuda”, ela geme quando eu começo a deslizar para fora


dela lentamente.

“Não esqueça”, eu murmuro quando aperto seu clitóris


entre meus dedos. Ela geme de novo, e deslizo quase totalmente
para fora de seu corpo antes de entrar em suas profundezas
novamente. Ela choraminga e morde o lábio inferior para parar o
grito quando começo a me mover dentro dela. Seguro seus
quadris enquanto empurro dentro e fora dela mais e mais,
tentando alcançar o pico da montanha antes do vulcão irromper,
antes que o ódio e a raiva que vivem e respiram dentro de mim
estraguem tudo.

Eu fodo Connie, sentindo seu corpo ser engolfado por


orgasmos sucessivos enquanto empurro dentro dela mais e mais,
meu pau está tão profundo dentro dela que somos quase uma
pessoa. Estou moendo meu quadril, girando-o para bater em
cada delicado lugar dela que acenderá o fogo em seu corpo, então
sinto um aperto e o prazer é tirado de mim.

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“Tesu...” ela começa a gemer quando seu corpo treme com


outro orgasmo, sua buceta me aperta, ordenhando meu pau.
“Tesud... oh Deus, oh Deus!” Ela grita quando eu bato nela com
tanta força que a levanto do chão.

Gozo de repente, enquanto ela treme sob a pressão de


receber tanto, e soluça e grita, seu corpo extraindo até a última
gota de mim. Ela ordenha meu pau enquanto eu latejo e atiro
meu gozo como uma metralhadora.

“Tesuda! Tesuda! Tesuda! Oh Deus! Oh meu Deus, tesuda!”


Ela grita no alto de seus pulmões enquanto eu deslizo para fora
de seu corpo lentamente, arrastando meu comprimento ao longo
da sua buceta já supersensível, e ela incrivelmente tem outro
orgasmo sozinha, como a porra de uma campeã. “Tesuda!” Ela
grita.

Estou ofegando e suando enquanto o prazer emana de


todas as terminações nervosas, no momento em que Daniel e os
dois amigos de antes abrem a porta.

“Que porra é essa?” Um deles grita, seus olhos se


arregalam quando olha para nós. Ele tem uma faca na mão e olha
para mim e Connie com uma sacudida de cabeça antes de
começar a rir.

Ergo minha cabeça enquanto eles continuam a olhar.


Coloco as mãos em meu quadril enquanto recupero o fôlego e dou
uma saudação fingida. Os dois amigos zoam comigo antes de se
virarem e voltarem para a festa com suas garotas seguindo-os,
claramente alteradas. Daniel arrasta a mão pelo rosto e sorri.

“Porra, nós pensamos que você estava matando-a”, ele diz


com uma risada sombria.

Eu sorrio e olho para Connie, ainda pendurada no gancho


do saco de pancadas, sua cabeça para um lado e os olhos
fechados, o prazer deslizando pela parte interna das coxas.

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“Porra, você a matou?” Ele pergunta seriamente enquanto


entra mais no quarto.

Eu me aproximo e a solto antes de levar seu corpo flácido


para a cama e deitá-la. Coloco um cobertor por cima dela para
proteger qualquer modéstia que ela possa ter conservado e
verifico seu pulso antes de olhar de volta para ele.

“Ela acabou de desmaiar”, respondo antes de puxar o


preservativo do meu pau agora flácido. Amarro e o jogo no lixo
antes de pegar minha calça e boxer e vesti-los novamente.

“Outra arruinada para o resto da humanidade”, ele


murmura, e eu levanto uma sobrancelha para ele, questionando.
“Elas nunca são as mesmas uma vez que você as tem.” Ele se vira
e sai do quarto, e eu abro um sorriso quando abotoo minha
camisa.

Olho novamente para ela antes de sair da festa. Ela ainda


está fria, mas a respiração está regular, então acho que toda a
adrenalina e álcool finalmente a atingiram. Ela ficará bem. Nada
que uma boa noite de sono não resolva, embora ela possa andar
como se tivesse sido fodida por alguns dias. Eu me asseguro de
deixar um copo de água e uma aspirina na mesinha de cabeceira,
só por precaução.

Posso ser um bastardo e sair antes que ela acorde, mas não
sou um animal.

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CAPITULO 5

Minha cabeça está latejando quando finalmente acordo. Eu


abro um olho, observando a luz do sol atravessando as janelas
da área da piscina, o que significa que nem sequer cheguei ao
meu quarto na noite passada.

Eu me estico e bocejo, estendendo a mão para a garrafa de


água que espero que eu tenha tido o bom senso de pegar antes
de vir para cá.

“Procurando por isso?” Sab pergunta, e eu abro o outro


olho.

Tudo está embaçado, mas lentamente volta ao foco.


Alcanço a garrafa de água que ela mantém como refém, e gemo
quando ela sai do meu alcance. Ela sorri e finalmente me deixa
pegá-la.

“Você é como um anjo”, murmuro enquanto torço a tampa


e bebo quase todo o conteúdo da garrafa de uma só vez. Eu me

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sento, notando que ainda estou completamente vestido e meio


caído sobre a espreguiçadeira no salão da área da piscina, há um
filme parado na televisão no canto. Bufo quando percebo que
estava assistindo ao Clube da Luta, provavelmente por
inspiração. Que imbecil.

“E você está uma lástima”, Sab diz, soando quase irritada.

Olho para ela com uma sobrancelha levantada. “Quem


comeu seu bolo esta manhã?” Enfio a mão no bolso e pego os
cigarros antes de acender um. Tem gosto de bunda, mas preciso
da nicotina.

“Papai me disse o que você fez”, ela responde, e dou de


ombros, dando outra tragada. “Você quer que ele te deserde? É
isso que quer? Porque eu não entendo. Você está
propositadamente provocando-o, Sammy.”

Eu me levanto, cambaleando enquanto caminho até a


pequena área da cozinha para pegar outra garrafa de água e obter
um pouco de alívio de sua irritante presença. Ela não entende o
que estou tentando fazer por nós e não posso contar a ela. Não
que isso pareça importar. Eu ainda não ouvi nada da Elite, então
obviamente estraguei minhas chances, e estou sem ideias sobre
como chamar a atenção deles.

“Sammy, você vai falar comigo?” Sab me segue até a


cozinha, e deixo meu cigarro cair dos meus lábios enquanto me
inclino e pego outra garrafa de água gelada da pequena geladeira.
“Qual é esse seu grande plano? Deixe-me tentar te ajudar. Você
sabe que eu faria qualquer coisa por você, certo? Se está com
algum tipo de problema, talvez eu possa ajudar.”

Eu gemo e olho para ela. “Não estou em apuros. Isso é tudo


o que posso dizer. E sei que parece besteira, mas é a verdade. Eu
tenho um plano. Um plano para tirar esse idiota das nossas
costas, você só precisa confiar em mim.”

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Ela franze a testa. “Você está agindo irracionalmente. Está


bebendo muito, ficando chapado, você é expulso de todas as
universidades em que se matricula, briga com todo mundo, eu
só...” Ela olha para longe.

“O quê? Você só o quê?” Eu grito, minha própria voz


machucando meus ouvidos.

“Estou preocupada com você”, ela diz suavemente.

Eu suspiro e arrasto a mão pelo meu rosto. “Estou bem.


Quantas vezes tenho que te dizer que você não precisa se
preocupar comigo? Eu me viro sozinho. Posso lidar com o idiota
do nosso de pai. Posso lidar com qualquer coisa que a vida me
jogue. Então me dê um pouco de crédito. Cuidei de você e de mim
por muito tempo, não cuidei?”

“Eu só...”

“Chega!” Eu grito, desta vez mais alto, assustando a nós


dois. “Só me dê uma merda de folga, Sab, ok? Ele é um idiota e
eu o odeio. Sempre o odiei — isso não é novidade!”

“Mas isso é diferente”, ela diz.

Eu sorrio sombriamente e balanço minha cabeça. “É? É


diferente?”

“Sim!”

Balanço minha cabeça novamente. “A única coisa que é


diferente é que ele não pode fazer nada para me machucar mais.”

Normalmente, Sab apenas aceita minhas besteiras pelo


que é. Ela é pura e boa, inocente e gentil, e vê o melhor em todos.
No entanto, hoje ela claramente não está disposta a varrer tudo
para debaixo do tapete e esquecer.

“Eu não entendo”, ela diz suavemente. “Sei que ele nunca
esteve realmente lá para nós, mas não entendo por que você o

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odeia tanto. Ele nunca esteve aqui o tempo suficiente para fazer
algo tão ruim que você pudesse odiá-lo tanto.”

Arrasto as mãos pelo meu cabelo e empurro para trás para


que não escorregue no meu rosto. “Apenas deixe isso”, eu
imploro.

“Não, não desta vez, Sammy. Desta vez, quero saber o que
está acontecendo.” Ela chega mais perto e levanto a mão para
impedi-la de andar. “Fale comigo. Por favor.”

Eu olho para ela. “Você quer que eu fale com você? Quer
saber por que eu odeio tanto aquele pedaço de merda? Quer saber
como aquelas babás com as quais ele nos deixava nos tratavam
como merda quando ele não estava por perto. Como ele era tão
cego a isso porque estava afundando seu pau nelas, noite após
noite, porque isso era tudo o que importava. Não se elas eram
capazes de cuidar de duas crianças pequenas, mas se elas eram
quentes o suficiente para ele foder.”

Sabella franze a testa e dá um passo para trás. “Do que


você está falando? Isso nunca aconteceu.”

Eu solto uma risada amarga e sombria. “Não para você,


não aconteceu. Eu me assegurei disso.”

Seus olhos brilham com lágrimas enquanto sua pele


empalidece. “O que você está dizendo?”

Eu suspiro. “Não importa.”

E isso não importa. O que está feito, está feito.

“Isto importa!” Ela grita comigo.

Nossos olhos se conectam através da sala, e gostaria de ter


mantido minha maldita boca fechada. Mas não me calei. Talvez
seja hora dela aprender a verdade.

“Aquelas babás nos odiavam, Sab. Elas nos tratavam como


merda porque queriam ser mais do que apenas uma amiga de

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foda para nosso pai e nos viam como uma complicação... A razão
pela qual ele nunca ficava por perto. Então, elas eram cruéis
conosco. Elas nos beliscavam e batiam em nós, apenas se
certificavam de não deixar marcas. Elas nos deixavam em nossos
quartos e trancavam as portas para que não tivessem que lidar
conosco. Elas nos privaram de amor, de abraços e beijos, de
qualquer afeto... O carinho que nosso pai contratou para nos dar!
Até que um dia descobri que se fosse um encrenqueiro eu as
manteria ocupadas e elas deixariam você em paz. Se eu fosse o
pequeno filho bastardo da família, elas tirariam isso de mim e não
de você, porque você pareceria uma pequena santa e talvez elas
te amassem e fossem gentis com você. Talvez vissem um lugar
para você se conseguissem prender nosso pai. Eu me assegurei
de que você fosse a criança de ouro enquanto eu fazia o papel do
diabo encarnado.”

Sabella olha para mim com lágrimas nos olhos. Eu odeio


tê-la machucado, que a sobrecarreguei com isso, mas ainda
assim é bom tirar isso do meu peito. Isso faz de mim cruel, mas
eu sustentei tudo por tanto tempo, não posso deixar de encontrar
algum alívio em compartilhá-lo.

Ela é tudo que eu não sou, e merece mais do que ter um


irmão como eu e um pai como Maxwell Gunner. Ela merece uma
mãe, avós que dão a mínima para ela, e uma vida muito melhor
do que essa.

Seus olhos estão vítreos quando ela se afasta. “Eu tenho


que ir.”

Fico olhando para ela surpresa e chocada.

“Sab? Por favor, não vá”, eu imploro, o remorso queima o


meu íntimo junto com o álcool e as drogas.

“Eu preciso ir. Vou me encontrar com Dean Griffin. Ele está
me ajudando a revisar algumas anotações das aulas. Falo com

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você depois, Sammy.” Sabella se afasta, deixando-me sozinho


com minha consciência culpada.

“Foda-se”, eu grito e jogo a garrafa de água pela sala. Ela


explode em algum lugar, e eu deslizo até o chão da cozinha com
a cabeça em minhas mãos, desejando que pudesse ser qualquer
outra pessoa além de mim agora.

Depois de uma ducha fria para acordar, faço um expresso


e vou até meu carro, meus sapatos esmagam o cascalho. O carro
de Maxwell não está aqui, o que significa que ele não está em
casa. Provavelmente é o motivo dele não ter me passado um
sermão por ter chegado tão tarde ontem à noite. Pelo menos eu
tive um descanso dele até hoje.

É assim que acontece comigo e Maxwell. Ele me dá dois


dias de besteira a cada mês, então desaparece pelo restante,
trabalhando ou transando, ou o que diabos ele faz com a porra
da sua vida.

Entro no meu Porsche e começo a ligar o motor, sem saber


para onde estou indo até que as rodas caiam na estrada. Vinte
minutos depois, chego ao cemitério com um monte de margaridas
no banco do passageiro. Nunca venho mais do que uma vez por
semana, mas hoje é quase como se ela estivesse me chamando.
Eu caminho para a parte de trás do cemitério, vendo o anjo em
cima de sua sepultura se elevando acima de todos os outros
quando me aproximo, e paro em reverência.

O sol já está se pondo, o dia inteiro foi perdido para minha


ressaca. Ele mergulha abaixo do anjo, criando uma auréola
laranja em volta da cabeça. Engulo em seco, meus braços
pendurados frouxamente ao meu lado enquanto assisto,
hipnotizado pelo espetáculo. Sei que não é nada mais do que a

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Terra girando e pura coincidência, mas parece certo, que este é o


lugar onde preciso estar agora. A bola de raiva que sempre tenho
dentro de mim solta o seu aperto quando o sol cai completamente
abaixo do anjo e o feitiço é quebrado.

Caminho para o túmulo, subindo os três degraus de pedra


enquanto olho para o nome dela como eu faço todas as vezes.

Hoje não há palavras para ela. Não tenho nada que queira
contar a ela. Nada que eu queira que ela saiba. Hoje só quero
uma mãe... Minha mãe. Só quero me sentar com ela. Ficar perto
dela. Hoje, por algum maldito motivo, realmente quero conhecê-
la.

Sentado, deito suas flores ao meu lado e acendo um


cigarro. Fumo em silêncio, observando as sombras escuras
caírem sobre o cemitério. Meu coração bate no peito, lenta e
metodicamente, como se estivesse esperando por algo. Isso é o
que parece. Como se eu estivesse esperando algo acontecer.

Eu olho novamente para o nome dela, mas é o mesmo que


sempre, apenas letras amarradas juntas para compor o nome de
uma estranha. Uma mulher que eu não conheço e nunca
conhecerei. Uma mulher de quem ninguém nunca falou. Uma
mulher que meu pai diz amar, mas de quem nunca fala. Uma
mulher que significa tudo e nada para mim.

Faço uma careta e esfrego meu peito enquanto uma dor


aguda começa a passar pela minha caixa torácica. Termino meu
cigarro, jogo o filtro para o lado e me levanto. Rasgo o embrulho
das margaridas antes de deixá-las caírem na água com as outras
que eu deixei ontem.

Quando me viro para sair, vejo algo.

Um pedaço de papel... Um envelope saindo de debaixo do


vaso.

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KER DUKEY

Eu franzo a testa e olho em volta, certificando-me de que


estou completamente sozinho antes de levantar o vaso e pegar o
envelope. Corro de volta para o carro, acendo a luz do teto para
que possa ver o que é. Eu meio que espero que seja uma carta do
jardineiro ou algo me dizendo para ficar longe das sepulturas de
outras pessoas. E com razão, porra, eu acho.

Mas não é uma carta... É um convite.

“Convite para o Deadly Sins”, murmuro enquanto leio.

Um sorriso rasteja pelo meu rosto. Eu já ouvi falar deste


clube. Sei o que isso significa.

Eu fui notado pela Elite.

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CAPITULO 6

“Porra”, eu resmungo, puxando as roupas para fora do


armário.

Seriamente deixei as minhas coisas de lado nos últimos


meses com meu desejo de atrair a atenção da Elite. Foi um bônus
que isso também irritou Maxwell, é claro. Meu pai é um defensor
de sempre se vestir de forma elegante. O homem não acredita em
roupas casuais e tenho certeza de que minha avó comprou para
ele seu primeiro terno antes dele ir para o jardim de infância.

Desde que descobri que a Elite existia, desempenhei um


papel enquanto me encaixava no mundo subterrâneo das lutas
usando calças jeans e jaquetas de couro em vez dos ternos Brioni
sob medida com que fui criado. É verdade que até meu jeans e
jaquetas de couro são mais caros do que o salário mensal da
maioria das pessoas, mas isso não importa. Não para Maxwell e
não para a Elite.

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A Elite é dinheiro e poder. Exclusividade e privilégio da


classe alta. Eles veem homens como eu todos os dias: homens
ricos vivendo do dinheiro antigo. Não sou nada especial para
pessoas como eles, então me tornei diferente, destacando-me dos
outros. Usei o que sabia — o que eu sou lá no fundo. Usei minha
raiva e minhas habilidades com meus punhos para me tornar o
centro das atenções, um lugar onde eu odiava estar, para poder
ser visto e ouvido — então a Elite me encontraria em vez de eu
encontrá-los.

E funcionou.

Mas esta noite, apesar de quão confortável me tornei na


minha nova pele, esta noite é uma noite para o velho eu. Não o
Samuel “A Máquina” Gunner, mas o Samuel Louis Gunner,
herdeiro da fortuna Gunner e ovelha negra da família.

Uma hora depois, tiro o terno de cinco mil dólares, recém


encomendado e entregue pessoalmente na minha porta, e abotoo
a calça combinando com o terno. Eu puxo o cabelo para trás do
meu rosto, revelando minha mandíbula forte e olhos escuros
antes de colocar meu Rolex e um anel de soberano. Mal me
reconheço. Sou uma mistura de Samuel e Maxwell, e detesto isso.
Olhando para mim está o homem que deveria se transformar em
alguém como meu pai — o homem que me odeia — o homem que
eu odeio com cada fibra do meu ser. Engulo enquanto olho para
mim mesmo, o meu pomo de Adão sobe e desce na garganta.

Maxwell Gunner deveria amar seus filhos e estar lá para


eles, mas ele foi um fantasma a maior parte de nossas vidas, só
aparecendo uma ou duas vezes por mês e, em seguida,
destruindo tudo que podia. Ele vinha para casa, fodia com as
babás, depois me destruía por não ser bom o suficiente.

Eu não era inteligente o suficiente.

Eu não me vestia direito.

Eu não me comportava como era esperado.

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Maxwell nos deixava com as babás que não davam a


mínima para mim ou para Sab, que só queriam arrumar um
marido rico, depois ele acabava conosco para que fôssemos tão
infelizes quanto ele — e agora pareço-me com ele.

Eu suspiro. Pelo menos o terno veste muito bem.

“Uau”, Sabella assobia da porta da casa da piscina, para


onde eu decidi me mudar para evitar o meu pai ainda mais. “Meu
irmão parece sexy.” Ela sorri.

“Eu sou um ímã de buceta”, sorrio e ela faz uma careta,


fazendo-me rir.

“Você é nojento.” Ela brinca. “Sério, você está ótimo.”

Endireito os punhos da camisa enquanto me viro para


olhar para ela e sorrio. Ela está vestindo calça de moletom e um
coque bagunçado no topo da cabeça, mas mesmo estudando em
suas roupas casuais, minha irmã é deslumbrante.

“Ao contrário de você”, brinco. “Parece mais e mais com


uma empregada a cada dia, Sab.” Eu levanto uma sobrancelha e
seu queixo cai.

“Rude, irmãozinho. Isso é simplesmente rude.”

Eu dou uma risada e, porra, é bom. Não me lembro da


última vez que ri de verdade. Estou feliz que ela não esteja
mencionando as outras coisas que eu disse. Não acho que estou
pronto para falar sobre isso. Na verdade, gostaria de poder voltar
e não ter dito a ela. O conforto de me aliviar foi curto e amargo.

“Eu gosto de você assim”, ela diz enquanto caminha mais


para dentro do quarto. Sab para na minha frente antes de se
inclinar e apertar o nó da minha gravata. Ela sorri com aprovação
e passa as mãos na frente do meu paletó. “É legal. Isso me lembra
de como as coisas costumavam ser.”

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Levanto uma sobrancelha para ela, sentindo minhas


feições escurecerem. Sei aonde isso vai levar. Essa é a coisa com
Sab — ela é como um cachorro com a porra de um osso que
simplesmente não solta. Ela é boa, de bom coração, bonita e
inteligente, e quer que eu seja o mesmo que ela. Mas eu não sou
como ela. Há uma escuridão dentro de mim que não vive nela, e
tenho esperança de que nunca viverá.

“Deixe isso”, aviso.

“O quê? Só estou dizendo, que é bom vê-lo assim


novamente. Mais como o velho você.”

Meu sorriso desaparece completamente. “Quem disse que


quero o velho eu de volta?”

“Sammy, não seja assim.”

Eu suspiro. “As coisas mudam, Sab.”

“E as coisas podem mudar novamente!” Ela diz, parecendo


exasperada. “Só estou dizendo que ele não é totalmente ruim.”

“Você não ouviu uma palavra que eu disse antes?” Digo de


maneira amarga.

“Se ele soubesse...” ela começa, mas eu a corto com um


sorriso de escárnio.

“Ele não teria feito merda nenhuma. Não teria acreditado


em mim. Ele estava muito ocupado tendo seu pau chupado pela
empregada e viajando o mundo para dar a mínima para nós. E
quando ele não estava fazendo essas coisas, estava se curvando
para a nossa avó, que também nos despreza, ou você se esqueceu
disso?”

Seus olhos desviam o olhar de mim, porque sim, não há


como negar o desdém que nossa avó sente por nós. Ela nunca
aprovou nossa mãe porque tinha uma origem humilde e nunca
aprovou que nosso pai nos mantivesse. Eu a ouvi uma vez

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discutindo com ele sobre nos colocar para adoção para que ele
pudesse começar do zero.

Eu orei a qualquer deus que ouvisse naquela noite que ele


fizesse exatamente isso. Qualquer coisa era melhor do que viver
aquela vida — uma vida sendo desprezado e indesejado por todos
que deveriam se importar com você.

Os sentimentos de nossa avó em relação a nós eram os


mesmos de cada babá vagabunda que vinha trabalhar em nossa
casa. Ela nos culpava por nosso pai não estar por perto. O
engraçado era que eu também nos culpava. Afasto-me de Sabella,
pego minhas chaves e o convite da mesa de centro. “Você sabe
que ela nem está enterrada no túmulo da família, não sabe?” Digo
indignado, o ressentimento que eu sinto por ele borbulha no meu
estômago e deixa a comida que eu comi mais cedo, azeda.

Sab franze a testa. “Quem?”

“Você sabe quem. Eles a enterraram longe do resto da


família. Como se ela fosse um segredinho sujo”, eu digo, as
chamas da raiva lambendo minhas entranhas quanto mais eu
falo sobre isso.

Ela parece magoada, confusa, e então balança a cabeça.


“Por que isso importa agora?”

Eu respiro fundo, minhas narinas dilatam. Deveria ter


mantido minha maldita boca fechada. “Você está certa, não
importa. Não para ele e não para o resto da família. Mas eu pensei
que importaria para você”, respondo, meu tom é seco e frio. “Ela
era nossa mãe, Sab.”

Passo por ela, precisando sair daqui antes que diga algo de
que realmente me arrependa. Contar meus segredos é a última
coisa que posso me dar ao luxo de fazer agora. Especialmente
quando estou tão perto de conseguir tudo pelo que trabalhei
tanto.

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“Sammy!” Sab grita atrás de mim, mas a ignoro, sentindo-


me culpado por abafar sua voz a cada passo em direção ao meu
Porsche.

Abro a porta e entro, instalo-me no banco e ligo o motor.


Solto uma respiração lenta e me forço a relaxar. Eu preciso estar
calmo esta noite — não com a minha carga normal e meu estilo
de merda. Olho pela janela em direção à Ferrari 812 de Maxwell
e sorrio.

“Desculpe, querida, preciso desviar para o lado negro essa


noite.” Esfrego minha mão no painel do carro antes de desligar o
motor.

Ando até a Ferrari de Maxwell, deixando meu olhar se


mover ao longo de suas curvas vermelhas suaves.

“Ele vai te matar se você a dirigir”, Sab diz da porta da casa.


Ela me seguiu, e pelo jeito que está mordendo o interior de sua
bochecha, sente-se mal pelo que disse. “Você sabe que é o bebê
dele.”

Eu olho para ela com um sorriso, toda raiva entre nós se


dissolvendo. “Isso é exatamente o que torna tão tentador, irmã.”

Ela balança a cabeça para mim e franze os lábios. “Você é


incorrigível.” Ela joga as chaves para mim e sorri, é seu jeito de
pedir desculpas — de dizer que me ama, não importa o que
aconteça, e que sempre me dará cobertura.

O sentimento é mútuo. Sabella é a única pessoa neste


mundo que me interessa.

Eu pego as chaves com a mão esquerda e dou-lhe um aceno


de cabeça. “Obrigado.”

“O que devo dizer se ele perguntar?” Sabella se vira para


voltar para dentro.

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“Diga a ele que sua dama de vermelho queria um homem


de verdade essa noite.”

Meia hora depois, dou as chaves para o manobrista da


boate e vou para a entrada. Um segurança examina meu convite
e me direciona para um elevador espelhado em vez da festa
principal. Mantenho minha expressão cautelosa, observando
meu entorno quando as portas se abrem.

Este lugar, esse clube... seja lá o que for, é ainda mais


decadente do que o de baixo. Corpos enchem a pista de dança,
movendo-se nas batidas rítmicas. Eu fico em pé em uma das
mesas altas de vidro, chamando a atenção de uma das garçonetes
que anda pelo local com um aceno de cabeça.

Ela vem direto, cada curva de seu corpo magro é acentuada


no terninho preto apertado que usa. Seu cabelo está puxado para
trás, revelando maçãs do rosto altas, olhos claros e lábios
vermelhos. Ela sorri conforme se aproxima.

“O que eu posso te servir, senhor?”

“Sazerac”, respondo enquanto pego minha carteira.

Ela sorri para mim. “Isso não será necessário.” Ela se vira
e sai, indo em direção à área do bar, e eu guardo minha carteira.

As garçonetes estão carregando bandejas cheias de


coquetéis e garrafas de Dom Perignon. Eu observo conforme elas
entregam as bebidas, depois vão embora. Porra, este lugar é
realmente de alta qualidade se todas as bebidas forem gratuitas.
Quem são essas pessoas?

“Quer dançar?”

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Eu olho para cima quando uma morena deslumbrante vem


até onde estou de pé. Seu vestido é apertado e curto, mas não
vulgar. Há algo de elegante nela. A garçonete também volta com
a minha bebida, oferecendo um sorriso à morena.

“Posso pegar uma bebida para você?”

A morena não tira os olhos de mim enquanto responde.


“Um Martini seco.”

A garçonete sai novamente, pego minha bebida e tomo um


gole. Porra, isso é bom. Ela queima o nervoso da apreensão e
excitação no meu estômago, fazendo com que eu me sinta mais
relaxado. Examino o clube, meus olhos param em um homem
bem vestido sentado em uma seção isolada. Os seguranças estão
atentos como cães. Há um ar sobre ele. De importância. Dinheiro.
É quase palpável.

“Então?” A garota pressiona, sua língua sai para lamber


seu lábio inferior.

Eu levanto uma sobrancelha para ela em questão, e seu


sorriso se alarga.

“Dançar?”

Eu sorrio e tomo outro gole da minha bebida. “Não sou


muito de dançar. Além disso, estou esperando alguém.” Gesticulo
com a cabeça para o cara. “Quem é aquele?”

Ela nem precisa olhar para saber de quem estou falando.


“Aquele é o Sr. Benedict III.” Ela morde o lábio.

“Ele é importante?” Pergunto, e ela franze a testa e luta


contra um sorriso.

“Pode-se dizer que sim. Agora, que tal a dança?”

Dou uma última olhada nele, observando como suas mãos


percorrem os ombros nus da mulher ao lado dele. Ela é jovem,
tão jovem, que acho que ainda está no ensino médio, mas não

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tem como ela trabalhar aqui. Este clube é importante demais


para cometer erros estúpidos como esse. Ainda assim, dá-me
uma ideia dos gostos particulares deste homem.

“Que tal eu dançar e você assistir?” Ela oferece.

Corro a mão sobre meu queixo como se estivesse pensando


sobre sua oferta, e ela faz beicinho. “Vá em frente”, respondo com
um movimento da mão.

A morena começa a balançar o quadril no ritmo da batida


da música. Ela é hipnotizante de assistir. Eu coloco minha bebida
na mesa e deixo meu olhar aquecido correr por ela enquanto ela
sorri para mim e dança.

“Você gostaria de um quarto privado?” A garçonete oferece


quando volta com o Martini. “Temos vários disponíveis para sua
discrição.”

“Eu acho que seria uma boa ideia, não acha?” A morena
diz, a voz suave como seda corre sobre mim. “Oh, mas você está
esperando por alguém”, ela faz beicinho novamente, e eu sorrio.

Estou esperando por alguém. Só não sei quem. O convite


não me dava nenhuma pista sobre quem encontrarei, o que é
esperado de mim ou que horas eles estarão aqui. Olho a morena
de cima a baixo. Ela é deslumbrante. O tipo de deslumbrante que
me diz que ela está aqui para o meu prazer.

“Eu acho que um pouco de privacidade seria bom”,


finalmente concordo, decidindo que quem quer que eu vá
encontrar pode esperar.

Pegamos nossas bebidas e seguimos a garçonete pela


multidão, passando pelo bar onde um casal de homens da minha
idade está em pé, pedindo suas bebidas. Eu os reconheço da festa
na noite anterior, mas não deixo transparecer. Este não é o
momento para cortesias. Porra, não é hora de danças
particulares, e já estou abrindo uma exceção para isso. A

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garçonete para em frente a uma grande porta de madeira


ornamentada no lado oposto da sala.

“O quarto três é gratuito. Pedirei uma garrafa de


champanhe, mas, por favor, sirvam-se de qualquer coisa que
queiram.” A garçonete abre a porta e gesticula para nós
entrarmos.

Entramos no quarto luxuoso, a iluminação fraca estabelece


uma atmosfera que te seduz apenas por estar cercado por ela. Eu
tomo outro gole da minha bebida e desabotoo meu paletó com a
outra mão antes de voltar a olhar para a morena.

“Então?” Digo, sentando-me no sofá de cor creme que se


curva em um semicírculo. Coloco meus braços por cima
enquanto olho para ela. A bebida e a adrenalina já estão indo
para a minha cabeça. Tenho a sensação de que será uma noite
longa e as coisas melhorarão à medida que a noite passar.

“Bem?” Ela responde, colocando o Martini na mesinha ao


lado do sofá.

“Eu pensei que veria você dançar.” Gesticulo com uma mão
para onde ela está, e ela solta uma risada de flerte. “Então dance.”

Ela levanta a bebida na frente dela e faço o mesmo com a


minha. “A esta noite”, ela diz, em seguida, toma a bebida.

Eu sorrio, mais do que feliz com o brinde. “A esta noite.”


Engulo o resto da minha bebida e coloco o copo na mesa. Ela liga
a música usando um interruptor perto da porta, depois se vira
para mim, dando passos lentos para frente. Ela balança a bunda
e o quadril enquanto passa as mãos pelos cabelos longos, seu
olhar no meu o tempo todo.

Minhas pálpebras ficam pesadas conforme vejo a porta se


abrir e a garçonete entrar com uma garrafa de champanhe. A
morena não para de dançar, e a garçonete me serve um copo
antes de entregá-lo. Acho que digo obrigado, mas não tenho

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certeza. Estou perdido no momento vendo a mulher na minha


frente e a sensação confusa na minha cabeça.

Jesus, estou com calor. Eu me levanto e afrouxo a gravata


antes de desabotoar o primeiro botão da camisa. O quarto está
quente e borrado enquanto tomo um gole do champanhe,
sentindo as partículas douradas deslizarem pela minha garganta
e as bolhas borbulharem na minha língua. Porra, isso é bom.

A morena se inclina para perto de mim, sua respiração


quente no meu rosto enquanto suas mãos alcançam o meu cinto.

“Tudo bem, Samuel?” Ela pergunta.

“Soberbo”, eu murmuro.

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CAPITULO 7

Eu acordo preocupado que esteja morto.

Pela maneira que me sinto, acho que preferia estar, porque


a morte não poderia ser tão dolorosa. Minha boca está tão seca
que minha língua parece uma lixa, e tenho certeza de que devo
ter esfregado areia nos olhos para deixá-los tão arenosos e
vermelhos.

Minha cabeça pulsa com a dor de uma ressaca do inferno,


e meu estômago revira quando começo a me mexer para sentar.
Eu seguro uma mão na minha cabeça e estremeço conforme forço
meus olhos a abrirem. O mundo borra e gira até que finalmente
para e se acomoda.

“Porra”, resmungo e me levanto da cama. Tropeçando nos


lençóis e quase caindo de cara, vou cambaleando para o banheiro
e abro a tampa do vaso sanitário antes de vomitar nele. O som e
o cheiro do vômito batendo na água me fazem ficar ainda pior.

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Aperto a descarga enquanto continuo a vomitar, abafando o som


e o cheiro do meu próprio vômito.

Quando termino caio no chão frio de porcelanato, sentindo-


me tonto e todo dolorido. Estou com frio. Tanto frio, que estou
tremendo, meus dentes batem como se estivesse em pé no vento
Ártico. Rastejo até o chuveiro, levanto e ligo a água quente antes
de entrar.

A água bate em mim enquanto me deito em posição fetal,


tentando descobrir que diabos está acontecendo. Não me lembro
muito da noite passada depois de conhecer a morena. Houve
muita bebida, sexo e pela maneira como estou me sentindo agora,
drogas, mas as lembranças são nebulosas na melhor das
hipóteses.

Eu só posso esperar não ter estragado a minha chance com


a Elite sendo um idiota completo.

Deito-me lá até que finalmente me sinto quente o


suficiente, então sento-me devagar antes de tirar a roupa. Porque
sim, também dormi com minhas próprias roupas, sapatos e tudo
mais. A tontura começa a passar e eu lentamente levanto e me
lavo.

Eu deveria começar na universidade hoje, mas não tenho


certeza se conseguirei ir à minha primeira aula. Já estou
matriculado graças a Maxwell, e ele ainda teve a cortesia de
deixar comigo minha lista de classe e uma pilha de papeis que
precisam ser assinados e levados para o escritório do conselheiro.
O dinheiro pode comprar o que você quiser e, apesar do semestre
já ter começado, Maxwell garantiu que seu dinheiro comprasse
para mim um lugar na St. Augustine.

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Estou vestido e tentando forçar alguns ovos e café pela


minha garganta quando Sabella entra na cozinha. Ela para e faz
uma careta para mim, e eu lhe mostro o dedo do meio. Estou na
casa principal já que não há nada para comer na casa da piscina,
e ela desacelera seus passos enquanto vem até mim.

Visto novamente meu jeans e jaqueta de couro, meu cabelo


cai sobre os olhos porque eu não conseguirei fazer qualquer coisa
com isso.

“Uau”, ela diz, continuando em direção ao bule de café.

“Uau?” Respondo secamente.

“Sim, uau. Você realmente parece uma merda, Sammy.


Isso causará uma ótima primeira impressão.”

Eu me viro no lugar para olhar para ela. “Obrigado,


irmãzinha. Esse é apenas o visual que eu tenho hoje — merda
com um toque de vá se foder.” Ela levanta uma sobrancelha para
mim, mas não responde. Eu volto para olhar minha porção de
ovos.

Meu estômago ainda está enjoado, mas os analgésicos


estão começando a fazer efeito e aliviando a dor de cabeça. Sei
que me sentirei melhor depois de comer alguma coisa, mas, na
verdade, levar os ovos do prato para a minha boca é uma história
completamente diferente. Eu normalmente posso lidar com o
álcool, então não consigo entender o que diabos me fez sentir tão
mal hoje. Ouço Sab vasculhar atrás de mim, mas escolho ignorá-
la em favor de picar meus ovos em volta do prato e tentar não
vomitar.

Ela finalmente se senta à minha frente e desliza um copo


na minha direção. “Beba.”

Faço uma careta quando olho para os ovos crus quebrados


no copo e empurro de volta para ela. “Eu acho que vou passar.”

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Sab sorri e explica. “Irmãozinho, confie em mim. Se o papai


te vir desse jeito, ele te levará direto para uma reunião do AA.
Sem passagem de volta, sem te dar nem duzentos dólares. Chega
para você. Beba os ovos e vá para a universidade. Faça o que
precisa fazer hoje, chegue cedo, e lembre-se de que beber em
noite de aulas nunca é uma boa ideia”, ela diz com um sorriso e
uma sacudida do seu dedo. Ela está tentando deixar isso leve,
mas há preocupação em seu tom. Não a culpo. Tudo o que estou
fazendo, é por ela. Maxwell é um pai idiota, mas enquanto sua
atenção estiver concentrada em mim, ele a deixará em paz.

Ela se levanta antes que eu possa responder e sai da


cozinha.

Eu a olho e então pego a horrível mistura de ovos. Há pelo


menos três ovos crus, mas não consigo olhar muito de perto sem
me sentir enjoado novamente. Levantando-o, jogo o conteúdo do
copo em minha garganta e me forço a engolir o lodo sem engasgar.

Quinze minutos depois, estou no meu carro, pronto para ir


à universidade e me sentindo um pouco mais alerta graças aos
ovos que Sab me deu. Sempre soube que ela era a mais inteligente
de nós. Eu olho para o outro lado, vendo a Ferrari de Maxwell de
volta ao lugar dela, e me pergunto como ela voltou para cá. Não
há nenhuma maneira que eu tivesse dirigido tão fodido em bebida
e drogas. Isso é simplesmente algo que eu nunca farei.

Parando para pensar sobre isso, como eu cheguei em casa?

Eu deduzi que peguei um táxi, mas isso não explicaria a


Ferrari de volta. Passo a mão pelo cabelo e decido pensar nisso
mais tarde. Agora, preciso ir para a universidade antes de
estragar o meu primeiro dia e desapontar Sabella.

Deslizo a mão no bolso da jaqueta para puxar minhas


chaves quando algo cai sobre o meu sapato. Abaixando, pego-a e
olho para a moeda de ouro com o crânio em relevo de um lado

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com uma carranca. Viro-a na minha mão, vejo as palavras THE


ELITE SEVEN em relevo do outro lado.

“Porra”, murmuro, olhando em volta de mim. Para quem


ou o que, não sei.

Um sorriso lento aparece no meu rosto quando viro a


moeda várias vezes na minha mão.

Estou dentro. Eu estou dentro, porra.

Pelo menos espero que seja isso o que a moeda significa.

Empurrando-a de volta no meu bolso, sinto outra coisa lá


e a retiro. É um pequeno cartão de visita branco com algumas
coordenadas e um horário nele. Eu o viro, mas não há mais nada.

Passo a mão pelo meu cabelo e tento abafar o enorme


sorriso patético no meu rosto, para o caso de estar sendo
observado. Destranco o carro e saio, antes de entrar para a
universidade com um humor melhor do que quando acordei.

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CAPITULO 8

Paro no estacionamento da St. Augustine e saio. Minha


ressaca quase se dispersou, embora eu ainda tenha grandes
manchas vazias em minha memória da noite passada. Mas eu
praticamente pulo nos meus passos enquanto atravesso o
terreno, mal entrando no imenso prédio com muitos estudantes
circulando. Perdi o início do semestre, mas o bom e velho Maxwell
fez tudo ficar mais tranquilo para eu começar mais tarde. São
apenas algumas semanas, mas sem dúvida tenho muito o que
fazer se não quiser ser expulso. E se eu entrar na Elite, preciso
estar aqui.

Vou para o prédio principal da escola, acenando para


algumas garotas que estão olhando para mim como se quisessem
engolir o meu pau no meio do corredor. Sorrio e sigo para a minha
primeira aula. Talvez essa universidade não seja tão ruim afinal
de contas. O campus é enorme, com vários edifícios, mas o

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escritório do conselheiro e todos os escritórios do corpo docente


ficam no prédio central.

Eu nunca tive problema para transar, mas nesses últimos


dois meses, fui ainda mais do que um ímã de bucetas. Vestir-se
como o último bad boy é, aparentemente, o sonho molhado de
toda garota rica. Isso me serve também.

Minha mochila está pendurada em um dos ombros, e eu a


levanto e olho para a placa na parede para ter certeza de que
estou indo no caminho certo. Essa universidade é enorme.
Ridiculamente grande. Com três quadras de tênis, seus próprios
estábulos e uma piscina coberta para a equipe de natação, é algo
fora deste mundo. Algo que a maioria das pessoas apenas
sonham. Eu deveria ser grato por vir para cá, mas tudo em que
posso pensar é na peça de ouro no bolso da minha jaqueta e o
fato de que eu preferiria estar em qualquer lugar, menos aqui.

Quando olho para baixo, quase bato em outro cara que


parou para olhar seu telefone.

“Merda. Desculpa, cara”, digo, ele se vira lentamente e olha


para mim. Seu olhar vai de cima a baixo, quase como se estivesse
me verificando.

“Sam 'A Máquina' Gunner”, ele fala arrastado, dando-me


um sorriso lento.

Eu levanto meu queixo, meu rosto de jogador


automaticamente retorna. Não esperava que ninguém aqui me
conhecesse, e não posso negar que me enerva que esse cara o
faça.

“Quem pergunta?” Digo com os olhos estreitados.

Seu sorriso se amplia, seus olhos verdes brilham


divertidos. “Calma, sou apenas um fã.”

Olho-o de cima a baixo, observando suas roupas elegantes,


cabelo perfeito e olhos verdes bizarramente brilhantes, mas é em

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seu relógio caro pra caralho que meus olhos focam e o jeito que
ele gira em seu pulso.

“Eu normalmente ganho dinheiro para meus fãs. Não


consigo ver por que você precisa do dinheiro”, respondo
secamente.

Ele ri sombriamente. “Engraçado você dizer isso. Você na


verdade me fez perder muito dinheiro.”

Meus olhos se arregalam e não posso evitar rir em resposta.


“Você apostou contra mim?” Balanço a cabeça. “Bem, esse foi seu
primeiro erro.”

“E o segundo?” Ele responde.

Eu sorrio. “Pensar que seríamos amigos.” Viro-me e começo


a me afastar quando ele bate a mão no meu ombro.

“Meu nome é Sebastian”, ele diz, continuando como se eu


não tivesse acabado de dispensá-lo. Olho quando ele estende a
mão para mim. “Vamos lá, não seja um idiota”, ele ri.

Balanço a cabeça para ele em choque, em seguida, pego


sua mão, dando-lhe um aperto firme. “Para o registro, eu sou
sempre um idiota”, respondo secamente, e é a vez dele sorrir
maliciosamente agora.

“Você está indo para a aula?” Ele pergunta.

“Sim, o professor Pulliver aparentemente acha que pode me


ensinar mais sobre gestão de negócios do que eu já sei.” Dou de
ombros. Já estou pensando em sentar no fundo e dormir durante
a aula.

Maxwell escolheu minhas matérias uma vez que eu


continuei a adiar só para irritá-lo. Acho que a piada está sobre
mim agora.

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KER DUKEY

“Ahhh, seu bastardo sem sorte. O Professor Pulliver é um


idiota!” Sebastian ri. “A notícia no campus é que ele tem síndrome
do cãozinho.”

“Não que eu dê a mínima, mas por que você está me


dizendo isso?”

Sebastian coloca um braço sobre meus ombros e, embora


eu queira afastá-lo, não o faço. Ele não parece estar tentando ser
arrogante ou afirmar sua autoridade sobre mim, e apesar do fato
de que algo sobre ele me assusta, e eu sinta algo um pouco errado
com ele, decido que ele é apenas um cara amigável. Eu também
gosto do fato dele ter vindo e me dito que não apostou em mim.
Foi corajoso. O cara merece pelo menos cinco minutos do meu
respeito só por isso.

“Por quê? Porque eu também tenho aula com aquele filho


da puta e estou tentando te ajudar”, ele ri. “Venha. Ele odeia
atrasos e faz as pessoas ficarem depois da aula para limpar se
você se atrasa.”

Ele me solta e faz um gesto para eu segui-lo em direção à


aula. Indo tão longe a ponto de manter a porta aberta para mim
quando chegamos como se eu fosse sua cadela. Eu franzo a testa
quando passo, mas tudo o que ele faz é rir novamente. Estou
começando a me perguntar se o julguei completamente errado
quando ele me alcança nos degraus que levam aos nossos
lugares. Ele se inclina e faço uma careta para ele.

“Eu gosto de buceta, Samuel, pare de entrar em pânico.


Não iria querer seu pau, mesmo que você oferecesse.”

Ele passa por mim e se senta antes de gesticular para o


lugar ao lado dele. Quando não me movo para me sentar, ele se
levanta. “Ei, Samuel, eu peguei um lugar para você”, ele fala alto,
suas mãos ao redor de sua boca para fazer suas palavras
viajarem mais.

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Ele ignora os olhares dos outros alunos como se não desse


a mínima para quem está assistindo e se senta novamente,
levantando uma sobrancelha para mim e sorrindo. As pessoas
devem estar acostumadas com ele, porque apenas algumas viram
para olhar. Mesmo assim, minha tentativa de deslizar para o
fundo da classe e dormir durante a aula está enfraquecendo a
cada segundo.

Resmungo e começo a ir em sua direção, sentando-me no


lugar que ele guardou para mim. Eu me viro para ele e ele abre a
boca para falar, mas o interrompo com um olhar mordaz.

“Escute, não somos amigos, está me ouvindo? Eu não


conheço você e, para ser sincero, não acho que estaremos nos
mesmos círculos, então não se apegue muito. Sei que sou um
cara incrível, mas você terá que encontrar um novo melhor
amigo.” Eu pisco e me viro para frente enquanto o professor
Pulliver entra. “Jesus Cristo”, resmungo.

Professor Pulliver mal tem um metro e meio de altura. Um


homem magro com cabelos grisalhos em seu queixo e as
sobrancelhas mais grossas que eu já vi. Ele parece a porra de
uma caricatura ou alguma merda assim.

“Atenção, alunos!” Ele grita, sua voz anasalada viajando


até o fundo da sala. “Olhos para frente, canetas preparadas e
cérebros ligados, ou vocês ficarão depois da aula.”

Eu nunca fui de julgar as pessoas pela aparência, mas esse


cara é o filho da puta mais estranho que já conheci. Agora odeio
Maxwell ainda mais por me colocar nessa aula.

“O que eu te disse?” Sebastian sussurra, “síndrome do


cachorrinho. Como um daqueles chihuahuas.” Ele ri baixinho e
se inclina para trás em seu assento, e apesar do meu melhor
julgamento me dizer que há algo muito errado com Sebastian,
não posso deixar de rir junto com ele.

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Depois que a aula termina, pego minha mochila e vou para


a porta. O Professor Pulliver só me fez dormir. O cara pode ser o
mais chato que já vi, e também não ajuda que minha ressaca
esteja começando a reaparecer.

“Você vai almoçar?” Sebastian pergunta enquanto caminha


ao meu lado.

Eu me viro e olho, mas decido que estou me sentindo muito


mal até mesmo para dizer a ele para cair fora agora. “Eu te disse,
não somos amigos.”

“Nunca disse que éramos. Somos apenas dois caras indo


almoçar. Meio como um encontro, mas um em que nenhum de
nós acaba chupando um pau no final.” Ele sorri e eu balanço
minha cabeça, desistindo.

“Soa como uma merda de encontro, se quer saber”,


respondo com uma sobrancelha levantada, e ele bufa com uma
risada.

“Comida”, digo. “Eu preciso de comida. E café.” Passo a


mão pelo rosto, empurrando meu cabelo para trás dos olhos.

Os ovos de Sabella me fizeram passar pela primeira aula,


mas de jeito nenhum conseguirei passar o resto do dia. Preciso
de comida, café e horas de sono antes de ir para a reunião essa
noite. Eu preciso estar alerta para o que acontecerá. Mas não há
como matar aula sem Sabella perder a cabeça comigo.

Sebastian me leva até o refeitório, embora mal possa ser


chamado assim. É mais um restaurante self-service cinco
estrelas. Eu olho para a comida e meu estômago reclama,
desejando que eu pudesse comer apenas um hambúrguer e

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batatas fritas. Agora não é a hora para Var Salmon ou Beef


Wellington. Sério, que porra de lugar é esse?

Sebastian coloca um braço no meu ombro novamente. “Vá


pegar um lugar. Eu te dou cobertura.”

Viro-me e vou para uma mesa, mais do que feliz por estar
sentado e não olhar mais para a comida. Já estive em muitas
universidades nos últimos anos, todas caras, mas nenhuma
delas como essa. Este lugar é para a realeza ou alguma merda
assim.

Sabella sempre foi a criança de ouro na nossa família, e ele


obviamente a recompensou enviando-a para cá. St. Augustine é
suntuosa em sua decadência, e nenhuma despesa é poupada —
nem mesmo na porra do refeitório.

Painéis de nogueira de cerejeira revestem o ambiente,


muito distante das paredes pintadas de magnólia da minha
última escola. Mesmo que ainda seja cedo para o almoço, muitos
estudantes se reúnem, sentam-se em suas bundas e bebem seus
expressos enquanto falam de besteiras políticas para as quais
eles não dão a mínima ou entendem e de como gastam a fortuna
de sua família. Eu odeio todos eles. Cada um dos filhos da puta
falsos.

“Merda, você não vai matar alguém, vai?” Sebastian ri


enquanto se senta à minha frente e desliza um prato. Eu olho
para o cheeseburger e fritas no meu prato, meu estômago
roncando em apreciação.

“Eu te beijaria em agradecimento, mas você já me disse que


prefere buceta.” Sorrio e ele se senta em sua cadeira
presunçosamente, suas mãos brincando com o relógio em seu
pulso. “Tenho que dizer, você não parece o tipo da Augustine.”
Pego meu hambúrguer e dou uma grande mordida. Quase gozo
na calça com o gosto disso. Provavelmente é o melhor
hambúrguer que eu já comi.

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“As aparências enganam”, ele responde misteriosamente,


ainda mexendo no relógio.

É a minha vez de rir agora. “Você me confunde. Encaixa-se


muito bem se vai ser o garoto propaganda dessa escola, mas...”
Eu paro e o olho, imaginando até onde posso pressioná-lo, “você
não parece que tem todos os bilhetes para o trem, se não se
importa de eu dizer.”

Mordo meu hambúrguer enquanto outro sorriso


lentamente se espalha pelo rosto de Sebastian. Não consigo
decidir se realmente o ofendi e ele está cobrindo isso ou se ele
realmente não se importa. Termino meu hambúrguer com mais
uma mordida e espero que ele responda, não dando a mínima de
qualquer maneira.

“Você vê muito, mas realmente não entende, não é?” Ele


finalmente responde, como o misterioso filho da puta que é.

Eu engulo o pedaço de carne e pão e me inclino para trás


na cadeira. “Entendo?”

“Sim.” Ele olha ao redor da sala antes de apontar para um


cara que poderia ser o equivalente a um boneco Ken. “Vê aquele
cara?” Eu concordo. “Ele é capitão da equipe de natação. Joga
tênis às quintas-feiras no clube do papai para manter as
aparências. Ele gosta de levar a namorada no iate da família nos
finais de semana, mesmo que ele realmente odeie água. Mas as
terças-feiras são seus dias especiais. Só para ele.”

Eu franzo a testa para o aspirante a boneco Ken. Parece


que ele tem a vida perfeita. Pelo menos para ele. “O que há de tão
especial sobre as terças-feiras?”

Sebastian se inclina para frente. “Às terças-feiras, ele gosta


de receber massagens de uma das pequenas mulheres
tailandesas no clube do Monastério, e depois, ele gosta de foder
a bunda da massagista enquanto ela usa uma máscara de porco
e o chama pelo nome da mãe dele.”

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KER DUKEY

Eu olho para ele, com os olhos arregalados e chocado pra


cacete. “Que porra é essa?” Digo, e Sebastian se levanta antes de
empurrar a cadeira de volta para debaixo da mesa.

“Como eu disse, você vê, mas não entende realmente.


Aproveite as batatas fritas. Vejo você por aí, Sam.”

Ele se vira e vai embora, deixando-me sentado à mesa como


um maldito solitário. Eu olho entre ele e o cara Ken, imaginando
quanto dessa história é realmente verdade.

Ou talvez seja como ele disse. Eu vejo muito, e essa parte


é verdade, pelo menos. Eu sou um cara observador. Você tem que
ser quando gosta de lutar, porque tem que ver o menor dos
movimentos, então você sabe o que seu oponente está pensando
fazer em seguida, mas talvez eu realmente não entenda.

Eu olho em volta, frustrado. Porra, Sebastian realmente


entrou na minha cabeça. Ninguém nunca fez isso comigo antes.

Empurro minha bandeja de comida cheia pela metade e me


levanto. Nada disso importa. Tudo o que importa é hoje à noite.
A reunião. A Elite. E tirar Sabella e eu do domínio de Maxwell de
uma vez por todas.

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CAPITULO 9
Parando no prédio logo após escurecer, eu desligo o motor
do carro e saio. Lendo a placa de ferro forjado pendurada na
parede, vejo que costumava ser um convento. Estaciono um
pouco mais longe e caminho para poder assistir de longe
enquanto todos chegam, mas não há muito para ver sem entrar.
O convento tem uma parede de tijolos de pelo menos três metros
e meio de altura, então, a menos que eu passe pelo portão, tudo
o que vejo são sombras escuras.

Eu olho ao meu redor. A agitação de nervos semelhante a


que sinto pouco antes de uma luta vibra no meu estômago,
deixando-me ciente de tudo que tenho a perder se isso for uma
piada de mau gosto que alguém está fazendo comigo.

Acendo um cigarro para acalmar meus nervos quando uma


grande mão desce no meu ombro, fazendo-me derrubar o cigarro
e me virar para segurar quem quer que seja. Dou uma gravata
nele antes da sua próxima respiração, e ele está batendo no meu
braço enquanto olho para baixo em seu rosto.

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KER DUKEY

“Sebastian?” Franzo a testa. “Que porra você está fazendo


aqui? Você me seguiu?” Aperto mais enquanto ele sorri para mim.
Ele bate no meu braço novamente, e eu o solto e empurro para
longe. Tanto por uma entrada discreta. “Eu te fiz a porra de uma
pergunta”, grito, sentindo a raiva no meu peito.

“Acho que nós dois estamos interessados na... Elite”, ele


diz com um sorriso quando a cor em seu rosto volta a um tom
normal. Ele empurra o cabelo para trás e começa a brincar com
o relógio. Seus olhos estão arregalados de excitação, nem um
pingo de nervosismo ou apreensão.

O filho da puta é doido, isso é certo. Eu sabia que havia


algo estranho nele hoje cedo, e agora entendi. Vejo isso em seus
olhos verdes esquisitos e o jeito como ele nem sequer parece
perturbado por eu quase sufocá-lo.

“Você sabe sobre a Elite?” Pergunto, meus olhos se


estreitando. É tudo muito conveniente. Eu não acredito em
destino ou coincidências, não começarei a acreditar nisso agora.

“Claro que sei sobre eles. Eu vejo tudo nesta cidade.” Ele
se abaixa, pega meu cigarro e o oferece para mim, mas eu
empurro sua mão.

“Você espera que eu acredite nisso? Quais são as chances


disso?”

“De quê?” Ele pergunta.

“De topar com você duas vezes em um dia. A segunda vez


aqui.” Eu gesticulo ao nosso redor enquanto luto contra a raiva
que borbulha dentro de mim. “Em uma sociedade ultrassecreta.”

Sebastian bate na lateral do nariz e se inclina. “A primeira


regra do clube de luta é que você não fala sobre o clube de luta.”
Ele olha para os portões enquanto outra sombra desliza para
dentro. “Vamos. Não queremos perder toda a diversão, não é?”
Ele diz com sarcasmo conforme começa a se afastar.

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KER DUKEY

Quando não o sigo imediatamente, ele olha por cima do


ombro. “Samuel, esta é nossa grande chance. Não estrague por
ser um filho da puta desconfiado como de costume.” Então ele se
vira e vai embora novamente.

Eu olho ao nosso redor. A noite está escura. Uma pequena


parte da lua escapa entre as nuvens, mas muito rapidamente se
esconde quando o vento aumenta.

“Foda-se”, eu murmuro, indo em direção à entrada.

É isso.

Estou dentro.

Estou na porra da Elite.

Tudo o que fiz nos últimos meses foi para este momento.
Cada dólar ganho com cada soco dado, cada articulação
sangrando e cada hematoma — tudo foi para isso. Pelo meu título
— Ira. E meu título não poderia ser mais perfeito para mim.

Ainda estou atordoado pensando nisso quando percebo


que o Baxter, a quem ouvi um dos outros caras chamando de
God, está falando. Ele está ao lado do Orgulho com um cartão na
mão, mas perdi o que ele disse.

Sebastian se inclina. “Pecados do corpo, hein? Isso deve ser


divertido.”

“Pecados do corpo?” Pergunto.

Ele sorri mais largo. “Para se unir a irmandade, temos que


nos entregar aos pecados do corpo. Eu diria que esta sociedade
secreta está com um começo simplesmente perfeito, não é?”

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“Sim”, concordo. “Eu diria.”

“A menos que tenhamos que foder um ao outro, é isso”, ele


ri. “Eu não vou levar pau por ninguém.” Ele me dá um soco no
braço de leve. “Nem mesmo por você, irmão”, ele diz enquanto
levanta as sobrancelhas e se afasta.

Pecados do corpo — sexo.

Além de lutar, sexo é meu domínio. Meu domínio escuro.


Eu gosto de sexo como gosto de lutas — escuro, sangrento e cheio
de gritos de dor.

Pergunto-me como meus chamados novos irmãos se


sentirão sobre isso. No fundo, todos nós temos desejos sombrios,
mas nenhum é tão sombrio quanto os meus, e a maioria não age
com esses impulsos. Mas eu não sou a maioria das pessoas.

Eu sou Samuel “A Máquina” filho da puta Gunner. Irmão


miserável de uma gêmea, filho vergonhoso de uma mãe morta,
campeão invicto no ringue e um mestre do pecado no quarto.

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KER DUKEY

CAPITULO 10
Não sei ao certo o que tinha no cálice onde bebemos
quando chegamos, mas o que quer que fosse estava batizado.
Usei drogas o suficiente para saber a diferença entre bêbado e
drogado, e eu estava definitivamente muito drogado. Drogado o
suficiente para não me preocupar mais com o que meus novos
irmãos pensariam dos meus desejos sombrios.

No saguão desta enorme casa, as mulheres nos superam


em dez para um. Cada mulher é mais deliciosa do que a outra,
chamando-nos mais para dentro da casa.

Eu não sabia o que esperar quando chegamos, mas uma


casa enorme cercada por segurança pesada não fazia parte disso.
Estava feliz por ter me lembrado de trazer a moeda com a caveira
comigo. Precisamos mostrar para entrar, embora tenha ficado
surpreso quando o cara pediu para ver a nossa tatuagem antes
de se decidir pela moeda. Vou me informar sobre o que é essa
tatuagem mais tarde. Agora, estou voando. Minha cabeça está
fodida e meu corpo está relaxado e solto.

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KER DUKEY

Pisco lentamente, e minha visão muda da área do bar para


mim entrando em outra sala, meus passos pesados e meu corpo
parecendo estranho. Não tenho ideia de onde estou agora, mas
nada disso parece importar quando a porta à nossa frente se abre
e nós entramos em outro mundo — um mundo de corpos nus se
contorcendo, seus gemidos e gritos ressoam enquanto imploram
para serem tocados ou fodidos mais forte. Um mundo de luxúria.
Um mundo de maldito pecado.

Jesus.

Fodido.

Cristo.

Eu engulo, minhas narinas dilatam com as visões e sons


ao meu redor, meu pau vem à vida.

Sebastian me dá um tapinha no ombro, forçando-me a


virar para olhar para ele. Eu estreito meu olhar sobre ele. Suas
pupilas estão realmente muito dilatadas, fazendo aqueles olhos
verdes esquisitos parecerem ainda mais estranhos. Eles estão
girando? Eu juro que estão. Porra, minha cabeça está uma
bagunça.

Ele está dizendo alguma coisa, seus lábios se movem bem


devagar, mas não consigo me concentrar o suficiente para
entender. As palavras estão desarticuladas e arrastadas. Há
muito barulho ao nosso redor, é impossível ouvir uma pessoa.
Acho que tento dizer isso a ele, mas minha língua parece pesada
e grande demais na minha boca repentinamente seca.

“Isso é o que eu acho que é?” God, também conhecido como


Gula, pergunta na minha frente. Seus olhos percorrem a cena
primitiva diante de nós, sua mão esfrega o peito como se estivesse
apertado.

“Sim”, eu respondo, lendo sua mente.

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KER DUKEY

Um antro de sexo, ou talvez um sonho. Não sei mais qual


dos dois, mas também não me importo. De qualquer maneira não
estou reclamando, e nem os outros caras.

Aventurando-me para dentro, eu passo por uma mulher


mascarada inclinada sobre o braço de um sofá vermelho, seus
enormes seios balançando enquanto um homem a fode por trás.
As mãos dele no quadril dela deixam hematomas em forma de
dedos em sua pele pálida e perfeita enquanto ele a empurra
repetidamente. Ela geme e pende a cabeça, deixando a euforia
tomar conta do seu corpo. Meu pau endurece no meu jeans,
implorando para ser libertado.

Outra mulher mascarada de quatro no chão se contorce de


prazer enquanto dois homens mascarados a fodem ao mesmo
tempo. Na verdade, somos os únicos que não usam máscaras.
Uma percepção que não gosto. Há um homem debaixo da mulher,
fodendo sua buceta, e uma mulher atrás dela, sua boca
devastando a bunda da outra mulher com a língua. Ela geme
quando o pau e a língua penetram nela ao mesmo tempo. Tenho
certeza que ouço God rir nervosamente de algum lugar na minha
frente.

“Eu quero um pouco disso”, diz um dos meus irmãos


recém-descobertos, embora eu não saiba qual deles.

“Aquela é minha”, Micah, também conhecido como Cobiça,


geme com um sorriso de escárnio.

A sala gira, uma infinidade de cores, formas e corpos nus


e suados enquanto continuamos a nos mover por ela. Minhas
mãos esticam para tocar a pele das mulheres conforme
passamos, acariciando as coxas lisas e as barrigas tensas
enquanto elas gemem para mim ao mesmo tempo em que estão
sendo fodidas. Uma mulher deita-se de costas em uma cama
circular. Ela curva um dedo para todos nós quando passamos e
rimos. Paramos na frente de outra porta, e God bate uma vez
antes de abri-la e chama todos nós para dentro.

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KER DUKEY

Sebastian balança um pouco na porta, dou um tapa nas


costas dele enquanto o empurro para passar.

“Confuso”, ele murmura, sorrio concordando.

Estamos realmente confusos e isso é fantástico. No centro


do cômodo, há sete cadeiras dispostas em um círculo de sacrifício
— pelo menos, é isso que parece. Eu balanço em pé antes de
escolher uma cadeira e desmoronar nela. Arrastando a mão sobre
meu rosto, tento limpar um pouco os borrões da minha cabeça e
organizar meus pensamentos enquanto olho em volta da sala,
mas, exceto pelos meus companheiros pecadores, não há muito
que ver. Iluminação fraca. Paredes vermelhas. Velas trêmulas
alinhadas em um grande aparador de nogueira ao lado de uma
parede de pás e chicotes.

Eu ouço o som de uma porta se abrindo de algum lugar


atrás de mim, mas não tenho energia para me virar e olhar. Não
preciso também, já que sete mulheres mascaradas nuas entram
no centro do círculo, uma mulher diferente se movendo para ficar
na frente de cada um de nós.

Dou um olhar sonolento para a mulher na minha frente.


Uma bela mestiça com olhos dourados e seios enormes e firmes.
Ela olha para a minha esquerda enquanto fala com alguém sobre
uma câmera, então olha para mim e sorri antes de cair de joelhos.

“Você está bem, querido?” Ela ronrona. Estou agora.

Estendendo a mão, acaricio seu cabelo macio


encaracolado, meu pau estica meu jeans, e concordo com a
cabeça. Quero falar, mas minha boca parece seca, minha língua
pesada. A única coisa que parece funcionar é o meu pau, o que
não é necessariamente uma coisa ruim.

“Eu farei você se sentir muito bem, querido”, ela fala


suavemente, abrindo o zíper do meu jeans habilmente antes de
puxar o meu pau duro para fora. Eu suspiro quando suas mãos

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envolvem a circunferência, e ela começa a passar a mão


gentilmente para cima e para baixo.

Minha cabeça cai para trás, pesada demais para os meus


ombros. É bom — bom pra caralho.

Examinando a sala, meu olhar cai na cadeira ao meu lado


— God, também conhecido como Gula. A mulher na frente dele
está trabalhando no seu pau com a boca, sua cabeça balançando
para cima e para baixo ritmicamente enquanto ele agarra o cabelo
dela na mão e enfia na garganta dela repetidamente. Eu olho para
o meu outro lado para encontrar uma loira esbelta montada em
Sebastian. Ele agarra seu quadril, ajudando-a a subir em seu pau
antes de ancorá-la a ele para que possa deslizar seu corpinho
sexy para baixo em seu comprimento duro, bombeando para
dentro dela com força suficiente para arrastar a cadeira sobre o
chão. Cada vez que ela fecha os olhos ou olha para o outro lado,
ele agarra o rosto dela e a força a olhá-lo nos olhos. Jesus, mesmo
quando está fodendo, ele é estranho.

Eu olho de volta para minha mulher enquanto ela se


inclina para levar meu pau em sua boca. Quero que ela o faça,
claro que sim, mas também tenho planos melhores para o seu
corpo. Pego seu queixo entre meu polegar e o indicador e aperto
para que ela olhe para mim.

“O que há de errado, querido?” Ela pergunta em um


ronronar sedutor.

“Cale a boca”, eu ordeno, meus olhos se estreitam. “Você


fala quando eu te disser para falar.”

Suas bochechas se levantam em um sorriso atrás da


máscara, e ela concorda com a cabeça.

“Olhos para baixo, coxas separadas, pulsos juntos”, digo,


finalmente encontrando minha voz.

Ela evita o olhar e deixa cair o queixo no peito.

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Levanto-me da minha cadeira, tiro a jaqueta e a jogo no


chão. Vou até ela, minhas mãos esfregam suas costas, deslizando
até seu pescoço. Eu me agacho atrás dela, inclinando sua cabeça
para um lado para ter melhor acesso à sua garganta. Espalho
beijos em seu pescoço, minhas mãos acariciando sua pele macia
para alcançar seus mamilos e pegá-los um de cada vez. Eles estão
duros e atrevidos, e eu desço entre suas pernas, feliz por sentir a
excitação em seus lábios de baixo.

“Levante-se”, eu ordeno, e ela obedece imediatamente. Boa


menina.

Viro-a e corro minhas mãos sobre sua barriga lisa e bunda


redonda antes de finalmente chegar para chupar um de seus
mamilos escuros. Ela geme alto e meu olhar bate no dela com
força.

“Quieta”, eu falo, e ela concorda. “Boa menina”, digo mais


suave, movendo-me para trás dela novamente, minha mão
grande esfolando sua pele nua.

Grunhidos e gemidos ficam mais altos ao meu redor. O som


de pele batendo contra pele e o coro de gemidos ganhando vida
estão me excitando tanto, que eu acho que meu pau vai explodir
a qualquer minuto. Preciso estar dentro dela, afundando até que
minhas bolas batam contra o ápice de suas coxas.

“Qual o seu nome?” Murmuro em seu ouvido, desejando


que não estivesse tão tonto e confuso. Eu gosto de estar no
controle, especialmente quando se trata de sexo, e isso é muito
perto de estar fora de controle para o meu gosto.

“Courtney”, ela responde sem fôlego conforme eu mergulho


um dedo profundamente dentro de sua buceta faminta sem
avisar. Ela grita, depois se suaviza contra a intrusão, a cabeça
caindo para o lado.

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KER DUKEY

“Courtney o quê?” Pergunto enquanto bato em sua buceta


com meus dedos, a palma da minha mão esfrega seu clitóris em
círculos.

“Courtney, senhor?” Ela diz hesitante, e eu concordo.

Coloco uma mão nas costas dela e a empurro para frente,


até que ela esteja segurando as costas da cadeira com as duas
mãos. “Espere”, ordeno.

“Senhor?” Ela choraminga, a cabeça ainda baixa.

“O quê?”

De algum lugar ela faz surgir um preservativo e o segura


para mim. Porra, eu quase fodi com ela sem usar nada. Não é
nada legal. A sala está girando, e todos os lugares para onde eu
olho há sexo e depravação. A boca de Sebastian fode a buceta da
sua garota como se ela fosse um prato de caviar. Cobiça está
pingando cera quente nos peitos da sua garota. O cara, Rush,
que eu acho que recebeu o pecado da Preguiça, está largado em
sua cadeira enquanto sua garota monta nele, seu quadril
empurrando para frente e para trás enquanto ela brinca com seus
seios. Eu não sou intimidado por nada, mas algo sobre essa
situação parece errada.

Courtney se levanta e se vira para mim, desobedecendo


minhas ordens diretas. A fera em mim vem a superfície. Aperto o
queixo dela com força, minhas narinas dilatam com a visão de
seus olhos se arregalando em surpresa e choque.

“Eu não disse para você se mover”, grito.

“Sinto muito, senhor”, ela diz, seu olhar extasiado traindo


o quanto ela realmente sente.

“Agora você tem que ser punida”, eu digo. “Fique lá.” Vou
até a parede dos fundos, pisando entre os corpos e pego um remo
pequeno.

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Eu passo minha palma pela madeira, testando sua força e


textura antes de decidir que não é o certo. Colocando-o de volta,
eu pego outro e faço a mesma coisa.

É esse.

Eu viro, olhando para baixo enquanto Luxúria agora se


banqueteia na buceta da sua mulher. Ele enganchou suas pernas
sobre seus ombros, as mãos tocam seu corpo até a beira do
orgasmo antes de morder seu clitóris.

Volto para Courtney, que está curvada sobre a cadeira com


as mãos nos braços dela, sua bunda só esperando por sua
punição. Boa menina.

Eu passo minha mão sobre sua bunda algumas vezes,


amando a sensação de sua pele macia e quente sob a minha
palma. Mas não está quente o suficiente. Ainda não. Eu quero
isso quente. Queimando com fogo e dor antes de sentir prazer em
seu centro.

“Fique parada”, eu ordeno.

“Sim senhor.”

Esta não é a primeira vez que ela joga, gosto disso. Isso me
poupa de ter que ensiná-la. Levantando o remo, bato-o contra
sua bunda, depois espero para ver se ela faz algum som, rezando
para que o faça. Não que eu fosse capaz de ouvir qualquer coisa
com o Rhett fodido Masters, também conhecido como Luxúria.
Ele deve ser o mago da buceta, fazendo sua garota gritar
enquanto ela goza com força contra a boca dele.

Meu pau endurece, mais do que pronto para foder


Courtney, mas não terminei com ela ainda. E o prazer está
sempre na preparação. Eu levanto o remo e bato na bunda dela
novamente. Sua pele fica rosada e quente onde ele atinge, passo
minha mão sobre a pele ardente, observando o jeito que ela chia.
Eu sorrio, desfrutando da dor dela, e decido que ela precisa de

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KER DUKEY

mais um tapa com o remo antes de eu fodê-la, só para que ela


saiba quem está no comando.

Eu aliso com a mão sua bunda novamente, antes de ficar


de pé e recuar, batendo o remo em sua direção pela terceira vez.
Ela choraminga e quase gozo em meu jeans ao som de seus gritos.
Minhas bolas se apertam, prontas para explodir antes mesmo de
estar dentro dela.

“Isso parece divertido.” Sebastian sorri, olhando para mim


enquanto ele fode uma mulher magra loira. O cara mal parece
ofegante, apesar do fio de suor escorrendo pelo lado do seu rosto.
“Quero dizer, sério, não pare. Essa merda é quente. Da próxima
vez, faça mais forte”, ele continua falando enquanto empurra
dentro dela, observando-me o tempo todo como se não fosse
estranho pra caralho. Fazendo cara feia, eu ignoro o riso dele e
volto a atenção para Courtney.

Solto o remo e uso minha mão para alisar sua pele quente
antes de bater com a palma da minha mão. Seus músculos se
apertam e minhas narinas se abrem em desejo por ela. Eu corro
minha mão sobre sua buceta, deslizando um dedo para dentro,
em seguida, para fora antes de bater a mão sobre ela novamente.
Ela solta um grito estrangulado de prazer. Repito o processo —
acalmando sua pele tenra, dedilhando sua buceta até a beira do
orgasmo, em seguida, bato a mão em sua bunda, mais e mais,
apreciando cada golpe da minha mão sobre ela. A maneira como
pequenos vergões aparecem em sua pele avermelhada e uma
marca de mão vermelha vibrante é deixada para trás do meu
abuso, e a maneira como seus músculos se apertam em volta dos
meus dedos enquanto eu mergulho dentro dela.

Ela ainda não se mexeu de sua posição, mas quer. Ela está
um desastre, seu corpo tremendo de necessidade e dor. Meu pau
está dolorosamente duro. Se eu não a foder logo, minhas bolas
explodirão.

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KER DUKEY

Abrindo a camisinha, deslizo-a no meu pau grosso antes


de me alinhar com a entrada dela. Agarrando seu cabelo como
rédeas em um pônei, acaricio a pele lisa de suas costas,
acalmando seu corpo super sensibilizado, antes de abruptamente
entrar nela.

Meu pau vai para frente, enchendo-a enquanto puxo seu


cabelo para trás. Seu corpo está sendo puxado e empurrado em
duas direções diferentes enquanto ela geme algo no ar ao seu
redor. Ela grita, seus olhos lacrimejando enquanto tenta olhar
por cima do ombro para mim. Essa mulher — quem quer que seja
— é uma profissional em levar pau. Seu corpo rapidamente se
ajusta ao meu tamanho enquanto deslizo para fora de sua buceta
apertada antes de voltar para dentro.

Porra, isso é bom.

Ela é boa.

Tão bom, que posso ignorar Sebastian ainda falando


comigo enquanto fode com sua garota.

Tão bom, que posso ignorar a tontura na minha cabeça.

Tão bom, que seguro meu próprio orgasmo porque ainda


me recuso a deixar isso acabar.

Essa foda é escura, pervertida e pecaminosa. É tudo de que


eu gosto.

Sei que o nome dela não é realmente Courtney, sei que isso
é um trabalho para ela. Mas nesse momento, não dou a mínima
para nada disso. Não me importo que todas as mulheres estejam
usando máscaras e nós não. Não me importo que haja algum
motivo mais sombrio para esta noite. Sejam as drogas, a
atmosfera, nossa ligação com a irmandade — nesse momento,
tudo o que me interessa é foder Courtney até que eu não consiga
enxergar direito.

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KER DUKEY

Eu seguro seu quadril com força, mas ao contrário dos


outros, meu toque não é violento. É controlador e forçado o
suficiente para moldar seu corpo, mantendo-o na posição exata
que eu quero sem machucá-la. Porque quando machuco uma
mulher, marco sua pele com o meu toque, não há nada acidental
ou necessitado sobre isso.

Assim como quando eu luto, minha raiva e ira começam a


desaparecer. Eu me perco nas sensações do sexo. Do desejo e
luxúria. De dar e tirar. De foder alguém e tirar o controle dela
porque nós dois sabemos que tenho todo o poder nessa situação.
Que elas estão completamente à minha mercê.

Elas gozam se eu deixar.

Elas fodem como eu ordeno.

Elas ficam de pé ou se ajoelham — chupam ou fodem.

Elas se submetem a todos os meus castigos e desejos.

Sou o mestre desta situação, é o meu lugar favorito para


estar.

Em algum momento da noite, eu gozo forte. E então me


sento como se fosse o rei da porra do lugar enquanto trocamos
de parceiras e fodo a próxima garota na fila, submetendo-a ao
mesmo ritual que Courtney. Só que… Em vez de um remo, uso
um chicote.

A noite é um borrão de sexo.

De corpos nus.

De gemidos de homens e mulheres.

De prazer e dor.

De gozar tão forte que vejo estrelas.

De camaradagem, fraternidade e união.

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KER DUKEY

Em algum lugar, há uma câmera. Mas neste momento, eu


simplesmente não dou a mínima.

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KER DUKEY

CAPITULO 11

Dou outra tragada no baseado, inalando e segurando a


fumaça na minha boca por vários segundos, sentindo o peso
flutuar sobre a minha língua antes de soltá-la lentamente. O
sabor amargo é a coisa mais deliciosa que eu provei em semanas.
Porra, essa merda é forte. Estou começando a entender por que
o Preguiça é sempre tão frio com tudo. É difícil sentir alguma
coisa quando se está chapado o tempo todo.

Sebastian corre e pula na minha piscina, espirrando água


em tudo. Normalmente, eu teria perdido a paciência com algo
assim, a névoa vermelha cai como um cobertor sobre mim, mas
hoje eu sorrio histericamente. E porra, é bom rir assim.

A vida é boa pra caralho.

Maxwell está fora a negócios novamente, mas assim que


ele voltar, aquele idiota verá exatamente quem está no comando
por aqui. As coisas mudaram e não há como voltar agora. Nem

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KER DUKEY

para mim e nem para ele. Vou moer aquele filho da puta debaixo
do meu calcanhar até ele virar pó e manter Sab e eu longe dele e
das memórias negras que ele empurrou pelas nossas gargantas
toda a nossa vida. Então, começarei a destruir tudo o que ele e
nossa avó trabalharam a vida toda. Vou destruir as raízes da
Fundação Gunner, porque nenhum desses merdas merece isso.

Foda-se ele e foda-se essa família.

Não serei mais a ovelha negra da família. Muito em breve


serei a porra de um rebanho de ovelhas negras e o filho da puta
do pastor também, só porque eu posso.

“Eu gosto da sua piscina”, Sebastian diz conforme nada até


a borda dela. Ele se inclina contra a lateral, eu me sento antes de
me inclinar para entregar o baseado para ele. “Boa demais para
o seu gosto.”

Eu sorrio. “Com muito ciúmes?”

“Sempre”, ele responde, e o olhar em seus olhos me dá uma


pausa. Ele dá uma longa tragada e algumas tossidas, o que me
faz rir novamente. “Porra, isso é bom. O que você colocou nisso?”

Olho para Preguiça deitado em uma das espreguiçadeiras


sem camisa, os olhos fechados atrás de seus óculos escuros. O
cara está sempre dormindo ou parecendo que quer dormir. Ele
sorri, entretanto, mostrando-nos que está acordado e estende a
mão cegamente para o baseado.

“Minha receita especial.” Ele sorri.

É exatamente assim que eu esperava que fosse na Elite —


sem pressão, sem ninguém me dando ordens sobre o que fazer,
aonde ir ou quem ser. Perfeito pra caralho.

“Bem, sua receita especial é perfeita”, Sebastian diz.

“Como se eu já não soubesse disso”, Preguiça responde


arrogantemente.

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KER DUKEY

Nós ficamos à toa a tarde toda. Eu não tenho muita certeza


como isso aconteceu, mas quando acordei esta manhã, Preguiça
estava deitado em uma das espreguiçadeiras ao redor da minha
piscina como se fosse perfeitamente normal.

Eu não fiz nenhuma pergunta, ele puxou um saco de


maconha. Em algum momento, Sebastian apareceu com bebida
e o resto, como dizem, é história.

Depois de quase cometer um crime duas noites atrás


ajudando Luxúria em um problema com o pai dele, nós
precisamos disso. É bom estar perto deles, todos apenas
relaxando. Eu não esperava, nem pensei nisso quando decidi me
juntar à Elite, mas é uma irmandade e logo comecei a confiar
nesses homens — nesses irmãos.

“Posso te fazer uma pergunta?” Sebastian diz enquanto


nada de costas ao redor da minha piscina, o baseado ainda está
pendurado em seus lábios.

Bebo uma dose de uísque e olho para Preguiça. Além de


Sebastian que eu conheci antes de toda a merda da Elite, eu me
refiro mais aos meus irmãos pelos seus nomes de pecado. É a
única maneira de mantê-los todos alinhados na minha cabeça.
Acho que os olhos do Preguiça ainda estão fechados atrás de seus
óculos, mas de qualquer maneira posso dizer que ele está
escutando.

“O quê?” Pergunto.

“O que há nisso para você?” Sebastian pergunta. Ele vira o


cigarro em sua boca como se estivesse prestes a dar a alguém
uma espingarda, em seguida, submerge sob a água. Não tenho
certeza se é para dar a mim ou a ele alguns segundos para pensar
nas minhas próximas palavras, mas estou feliz por isso de
qualquer forma.

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KER DUKEY

Ele nada até a extremidade oposta da piscina, depois chuta


a parede e nada de volta. Quando finalmente surge, ele puxa o
baseado e sopra uma nuvem espessa de fumaça.

“Então?” Ele pergunta, olhando-me.

Olho para Preguiça, que está realmente mostrando algum


interesse na minha resposta. Ele se senta, piscando por trás dos
óculos.

“O que há nisso para você?” Pergunto a Sebastian. “Ou


você?” Pergunto ao Preguiça. “O que há para qualquer um de nós?
Poder. Liberdade. Controle”, digo, respondendo honestamente.

“Mas você tem tudo.” Sebastian passa a mão pelo cabelo


molhado. “Basta olhar para essa merda. Você obviamente tem
dinheiro, e claramente tem a liberdade de fazer o que quer que te
agrade. O que mais um homem poderia pedir?”

Eu sorrio. Mas não é amigável. É escuro e sinistro. O


sorriso de Sebastian vacila.

“Vingança”, ele diz, de fato.

“Agora, a isso eu posso beber”, Preguiça responde. Ele nos


serve outra dose de uísque, entregando uma para mim e depois
para Sebastian. “À vingança”, ele diz com um sorriso.

Eu bebo, mas não me sinto confortável fazendo isso. Soltei


muita informação, revelei muito. Não estou acostumado a confiar
em outras pessoas, confiar em ninguém além de mim mesmo.
Olho para os meus irmãos que estão conversando e rindo, e
percebo que as coisas são diferentes agora. Eu tenho que confiar
nessas pessoas. É para isso que me inscrevi na Elite.

Somos uma irmandade e estamos conectados.

Estamos nisso — o que quer que isso seja — juntos.

Sabella escolhe esse momento para andar pelo canto da


casa, seu vestido curto roça a parte superior de suas coxas e

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KER DUKEY

arruína meu bom humor. Já sei o que está por vir. Vi no rosto de
Sebastian, God e Rhett há alguns dias quando eles a viram pela
primeira vez no campus. Minha irmã é gostosa, gostosa demais,
e é a ruína de ambas as nossas existências. A quantidade de
garotos, depois homens, que eu peguei olhando-a do jeito que
meus novos irmãos estão fazendo, é demais para mencionar. Não
quero que o mundo da Elite foda com minha família. Ela sempre
virá primeiro. Afinal, isso é tudo por ela.

Sebastian solta um longo assobio, viro e olho para ele,


minha atenção se movendo para Preguiça enquanto ele ergue as
sobrancelhas para olhar melhor para ela.

“Essa é sua irmã?” Preguiça pergunta sem acreditar.


“Porra, aconteceria todo um lance de Princesa Leia e Luke
Skywalker se eu fosse o irmão dela.” Ele ri e eu rosno para ele.

“Cuidado com a porra da sua boca”, digo, meu bom humor


evaporando como um balão com um alfinete afiado. “Ou eu
cuidarei dela para você.”

“Luke não sabia que ela era irmã dele, cara. Não fale essa
merda e estrague a maior reviravolta da história
cinematográfica.” Sebastian franze a testa, mas Preguiça apenas
encolhe os ombros e puxa outra tragada do baseado.

“Só estou dizendo que, irmã ou não, eu bateria nessa


bunda. Ela é deliciosa demais.” Preguiça se inclina para trás na
espreguiçadeira antes de arrumar abertamente seu pau
endurecendo.

“Como disse, cale a porra da sua boca ou eu a fecho para


você. Permanentemente”, falo novamente. Respiro fundo e tento
controlar a raiva crescendo dentro de mim. Nenhum desses
idiotas parece perceber o quão perto eles estão de se afogar na
minha piscina se não pararem de despir a minha irmã com os
olhos.

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KER DUKEY

“Foi o que eu disse na primeira vez que a vi. Ela me deu


essa impressão”, Sebastian diz com um sorriso ainda firme no
rosto. “Sério, ela é linda demais para ser sua irmã gêmea,
Samuel. Talvez você seja adotado.”

Os dois homens começam a rir, mas tudo o que posso fazer


é olhar para eles e cerrar os dentes. Eu estalo as juntas da minha
mão, mais do que pronto para acabar com os dois.

“Calem a boca ou saiam da minha propriedade, vocês dois”,


eu digo, todo o meu humor foi embora.

“Calma, Sam. Nós estamos só fodendo com você”,


Sebastian responde, dando-me um sorriso lento.

“Eu preferiria estar fodendo com ela”, Preguiça diz, e meu


olhar dispara para ele.

“É isso aí. Dê o fora daqui.” Agora eu grito.

Levanto-me quando Sabella se aproxima de mim, tirando


seus óculos escuros e os fones de ouvido. Ela olha para nós três,
seu olhar na droga e na cerveja espalhadas ao nosso redor.
Sebastian se levanta da piscina enquanto Preguiça pega sua
cerveja, nenhum deles fazendo qualquer movimento para sair da
minha casa.

“Por que você não estava na universidade hoje?” Ela me


pergunta bruscamente, seus olhos cinzentos indo de mim para
Sebastian, que pegou uma toalha e está enxugando seu peito. Ele
é forte e magro e ela claramente gosta do que vê, o que azeda a
bebida no meu estômago ainda mais. “Sammy, você disse que
não estragaria tudo desta vez”, ela diz, olhando de volta para
mim.

“E não vou”, eu solto. “Mas as coisas mudaram.” Cruzo


meus braços sobre o peito, de repente me sentindo como pai dela.
Poderia castigá-la? Queimar todos os seus vestidos e saias e fazê-
la usar jeans folgados e meus suéteres velhos pelo resto da sua

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KER DUKEY

vida? Tecnicamente, ela é mais velha que eu, mas isso não
significa realmente nada.

“Não parece para mim”, ela diz com um aceno de mão para
a festa que estávamos tendo antes dela aparecer. “Limpe essa
bagunça você mesmo, antes que papai veja.”

“Sou a porra de um garoto crescido, Sab. Disse que tenho


essa merda sob controle, e tenho. Agora, vá cobrir seus seios
antes que eu tenha que matar um desses filhos da puta.”

Ela coloca a mão no quadril e inclina a cabeça para mim,


suas bochechas brilhando de vergonha apesar de sua atitude
agressiva. “Você é inacreditável, sabia?”

Sebastian vem para ficar ao meu lado, e eu olho para ele,


embora ele me ignore para olhar para minha irmã. Ele estica uma
mão ainda úmida para ela.

“Bem, isso não pode ser coincidência”, ele diz com um


sorriso, e a carranca de Sab vacila.

“O que não pode ser coincidência?” Ela pergunta, seu tom


gelado.

“Estou te avisando”, eu grito. Há um limite para minha


paciência. Somos irmãos da Elite, por isso estou dando a ele a
consideração de não o espancar e fazê-lo uma polpa sangrenta,
mas esse respeito só lhe concederá alguns passes.

Eu quero arrancar a cabeça dele.

“Trombar com você novamente. São duas vezes em uma


semana”, ele fala arrastado. “Já que seu irmão é muito rude para
nos apresentar, eu me apresento. Sou Sebastian Westbrook e
você é a irmã Gunner mais bonita que eu conheço.”

Ela pega a mão dele, embora eu a conheça bem o suficiente


para saber que ela não gosta dele — de jeito nenhum. Ela pode

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achá-lo atraente, mas ele está sendo muito atrevido, arrogante e


seguro demais para o gosto dela. Ela é mais do tipo tímido e nerd.

“Bem, Sebastian, eu não acho que você seja a melhor


influência para o meu irmão. E como esta é a minha casa
também, eu gostaria que todos vocês saíssem.” Ela solta a mão
dele e cruza os braços sobre o peito. Ela olha para mim. “Você me
prometeu, Sammy. Você me prometeu que iria tentar de verdade.”
Ela balança a cabeça, sua raiva se dissipando em tristeza. “Eu
não sei por que sempre acredito em você. Sempre acabo me
decepcionando.”

Ela se vira e se afasta de mim, e Jesus Cristo fodido, ela é


mesmo a filha do nosso pai. Sabe exatamente como me fazer
sentir como um pedaço de merda com apenas o mínimo de
palavras.

O sorriso de Sebastian desaparece quando um trovão soa


ao longe e sinto as primeiras gotas de chuva caírem sobre meus
ombros nus.

“Pensei ter dito para dar o fora”, eu rosno para Preguiça.


Olho para Sebastian. “Você também, filho da puta.”

Sebastian concorda e se vira para se vestir, seus olhos


verdes brilham com algo parecido com raiva, o que é incomum
para ele. De todas as coisas que sei sobre Sebastian, a raiva não
é uma delas. Ele é estranho pra caralho, amigável demais com
quase todo mundo, mas acho que ainda não o vi com raiva. Meu
celular apita no bolso e eu o pego e leio a mensagem.

Porra. É isso.

Arrasto minha mão pelo cabelo e chupo meu lábio inferior.

“O que é?” Preguiça pergunta enquanto caminha até mim.

“Minha tarefa”, eu respondo. “Esta noite é a noite.”

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KER DUKEY

Ele bate no meu ombro. “Divirta-se. Apenas lembre-se de


terminar se você tiver que foder um cavalo ou alguma merda
assim.” Ele ri antes de ir embora.

Sebastian está calçando seus sapatos Oxford quando olha


para cima para mim. “O que a mensagem diz?”

Eu empurro meu celular de volta para o bolso enquanto a


chuva começa a cair mais forte. “Só diz para me encontrar no
velho convento hoje às oito.”

Ele vem na minha direção. “Se precisar de alguma coisa,


alguma ajuda, uma ligação é o suficiente.” Ele dá um tapinha no
meu ombro e concordo.

Ainda estou chateado com ele, mas tenho coisas maiores


para pensar do que Sebastian olhando para minha irmã.

Esta noite é a noite. Minha tarefa. O selo final que me


levará para a Elite.

Uma única tarefa estúpida está entre mim e quebrar o


pulso de Maxwell Gunner sobre mim e minha irmã. Uma tarefa
estúpida e ele verá quem está realmente no comando por aqui.

Mal posso esperar.

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KER DUKEY

CAPITULO 12
A chuva está caindo forte agora, grandes lençóis cortam o
céu noturno e afogam a luz da lua brilhando através das janelas
do antigo convento. É glorioso pra caralho.

“Você entendeu?” Orgulho pergunta, sua expressão está


ilegível como de costume.

Eu olho para o cartão novamente, memorizando cada


palavra dele.

A moeda dada a você pela Elite oferece uma troca de


favores futuros. Se você a usar para fugir de sua tarefa, não
terá a opção de troca na segunda tarefa. Você precisará seguir
ou ser expulso como candidato. Usar sua moeda não lhe deixa
favores futuros, você precisará de algo que não seja dado
livremente pela Elite. Pense cuidadosamente sobre sua
escolha. Você só tem uma.

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KER DUKEY

IRA

Sua tarefa é o pecado da sedução.

Patience Noelle, filha única do prefeito Noelle e


queridinha da St. Augustine.

Para a garota que não acredita em amor.

Sua tarefa é quebrar o coração dela.

A Elite dá, e a Elite tira.

Eu faço uma careta, mas aceno, Orgulho se aproxima e


pega o pequeno cartão de mim antes de segurá-lo sobre uma das
velas e ateá-lo no fogo.

Conheço o Prefeito Noelle. Ele esteve em nossa casa para


jantar várias vezes ao longo dos anos, conheço sua filha, embora
não a tenha visto ou pensado nela há anos — desde que nós dois
éramos crianças pequenas tentando encontrar alguma diversão
quando em vez disso ela testemunhou uma surra. Eu não a vi
novamente até que estávamos na adolescência em jantares
abastados que nossos pais davam. Ela passou de uma pequena
defensora para uma adolescente desajeitada com dentes
separados, cabelos crespos e um pouco magricela, sem seios.
Mas sempre haveria uma conexão entre nós, aquele dia nos uniu
para sempre.

Arrasto a mão pelo meu cabelo. Isso será fácil e


embaraçoso ao mesmo tempo. Eu quebrei o suficiente de
corações de garotas ao longo dos anos para não deixar essa
merda me afetar. O que será mais um?

Ele se move ao redor da sala, soprando as velas. “Você


parece profundamente pensativo”, ele diz, quando sopra a última
vela e caminhamos através do chão de concreto frio para a porta.
A tempestade não parou, e eu começo a desejar que estivesse

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KER DUKEY

usando minhas botas em vez dos tênis. Eu ficarei encharcado até


chegar ao meu maldito carro.

“Eu a conheço”, respondo quando estamos na porta


olhando para a chuva.

Eu não sei muito sobre Mason, ou devo dizer Orgulho, mas


Preguiça disse que ele é um cara de confiança. Dependente e leal,
ou alguma merda. Acho que é por isso que ele foi escolhido para
comandar o nosso grupo — o que claramente irrita God,
conhecido como Gula.

God é o tipo de homem que você não diz o que fazer.


Nenhum de nós é, mas onde o resto de nós não leva muito a sério
os nossos pecados, ele claramente se ofende muito por não ser o
Orgulho. Seu pai é como o terceiro homem mais rico do mundo
ou alguma merda como essa, então nunca houve um problema
que ele não pudesse consertar com dinheiro — até agora. É quase
muito engraçado que o homem mais arrogante do nosso grupo
tenha cometido o pecado da gula.

“Você conhece quem?” Orgulho pergunta, balançando as


chaves do carro em torno de seu dedo indicador.

“Minha tarefa”, aponto o polegar por cima do ombro. “Eu


sei quem é a garota.”

“Isso muda as coisas para você?” Ele pergunta seriamente,


uma carranca puxa suas feições duras, fazendo-o parecer quase
preocupado. Eu não tenho certeza sobre esse cara, mas é quase
como se ele não quisesse isso — a Elite. Ele odeia o seu pecado,
isso é óbvio, e o ar está sobrecarregado de culpa ao nosso redor
agora.

Eu sacudo minha cabeça. “Não, acho que isso torna mais


fácil.”

“Bom, porque a Elite não quer que você perca tempo.


Comece com isso imediatamente.” Ele responde.

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KER DUKEY

Mastigo meu lábio inferior por um momento. Eu não vejo


Patience há muito tempo. Desde a noite em que a beijei e
estraguei tudo.

Eu tropeço pela casa escura, imaginando de onde vem a


música baixa. Meu pai mandou Sabella e eu para a cama assim
que o jantar acabou. Ela está dormindo, mas eu não consegui. Em
vez disso, fiquei acordado, fazendo flexões, abdominais e suando.
Tenho apenas treze anos, mas estou determinado a me tornar um
homem o mais rápido que puder. Minha vida gira em torno de
homens de terno entrando em minha casa e fechando as portas na
minha cara. Homens com músculos maiores que todo o meu corpo.
Homens com ternos caros, com mulheres coladas em seus braços.
Homens e dinheiro — é tudo o que conheço. E estou determinado
a um dia comandar o respeito deles, de um jeito ou de outro.

Eu fico na escada no escuro, ouvindo a música suave vinda


do escritório do meu pai, perguntando-me se eu deveria ter certeza
de que ele está lá e não acabou de deixar a música ligada.

Vozes murmuram por dentro, e percebo que ele está falando


com alguém. Eu deveria voltar para o meu quarto, mas estou
curioso. Papai nunca teve ninguém por perto depois que os criados
iam para casa. Arrasto-me escada abaixo e ando na ponta dos pés
em direção a sua porta antes de colocar o meu ouvido contra a
madeira e ouvir.

No começo, eu não consigo ouvir nada, apenas a batida


baixa da música vibrando no ar, mas então, há um som. Gemidos
e o som de tapas. Mãos na pele e os gritos suaves de uma mulher.

Meu coração bate no meu peito, um sentimento doentio


cresce no meu estômago.

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KER DUKEY

Meu pai está batendo em alguém — não menos que uma


mulher — e ela está chorando.

Eu não tenho certeza do que fazer. Sempre soube que há


algo obscuro sobre ele, segredos que ele guarda de Sab e eu. E a
maneira como ele olha para nós dois às vezes é o suficiente para
deixar alguém com medo. Especialmente a maneira como ele olha
para Sab. Mas eu nunca pensei isso.

Tenho trabalhado, construindo meus músculos e força, e o


medo que eu sempre sinto quando ele está em casa de uma de
suas viagens tem evaporado lentamente. É agora ou nunca. Eu
tenho que enfrentá-lo. Para proteger quem ele está machucando e
mostrar a ele que eu não sou mais uma criança — que não ficarei
parado e deixarei acontecer. Não em minha casa.

Eu giro meus ombros e estalo meus dedos antes de


pressionar o trinco da porta e abri-la. Estou com sorte. Ele está de
costas e não me ouve. Olho ao redor em busca de algo para acertá-
lo, meu olhar cai em um longo remo na cadeira ao lado da porta.
Eu pego com a testa franzida, minhas mãos acariciando a madeira
dura enquanto me pergunto o que é.

A mulher grita e meu olhar dispara para ela. Ela está


inclinada sobre a mesa do meu pai, sua saia levantada para
mostrar sua bunda, sua buceta rosada pisca para mim enquanto
papai se move para a esquerda e acaricia a parte inferior das
costas.

Eu engulo, perplexo. Suas mãos estão amarradas com um


cordão preto, e sua bunda tem vergões vermelhos.

“Você tem sido uma garota muito malvada. Não pense que
eu não vi você na mesa se tocando, pressionando os dedos dentro
da sua buceta gananciosa. Eu te disse que você tinha que esperar
até que eu estivesse pronto para te dar prazer.” Meu pai fala em
seu tom dominador habitual, provocando arrepios na espinha.
“Essa punição é sua culpa. Lembre-se disso.” Seu braço recua

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KER DUKEY

quando ele levanta alguma coisa, então ataca a bunda dela com
ele.

Ela grita novamente, e papai se inclina ao lado de sua


orelha. “Silêncio.”

“Sim, senhor”, ela choraminga.

Ele recua mais uma vez, batendo na bunda dela e fazendo


com que mais vergões avermelhados apareçam em sua pele. Minha
calça parece subitamente apertada, muito apertada. Com minha
mão eu ajusto meu pau semiereto.

Isto está errado.

Ele está machucando-a.

E ainda assim eu não posso parar o jeito que meu coração


dispara e meu pau engrossa enquanto eu assisto.

Papai alisa a mão em sua bunda novamente. “Boa menina.”


Eu o escuto soltar sua calça antes de deixá-la, e sua roupa íntima,
cair no chão, onde ele sai de ambos e as afasta.

Agora, tudo que eu posso ver é a bunda branca do meu pai


e a mulher, agora bem vermelha por tudo o que ele usou nela. Meu
pai fica atrás dela e sei o que vem a seguir. Eu vi pornografia, não
sou idiota.

Eu quero ir embora, mas algo me mantém aqui, colado no


lugar enquanto o vejo transando com ela. Ela nunca emite um som,
nunca se move a menos que ele reorganize seu corpo para atender
melhor às suas necessidades, e quando goza, ele goza com um
gemido alto, agarrando seus quadris e batendo nela com tanta
força que a grande escrivaninha de nogueira que ele normalmente
trabalha faz barulho no chão, me tirando do meu devaneio.

Olho para o remo na minha mão, meu olhar cai da madeira


para a parte úmida na frente da minha calça, onde eu gozei
enquanto observava meu pai bater em uma mulher.

the elite seven


KER DUKEY

“Você está bem?” Ele pergunta, se movendo para


desamarrar as mãos dela.

“Sim, senhor”, a mulher sorri.

Ele pega um pote de creme e começa a alisar um pouco os


vergões. “Assim está melhor?”

“Muito. Obrigada.”

Ela se levanta e meu pai se inclina, beijando-a, suas mãos


puxam seu cabelo enquanto ela envolve seus braços ao redor dele.
Ele se afasta do beijo primeiro, e ela abre os olhos, seu olhar cai
em mim desde que ainda estou em pé, de boca aberta na porta de
seu escritório.

“Merda, Max”, ela sussurra, pegando um pedaço de tecido


do chão para se cobrir.

Meu pai se vira, seu pau ainda pinga com o seu esperma,
seu olhar percorrendo cada centímetro meu, da mancha de gozo
na minha calça para o remo em minhas mãos.

Eu engulo e abro a boca para dizer alguma coisa, mas ele


parece furioso — mais furioso do que eu já vi. Bato minha boca
antes que qualquer palavra saia.

Meu pai anda em minha direção, seu olhar duro, escuro e


assustador como o inferno. “Que porra você está fazendo fora da
cama, Samuel?” Ele grita. Eu balanço minha cabeça, ainda não
tendo palavras. “Fale!”

Percebo que estou tremendo, tremendo da cabeça aos pés


enquanto tento entender o que acabei de ver e por que ele está tão
zangado comigo. Seu rosto está vermelho e seus olhos escuros
estão frios. Ele nem parece envergonhado de sua própria nudez.

“Você acabou de assistir tudo isso?” Ele questiona, e eu


aceno, meu olhar indo para a mulher ainda em pé na mesa

the elite seven


KER DUKEY

enquanto ela se engasga. “Você é um pequeno pervertido,


Samuel?”

“Não, pai”, murmuro.

Mas eu sou.

Apenas assisti o que meu pai fez e não há como negar que
gostei. Eu gostei muito disso.

“Você me enoja. Saia daqui e nunca fale sobre o que viu


novamente. Você está me ouvindo, garoto?” Ele ordena.

Eu aceno e viro-me para sair.

“Samuel. Dê-me o remo.”

Eu volto e entrego o remo para ele, uma sensação de tristeza


me dominando com a perda. Olho para ele em suas mãos grandes,
ciúmes surge através de mim enquanto me pergunto se algum dia
eu sentirei seu toque novamente.

“O que foi?” Pai pergunta, sentindo que tenho perguntas.

Eu corajosamente olho em seu rosto, pensando,


estupidamente, que ele gostaria de eu ser um homem e fazer a
minha pergunta. “Foi bom?” Odeio-o com cada centímetro do meu
ser. Eu tenho o odiado há muito tempo. Mas ainda tenho treze anos
e sou curioso. Eu tenho perguntas que só ele pode responder.

Ele franze a testa e olha brevemente para a mulher — uma


mulher que agora reconheço como Marie Noelle, uma mulher que
esteve em nossa mesa de jantar mais cedo hoje à noite. E mãe de
Patience.

“O que foi bom?”

“Quando você bateu nela”, respondo, flexiono meu queixo.


Eu sei instantaneamente que eu deveria ter mantido minha boca
fechada.

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KER DUKEY

O rosto do meu pai fica em branco e ele me olha pelo que


parece uma hora ou mais antes de responder.

“Você não fala do que acabou de ver para ninguém. Está me


ouvindo?” Sua voz é calma, mas há algo arrepiante em seus olhos.

“Ok”, eu respondo, depois me afasto, sentindo raiva. “não


mencionarei isso para ninguém. Nem mesmo ao prefeito.”

Eu só dei um passo para longe dele quando sua mão grande


bate forte no meu ombro. “O que você acabou de dizer para mim?”

“Maxwell! Pare com isso!” Marie repreende por trás. “Se ele
disser alguma coisa...”

“Ele não vai!” Ele grita antes de me virar de novo para


encará-lo. A parte de trás da sua mão bate na lateral do meu rosto
e eu grunho de dor. “Você acabou de me ameaçar?” Ele zomba.
Balanço minha cabeça e nego, sentindo-me atordoado. “Se você
acha que tem coragem de me ameaçar, então pelo menos tenha
coragem de seguir a ameaça, Samuel.” Ele me empurra para o
corredor, batendo minhas costas contra a parede.

“Sinto muito”, eu grunho quando ele me dá uma joelhada no


estômago.

Mas eu não sinto muito, estou com raiva.

Furioso com ele por foder a esposa do prefeito porque sei que
pode machucar a Patience se ela descobrir, e com raiva porque ele
tem informações que eu quero.

“Seu pequeno bastardo. Nunca me ameace! Fica de boca


fechada ou eu me certificarei de fechá-la para você!”

Ele me empurra para longe e eu tropeço e caio no chão. Eu


olho para ele, seu pau flácido pendurado entre as coxas grandes.

“Lembre-se do seu lugar, garoto. Se não fosse por mim, você


não seria nada. Um ninguém. Um pequeno moleque órfão sem mãe
nem pai.” Ele zomba, mas sua expressão muda de repente, sua

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KER DUKEY

raiva se dissipa em segundos. Ele engole, a culpa preenche suas


feições. “Basta sair da minha vista”, ele diz, sua voz grossa de
emoção, vergonha queima em suas bochechas. Ele puxa as mãos
pelos cabelos e se afasta de mim. “Não fale sobre isso com
ninguém.”

Eu pulo e corro.

Sei para onde vou assim que meus pés batem no chão do
lado de fora da casa. Vou ver Patience. É o mesmo lugar que eu
visito toda vez que preciso encontrar a paz.

Quando chego à casa dela, estou encharcado da chuva e


sem fôlego, a mancha úmida em minha calça não é mais visível.
Um relâmpago ilumina sua casa e eu corro com mais força.

Vejo uma luz acesa na janela dela e jogo uma pedra para
cima, como sempre faço. Segundos depois, ela olha para mim com
uma careta antes de concordar e se afastar.

Está chovendo ainda mais forte agora, e fico sob a grande


árvore faia no quintal para ficar seco. Eu vejo quando ela vem para
fora, olhando para a esquerda e direita e para mim. Eu assobio
para chamar sua atenção. Ela fecha a porta silenciosamente e
corre pela chuva até mim. Até o momento que correu a curta
distância, ela está encharcada também. Sua camisola de algodão
fino se agarra ao corpo dela.

“O que foi?” Ela pergunta, envolvendo os braços em volta de


si mesma para se aquecer. Seus olhos escuros me olham,
pequenas linhas de expressão aparecem entre as sobrancelhas.
“Você está bem?” Ela estende a mão para tocar minha bochecha e
seus olhos mostram uma preocupação sincera. Eu acho que há
uma marca de onde meu pai me bateu.

“Estou bem, eu só queria ver você”, digo, perguntando-me


por que eu realmente vim aqui.

Patience é minha amiga. Minha confidente.

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KER DUKEY

Nunca contei a ela sobre as coisas que meu pai disse


naquela noite, nunca conversamos sobre meu avô ou sobre
nenhuma das babás cruéis que vieram para nossa casa e nos
trataram com indelicadeza. Ela é apenas Patience e sou apenas o
Samuel. Somos amigos — ela é minha única amiga.

Mas de pé debaixo da faia, nós dois molhados da chuva,


vejo algo em Patience que nunca vi antes. Uma faísca de algo
quando ela tira os óculos para limpar a chuva das lentes. Enquanto
ela os coloca novamente, eu estendo a mão e toco seu braço,
acalmando-a, os pensamentos da buceta de sua mãe ainda estão
vívidos na minha cabeça.

“O que foi?” Ela pergunta, preocupação ruboriza suas


bochechas.

Aproximo-me mais perto dela, precisando de seu calor


corporal. Estou tremendo do frio, desejo ainda queimando no meu
interior. Eu vim para contar a ela sobre a prostituta que sua mãe
é, mas agora que estou aqui, parece irrelevante. Eu estendo a mão,
envolvendo-a em seu pescoço, e gentilmente puxo-a para mim.

Ela choraminga automaticamente, inclinando-se para mim


como se eu fosse o sol e ela está derretendo com o meu toque, seus
olhos escuros são cautelosos, mas cheios de esperança. Eu engulo
antes de colocar minha boca na dela e beijá-la com força.

Posso sentir seu aparelho.

Posso sentir sua língua.

Posso sentir seu corpo rígido ao lado do meu.

Mas principalmente, eu posso sentir algo que nunca senti


antes. Necessidade. Desejo. Urgência. E algo mais que é muito
bom. Algo que não é medo.

Sinto-me poderoso.

Sinto-me no controle.

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KER DUKEY

Eu corro as mãos sobre seu corpo, minha calça aperta


quando minha mão se move sobre sua bunda e ela geme na minha
boca enquanto eu a aperto. Meu pau está duro em minha calça e
eu me pressiono contra ela, desesperado para ouvir os sons que
sua mãe fez para meu pai saírem de sua boca.

Patience de repente se afasta do beijo e de mim. “Samuel?”


Ela diz, meu nome é um sussurro em seus lábios rosados. “O que
há de errado?”

Cruzo meus braços sobre o peito, com medo dos sentimentos


estranhos que estou tendo e envergonhado pelo jeito que minha
calça molhada se agarra à minha ereção pesada. Seus olhos estão
fechados, seus cílios espessos e escuros contra sua pele pálida.
Ela lentamente abre os olhos e parece que me vê, o meu verdadeiro
eu.

O menino assustado.

O menino que só quer amor e carinho.

O menino sem mãe.

O assassino.

O garoto que está tão confuso com o que viu hoje à noite, que
se sente mal do estômago, mas igualmente excitado.

E isso o assusta pra caralho.

Eu a empurro para longe. “Saia de perto de mim.”

“O quê?”

“Você é uma provocadora de pau”, viro-me com raiva.

Minhas palavras a cortam e a perfuram mais do que


qualquer pau ou pedra jamais poderia.

“Por que você está dizendo isso, Sam?” Ela pergunta, sua
testa vincada em confusão e dor.

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KER DUKEY

Eu nunca me senti tão poderoso em toda a minha vida.


Tenho o poder de ferir, controlar alguém com minhas palavras. “Eu
disse, você é uma puta, assim como a puta da sua mãe.”

“Sam!” Meu nome escapa de seus lábios. Uma de suas mãos


voa para a boca para segurar o soluço e eu de repente gostaria de
poder pegar as palavras de volta. Mas não posso.

“Patience —”

“Fique longe de mim!”

Eu a pego enquanto ela tenta correr de volta para a casa.


“Por favor, me desculpe!”

Ela se vira e me dá um tapa forte no rosto. “Fique longe de


mim.”

E então ela me deixa lá, sozinho de pé sob a árvore.

“Você está bem?” Ele pergunta, interrompendo meus


pensamentos.

Eu engulo, pensando em Patience, a garota que eu não vi


desde a noite debaixo da árvore onde a beijei, então a chamei de
puta.

“O quê?” Eu pergunto, dando uma tragada no meu cigarro.

“Você ficou todo...” ele dá de ombros.

Ele parece imerso em pensamentos, como se realmente


desse a mínima para essa história — sobre Patience, eu e o
resultado disso.

“Estou bem. Só pensando em bobagens.”

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KER DUKEY

Ele olha para a chuva. “Você já pensou que isso é tudo


besteira, Sam?”

Jogo meu cigarro no chão. “Eu acho que a maioria das


coisas é besteira, irmão”, respondo sem olhar para ele. “Tanto faz.
Eu preciso ir.”

Não espero que ele responda antes de correr para o meu


carro, ficando novamente encharcado quando chego à porta.
Orgulho dirige um Chevy Impala velho que parece estar prestes
a desmoronar, mas ele não parece notar. O homem poderia dirigir
um Lamborghini, mas duvido que ele queira. Ele é todo negócios
e não prazer.

Ele liga o motor e o vejo ir embora até não poder mais ver
suas luzes, depois olho para a chuva além da minha janela,
pensando naquela noite com Patience.

Eu empurrei essa memória, e aquela noite, para o fundo


da minha mente e agora isso me alcançou.

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KER DUKEY

CAPITULO 13
Eu olho para o prefeito Noelle assim que chego em casa.
Pesquisa é importante para essa tarefa. Eu vi Patience um
punhado de vezes desde aquela noite, mas nenhuma vez depois
que ela completou quinze anos. Alguém disse uma vez que ela
estava sendo educada em casa, mas nunca me importei em
investigar isso. Eu estava muito ocupado lutando, fodendo e
usando drogas nessa época.

Uma rápida pesquisa no Google mostra que o prefeito


Noelle ainda mora na mesma antiga casa de fazenda, a 800
metros daqui. Mas não há discussões sobre o paradeiro de onde
Patience está agora.

Encontro algumas fotos de um jantar beneficente de


caridade recente, na esperança de localizá-la, mas o prefeito está
constantemente cercado por mulheres — mulheres jovens que
deveriam ter melhor senso do que permitir que esse idiota
trepasse com elas.

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KER DUKEY

Meu celular vibra e o pego, lendo a mensagem de


Sebastian.

ABRA SUA PORTA.

Eu franzo a testa para a mensagem. Não estou com


disposição para companhia agora. Eu tenho essa porcaria para
fazer e conversar com ele não é importante agora. Saio do meu
quarto para a porta da frente da casa da piscina e com certeza
Sebastian está parado lá, seus olhos verdes cortam o dia
cinzento.

“O quê?” Eu questiono.

“Tem que controlar esse seu temperamento, Sammy.” Ele


sorri enquanto usa meu apelido que Sab deixou escapar.

“O que você acabou de dizer?” Eu franzo a testa. Olho para


ele, vendo Sabella se movimentar na cozinha da casa principal.
“Você falou com a minha irmã novamente?”

“Pare de agir como um marica. Nós estávamos apenas


conversando.” Ele torce o relógio em seu pulso e continuo a
franzir o cenho para ele. “Eu vim para descobrir sobre a sua
tarefa, você precisa de alguma ajuda com isso?”

Eu faço uma careta mais acentuada. “Não.”

Ele revira os olhos e passa por mim. “Você sabe que sou
bom com tecnologia, certo? Se você precisar de alguma coisa, me
avise, me use.”

“Você parece um pornô barato”, sorrio e ele entra.

Vejo-o andando pela casa da piscina, pegando minhas


coisas e colocando no lugar.

“O que você quer?” Eu pergunto, fechando a porta já que


ele claramente não sairá tão cedo. Ando até a cozinha para pegar
uma bebida energética. Passei a maior parte da noite pensando

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KER DUKEY

em Patience, Maxwell e Sabella e a porra do que fiz da minha


vida.

“Eu te disse, vim para ajudar”, ele diz enquanto olha para
o meu laptop. Ele olha para mim. “Você está pesquisando sobre
o prefeito?”

“Não posso dizer”, eu respondo.

“Não pode dizer ou não dirá?” Sebastian sorri. “Ooooh, um


mistério! Somos como a equipe do Scooby Doo. Você pode ser o
Salsicha e eu serei o cara alto e loiro que fica com todas as
gostosas.” Ele pisca.

Na verdade, não tenho certeza se podemos falar sobre


nossas tarefas, uma vez que não nos foi dito especificamente que
não, mas tenho a impressão de que provavelmente seria
desaprovado.

“Tanto faz”, respondo com um encolher de ombros. “Você


já obteve a sua?” Pergunto, curioso.

A tarefa não era o que eu esperava, e estou interessado em


saber o que todo mundo recebeu. A minha parece... Errada,
fodida mesmo. Por que isso com essa garota? O que a Elite espera
ganhar machucando-a?

Ele se senta com meu computador e começa a clicar nos


botões, suas mãos se movem sobre o teclado muito rápido para
eu compreender. “Não, ainda não. Estou entediado pra caralho
enquanto espero, no entanto.”

Pego duas bebidas energéticas e abro uma antes de bebê-


la quase completamente. Foda-se, estou cansado. E devo ir para
a universidade hoje. Uma reunião foi marcada com a orientadora
da universidade, cortesia do meu pai idiota.

“Aqui está”, Sebastian diz. Ele está olhando para a tela do


meu computador e solta um assobio. “Ela é gostosa pra caralho.
Não é tão quente quanto sua irmã, mas é incrivelmente foda.”

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KER DUKEY

Eu faço uma careta para ele. “Tenha cuidado.”

Ele ri enquanto eu pego o laptop. Espero ver pornografia


ou alguma merda assim, mas o que vejo me faz largar a lata.
Porra, sou grato por ter bebido quase tudo.

Na tela do meu computador está Patience. Pelo menos...


Acho que é ela. Eu pego a lata do chão e jogo uma camiseta velha
sobre a bebida no chão antes de me aproximar do laptop para ver
melhor.

É ela, mas não como a vi antes. Não é de admirar que eu


não a tivesse reconhecido instantaneamente.

Patience é linda. Realmente linda pra caralho.

Nada como a garota desengonçada que eu conheci.

Seu cabelo está longo, escuro e brilhante nas costas. Seus


lábios são grossos e pequenos, e atrás deles estão dentes brancos
e retos. Sua pele é pálida como leite e ela cresceu. Seus seios
parecem grandes e firmes, as pernas longas, a cintura estreita.
As coisas ficaram muito mais complicadas.

“Porra”, eu murmuro enquanto percorro as fotos dela.

“Você vai pegá-la?” Sebastian pergunta por cima do meu


ombro, fazendo-me praticamente pular de susto, já que estava
tão perdido que esqueci que ele estava aqui.

“Filho da puta, eu vou arrancar seus dentes se fizer isso


comigo de novo!” Eu grito, mas depois não consigo parar de rir
quando ele finge inocência.

“O que posso dizer? Sou quieto.”

“Quieto? Você é como um fodido perseguidor do jeito que


você se arrasta.”

“São minhas loucas habilidades ninjas”, ele brinca.

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KER DUKEY

Eu balanço minha cabeça, ignorando o olhar estranho em


seu rosto quando olho de volta para uma foto de Patience. Desta
vez, ela está deitada em uma praia, com alguns amigos, usando
um pequeno biquíni branco que mal cobre seus seios grandes.
Jesus, ela precisa cobrir isso, eu penso sombriamente. De
preferência com a minha boca.

“Então, ela é a sua tarefa?” Sebastian pergunta.

Olho novamente para ele, tentando decidir se é bom falar


sobre isso ou não. Ele provavelmente vai descobrir de qualquer
maneira, decido.

“Sim”, eu olho para a foto dela sorrindo, seu cabelo


amarrado em um coque bagunçado enquanto ela observa o mar.

“Você tem que fodê-la?” Ele pergunta. “Porque tenho que


dizer, não que eu queira que nós nos tornemos parceiros de vida
ou qualquer coisa, mas você é um cara bonito, então não acho
que você tenha algum problema. Ela não tem namorado. Ela
viajou no ano passado depois de se formar no ensino médio mais
cedo. Não que ela realmente tenha cursado o ensino médio. Na
verdade, parece — pelo menos pelo que li rapidamente — que ela
estudou em casa desde os catorze anos. Provavelmente fará o
mesmo quando se trata de universidade também. Ela tem vivido
com a mãe na Califórnia.”

Ele se inclina contra a mesa, pega a lata de energético


fechada e a abre. “Eu diria que ela provavelmente ainda é virgem
— apesar da bunda linda que ela tem. Algo a assustou quando
ela era criança, acho que ela nunca superou isso.”

Eu olho para ele em choque e me pergunto. “Você


descobriu tudo isso através de algumas fotos?”

Ele ri e bebe da minha lata antes de fazer uma careta e


colocá-la de volta. “Cara, essa merda vai apodrecer seu
estômago.” Ele começa a andar em direção à porta.

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KER DUKEY

“Sebastian!” Eu chamo com raiva, e me levanto.

Ele para e se vira. “Não, descobri isso pela rápida busca


que fiz sobre ela. Enviei tudo para sua impressora, cara. Ligue
para mim se precisar de mais ajuda. E acalme-se. Você é como
uma panela de água fervente pronta para borbulhar o tempo
todo. Isso me deixa nervoso pra caralho.”

Sebastian sai e eu olho para a minha impressora, vendo


duas ou três folhas impressas. O cara é um maldito gênio, apesar
de — ou talvez por causa de — sua estranheza.

Aproximo-me e pego as cópias antes de ler rapidamente,


sabendo imediatamente o que a assustou todos aqueles anos
atrás.

Eu.

A culpa queima em minhas veias com o pensamento desta


linda mulher se sentindo como uma merda todo esse tempo por
minha causa. E então eu cerro meus dentes. Não por minha
causa, por causa de Maxwell. Por causa daquela noite e do que
ele fez.

O filho da puta arruinou as coisas para mim e para ela.

Deus, eu não posso esperar para arruiná-lo.

Meu celular toca no meu jeans, mas o ignoro em favor de


observar Patience do outro lado da sala. Além disso, eu já sei
quem é. É a mesma pessoa que ligou desde que perdi minha
primeira sessão com o conselheiro da universidade.

Patience se recosta na cadeira e pega a caneca de café


antes de tomar um gole. Eu pretendia me aproximar assim que
as amigas dela saíssem para a aula, mas, em vez disso, fiquei

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KER DUKEY

sentado aqui por uma hora, observando-a como um estranho tipo


de perseguidor.

Mas eu não posso parar.

Quanto mais a observo, mais me preocupo com a tarefa.

Jesus fodido Cristo, estou me transformando em um


marica.

Eu era um garoto naquela época, e estraguei tudo, com


certeza ela entenderá isso?

Ela estende a mão e estica os braços acima da cabeça,


levantando a pequena camiseta para revelar uma barriga lisa e
bronzeada em baixo. Um barista para em sua mesa e ela pede
outro café, pega o bloco e a caneta antes de continuar a escrever.

Baseado nas coisas que Sebastian imprimiu para mim, ela


tem um tutor que vem a sua casa três vezes por semana. Ela é
estudante de psicologia e atualmente está em uma aula. Ela é
linda e inteligente. Sab a amaria. É uma vergonha ela não ser
mais do que uma foda rápida.

Eu sacudo o pensamento. Isto não é sobre um


relacionamento ou encontrar alguém que Sab aprovará. Eu não
pretendo fazê-la minha namorada e viver feliz para sempre,
enquanto cavalgamos para o pôr do sol. Isto é sobre a tarefa.
Foda-se ela, vou fazê-la se apaixonar por mim e então quebrarei
o coração dela. Estou supondo que a Elite quer que ela falhe em
seu curso ou algo assim, embora eu não entenda por que eles
querem fazer isso com uma garota como ela. Patience viajou no
ano passado, ajudou a construir orfanatos na África do Sul,
cavou poços no Camboja. Quero dizer, ela é tão pura como
parece.

‘I'm a Man’ de Black Strobe, vem no rádio e eu sorrio


sozinho. Eu amo essa música e definitivamente preciso usar meu
homem interior para fazer essa merda.

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KER DUKEY

Ok, seu maricas, é agora ou nunca. Este é um maldito sinal.

Eu me levanto, passo por entre as mesas e ignoro os


olhares descarados de outras mulheres. Eu tenho um alvo, e
assim como no ringue, não vou a lugar nenhum sem um foco.

Paro ao lado da mesa dela e a olho. Sua blusa possui um


decote, revelando o volume de seus seios sob o sutiã. Faz-me
pensar o quão rosados serão seus mamilos depois que eu a fizer
usar grampos de mamilo por uma hora. Maldito inferno. Eu
gemo.

Limpo a minha garganta enquanto ela lentamente olha


para cima, seus olhos escuros observam minhas pernas e sobem
pelo meu corpo até o rosto. Seus olhos se arregalam levemente.

“Patience Noelle”, digo, “faz muito tempo.” Eu sorrio,


usando minha língua para umedecer meus lábios.

Ela respira fundo e se levanta, ficando cara a cara comigo.


Eu acho que ela vai sorrir, talvez até me beijar. Foda-me, ela é
mais bonita pessoalmente do que nas fotos. Como isso é possível,
não tenho certeza, mas é verdade.

Seus olhos se estreitam quando ela se inclina para trás,


sua mão desce com força para me dar um tapa no rosto. O som
ecoa entre nós. É um grande tapa no meu rosto, mas esse não é
exatamente o ponto.

Ela vira as costas para mim e pega suas coisas antes de


olhar para trás e me encarar. “Não o suficiente”, ela sussurra,
seus lábios grossos cospem praticamente veneno enquanto seus
olhos se estreitam.

Ela me empurra e, como o bastardo que sou, deixo-a


afastar-se, chocado demais e excitado demais para impedi-la.
Porque se há uma coisa que eu gosto mais do que tudo, é uma
mulher mal-humorada que posso ensinar a se submeter.

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KER DUKEY

O tilintar do sino acima da porta sinaliza sua partida, e eu


olho para ela, esfregando a mão ao longo da minha bochecha e
dando uma risada baixa.

Esta tarefa ficou muito mais difícil, mas eu gostarei de tê-


la na minha cama.

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KER DUKEY

CAPITULO 14
Entro no lar de idosos e tenho um enorme ramo de flores
sob um braço e um saco de doces na outra. Estou vestido com o
meu melhor traje casual e inteligente, porque jeans e jaqueta de
couro não servem para esse tipo de lugar se eu quiser vencê-la.

A mulher que trabalha na recepção ergue os olhos


bruscamente, seu olhar varre cada centímetro meu enquanto ela
me dá um sorriso caloroso. “Bem-vindo ao lar de idosos da
Nouvelle, posso ajudá-lo?”

Eu ando até a mesa dela, inclino-me e dou meu melhor


sorriso ofegante. “Estou realmente procurando por Patience
Noelle, acredito que ela presta alguma ajuda aqui?”

O rosto da recepcionista faz uma careta. “Sim, ela já


começou. Você está aqui para se voluntariar?”

Eu aceno, e ela me entrega uma folha de inscrição. “Todos


nós estaremos aqui um dia, sabe? Temos que cuidar dos nossos
idosos.”

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KER DUKEY

Suas bochechas ficam rosadas quando eu lanço outro


sorriso para ela. “Sim. Exatamente.”

Deslizo um cheque por cima do balcão para ela. “Espero


que isso ajude.”

O Lar de idosos Nouvelle está com problemas financeiros.


Sebastian me deu essa informação em menos de trinta segundos
depois de procurar. Ele baixou um itinerário de todos os lugares
frequentados por Patience, e a cada linha que lia eu gostei menos
dessa tarefa. Se Sabella descobrir que eu fodi essa garota, ela
nunca me perdoará. Ela é tão parecida com Sabella, e isso é
assustador. Ela é boa e gentil, honesta. Ela abdica seu tempo,
dinheiro. Porra, Jesus, ela é tudo que eu não sou.

A recepcionista abre o envelope e seu sorriso se amplia.


“Céus”, ela murmura, fixando o olhar em mim. “Deixe-me te levar
até lá.”

Ela começa a se levantar, mas eu levanto a mão. “Não


precisa. Vou encontrá-la.”

Eu aceno e desço o corredor, sentindo os olhos da


recepcionista na minha bunda o tempo todo. Faço uma careta
enquanto olho em volta. Este lugar precisa urgentemente de
manutenção e uma nova decoração. O papel de parede está
enrolado nos cantos, o carpete está envelhecido e um cheiro
desagradável fica no ar, o que me lembra a morte. Sem mencionar
que existem grandes rachaduras nas paredes.

Eu prefiro morrer a acabar em um lugar como este.

A porta da sala de café está aberta e eu olho, procurando


em todos os lugares por ela, finalmente encontrando-a servindo
café para um cara que me lembra o esqueleto de Os contos da
cripta. O velho pervertido está olhando direto para o decote dela
enquanto ela serve um café para ele, mas em vez de sentir raiva,
eu solto uma risada, sabendo que faria a mesma coisa.

the elite seven


KER DUKEY

Não posso evitar meu sorriso quando olho para todos os


rostos felizes. Este lugar pode ser um buraco, mas ninguém aqui
parece se importar. Outra garota se aproxima e fala com Patience,
e ela balança a cabeça e sorri, colocando a mão no braço da outra
garota. Deus, o que eu não daria para ela me tocar assim... E
mais.

Eu endireito meus ombros e entro, indo direto para a


senhora mais velha do lugar e entregando-lhe uma das flores do
buquê que estou carregando. Ela me dá um sorriso pastoso
quando uma pequena luz volta aos seus olhos cinzentos.

“Oh, eu não recebo flores desde os trinta e dois anos de


idade”, ela murmura. “Obrigada, meu jovem. Você fez esta velha
senhora muito feliz.”

Eu dou de ombros e olho em volta. “Não vejo nenhuma


velhinha por aqui”, digo com uma piscadela, e ela ri enquanto eu
me movo para a próxima coroa e faço a mesma coisa. É por volta
da oitava senhora quando Patience vem até mim, e murmura na
minha orelha.

“O que você está fazendo aqui?” Ela ruge.

Viro-me para encará-la, parecendo surpreso. “Uau, que


surpresa. Eu não esperava te ver aqui.

Ela revira os olhos para mim. “Deixe de papo furado,


Samuel.”

Dou um meio encolher de ombros a ela e me afasto, porque


sou um bastardo arrogante, e sei que ela me seguirá. Ela entra e
fica na minha frente, bloqueando minha visão de uma velha
senhora usando um lenço na cabeça, o cabelo afofado para os
lados, como uma velha romena.

“Você se importa?” Pergunto com uma carranca. “Estou


tentando colocar um pouco de luz na vida dessas pessoas.”

the elite seven


KER DUKEY

Sua boca se abre, e ela se atrapalha com as palavras que


não conseguem sair da sua língua. Ela olha para o lado, depois
de volta para mim antes de deixar escapar um suspiro frustrado.

“Eu preciso que você vá embora”, ela finalmente diz, seu


tom de voz inexpressivo.

“Eu não tenho certeza do que dizer para você, Patience, só


estou aqui tentando fazer algo legal”, digo calmamente. Ela odeia
que eu esteja aqui, mas ela terá que se acostumar com isso. Vou
segui-la em todos os lugares, até que ela finalmente ceda e fique
na porra da minha cama.

Lágrimas enchem seus olhos, e merda, acho que ela vai


chorar, mas então algo se instala e ela se recompõe. Eu gosto
disso. Gosto que ela não se deixe enganar pelas minhas merdas
e seja influenciável.

“Mesmo? Então isso é só uma coincidência?” Ela pergunta,


com sua voz mais suave e as mãos nos quadris. “Você realmente
já esteve aqui antes?”

Eu não posso mentir. Ou... Não mentirei. É uma promessa


que fiz para mim quando era criança. Eu nunca a quebrei, e não
pretendo fazer isso agora, mas não posso admitir a verdade ou
ela ficará furiosa comigo.

Há um tapinha no meu ombro e fico aliviado por dois


segundos até ver a recepcionista com o cheque na mão e um
sorriso de flerte no rosto.

“Com licença, o gerente me pediu para vir e agradecer


pessoalmente pela sua doação. Você não tem ideia do que isso
significa para nós.” Ela sorri novamente e aceno com a cabeça.

“Sim, está tudo bem, não se preocupe com isso”, eu digo.

“Esperamos que esta não seja a primeira e última vez que


veremos você por aqui. Eu sei que pessoalmente gostaria de te
conhecer mais, Sr. Gunner.”

the elite seven


KER DUKEY

Eu olho para Patience. Sua expressão suave endureceu.


Ela balança a cabeça para mim, suas bochechas ficam
vermelhas.

“Você é inacreditável!” Ela ruge e depois se afasta.

“Foda-se”, eu resmungo. Corro atrás dela, alcançando-a


em dois passos simples, ciente de que todos na sala estão nos
observando. “Patience”, eu digo o nome dela, e percebo que gosto
da sensação disso em meus lábios.

Quando crianças eu sempre amei o nome dela e, como


homem, adoro ainda mais.

“Vá embora”, ela diz, continuando a se afastar.

Eu corro na frente dela, parando-a no caminho. “Você vai


me ouvir?”

“Não!”

“Por favor?”

Seus olhos se estreitam. “Não!”

“Patience”, eu digo seu nome ao mesmo tempo em que ela


recua e me dá um tapa forte no rosto. De novo. Que se foda, não
fere nada além do meu orgulho. Ela realmente precisa saber com
quem está lidando.

Esfrego a mão no meu maxilar falsamente. Ela parece


chocada que acabou de me bater novamente, e acho que posso
usar isso para minha vantagem.

“Você mereceu isso”, ela diz baixinho, suas bochechas


ficam mais vermelhas, enquanto todos olham para nós.

Eu olho para eles e aceno. “Eu mereci.”

“Não faça isso”, ela diz.

“O quê?”

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KER DUKEY

“Não finja que você está me salvando quando nós dois


sabemos que você é um idiota que só se importa consigo mesmo.”

Eu tenho que admitir, isso dói um pouco. Principalmente


porque é a verdade.

“Isso é maldade”, digo a ela, e a dúvida passa pelo seu


rosto. “Você sabe, eu gosto de você, só isso. Pensei que talvez eu
pudesse fazer algo legal enquanto estivesse te vendo.”

Ela sacode a cabeça e se afasta.

Merda. Eu pensei que tinha conseguido chegar até ela.

Patience sai da sala e eu olho em volta, sem saber o que


fazer agora. A recepcionista voltou para sua mesa, e a velha
senhora que eu estava ao lado olha para mim com expectativa.

“Isso é melhor do que a novela Dias de nossas vidas”, ela


diz com um sorriso. “Vá atrás dela!”

Eu assinto e despejo o resto das flores em seu colo antes


de correr atrás de Patience até o corredor, mas quando chego lá,
ela se foi.

Porra.

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KER DUKEY

CAPITULO 15

Ouço som dos sapatos de Maxwell batendo no chão


enquanto ele caminha pela entrada, chamando minha atenção.
Eu olho para cima do computador em que estou trabalhando
quando ele para na porta.

“A universidade ligou”, ele grunhe, “você perdeu sua


reunião.”

Abaixo minha caneta. “Eu já falei com eles e remarcaram a


reunião.”

Ele suspira. “Você não está entendendo, Samuel.”

“Não estou?” Fuzilo-o com meus olhos. “Porque eu pensei


que o objetivo era ir à universidade e não entrar em nenhuma
briga, é isso que eu estou fazendo.”

the elite seven


KER DUKEY

Seus olhos se estreitam em mim, finalmente absorvendo os


papéis espalhados sobre a mesa como confetes. “O que é tudo
isso?”

“Lição de casa”, eu resmungo. “Aparentemente, o professor


mais chato do mundo, com uma voz que te faz dormir, não é
tortura suficiente. Eles também querem ter certeza de que
fiquemos entediados quando chegarmos em casa.” Arrasto a mão
pelo meu cabelo, observando o jeito que seus lábios se levantam
em um meio sorriso com esse comentário.

“Sr. Pulliver”, ele ri. “Ele tem síndrome de cachorrinho, mas


sabe do que está falando se você conseguir superar o quão chato
ele é.”

Eu sorrio, então me forço a parar. Sua própria risada


desaparece. “Se estiver tudo bem com você, vou aproveitar esta
noite. Posso usar um intervalo. Meu cérebro não está acostumado
a fazer todo esse trabalho.” Eu levanto uma sobrancelha.

Ele franze a testa, confuso com a minha admissão e sobre


eu perguntar por qualquer coisa.

Não se acostume com isso, filho da puta.

“Claro”, ele responde antes de se virar. Eu sorrio, mas paro


rapidamente quando ele olha de volta para me encarar
novamente. “Tenho um evento de caridade hoje à noite que a sua
avó está organizando. Sabella irá.” Ele coça sua barba, uma
expressão severa no rosto. “Eu tenho outro ingresso se você
quiser vir conosco.”

Suavizo minhas feições e aceno com a cabeça. “Sim. Isso


seria bom.”

Ele resmunga outra coisa antes de ir embora e sorrio


novamente. Eu já sabia sobre o evento de caridade hoje à noite,
graças a Sebastian, e não tinha dúvidas de que a Elite poderia ter
me dado um ingresso se eu pedisse, mas preciso ir com meu velho

the elite seven


KER DUKEY

pai e minha irmã. Patience estará lá, e se vou conquistá-la, a


minha imagem de bad boy não funcionará. Ela teve namorados,
todos eles eram do tipo que tentam namorar Sabella: bons e
saudáveis homens de família — o oposto de tudo que sou.

Não posso mudar ou esconder o fato de que fui expulso de


tantas universidades, ou negar minha ficha criminal por lutar,
então parecer um homem mudado é a minha intenção. Aparecer
com minha irmã, pai e avó é imprescindível para conquistá-la.

“Sammy?” Sabella diz quando entra no quarto. “Você está


bem? O que aconteceu?”

“Eu entrei em uma briga estúpida na escola”, eu minto. “Não


faz mal”, deito-me novamente, e dou de ombros como se nada
tivesse acontecido, apesar do fato de que minhas pernas parecem
geleia derretida.

“Mesmo?” Ela examina o meu rosto, que agora deve estar


começando a aparecer os hematomas, ou pelo menos começando
inchar. “Parece doloroso”, ela diz enquanto se aproxima até tocar
o corte.

Forço-me a não reagir quando ela toca meu lábio sangrento


e sensível, sou recompensado com um sorriso dela. Eu sorrio de
volta, feliz por não ter contado a verdade.

“Veja”, eu digo. “Estou bem.”

Ela balança a cabeça, mas franze a testa. “Eu não entendo


por que você está sempre brigando, Sammy. Por que você está tão
bravo o tempo todo?”

Eu dou de ombros, por que o que posso dizer?

the elite seven


KER DUKEY

Nosso pai nos odeia. Ele contrata babás para cuidar de nós,
mas quando percebem que não serão a próxima Sra. Gunner, elas
levam suas frustrações para nós — para mim, porque eu levo as
surras por você.

Eu sou mau, porque assim você não aparece sob o radar.

Mas se eu for bom, nos machucaremos.

E prefiro morrer a deixar algo acontecer com você.

“Eu não sei. Só sinto raiva o tempo todo”, digo, o que não é
uma mentira completa.

Sinto-me irritado o tempo todo.

E com raiva por termos que viver dessa maneira.

Eu me sinto furioso por não termos uma mãe.

Por mal termos um pai.

Mas principalmente, sinto-me zangado porque estou triste


pra caralho o tempo todo. Porque não entendo o motivo do papai
não nos amar — me amar. Como ele não consegue ver a merda
acontecendo bem debaixo do seu nariz.

“As pessoas são horríveis”, eu digo. “Eles me perturbam,


não posso deixá-los me chatear.”

Odeio mentir, especialmente para ela, e juro que quando


crescer, nunca mais vou mentir.

Sabella suspira para mim. “Eu gostaria que você pelo menos
tentasse ser bom, Sammy. Prometa-me que você vai tentar.”

Nós temos doze anos, mas somos ambos mais velhos em


nossas cabeças.

“Eu vou tentar, Sab”, então me deito novamente.

É melhor eu mentir do que contar a verdade.

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KER DUKEY

Subo as escadas para tomar banho e me trocar. Eu já


recebi um novo terno e sapatos esta tarde, acho que estou
realmente ansioso para usá-los. Não é sob medida, nem do meu
costureiro de sempre. Em vez disso, God me apresentou um de
seus contatos. Tanto quanto eu sempre odiei usar ternos, há algo
a dizer sobre como usar um te faz se sentir e parecer poderoso.

Depois do banho, eu seco meu cabelo e penteio para trás


do meu rosto antes de vestir a camisa e abotoar a calça. O terno
cinza que o alfaiate de God escolheu para mim se encaixa como
uma luva. Estou acostumado a fazer sob medida, mas esse é
muito bom. Seda forrada, lapelas largas e botões verdadeiros de
chifre. Eu me encaro no espelho, sentindo-me como uma fraude,
mas rapidamente afasto esse sentimento. Escolho um par de
abotoaduras de ouro e prendo-as antes de deslizar no meu paletó
e pulverizar uma colônia de quinhentos dólares.

Lá embaixo, espero na porta. A limusine para quando abro


a porta e acendo meu cigarro. Então ligo para Sabella.

Esta noite será terrível. Eu desprezo passar tempo com


Maxwell, mas passar um tempo com minha avó é ainda pior. A
bruxa velha é apenas isso — uma vadia velha e julgadora que
menospreza todo mundo e tudo mais. Nada é bom o suficiente
para ela, nem mesmo seus únicos netos.

Meu pai se junta a mim ao lado da porta, olhando de lado


para o cigarro em minha mão. Ele não fuma. E odeia o fato de eu
fumar. Essa é uma das razões pelas quais eu comecei
inicialmente. Mesquinho? Sim. Mas não dou a mínima. Qualquer
coisa que eu possa fazer para tornar sua vida insuportável vale a
pena no meu livro.

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KER DUKEY

Ele me olha de cima a baixo, sua barba grisalha se contrai


quando vê meu terno novo. “Isso não é do...”

“Não. Eu tenho meu próprio alfaiate”, respondo,


interrompendo-o.

Ele concorda. “É bom. Você parece...” hesita, tentando


encontrar a palavra certa, “inteligente.”

Quero rir. Ele poderia ter dito qualquer coisa, porque


qualquer coisa teria sido melhor que inteligente. Eu pareço mais
do que inteligente. Estou impressionante. Meu corpo ganhou
músculos desde a última vez que ele me viu em um terno. Eu o
preencho agora, ao invés de apenas usá-lo. Mas claro, ele não
pode simplesmente dizer isso para mim. Digamos que ele esteja
orgulhoso de mudar minha vida. Ou ele está feliz por eu vir hoje
a noite. Não. Em vez disso, o filho da puta acha que eu pareço
inteligente.

Cretino.

Sabella desce as escadas, seu apertado vestido preto e


prateado agarra-se a sua silhueta de ampulheta. Seu cabelo está
preso no alto da cabeça, com cachos suaves ao longo de cada lado
do rosto. Tanto Maxwell quanto eu a encaramos com uma
carranca.

Ela parece uma estrela de Hollywood. Como Marilyn


Monroe ou alguma merda.

“Vá trocar-se!” Maxwell ordena.

“Agora mesmo, caralho!” Eu grito.

Sab olha entre nós dois, seus olhos cinzentos se arregalam


antes de começar a rir. “Eu não farei isso.”

Ela se empurra entre nós dois e dirige-se para a limusine,


e eu me viro para olhar para Maxwell. “Você não está seriamente
deixando-a sair assim, está?”

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KER DUKEY

Ele olha para ela com um olhar que eu nunca vi antes em


seu rosto. “Ela parece muito com sua mãe.” Ele sorri, as rugas do
seu rosto suavizando. Seu olhar ainda está em Sabella quando o
motorista abre a porta e ela entra.

“O que você acabou de dizer?” Pergunto e minha garganta


se aperta.

Ele se vira para olhar para mim, a névoa se dissipando e


suas feições endurecendo novamente. “Fique de olho nela hoje à
noite”, ele responde, seu tom tenso e desconfortável. Ele olha
para longe de mim e se dirige para a limusine. Eu fico olhando
para ele, perguntando-me que porra foi essa que acabou de
acontecer.

“Vamos, Sammy. Nós vamos nos atrasar”, Sab chama pela


janela, um enorme sorriso em seu lindo rosto. Ela está se
deleitando nisto — seu irmãozinho e seu pai viajando na mesma
limusine — e para uma festa, nada menos que isso. Estamos
agindo como uma família de verdade em vez de inimigos para
variar. É algo que nenhum de nós está acostumado.

Não, tudo que eu já tive é Sabella e o túmulo de uma mãe


que eu visito uma vez por semana para confessar meus pecados.
Mas isso... Família... Eu posso ver por que as pessoas querem,
anseiam tanto. Uma mãe, um pai, uma irmã, uma vida que não
é sobre raiva e violência, ódio e fúria, mas talvez sobre amor e
riso. A luz ao invés da escuridão.

Enterro esses pensamentos patéticos profundamente. Isso


nunca será eu. Não permitirei isso.

Começo a andar para a limusine e meus sapatos esmagam


o cascalho. Eu deslizo para dentro para fazer o papel de irmão
amoroso e filho respeitável. Sorrio para Sab e ela abraça meu
braço. Pego o olhar de Maxwell em nós, seu olhar irreconhecível
para mim.

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KER DUKEY

Talvez haja uma pitada de amor depois de tudo. Uma


pontinha de orgulho tentando emergir durante todos os anos
horríveis que ele nos fez passar. Não importa. Agora é tarde
demais para isso.

Dou-lhe um sorriso firme e observo enquanto ele retorna o


olhar brevemente antes de olhar para Sabella, com orgulho em
seus olhos. O que é que ele disse? Ela se parece muito com a
nossa mãe? Olho para o outro lado e sorrio para ela, desejando
poder ver o que ele viu. Saber o que ele sabe. Mas não posso.

Maxwell Gunner destruiu todas as fotografias da nossa


mãe.

Ele a apagou de nossas vidas como uma lembrança ruim.


Eu nunca soube como ela era, e nunca verei. Não posso deixar
de me perguntar o quanto ele vê dela em mim.

Eu espero que seja muito.

Espero que quando eu o arruinar, ele a veja arruinando-o


também.

Porque eu não consigo imaginar nada mais doloroso para


ele. E a dor é minha especialidade.

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CAPITULO 16

“Oh, você o trouxe com você”, minha avó diz, nem mesmo
tentando esconder sua aversão por mim. Ela aceita Sabella —
Sab trabalhou muito ao longo dos anos para ganhar a aceitação
de minha avó — mas eu... Bem, ela me despreza. Mais ainda
porque não jogarei o seu jogo de merda. “Ele não vai causar uma
cena, não é? Eu tenho o prefeito aqui esta noite e alguns amigos
do clube de bridge, Maxwell.”

“Não causarei nenhum problema. Eu prometo”, digo com


tanta sinceridade quanto eu posso reunir.

Ela me olha de cima a baixo em desaprovação. “Sim, bem,


já ouvi isso antes.”

Ela se vira e vai embora, e tento esconder a minha


gargalhada o melhor que posso.

Buceta velha e idiota.

the elite seven


KER DUKEY

Ela está certa, no entanto. Ela já ouviu isso antes. A única


coisa que gosto mais do que irritar Maxwell é envergonhar minha
avó. Fiquei bêbado em seu sexagésimo aniversário e peguei a
sobrinha da sua melhor amiga no vestiário, certificando-me de
que ela gozasse bem alto no meio dos discursos. Isso levou um
pouco de habilidade, deixe-me dizer, mas eu toquei aquela garota
como a porra do Flautista de Hamelin.

Mas minha lembrança favorita foi em um evento de


caridade para as vítimas do furacão Katrina. Sem sobreviventes
ou vítimas, e esse foi o meu primeiro problema em seus eventos
de caridade. O segundo é que as chamadas vítimas eram vadias
ricas que perderam seus casacos de pele para as tempestades.

Minha avó não dava a mínima que as pessoas tinham


perdido suas vidas, suas casas, seus pertences. Não, ela se
importava que ela e todas as suas amigas vadias tivessem perdido
seus casacos de pele.

“Não é engraçado”, Sab diz, acotovelando minhas costelas.

Eu levanto uma sobrancelha para ela, percebendo que devo


ter rido para mim mesmo.

Maxwell já se dispersou para falar com um dos


conselheiros locais, deixando-nos sozinhos.

“Você quer beber?” Eu pergunto.

“Sammy”, ela avisa.

Eu levanto minhas mãos inocentemente. “O quê? É só um


gole.”

“Tudo bem”, ela responde com cautela. “Champanhe. Eu


vou dizer oi para alguns amigos.”

“Trarei a bebida”, eu digo.

the elite seven


KER DUKEY

Noto um idiotazinho com mais gel no cabelo do que é


razoavelmente aceitável para alguém da idade dele olhando para
ela. Eu o encaro até ele desviar o olhar.

“Sim, é melhor tirar o olho, babaca”, murmuro, “olhe para


longe, porra.”

No bar, peço um uísque sour e uma taça de champanhe


com um breve aceno de cabeça, antes de dar uma olhada no
salão. Ainda não vi Patience, mas sei que ela está aqui em algum
lugar. Espero que ela não me veja e tente fugir como fez hoje.
Caso contrário, esta tarefa será tediosa e chata pra caralho.

Meus olhos caem sobre um homem falando em um tom


moderado com um oficial fardado, uma série de distintivos
adornam o peito do seu casaco. Que cretino pretensioso. O outro
homem é um que reconheço, no entanto. É o cara que eu vi na
boate da Elite, e assim como naquela noite, ele tem um ar de
autoridade e superioridade em torno dele como uma aura visível.
“Você tem um olho para detectar o poder em um local”, uma voz
sensual ronrona, chegando ao meu lado. Um perfume inebriante
flutua em meu nariz, queimando minhas narinas e exagerando
no perfume enjoativo. Eu abaixo meus olhos para ela. Ela é linda.
Cabelo preto caindo como uma folha de seda sobre os ombros,
descansando sobre um par de peitos empinados em um vestido
preto revelador, mas ela tem uma aparência falsa que nunca me
atraiu. Por que as mulheres acham que precisam fazer toda essa
merda nos seus rostos e corpos?

A mulher do clube da Elite me disse quem ele era, mas eu


quero saber quem ele realmente é. O homem claramente detém
poder, dados os lugares e pessoas com quem ele se mistura.

“Quem é ele?” Eu pergunto, dando-lhe outro olhar. O


homem é alto, alto pra caralho e forte, usa um terno imaculado,
feito sob medida e caro. Ele inspeciona a sala, observando tudo e
todos enquanto permite que o policial faça toda a conversa. Mas
ele é o encarregado da conversa, isso está muito claro.

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KER DUKEY

“Esse é meu irmão, o rei de Nova Orleans”, ela zomba,


pegando uma bebida quando não notei o seu pedido. Ela toma
um gole e se aproxima de mim até que estamos quase nos
tocando.

“E o de uniforme?” Eu pergunto.

“Ah, esse é o nosso chefe de polícia.” Ela sorri com força.


“Não é o que você conhece nesta cidade, Samuel. É quem”, meus
olhos se voltam para os dela com o uso do meu nome.

“Você me tem em uma posição desvantajosa”, eu


resmungo.

Seus olhos brilham antes que ela me diga: “Oh, isso eu sei.”

“Lillian.” Maxwell anuncia sua presença: “Eu vejo que você


conheceu meu filho. Espero que ele esteja se comportando.” Sua
expressão parece impassível para qualquer outra pessoa, mas
vejo a tensão em torno de seus olhos quando ele nos olha.

Tomando de uma vez só a minha bebida, que a garçonete


finalmente colocou na minha frente, eu gesticulo para outra.

“Ele estava apenas me contando sobre suas aulas”, ela diz


com um sorriso, seus olhos ainda treinados em mim. “Ele disse
que está colocando todos os seus esforços nas tarefas previstas
para ele. É bom saber que ele leva essas coisas tão a sério e
pretende cumprir seu dever até o fim”, ela diz a Maxwell, seus
olhos ainda estão fixos nos meus. Seu duplo significado não
passa despercebido por mim.

Ela tem algo a ver com a porra da Elite.

Maxwell grunhe com suas palavras como se fossem


risíveis. “Sabella, minha filha, adoraria que você a conhecesse.
Ela é aquela de quem eu lhe falei.”

Aproximando-se, ela dá um tapinha no braço de Maxwell.


“Talvez mais tarde. Estou sendo chamada pelo todo-poderoso.

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KER DUKEY

Desculpe.” Ela valsa em direção a seu irmão, que está de cara


feia para ela.

“Como você a conhece?” Pergunto a Maxwell, que está


ocupado observando a bunda de Lillian enquanto ela atravessa a
multidão.

“Ela é sua orientadora, Samuel, e uma mulher muito


influente. Seria uma boa ideia manter suas boas graças.” Com
isso, ele desaparece, deixando-me questionar o que diabos uma
orientadora da universidade teria a ver com a Elite.

Eu ouço uma risada alta, e quando olho, percebo God e o


homem mais gordo que eu já vi na minha vida ao lado dele. God
parece extremamente desconfortável. Na verdade, acho que
nunca o vi tão desconfortável quanto está agora, enquanto o
gordo enfia um pouco de camarão na boca.

God mantém as cartas perto do seu peito. De todos no


grupo, ele é quem eu menos conheço. Ele está acostumado a
conseguir o que quer, seja comprando o que precisa ou usando o
nome da sua família. Se for honesto, ele é o tipo de cara que eu
geralmente não suporto estar por perto. Ele é muito
autoconfiante e desagradável, assim como minha avó e suas
amigas. Mas, sem dúvida, tê-lo do meu lado tem seus benefícios.
Como o terno que estou usando no momento, por exemplo.

Ele toma um copo de vinho enquanto o gordo se


empanturra com uma bandeja de camarão e aperitivos de
abacate. Quanto mais ele come, mais desconfortável God parece.
Estou prestes a desviar o olhar, porque observar isso está me
fazendo sentir mal, mas God olha para cima e chama minha
atenção. Eu não posso decidir naquele momento se ele está
aliviado por ver um rosto amigável ou ainda mais envergonhado.

De qualquer maneira, nós nos vimos agora. Deixo o


champanhe de Sabella no bar e me dirijo a ele.

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KER DUKEY

“God”, eu digo, apertando sua mão. “Como estão as


coisas?” Eu pergunto, tentando verificar se ele já teve a sua
tarefa.

Ele aperta minha mão. “Bem”, ele responde, não revelando


nada. “Bom terno.”

Eu sorrio, mas não respondo quando a porra do gordo ao


lado dele faz uma pausa em sua alimentação para olhar entre
nós. Ele limpa a mão na frente do terno e a estende, e eu
relutantemente a sacudo.

“Baxter Goddard, O Quarto. Mais conhecido como Four. E


você é?” Ele estreita seus olhos, suas bochechas inchadas se
enrugam enquanto ele medita sobre sua pergunta. “O filho de
Maxwell Gunner, certo?”

Eu concordo. “Sim senhor.”

Este é o pai de God. Jesus, não é de admirar que ele pareça


querer que o chão o engula. Eu ficaria envergonhado também se
fosse meu pai. Apenas mostra que o dinheiro não pode comprar
tudo. Você pode ser a terceira pessoa mais rica do mundo e ainda
ser uma aberração a qual o seu próprio filho se envergonha.

“Nós normalmente não vemos você nesses encontros”, ele


afirma, de fato, sua língua gorda aparece para lamber seus lábios
oleosos. Ele olha entre God e eu, e seus olhos se arregalam. “Oh,
entendi”, ele responde, dando-nos um sorriso com sua boca
oleosa. “Lá vão vocês, então. Eu sei como essas coisas funcionam.
Hora de começar a trabalhar, sem dúvida.” Ele volta a comer
antes que eu possa responder, e tomo isso como minha deixa
para sair, grato pela fuga.

“Prazer em conhecê-lo, senhor”, eu digo, praticamente


engasgando com a palavra ‘senhor’. Não sou o tipo de homem de
‘sim, senhor’, ‘não, senhor’, mas eu estou desempenhando um
papel, e Baxter fodido Goddard, o Quarto, pode estragar todo o

the elite seven


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meu ato, se ele decidir que não gosta de mim. Ou, mais
provavelmente, ele pode dizer à Elite que não me quer.

Ele pode ser um gordo de merda, mas ele é tão afiado


quanto um alfinete. É óbvio que nada passa por ele. Ele sabe
quem é quem e como as coisas são. Eu acho que todo cuidado é
pouco quando se é tão rico quanto ele. Aposto que ele tem um
fluxo de pessoas prontas para foder com ele em cada esquina.

Ele suga a gordura de seus dedos e aperta minha mão


novamente, e minhas narinas se dilatam em desgosto. Eu começo
a me afastar e God vem comigo. Eu o olho de lado.

“Não diga nenhuma fodida palavra”, ele ruge.

“Eu não ia”, respondo sério. O que há para dizer?


Claramente, há mais do que apenas eu com problemas por causa
do pai neste pequeno grupo, e eu não estou prestes a julgá-lo com
base em um pai gordo e imbecil, assim como eu não esperaria
que ele me julgasse por causa do meu pai cretino.

Passamos por uma garçonete carregando uma bandeja de


prata com aperitivos e pego um camarão em um palito. Eu o
mordo antes de colocar o palito vazio de volta na bandeja. God
observa enquanto eu mastigo, mas rapidamente desvia o olhar.
God gosta de parecer bem. Indo pelo seu físico, ele trata seu corpo
como um templo. Ele se exercita, come bem e não faz alarde do
que entra em seu corpo, a menos que seja droga ou bebida.

Somos parecidos em forma e tamanho, apesar de eu comer


e beber qualquer porra que quiser. Meus músculos são somente
das muitas lutas que participei e não por negar a mim mesmo
qualquer coisa. Eu não venci minhas lutas sendo disciplinado ou
treinando duro; Venci-as sozinho com pura raiva. É por isso que
a maioria das pessoas com quem luto desistem de seu pequeno
hobby quando eu termino com elas.

Eu provavelmente deveria sentir alguma vergonha nisso,


mas sinto orgulho.

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“Então, isso é negócio ou prazer?” God pergunta, pegando


uma taça de champanhe de uma das garçonetes. Ela nos dá um
sorriso sedutor, mas ela poderia ter sido uma deusa amazônica
no que me diz respeito. Ela não é Patience. E Patience é a única
mulher que eu quero agora.

“Negócios”, respondo, arqueando uma sobrancelha para


ele, e God concorda. “Espero que tenha algum prazer ao longo do
caminho.”

Ele ri sombriamente, seu olhar vai para a garçonete. “Esse


é o melhor tipo de negócio.” Seu celular toca no bolso, e ele o puxa
para ler a mensagem.

Enquanto digita uma resposta, eu ocupo o meu tempo para


olhar em volta procurando novamente por Patience. Ainda não a
vi, mas vejo o prefeito Noelle conversando com minha avó no bar,
então sei que ela deve estar aqui em algum lugar. Eles estão em
uma conversa séria, nenhum deles parece particularmente feliz
enquanto sua discussão se torna mais aquecida. O prefeito olha
na minha direção, uma pequena careta repuxando seus olhos
antes de olhar para a minha avó.

“Preciso resolver algo”, eu digo a God, e ele olha para cima


de seu celular para ver onde estou olhando.

“Algum problema?”

“Vamos apenas dizer que não o deixei com a melhor


impressão de mim, e eu realmente preciso que ele e sua filha
pensem agora que sou o filho da puta de um príncipe.” Eu tomo
um gole do uísque azedo na minha mão.

“Meu pai é muito amigo do prefeito. Se você quiser, posso


interceder”, ele oferece.

Sou tentado a dizer não. Principalmente porque estou


acostumado a lidar com a minha própria merda, mas é para isso
que serve a Elite — para apoiar um ao outro. Nós somos uma

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irmandade, e isso significa deixar as pessoas me ajudarem. O


pensamento é pouco atrativo, mas se eu posso ser cortês com a
porra da vadia da minha avó, posso aceitar uma pequena ajuda
de God.

A ironia dessa declaração não é perdida para mim.

“Claro. Isso seria útil”, eu respondo severamente.

“Não fique muito satisfeito com isso”, ele retruca


secamente.

Sabella entra na sala nesse momento e percebo vários


homens se virando para olhar em sua direção. Jesus, foda-se. Eu
acabarei matando alguém hoje à noite.

“Essa é sua irmã, certo?” God diz e olho para ele. Ele sorri,
não afetado pela minha atitude de irmão mais velho protetor.
“Não se preocupe, eu já fui advertido por Sebastian, e ela não é
meu tipo de qualquer jeito”, ele responde inexpressível.

“Eu o matarei se ele continuar assim. Ela não está


interessada nele”, digo asperamente.

Eu gosto do Sebastian. Bem, tanto quanto se pode gostar


de alguém que você mal conhece. Mas não hesitarei em arrancar
seus dentes se ele continuar indo atrás de Sabella. Ela está fora
dos limites para todos esses filhos da puta.

“Ele receberá a mensagem”, God diz, colocando o celular


de volta no bolso. “Vamos.” Ele começa a andar em direção ao
prefeito Noelle e eu o sigo.

“Prefeito”, God diz, estendendo a mão. O prefeito pega sua


mão e dá um breve aceno de cabeça. “Sra. Gunner-Antoine.” Ele
pega a mão da minha avó e beija a parte de trás dela. Ela cora e
dá uma risadinha que pertence mais a uma colegial e não a uma
senhora de setenta anos.

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“Sr. Goddard, estou feliz em vê-lo aqui hoje à noite”, o


prefeito diz.

“Não perderia um evento de caridade para salvar...” Ele


olha em volta para um dos banners pendurados na parede.

“Financiamento extra para o clube de bridge das


mulheres”, minha avó interrompe com um sorriso.

“Ahhh, sim, esse mesmo.” Ele bufa, fazendo minha avó


estreitar seus olhos redondos para ele.

Jesus Cristo, porra, preciso sair daqui antes que eu perca


o controle. De todas as coisas hipócritas pelas quais minha avó
poderia ter reunido essas pessoas, é para o seu clube de bridge.
Ela tem dinheiro mais do que suficiente para pagar por isso
sozinha, então a coisa toda é apenas para estar no mesmo lugar
que essas pessoas e chamar atenção. Deus, eu a odeio.

“Tenho certeza que você conhece Samuel Gunner, neto da


Sra. Gunner-Antoine.” God acena em minha direção, e tanto
minha avó quanto o prefeito me dão sorrisos rígidos. “Espero que
não haja hostilidade contra ele, já que é um bom amigo meu e do
meu pai.”

Quase solto uma risada enquanto o prefeito se encolhe


fisicamente com as palavras de God e minha própria avó olha
para mim em estado de choque.

Eu sorrio para eles educadamente. “Boa noite, prefeito.”

Ele olha entre God e eu, pegando a sugestão de God, antes


de estender a mão para mim. Pelo menos ele está aprendendo o
lugar dele. “Boa noite, Sr. Gunner. Eu estava contando à sua avó
o quanto Sabella cresceu desde que costumava brincar com a
minha Patience.”

Eu também estava lá, idiota. Ela era minha naquela época...

the elite seven


KER DUKEY

Eu realmente não conheço o homem, mas sem dúvida ele


sabe muito sobre mim por Patience, e tenho quase certeza de que
não é a melhor das impressões. Normalmente, eu não daria a
mínima, mas preciso conquistá-lo se eu tiver uma chance com
Patience, e completar minha tarefa.

“Você já ouviu falar que a filha do prefeito está de volta?”


minha avó diz a God. “Uma menina tão boa. E um coração tão
bom. Salvando etíopes do ISIS ou algo que eu ouvi.”

Desta vez eu sorrio, que é recebido por olhares gélidos do


prefeito e dela, embora não haja como negar o sorriso no rosto de
Deus.

“Acredito que ela estava construindo poços e orfanatos em


Uganda, vó. Eu acho que o ISIS pode exigir algo um pouco mais
forte do que uma adolescente”, eu digo com humor.

Ela cora e afofa seu penteado exagerado. “Sim, bem...”

“E onde está a adorável Patience esta noite?” Eu pergunto.

O prefeito me olha. “Ela resolveu não vir assim que viu


quem compareceria”, ele responde amargamente, e minha avó
quase se irrita em indignação.

Bem... Porra.

Eu só vim para essa merda ridícula para vê-la, e ela fugiu


quando me viu. Quase compensa ver o olhar irritado no rosto da
minha avó. Quase. Mas isso torna as coisas mais complicadas
para mim. Se ela não estiver no mesmo lugar que eu, como
conseguirei que ela se apaixone por mim?

O celular de God emite um som novamente e ele o apanha.


“Você vai ter que me desculpar. Meu pai só me obriga a participar
de uma dessas coisas por mês, e as duas horas que eu aceitei
acabaram.” Ele sorri e acena para todos nós antes de deixar nós
três em um triângulo embaraçoso.

the elite seven


KER DUKEY

O chefe de polícia decide se juntar ao nosso trio, e a tensão


aumenta com sua presença. O prefeito Noelle acena com a cabeça
e cumprimenta-o com uma flexão firme de sua mandíbula. Há
um atrito entre eles, mas estou de saco cheio dessa enrolação
nessa merda de reunião, especialmente porque a única razão pela
qual eu vim nem está aqui.

“Preciso ir falar com a minha irmã. Boa noite”, eu digo,


saindo da conversa.

Volto para o corredor onde avisto Sabella. Agarrando-a


gentilmente pelo cotovelo, ela se surpreende ao olhar para mim.

“Sammy?” Suas sobrancelhas arqueiam com preocupação.


“O que aconteceu? O que você fez?”

“Obrigado pelo voto de confiança, Sab”, eu bufo. “Estou


bem. Está tudo bem. Eu só preciso sair daqui. Pode me cobrir?

Ela revira os olhos. “O que está acontecendo?” Ela


pergunta cautelosamente.

“Nada. Nada ruim de qualquer maneira.”

“Nenhuma briga?”

“Jesus Cristo, Sab. Não, nenhuma briga. Eu prometo.” Eu


gesticulo ao nosso redor. “É só que isso não é realmente minha
coisa, entende?”

“E você acha que é minha?” Ela diz com os olhos


arregalados. “Eu odeio essas coisas e essas pessoas, tanto quanto
você.” Levanto uma sobrancelha e ela sorri. “Bem, talvez não
tanto quanto você, mas meu ponto é, às vezes você só tem que
aguentar isso e seguir em frente.” Ela geme com suas próprias
palavras e eu sorrio.

“Obrigado, irmãzinha.” Eu termino meu uísque sour e lhe


entrego o copo antes de me inclinar para lhe dar um beijo na

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KER DUKEY

bochecha. “E fique longe desses cretinos pretensiosos hoje à


noite, beleza?”

Ela revira os olhos para mim e eu me viro para sair. Ela e


eu sabemos que de jeito nenhum eu lamberei a bunda de
ninguém, e ela sabe que perdeu o argumento assim que disse
isso.

Saio da casa com as mãos nos bolsos. A noite está quente


e o ar úmido, como se outra tempestade estivesse a caminho.
Tenho a impressão de que Patience saiu e voltou para casa
quando me viu, então é para lá que estou indo. Estou pegando
meu celular para chamar um Uber quando o ronronar gutural de
uma Ferrari vermelho-cereja soa.

“Precisa de uma carona?” God diz, olhando para fora do


banco do motorista.

Eu corro pelos degraus de mármore branco até o carro dele


e entro. “Claro, mas estou dizendo a você agora, não estacione
atrás de qualquer lixeira, não importa o quanto você queira me
deixar.” Eu pisco e ele balança a cabeça e ri.

O carro é requintado e acelera como um sonho, fazendo


curvas agudas com facilidade, seu motor ronronando como um
assobio.

“Caralho. Ela é um carro lindo”, digo, passando a mão no


painel.

“Como se eu não soubesse”, ele responde arrogantemente.


“E ela é ele”, ele diz com uma piscadela. “Para onde você vai?”

“Para a casa do prefeito.” Eu sorrio.

“Oh, ele vai amar essa porra.”

“Meu objetivo é agradar.”

“Você tem sua vida resolvida?” Por vida resolvida, ele quer
dizer que tenho a minha tarefa em mãos. Mas não sei como

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KER DUKEY

responder, já que Patience está começando a se tornar um pé no


saco. Um pé no saco que está despertando lembranças que eu
esqueci há muito tempo.

“Sempre”, finalmente respondo. Porque de um jeito ou de


outro, eu a terei em minha cama.

“Bom. Eu posso precisar de alguma ajuda com a minha


tarefa quando a conseguir.” Ele faz outra curva acentuada,
ultrapassando o limite de velocidade, embora pareça que estamos
dirigindo muito mais devagar com o modo como ele lida com a
estrada.

God estaciona do lado de fora da casa de Patience e eu solto


o cinto e abro a porta. “Estarei por perto sempre que você precisar
de mim”, digo enquanto saio do carro. Eu olho para trás com um
sorriso. “Isso soou estranhamente como um maldito cartão do
Hallmark. Não tenha ideias erradas, cara.”

Ele ri e eu fecho a porta e me afasto.

As luzes estão acesas do lado de fora da grande casa


colonial, e enfio as mãos nos bolsos, sentindo-me
desconfortavelmente vestido agora que estou longe da festa.
Sempre fui confiante, não temia nada, mas algo mudou na
semana passada, e não tenho certeza se gostei. Memórias que
tentei enterrar começam a surgir. Pensamentos do futuro, de
estar fora do alcance de Maxwell e de alcançar o lugar que
trabalhei tanto para conseguir estão todos ao meu alcance. E
ainda assim, a raiva que eu uso como armadura está se
dissipando quando mais preciso.

Chego à grande porta branca da frente e toco a campainha,


meio que esperando que ela a abra de pijama e roupão enquanto
come em um pote de Haagen Daaz — é o que a maioria das
garotas faz para me dominar. Em vez disso, a porta se abre e
Patience parece uma maldita rainha da beleza.

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KER DUKEY

Seu corpo é acentuado por seu vestido prateado decotado


que abraça seu corpo. Os diamantes estão espalhados pelo
decote, chamando atenção para o peito dela. Seu cabelo está solto
em volta de seus ombros nus, cachos suaves seguem em direção
a sua cintura. Eu pisco, chocado com ela mais uma vez.

Seus olhos se estreitam em mim, e sua língua se lança para


molhar seus lábios rosados.

Jesus. Cristo. Fodido.

Meu queixo cai enquanto o meu pau endurece, o que


acontece ao mesmo tempo em que ela estende a mão para me
bater de novo.

Agarro seu braço no último momento, segurando firme o


seu pulso em meu aperto. “Não desta vez, meu bem”, eu digo.

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CAPITULO 17

A porta bate na minha cara e eu olho para a madeira


pintada de branco em estado de choque.

Que porra acabou de acontecer? E quem diabos essa


mulher pensa que é para bater a porta na minha cara? Eu sacudo
minha surpresa e martelo meu punho contra a madeira, e a chuto
quando ela não volta imediatamente.

A névoa vermelha borbulha dentro de mim, queimando


meu esôfago e ameaçando a me fazer expelir a raiva em sua porta
igual a um vômito.

Olá, raiva, minha amiga querida.

“O quê?” Ela grita enquanto a porta se abre novamente. Ela


me encara, suas bochechas vermelhas e agitadas, os olhos
brilhando com raiva semelhante. Eu fico olhando-a com irritação,
mas também surpreso. Porque mesmo com raiva, ela é

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KER DUKEY

deslumbrante. “Sam... O quê? O que você quer?” Ela grita,


apoiando a mão no quadril.

Eu pisco e enfio meu pé na porta quando ela vai batê-la na


minha cara de novo.

“Pare com isso!” Eu grito furioso. “Pare de fechar a porra


da porta na minha cara.”

Mais uma vez, tenho que me perguntar quem diabos ela


pensa que é? Estou ansioso para colocá-la sobre o meu joelho e
mostrar a ela quem está no comando.

“Então fale!” Ela grita, a raiva vibra em seu rosto. “Fale e


saia. Por favor.”

Então eu vejo algo diferente. Algo fervendo logo abaixo de


sua raiva e frustração. Mágoa, desprezo... Dor.

“Eu só vim dizer oi”, respondo, minha voz cai uma oitava,
então não estou mais gritando como um idiota.

Ela pisca. “O quê?” A irritação prende sua voz e eu respiro


fundo. Caralho. Estou bem e verdadeiramente fodido se ela não
se acalmar e me ouvir.

“Ouvi dizer que você havia voltado à cidade, então pensei


em vir dizer oi. Então, você me deu um tapa duas vezes, e agora
estou aqui para perguntar o motivo.” Digo entre dentes.

Ela faz uma careta para mim. “Você está falando sério?”

Pelo olhar furioso em seu rosto, a pergunta é retórica, então


eu mantenho minha boca fechada apesar de querer atirá-la
contra a parede, possuir sua boca com a minha, espalhar as
pernas dela com meu joelho e...

“Você está me ouvindo?”

Porra. Não, não, eu não estou. Estou muito ocupado


imaginando foder com você.

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KER DUKEY

“Você é um idiota, Samuel. Um idiota com quem não quero


nada. Um idiota que não quero perto de mim, da minha casa ou
da minha família. Você é um babaca, assim como seu pai.” Ela
solta um suspiro enquanto cruza os braços sobre o peito amplo,
fazendo seus seios se levantarem até o topo do seu vestido. Eu
respiro fundo.

“Bem, eu deixarei passar a coisa sobre o meu pai, ele é um


idiota. Mas eu? Sério, Patience, eu realmente não sou tão ruim
assim se você se dispuser a me conhecer.”

Seus olhos se arregalam e suas bochechas ficam


vermelhas. Se fosse um dragão, ela teria me incendiado agora
mesmo. Felizmente, ela é apenas uma garota muito zangada e
muito gostosa que odeia a minha existência.

Ela bate a porta novamente, mas meu pé ainda está lá,


então a porta se abre de novo. Patience solta um grito de
aborrecimento que me faz sorrir. Maldito sorriso. Como se eu
fosse uma criancinha assistindo o Coiote ser explodido por uma
de suas pilhas de TNT destinadas ao Papa Léguas.

“Você é fofa quando está com raiva”, afirmo, cutucando as


chamas um pouco mais. Eu simplesmente não consigo me
controlar.

“Oh meu Deus, vá embora! Apenas vá embora.”

Ela se vira e entra tempestivamente dentro da casa,


deixando a porta aberta. Eu acho que ela está esperando que eu
pegue a dica e vá me foder, mas eu sou Samuel ‘A Máquina’
Gunner. Empurro mais a porta e a sigo para dentro.

Encontro-a na grande cozinha, servindo-se de um copo do


uísque do seu pai, depois joga a bebida para o fundo de sua
garganta. Porra, a garota pode beber, e ela gosta de uísque
também — meu favorito. Ela é quase boa demais para ser
verdade. Tenho a sensação de que isso me machucará tanto
quanto doerá nela quando eu quebrar seu coração.

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KER DUKEY

“Posso tomar um desses?” Eu pergunto, assustando-a.

Ela gira e olha para mim, a garrafa em uma mão e o copo


vazio na outra. “Como você chegou aqui?”

Eu sorrio levemente. “Não sou um vampiro, Patience. Não


preciso ser convidado. Além disso, você deixou a porta aberta.
Apenas achei que você queria que eu te seguisse.”

Ela balbucia algo e balança a cabeça, e eu tenho que


segurar meu sorriso. Patience abre a boca para falar e eu levanto
minhas mãos em sinal de rendição.

“Tudo bem, tudo bem, eu sinto muito.”

“Você sente muito?”

“Sim.”

“Você sabe mesmo sobre o que você sente muito?”

Tenho a sensação que tem a ver com a noite em que a beijei


debaixo da árvore e chamei ela e a mãe de prostitutas, mas é mais
divertido me fingir de bobo a admitir minha culpa. Eu fico em
silêncio por muito tempo, e ela se vira e se serve outra bebida.

“Apenas vá embora, por favor”, ela diz, seus ombros caem


em rendição. “Por favor, Sam, eu só preciso que você vá.”

Dou um passo em direção a ela, mas sei que se a


pressionar agora, eu acabarei com ela. Estou segurando todas as
cartas aqui, ela simplesmente não percebeu que eu abri o baralho
e comecei a jogar.

Eu não sou o mocinho, e nunca aleguei ser. Eu me cerquei


de raiva e escuridão, abracei o lado odioso de mim mesmo por
tanto tempo que se tornou uma coisa viva dentro de mim.

Franzo a testa e me viro, saindo da cozinha. Parando na


porta, olho para ela. Patience coloca o copo na mesa, suas mãos

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KER DUKEY

espalmam a superfície do balcão e ela olha por cima do ombro


para mim, os olhos brilhando de lágrimas.

Então isso me atinge. Como uma bala no estômago.

Eu sei o que tenho que fazer, mas é algo que não faço.
Nunca. Pelo menos... Até agora.

É melhor a Elite fazer valer a pena.

“Sinto muito”, digo novamente, passando a mão pelo meu


cabelo. “Por tudo o que eu fiz para incomodar você, me desculpe,
Patience.”

Quando as palavras saem da minha boca, percebo com


surpresa que eu realmente estou falando sério. O olhar em seu
rosto na noite em que a chamei de prostituta ainda me assombra.
Eu me afasto dela, mas a voz dela me impede de sair. Ela
murmura algo que me faz voltar para ela.

“O que você acabou de dizer?” Eu pergunto.

Ela fica ereta, os olhos ardendo nos meus. “Eu disse que
você me destruiu.”

Eu franzo a testa. “Foi apenas um beijo... Éramos apenas


crianças.” Sacudo minha cabeça. “Mal nos conhecíamos. Você é
que abandonou o ensino médio e decidiu estudar em casa. Uma
pessoa normal teria continuado a vida como se não tivesse
acontecido. Apenas aceitando que seu primeiro beijo foi com uma
das crianças mais gostosas da escola, e ele — surpresa, surpresa
— acabou sendo um babaca.”

Seus ombros tremem quando ela ri e franzo a testa com


mais força. “Seu idiota arrogante, isso não é apenas sobre aquele
beijo!” Ela faz uma careta para mim. “É sobre tudo. É sobre as
coisas que você diz, a maneira como trata as pessoas. Suas ações
têm consequências e suas ações me arruinaram. Sua amizade
significava muito para mim, então você arruinou tudo, Sam.”

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KER DUKEY

Eu olho para ela, meu olhar firme enquanto a raiva coça


para ser liberada. “Isso é ridículo!” Eu grito, assustando-a
novamente, de saco cheio dessa merda. Linda ou não, ela precisa
ser domada. Estou farto de ouvi-la.

Ela morde o lábio inferior, os olhos cautelosos. Eu posso


ver que ela está guerreando consigo mesma — meio dividida entre
seu ódio por mim e querendo chorar de frustração, mas está tão
ereta quanto a porra de um pepino enquanto caminha em minha
direção, suas curvas acentuadas nessa porra de vestido apertado.
Eu quero arrancar ele do seu corpo com os meus dentes.

Ela para na minha frente, corpo a corpo. Nós nos


encaramos com irritação e ódio, mas também há algo mais lá nos
afetando, logo abaixo da superfície. O calor queima entre nós. É
igual ao que senti naquela noite quando éramos crianças. Porra,
o que eu senti todas aquelas vezes quando éramos crianças.
Havia algo entre nós então, e há algo entre nós agora. Ou pelo
menos poderia haver se qualquer um de nós deixasse isso
acontecer. Mas somos teimosos e despedaçados e não estamos
dispostos a recuar ou ser o vulnerável. Eu não acredito em almas
gêmeas ou qualquer uma dessas besteiras, mas essa eletricidade
entre nós está aqui há tantos anos, e quanto mais perto ela chega,
mais brilhante é a centelha.

“Eu te odeio, Samuel Gunner”, ela diz em desafio, sei que


ela está falando sério. Seu queixo se levanta, seus olhos queimam
nos meus com uma fúria que combina com a minha.

“Ótimo”, eu respondo com raiva, minhas narinas dilatam.


“Eu mereço o seu ódio, porra.”

Ela bufa de acordo. “Você merece.”

Eu dou de ombros. Sinceramente não dou a mínima se ela


me odeia. Eu não dou a mínima se alguém me odeia. Agora, ela é
uma tarefa que preciso concluir. Não me importo com o que está
crescendo entre nós — o que está acontecendo desde que éramos

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KER DUKEY

crianças — eu preciso acabar com isso, engolir besteira o


suficiente e conseguir o que eu preciso fazer. Porque Patience é
apenas uma mulher, e há muitas pessoas no mundo para eu
procurar e interpretar uma família feliz, uma vez que consiga a
minha vida na linha que eu quero estar. E se isso significa
quebrá-la, então que seja.

“Estou falando sério. Você pode me odiar o quanto quiser,


Patience, isso não mudará nada. O ódio é uma emoção inútil, é
mais bem usado para vingança.”

Suas feições suavizam quase imperceptivelmente. “Eu não


te perdoarei.”

“Ok”, respondo com outro encolher de ombros. Depois de


concluir meu objetivo, ela entenderá o que é ódio de verdade. Ela
me odiará até o seu âmago, e esse ódio queimará por um bom
tempo.

Surpreendentemente, isso não me preenche com nenhuma


forma de satisfação. Na verdade, é o oposto. O que é estranho. Eu
vivo e respiro em fazer as pessoas se sentirem umas porcarias e
insatisfeitas sobre si mesmas, prospero com isso.

Ficamos em silêncio por vários minutos, e eu estendo a


mão hesitantemente, quase para tocá-la. Eu só quero chamar sua
atenção, mas ela recua quando minha mão entra em contato com
a pele nua em seus braços. É como se uma corrente elétrica
circulasse entre nós e cada fibra dentro de mim se tornasse viva.
Os pelos na parte de trás dos meus braços ficam em pé, e me
inclino para ela até que ambas as minhas mãos estão em sua
cintura minúscula, puxando-a para mim.

Aquela sensação está lá novamente. Aquela que me atrai


desde que éramos crianças. Eu a aperto mais forte.

Ela luta contra mim debilmente, com a cabeça baixa para


que não precise mais olhar para mim, mas eu preciso ver seus
olhos. Preciso me perder neles. Eu não sou um homem gentil.

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KER DUKEY

Não sou delicado, doce ou suave. Sou exigente e agressivo. Mas


quando olho nos olhos dela, quero ser algo diferente.

“Não podemos fazer isso”, ela sussurra.

“Dê-me uma boa razão para isso.”

Ela revira os olhos. “Nós nem nos conhecemos.”

Eu ridicularizo. “Nós sempre nos conhecemos, Patience.”

Ela revira os olhos para mim novamente, mas ela está


enfraquecendo, sua determinação está rompendo.

“Isso iria acontecer. Não era uma questão de se, era apenas
uma questão de quando. Desde que éramos crianças nós
vínhamos direto para cá, para este momento.”

Solto sua cintura com uma mão para levantar seu rosto
para o meu. Estamos tão perto que posso sentir sua respiração
no meu rosto. Seu doce aroma de baunilha é como um chamariz
para mim, lentamente me deixando louco enquanto olhamos nos
olhos um do outro. Eu puxo seu corpo, arrastando-a contra o
meu peito.

“Eu te odeio”, ela diz mais uma vez.

“Eu sei”, respondo, respirando minhas palavras em seu


cabelo até que ela estremece.

“Estou falando sério.”

“Eu sei”, asseguro.

Coloco minha mão em sua parte inferior das costas, meu


pau queimando para a vida enquanto ela geme. Eu abaixo
minhas mãos para sua bunda e aperto fortemente, mantendo-a
no lugar para que ela não possa lutar comigo.

“Olhe para mim”, eu ordeno, mas ela balança a cabeça.


“Patience, não vou falar novamente. Olhe para mim. Quero ver
seus olhos.”

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KER DUKEY

“Eu te odeio”, ela diz, olhando de volta para o meu rosto.

“Você já disse isso”, eu respondo sombriamente, minha


língua corre para molhar meus lábios. Estou pronto para dar o
bote.

Ela tenta desviar o olhar de mim, mas eu movo minha


cabeça, então ainda estou em sua linha de visão. Este momento
é tudo. É honestidade e verdade. É bom e puro, tanto quanto é
pura essa merda de tortura. Sentir que ela me quer assim,
sabendo que ela me odeia está encharcando minha alma e
queimando-a como se estivesse inflamada. Como se estivesse
encharcada de ácido e murchando. Ela é um alvo, um objetivo,
um cume que eu terei grande satisfação em conquistar.
Repetidamente. Até eu terminar com ela.

Quero saber qual o gosto dela. Patience será tão doce


quanto cheira? Eu quero saber quão suave ela é. Será ela o
desafio que eu sempre desejei — ou ela se curvar para mim
enquanto eu envolvo meu corpo ao seu redor?

Reivindicando-a.

Possuindo-a.

Fodendo-a.

“Eu não posso fazer isso”, ela choraminga. “Não com você.”
Ela balança a cabeça e me empurra. É agora ou nunca.

“Patience.”

Ela se cala quando eu digo o seu nome.

“Você pode me odiar o quanto quiser, tudo bem, eu também


me odiaria, mas vou beijar você agora e você vai me beijar de
volta.”

Ela se engasga, mas não se move, sei que a peguei.

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KER DUKEY

“Então, vou te levar para o andar de cima e vou despi-la


devagar. Então vou fodê-la incansavelmente, até você gozar
várias vezes, fazer suas pernas tremerem e seus joelhos se
dobrarem. É o que vai acontecer, então não vamos brigar. A vida
é curta demais para lutar contra algo que é tão bom assim.”

Ela me encara, derramando seu ódio, raiva e desejo em


minha alma, mas minha alma já é tão negra quanto possível,
então eu não me importo. Eu me aproximo, enfio minhas mãos
por seus longos cabelos escuros, e reivindico sua boca com a
minha, beijando-a com força e suavidade e todo o resto, até que
estamos ambos sem fôlego e necessitados e nos agarrando um ao
outro.

É a coisa mais intensa que já senti na minha vida.

E, no entanto, é como se eu me lembrasse de beijá-la


quando éramos crianças. Só que agora, é melhor — é muito
melhor. A atração é mais forte, o desejo mais profundo, a
necessidade quase desesperadora entre nós.

Ela pode ser uma tarefa, mas não há como negar a maneira
como meu corpo ganha vida quando ela está pressionada contra
mim.

Roubo mais beijos dela, até que seu corpo se torna fraco e
flexível em meus braços e ela desiste, beijando-me de volta com
tudo que ela tem. Seus braços me envolvem e seu corpo se molda
ao meu, suas curvas suaves empurram contra os meus músculos
duros.

Nós éramos apenas crianças na primeira vez que nos


beijamos, mas não somos mais crianças. E estou mais do que
pronto para mostrar a ela o homem que me tornei.

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KER DUKEY

CAPITULO 18

Ódio.

Raiva.

Vingança.

Rancor.

Repugnância.

Desprezo.

Não sinto nenhuma dessas coisas quando removo Patience


do seu vestido. A única coisa em que penso é em como meu pau
se sentirá ao ser envolvido por ela. Eu agarro o zíper em seu
vestido e o puxo para baixo, separando o tecido macio até que
consigo ver suas costas nuas. Puxo seu cabelo para cima e o
coloco de lado quando me inclino para beijar a pele macia do seu
pescoço. Meu nariz passa pela sua orelha e pescoço, e sua pele
se arrepia sob o meu toque, calafrios irrompem.

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KER DUKEY

Deveria ser rápido e fácil fazer isso — transar com ela e ir


embora — mas me certificarei de que ela tenha boas lembranças
desta noite. Memórias que durarão a vida toda, porque ela
precisará delas quando eventualmente tiver que se casar com
algum idiota rico que não sabe como agradar uma mulher. Hoje
à noite é tudo sobre o seu prazer e eu mostrarei a ela como as
coisas podem ser boas com o homem certo, e eu tirarei o máximo
proveito do seu corpo. Vou marcá-la com meu pau para que ela
nunca me esqueça.

“Quero que você me escute e faça exatamente o que eu


digo. Ok?” Eu murmuro em sua orelha, a minha voz vibrando
contra a pele sensível em seu pescoço.

Ela vira a cabeça para a minha voz, seus olhos captam os


meus por um instante. Deixo seu vestido cair no chão aos seus
pés e seu corpo fica tenso com a nudez. Eu a giro lentamente em
minha direção, meu pau estica minha calça.

“Olhe para baixo.”

Ela parece confusa e abre a boca para dizer alguma coisa,


mas eu levo um dedo aos lábios para silenciá-la. “Você fala
quando eu te digo para falar, entendeu?”

Ainda não explorei bem o corpo dela, porque não quero


quebrar nossa conexão. Se eu fizer isso, ela fugirá de mim para
sempre ou fará perguntas que não posso responder. Enquanto
minhas mãos vagam pelo seu belo corpo, descubro rapidamente
que ela estava completamente nua sob o seu vestido apertado e
eu murmuro minha satisfação. Claramente, ela não é tão
inocente quanto parece.

“Sam”, Patience começa, mas depois se detém, franzindo


um pouco a testa entre as sobrancelhas. E então, ela abaixa o
olhar. Meu peito se enche de orgulho pelo quão bem ela está indo.

“Fique de joelhos”, eu digo, minha voz firme.

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KER DUKEY

Seus olhos voam para mim, confusão neles. Sua boca


curva de um lado enquanto ela tenta decidir o que fazer.

“Eu não pedirei novamente, Patience. Agora, faça o que eu


disser ou terei que castigá-la.”

“Mas por quê?” Ela pergunta inocentemente. Sua


insolência deveria me irritar, mas tudo o que isso faz é me excitar
ainda mais.

“Porque eu ordenei”, digo calmamente. “A menos que você


queira que eu foda essa boca bonita até você engasgar quando eu
descer pela sua garganta, então sugiro que você fique de joelhos.”

Seus olhos brilham, lutam, e ardem com vida. Quando eu


acho que Patience me dará um tapa e irá embora, ela fica de
joelhos. Eu engulo a satisfação enquanto a olho, minha mão em
cima de sua cabeça acaricia seus cabelos.

“Mãos nos joelhos, coxas separadas, olhos para baixo”, eu


digo calmamente, ainda acariciando seus cabelos para acalmá-la
e me acalmar. Estou prestes a perder o controle com o quanto eu
a quero.

Vejo como ela obedece, então dou um passo para trás,


desabotoo meu paletó, enquanto ando ao redor dela, apreciando
cada parte de seu corpo. Ela estava linda completamente vestida,
mas não é nada comparado a ela nua. Seu corpo é melhor do que
eu jamais poderia ter esperado. Como se tivesse sido esculpido
em mármore — curvas suaves perfeitamente proporcionais por
baixo da pele lisa.

“Você é linda, sabe disso, né?” digo, e ela olha para mim
enquanto jogo meu paletó sobre seu banquinho. “Realmente
muito linda.” Eu abro os botões da minha camisa. Quero que ela
olhe para baixo como eu disse a ela, mas gosto da sensação de
seu olhar aquecido em mim enquanto ela me vê ficar nu.

the elite seven


KER DUKEY

Coloco a camisa em cima do meu paletó, tiro meus sapatos,


em seguida, abro o zíper na minha calça, deixando meu grande
pau ficar livre. Sua garganta oscila enquanto ela engole, seu olhar
acalorado encara o meu corpo e pousa no meu pau inchado. Eu
tenho que repensar minha ameaça de foder a boca dela, porque
ela está praticamente salivando enquanto olha para ele.

Olho em volta do quarto dela em busca de algo que eu


possa usar, um brinquedo que podemos usar. A diversão que
teríamos se estivéssemos na minha casa. Eu pego sua escova de
cabelo da penteadeira e aliso a parte de trás dela na palma da
minha mão. Não é um chicote, mas será o suficiente, por
enquanto.

“Levante-se”, eu digo, e ela olha cautelosamente de mim


para a escova de cabelo antes de ficar de pé lentamente.

“Para que é isso?” Ela pergunta, com os olhos arregalados.

“Eu te disse para não falar”, eu respondo. “Agora, você terá


que ser punida.”

Se não estava excitada antes, agora ela está. Suas


bochechas coram, o rosa se estende do pescoço até o peito. Seus
mamilos são como pequenas balas cor de rosa. Eu me aproximo
para brincar com um deles, sentindo o broto duro sob as pontas
dos meus dedos. Giro-o suavemente entre o meu polegar e o dedo
indicador. Ela geme e meus olhos afundam nos dela.

“Quieta.”

Inclino-me para baixo, sugando o mamilo na minha boca,


enquanto minhas mãos encontram sua bunda e apertam a pele
macia ali. Ela geme novamente e eu solto o mamilo e olho em seu
rosto. Minha respiração está irregular, meu peito subindo e
descendo em expectativa a tudo que está por vir. Ela não é como
alguém com quem já estive. Elas estavam sempre ansiosas,
animadas. Patience parece assustada e confusa. É o suficiente
para me dar uma pausa.

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KER DUKEY

“Você está bem?” Eu pergunto.

Ela balança a cabeça e franzo a testa.

“Responda-me”, pressiono, meu tom ficando mais sombrio.

“Você me disse para ficar quieta”, ela diz, seus olhos


implorando.

Eu sorrio e me inclino para ela novamente. “Sim, eu disse.


Mas agora você pode falar. Você está bem?”

“Estou confusa.”

“Sobre mim?”

Ela sacode a cabeça. “Sobre mim.”

Eu franzo a testa novamente.

“Eu te odeio, Samuel. Não quero você aqui.”

“Então me diga para sair”, eu a desafio, perguntando se ela


vai ter coragem de fazer isso.

“Não posso”, ela murmura, a vergonha a empalidece. “Eu


desejo isso por muito tempo.”

Um sorriso surge no meu rosto. “Então, você se lembra do


beijo debaixo da árvore.”

Ela revira os olhos para mim. “É claro que me lembro.”

Eu seguro seu olhar, minha boca a milímetros dela, então


admito algo para ela que nunca admiti para mim mesmo. As
palavras saem dos meus lábios como uma confissão dos meus
pecados para um padre.

“Eu também queria desde aquela noite”, admito, jogando-


me na linha de fogo e me tornando vulnerável pela primeira vez
em anos. Ela se engasga com a minha honestidade e eu quase
faço o mesmo.

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KER DUKEY

Esse não sou eu

Esse é algum alienígena que ocupou meu corpo.

O Samuel que conheço nunca admitiria algo assim para


ninguém. Ele não contaria para ninguém sobre seu
arrependimento, ou pediria desculpas por qualquer coisa. Ele
não é gentil; não mostra nenhuma fraqueza. Ou remorso. No
entanto, aqui estou eu, sendo o homem que nunca pensei que
poderia ser. Dizendo a garota que eu machuquei todos aqueles
anos atrás, a garota que eu pretendo magoar novamente, que eu
a quis desde aquele momento.

“Agora eu vou te bater”, digo, cortando a atmosfera


inebriante, porque preciso mudar o assunto sobre sentimentos e
emoções e tudo que eu não quero pensar que não sou o mestre.
Ela olha para mim de forma severa. “Você vai se divertir, Patience.
Provavelmente não mais do que eu, então não fique convencida,
mas garanto que você vai gostar.”

“Samuel...”

“Eu disse para não falar.”

Sento-me na beira da cama e a puxo para mim, colocando-


a no meu joelho. Felizmente, ela não luta comigo. Eu coloquei
minha mão em sua parte inferior das costas para segurá-la no
lugar, meu pau pressionando contra sua barriga. Então eu aliso
minha mão sobre sua bunda empinada antes de levantá-la e
trazê-la para baixo. O tapa em sua pele ecoa pelo quarto. Ela
estremece, ofegando de dor, mas não se move. Minha boca se
contorce com um sorriso, minhas narinas dilatadas em desejo.

“Por que eu estou te punindo, Patience?” Eu pergunto,


correndo minha mão sobre sua bunda para acalmar o ardor.
Meus dedos sondam da sua bunda para sua buceta, onde eu
sinto o desejo dela se acumular.

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“Eu não sei”, ela diz em um suspiro quando pressiono


contra sua entrada.

Levanto minha mão bruscamente e a desço novamente, o


tapa soa pelo quarto. Ela choraminga novamente, pega de
surpresa pela batida da minha mão.

“Diga-me”, eu rujo, toda a suavidade se foi agora, meu pau


cresce dolorosamente por baixo dela.

“Porque eu falei?” Ela jorra as palavras que voam de seus


lábios, enquanto eu aperto sua bunda tão bruscamente, que a
pele lisa ondula. “Porque eu falei quando você me disse para ficar
quieta?”

“Isso mesmo.” Levanto minha mão rapidamente e bato nela


mais uma vez, ela grita. “Você precisa aprender a fazer o que é
dito”, digo, as palavras retumbando do meu peito. “Boa garota.”
Finalmente a acalmo, esfregando minha mão em sua bunda um
pouco mais.

Gentilmente a levanto e depois coloco-a na cama. Seu rosto


está vermelho de constrangimento e expectativa. Eu gosto desse
olhar nela. Vejo o brilho de umidade entre as suas pernas e é
tudo que eu preciso saber. Meu pau está duro e ansioso, estou
mais do que pronto para transar com ela agora, mas tenho que
demorar um minuto para olhá-la — para apreciá-la
completamente.

Separo suas coxas para que eu possa ver sua buceta. Os


pelos macios estão úmidos com o seu desejo e eu separo seus
lábios com meus dedos antes de lentamente empurrar um deles
dentro dela. Suas costas arqueiam quando eu lentamente deslizo
meu dedo espesso dentro e fora dela. Meu pau balança enquanto
seu corpo se agarra a mim, me segurando com força, e eu mal
estou suportando. O desejo de estar dentro dela é demais.

Eu olho para o rosto dela. Seus longos cabelos escuros se


debruçam sobre um ombro, escondendo parcialmente um de

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KER DUKEY

seus seios atrevidos de mim. Seu abdômen é liso e tonificado, as


pernas finas e longas. E ela está mordendo o lábio inferior em
uma tentativa de segurar um gemido satisfeito, enquanto meu
polegar pressiona contra seu clitóris. Ela é tão submissa a cada
toque meu, mas ainda tem aquela centelha de provocação que eu
amo em uma mulher. Ela é perfeita para mim em todos os
sentidos da palavra.

E terei que magoá-la novamente e depois ir embora.

Tudo por causa da Elite.

Algo semelhante à culpa se inflama no meu peito, mas eu


empurro isso para longe. Não posso pensar nisso agora. Eu só
preciso fazer o que precisa ser feito, foda-se as consequências.

Eu me movo em direção às minhas roupas e minha carteira


do paletó, pego uma camisinha e depois me viro para ela. Ela não
se moveu ou desviou o olhar, mas se senta com uma perna
apoiada, dando-me uma visão direta de sua buceta brilhante
enquanto espera por mim. Meu peito solta um grunhido de
satisfação.

Rasgando a embalagem, eu rolo o preservativo no meu pau


duro, em seguida, ando em direção a ela e a empurro de volta na
cama. Ela olha para mim com os olhos arregalados, a língua
deslizando para lamber o lábio inferior. Eu gemo com a visão,
meu pau lateja com ansiedade. Pergunto-me por um momento se
o que Sebastian disse é verdade, sobre ela ainda ser virgem. Há
algo sobre esse pensamento que eu gosto. Ser o primeiro homem
a estar aqui, os lábios da sua buceta esfomeada ao redor do meu
pau, como um vício. Enchê-la, levá-la, possuí-la com cada
impulso dos meus quadris, cada arrastar do meu pau.

Inclino-me sobre ela, me alinhando com sua entrada antes


de agarrar suas coxas macias como seda e abri-las, então estou
sentado entre elas, e então lentamente me empurro para dentro,
deixando seu calor envolver meu pau.

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KER DUKEY

Eu gemo. Patience ofega. E antes que eu saiba o que estou


fazendo, inclino-me e dou um beijo em sua boca, engolindo seu
zumbido de satisfação enquanto me acomodo dentro dela. Eu
acaricio o lado do seu rosto, correndo meu polegar pelo seu lábio
inferior. Eu engulo e movo meus quadris suavemente antes de
colocar outro beijo em seus lábios.

Porra, ela é tão gostosa.

Boa demais.

Minhas bolas estão pesadas, e meu pau está duro como


pedra. Quando eu começar, não poderei parar. Já parece bom
demais, e tudo que fiz foi encher sua buceta gananciosa.

“Sam”, ela geme, esquecendo-se de si.

Eu invisto e sorrio sombriamente, mas ela levanta o queixo


em rebeldia, uma chama de desafio em seus olhos.

“Oh, Patience, o que você fez?” Eu provoco.

E então a fodo, deslizando para dentro e para fora dela


lentamente no começo. Seu corpo está tenso e ficando mais tenso
com cada golpe do meu pau. Ela ofega com cada impulso dos
meus quadris, e pego sua perna direita e puxo-a para o meu
ombro para que eu possa ir mais fundo. Ela joga a cabeça para
trás e grita enquanto eu movo meus quadris, e empurro mais
para dentro.

Caralho.

Caralho. Caralho.

Caralho, filho da puta, caralho.

Eu não posso tirar meus olhos dela; o jeito que ela arrasta
a mão pelo rosto corado, ou o jeito que seus cílios escuros vibram
contra suas bochechas, ou o jeito que ela abre a boca e solta um
gemido indecifrável a cada batida do meu pau.

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KER DUKEY

A cama bate contra a parede enquanto eu enfio mais e mais


em sua buceta. Ela de repente olha para mim, os olhos
arregalados enquanto sua buceta aperta.

“Sam!” Ela grita, seus olhos nos meus.

No segundo seguinte, sinto que ela goza ao meu redor, seu


corpo se contorce e treme. Suas mãos se agarram a mim, e eu
levo minha boca para ela, giro minha língua junto à dela
enquanto Patience grita meu nome como se eu fosse seu Deus e
ela estivesse orando no meu altar.

Encontro o meu próprio orgasmo segundos depois,


grunhindo enquanto eu bato nela, drenando meu pau de cada
gota de esperma. Estou cavalgando uma onda de pura euforia
quando o clímax rola através de mim, cada nervo se acendendo e
ganhando vida quando nos agarramos um ao outro.

Eu a olho, aliso seu cabelo suavemente para trás enquanto


tento memorizar seu rosto assim; bochechas coradas e olhos
brilhantes. Porque neste momento, eu nunca vi nada ou alguém
tão bonito.

“Isso combina com você”, digo, e ela franze a testa confusa.


“O olhar de quem acabou de ser fodida — é bom em você.” Eu
sorrio.

Ela sorri em resposta.

Obrigado por ela não me dar um tapa de novo, porra.

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CAPITULO 19

A luz da manhã começa a se infiltrar através da janela do


quarto de Patience, e ela se mexe, seu corpo quente se aproxima
de mim. Ela é bonita mesmo quando está dormindo. Eu afasto do
seu rosto algumas mechas soltas do seu cabelo preto suave, e
elas ficam sob meus dedos ásperos.

Não me lembro de ter dormido, mas em algum momento


depois de foder pela segunda ou terceira vez, nós desmaiamos em
uma confusão de membros exaustos e corpos satisfeitos.

E aí está o problema.

Eu nunca fiquei na casa de uma garota. Porra, eu mal


durmo na minha própria cama, então dormir na casa de outra
pessoa nunca aconteceria. Até a noite passada. Até Patience.

Agora estou acordado por horas, a melhor parte de mim


não quer acordá-la. Ela está enrolada ao meu redor, uma linda
perna sobre a minha, um braço em meu peito musculoso e seus

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seios pressionados contra mim. Eu pensei em acordá-la para


tomar seu corpo novamente, mas o problema de não querer
perturbar o sono dela ainda está lá.

Eu suspiro, meus dedos arrastam padrões preguiçosos


pelo seu braço.

Que diabos está acontecendo comigo?

Onde está a raiva? A raiva que queimava dentro de mim


como um maldito dragão esperando para soprar fogo em tudo que
eu tocava? Eu me sinto... Calmo. Não, não muito calmo, mas
meus músculos que normalmente se contraem e doem para foder
ou quebrar as coisas estão... Acomodados, relaxados.

Eu suspiro novamente e olho para o teto do quarto dela.

“Você pensa tão alto”, ela murmura, e eu a olho com uma


carranca.

“Desculpe?”

Ela arrasta a cabeça de onde estava aninhada entre o meu


corpo e a cama, seus olhos sonolentos piscam para mim. “Eu
disse que você pensa muito alto. Posso ouvir seu cérebro
correndo a um milhão de quilômetros por hora.” Ela sorri para
suavizar o golpe de sua provocação, deixo minha boca curvar
para cima em um meio sorriso.

“Então, essa é a parte em que você corre para as colinas?”


Ela pergunta, ainda olhando para mim, sem um pingo de medo
naqueles olhos escuros dela.

Eu franzo a testa. É como se ela lesse minha mente. No


entanto, não estou correndo porque estou com medo. Estou
correndo porque preciso. Ela é uma tarefa — um trabalho — e
apesar de fingir que não está incomodada, posso ver nos seus
olhos que ela está. Patience quer que eu fique aqui com ela.

A parte amarga é que eu também quero.

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KER DUKEY

Não estou pronto para ir embora.

Para desistir de tudo o que é ou poderia ser. Eu ainda não


estou pronto para deixá-la ir. Mas não tenho escolha.

Ela me dá um sorriso triste e começa a se afastar, mas eu


automaticamente puxo seu corpo de volta para o meu.

“Está tudo bem”, Patience me acalma. “Eu sou uma


menina grande agora.”

Engulo a porra da pedra na minha garganta que não desce.


Ela puxa suavemente, deixo-a ir, embora eu não tenha certeza se
é o seu coração ou o meu que se parte quando ela corre para a
beira da cama. Cada milímetro que ela coloca entre nós é uma
facada no meu coração frio e negro.

“Patience”, digo, minha voz é grossa e rouca.

Ela levanta a mão para mim. “Está bem.”

Mas não está bem. Eu não quero deixá-la ir. A distância


entre nós só está permitindo que a raiva me consuma novamente.
Posso senti-la se infiltrando novamente em minhas veias. O ódio
e a raiva, a escuridão que quer que eu me autodestrua fluem em
mim como a água de um riacho. E eu odeio isso. Odeio o jeito
sobre como minha pele começa a formigar com a raiva que
consome tudo. Eu odeio, e pela primeira vez desde que me
lembro, quero que pare. Eu só quero a paz e a quietude que tive
cinco minutos atrás.

“Traga sua bunda de volta na cama”, eu exijo


sombriamente. Ainda não, meu coração implora, não a deixe ir
ainda. “Isso é uma ordem.”

Ela se vira e olha por cima do ombro para mim, a confusão


cruza suas belas feições.

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KER DUKEY

“Tenho que punir você de novo, Patience?” Eu digo, meu


tom endurecendo. “Porque se você não se aproximar daqui, vou
te bater até você gozar.”

Seus olhos se inflamam de desejo e ela se vira para mim.

“Assim é melhor. Agora, venha aqui para que eu possa te


foder novamente.”

Ela se move rapidamente, voltando para a cama, seus


olhos nos meus enquanto olha para mim. Eu me levanto de
joelhos e a arrasto para mim. Nós nos enfrentamos, nariz a nariz,
nus, nossos corações batendo em um ritmo constante. Eu me
inclino para beijá-la, minha boca conecta-se com a dela em uma
onda de lábios e dentes e língua, nossas mãos se movem sobre
os corpos um do outro como se nunca tivéssemos nos tocado
antes. Como se esta fosse a nossa primeira vez.

Ela sai do beijo e volta para a cama antes de se abaixar e


envolver a boca em volta do meu pau. Eu gemo enquanto ela me
leva ao fundo de sua garganta antes de puxar de volta e girar sua
língua ao redor do meu pau.

“Ahhh, Patience”, eu grunho, minha mão agarra seu cabelo


para guiar o ritmo.

Meu pau está duro, dolorosamente, implorando para estar


dentro dela novamente enquanto ela balança a cabeça para cima
e para baixo no meu pau latejante.

Porra, ela vai me matar.

Olhando ao redor do quarto, vejo minha gravata da noite


passada. Eu seguro seu rosto em minhas mãos e deixo meu pau
sair de sua boca enquanto me afasto dela. Ela olha para mim,
seus lábios brilhando com meu pré-gozo. Eu gemo com essa visão
tão linda.

“Porra, Patience”, murmuro. “O que você está fazendo


comigo?” Eu chupo meu lábio inferior enquanto enfio minha mão

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entre as pernas dela, encontrando a umidade no ápice de suas


coxas. Deslizo um dedo grosso dentro dela. “Fique parada”, eu
digo com um sorriso obscuro. “e fique quieta.”

Seus lábios se abrem quando eu enfio outro dedo dentro


dela, mas ela fica quieta, seu olhar fixo no meu enquanto dedilho
sua buceta. Suas bochechas ficam rosadas, e ela ofega, as mãos
arranhando as próprias coxas para não se mexer ou falar.

“É assim tão bom?” Eu pergunto e ela balança a cabeça


rapidamente. “Boa menina”, eu digo com um sorriso.

Sua buceta aperta, e seu peito começa a subir e descer


quando ela começa a chegar ao clímax. Eu espero ela gritar,
gemer ou dizer alguma coisa, mas ela não diz. Patience fica
quieta, seu olhar firme no meu, seu corpo rígido enquanto goza
na minha mão.

Eu deslizo meus dedos para fora dela e os trago para a


minha boca, observando a necessidade em seu rosto enquanto os
chupo, provando seu orgasmo na minha língua. Meu peito se
infla com orgulho pelo seu sabor doce. Eu não posso esperar
mais.

Deito-a suavemente e a viro, levanto sua bunda, em


seguida, saio da cama para pegar minha gravata e outro
preservativo. Eu volto rápido para a cama, meu pau balançando
dolorosamente enquanto ando, meus olhos na porra do prêmio a
cada passo que dou.

“Mãos”, eu rosno quando volto para a cama, posicionando-


me atrás dela.

Ela levanta as mãos para trás, e eu as uno antes de deslizar


o preservativo pelo meu comprimento duro. Eu esfrego minhas
mãos pelas costas dela, alisando-as sobre sua bunda, vendo as
marcas vermelhas da minha surra na noite passada. Quero fazer
isso de novo. Quero bater nela até que ela grite meu nome através
de seus lábios enquanto sua bunda arde por causa das minhas

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mãos, mas tenho que tê-la agora. Não posso esperar outro
segundo. Três vezes não foi suficiente para me satisfazer. Espero
que quatro vezes faça isso, então poderei terminar isso com ela e
acabar com o Maxwell.

Pego meu pau e me guio dentro dela, gemendo enquanto


seu calor me envolve, envolvendo-me dentro de sua buceta
apertada. Agarro seus quadris, eu a fodo. Forte.

Não é bonito.

É rápido e brutal.

Não estamos fazendo amor.

É foda no seu melhor; primitivo, bonito e poderoso, para


nós dois. Ela se submete a mim de bom grado, simplesmente,
quase desesperadamente, e eu a levo, corpo e mente, fazendo
ambos meus. Eu os marco com a porra da minha própria versão
fodida de amor. Porque eu não amo como a maioria. Eu amo
sombriamente, cruel e brutalmente, ou de jeito nenhum.

Seguro suas mãos amarradas e me inclino sobre ela,


envolvendo meu corpo sobre o dela para que eu esteja em todos
os lugares — nela, dentro dela, em volta dela. Então sou tudo e
nada dela naquele momento.

Eu fodo Patience até que ela enche o ar com o meu nome e


seu corpo treme ao meu redor. E depois a fodo novamente. Porque
com ela, uma vez nunca é suficiente. Sinto-me como um homem
faminto e sua buceta é o meu oásis. Vou devorar seu corpo,
banquetear-me com sua doce buceta até que eu esteja satisfeito.

Embora o meu maior medo seja que eu nunca terei o


suficiente dela.

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KER DUKEY

“É sempre assim para você?” Ela pergunta sem julgamento.

Meus olhos estão fechados, abraçando a escuridão por trás


das minhas pálpebras enquanto eu volto do êxtase de onde estou.
E que merda é essa. Estou flutuando em êxtase, movendo-me
calmamente e mergulhando de cabeça no desconhecido, e não
tenho medo disso. Pela primeira vez, abraço a calma e a quietude
em vez de procurar pela escuridão.

“Sim”, eu grunho honestamente.

“Tudo bem”, ela responde pensativa.

Abro meus olhos, deixando o dia voltar ao meu mundo, e


olho para ela. Patience se deita ao meu lado, sua cabeça nos
travesseiros de algodão branco, olhando para mim.

“O quê?” Questiono. Ela encolhe os ombros e solto um


suspiro. “O que foi?” Pergunto novamente.

“Só estou me perguntando por quê. Eu não ligo e nem me


importo. É apenas diferente, sabe? Como um homem como você
se tornou assim?”

Jesus, ela é inocente e cega, não tem a mínima ideia de


quem eu sou. Não quero revelar esse lado de mim, a parte que
abraça o escuro e desagradável. Não quero que ela pense em nada
além de algo bom.

Bem, depois de hoje, ela não vai pensar em nada de você,


só vai te odiar, meu subconsciente fala.

Eu gemo e me sento, as cobertas caem no meu colo


enquanto eu arrasto minhas mãos pelo cabelo.

“Não sou doente, Patience. Não há nada de errado comigo”,


eu rosno. “Só gosto de estar no controle.”

Ela também se senta, segurando as cobertas no peito.


“Não, você gosta de dominar, e isso é diferente de estar no
controle.”

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KER DUKEY

“Não me julgue, porra”, digo, embora no fundo, sei que ela


não fez isso. E não estou com raiva dela por perguntar também.

Estou com raiva de mim mesmo.

Com a porra do mundo por me trazer e levar minha mãe


para longe de mim.

Com Maxwell.

E com a porra da Elite por me colocar nessa situação,


porque ela não merece isso.

“Sam, eu não... não o julgaria”, ela me acalma, com a mão


em meu ombro. Mas eu não preciso nem quero a sua simpatia. E
certamente não preciso do julgamento dela.

“E quanto a você?” Eu pergunto asperamente. “Você se


poupou todo esse tempo para o homem perfeito e tudo o que você
conseguiu fui eu. O quão patético isso é? Valeu a pena, Patience?”
Eu a desprezo, erguendo meu maxilar.

Ela me olha confusa antes de se afastar de mim como se


eu fosse algum tipo de monstro. Seus olhos se estreitam.
“Primeiro de tudo, eu não era virgem. Eu não tenho ansiado por
você todos esses anos, ou me perguntado se você viria me
encontrar e tirar minha virgindade, seu idiota. E segundo, sim.”

Eu estreito meus olhos, sentindo-me como um idiota


completo por pensar que ela era virgem. O fodido do Sebastian
colocou isso na minha cabeça e segui em frente. Patience é uma
mulher bonita e inteligente. Claro que ela não seria a porra de
uma virgem.

“Sim, o quê?” Eu rosno, sentindo a veia no meu pescoço se


contrair. Sou um idiota completo. E um arrogante, mas ainda não
desistirei dessa luta.

“Sim, valeu a pena, Samuel. Eu posso não ser virgem, mas


ontem à noite, esta manhã...” ela se aproxima de mim, colocando

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a mão na minha cara, “era como se fosse a minha primeira vez.


Mas melhor porque foi com você.”

Pego sua mão, prendo-a com a minha, mas não a afasto.


Eu gosto do seu toque.

Ela corre o polegar pelo meu lábio inferior e, apesar do


constrangimento que me atravessa, eu o chupo em minha boca.
Sua proximidade me acalma de um jeito que só ela parece ser
capaz de fazer.

Patience se move, empurrando-me contra a cabeceira da


cama enquanto ela sobe no meu colo, me montando. Ela pega
minhas mãos, segurando-as em meus lados enquanto se inclina
e me beija, seu corpo me esmaga enquanto o meu pau
rapidamente enrijece. Eu começo a me mexer, para agarrá-la e
jogá-la na cama, quando ela se afasta.

“Não, você fica parado dessa vez”, ela diz com um sorriso
nervoso enquanto solta minhas mãos e cobre meu rosto. “Você
não se move, você não toca, e você não goza até eu dizer que você
pode.”

Ela me beija novamente, sua língua desliza sobre a minha.


Meu coração martela no meu peito, todos os músculos do meu
corpo ficam tensos.

“Eu não posso”, respondo honestamente, as palavras saem


roucas. Porque eu não posso. Não é assim que isso funciona. Não
é assim que eu trabalho.

“Você pode”, ela diz contra a minha boca. “Porque eu estou


pedindo para você. Ok?” Ela me beija. “Por favor, Sam.”

Engulo. “Sim, senhora”, eu respondo, querendo tentar por


ela. Patience sorri com minhas palavras e meu coração bate mais
rápido — por ela, por isso.

Ela alcança entre nós e pega meu pau, segurando-o com


força enquanto desliza sobre ele. Eu gemo enquanto seu calor me

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envolve, seu aperto agarrando-se a cada centímetro do meu pau.


Ela cavalga meu corpo, e meu estômago aperta enquanto eu
resisto à vontade de empurrá-la de cima de mim e fodê-la por
trás. Para deslizar dentro daquela buceta perfeita dela, para abrir
essa sua bunda bonita e empurrar dentro. Meu pau incha e
lateja.

“Oh, Deus, Sam”, ela murmura enquanto seus quadris


aceleram, sua buceta aperta, tornando quase impossível apenas
se sentar aqui e obedecer.

Jesus, essa merda é mais difícil do que percebi. Eu chupo


meu lábio inferior enquanto a vejo cavalgar em meu corpo,
tirando sua satisfação de mim, me punindo, me devorando,
tomando tudo o que ela precisa e quer. Com cada impulso de
seus quadris, fica mais fácil e mais difícil ficar parado. Eu quero
devastá-la, tocar cada parte dela, beliscar e lamber e beijar e foder
todos os seu orifícios. Mas também quero isso — ela em mim e
no controle.

Seus quadris se movem mais rápido, seus seios saltam


quando ela empurra uma e outra vez em cima de mim, atingindo
seu núcleo enquanto ela me fode, e então ela goza com uma
explosão. Seu corpo empurra uma última vez, em seguida me
aperta enquanto ela continua a gozar com uma série de gemidos
e ofegos, então seus olhos se fecham. Ela se cala e inclina para
frente, dou-lhe tempo para se recuperar.

Quando ela abre os olhos, já estou esperando.

“Minha vez”, eu digo perversamente.

Agarro-a e a jogo na cama antes de subir de novo em cima


dela e empurrá-la em um movimento rápido. Ela grita enquanto
eu me atiro em sua buceta supersensível e começo a fodê-la
bruscamente. Envolvo minha mão em sua garganta enquanto eu
a fodo, segurando-a ainda mais para que eu possa pegar o que
quero dela. Eu chupo seu lábio inferior, minha língua e meu pau

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KER DUKEY

trabalhando juntos. Meus quadris se movem para frente quando


meu pau abruptamente incha, e então eu gozo com longos jatos,
molhando seu interior enquanto pressiono minha testa contra a
dela, nossos olhos conectados.

“Foda-me, Patience”, eu grunho sem fôlego.

“Eu já fodi.” Ela pisca.

Solto uma risada e a beijo antes de sair dela.

Deitamo-nos de costas, exaustos, suados e gastos.

Quando minha frequência cardíaca volta ao normal, viro-


me para ela. Patience está com os olhos fechados, mas os abre
quando ela me vê.

“O quê?”

“Sinto muito por você não querer ir para a escola por minha
causa”, digo. “Eu estava fodido naquela noite. Não deveria ter
tirado isso de você, mas eu era uma criança e odiava o mundo.”

Se as coisas tivessem funcionado de maneira diferente, eu


me pergunto se ela estaria lá dia após dia na escola. Se eu tivesse
que ver o olhar de mágoa em seu rosto todos os dias, eu seria um
homem diferente agora?

Ela franze a testa. “Não parei de ir para a escola por sua


causa, Sam. Eu me mudei com minha mãe.”

Foi a minha vez de franzir a testa agora. “Não, seu pai disse
a todos que você estava sendo educada em casa.”

Ela sacode a cabeça. “Ele estava apenas envergonhado.”

“Envergonhado?” Inclino-me no meu cotovelo.

Ela suspira. “Minha mãe finalmente o deixou e eu queria


morar com ela.” Ergo minha cabeça e ela ri.

“Sério?”

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Ela se senta, puxando o lençol com ela e eu também me


sento. “Sério. Parte do acordo de divórcio era que minha mãe e
eu tivéssemos que voltar para eventos especiais, e dissemos a
todos que ela estava trabalhando fora e eu estava sendo educada
em casa, ou trabalhando para instituições de caridade na
Europa, ou...”

“Construindo orfanatos?” Eu digo, passando a mão pelo


meu cabelo.

Ela ri novamente. “Isso eu realmente fiz, mas sim.”

“Por que diabos ele queria isso? Não teria sido mais fácil
para ele dizer que havia se divorciado e você estava morando com
sua mãe?”

Ela morde o interior de sua bochecha. “Meu pai é o prefeito,


Samuel. As pessoas que o colocaram no poder querem uma boa
e saudável imagem familiar. Um homem divorciado cuja filha
nem quer morar com ele não era a imagem que eles queriam. O
delegado está atrás do emprego dele há muito tempo, então meu
pai não podia lhes dar munição.”

“E o que há para sua mãe?”

“Muito dinheiro. Você não pode contar a ninguém sobre


nada disso, no entanto. Meu pai deveria ser juramentado como
prefeito pelos próximos cinco anos em alguns dias, mas foi à
votação, porque alguém está contra ele.”

“O delegado? Porra, não acredito que não sabia nada


disso.” Claramente, eu tenho andado preocupado com os meus
problemas e perdi tudo isso que está acontecendo. Ou talvez eu
simplesmente não me importasse. Aquela mulher, Lillian e seu
irmão sendo tão acolhedores com o delegado, então minha missão
de conseguir material de suborno contra o prefeito não é a porra
de uma coincidência.

the elite seven


KER DUKEY

Ela ri. “Ninguém sabe. Nós nos certificamos disso. Mas


olha, minha mãe tem pensado em voltar para cá. Ela sente falta
de Nova Orleans — e, estranhamente, do meu pai. Mas mamãe e
eu... Temos uma vida na Califórnia e, se for sincera, não sei se
estou pronta para desistir de lá.”

Eu aceno. “Mas ela fará o que achar melhor para você”,


digo, minha cabeça se recuperando da sobrecarga de
informações. “Se você ficar, ela também fica, e se você voltar para
casa...”

“Então ela volta”, Patience termina. “Eu escolhi morar com


minha mãe anos atrás, porque queria um novo começo. Meu pai
bebia muito e eu não tinha amigos e nem um futuro aqui. Mas as
coisas são diferentes agora.” Patience entrelaça a mão dela com
a minha antes de me olhar timidamente. “Se tivesse uma razão
para ficar aqui, eu ficaria. Eu desistiria de tudo.”

Aperto a mão dela, sentindo a culpa queimando no meu


peito.

“Papai está se preparando para ir embora, se mamãe não


voltar para casa. Ele virá com a gente. Isso significaria abandonar
a sua carreira e se despedir da família.”

As coisas começam a se encaixar.

A Elite.

O prefeito.

A tarefa.

Se eu quebrar o coração de Patience, ela não vai querer


ficar. Ela irá embora, e talvez a Elite exponha a vida dupla do
prefeito e o suborne com a evidência da minha tarefa e colocará
alguém no comando. O delegado.

Tudo parece bom demais para ser verdade.


Minuciosamente tramado, e ainda assim sei que estou certo. Não

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deveria importar — a razão da minha tarefa —, mas ainda assim


importa.

“Você está bem?” Patience pergunta, sua voz soando


distante.

Eu balanço a cabeça, mas não estou bem. Como posso


estar sabendo o que tenho que fazer?

Está pior agora, ao saber a razão por trás disso. Eles estão
destruindo a vida de um homem, a vida de Patience, e eu os
ajudarei a fazer isso.

Não parece certo, nada disso.

Mas que escolha eu tenho?

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CAPITULO 20
Duas semanas depois

“Oh meu Deus!” Patience grita meu nome, e orgulho se


inflama no meu peito ao ouvir meu nome em seus lábios.

Corro minha língua subindo e descendo em seu sexo,


deixando-a mais aberta para que eu possa devorar sua doce
boceta. Eu a fodo com a minha língua até que ela está tremendo
contra mim e segurando meu cabelo em suas mãos. E então,
assim que ela está prestes a gozar com a minha língua
profundamente em sua buceta, eu puxo as bolinhas para fora de
sua bunda e ela desmorona debaixo de mim.

“Senhor!” Ela grita, suas coxas apertam em volta da minha


cabeça enquanto eu chupo seu clitóris.

Deixo-a navegar na onda de euforia do seu orgasmo até que


ela abre os olhos. Eu sorrio ferozmente, e ela sorri.

“Isso foi...” Patience não termina, mas tudo bem, porque eu


sei. Sinto isso toda vez que a gente fode também. Não é apenas o

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sexo ou o orgasmo, é outra coisa. É a nossa história, nossas


infâncias entrelaçadas. Nossos caminhos que sempre foram
destinados a se cruzar, não importa quão distantes estivéssemos.

Eu coloco minhas mãos em sua cintura e praticamente


subo em seu corpo, beliscando-a de vez em quando. Eu mordo
sua coxa. Uma lambida em sua buceta. Um beliscão no estômago
dela. Até eu alcançar seus seios, sugando o mamilo duro em
minha boca avidamente. Eu sou como um homem faminto, e não
consigo ter o suficiente dela ou de seu corpo.

Tenho uma ereção permanente por duas semanas agora, e


mal saímos desse quarto, a não ser para eu ir a aula, então
voltamos aqui para foder um pouco mais. Ela é como heroína e
sou um viciado em seu doce aroma.

“Senhor”, ela choraminga enquanto eu esfrego a ponta do


meu polegar sobre o clitóris.

Ela está dolorida, está satisfeita e, no entanto, está sempre


ansiosa por mais.

Patience está tão faminta por mim quanto eu por ela e isso
está me matando.

Eu não sou assim.

Nem sei mais o que estou fazendo. Continuo dizendo que


terminarei com ela em breve, mas todo dia é o dia errado. Toda
última vez na cama com ela nunca é suficiente. Patience é um
oásis e estou morrendo de sede.

Chupo seu lábio inferior em minha boca, e ela geme


enquanto eu tiro o dedo de sua buceta e vou para sua bunda
antes de virá-la sobre a barriga. Sondo sua bunda com o meu
dedo e ela se abre para mim como uma flor, pronta, ansiosa.

Patience olha por cima do ombro para mim; seus olhos


estão arregalados, cautelosos, mas com necessidade, e coloco
beijos em seus ombros e pescoço para acalmá-la.

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KER DUKEY

“Está tudo bem”, murmuro contra sua garganta, e ela


balança a cabeça.

Ela acena com a cabeça porque confia em mim e sou um


bastardo por permitir isso.

Eu deveria ir embora.

Ou pelo menos deixá-la ir embora com alguma dignidade


intacta. Mas não posso. Eu preciso disso, dela. Eu preciso
contaminar cada parte dela até que eu seja marcado em seu
corpo como uma tatuagem.

Sou um idiota egoísta, mas não me importo.

Eu empunho meu pau e o guio para a sua entrada. Coloco


uma mão sob seu abdômen e levanto sua bunda mais alto,
pegando um pouco de sua umidade e esfregando-a em sua
bunda. Eu pressiono contra ela, empurrando apenas a ponta do
meu pau, e gemo no ar, tendo que contar para trás a partir do
cinco, porque ela é perfeita.

Ela geme enquanto me leva, meu pau lentamente a enche,


nossos corpos se unem nos lugares mais íntimos.

“Você é tão perfeita”, eu murmuro, mordendo seu ombro


enquanto giro meus quadris e mexo nela lentamente. “Tão
apertada.”

Estou com minhas bolas profundamente em sua bunda e


ela está ofegante debaixo de mim. É tortura e felicidade, tudo
embrulhado em um. Esta é a primeira vez que ela tem alguém
aqui. Patience não precisa me dizer, está escrito em todo o seu
rosto, sua expressão é uma mistura de dor e desejo quando ela
olha para mim, sua boca bem aberta. Ela abaixa a cabeça e geme
enquanto eu entro e saio dela devagar.

Aperto sua bunda na minha mão, e pela primeira vez, eu


perco o controle, apertando sua pele macia debaixo da minha
mão até que eu saiba que vai machucar. E então eu a fodo. Forte.

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KER DUKEY

Não tenho piedade enquanto eu bato nela. Fodo sua bunda


virgem até que eu me sinto inchando por dentro, depois jorro
correntes longas e quentes. Ela grunhe e geme debaixo de mim,
mas eu não paro até ter ordenhado cada última gota do meu pau.

Patience está tremendo, seus joelhos tremem quando eu


deslizo para fora dela e a abaixo para a cama. Ela está ofegando
e suando e há lágrimas em seus olhos. Eu corro minha mão pelo
lado do rosto dela e olho em seus olhos.

“Você está bem?” Eu pergunto, minha voz rouca.

Ela acena com a cabeça. “Isso foi...” Ela pisca e limpa as


lágrimas ao redor dos olhos. “Eu nunca senti nada assim.”

Seu corpo foi usado e abusado nas últimas duas semanas.


Eu fodi cada parte dela. Estive dentro de cada lugar e gozei em
cada centímetro de seu corpo. Ela engoliu meu sêmen e tomou
cada surra, cada tapa da minha mão e cada batida do meu
chicote sem reclamar.

Eu não sei como desistirei dela.

“Ei, o que está acontecendo por trás desses seus olhos?”


Ela pergunta, rolando para o lado para olhar para mim. É sua vez
de estender a mão e tocar minha bochecha agora, e viro meu rosto
para chupar seu dedo.

“Nada. Apenas imaginando o que podemos fazer a seguir.”


Eu sorrio, mas a mentira é amarga na minha língua. Eu nunca
minto e, no entanto, as mentiras são rápidas e fáceis com
Patience. Eu odeio isso.

Ela ri. “Antes de qualquer coisa eu preciso tomar banho. E


então comer. E depois preciso estudar.”

Subo sobre seu corpo e agarro seus pulsos, prendendo-a


na cama. “Eu tenho algo para você estudar”, provoco, e ela ri
novamente.

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KER DUKEY

“Tenho certeza que conheço bem o assunto agora.” Ela


sorri.

Inclino-me e dou um beijo em sua boca e, por um


momento, tudo é esquecido. Mas então eu termino o beijo e
minha consciência culpada retorna, repreendendo-me pelas
mentiras que eu tenho contado e pela dor que causarei a ela... E
a mim mesmo.

“Você está com fome?” Eu pergunto e ela concorda. Afasto-


me dela e pego minha calça antes de vesti-la. “Vou preparar um
pouco de comida enquanto você toma banho, depois podemos
retomar nossa sessão de estudos.”

Ela ri novamente. Porra, eu amo essa risada.

“Soa como um plano.” Ela sai da cama e entra no banheiro,


seus quadris rebolam enquanto caminha. Sua bunda está
vermelha e dolorida, seu corpo cheio de mordidas e marcas do
meu gosto particular. Eu sei que deveria sentir nojo de mim
mesmo, mas tudo que sinto é orgulho, saber que ela mostra
minha marca.

Eu coloco uma camisa e desço as escadas descalço.

Pego um pouco de pão, manteiga de amendoim e geleia.


Quando crianças, era o que ela sempre fazia para mim quando
eu precisava de consolo. Inferno, ela tinha apenas sete ou oito
anos, então era a única coisa que ela podia fazer.

“Você está bem?” Patience pergunta, seus olhos arregalados


me observam enquanto eu devoro o sanduíche.

“Sim. Claro que estou”, resmungo. A verdade é que estou


bem longe disso. Papai contratou uma nova babá, só que ela não
é legal. Ela grita muito com a gente. Ela bebeu e esqueceu de nos
alimentar. Mas é melhor que a última. Pelo menos ela não me
bateu.

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KER DUKEY

Ela nos mata de fome, no entanto. Nos dá apenas comida


suficiente para sobreviver. É por isso que dou a minha parte para
Sabella, coloco minha comida no prato dela sem que saiba e finjo
que já comi.

Ela não precisa saber o quão ruim é.

Ela não precisa saber sobre os monstros que vivem em


nossa casa.

O pai de Patience quase nunca está em casa, então eu


nunca me preocupo em esbarrar com ele, então é lamentável que
no meio do caminho para fazer um sanduíche de manteiga de
amendoim e geleia ele entra.

Ele para no caminho e segura uma pasta na mão quando


me vê.

“Samuel Gunner.” Ele diz meu nome como uma maldição.


Porque é óbvio o motivo de eu estar aqui. Se os pés descalços não
dão o sinal, o cabelo ‘acabei de foder’ dá.

“Prefeito Noelle”, eu digo com um sorriso rígido.

Coloco a manteiga de amendoim no pão e fecho o


sanduíche. Eu preciso sair daqui, ir para longe dele. Parece que
ele está prestes a perder o controle, e eu não sou o tipo de homem
que foge se ele quiser qualquer tipo de retribuição.

Passo pela porta, e meus dentes rangem.

“Cadelas no cio sempre chamam os cães”, ele diz para as


minhas costas, e eu paro no caminho.

“O que diabos você acabou de dizer?” Eu pergunto quando


me viro para encará-lo, meu olhar duro perfura o dele.

“Eu acho que ela acabou sendo igual a mãe depois de


tudo”, ele fala.

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“Olha como você fala.” Continuo encarando-o, a minha


raiva me inunda como adrenalina.

Ele sacode a cabeça. “O que há entre vocês, homens


Gunner, que sempre estão atrás das mulheres da minha vida?”

É a minha vez de sacudir a cabeça. “A Sra. Noelle era uma


puta, mas sua filha é a porra de uma rainha. Não há comparação,
prefeito.”

Seus olhos brilham com fogo, mas não dou a mínima para
ele, então eu me viro e vou embora. No meio da escada, recebo
minha resposta.

“Vocês Gunners são todos iguais. Vocês não podem manter


suas mulheres. Elas morrem, deixam vocês por alguém melhor,
ou só estão atrás do seu dinheiro. Patience recuperará o juízo em
breve. Guarde minhas palavras.”

Aperto o corrimão enquanto tento controlar a raiva rugindo


dentro de mim. Porque matá-lo parece uma opção viável agora.

De volta ao andar de cima, Patience saiu do banho e está


escovando os cabelos no banheiro. Deixo seu sanduíche na
cômoda do quarto e a sigo. Eu passo atrás dela e arranco a toalha
de seu corpo antes de curvá-la sobre a pia.

Eu a beijo enquanto esfrego minhas mãos nas costas dela


antes de lentamente alcançar entre nós para sentir a umidade
entre suas pernas e esfregá-la sobre sua buceta. Eu olho para ela
no espelho enquanto desabotoo minhas calças e libero meu pau.
Ela segura meu olhar enquanto eu pressiono contra sua entrada
e empurro dentro dela. Não sou gentil enquanto transo com ela,
trago minha raiva para fora em sua buceta, fazendo-a gozar mais
vezes do que qualquer um de nós pode contar. E quando eu
finalmente gozo, eu gozo em voz alta, batendo na buceta dela com
tanta força que Patience grita.

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KER DUKEY

Meu pau jorra, molhando sua buceta suave enquanto eu


arqueio contra seu pescoço. Ela continua segurando meu olhar
no espelho. Nenhuma raiva ou desgosto no seu rosto.

Mas eu não posso me olhar.

Não posso pegar meu próprio olhar por causa da vergonha


que sinto pelo que acabei de fazer.

Porque sei que isso não tem nada a ver com Patience e
comigo, e tudo a ver com a exibição ao pai dela sobre quem é o
dono de sua filha agora. Eu sou seu mestre. Eu estou no controle.
E não há nada que ele possa fazer sobre isso.

Eu sou um bastardo. Assim como o meu pai.

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KER DUKEY

CAPITULO 21

Enquanto espero no escritório da orientadora, eu verifico


meu celular novamente para ver se Sabella ou qualquer um dos
meus irmãos Elite mandaram alguma mensagem. Mas na
realidade, isso é mentira. Eu só estou realmente esperando por
uma mensagem da Patience. Eu o enfio de volta no meu casaco
quando vejo que não há novas mensagens e prometo não ser mais
um maricas de merda. Nós tivemos duas semanas de maldita
felicidade, sem pressão para cumprir a tarefa. O Orgulho foi pego
em sua própria confusão e me deixou sozinho. Eu pensei que
estava bem e verdadeiramente livre de ter que ver a orientadora
quando um e-mail chegou semanas atrás nos informando do seu
período sabático. Mas agora ela está de volta e quer me ver.

Eu preciso me concentrar nesta reunião e em hoje. Maxwell


me deixou uma nota inspiradora esta manhã, ordenando que eu
não me atrasasse para ver a orientadora educacional. Fodido
idiota.

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KER DUKEY

É estranho pra caralho ficar aqui sentado depois que


descobri várias merdas sobre Lillian, após o evento beneficente
algumas semanas atrás.

A porta está aberta quando eu chego, e Lillian está de pé,


com o cabelo preto preso no alto da cabeça, falando com uma
garota linda com um cabelo loiro encaracolado bagunçado. Ela
parece familiar. Tenho certeza que a vi com o Luxúria. Ela sorri
timidamente antes de sair e não consigo impedir meu olhar de
segui-la.

“Aham”, Lillian limpa a garganta e volto a encará-la. Em


vez do olhar de nojo que eu esperava, ela está sorrindo
amplamente, quase como se estivesse me animando. Ela estende
a mão para mim. “Samuel Gunner, vamos nos conhecer
formalmente.”

Há algo errado com essa maldita mulher.

Eu pego a mão dela na minha. Sua pele é macia, suas


unhas bem cuidadas, e em uma inspeção mais próxima, ela é
mais velha do que eu pensava. Ela claramente cuida de si mesma,
e se seu irmão é qualquer referência, ela pode se permitir.

“E você é Lillian, orientadora educacional, irmã do rei de


Nova Orleans, e uma integrante da Elite”, eu digo, indo direto ao
maldito ponto. Aperto a mão dela com um sorriso, e ela a segura
por um tempo mais longo antes de soltar, seus olhos brilhando
com algo que eu não consigo dizer exatamente o que é antes de
gesticular em direção ao seu escritório.

Eu entro e me sento, e ela fecha a porta atrás de nós e se


senta à mesa. “Eu sou a Sra. Griffin, mas você pode me chamar
de Lillian. Acredito que está programado para nos encontrar a
cada duas semanas para discutir seus supostos problemas de
raiva. Mas chega de farsa.” Ela revira os olhos.

Ela dobra as mãos no colo enquanto me avalia, vendo como


reagirei ao comentário.

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KER DUKEY

Eu não respondo, esperando que ela continue.

“Você sabe o que é preciso para entrar em uma


universidade como essa?”

“Estou nela, não estou?” Eu resmungo.

Estreitando os olhos em mim, ela sorri firmemente fazendo


seu rosto parecer estranho. Por que ela não está se movendo?

“Sim, Samuel, você está nela, mas não pense que o que é
dado não pode ser tirado. Esperamos o melhor dos nossos alunos
e que o trabalho seja entregue em tempo hábil. Insolência não
será tolerada aqui em St. Augustine.”

Ela não disse que nós não fingiríamos mais? Por que diabos
ela está fingindo que estamos falando de aulas quando ela está
obviamente falando sobre a minha tarefa?

“Eu entendo o que é esperado de mim, Sra. Griffin, e


sempre ganhei meu lugar onde quer que eu decida estar.” Ela
está tentando me intimidar, mas não está funcionando. Ela é um
maldito graveto com cabelo brilhante.

Seu sorriso se alarga e ela se levanta, contorna a mesa e se


empoleira na borda diante de mim, com as pernas cruzadas nos
tornozelos, fazendo sua saia lápis subir um pouco mais na perna.
Normalmente, isso teria sido quente pra caralho, e eu a teria
inclinado sobre sua mesa em um piscar de olhos, mas depois de
Patience, a buceta dessa mulher não me interessa nem um
pouco. “Por favor, Samuel, me chame de Lillian.”

Eu aceno, sentindo os músculos da minha mandíbula


flexionar.

“Você parece... Irritado, Samuel”, ela cantarola.

Deixo meu olhar percorrer sua coxa lentamente, e depois o


seu rosto. “De modo nenhum. Eu só gostaria de ir para a aula.
Estou atrasado e preciso recuperar o atraso. Eu trabalhei até

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tarde da noite”, digo, insinuando que estou falando sobre a minha


tarefa.

Foder Patience em vez de quebrar seu coração deixará


alguém fora de si, eu penso amargamente.

Cada minuto que se passa desde a primeira vez que estive


dentro da Patience deixa-me cada vez mais confuso sobre meus
sentimentos por ela. Ela é tudo que eu penso. Eu quero comer,
beber e respirá-la, e é o que eu tenho feito pelas últimas duas
abençoadas semanas. Para ser honesto, eu não pensei muito
sobre a Elite ou a minha tarefa desde aquela primeira noite com
Patience. Cada momento foi gasto com ela. Seja transando com
ela ou pensando em fodê-la. Eu me perdi em Patience, e ainda
não sinto nada a não ser a falta dela pela primeira vez em anos.
É confuso e desconcertante, mas vou seguir com isso. Eu vou
foder a Patience até ela sair da minha mente, se é isso que
preciso.

Lillian me estuda por alguns momentos silenciosos. “Diga-


me, como você está concluindo seu trabalho de classe?”

“O que você quer dizer?” Pergunto com raiva, sabendo


perfeitamente que ela está falando sobre a minha tarefa. Minha
raiva aumenta. Parece errado falar sobre isso com essa mulher
que mal conheço.

“Você fez algum progresso, Samuel? Ou precisa de algumas


lições extras para ajudá-lo a realizar seu trabalho?” Ela diz isso
de uma maneira que é quase sedutora, e eu franzo a testa. Ela
cruza e descruza seus tornozelos, e olho para ela completamente
sem reação pela sua técnica óbvia de sedução.

“Eu sou muito capaz de completar minha tarefa”, respondo


calmamente.

“Oh, eu aposto que você é”, ela ri provocativamente. Ela


está definitivamente flertando comigo. Meu pau se contorce com
o pensamento, mas então a lembrança de Patience na noite

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passada vem à mente — seu belo corpo amarrado à minha cama


e exposto para eu beliscar e chupar e possuir como se fosse meu.
Eu digo ao meu pau para se acalmar. Esta não é a buceta que ele
quer. Lillian pode ter todo o Botox e preenchimentos que ela
quiser, mas nunca será nada além de uma partícula de poeira
quando comparada com Patience. Simplesmente não há
comparação.

Sinto-me incomodado. Confuso com meus próprios


pensamentos. Estou tentando controlá-los, mas quanto mais eu
luto para entender o que está me incomodando, mais estressado
eu me sinto.

Eu pensava que Lillian era atraente, se não um pouco


velha, quando a conheci, mas enquanto os minutos se passam,
percebo que ela não é nada. Há apenas uma mulher que eu
quero, e não é essa bruxa velha e seca fingindo ser algo que ela
não é. Minha amiga, minha amante, minha maldita orientadora.
Quando, na verdade, ela é da Elite e deseja que essas tarefas
sejam concluídas.

Ela quer machucar a Patience pelo ganho da Elite.

Pior, ela quer que eu machuque Patience, e eu não posso


fazer nada além de obedecer, porque sou seu peão neste maldito
jogo de xadrez, e isso me irrita ainda mais. Eu não sou o peão de
ninguém, e Patience não merece isso.

Ela merece mais.

Ela merece o melhor. Ela merece alguém digno de seu


corpo.

E eu não sou nada disso.

Estou bravo. A fúria corre pelas minhas veias como gelo


seco.

Já faz duas semanas desde que me senti assim, mas é


como se a raiva nunca tivesse me abandonado.

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KER DUKEY

“Foda-se isso. Eu preciso ir”, eu digo, levantando


abruptamente e me afastando de Lillian. Eu tenho que sair desse
escritório claustrofóbico de merda. Preciso da Patience.

“Não me desaponte, Samuel. Eu tenho grandes esperanças


em você”, ela diz.

Eu realmente preciso ir. Eu quero — não, preciso — ver


Patience. Quero senti-la nua e se contorcendo debaixo de mim,
chamando meu nome e arranhando minhas costas enquanto ela
goza montando meu pau.

Eu nunca terei o suficiente dela, percebo isso com


crescente ansiedade. Nunca terei o suficiente de seu corpo ou
seus beijos ou sua mente. Algo mudou em mim e não sei o quê.
Mas em algum lugar nestas últimas duas semanas, encontrei
algo mais importante do que minha vingança. Eu encontrei
alguém mais importante do que a minha necessidade de punição.

Encontrei paz, calma.

Encontrei Patience, e talvez eu mesmo.

Eu preciso falar com meus irmãos. Arrasto a mão pelo meu


cabelo, sentindo-me mal.

Lillian não parece muito feliz por eu sair. Ela franze a testa
e volta para sua mesa.

Porra. Espero que ela não diga a Maxwell que eu fugi. Ele
vai me perguntar por que eu saí, e então Sabella me dará um
sermão, e porra, isso é besteira.

Deus, quando serei livre dele?

Quando você controlar a porra da sua boca e fizer o que a


Elite precisa que você faça, meu subconsciente sussurra.

Quebrar o coração de Patience... É tudo que preciso fazer.

O pensamento me deixa doente.

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Sem outra palavra, saio do escritório de Lillian.

Eu corro pelo estacionamento, sentindo uma histeria


maníaca rastejando pela minha espinha enquanto a urgência
cresce. Acendo um cigarro, inalando a fumaça mortal em meus
pulmões e expirando rapidamente, mas isso não me acalma. Eu
olho para cima quando chego ao meu carro, encontro Orgulho
encostado nele, meu coração bate no meu peito como antes de
entrar no ringue para lutar, a antecipação pulsa em minhas
veias.

Quais são as minhas malditas chances?

“A tarefa. Está feita?” Ele pergunta secamente, sua


expressão é tensa. “Eu preciso saber que você completará isso.”

“Não”, eu respondo brevemente, dando outra longa tragada


no meu cigarro, desejando que fosse maconha. Onde diabos está
o Preguiça quando preciso dele?

“Pensei que você disse que era uma tarefa fácil?” Ele parece
cansado, como se esta merda estivesse cobrando um preço alto
dele. Ele não precisa quebrar o coração de Patience. Eu preciso.

“E é”, eu o corto, meu olhar dizendo-lhe para calar a boca


antes de eu fazê-lo calar a boca. Realmente não estou com
vontade de começar a me explicar para ninguém. “Mas acho que
não posso fazer isso.”

“Que porra você está dizendo?” Suas sobrancelhas se


franzem.

“Eu disse que não acho que posso fazer isso.” Jogo meu
cigarro para um lado e ando em direção a ele, desafiando-o a me
enfrentar.

Tum.

Tum.

Tum.

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“Ela não tem nada a ver com isso”, eu rosno. “Não vou
machucá-la por causa da Elite. Não vale a pena, não assim. Eles
não podem me obrigar a fazer isso.”

Ele sacode a cabeça e olha para o lado. “É aí que você se


engana, Samuel.”

“Sério? Você acha que essa merda está certa? São as vidas
das pessoas que estamos fodendo. O que diabos a orientadora
educacional tem a ver com isso? Qual é o papel dela, e por que
você está bem com tudo isso? Como você pode aceitar essa
merda?”

Ele olha de volta para mim, de repente tão furioso quanto


eu. “Lillian não é qualquer orientadora. Ela fode o próprio diabo.
Você acha que eu não sei que o que eles querem de nós é fodido?
Você acha que essa merda é fácil para mim? Para qualquer um
de nós? A Elite nos possui. Eles possuem você, Sam.”

Eu bato contra seu peito, empurrando-o, minha raiva


lavando meus sentidos. Ele cai contra o meu carro. Ele não luta
comigo, embora eu possa ver suas feições se contorcerem em
frustração. Cada músculo do seu corpo quer me empurrar de
volta. Nós somos uniformemente compatíveis em altura e
tamanho, mas ele tem melhor controle sobre seu temperamento,
o que é uma sorte, porque não acabará bem se entrarmos em
uma briga. Vamos nos destruir e acabar nos matando porque
somos muito teimosos para voltar atrás. E tudo por quê? Por que
nós dois estamos sentindo a porra da tensão da Elite e suas
tarefas fodidas?

“Solte-me antes de fazer algo de que você se arrependa,


Samuel”, ele rosna, seu olhar duro queima o meu. É então que
percebo que meus punhos estão enrolados em sua camisa.

“Quero deixar uma coisa perfeitamente clara”, eu digo a ele,


então deixo-o ir. Ele se levanta, endireitando o casaco, suas
narinas estão dilatadas enquanto respira com força. “A Elite pode

the elite seven


KER DUKEY

ter te colocado no controle para gerenciar essa coisa, mas deixe-


me dizer, Orgulho, ninguém é meu dono. Ninguém me diz o que
fazer. Eu controlo minha própria vida, meu próprio caminho.”

Passo por ele e entro no meu carro antes de ligar o motor.


Ele se inclina para a janela aberta enquanto a música toca no
meu aparelho de som.

“É aí que você está errado, Sam. A Elite possui você agora


— eles possuem todos nós. Eles tomam as decisões. Eles nos
controlam e tudo o que tocamos. Faça isso antes que eles tirem
a sua oportunidade e dê a alguém que realmente queira.”

“Eu realmente quero isso!” Eu grito, fúria lambe minha


garganta como fogo.

“Mesmo?” Ele incita, sua boca é uma linha dura e


impassível. “Faça o que você malditamente precisa fazer e pare
de ser tão maricas sobre isso”, ele grita antes de recuar e ir
embora. Eu bato minha mão contra o volante, odiando-o, esta
universidade, Maxwell, e toda essa merda de palhaçada da Elite.

Merda de palhaçada que eu preciso.

Ninguém é meu dono. Agora não. Nunca. Estou começando


a me perguntar se a Elite é melhor do que Maxwell mantendo-me
e Sabella refém com seu dinheiro e poder.

Eu arrasto a mão pelo meu rosto e bato meu punho contra


o volante novamente. “Droga!”

Saio do meu carro e corro para ele. Ele para de andar e se


vira para mim, todos os músculos do corpo dele tensos. Paro na
frente dele e alcanço dentro do meu bolso a minha moeda, puxo-
a para fora.

Eu fico olhando para ela na palma da minha mão, sentindo


pavor, necessidade, raiva e o desejo de ser livre queimando na
minha mão. Estou tremendo quando olho para o Orgulho, mas
seus olhos não revelam nada.

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KER DUKEY

“Eu preciso de uma nova tarefa”, digo, sentindo-me mal.

“Você entrega essa moeda e não conseguirá sair da


próxima. E se você acha que essa tarefa é ruim, quem dirá o que
eles farão em seguida.” Ele soa quase arrependido.

Não importa, no entanto. Ele sabe disso. Eu sei disso.


Desde o momento em que recebi essa tarefa, soube que não
conseguiria. E isso foi antes de vê-la e de tudo que veio depois.

Concordo. “Eu sei, mas não posso fazer isso com ela. Ela
não merece isso.”

“E você a ama”, ele diz, de fato.

Não respondo. Eu não preciso. Eu sempre a amei, só não


estava pronto para admitir para mim ou para qualquer outra
pessoa. Eu ainda não estou pronto para admitir isso.

Orgulho estende a mão e eu jogo a moeda na palma da mão


dele. “Esta é sua última chance, Sam.”

“Nunca foi uma opção”, digo, minha raiva se dissipa


quando a chuva começa a cair sobre nós. “Ligue para mim
quando tiver minha próxima tarefa.”

Ele suspira e enfia a moeda no bolso antes de tirar um


cartão branco. “Já a tenho. Você não é tão ilegível quanto pensa.
Lillian viu que essa merda aconteceria”, ele diz, como se as
palavras fossem dolorosas. Inclinando-se para perto, ele o desliza
dentro do meu bolso. “Eles estão nos observando. Ela é a porra
de uma serpente, Sam. Ela rasteja em sua vida e injeta seu
maldito veneno. Ela destruirá você e todos que você ama para
conseguir o que quer. Você não a quer como inimiga. Confie em
mim, eu sei”, ele diz baixinho, depois recua. “Se não completar
essa tarefa, então estará fora. Não há mais chances. Você tem
vinte e quatro horas, Sam. Vinte e quatro horas para completá-la
ou eles foderão toda a sua vida para proteger a si mesmos e seus
segredos.”

the elite seven


KER DUKEY

Eu olho ao nosso redor, não percebendo nada diferente,


mas por que ele mentiria para mim? Então compreendo o que ele
acabou de dizer.

“Vinte e quatro horas?” Eu digo com a garganta seca.

Orgulho confirma. “O relógio está correndo. Ligue-me se


precisar de ajuda com isso.” Ele olha novamente para o meu
carro, incapaz de segurar o meu olhar. “Se vale de alguma coisa,
eu sinto muito.” Ele diz antes de virar e se afastar rapidamente.

Deixo-o ir desta vez, pavor se infiltrando na minha pele


como a chuva em minhas roupas. Eu volto para dentro do meu
carro e fecho a porta, meu coração ainda latejando no meu peito.

Tum.

Tum.

Tum.

Eu lentamente pego o cartão, mas não consigo olhar. E se


a próxima tarefa for ainda pior? O que então? Esta é minha
última chance. Se eu não fizer isso, já terminei antes mesmo de
começar.

Nunca ficarei livre de Maxwell e nem Sabella.

Eu nunca me vingarei do homem que arruinou a minha


vida.

As janelas estão embaçadas, envolvendo-me em meu


próprio mundo enquanto a chuva continua a bater no carro. Eu
viro o cartão, meus olhos focados nas palavras. O medo que tenho
sentido cresce.

“Foda-se”, eu sussurro enquanto engulo, sinto minha pele


quente. Eu giro meus ombros e retiro o casaco. O ar está muito
denso no carro, o calor é sufocante.

the elite seven


KER DUKEY

Abro a porta quando a tontura me domina, desesperado


por ar fresco. Pela liberdade. A chuva me encharca em segundos,
mas eu mal sinto qualquer coisa, porque tudo o que posso pensar
são as palavras no cartão.

IRA

Sua tarefa é de sacrifício.

Uma garota que você ama por outra.

Negociar aulas por favores sexuais é desaprovado.

Pegue Dean Griffin no ato de ser seduzido.

A queridinha de St. Augustine, Sabella Gunner, será sua ferramenta.

Só então seu lugar será garantido.

Você deve estar brincando comigo!

“Porra!” Eu grito para o céu. “Porraaaa!”

the elite seven


KER DUKEY

CAPITULO 22

Eu derrapo para fora do estacionamento e começo a dirigir,


deixando minhas mãos e pés fazerem o trabalho. As estradas se
movem sob minhas rodas e me perco nos movimentos. Dirijo
perigosamente, furiosamente, meu coração batendo no meu peito
como se estivesse tentando escapar.

As estradas estão escorregadias e meus pneus guincham


quando faço as curvas com muita força, o volante gira
descontroladamente sob minhas mãos. Eu recupero o controle,
minha respiração é irregular enquanto começo a dirigir
novamente. O mundo fora das minhas janelas é um borrão, é
como tentar olhar a lua através de um telescópio desfocado. À
medida que as luzes passam e a chuva continua a cair, sinto-me
cada vez mais doente — uma agitação no estômago que não
desaparece.

Meu celular toca — está tocando há uma hora —, mas não


consigo atender. Ainda não. Eu só preciso continuar dirigindo.

the elite seven


KER DUKEY

Continuar andando. Continuar passando pelas estradas


encharcadas de chuva e fingir que não acabei de foder tudo.
Completamente acabei com minhas chances de sair desta cidade,
para ficar longe de Maxwell, da minha avó estúpida e ser livre —
finalmente.

Sabella ficará presa nessa família, essa família maldita que


nos despreza, para sempre. E não há nenhuma maneira no
inferno que eu a deixarei entrar na Elite. Ela é melhor que isso —
do que todos eles. Ela é inocente demais para uma sociedade tão
corrupta. A Elite a arrancaria de sua pureza e envenenaria sua
mente. Eu bato minha mão contra o volante, meus olhos ardem.
Eu grito até parar e saio do carro. Eu não posso respirar.

Estou ofegando.

Estou me afogando.

Estou sufocando em minha própria miséria e decepção.

Eu cambaleio para longe do carro, caio de joelhos antes de


me levantar novamente. Minhas roupas estão encharcadas e
agarradas ao meu corpo no momento em que estou no túmulo da
minha mãe. Sento-me e coloco a cabeça em minhas mãos, não
encontrando o conforto habitual de estar aqui. As flores que
coloquei na semana passada estão mortas, secas e recém
encharcadas — assim como eu. Puxo-as para fora do vaso,
sentindo-me culpado por não trazer novas comigo. Eu sei que é
estúpido e não deveria me sentir culpado porque ela não se
importa.

Ela está morta.

Ela não pode ver as flores que coloco aqui a cada semana,
ou ouvir as palavras que eu falo, ou ver minhas ações — o jeito
que eu tento defender sua honra, ou proteger Sabella. Nós somos
os filhos condenados, e ela não sabe, ou se importa, porque ela
está morta.

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KER DUKEY

Eu me levanto, precisando ficar longe daqui — longe dela e


de seus abraços implacáveis que não me dão amor. Mas eu não
sei mais para onde ir ou o que fazer. A casa não parece uma opção
agora, porque quem sabe o que eu farei se Maxwell começar hoje
à noite. Sou uma bomba relógio esperando para explodir. Posso
sentir isso no meu peito, o inchaço de raiva e dor e o amargo
desapontamento.

Eu ando novamente para o meu carro, sentindo-me


perdido, mas minha raiva está toda queimada. Quando chego ao
meu carro, Sebastian e Preguiça estão lá.

“Como vocês me acharam?” Pergunto e meu maxilar se


contrai.

Preguiça está fumando um baseado, e ele o entrega para


mim. Eu aceito, instantaneamente sentindo-me melhor quando a
erva atinge meu sistema.

“Orgulho disse que você entregou sua moeda”, Sebastian


diz, sua natureza nervosa habitual está ausente desta vez.

Preguiça lança-lhe um olhar confuso. “Ele disse que você


pode precisar da nossa ajuda. Ele não mencionou a moeda.”

“Não mencionou?” Sebastian responde sem hesitação.

Engulo, sentindo-me mal do estômago. “Não posso fazer


isso”, admito, por que qual o ponto em negar isso? É o que é
agora. “Eu gosto dela.”

Merda.

“Eu realmente gosto dela.” Recuo com minhas próprias


palavras.

“Para um homem sem coração, você com certeza parece ter


um profundo afeto por essa garota”, Sebastian responde com
uma sobrancelha erguida.

“Quem disse que eu não tenho coração?” Eu questiono.

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KER DUKEY

Sebastian ri como se a minha pergunta fosse uma piada, o


que só me irrita ainda mais.

Preguiça se inclina para trás contra a porta do motorista.


“Você tem uma nova tarefa já?”

“Jesus, o que acontece com essas porras de tarefas?” Eu


resmungo. “Estou tão farto de todas as ameaças e promessas, de
glória e de destruição. É tudo uma palhaçada do caralho.”

Sebastian acena com a cabeça. “Sim, ele tem uma nova


tarefa.” Ele estende a mão para pegar o baseado da minha mão.
“Você precisa de ajuda?”

Nego com minha cabeça.

Não, porque acho que não posso passar por isso também.

“Você quer falar sobre isso?” Ele pergunta, então dá uma


tragada.

Eu balanço minha cabeça novamente.

Porque não posso contar a ninguém sobre minha tarefa. É


mais repugnante do que a última e eu me sinto mal mesmo ao
considerá-la.

Porra, estou tão cansado. É Como se eu não tivesse


dormido em anos. Meus ossos doem pelo cansaço que sinto em
meu coração.

“Você quer sair daqui?” Sebastian pergunta.

Olho para as sepulturas que nos rodeiam — sepulturas


cheias de ossos solitários e cheios de dor, sofrendo eternamente,
sabendo que eles viveram vidas não cumpridas. Eu pertenço a
uma dessas sepulturas. Cercado de sujeira e vermes. Morte e
ossos e miséria. Eu pertenço à minha maldita mãe. Sou tão
frustrado e solitário quanto ela é.

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KER DUKEY

“Você precisa fazer o necessário, Sam”, Preguiça diz. “Seria


o caralho de um desperdício se não fizer.”

Suas palavras parecem como se ele realmente se


importasse, mas um olhar em seu rosto não me mostra nada
além de vazio. Sua máscara é uma tela em branco.

“Talvez apenas não fosse para ser”, eu digo, arrastando


minhas mãos pelo meu cabelo. A chuva parou e estou com frio,
tremendo, meus dentes batem. “Eu preciso me trocar”, digo,
apontando para o meu carro. “Importam-se de dar o fora da porra
do meu caminho.”

Preguiça dá um passo para o lado e Sebastian segue para


o lado do passageiro. “Preciso que você me deixe em um lugar.”
Ele olha para Preguiça, que não revela nada.

Sebastian e eu entramos. Eu realmente não quero deixá-lo


em qualquer lugar. Quero ficar sozinho, mas não tenho energia
para discutir com ele. Então eu ligo o motor e aumento o
aquecimento enquanto começo a dirigir.

“Aonde você vai?” Pergunto a Sebastian, mantendo meus


olhos na estrada. Meus pensamentos são outra história, no
entanto. Eles estão confusos. Sabella. Maxwell fodido Gunner e o
poder que ele tem sobre nós. Minha maldita mãe morta. A avó
que nunca pensou que minha mãe fosse boa o suficiente.

Mas principalmente, meus pensamentos estão em


Patience.

Não posso evitar. Ela está me consumindo de dentro para


fora e não sei o motivo.

Ela foi sua primeira, meus pensamentos sombrios


sussurram. Ela foi sua primeira introdução à dor e prazer que você
poderia dar. O poder que você poderia produzir.

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KER DUKEY

Eu odeio isso, mas é verdade. Sou como o meu pai que


tanto desprezo. Sebastian ainda não me respondeu, e eu me viro
para ele com uma carranca.

“Onde deixarei você?”

Ele está olhando para seu celular, seus dedos


pressionando botões e sua expressão é séria. Ele olha para mim,
seus olhos verdes acendendo com algo parecido com irritação.

“Desculpa. O shopping”, ele diz, empurrando o celular de


volta no bolso. Sua mão se move para o relógio e ele começa a
torcê-lo repetidamente. “Mulheres, cara, elas são criaturas
fodidas e complicadas, você não acha?” Ele diz com um suspiro.
“Um minuto elas são quentes, no próximo são frias.”

“Que porra você está falando?”

Ele sorri. “Aquela sua garota, Patience, ela é uma boa


menina. Fiel. Honesta. Ela tem um bom coração. Não é toda
fresca e mentirosa como a maioria das garotas, usando os caras
para conseguir o que querem, sabe?”

Não faço ideia do que ele está falando, mas eu continuo


com isso porque é mais fácil de ouvir do que tentar decifrar suas
divagações líricas.

“Não posso me parar, mas invejo você Sam”, ele diz com
uma sacudida de cabeça. “Você tem tudo.”

Eu franzo a testa. “Por que você diz isso? Do jeito que eu


vejo, tenho porra nenhuma.”

Ele ri levemente. “Como eu disse, você vê, mas não entende


realmente”, ele diz.

“Você está falando em enigmas, cara”, eu resmungo. Não


tenho tempo para essa merda agora.

“Então, você está realmente desistindo dessa coisa da


Elite?” Ele diz, mudando de assunto.

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KER DUKEY

“Não vejo outra opção. Eu não posso fazer o que eles


querem que eu faça.” O calor finalmente está enchendo o carro,
mas o frio que sinto é profundo e não me permite aquecer. Até
minha raiva não pode me manter quente hoje.

“Do jeito que eu vejo, isso é sobre a Elite sacaneando com


o reitor. Nada mais é realmente interessante para eles.”

Eu aciono meus freios rapidamente, quase batendo em um


poste de luz. Guio o carro até parar, ignorando os sons de buzina
atrás de mim, e me viro para ele, a fúria corre através de mim.

“Como você sabe disso?” Questiono. “E não quero mais o


caralho de um enigma, Sebastian. Você me diz agora mesmo
antes de eu arrancar seus dentes. Eu não aceito gentilmente as
pessoas colocando o nariz nos meus assuntos.”

Espero que ele recue, negue ou pelo menos tenha a


decência de parecer preocupado. Em vez disso, ele ri e solta o
cinto de segurança.

“Sempre com a cabeça quente, Sammy. Estou tentando te


ajudar. Que tal você apenas ouvir o que estou dizendo e calar a
boca por um maldito minuto, em vez de pensar com seus
punhos.” Seu sorriso se fecha, sua expressão se torna escura. Até
seus olhos parecem perder um pouco do brilho enquanto me
prendem. “A Elite precisa do reitor pego com as calças abaixadas.
Não importa quem o leve até lá, na verdade.”

Eu me forço a acalmar em vez de atacar como normalmente


faço. Se ele tem um plano melhor do que se afastar dessa
besteira, então preciso ouvir. Eu tenho o bom senso de ver isso,
mesmo não gostando.

“Aonde você quer chegar?” Pergunto diretamente.

Um lento sorriso aparece em seu rosto. “Aquela sua garota,


ela realmente se importa com você, talvez até te ame pelas
mensagens que ela envia para suas amigas.”

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KER DUKEY

“Eu nem vou perguntar como diabos você conseguiu


hackear o telefone dela. Ou por quê?”

Ele bate o lado do nariz. “Isso é para eu saber. Tudo o que


estou pensando é que, se você der uma leve cutucada na direção
que você quer que ela vá, você ainda pode ter tudo. Faça com que
ela o ajude com o problema do reitor e ninguém terá que se
machucar.”

“O cartão dizia que deve ser Sabella”, digo friamente, as


palavras possuem um gosto desagradável na minha boca.

Ele encolhe os ombros. “Eu acho que o ponto da tarefa é


que Dean Griffin seja expulso de sua posição, não quem
realmente o levará a isso. O restante é só para foder você.”

Eu poderia fazer isso?

Trocar Sabella for Patience?

Minha irmã pela mulher que me fez sentir mais coisas nas
últimas duas semanas do que senti toda a minha vida?

Patience é obstinada e determinada. Ela se apresenta como


se fosse toda tímida e doce, mas por baixo há uma mulher
construída para mais do que as pessoas lhe dão crédito. Ela
poderia lidar com essa merda. Mas Sabella, não há como ela lidar
com esse tipo de situação. Ela é forte, sem dúvida, é uma Gunner
apesar de tudo, mas é inocente demais. Isso a quebraria. Isso é…
Será que eu posso convencê-la a fazer isso.

Abro a boca para dizer a ele que acho que não consigo
quando ele abre a porta, o ar úmido de Nova Orleans entra no
carro e provoca calafrios na minha espinha.

“Quero dizer, você só precisa que ele pareça mal. Patience


não precisa passar por isso. Uma câmera, um top decotado e um
reitor pervertido. Tudo acontecerá como você quer. Você só
precisa se mostrar antes de ir longe demais. Um pequeno grito
por ajuda mostrará ao mundo exatamente quem ele é. É melhor

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KER DUKEY

do que ser apenas um reitor pervertido dormindo com suas


alunas. Pense nisso.” Ele sai e fecha a porta antes de ir embora.

Eu olho ao meu redor. Não estou nem perto do shopping.


Para onde ele está indo? Não importa. Sua ideia é boa, forte. Não
há garantia de que a Elite concordará em me deixar entrar se eu
conseguir Patience fazendo isso e não Sabella, mas ele está certo,
isso funcionaria melhor para eles e para mim.

Tenho que tentar. Uma centelha de esperança se acende


em mim.

Agora, tudo que tenho que fazer é convencer Patience.

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KER DUKEY

CAPITULO 23

Vou direto para a casa de Patience. Eu preciso vê-la, senti-


la. Preciso da sua bondade para me lavar, e então eu preciso pedir
a ela para fazer algo tão repugnante que está me fazendo sentir
doente.

Eu bato e bato até que uma das empregadas atende a


porta. Ela parece aterrorizada quando me vê, meu cabelo
bagunçado e olhos selvagens.

“A Patience está aqui?” Eu grito.

Ela limpa as mãos no avental nervosamente antes de afofar


o cabelo preto. “Ela está estudando, señor. Ela não quer ser
incomodada, mas posso levar uma mensagem.”

Faço uma careta, empurro a porta e passo por ela.


Ninguém me manterá longe da minha garota, nem mesmo a
própria Patience.

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KER DUKEY

Porra, minha garota. Como isso aconteceu?

Invado a casa, rindo sombriamente dos retratos de família


pendurados nas paredes brancas e colocados perfeitamente nos
aparadores para qualquer convidado ver. Esta casa parece uma
imagem de felicidade quando é tudo menos isso.

A empregada segue atrás de mim, suas pequenas pernas


lutando para acompanhar meus passos largos. “Não señor! Não
entre!”

Encontro Patience na biblioteca, com a cabeça baixa


enquanto ela lê um livro e faz anotações. A biblioteca é
impressionante, dou ao prefeito o crédito por isso. São livros de
parede a parede, uma lareira em uma extremidade e dois sofás
no meio. A grande mesa em que a Patience está sentada fica em
frente a um vitral. Enquanto o sol brilha através dele, ele coloca
vermelhos e amarelos sobre Patience, fazendo-a parecer um
maldito arco-íris.

Ela usa fones de ouvido e não me ouve entrar. A empregada


passa correndo por mim para chegar a Patience primeiro, dando
um tapinha no ombro dela e apontando para mim.

Eu sou um homem mau.

O pior do caralho.

No entanto… Patience olha para mim como se eu fosse um


anjo enviado do céu para ela.

Ela acena para a empregada e se levanta, me dando um


sorriso tão bonito que faz meu coração doer. Se soubesse o quão
ruim eu sou ela não olharia para mim assim. Se Patience
soubesse minhas intenções originais, ela nunca mais me olharia
daquele jeito. Se soubesse o que estou prestes a pedir, ela
pensaria que sou nojento, e ela estaria certa.

Viro-me para sair. Eu não posso fazer isso com ela. Não
posso pedir a ela para fazer isso.

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KER DUKEY

“Sam”, ela chama, mas eu a ignoro em favor da culpa em


minhas entranhas.

Ouço-a se mover, e então ela está na minha frente,


estendendo a mão para me tocar, mas não posso deixar. Ela
merece mais do que eu. Ela é muito melhor que eu. Ela nunca
pediria algo assim para mim ou qualquer outra pessoa. Ela é boa
e pura. Ela constrói orfanatos pelo amor de Deus.

“Sam, o que foi?” Seus olhos se movem sobre mim, me


examinando. “Parece que você viu um fantasma.”

Ela se aproxima novamente, e eu tento me esquivar dela,


mas não sou rápido o suficiente. Posso evitar um soco vindo em
minha direção com força total, mas não consigo evitar o toque
dela.

“Sou eu? Eu fiz alguma coisa?” Ela pergunta, parecendo


que vai chorar.

“Não, sou eu”, respondo, minhas palavras são curtas e


diretas.

Seus dedos escorregam de mim e ela balança a cabeça, sua


preocupação se transformando em tristeza. “Entendo.”

Eu franzo a testa. “Você entende?”

Ela sorri agora e começa a se afastar. “Não é você, sou eu.


Eu já ouvi esse discurso antes, Samuel. Apenas nos faça um favor
e saia. Não preciso de uma explicação, eu...”

“Não, não é bem assim”, digo, sentindo-me irritado quando


ela revira os olhos para mim.

“Sim? Então como é?” Ela sacode a cabeça. “Na verdade,


como eu disse, não importa, eu não me importo. Apenas saia.”

Ela pegou o pouco que eu disse e assumiu as coisas,


chegando a sua própria conclusão. Se eu fosse metade do homem
que ela pensa que sou, deixaria dessa forma. Eu a deixaria ir

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KER DUKEY

antes de magoá-la novamente, porque certamente pedir-lhe para


fazer isso por mim a fará me odiar. No mínimo, ficar enojada.

Mas não sou esse homem.

Eu não sou bom. Sou mau.

Corro em sua direção, agarrando-a pelos quadris e batendo


seu corpo no meu. “Eu disse que não é assim e estou falando
sério. Eu tenho problemas acontecendo na minha vida que não
posso explicar agora.”

“Por quê?” Ela estala, claramente não acreditando em


minhas besteiras.

Eu respiro. “Apenas confie em mim sobre isso, você não


quer saber.”

“Eu quero. Estamos nisso juntos, seja o que for.” E foda-


me, ela soa tão sincera como se acreditasse em suas próprias
palavras. Gostaria de poder acreditar nelas também.

Eu sacudo minha cabeça. “Apenas volte a estudar,


Patience.”

“Samuel Gunner, não faça isso!” Ela grita de repente,


batendo minhas mãos longe dela. Seus olhos brilham com um
fogo que vai direto para o meu pau. “Não venha aqui encharcado
e parecendo que você teve que vender sua alma, então tenta fazer
parecer como se não fosse nada. Agora, me diga o que está
acontecendo, pelo amor de Deus!” As mãos dela vão para os
quadris e eu nem consigo pensar direito. Não consigo pensar na
tarefa ou na Elite. Tudo o que posso pensar é em possuir essa
boca com a minha.

Então eu faço.

Seguro seu rosto em minhas mãos e bato minha boca na


dela. Ela não resiste a mim, nem um pouco. Patience se derrete
ao meu toque enquanto eu ando de volta para a estante e a

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KER DUKEY

empurro contra ela. Patience salta, envolvendo as pernas em


volta da minha cintura, as mãos no meu corpo e no meu cabelo,
me beijando, devorando todas as dúvidas que tenho sobre ela e
sobre nós.

Ela se agarra a mim quando eu pego meus jeans e


desabotoo-o, empurrando-o pelas minhas coxas. Puxo seu
vestido para cima antes de empurrar a calcinha para um lado e
pressionar minha testa na dela enquanto aperto o eixo do meu
pau e o guio para dentro dela. Minhas mãos estão de volta nela,
segurando-a enquanto afundo nela.

Patience agarra a prateleira atrás dela, suas coxas se


agarram a mim enquanto eu balanço para frente e para trás, meu
pau inchando a cada batida de meus quadris, até que ela está
gemendo.

É rápido e brutal, mas ainda profundamente amoroso em


algum nível carnal.

Nós dois estamos dando e recebendo. Eu nunca fiz sexo


assim, onde nós dois estamos trabalhando, onde eu não estou
apenas no comando. Ela grita contra a minha boca, sugando meu
lábio em sua boca enquanto goza, sua buceta agarrada a mim,
me ordenhando até que eu goze com um grunhido alto. Livros
estão caindo das prateleiras ao nosso redor enquanto seu corpo
se agarra ao meu pau.

Beijo-a novamente, roubando seu ar enquanto ela respira


uma nova vida em mim. Sinto-me angustiado e perdido tanto
quanto feliz. Nada disso faz sentido. É confuso o quanto ela já
significa para mim. Quanto eu preciso dela e a quero. Quanto ela
me possui com cada beijo. Com cada palavra sua e toque de seus
dedos. Estou com medo pela intensidade do que sinto por ela,
mas sei que de jeito nenhum eu posso ficar sem ela novamente.

the elite seven


KER DUKEY

Mas então, eu penso, o amor é confuso. Cega e quebra


tanto quanto consome tudo. É doloroso e bonito em medidas
iguais. Nos separa antes de nos colocar juntos novamente.

E é assim que me sinto sobre Patience. Ela é meu band-


aid. Meu remédio. Meu curativo. Ela me recompôs depois que me
senti quebrado por tanto tempo. Assim como um machucado, eu
nunca mais serei o mesmo depois de Patience. E tudo bem por
mim.

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CAPITULO 24

“Estou surpreso que sua empregadinha não tenha


aparecido aqui.” Eu sorrio e Patience bate no meu braço com sua
cabeça.

“Você vai me dizer sobre o que foi tudo isso?” Ela pergunta
suavemente.

Estamos sentados em um dos sofás pequenos, a cabeça


dela no meu peito. Eu engulo, o som é comicamente alto em nosso
silêncio. Ela acendeu o fogo para me aquecer e ele crepita na
lareira.

“Eu não posso”, digo, honestamente. “Você vai me odiar,


não acho que poderia viver comigo mesmo se você me odiasse.”

Ela fica em silêncio por um minuto antes de responder.


“Não acho que eu poderia odiá-lo.”

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KER DUKEY

Beijo o topo de sua cabeça, confuso pelo meu próprio gesto.


É tão diferente de quem sou. “Você odiou uma vez. Na verdade,
acredito que você disse que sempre me odiaria.”

Patience ri um pouco e se senta, seus olhos encontram os


meus. “Eu nunca realmente te odiei, Samuel. Eu me odiava.
Odiava nossos pais. Mas principalmente, eu odiava não ter sido
o suficiente para você. Mas nunca te odiei.”

Jesus fodido Cristo. Ela achou que não era o suficiente


para mim. Eu sacudo minha cabeça. “Você sempre foi o suficiente
para mim, Patience, é por isso que eu corri de você. Senti algo
naquele beijo que nunca senti em minha vida, e isso me assustou
pra caralho. Eu era um covarde.”

Você ainda é um covarde.

“Não vou mentir; suas palavras naquela noite


machucaram. Você arruinou nossa amizade. Você tirou algo de
mim que nem percebi que necessitava, mas cheguei à conclusão
de que tinha que acontecer.”

“Por quê?” Eu pergunto, genuinamente curioso.

“Porque como você disse; era onde sempre deveríamos


acabar. Aqui, juntos. Talvez tenhamos que passar por todas essas
coisas para nos forçar a batalhar para nos levar ao lugar certo.”
Ela encolhe os ombros como se fosse simples assim. “Então,
agora você vai me dizer o que está acontecendo?”

Franzo a testa e olho para longe, arrastando minhas mãos


pelo meu rosto. Mas tenho que contar a ela. Tenho que dar esse
salto de fé, ou nunca serei livre.

“Eu tenho que ficar longe do meu pai”, digo com o coração
pesado. “Tenho que levar Sabella e eu para longe dele e sua
família.”

“Por quê?” Ela pergunta. “É tão ruim assim?”

the elite seven


KER DUKEY

Solto uma risada sombria. “Você não tem ideia.”

“Lembro-me da babá”, ela diz, com a mão delicadamente


deitada no meu braço.

Claro que ela lembra. Arrasto a mão pelo meu cabelo, não
querendo falar sobre essa merda, mas decido de qualquer
maneira. Se vai considerar a minha oferta, ela precisa entender
os riscos. “Ele nos odeia. Principalmente eu. Eu luto contra ele
constantemente e não aceito suas regras.”

“Isso soa como se você fosse uma criança mimada.” Ela


franze a testa.

Eu paro e respiro fundo novamente. Nem ele e nem eu já


disse as palavras em voz alta, mas sei que são verdadeiras. “Ele
nos culpa pela morte dela. Ele acha que a matamos.”

Ela parece horrorizada e enojada. “Sam.”

“Não. Não me diga que ele não pensa. Você não o vê. A
maneira como ele fala conosco. A maneira como ele se recusa a
falar sobre ela. Ele nos odeia porque nós a matamos, e ele está
certo, nós fizemos — eu fiz. Foi minha culpa, Patience. Eu a
quebrei quando estava nascendo e ela perdeu muito sangue. Ela
nunca acordou e foi minha culpa.”

“Oh Deus, Sam, vocês eram apenas bebês! Não foi culpa de
vocês.” Seus olhos estão úmidos enquanto ela tenta não chorar.
“É isso que você realmente pensa? O que pensou todos esses
anos, que você a matou?”

Alcanço-a e enxugo a lágrima que desce pela sua bochecha.


“Há muito mais nisso, Patience. Você não pode nem começar a
entender.”

“Então me ajude, por favor”, ela implora.

Eu engulo e olho para longe dela. “Quando crescíamos, ele


estava sempre trabalhando fora. Era como se ele não pudesse

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KER DUKEY

suportar estar na mesma casa que nós, então ele apenas


trabalhava, trabalhava e trabalhava. Nós tínhamos babás em
tempo integral, mas elas nunca duravam. Ele as contratava,
depois desaparecia por meses, voltava, fodia elas, demitia e
depois contratava outra.”

“Isso soa confuso”, ela responde.

“E foi. Mas a pior parte foi que elas odiavam Sab e eu.”

“Sam”, ela zomba. “Você acha que todo mundo te odeia.”

“Sim, bem elas odiavam. Elas eram cruéis para nós,


Patience. Cada nova babá tinha sua maneira especial de nos
mostrar que nos queriam fora de cena. Que elas sabiam que se
não fosse por nós, nosso pai teria ficado por perto e elas teriam
uma chance real de se tornar a próxima Sra. Gunner.” Eu
balanço minha cabeça e arrasto as mãos pelo meu rosto.

“Elas não teriam sequer um emprego se não fosse por você


e sua irmã”, ela diz, finalmente parecendo irritada por nós.

“Eu sei disso, mas elas claramente não conseguiam ver


isso. Cada uma dessas cadelas tinha seu próprio jeito de nos
mostrar que não éramos nada. Que não éramos amados e nem
desejados. Alguns castigos eram físicos, nos beliscavam onde as
marcas não pudessem ser vistas. Ou levavam nossos brinquedos
favoritos embora. Outras eram piores, nos diziam quão pouco
significávamos para o mundo. Como ninguém se importaria se
tivéssemos ido embora. Eu rapidamente aprendi que sentar e
aturar isso não as impedia, então comecei a atacar, certificando-
me de que a atenção delas ficasse em mim. Eu levei todo o seu
ciúme e raiva para que elas deixassem Sabella em paz.”

Patience está quieta e eu me viro para olhar para ela.


Lágrimas escorrem pelo rosto dela, seus olhos cheios de tanta
pena que me faz sentir náuseas.

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KER DUKEY

“E ele não fez nada para impedir isso?” Ela pergunta


baixinho.

Eu solto uma risada sombria. “Ele nem percebeu que


estava acontecendo, mas as babás sempre tiveram muita
satisfação em me contar todas as coisas obscenas que ele fazia
com elas. Foi a maneira delas de me mostrar que significavam
mais para ele do que eu.” Eu suspiro. “Tentei dizer a ele uma vez,
mas ele se recusou a ouvir. Acho que eu estava fodido até então
e estava constantemente em apuros, então soou como besteira.”

“Não sei o que dizer, Sam”, ela diz, apertando minha mão
suavemente.

“Eu tenho um jeito de me afastar dele e daquela casa. Entre


as horríveis lembranças presas dentro daquelas paredes brancas,
e meu pai que não dava a mínima para seus filhos ficarem por aí
e tomar nota do que estava acontecendo sob seu maldito teto,
para nossa avó escrota que sempre nos tratava como leprosos
que não pertenciam à sua árvore genealógica, não há mais nada
para mim aqui. Preciso me libertar dele ou vou enlouquecer.”

Vejo-a endireitar os ombros e compreender as coisas. Ela


limpa as lágrimas e me olha nos olhos. “Ok, então o que posso
fazer?”

Eu solto meus lábios. “É ruim. Tão ruim que não posso


pedir isso a você.”

Patience franze a testa, parecendo um pouco assustada,


mas engole e ajeita o cabelo atrás das orelhas. “Sam, eu te disse,
estamos juntos nisso. Deixe-me ajudar. Você e Sabella.”

Meu coração e minha cabeça estão pesados.


Sobrecarregados pela culpa e raiva que mantive comigo. Não
apenas a raiva de Maxwell, mas de mim mesmo, porque matei
minha mãe. Foi minha culpa. Mas talvez se eu conseguir afastar
nós dois de Maxwell e desta família de merda com todos os seus

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KER DUKEY

segredos, eu posso aprender a me perdoar. Vivendo sob o seu


teto, vendo o jeito que ele olha para mim, nunca conseguirei.

Pego as mãos de Patience nas minhas e as levo aos meus


lábios antes de beijá-las.

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CAPITULO 25

Volto para o meu carro e Patience entra no lado do


passageiro. Eu esperei que ela desmoronasse, me odiasse e me
chamasse de inúmeros nomes quando lhe dissesse o que eu
precisava que ela fizesse. Eu não a culparia — teria merecido isso.
Mas ela não fez. Ela escutou, assentindo e esperando que eu
terminasse, e quando o fiz, ela se levantou e saiu da sala sem
dizer uma única palavra para mim.

Odiei-me mais naquele momento do que em toda a minha


vida. E eu carreguei muito ódio por mim mesmo.

Sentei-me com a cabeça em minhas mãos, meu coração


pressionando contra minhas costelas por Deus sabe quanto
tempo, antes dela voltar. Patience estava vestida com um top de
algodão fino, a frente baixa, muito baixa porque revelava seu
decote completo. Sua saia era curta, curta o suficiente para
deixar meu pau duro, mesmo na minha miséria atual. E então
ela me disse para levá-la para a universidade. Patience enviou

the elite seven


KER DUKEY

um email para Dean Griffin e pediu que ele fizesse uma reunião
com ela para discutir suas notas atuais.

E agora aqui estamos nós, a caminho da universidade.

Patience se aproxima e toma minha mão na dela e eu me


sinto enjoado pelo amor que incha dentro de mim.

Talvez Sebastian esteja certo. Talvez eu tenha tudo.

“Você tem certeza disso?” Pergunto gentilmente, meus


olhos deixando a estrada para olhá-la.

Suas feições são fortes e determinadas, mas sua pele pálida


revela seu medo. “Você vai pará-lo antes que ele chegue muito
longe.” Ela aperta minha mão.

“Eu vou”, juro. “E então vou matá-lo.”

Ela dá uma risada nervosa, mas é forçada. “Não haverá


necessidade de matar ninguém. Não chegará tão longe. Eu confio
em você.”

Não tenho certeza de quem ela está tentando convencer, a


si mesma ou a mim. Mas não há nada que me impeça de matar
aquele filho da puta se ele puser uma mão nela.

O celular toca no meu bolso e o puxo para fora, colocando-


o no alto-falante antes de perceber quem é.

“Samuel”, a voz de Maxwell explode, “onde você está?”

Eu gemo. “Estou ocupado”, respondo, e vou para desligá-


lo.

“Sabella está desaparecida”, ele diz abruptamente, e eu


paro, minha mão pronta em frente ao botão desligar.

“O que você quer dizer com ela está desaparecida?” Entro


no estacionamento da universidade e desligo a ignição. “Desde
quando você presta atenção ao seu paradeiro?” Eu pergunto com

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KER DUKEY

raiva. “Ela provavelmente está na Humane Society, no shopping


ou alguma merda.”

Ouço-o respirando pesadamente, como se ele estivesse


correndo. “Apesar do que você pensa de mim, eu realmente me
preocupo com vocês dois.”

Eu solto uma risada irritada. Não há palavras suficientes


para descrever o quão mentirosa essa afirmação é. “Era previsto
ela chegar em casa e não chegou.”

Tum. Tum. Tum.

“Você ligou para ela? Eu vou ligar. Ela nunca se atrasa.


Deve ter um bom motivo. Ela ficará bem.”

Suas palavras correm em volta da minha cabeça saltando


da porra do meu crânio. Sabella está bem. Eu sentiria se ela não
estivesse. Eu sei, porra.

“Eles encontraram o carro dela, Samuel”, ele diz


ameaçadoramente. “Eles encontraram o carro dela, abandonado,
a porta escancarada. Onde você está? Estou indo te pegar para
que possamos procurá-la.”

“Talvez o carro tenha quebrado. Quem são eles? Quem


encontrou a porra carro dela?”

“A polícia. A polícia encontrou o carro dela.”

Não. É apenas mais um dos jogos mentais de Maxwell. Ou


o carro dela simplesmente quebrou e ela está voltando para casa
caminhando. Vou ligar para ela e ela responderá. Vou dizer a
Maxwell que ele é um idiota e tudo ficará normal de novo.

Eu me viro para olhar para Patience, toda arrumada para


o reitor pervertido. “Vou ligar para Sab. Não venha me pegar,
estou ocupado agora”, eu digo.

“Samuel! Ela é sua irmã! Onde diabos você está?” Ele ruge.
E sua urgência provoca um zumbido na minha cabeça.

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KER DUKEY

Patience se aproxima e coloca a mão na minha perna antes


de acenar para mim. “Eu lidarei com isso”, ela diz em voz baixa,
soando assustada e tímida.

“Absolutamente não. Sab está bem. Ela não está


desaparecida”, eu grito.

Uma batida aguda vem na minha janela, e tanto Patience


quanto eu pulamos. Ela dá um pequeno grito quando o rosto de
Sebastian aparece. Ele abre a porta, parecendo sem fôlego.

“Eu te disse que era uma boa ideia, certo?” Ele diz, indo de
um pé para o outro. Ele parece mais agitado do que o habitual,
seu olhar saltando de Patience para mim e vice-versa.

Meu pai ainda está gritando, o som de sua Ferrari ecoa


enquanto ele ordena que eu diga onde estou.

“Ele está em St. Augustine, Sr. Gunner”, Patience


finalmente diz, cortando através de sua reclamação.

Fixo meus olhos nela e ela balança a cabeça.

“Eu estarei aí em menos de cinco minutos”, ele responde,


depois desliga.

“Que porra você está fazendo?” Eu cuspo. “Você não ficará


sozinha lá, Patience.”

Seu olhar se move para Sebastian. “Eu não estarei sozinha.


Ele estará lá para impedir isso.”

Nós dois olhamos para Sebastian, que parece um tremendo


desastre prestes a acontecer. O que quer que ele tenha feito entre
eu o deixando até agora não pode ter sido bom.

Saio do meu carro, e ele dá um passo para trás, suas mãos


torcendo a porra do seu relógio, seus olhos correm de um lado
para o outro.

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KER DUKEY

“Você acha que pode fazer isso?” Eu pergunto e ele


concorda automaticamente.

“Sim, claro. Eu vou te ajudar”, ele diz. “Qualquer coisa por


você, Sam.”

O som da Ferrari de Maxwell é alto quando entra no


estacionamento e guincha quando para ao lado do meu. Patience
coloca a mão no meu braço enquanto meu pai abaixa a janela e
olha surpreso.

Ele parece preocupado, nada de sua aparência


normalmente imaculada. Seu cabelo está bagunçado em todos os
ângulos, como se estivesse puxando-o, e medo estampa suas
feições.

“Eu ficarei bem, não é?” Ela questiona Sebastian.

Patience não o conhece, mas está confiando nele. Talvez eu


deva fazer o mesmo. Viro-me para ele, segurando-o pela frente de
sua camisa. Ele cheira esquisito, quase familiar. O cheiro de algo
que eu conheço pendura dele como um tapa na minha cara, mas
eu não consigo identificá-lo.

“Não deixe nada acontecer com ela, me ouviu?” Eu quase


grito, e ele balança a cabeça, dando-me um dos seus malditos
sorrisos assustadores. “Eu irei atrás de você se ele colocar um
dedo nela. Entendeu?”

“Vou cuidar disso, Sammy”, ele diz, seus olhos correm para
Maxwell. “É melhor você ir embora.”

Solto um suspiro pesado, mantendo o olhar por mais


alguns segundos antes de liberá-lo. “Você filma aquele verme indo
até ela, então entra. Não deixe ir mais longe”, digo. Olho para
Patience e volto para ele. “Ela é tudo para mim”, eu digo em aviso:
“Vou destruir qualquer um que a machuque.”

Ele concorda. “Eu entendi, Sammy. Eu te dou cobertura.


Sempre.”

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KER DUKEY

“Samuel, precisamos ir. Agora!” Maxwell grita do carro. Ele


está ao telefone e suas feições empalidecendo.

Puxo Patience em meus braços, e beijo sua boca com força.


“Você ficará bem, eu prometo.”

Ela sorri para mim e balança a cabeça. “Eu sei. Agora vá


encontrar Sabella.”

Dirijo-me ao lado do carro de Maxwell e subo para o lado


do passageiro, sentindo-me mal do estômago. As duas pessoas
mais importantes do meu mundo estão em perigo e eu não posso
estar lá para nenhuma delas. Que tipo de homem eu sou?

Maxwell desliga e olha para mim, seus olhos brilhando.


“Eles encontraram sangue”, ele diz, seu tom goteja tristeza.

Tum. Tum. Tum.

Não, ela teria se machucado em alguma coisa,


provavelmente tentando olhar sob o capô quando seu carro
quebrou.

Eu olho pela janela, observando enquanto Sebastian


acompanha Patience em direção ao escritório de Dean Griffin,
desgosto, vergonha e medo rastejam pelo meu corpo. Como
diabos isso pode estar acontecendo? Estou deixando-a para fazer
isso sozinha, sem minha proteção. E Sabella está lá fora no
escuro tentando chegar em casa. Eu sou a porra do seu irmão.
Pego meu telefone e checo por chamadas perdidas... Mas sei que
ela teria me ligado se seu carro tivesse quebrado.

Nós estamos dirigindo em silêncio por dez minutos, apenas


o rugido da Ferrari e meus pensamentos em pânico me
impedindo de enlouquecer. Maxwell parece distraído, mas é falso,

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KER DUKEY

assim como suas palavras anteriores. Ele não dá a mínima para


mim ou para ela, nunca o fez, odeio-o ainda mais por tentar essa
besteira.

Estamos descendo a interestadual em direção à Catedral


de St. Louis quando ele finalmente fala, cortando a tensão.

“Era para ela ter ido às compras”, ele murmura. “Não


entendo por que ela estaria por aqui.”

Viro-me para ele bruscamente, meu olhar é contundente


quando ele encontra o meu. “Você pode abandonar o ato agora,
Maxwell. Ninguém está aqui para ver suas falsas lágrimas.”

Ele franze a testa para mim e balança a cabeça. “Pelo amor


de Deus, não é um ato, filho.”

“Não me chame de filho”, eu respondo friamente,


apreciando o olhar de mágoa e vergonha em seu rosto. “E você
não está enganando ninguém. Como se eu acreditasse que você
desenvolveu a porra de um coração de um dia para o outro e
decidiu que se importa com qualquer um de nós.”

A Ferrari faz uma parada brusca, fumaça sai dos pneus


quando Maxwell bate nos freios. Ele se vira para mim e eu levanto
meu queixo, meu olhar duro encontrando o dele.

“Eu sempre me importei com vocês dois”, ele diz


calmamente, mas seus dedos brancos no volante o traem. “Vocês
são meus filhos. Só demorei muito para tirar a cabeça da minha
bunda e ser pai. Muito tempo, eu sei”, ele diz. “Mas você, Samuel,
você torna tão difícil amá-lo.”

Suas palavras pairam no ar entre nós como uma névoa.


Demoro um momento para recuperar o fôlego para poder
responder.

“Amor?” Eu finalmente zombo. “Você não sabe o que é


amor. Mova esse maldito carro antes que eu saia e ande.”

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KER DUKEY

“Eu te dei tudo. Tudo o que tenho! E mesmo assim você


ainda me odeia. Você ainda joga tudo na minha cara uma e outra
vez.”

Sorrio. “Deu? A única coisa que você já me deu é um olho


roxo e um coração negro, agora mova esse maldito carro!” Eu
grito.

O dia está muito claro, o sol brilhando agora que a chuva


e as nuvens se moveram. Está me dando uma maldita dor de
cabeça, porque reflete no capô vermelho da Ferrari.

Maxwell bate com o punho no volante e ruge de raiva. “Foi


uma vez, Samuel. Somente uma, verdadeiramente muito ruim.
Não foi certo — porra, eu sei que não foi. Eu tenho vergonha de
mim desde então e terminei as coisas naquela noite. Eu sei que
mereço toda a sua raiva e ódio por isso, mas fiz tudo desde aquela
noite para compensar você, mas você continuamente joga isso na
minha cara.” Sua voz vacila nas últimas palavras e balanço
minha cabeça para ele. “Você me odeia, eu entendo. Você quer
sair de debaixo as minhas asas, eu também entendo isso. Mas
não tire-a de mim.” Suas palavras soam estranguladas e
dolorosas — dolorosas o bastante para eu notar. Faço uma careta
para ele, apreciando sua dor.

Ódio e piedade borbulham na superfície, e eu aperto meus


dentes para ele. “Eu não tirarei nada de você. Ela deixará tudo
isso sozinha. Porque é o que você faz, Maxwell, você afasta todo
mundo. Você faz as pessoas quererem te deixar. Eu, Sabella...
Mamãe.”

A última parte é uma morte que me dói até mesmo dizer.


Eu sei que é uma mentira — a maior mentira que já contei. Fui
eu quem a matou e a fez nos deixar. Mas tem o efeito desejado
independentemente.

Seu rosto fica vermelho e ele respira fundo. Eu acho que


ele vai me atacar ou bater, ou sair do carro, ou gritar, no mínimo,

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KER DUKEY

mas como um balão esvaziando, a cor deixa seu rosto e ele abre
a boca, uma rajada de ar o deixa como um lamento subindo por
sua garganta.

“Saia”, ele diz, suas palavras colam em sua garganta. Ele


olha para o lado, incapaz de olhar para mim. “Saia do meu carro,
Samuel.”

“O que há de errado, Maxwell? Não pode suportar a


verdade? Eu não culpo você, tenho certeza que é uma pílula
amarga de engolir. Assim como quando você disse que era nossa
culpa, ela ter morrido”, eu grito, pegando a maçaneta. Eu não
quis dizer isso em voz alta, mas as palavras não podem ser pegas
de volta quando já saíram.

“O que você acabou de dizer?” Ele diz, sua voz um


sussurro.

Olho para ele. “Eu te ouvi naquela noite com a vovó. Nós
dois ouvimos.” Ele parece confuso, e eu zombo dele. “Foi algo
parecido com: não consigo nem olhar para eles. Toda vez que
faço, sinto raiva. Eles são assassinos. Eles a mataram.” Eu pisco,
observando-o enquanto sua expressão se transforma em horror.
“Sim, não é legal ouvir isso, não é? Não foi bom ouvir quando eu
era um garoto de oito anos também. Sab chorou até dormir por
uma semana depois disso, assustada pra caralho, achando que
você ia chamar a polícia e ela iria para a prisão.”

“Sinto muito”, ele diz, arrastando a mão pelo rosto. “Eu não
quis dizer isso. Eu estava tão cheio de tristeza, mesmo depois de
muito tempo. Sinto muita falta da sua mãe. Ela era o amor da
minha vida e eu não suportava ficar sem ela.”

Balanço minha cabeça, porque não me importo mais. Não


quero ter essa conversa com ele, nem agora, nem nunca.

“Apenas dirija”, digo, fechando a minha porta.

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KER DUKEY

Maxwell enxuga as lágrimas no rosto. “Eu ainda a amo


tanto, Samuel”, ele diz, sua voz soando estrangulada. “Amo-a
tanto, ela era tudo para mim, e então...”

“Você acha que eu me importo?” Eu grito, sentindo que


posso explodir de raiva a qualquer momento. “Apenas dirija essa
porra, Maxwell. Nada, absolutamente nada que você diga, jamais
compensará o que você fez. Eu não posso te perdoar, eu não
posso!” Minha própria voz vacila quando a tristeza e a raiva me
engolem. Abro a porta e saio, incapaz de ficar lá com ele por mais
um segundo.

“Samuel”, Maxwell grita atrás de mim. Eu ouço a porta dele


abrir e fechar enquanto ele me segue para fora. “Samuel, espere.
Apenas me escute por um minuto.”

Seu paletó se abre quando ele corre pela frente do carro.


Ele estende a mão para mim, sua mão grande pousando no meu
ombro, mas eu não ouço o que ele diz quando viro para trás,
minha mão fechada em um grande punho. Eu bato na cara dele,
e ele tropeça para trás.

“Sim, eu não sou mais uma criança, pai!” Eu grito,


esmagando minhas mãos em seu peito enquanto o empurro para
trás. Ele olha para mim com os olhos arregalados enquanto eu o
empurro novamente. “Eu não sou uma criança e não estou em
uma cela e não estou algemado. Você e aquelas filhas da puta
que você chamava de babás não podem mais me intimidar! A vovó
não pode mais me intimidar ou menosprezar mais!” Eu puxo e
bato novamente, pegando-o na face. Ele grita de dor e tropeça de
novo, mas não consigo me conter.

Eu recuo e bato novamente, e de novo, e de novo, meus


dedos ardendo com cada soco. Ignoro cada grito de dor, empurro
e soco e empurro e soco até ele cair. Eu caio de joelhos,
escarranchando-o enquanto pego sua camisa em minha mão e
levanto-o.

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KER DUKEY

Meu pai, o grande Maxwell Gunner, olha para mim, com o


rosto sangrando e machucado, lágrimas escorrendo de seus olhos
enquanto eu recuo com o punho novamente.

“Sinto muito, filho. Eu sinto muito”, ele chora.

“Pare de me chamar de filho!” Eu berro. “Eu não sou seu


filho!”

“Você é. Você é meu filho e me desculpe por ter feito isso


com você. Eu entendi, sei que foi minha culpa. Toda minha,
Samuel. Você não é culpado. Nem você ou Sabella. Isso é tudo
culpa minha”, ele chora.

“É verdade.” Eu solto sua camisa enquanto cambaleio para


trás. “A culpa é sua. Tudo isso é sua culpa.” E então eu começo
a chorar. Lágrimas como se eu não tivesse chorado desde a noite
em que o ouvi dizer que matamos nossa mãe, o peso da culpa
saindo dos meus ombros. “É sua culpa”, eu soluço.

Maxwell se ajoelha e estende a mão para mim. Empurro-o


para longe. Eu o odeio. “Saia de perto de mim. Eu te odeio. Eu
odeio você!”

“Eu sei, filho. Eu sei”, ele suaviza, seus braços me


envolvem e me puxam para ele. “Eu sei que você me odeia e
mereço tudo isso. Até a última gota do seu ódio e raiva, vejo isso
agora.”

Toda a minha energia se foi. Toda a força dos meus


músculos secou. Eu não tenho energia para afastá-lo mais.
Odeio-o, mas estou arruinado. Estou cheio de raiva há tanto
tempo que agora que estou finalmente sentindo algo, é demais.

Meu pai me segura como uma criancinha pela primeira vez


em sua vida e, pela primeira vez em minha vida, vejo-me agarrado
a ele, desesperado por seu amor.

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KER DUKEY

CAPITULO 26

Nós nos separamos ao som do celular do meu pai tocando


e corremos até o carro dele para atender.

“Olá!” Ele cospe, limpando o sangue da boca com as costas


da mão. “Sim, Sim.” Ele fica em silêncio, seu olhar vem para mim.
Meu coração quase para quando o medo floresce. Ele desliga e se
inclina contra o carro como se não suportasse seu peso.

“O que foi?” Pergunto, as palavras mal conseguindo sair da


minha boca.

“Eles querem que a gente vá para casa e espere lá.”

“O quê?”

“Eles querem que esperemos em casa até que saibam


mais.”

Meus olhos se estreitam. “E você disse que não, certo?”


Meus dentes rangem, minha mandíbula parece como se fosse de

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KER DUKEY

vidro e pudesse quebrar a qualquer momento. “Certo, Maxwell?”


Eu repito. “Porque precisamos chegar lá e procurar por ela.”

Balançando a cabeça, ele entra no carro, e eu bato minha


mão no capô, não dando a mínima se o danifico. Eu abro a porta
do passageiro.

“Por quê?” Eu grito.

Seus olhos parecem vazios de vida, desprovidos de outra


coisa além de tristeza. Assusta-me até a morte ver aquele olhar
em seu rosto. “Porque é uma cena de crime agora. Ninguém é
permitido entrar. Eles estão enviando um oficial para falar
conosco. Eles disseram que o carro é uma cena de crime.”

Suas palavras ecoam pela minha mente. Não palavras, mas


ruídos, sons que ressoam na cavidade dentro da minha cabeça e
refletem para fora de mim.

“Afinal, o que isso quer dizer?”

“Eles encontraram mais sangue.”

“Ela não está morta”, eu digo, minhas pernas fracas demais


para me segurar. Cambaleio e me sento no carro, então fecho os
olhos para não vomitar. Eu sinto o carro se mexer e a porta se
fechar, e então estamos nos movendo de novo. Ele está tentando
dizer que ela está morta, eu sei que está.

Ela não está morta.

Eu saberia se ela estivesse.

Quem a machucaria?

Ninguém.

É apenas um mal-entendido.

Ela vai ligar a qualquer minuto.

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KER DUKEY

O silêncio desce sobre nós. Eu não posso nem pensar em


Sabella estar morta. Não é possível. Não agora, nem nunca. Ela
está viva em algum lugar. Ela tem que estar. Eu insisto nisso.

Envio um texto em grupo para os irmãos. Eles me ajudarão


a procurar. Nós vamos encontrá-la juntos.

“Você quer que eu o deixe no seu carro?” Ele pergunta,


suas palavras mal chegando até mim. Eu olho para ele e aceno,
e vários minutos depois ele entra no estacionamento da
universidade novamente.

Eu estava aqui menos de uma hora antes. As coisas


estavam fodidas então, mas nada como isto. Isso é algo que não
vou me recuperar. Olho para Maxwell Gunner, meu pai, vendo o
terror total em seu rosto de que Sabella possa estar morta. Ele
estaciona ao lado do meu carro, seu olhar está fora da janela. Seu
paletó está rasgado, a calça cheia de sujeira e sangue se espalhou
pelo queixo e na têmpora. Pequenos hematomas estão
começando a se formar sob a pele, hematomas roxos e verdes de
cada soco que o atingi.

Ele está vazio e destruído, assim como eu, e ele nunca se


recuperará disso, eu percebo.

Abro a porta e saio, fechando-a com um pequeno clique.

Inclino-me para olhar em sua janela aberta. Seus olhos


encontram os meus, enviando dores lancinantes nas minhas
entranhas pela angústia que vejo em seus olhos. Ele a ama.

“Ela ficará bem, pai”, eu digo com um aceno de cabeça


antes de me afastar.

Ele sai um momento depois, sem pneus estridentes ou


fumaça saindo. Ele está calmo e comedido.

Eu assisto até que seu carro se foi, então caminho para a


universidade. Não vejo o carro de Sebastian em lugar nenhum,
então eu acho que eles já saíram e Patience passou pela tarefa ou

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KER DUKEY

não. Tudo parecia tão importante antes, e agora não significa


nada — nada se eu não encontrar minha irmã.

Meu telefone acende com uma mensagem, e meu coração


quase para com a possibilidade de que seja Sab, mas não é ela, é
um dos meus irmãos.

LUXÚRIA: Estamos a caminho. Inveja disse que você está na


universidade. Ele mencionou ter de deixar sua menina porque
algo aconteceu.

Que porra é essa?

Eu corro até os degraus de pedra em direção ao escritório


do reitor antes de descer os corredores com painéis de madeira
como se o próprio diabo estivesse me perseguindo. As portas dos
escritórios estão todas fechadas em ambos os lados do corredor,
mas ouço música vindo do último. Eu fico tonto enquanto o
mundo ao meu redor parece se fechar. Meus pés batem no
corredor, mas meus passos soam ocos no chão duro.

Meus dedos ainda estão sangrando e machucados por


baterem em meu pai, e acho que estou apertando e abrindo-os
quanto mais perto eu chego da música.

Já estive aqui antes, em um momento como este, seguindo


o som da música. Não foi bom então, e o pavor que se forma no
meu estômago me faz pensar que isso não será bom agora.

Fecho meus olhos enquanto fico em frente à porta de


madeira, minha mão na maçaneta.

“Sebastian estava aqui”, murmuro para mim mesmo. “Ele


a teria ajudado.”

Mas sei no meu íntimo que algo está errado. Ele a deixou.

Giro a maçaneta da porta, como quando eu era criança, e


a abro. E assim como quando criança, eu vejo um homem
transando com uma mulher, sua bunda grande e branca se move

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em alta velocidade enquanto ele grunhe e geme, puxando o prazer


de seu corpo.

Quando criança, eu assisti, paralisado pelo que estava


vendo, inseguro, incerto e um pouco amedrontado. Eu pensava
que era errado e sujo, quando não era. Só parecia errado porque
a mãe de Patience era casada.

Mas isso... Isso é errado.

Ele se desloca, movendo-se para o lado, e vejo que a mão


dele está em sua garganta, seus dedos envolvendo firmemente a
pele bonita de Patience. Seu rosto está desprovido de qualquer
coisa. Está apenas vazio. Seus olhos estão fechados enquanto as
lágrimas escorrem entre seus cílios.

Dor como eu nunca senti rasga através de mim. Cada


impulso dos quadris do reitor é como uma facada no meu
coração. Cada grunhido que ele dá é um prego no meu caixão.

Sem pensar, eu pego a primeira coisa que posso, um longo


guarda-chuva preto, e eu ando em direção a ele, levanto-o alto e
bato no lado de sua cabeça.

Ele grita e cambaleia para longe de Patience, o sangue


escorre pelo seu rosto quando ele se vira para olhar para mim.
Patience está chorando, lamentando enquanto suas lágrimas
escorrem pelo rosto e ela se apressa em se cobrir de volta.

Eu olho para o reitor. “Eu vou matar você”, falo


calmamente.

A raiva que normalmente sinto, a raiva que queima, a fúria


que cresce, não é vista em lugar nenhum. É só ele e eu. Apenas
a calma no centro da tempestade.

“Eu vou expulsar você”, ele estala, descendo para puxar as


calças de volta. “Você nunca entrará em uma universidade de
novo!”

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KER DUKEY

“Você acha que eu dou a mínima para ser expulso, seu lixo
de estuprador!” Eu rujo

Suas sobrancelhas espessas sulcam. “Não”, ele diz com um


aceno de cabeça. “Não, eu não estuprei ninguém. Ela concordou
com isso.” Ele joga a mão na direção dela, seu olhar ainda em
mim.

“Aqui está a porra de pista para você: se a mulher está


chorando, ela não está feliz, então você sai fora dela!” Vou
espancá-lo sem sentido e depois vou estalar o pescoço dele.

Ele balança a cabeça novamente. “Ela queria tirar as


notas!” Ele implora. “Foi ideia dela, não minha. Ela veio até mim,
oferecendo-se para soltar sua pequena calcinha por um A.” Seu
olhar se dirige para Patience, e algo dentro de mim se rompe.
Como ele se atreve a olhar para ela depois do que acabou de fazer.

Eu avanço, agarro-o pela cintura e jogo-o de volta sobre a


mesa que ele tinha acabado de estuprar minha namorada. Ele
tropeça e cai, a cadeira caindo em cima dele enquanto eu dou a
volta em torno dela. Ele está lutando debaixo da mesa, com os
olhos arregalados enquanto tenta se afastar de mim, mas não há
como escapar de mim e da minha ira.

Agarro seus tornozelos e o arrasto para fora, ignorando


seus gritos e grito enquanto ele agarra o tapete para tentar se
impedir de ser movido. Eu o coloco de costas e começo a esmurrá-
lo com meus punhos. Sangue jorra do seu nariz quando eu bato
meu punho nele de novo e de novo, empurrando suas mãos para
longe enquanto ele tenta se proteger.

“Eu vou te matar!” Grito em seu rosto, a névoa vermelha de


ódio me afogando.

“Pare!” Patience grita. “Samuel, pare, por favor!” Ela me


agarra e eu a afasto, contente em fazer este homem sofrer e pagar
pelo que ele fez. Seus gritos caem em ouvidos surdos. Nada irá
me impedir de matá-lo. Porra, nada. “Ele não vale a pena.”

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Mas ele vale a pena. Sua morte em minhas mãos vale tudo.
Eu grito quando a fúria me envolve completamente, envolvendo-
me em seu abraço ardente. Eu o despedaçarei, membro por
membro.

Levanto meu punho mais uma vez quando Patience vem


novamente e agarra meu braço. “Pare”, ela implora em um grito.
“Apenas pare, Sammy.”

Eu paro em suas palavras, o apelido carinhoso de Sabella


me bate no peito como se alguém tivesse jogado uma pedra contra
o meu coração. Engasgo e deixo meu braço cair, meu peito
arfando pelo esforço enquanto eu tropeço para longe do reitor.
Ele está uma bagunça. Uma bagunça sangrenta e quebrada.
Quando me afasto dele, ele cambaleia para ficar de pé e sai
correndo da sala, deixando um rastro sangrento atrás de si.

Patience está atrás de mim, todo o seu corpo tremendo em


estado de choque. Eu olho para ela através de olhos cheios de
lágrimas, sentindo-me meio homem. Eu balanço minha cabeça
em desculpas.

A raiva se foi, a raiva que alimentou meu fogo finalmente


diminui. Tudo o que resta é a miséria de perceber o que fiz para
Patience. Apesar do que prometi a ela, eu a quebrei novamente.
Ela nunca mais será a mesma depois disso.

E é tudo minha culpa.

“Eu sinto muito”, eu digo, as palavras se perdem na minha


garganta e saem em um sussurro. Minhas mãos estão tremendo,
sangue quente ainda pingando delas. “Eu sinto muito.”

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KER DUKEY

CAPITULO 27

O som das sirenes encontra o caminho para nós até o


escritório do reitor. Eu olho para Patience em meus braços. Seus
olhos estão vidrados enquanto ela olha para o vazio na frente
dela. Eu beijo o topo de sua cabeça de novo e de novo, puxando-
a para mais perto do meu corpo em busca de calor e conforto. Ela
choraminga e é como uma faca no meu coração.

Odeio-me mais do que eu já odiei alguma coisa ou alguém


antes. Sou um covarde fraco e patético. Deixei Patience aqui para
lidar com a minha bagunça. Eu a deixei, porra. O pensamento
me faz sentir doente. Arrasto minhas mãos pelo meu cabelo,
meus dedos agarrando e puxando.

“Foda-se”, murmuro, o mal-estar crescendo dentro de mim


a cada segundo. “Porra.” Eu bato meus punhos contra a minha
cabeça repetidamente.

the elite seven


KER DUKEY

Isso é tudo minha culpa. Isso aconteceu com ela por minha
causa.

Estou girando, caindo em um buraco cheio de ódio. Mal-


estar e bile surgem na minha garganta quando a imagem do reitor
em cima de Patience, forçando-se como se ela fosse nada para
ele, força o caminho de volta à minha mente.

“Foda-se”, murmuro de novo, minha boca se enchendo de


saliva. Vou vomitar.

Luzes azuis refletem nos velhos vitrais e saltam pela sala.


É lindo demais para um lugar tão maligno. Eu quero quebrar
cada uma das janelas com as minhas próprias mãos e depois
atear fogo nela, removendo qualquer coisa bonita deste maldito
cômodo do caralho para sempre.

“A polícia está aqui”, Patience diz baixinho.

É a única coisa que ela me disse desde que o reitor saiu


correndo da sala, com o sangue ainda quente nos meus dedos.
Sentei-me com ela no meu colo, tentando conter as lágrimas
enquanto tentava fracamente controlar minha raiva sedenta de
sangue, implorando por seu perdão repetidamente.

Ela está em choque e ainda está tentando processar o que


acabou de acontecer, mas isso logo a atingirá, e depois? Então
ela me odiará tanto quanto eu me odeio, e não a culparei. Na
verdade, eu quero que ela me odeie. Eu mereço seu ódio.

O barulho de sapatos ecoando no corredor do lado de fora


da porta faz os dedos de Patience me apertarem com mais força.
A porta se abre, e dois policiais estão lá, com os pés bem
separados e as mãos nas armas, como se eu fosse um animal
selvagem que precisa ser abatido. Merda, talvez eu seja. Talvez
seja melhor para todos se eu estiver morto. Tudo o que pareço
fazer é arruinar as coisas.

Arruinar as pessoas.

the elite seven


KER DUKEY

Reconheço um dos policiais, a mulher de quando fui preso


depois da minha última luta por Daniel. E ela claramente me
reconhece também. Ela balança a cabeça, decepção mostrando
em seu rosto.

“Samuel Gunner?” O primeiro oficial, um homem negro


com um olhar duro que diz que sabe quem eu sou, pergunta, e
eu aceno com a cabeça. “Você está preso pela tentativa de
assassinato de George Griffin. Quero que você se levante, ponha
as mãos na parte de trás da cabeça, vire-se devagar, estenda as
mãos e espere.”

Eu aceno de novo, mas Patience segura meu braço. Eu não


tenho certeza se ela precisa de mim ou se sabe que eu preciso
dela. De qualquer maneira, ela tem que me deixar ir agora.

“Por favor”, ela choraminga, seus olhos suplicando-me


para fazê-los ir embora. Quero dizer a ela que vou, mas não
posso. Não posso mentir e sei que não vai ficar bem.

“Tudo bem”, eu digo, minha voz dura e dolorosa de gritar.


Ela não me deixa ir, nem mesmo quando uma das ordens do
oficial é para ela ir. Eu tenho que me erguer, soltando as mãos
dela de mim. “Vai ficar tudo bem. Eu prometo.”

Ela começa a chorar mais alto, o olhar indo para a policial.


“Ele não fez nada de errado. Ele estava apenas tentando me
proteger”, ela soluça. “Foi o reitor! Ele estava me estuprando!”

A última palavra me corta até o osso. Eu fecho meus olhos


com a dor, desejando não ter parado de socá-lo quando ela me
implorou — desejando tê-lo sufocado até que ele ficasse azul no
rosto.

Os policiais olham um para o outro, mas suas armas


apontadas para mim não abaixam. Eu não espero que eles o
façam. A polícia já me conhece com meu extenso histórico. Isso
parece que eu só finalmente surtei. Ninguém pode me salvar
agora. Ninguém quer.

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KER DUKEY

Ninguém acreditará em Patience sobre o reitor. É a palavra


dele contra a dela e a minha, e todo mundo sabe que eu sou um
idiota.

“Vai ficar tudo bem, Patience. Apenas faça o que eles


dizem”, eu a acalmo, qualquer coisa para fazê-la se sentir melhor.

Ela finalmente me solta, e faço exatamente o que eles


pediram antes de virar a cara para a janela. Eles se movem em
minha direção rapidamente, apertando minhas mãos e as
algemando nas minhas costas.

“Ela precisa ver um médico”, digo. “Por favor”, imploro


quando eles me ignoram.

“Há muitos paramédicos no andar de baixo que podem dar


uma olhada nela”, a policial diz em um tom contundente que me
diz tudo o que preciso saber. Ela não acredita em nenhum de nós.

Meus punhos estão apertados, muito apertados. O metal


fere a pele dos meus pulsos enquanto eles me conduzem pelo
corredor de St. Augustine para o carro da polícia que está à
espera. Lillian está esperando no final das escadas. Ela levanta a
mão para os policiais e, como soldados de brinquedo, eles acenam
com a cabeça e se afastam, oferecendo-me um sorriso tenso. Ela
se inclina para o meu ouvido. “Bom trabalho, Samuel, tarefa
completa. Bem-vindo à Elite.”

“Foda-se”, eu rosno. Será que ela honestamente acha que


eu permiti chegar a esse ponto? Ela é a esposa do maldito reitor
e não dá a mínima para o que ele fez. “Ele é um estuprador”, eu
rosno, e ela revira os olhos, cruzando os braços sob os seios.

“Ele é? Ou essas pequenas prostitutas abrem suas pernas


por vontade própria?” Ela incita.

A fúria incandescente toma conta de mim, e eu empurro


minha cabeça para frente, minha testa batendo em seu nariz em
uma fúria doentia. Os oficiais me agarram e me arrastam para

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trás quando Lillian tropeça, quase caindo como um saco de


merda. O sangue jorra dela como uma fonte cobrindo sua blusa
branca. Seus olhos se voltam para os meus, as pupilas engolem
a cor enquanto ela me fixa com um olhar sinistro.

“Seu maldito pirralho. Como você ousa.” Seu dedo cutuca


meu peito. “Eu ia dizer a eles para soltá-lo depois que você se
acalmasse, mas você acabou de cruzar a linha. Eu sou favorável
a ensinar a vocês garotos como andar na linha e conhecer o seu
lugar.” Com isso, ela acena para os policiais. “Leve-o embora.”

Patience corre e caminha ao nosso lado chorando, seus


braços em volta de si mesma. Eu acho que ela está em choque.
Muito traumatizada para falar ou compreender o que está
acontecendo agora. Mas ela descobrirá em breve.

Passamos por outro policial esperando na frente do carro


dele e eu grito: “Chame um médico para ela! Agora!”

Ele zomba de mim e se afasta. “Você está acabado!” Eu


grito, lutando contra minhas algemas enquanto minha raiva se
inflama novamente. “Você está acabado se não conseguir alguma
ajuda para ela!”

O reitor está sentado dentro de uma ambulância enquanto


os paramédicos cuidam dele, agindo como se ele não tivesse feito
nada de errado. O fato de o filho da puta fazer isso parecer como
se um estudante perdeu o controle e se tornou um psicopata por
causa de notas ruins. Isso alimenta minha raiva.

Deve ter feito o mesmo para Patience também porque ela


finalmente perde a cabeça e começa a gritar obscenidades para
ele até que eles fecham as portas da van.

“Senhora, um passo para trás!” Outro policial ordena,


agarrando o braço dela e puxando-a para longe.

“Eu quero fazer acusações contra ele!” Ela soluça, e o oficial


franze a testa.

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“Solte-a agora!” Eu rosno, lutando contra o oficial


novamente. Eu vou matar todos eles se não soltarem ela agora.

Minha raiva parece acalmá-la. Ela se vira para mim, o rosto


vermelho e manchado de lágrimas, as mãos enroladas em
pequenos punhos. Ela respira. “Vai ficar tudo bem, Samuel. Eu
direi a eles o que aconteceu. Você vai ficar bem”, ela soluça,
parecendo perturbada. “Meu pai vai esclarecer isso.”

Jesus, eu estraguei tudo completamente. Ela acabou de


passar por algo traumático, e aqui está ela tentando me fazer
sentir melhor. Não a mereço, nem ninguém mais.

Abaixo minha cabeça enquanto eles me empurram para a


parte de trás da viatura, sorrindo tristemente para ela e
assentindo. Eu não tenho palavras para dizer que não importa o
que ela diga a eles. Estou fodido de qualquer maneira.

Estou à mercê da porra da Elite agora, de Lillian.

O que significa que estou fodido.

Ela está tremendo, tremendo da cabeça aos pés, e estou


arrasado porque não posso fazer nada para fazê-la se sentir
melhor. Então, eu aceno e coloco minha testa contra a janela
quando a polícia fecha a porta.

Patience coloca as mãos contra o vidro, lágrimas


escorrendo pelo rosto. “Eu te amo”, ela soluça.

Balanço minha cabeça para ela. “Não. Não assim”, eu


respondo.

Porque eu também a amo, mas não declararei isso


enquanto estou no banco de trás de um carro da polícia. Ela
merece mais que isso.

Eu tiro meu olhar para longe dela enquanto vários carros


param ao meu lado. A Ferrari vermelha brilhante de Maxwell e o
Escalade de God guincham até parar. Eu penduro minha cabeça

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com vergonha quando meu pai sai. É então que noto que meus
outros irmãos chegaram e estão se reunindo para descobrir o que
aconteceu.

Meu pai parece exasperado. Esta é a última coisa que ele


precisa agora com o desaparecimento de Sabella.

Porra... Sabella. Eu ainda não sei onde ela está.

Eu quero dizer a ele que sinto muito. Quero explicar o que


aconteceu, porque pela primeira vez em muito tempo, talvez
nunca, eu não quero que ele me odeie. Mas não falo nada. Em
vez disso, fico sentado em silêncio, sentindo-me doente de culpa
e vergonha.

Por alguma razão, me incomoda que ele pareça ter cem


anos de idade. Ele arrasta a mão pelo cabelo curto, e eu percebo
que é de onde peguei o mesmo gesto. Ele começa a gritar ordens
para que me tirem da viatura quando um policial intervém,
dizendo-lhe por que estou sendo preso. Seu olhar se torna duro
e frio enquanto escuta, e então é como se ele não pudesse nem
olhar para mim. Ele balança a cabeça e se afasta, como se não
acreditasse no que está ouvindo. Ele diz alguma coisa ao oficial,
volta para o carro e entra. E apesar de odiarmos um ao outro,
nunca quis ou precisei da ajuda dele em minha vida — mesmo
que eu nunca dei a mínima para o que ele pensa de mim — ainda
sinto algo quebrar dentro dele quando ele volta para o seu carro
e se afasta.

Sua mensagem é alta e clara: ele finalmente terminou


comigo.

Não parece com o que eu esperava, como a maior vitória da


minha vida. É doloroso, como enfiar um prego em uma ferida
aberta e depois derramar ácido dentro. Eu me sinto entorpecido,
vazio e tão sozinho que mal posso respirar.

“Samuel!” A voz de Orgulho explode do lado de fora do


carro, e eu olho para ele rapidamente. Ele está em pé com o resto

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dos meus irmãos da Elite, cada um deles usando a mesma


expressão sombria em seus rostos. Eles sabem que eu troquei
minha moeda e não sabem como me tirar dessa bagunça.

God acena para mim. “Eu lidarei com isso”, ele diz, aceno
de volta.

Quero acreditar que ele pode fazer algo sobre isso, mas a
dúvida apaga qualquer esperança que eu tenha. Esta é uma
acusação de tentativa de assassinato, e uma que eu nem vou
negar. Por que eu deveria? Se Patience não tivesse me parado, eu
o teria matado, então eu teria tirado meu pau e mijado em seu
maldito cadáver.

O pai de God é um dos homens mais ricos do mundo, mas


duvido que ele possa fazer algo assim desaparecer.

O policial se senta no banco da frente e liga o motor


enquanto o Orgulho vem em direção ao carro. Ele diz alguma
coisa para Patience, e ela acena para ele e começa a chorar de
novo, suas palavras saindo de sua boca, velozes e furiosas.

O olhar duro do Orgulho encontra o meu. “Vamos resolver


isso, irmão”, ele diz quando o carro começa a se afastar.

Eu aceno com a cabeça, meu olhar se estreitando em


Sebastian, que está praticamente se escondendo atrás do resto
dos meus irmãos da Elite. Sua expressão é calma, mas fria. A
náusea que tenho sentido se intensifica, deixando-me tonto com
a raiva e o ódio que sinto.

Eu aceno para ele enquanto me sento para trás, o metal


nos pulsos rasga minha pele ainda mais dolorosamente. Seguro
seu olhar enquanto falo com ele como se eu fosse telepata e ele
pudesse ouvir meus pensamentos. E talvez ele faça, porque suas
feições empalidecem.

Eu dou a ele um aviso.

Uma ameaça.

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Uma fodida promessa.

Estou indo para ele, porra.

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EPILOGO

O som da porta da cela se abrindo me faz abrir os olhos o


máximo que posso. É lógico que entrei em uma briga assim que
cheguei aqui. Eu sou Ira, afinal. Meu pecado ainda me assombra
mesmo no meu encarceramento. É quase risível. Pelo menos seria
se eu não achasse que tivesse quebrado uma costela.

“Gunner, você tem uma visita”, o policial grita. Eu rolo de


lado e me sento. Ele sorri sombriamente. “Parece dolorido aí,
filho. Você entrou numa briga contra uma parede?”

Levanto-me e movo a cabeça de um lado para o outro, o


som de estalos sai do meu pescoço enquanto eu ando para frente.
Meu braço ainda está enrolado no meio do meu corpo, mas estou
de pé — todo o meu 1,92 metros de altura — enquanto o observo.
O filho da puta estúpido parece preocupado, mas não preocupado
o suficiente. Isso é um grande erro. Eu sou um homem que
perdeu tudo e todos com quem eu já me importei. Eles podem me

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trancar e jogar fora a chave que não me importo. Não tenho mais
nada a perder e estou entupido de raiva implorando para sair.

Não vou nem piscar ao chutar este filho da puta


desgraçado.

Outro policial gesticula para o primeiro. “Prescott, eu


lidarei com isso”, ele diz, e o primeiro guarda zomba e se afasta.
Eu faço uma anotação mental do nome dele. Sempre faço questão
de lembrar os nomes dos meus inimigos. O segundo policial, cujo
nome no crachá diz Michaels, respira fundo e olha para mim.
“Mãos entre as barras. Mantenha-as juntas, Gunner.”

Eu olho para ele, imóvel, mais do que pronto para


despedaçá-lo, membro por membro do filho da puta. Não tenho
vontade de ver quem está lá fora. Provavelmente um advogado
que a Elite conseguiu para mim. Ele me soltaria, desde que
admitisse estar errado, e não farei isso novamente — ou talvez
seja Maxwell vindo me dizer que ele não me ajudará novamente.

É tudo besteira, e não dou a mínima. Eu certamente não


preciso ver seu rosto presunçoso novamente. Já vi tudo que eu
precisava quando ele ouviu aqueles policiais e se afastou, nem
mesmo me dando uma chance para explicar.

Quanto a se eu faria tudo de novo? Foda-se, sim, eu faria


e não pararia. Eu mataria o reitor e sua vida pervertida. Essa é a
única coisa que me arrependo.

“Você decide. Se quer horas de visita, então faça como eu


digo.” Ele levanta uma sobrancelha para mim quando ainda não
me movo. “Há uma menina muito bonita lá fora, esperando para
ver você.”

Eu franzo a testa. Agora ele tem meu interesse. Mais do


que meu interesse. “Sabella?” Eu pergunto, minha voz saindo
gutural e crua, traindo minhas emoções. Meu coração bate forte
no peito com excitação e alívio por ela estar bem.

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Eu não ouvi nada sobre ela desde que estou aqui.


Nenhuma notícia foi boa, presumo. Não me impediu de me
preocupar, porém, a ansiedade de seu desaparecimento corroeu
meu estômago e se misturou com a minha fúria, transformando-
me em uma bomba-relógio prestes a explodir. Daí o estado do
meu rosto e costelas.

Michaels encolhe os ombros. “Nenhuma ideia. Cabelo longo


e escuro, lindo, parece triste. Seria uma vergonha se ela não
conseguisse ver você.”

O mundo parece diminuir, enquanto meus pensamentos


colidem e giram. Eu empurro minhas mãos através do pequeno
espaço retangular nas barras, apertando minhas mãos enquanto
Michaels as algema, em seguida, passo para o lado para que ele
possa me levar para fora.

A tontura toma conta de mim enquanto ando. O enjoo que


senti no meu estômago desde que tudo isso aconteceu começa a
se dissipar. Sabella está viva. Obrigado por isso. Nada mais
importa agora, contanto que ela esteja bem. Um nó se forma na
minha garganta enquanto a emoção me prende.

Ela está segura.

Ela está bem

Ela está aqui.

A culpa começa a se misturar com o meu alívio. Eu estou


aqui — na prisão. E provavelmente estarei por um longo tempo.
O olhar no rosto dela será como uma faca no meu coração.
Inferno do caralho. Apenas pegue uma lâmina e corte minha
garganta agora. Ela nunca me perdoará por isso. Apesar das
circunstâncias.

Eu deveria ter mantido a calma, mas em vez disso, eu


ataquei, perdi o controle e quase matei um homem. E agora, não
estou lá para apoiar nenhuma das mulheres que amo.

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Menos de cinco minutos atrás, eu pensei que não mudaria


nada sobre o que fiz, mas agora, eu me questiono. Ao ser trancado
aqui, não poderei manter nenhuma delas segura.

Michaels me conduz pelo corredor, gritos e vaias vindo dos


outros prisioneiros nas celas pelas quais passamos. Não importa
— eles não importam. Meu único olho bom os encara, e eles
rosnam como cachorros quando olham de volta. Mesmo
destruído como estou, eles sabem que sou perigoso.

Michaels fica de lado e usa uma chave para abrir uma porta
que leva a outro longo corredor. No final, ele para e destranca a
porta e depois me leva a uma sala de visitas cheia de famílias,
detentos e guardas. A sala é barulhenta, cheia de pessoas que
estão com raiva ou soluços, tristeza e choque, aborrecimento e
tédio em todos os rostos. Uma mistura de todas as emoções, mas
todas com a mesma expressão sombria.

Eu examino a multidão, procurando Sabella, desesperado


para vê-la. O nó no meu estômago aperta como um laço, fazendo
com que eu não possa falar e mal posso respirar. Eu só preciso
vê-la, então lidarei com o resto que vier. Deixarei a Elite me
ajudar, se puderem. Vou até implorar a Maxwell.

Eu não percebo que estou olhando para baixo, o fardo da


minha culpa me forçando a olhar para os meus pés, até que
paramos.

“Mãos para si mesmo, sem gritos, sem beijos, sem tocar”,


Michaels ordena. “Eu tenho uma fraca simpatia por você,
Gunner”, ele diz baixinho, “mas não me irrite.”

Ele me empurra para o meu lugar quando eu finalmente


levanto a cabeça, meus olhos encontram Patience.

Patience.

Não Sabella.

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“Onde está Sab?” Pergunto, os cabelos dos meus braços


estão em pé. Eu olho ao redor da sala como se pudesse vê-la em
algum lugar, mas eu já sei pela ansiedade que brilha no rosto de
Patience porque Sabella não está aqui. Ela ainda está
desaparecida.

Patience sacode a cabeça, os ombros caem mais do que já


estão. “Nós ainda não conseguimos encontrá-la, Sam.”

Eu sacudo minha cabeça. “Não”, murmuro, com medo que


isso possa me engolir. Eu aperto meu único olho bom, cerrando
as mãos em punhos apertados. “Foda-se, foda-se!” Eu rosno.

“Vai ficar tudo bem”, Patience diz, e eu a olho. Ela parece


tão destruída quanto eu me sinto. Anéis negros circulam seus
olhos, seus lábios estão secos e seu cabelo está preso em um rabo
de cavalo baixo. Ela parece que não comeu em uma semana. Suas
mãos estão sobre a mesa à sua frente, uma arranhando a outra.

“Como?” Eu digo com um encolher de ombros. “Como tudo


isso ficará bem?”

Eu quero estender a mão e tocá-la, sentir sua pele macia


sob meus dedos ásperos, antes de puxá-la em meus braços. Eu
quero sentir o cheiro do xampu de pêssego enquanto beijo a sua
cabeça. Eu quero senti-la se agarrando a mim, sabendo que eu
sou a sua rocha. Sua força. Que estou malditamente lá para
protegê-la.

Mas eu não estou. Eu estou aqui, no lado oposto da mesa


com a minha vida estragada.

Patience passou pelo inferno por minha causa e não estou


lá por ela.

Sabella ainda está desaparecida e nem posso ajudar a


procurá-la.

Eu sou nada — menos que nada.

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“Porque God me prometeu que ficaria”, Patience diz.

Olho para ela bruscamente, uma carranca franzindo


minha testa. “Você está falando sobre Baxter Goddard, certo?
Você não está falando sobre Jesus, não é?”

Ela deixa um pequeno sorriso aparecer em seu rosto antes


que desapareça. Ela olha de lado a lado, certificando-se de que
ninguém está perto o suficiente para ouvir. “God — A Elite — eles
estão consertando isso, tudo isso. Está tudo sendo resolvido.”

Sacudo minha cabeça. “Diga a eles para não se


incomodarem. Eu mereço estar aqui, Patience. Eu deixei isso
acontecer com você. Era minha responsabilidade protegê-la, você
confiou em mim e eu estraguei tudo.” Explico para ela. “Isso é
tudo minha culpa.”

“Não diga isso, Sam. Você pode se odiar o quanto quiser,


mas isso não é sua culpa. E eu preciso de você.” Suas palavras
vacilam enquanto ela tenta controlar suas emoções. “Por favor,
Sam, se não for por mim, faça por Sabella. Nós duas precisamos
de você agora, então não desista.”

Meu coração aperta dolorosamente, tão dolorido que não


consigo recuperar o fôlego.

“Eu usei minha moeda”, eu digo a ela, e ela franze a testa


em confusão. “Cada um de nós recebe uma moeda para usar
quando precisarmos de ajuda. Eu usei a minha para te proteger.”
Ofego e balanço a cabeça. “O que significou nada porque eu não
protegi coisa nenhuma.”

Nossas mãos estão sobre a mesa, a alguns centímetros de


distância, mas também pode ser milhas pela distância que nos
separam. Ela estica um dedo para acariciar o lado da minha mão
e meu coração aperta de novo.

“Ele disse que essa ajuda é de um amigo, Sam. Não da


Elite.”

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KER DUKEY

Parece bom demais para ser verdade, mas não posso evitar
a faísca da esperança. Não me incomodava que eu apodrecesse
nesse lugar antes, mas saber que Patience precisa de mim, que
Sabella ainda está desaparecida — é tudo que preciso para
continuar.

“Apenas tenha um pouco de esperança”, ela implora.

“Vou tentar.” E eu vou. Por ela. Por Sabella. Vou tentar. Eu


nunca tive esperança antes, mas agora preciso cavar fundo e
acreditar que God pode me ajudar a dar o fora daqui. Que eu
posso descobrir onde quer que Sabella esteja e a trazer para casa
em segurança. Preciso ter esperança de que terei a chance de
passar o resto da minha vida fazendo as pazes com Patience e
Sabella, porque sou um idiota e elas merecem mais — algo
melhor que eu.

“Você tem que parar com isso, no entanto”, Patience diz,


apontando para o meu rosto fodido.

Eu sorrio sombriamente, a dor atravessando minhas


costelas. “Você deveria ter visto os outros caras.”

“Outros caras?” Ela coloca a mão na boca, os olhos se


enchem de lágrimas.

“Três contra um. E todos os três estão na enfermaria agora,


parecendo sacos de pancada pior do que eu.” Sinto-me orgulhoso
desse fato. “Os outros caras são mais velhos que eu, maiores que
eu, e eles estavam juntos para me pegar — e eu lutei contra todos
eles e fui embora.” Todo orgulho desaparece quando vejo o olhar
de horror em seu rosto. “Ok”, eu admito, “chega de lutas.”

“Apenas fique seguro. Vamos tirar você daqui. Eu estarei


esperando por você, Sam.” Ela acaricia minha mão novamente,
mas desta vez Michaels vê e bate a mão na mesa.

“Eu disse sem tocar!” Ele grita alto, chamando a atenção


para nós.

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Patience se engasga e puxa a mão, e eu rosno para


Michaels. “Ela passou por alguma merda, ok? Apenas dê uma
folga para ela!”

“Está tudo bem”, Patience diz rapidamente. “Eu preciso ir.


Meu pai não sabe que estou aqui.”

“Verei você de novo?” Pergunto enquanto ela se levanta.

Ela sorri suavemente e acena com a cabeça. “Toda vez que


você fechar os olhos, eu estarei lá, Sam.”

“Então serei um cego para poder ver você o tempo todo”,


respondo.

Nós olhamos um para o outro do outro lado da mesa, um


fio nos conectando, ligados apesar de tudo. Eu a amo.
Profundamente, incondicionalmente. Quero dizer isso a ela, mas
agora não é a hora nem o lugar. Ela merece mais que isso. Ela
merece mais que eu.

Patience se levanta e alisa a saia simples. “Uma última


coisa, Sam”, ela franze os lábios, como se não quisesse que as
palavras saíssem. “Eles não estão pressionando as acusações
contra George.”

Uma bomba explode dentro de mim enquanto compreendo


suas palavras. Tudo implode. Minhas paredes desmoronam e
caem ao meu redor. Dor e raiva, miséria, fúria — elas se torcem
e se combinam em uma bola de destruição até eu sentir falta de
ar.

“Eles dizem que eu fui lá procurando seduzi-lo, e que tenho


idade suficiente para consentir, então...” Suas palavras se
apagam, e ela fecha os olhos. Quando os abre, eles estão vítreos
das lágrimas que ela está tentando segurar. “Ele está de licença
por enquanto, então não pode fazer isso com mais ninguém. Isso
é o que importa.”

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Balanço minha cabeça, meu corpo treme com a raiva que


estou tentando controlar. “Não, não é isso que importa.”

Ela se inclina, colocando as mãos na mesa para que possa


olhar diretamente para o meu único olho bom. “Eles estão certos,
Sam, eu poderia ter parado, eu deveria ter parado!” Uma lágrima
finalmente se solta de um de seus olhos e faz com que ela desça
devagar pela sua bochecha. “Eu apenas fiquei pensando que
alguém viria e tudo estaria acabado, mas então era tarde demais
e quando eu tentei pará-lo ele me disse que eu era uma
provocadora e estava jogando, que ele me reprovaria de qualquer
forma se eu não concordasse com aquilo.”

Raiva explode no meu interior e minhas mãos


instintivamente se fecham em punhos.

“Eu vou matá-lo”, grito.

Ela espalma sua bochecha, enxugando as lágrimas


quentes. “Meu pai vai lidar com o reitor. Ele se certificará de que
ele nunca trabalhe novamente.”

“E Sebastian?” Eu grunho. “E ele? Isso é culpa dele. Ele


deveria impedir que isso acontecesse. Eu confiei nele para
protegê-la e não foi isso que aconteceu. De um jeito ou de outro,
o farei pagar.”

Ela balança a cabeça, seus olhos brilhando com desafio.


“Esqueça-o. Eu preciso que você se controle e volte para casa.”

Ela estende a mão para acariciar meu rosto, mas Michaels


está lá novamente. Ela olha para ele, depois de volta para mim
com um suspiro, sua mão cai sobre a mesa mais uma vez, “Eu
tenho que ir.”

Concordo. “Há alguma pista sobre a minha irmã?” Eu


pergunto, as palavras grudam na minha garganta muito seca.

“Eu e seu pai estamos liderando uma equipe de busca para


procurá-la. Nós temos metade da cidade procurando. God está

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financiando alguns detetives particulares também. Nós a


encontraremos, Sam. Ela ficará bem.” Patience morde o lábio
inferior e sei que ela não acredita nisso. Eu não acredito nisso.
Pessoas como minha irmã não desaparecem, a menos que alguém
as faça desaparecer.

A sensação doentia no meu estômago retorna, e é preciso


todo o meu controle para não me perder. Eu preciso ser forte —
tenho que ser, por Patience.

“Venha para casa para mim”, ela diz. Então se vira e vai
embora.

Minha cabeça lateja enquanto tento processar tudo o que


ela acabou de dizer, é como se eu pudesse realmente vomitar na
mesa agora, mas tudo o que sairia seriam minhas emoções e
talvez uma ou duas costelas quebradas. Tudo dói. Meu corpo,
minha mente, meu coração. A porra da minha alma parece
quebrada em um milhão de pedaços. Estou vazio, destruído. Sou
um nada.

Eu tenho que sair. Preciso me acalmar. Eu preciso fazer o


que ela disse e me controlar. Para dar o fora daqui e chegar em
casa para ela e Sabella. Porque eu vou encontrá-la. Eu tenho que
encontrá-la.

“Você tem outro visitante”, Michaels diz, empurrando-me


suavemente de volta para o meu lugar.

Olho para cima, observando enquanto Sebastian caminha


até a minha mesa e se senta em frente a mim. “Você”, eu grito
com raiva mal contida.

Ele engole. “Eu a trouxe para vê-lo”, ele diz a título de


explicação. “Ninguém mais a traria, eles acham que você se
perderia se a visse.”

Minhas mãos se juntam na minha frente. Eu tenho que me


forçar a puxá-las para trás e colocá-las no meu colo para que eu

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não faça algo estúpido. Ouço as palavras de Patience na minha


cabeça como um mantra enquanto eu respiro para dentro e para
fora devagar.

Venha para casa para mim.

Venha para casa para mim.

Venha para casa para mim.

“O que você quer?” Eu consigo dizer, ciente que Michaels


ainda está por perto. A tensão sai de mim em ondas.

Sebastian arrasta as mãos pelos cabelos, os olhos me


olham e depois vão para o lado. Ele não pode ficar parado. Eu
posso sentir as vibrações do seu pé batendo no linóleo frio
debaixo da mesa. Seu relógio não está lá, e suas mãos continuam
a tocá-lo, a mexer com ele como normalmente faz, mas não está
lá.

“Eu fiz uma pergunta”, eu digo, e ele finalmente olha para


mim, estremecendo quando seu olhar se conecta com o meu. “O
que você está fazendo aqui? Se é para se desculpar por deixar
Patience ser estuprada por aquele fodido doente, então o pedido
de desculpas não será aceito. Quando sair daqui, eu vou te
rasgar, membro por membro. Você é um homem morto andando
até onde me diz respeito. Então perguntarei novamente, o que
você está fazendo aqui?”

“Eu queria ver você. Explicar.”

“Explicar?” Eu escuto amargamente. “Você queria explicar


por que deixou minha namorada sozinha para ser estuprada,
filho da puta? Não há explicação necessária. Sem desculpas.
Nenhum perdão.”

“Sinto muito”, ele implora, seus olhos verdes olham para


os meus cheios de raiva.

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“Sentir muito não é bom o suficiente. Sentir muito não


mudará o que aconteceu.”

“Eu sei.”

“Não vai mudar o que você deixou acontecer.”

“Eu sei!”

“Você não pode voltar atrás do que fez, Sebastian, e quando


eu sair daqui, vou pegar você.”

Ele balança a cabeça em compreensão, as mãos se


arrastam em seu cabelo novamente. “Eu só queria que ela me
amasse”, ele murmura, seu olhar está sobre a mesa. “Isso é tudo.”

“O quê?” Eu franzo a testa. “Do que diabos você está


falando?”

“Sabella.” Ele olha para mim de novo, seu rosto


comprimido de frustração e dor. “Eu só precisava que ela me
amasse. Ela é tão pura, tão inocente. Eu a queria.” Ele se levanta
abruptamente, a cadeira cai para trás. “Eu estraguei tudo, Sam.”
Michaels se move rapidamente para o meu lado e agarra meu
ombro para me segurar no lugar enquanto eu tento me levantar
também. “Sinto muito, Samuel”, Sebastian diz, afastando-se de
mim, suas mãos puxando seu cabelo em todas as direções. “Eu
não queria que nada disso acontecesse.”

Posso ver isso em seus olhos — algo que eu nunca vi em


outra pessoa antes — um olhar que vejo com tanta frequência no
espelho. É algo pior que desespero e tristeza. Pior que
autodestruição e culpa. são todas as emoções em uma só.

É insanidade mascarada como humanidade.

É angústia, mágoa e auto aversão.

“O que você fez?” Eu pergunto, meu estômago desaba no


chão aos meus pés e meu coração pausa em seu ritmo frenético.
“Onde está Sabella?”

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Ele balança a cabeça e se vira para mim, suas mãos


enfiadas nos bolsos e ombros curvados enquanto se move
rapidamente pela sala de visitas. Ele se arremessa entre as
cadeiras e as mesas, indiferente às pessoas irritadas ao seu redor.
Tudo o que ele se preocupa é fugir de mim.

“Sebastian! Sebastian! Que porra você fez?” Eu tento ir


atrás dele, mas Michaels me agarra. E quando tento dar de
ombros, ignorando a dor lancinante nas minhas costelas, outro
guarda se aproxima. Ambos os guardas me agarram, gritando
para eu me acalmar, mas tudo que posso fazer é chutar e gritar
e atacar com todas as minhas forças para chegar até o Inveja.

Na porta, Sebastian olha para mim, nossos olhos se


conectando através da sala. “Inveja! O que você fez, porra?” Eu
grito enquanto ambos os guardas me arrastam para longe. “O que
diabos você fez com Sabella?”

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